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C1 Gestão nas organizações (1)

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Capítulo 1 – Gestão nas organizações 
 
1.1 Gestão e Organização 
 
Gestão é criar organizações que funcionem – que adicionem valor aos recursos 
que utilizam. Onde esse valor é subjetivo pois valor para A pode ser desperdício para 
B. Deste modo existem organizações lucrativas (empresas) e organizações não 
lucrativas (ONG) mas em todas elas a gestão é essencial. 
 
As organizações são criadas com o objectivo de valor e bem-estar, fornecendo 
bens e serviços a que as pessoas dão valor; articulam e implementam ideias (partidos 
políticos); protegem interesses corporativos (sindicatos) e dão trabalho às pessoas. 
 
 
1.2 Significado de gestão 
 
Gestão - Processo de coordenação das atividades de trabalho de forma a serem 
executadas com eficiência e eficácia, criando organizações que funcionem 
adicionando valor aos recursos que utilizam. 
 
Eficiência (recursos) – associado a produtividade: obter o máximo de output com o 
mínimo de input. 
Eficácia (objetivos) – executar as atividades de forma a cumprir os objetivos. 
 
Segundo HAMPTOM: Trabalho envolvendo a combinação e direção da utilização dos 
recursos necessários para atingir objectivos específicos. Inclui planeamento, 
organização, liderança e controle. Criou o POLC. 
 
Segundo KOONTZ: Processo de criar e manter um sistema no qual indivíduos, 
trabalhando em grupo, alcançam de forma eficiente determinados objectivos. 
 
Segundo BARTOL & MARTIN: Processo de atingir objetivos da organização com 
base nas quatro funções básicas de planeamento, organização, liderança e controle. 
 
Gestor – alguém que trabalha com e através das pessoas, coordenando as suas 
atividades para atingir objetivos. 
 
Gestores de topo – responsáveis pela tomada de decisão para o conjunto da 
organização, definindo objetivos e planos para os atingir. São responsáveis pelo 
conjunto da organização e a eles corresponde o nível institucional, onde a gestão se 
caracteriza por uma forte componente estratégica e pela formulação de políticas 
gerais. 
Este é o trabalho de um pequeno grupo de pessoas dos quais fazem parte os 
administradores. Eles estabelecem a política da organização e têm a particular 
responsabilidade de gerir as relações com as pessoas e as instituições do mundo 
exterior à organização. Necessitam de conhecer amplamente a organização, no 
entanto, passam a maioria do tempo a perspetivar o futuro e a lidar com assuntos 
externos. Este pequeno grupo de pessoas pode incluir pessoal não executivo que traga 
uma visão mais ampla e imparcial para as discussões. 
 
Gestores intermédios – responsáveis pelos gestores de base. Exemplo: diretores. A 
estes gestores corresponde o nível intermédio, onde predomina uma componente 
tática que se caracteriza pela movimentação dos recursos em curto prazo e elaboração 
de planos e programas específicos relacionados com a área ou função do gestor. 
Têm como função assegurar-se de que os gestores de base agem de acordo 
com a política da organização. Para além disso, também traduzem as estratégias em 
ações específicas fazendo a ponte entre o administrador e a realidade do executante. 
Podem também ajudar os gestores de topo dando-lhes informações sobre a 
expectativa dos clientes ou sugerindo estratégias alternativas. 
 
Gestores de base (1ª linha) – gerem o trabalho dos que estão envolvidos na produção 
ou criação de bens ou serviços da organização, sendo responsáveis pelos executantes. 
Exemplo: departamentos. Corresponde-lhes o nível operacional, caracterizado por 
uma forte componente técnica. 
Têm como função distribuir e coordenar o trabalho, ajudando na resolução de 
problemas. Podem trabalhar com os gestores intermédios na tomada de decisões 
operacionais ou de métodos de trabalho. 
 
Executantes – não gestores. Pessoas que desempenham diretamente as operações na 
organização, fazendo o trabalho manual e a entrega dos produtos. 
 
