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Aula 2 - A molécula de H + 2 13 de Junho de 2013 1 Introdução Quando tratamos de sistemas como o átomo de hidrogênio, temos apenas o núcleo e um elétron na eletrosfera, assim é possível obter soluções analíticas, quando tra- tamos de problemas com mais de dois corpos é necessário a utilização de métodos aproximativativos como as aproximações de Born-Oppenheimer. 2 Cálculo para a molécula de H + 2 Pela aproximação de Born-Oppenheimer como os núcleos atômicos são muito pe- sados os consideramos como parados, assim o operador Hamiltoniano independe do movimento dos núcleos. Assim, temos o operador Hamiltoniano dado em unidades atômicas Hˆ = −1 2 ∇2 − 1 ra − 1 rb + 1 R (1) O primeiro termo deve-se ao movimento do elétron, o segundo termo leva em conta a atração do elétron com relação ao átomo a, o terceiro termo leva em conta a atração do elétron com relação ao átomo b e o quarto termo deve-se a repulsão entre os núcleos. A equação de autovetores e autovalores pode ser escrita como: Hˆψj(ra, rb;R) = Ejψj(ra, rb;R) (2) Sendo ψj(ra, rb;R) é a função de onda para os orbitais moleculares. Quando tratamos de orbitais moleculares estão relacionados a soma e subtração da função de onda de cada átomo individualmente. ψ± = C11Sa ± C21Sb (3) Onde 1Sa e 1Sb, são as função de onda para os átomos a e b, respectivamente, como a contribuição pode ser aproximada igual para cada átomo de hidrogênio, as 1 constantes são iguais C1 = C2. Outro aspecto importante é notar que ψ+ tem a propriedade de se espalhar entre os núcleos. Além disso por simplicidade podemos fazer C1 = C2 = 1. A superposição dos orbitais para diferentes átomos fornecerá os autovalores de energia por meio do princípio variacional. E+ = ∫ drψ∗+Hˆψ+∫ drψ∗+ψ+ (4) Primeiramente vamos calcular o denominador da equação (4): ∫ drψ∗+ψ+ = ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b )(1Sa + 1Sb) = ∫ dr1S∗a1Sa︸ ︷︷ ︸ (I) + ∫ dr1S∗a1Sb︸ ︷︷ ︸ (II) + ∫ dr1S∗b 1Sa︸ ︷︷ ︸ (III) + ∫ dr1S∗b 1Sb︸ ︷︷ ︸ (IV ) (5) As integrais (I) e (III), são as integrais de cada átomo individual, assim: ∫ dr1S∗a1Sa = ∫ dr1S∗b 1Sb = 1 (6) As integrais (II) e (IV ) devem-se a superposição do orbitais sendo chamadas integrais de superposição S S = ∫ dr1S∗a1Sb = ∫ dr1S∗b 1Sa (7) Para a molécula de H + 2 , a integral de superposição S é dada por: S(R) = e−R(1 +R + R2 3 ) (8) Assim obtemos que o denominador da equação (4) é dado por: ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b )(1Sa + 1Sb) = 2 + 2S(R) (9) Agora é necessário normalizar ψ+ 1 = C2 ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b )(1Sa + 1Sb) (10) 1 = C2(1 + S + S + 1) (11) 2 1 = C22(1 + S) (12) C = 1√ 2(S + 1) (13) ψ+ = 1√ 2(S + 1) (1Sa + 1Sb) (14) Agora é necessário calcular a energia para o sistema dada pelo numerador da equação (4): ∫ drψ∗+Hˆψ+ = ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b )Hˆ(1Sa + 1Sb) = ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b ) ( −1 2 ∇2 − 1 ra − 1 rb + 1 R ) (1Sa + 1Sb) = ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b ) − 1 2 ∇2︸︷︷︸− 1ra︸︷︷︸− 1 rb + 1 R 1Sa + ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b ) − 1 2 ∇2︸︷︷︸− 1ra − 1rb︸︷︷︸+ 1 R 1Sb (15) Assim para os termos grifados temos as seguintes condições: ( −1 2 ∇2 − 1 ra ) 1Sa = E1s1Sa( −1 2 ∇2 − 1 rb ) 1Sb = E1s1Sb (16) ∫ drψ∗+Hˆψ+ = ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b ) ( E1s − 1 rb + 1 R ) 1Sa + ∫ dr(1S∗a + 1S ∗ b ) ( E1s − 1 ra + 1 R ) 1Sb (17) Com a obtenção dos autovalores de energia é possível determinar todos os termos 3 relacionados aos orbitais moleculares.