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Prof. Theo Mota Departamento de Fisiologia e Biofísica Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais Neuroplasticidade: Os Neurônios se Transformam... Neuroplasticidade Propriedade do sistema nervoso de alterar sua função ou a sua estrutura em resposta às influências ambientais que o atingem. • Plasticidade morfológica : detectáveis principalmente por técnicas de microscopia. • Plasticidade funcional : detectáveis principalmente por técnicas de neurofisiologia, como eletrofisiologia e ressonância. • Plasticidade comportamental: detectáveis através de estudos das alterações em fenômenos de aprendizagem e memória. Como detectar a plasticidade experimentalmente? Tipos e Características da Neuroplasticidade O n to g e n é ti c a A d u lt a Plasticidade Ontogenética • Resultado da interação entre as informações do genoma e as informações do ambiente • Período crítico: maior suceptibilidade ao ambiente • Comportamento inato: não possui período crítico Konrad Lorenz (1903-1989) • Juntamente com Niko Timberger e Karl von Frish são considerados os pais da etologia - Nobel Prize de 1973 • Centrou os achados de vários outros autores no conceito de COMPORTAMENTO INATO Impringting Plasticidade Adulta • Base dos processos de plasticidade sináptica, aprendizado e memória. • Confere ao sistema nervoso a capacidade de regenerar-se: plasticidade axônica. • Melhora funções já existentes: plasticidade dendrítica. Neurogênese no Desenvolvimento A Neurogênese Ontogenética (in utero) é controlada quase exclusivamente pelo genoma, sofrendo pouca influência do ambiente externo. • Uma divisão celular simétrica dá início à neurogênese. • Divisão celular assimétrica: uma das células continua um precursor que continua a ciclar, enquanto a outra interrompe o ciclo e migra para sua posição final no SN. • O neurônio jovem inicia a diferenciação morfofuncional que o estabilizará como neurônio maduro. Alzheimer: neurônios tornam a entrar no ciclo celular? Neurogênese na Maturidade Ao longo da vida pós-natal, apenas algumas poucas áreas mantêm a capacidade de neurogênese: • giro denteado do hipocampo; • zona subependimária do telencéfalo; • hipotálamo. População permanente de células tronco Capazes de gerar neurônios e gliócitos de tipos diferentes Neurogênese no Hipocampo Adulto Socially isolated Group-housed Standardd Enriched * * Regeneração Axônica no SNP Purves et al. 2004 - Neuroscience Regeneração Axônica no SNC Purves et al. 2004 - Neuroscience Plasticidade Axônica Capacidade dos axônios de reorganizarem a sua estrutura em resposta às influências do ambiente DISGENESIA CALOSA : PLASTICIDADE AXÔNICA DURANTE DESENVOLVIMENTO Plasticidade Axônica Capacidade dos axônios de reorganizarem a sua estrutura em resposta às influências do ambiente DISGENESIA CALOSA : PLASTICIDADE AXÔNICA DURANTE DESENVOLVIMENTO As duas regiões corticais ativas em repouso (em vermelho e em azul) são conectadas por um feixe alternativo ao corpo caloso, cruzando pela comissura posterior do mesencéfalo. Tovar-Moll et al. (2014) PNAS Plasticidade Axônica Capacidade dos axônios de reorganizarem a sua estrutura em resposta às influências do ambiente Privação monocular durante período crítico O Fantasma do Membro Quando o cérebro não esquece um membro perdido Michael Merzenich e Edward Taub • Porções do córtex somestésico desaferentadas são invadidas por aferentes de áreas corticais vizinhas representando o tronco e o rosto. • Em vez de provocar sensções correspondentes a essas áreas o córtex mantém a “memória” da representação original e o “fantasma” do membro aparece. H Von Gerdorf (1517) Neuroplasticidade Funcional Plasticidade Dendrítica Li et al. Science 2010 Espinhas Dendríticas Sim et al. Nature 2012 As mulheres superam os homens no número de neurônios e de células gliais no bulbo olfatório Oliveira-Pinto et al. (2014) PLoS ONE Plasticidade Sináptica Quais são as bases neurais da aprendizagem e da memória? Movimentos reflexos defensivos da Aplísia Erik Kandel – Prêmio Nobel 2000 Por que a Aplísia ? Plasticidade Sináptica Plasticidade Sináptica As observações de Kendel 1) Habituação: quando o estímulo é muito fraco, o reflexo ocorre nas primeiras vezes em que é aplicado, mas com a repetição o reflexo acaba desaparecendo. 2) Sensibilização: quando se apresenta um estímulo muito forte uma vez, provocando a imediata retirada da parte estimulada, e logo depois toca-se de leve esta região, ocorre uma contração ainda mais forte que a anterior. 3) Condicionamento Clássico: quando o estímulo forte é associado várias vezes a um estímulo inócuo prévio, e depois disso se aplica o estímulo inócuo sozinho, este passa a ser eficaz em provocar o reflexo de retirada. Aprendizagem não-associativa Aprendizagem associativa Habituação Uma resposta que diminui com a repetição Sensibilização Uma resposta que aumenta quando precedida de algum “sinal de aviso” Sensibilização Facilitação Sensibilização e Facilitação Condicionamento Clássico Ivan Pavlov (1849-1936) – Prêmio Nobel 1904 Estímulo Condicionado – Estímulo Incondicionado Classical Conditioning Mota et al. Learn Mem (2011) Visual conditioning of the proboscis extension reflex PER Appetitive Mota et al. J Exp Biol (2011) Visual conditioning of the sting extension reflex SER Aversive Visual PER conditioning in antennae-deprived bees Mota et al. Learn Mem (2011) Can colors modulate olfactory learning? Aquisição Memória Visual conditioning of the sting extension reflex (SER) in harnessed honeybees Mota et al. J Exp Biol (2011) Visual SER Conditioning in honeybees Visual discrimination in SER conditioning Mota et al. J Exp Biol (2011) Chromatic Discrimination Different colors with same physical intensity blue / green Achromatic Discrimination Same color with different intensities dim blue / bright blue Condicionamento Clássico Condicionamento Operante Condicionamento no qual as consequências do comportamento modulam a aprendizagem (diz-se que este é o comportamento operante, voluntário e guiado pelas suas consequências). Reforço positivo: Apresentação de um estimulo agradável após um comportamento desejado Exemplos: Se o pombo tocar a campainha recebe alimento suplementar Se o aluno tiver boas notas recebe um elogio Reforço negativo: Remoção (negativo) de um evento desagradável após o comportamento desejado; Exemplos: Se o rato puxar a alavanca deixa de levar choques eléctricos; Se o doente tomar os comprimidos deixa de sentir dores; Aumento da frequência do comportamento Punição positiva: Apresentação de uma consequência desagradável após a realização de um comportamento não desejado; Exemplos: Se o rato sair do perímetro definido leva choque eléctrico Se a criança faz birra fica leva uma repreensão Punição negativa: Remoção de um evento agradável após a realização de um comportamento não desejado; Exemplos:Se o pombo defecar fora do local apropriado é-lhe removida a alimentação Se criança partir um jarro deixa de poder ver televisão durante uma semana Diminuição da frequência do comportamento Potenciação de Longa Duração (LTP) Potenciação de Longa Duração (LTP) Potenciação de Longa Duração (LTP) Depressão de Longa Duração (LTD)
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