1.3 Níveis e áreas da gestão 
 
Níveis da gestão e áreas de responsabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Capacidade de gestão 
 
Técnicas – conhecimento, métodos e técnicas específicas e sua utilização em área 
especializada. 
Esta capacidade é mais utilizada pelos gestores de base e menos utilizada 
pelos gestores de topo. 
 
Humanas – capacidade de compreender, motivar e obter adesão de outras pessoas. 
Relaciona-se com a capacidade de relacionamento, comunicação e construção e 
orientação de equipas. 
Esta capacidade é utilizada em igual proporção por todos os níveis de gestão. 
 
Conceptuais – pensar e conceptualizar sobre situações abstratas e complexas. 
Capacidade de ver a organização como um todo. 
Esta capacidade é mais utilizada pelos gestores de topo e menos utilizada 
pelos gestores de base. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4 As funções do processo de gestão 
 
Planeamento – definir objetivos e estratégias para os atingir, desenvolver planos para 
integrar e coordenar as atividades. 
Esta tarefa inclui prever tendências futuras, aceder a recursos e desenvolver a 
realização de objetivos, isto é, decidir o âmbito do negócio, as áreas do trabalho em 
que apostar e a maneira de utilizar os recursos. 
Esta é uma função que cabe fundamentalmente aos gestores de topo. 
 
Organização – afetar recursos, determinar que tarefas fazer, as pessoas para as 
realizar, agrupar tarefas, reporte e níveis de tomada de decisão. Estabelecimento de 
relações formais entre as pessoas, e entre estas e os recursos, para atingir os objetivos 
propostos. 
Esta tarefa passa por tornar os planos abstratos mais próximos da realidade 
decidindo como distribuir o tempo e o trabalho, o que inclui criar uma estrutura para a 
empresa, desenvolver politicas de gestão de recursos humanos, decidir o equipamento 
necessário e a maneira de implementar a mudança. 
Esta é uma função que cabe igualmente a todos os níveis de gestão. 
 
Liderança – dirigir e motivar todos os interessados e lidar com comportamentos dos 
subordinados. 
Esta função cabe essencialmente aos gestores de base. 
 
Controle – monitorizar as atividades para assegurar que são executadas conforme 
planeado. Comparação do atual desempenho da organização com standards 
previamente estabelecidos, apontando as eventuais ações corretivas 
Esta função cabe a todos os níveis de gestão sendo ligeiramente mais incisiva 
nos gestores de topo. 
 
 
1.5 O contexto da gestão 
 
Fatores internos – os elementos da organização, o contexto mais próximo da gestão 
(recursos e capacidade para mudar a organização). 
 
Fatores externos – o meio envolvente da organização. 
Geral – política, economia, social, ambiental e legal (PESTAL). 
Competitivo – ameaça de novos entrantes, intensidade de rivalidade entre 
concorrentes, poder de negociação dos clientes, poder de negociação dos 
fornecedores, ameaça dos produtos substitutos (5 Forças de Porter). 
 
Fatores históricos – o passado que influencia presente e futuros possíveis. 
A atividade de gerir tem lugar num contexto histórico, de maneira que as 
ações das pessoas refletem o passado e as incertezas do futuro. Normalmente os 
gestores pensam no momento presente, esperando que as atividades corram como 
esperado e que a organização trabalhe bem. Simultaneamente, o contexto histórico 
está a influencia-los através da estrutura e da cultura em que trabalham, afetando a 
maneira como respondem a propostas. Gestores eficazes também olham para o futuro, 
questionando as táticas presentes e observando alterações externas. 
 
 
 
1.6 Modelos alternativos de gestão de acordo com o contexto 
 
Determinista
– assume que os fatores externos determinam a maneira de atuação de 
uma organização. Os gestores têm de se adaptar às mudanças externas. 
 
Escolha gerêncial – assume que as pessoas são capazes de influenciar o contexto. 
 
Interação – assume que as pessoas são influenciadas e influenciam o contexto. As 
pessoas interpretam o contexto e agem de modo a mudá-lo promovendo objetivos 
pessoais, locais ou organizacionais.

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