∫ drψ∗+Hˆψ+ = 2E1s(1 + S) + ∫ dr1S∗a ( − 1 rb + 1 R ) 1Sa︸ ︷︷ ︸ (I) + ∫ dr1S∗b ( − 1 rb + 1 R ) 1Sa︸ ︷︷ ︸ (II) + ∫ dr1S∗a ( − 1 ra + 1 R ) 1Sb︸ ︷︷ ︸ (III) (18) + ∫ dr1S∗b ( − 1 ra + 1 R ) 1Sb︸ ︷︷ ︸ (IV ) A integral (I) é a densidade eletrônica em torno do núcleo, sendo J a chamada integral de Coulomb: J = ∫ dr1S∗a ( − 1 rb + 1 R ) 1Sa = − ∫ dr 1S∗a1Sa rb + 1 R (19) É necessário lembrar que R é constante na integral devido a consideração dos núcleos �xos. A integral (II) é a chamada integral de troca K K = ∫ dr1S∗b ( − 1 rb + 1 R ) 1Sa = − ∫ dr 1S∗b 1Sa rb + S R (20) As integrais (III) e (IV ) são iguais as duas primeiras integrais apenas sendo observada a mudança do índice:∫ drψ∗+Hˆψ+ = 2E1s(1 + S) + 2J + 2K (21) E+ = ∫ drψ∗+Hˆψ+∫ drψ∗+ψ+ = 2[E1s(1 + S) + (J +K)] 2[1 + S] (22) E+ = E1s + J +K 1 + S (23) ∆E+ = E+ − E1s = J +K 1 + S = J 1 + S + K 1 + S (24) J = e−2R ( 1 + 1 R ) (25) K = S R − e−R(1 +R) (26) 4 Para o orbital antiligante é possível fazer o mesmo tratamento, assim como resul- tados �nais temos: ψ− = C11Sa − C21Sb (27) ∆E− = E− − E1s = J −K 1− S = J 1− S − K 1− S (28) ψb = ψ+ = 1√ 2(S + 1) (1Sa + 1Sb) (29) ψa = ψ− = 1√ 2(S − 1)(1Sa − 1Sb) (30) 3 Solução das integrais de superposição, Coulombi- ana e de Troca 3.1 Cálculo da Intgral de Superposição Neste cado para resolver o problema será necessário o uso de coordenadas elípticas, um ponto P é dado por três coordenadas: λ = ra + rb R µ = ra − rb R (31) e um ângulo φ, que é o ângulo que (ra, rb;R). O elemento diferencial de volume em coordenadas elípticas é: dr = R3 8 (λ2 − µ2)dλdµdφ (32) Sendo os intervalos de integração de�nidos por 1 ≤ λ ≤ ∞, −1 ≤ µ ≤ 1 e 0 ≤ φ ≤ 2pi. Agora é possível avaliar a integral elíptica: S = ∫ dr1Sa1Sb = 1 pi ∫ dre−rae−rb (33) 5 S = 1 pi ∫ dre−rae−rb (34) S = 1 pi ∫ 2pi 0 dφ ∫ ∞ 1 dλ ∫ 1 −1 dµ R3 8 (λ2 − µ2)e−(ra+rb) (35) S = R3 4 ∫ ∞ 1 dλ ∫ 1 −1 dµ(λ2 − µ2)e−Rλ (36) S = R3 4 ∫ ∞ 1 dλe−Rλ ∫ 1 −1 dµ(λ2 − µ2) (37) S = R3 4 ∫ ∞ 1 dλe−Rλ ( 2λ2 − 2 3 ) (38) S = R3 2 [( 1 R + 2 R2 + 2 R3 ) e−R − 1 3R e−R ] (39) S = e−R ( 1 +R + R2 3 ) (40) 3.2 Cálculo da Integral Coulombiana Nesta Seção iremos calcular a integral Coulombiana J J = 1 R − ∫ dr1S∗a ( 1 rb ) 1Sa (41) J = 1 R − R 3 8pi ∫ 2pi 0 dφ ∫ ∞ 1 dλ ∫ 1 −1 dµ(λ2 − µ2)e−R(λ+µ) [ 2 R(λ− µ) ] (42) J = 1 R − R 2 2 ∫ ∞ 1 dλe−Rλ ∫ 1 −1 dµ(λ+ µ)e−Rµ (43) J = 1 R − R 2 2 ∫ ∞ 1 dλe−Rλ [ λ ( eR − e−R R ) + eR(1−R)− e−R(1 +R) R2 ] (44) J = 1 R − R 2 2 {( eR − e−R R )( R + 1 R2 ) e−R + [ eR(1−R)− e−R(1 +R) R2 ] e−R R } (45) J = 1 R − 1 2R [2− 2e−2R(1 +R)] = e−2R ( 1 + 1 R ) (46) 6 3.3 Cálculo da Integral de Troca K Aqui será colocado o cálculo para a integral de troca. K = S R − ∫ dr 1S∗b 1Sa rb (47) K = S R − R 3 4 ∫ ∞ 1 dλ ∫ 1 −1 dµ(λ2 − µ2) 2e −Rλ R(λ− µ) (48) K = S R − R 2 2 ∫ ∞ 1 dλe−Rλ ∫ 1 −1 dµ(λ+ µ) (49) K = S R −R2 ∫ ∞ 1 dλ λe−Rλ (50) K = S R −R2 [ e−R(R + 1) R2 ] = S R − e−R(R + 1) (51) 7
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