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Turismo Oferta e Procura

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Economia do Turismo
Turismo : Oferta e Procura
Economia do Turismo
Setor Turístico – o Mercado
Oferta 
(Empresas)
Procura 
(Turista)
Política Pública e Regulação do Mercado
Economia do Turismo
INDICADORES RELEVANTES DE OFERTA
E PROCURA
Economia do Turismo
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RECOLHA DE INFORMAÇÃO: 
IMPORTÂNCIA E PROBLEMAS
• IMPORTÂNCIA E LIMITAÇÕES:
CONHECIMENTO DAS DINÂMICAS DA ACTIVIDADE (POLITICAS) 
DIFICULDADES NA MEDIDA DOS FLUXOS TURÍSTICOS (MOBILIDADE DE TURISTAS; 
IMATERIALIDADE DOS SERVIÇOS; COMPARABILIDADE)
• COMO MEDIR A PROCURA: FRONTEIRAS; HOTELARIA; INQUÉRITOS; 
BANCA
• COMO MEDIR A OFERTA : ENTIDADES DE LICENCIAMENTO E 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (Turismo Portugal, OMT,OCDE, EUROSTAT..)
Economia do Turismo
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INDICADORES RELEVANTES
PROCURA
✓ ENTRADAS – LIMITAÇÕES (DESPESAS DOS TURISTAS; NÃO DISTINGUE; ORIGEM
DOS TURISTAS; TURISMO INTERNO)
✓ DORMIDAS – LIMITAÇÃO (HOTELARIA NÃO RECENSEADA)
✓ RECEITAS (DESPESAS EFECTUADAS NO PAÍS PELOS VISITANTES ESTRANGEIROS,
INCLUINDO TRANSPORTES PAGOS ÀS EMPRESAS NACIONAIS)
✓ DESPESAS (GASTOS DOS RESIDENTES NAS VIAGENS AO EXTERIOR-
TRANSPORTE,CONSUMO) LIMITAÇÕES: DESPESAS DE TRANSPORTES SÃO
IMPUTADOS À RUBRICA “TRANSPORTES”, TURISMO EXTERNO)
✓ RELEVÂNCIA: BALANÇA TURÍSTICA - ( RECEITAS/DESPESAS)
1. PAÍS RECEPTOR (BT > 1)
2. PAÍS EMISSOR (BT < 1)
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INDICADORES RELEVANTES
PROCURA
✓ PERMANÊNCIA MÉDIA: PM= DORMIDAS TOTAIS / Nº TURISTAS (TIPOS DE
VIAGENS)
✓ INDICE PREFERÊNCIA: IP=Nº TURISTAS CHEGADOS A UM LOCAL / Nº GLOBAL
TURISTAS NO PAÍS (QUOTA REGIÃO)
✓ ÍNDICE SAZONALIDADE: Is = Nº ENTRADAS MESES MAIOR FLUXO / Nº
ENTRADAS DURANTE O ANO
✓ TAXA PARTIDA: TP =PESSOAS PASSAM FÉRIAS FORA RESID. HABITUAL + 4 DIAS /
POP. TOTA L (NÍVEL DESENVOL.)
Economia do Turismo
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INDICADORES RELEVANTES DE OFERTA
OFERTA
✓ CAPACIDADE ALOJAMENTO: Nº CAMAS / QUARTOS *Nº DIAS – 30 OU 365
(OFERTA)
✓ TAXA OCUPAÇÃO: TO = (Nº DORMIDAS / Nº CAMAS * 365 ) *100
(RECEITAS POTENCIAIS)
TO = ( Nº QUARTOS OCUPADOS / Nº QUARTOS * 365) * 100
✓ ÍNDICE SATURAÇÃO TURISTICA: IST = Nº TURISTAS / POP. RESIDENTE TOTAL 
(POTENCIAL CRESCIMENTO)
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ESTATÍSTICAS DE OFERTA - PORTUGAL
Economia do Turismo
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ESTATÍSTICAS DE PROCURA - PORTUGAL
Economia do Turismo
ESTATÍSTICAS DE PROCURA - PORTUGAL
Economia do Turismo
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ESTATÍSTICAS DE PROCURA - PORTUGAL
Economia do Turismo
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ESTATÍSTICAS DE OFERTA - PORTUGAL
Economia do Turismo
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ESTATÍSTICAS DE OFERTA - PORTUGAL
Economia do Turismo
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INOVAÇÃO E OFERTA TURÍSTICAS
➢Inovação diferente de criatividade (diferença entre criar e pôr na prática)
Pode-se ser inovador sem ser criador (da inovação à invenção: inovação é um 
conjunto de processos a invenção é a sua apropriação ou não) 
➢O carácter “novidade” não implica necessariamente progresso.
9 em cada 10 inovações não passam disso mesmo. 
➢Inovação não é sinónima de sucesso
As TI vieram perturbar o mundo da distribuição turística. 
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DINÂMICAS DA PROCURA E DA 
OFERTA
• IMPULSO DADO À ACTIVIDADE: APOIOS PÚBLICOS ÀS INFRA-
ESTRUTURAS E AO DESENVOLVIMENTO 
• DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA (CRESCIMENTO OFERTA)
• PROCURA CONCENTRADA (REGIÃO) ( MERCADOS EMISSORES DE 
PROXIMIDADE)
• CRESCIMENTO RECEITAS TURÍSTICAS 
• CRESCIMENTO DO PRODUTO (LÓGICAS CONTRADITÓRIAS)
Economia do Turismo
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POSICIONAMENTO DOS HOTÉIS- PORTUGAL
Economia do Turismo
Turismo: a importância da
Procura (O Turista); Abordagem 
Teórica
Economia do Turismo
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• Procura Turística
• Modelos de escolha
• Escolha consumo/lazer
• Escolha entre despesa em turismo e noutros bens
• Problemas com análise clássica
PROCURA TURÍSTICA - TEORIA
Economia do Turismo
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Procura Componentes de ligação Oferta no destino
1. Determinantes
2. Motivações
3. Comportamentos de 
compra
1. Transportes
2. Intermediários das viagens
3. Intermediários de marketing
1. Atracções
2. Serviços / 
equipamentos/ estruturas
3. Infra-estruturas
• Estrutura que mostra a interação entre a procura turística, os
elementos de ligação entre procura e oferta turística no destino.
RELAÇÕES PROCURA - OFERTA
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• Existe o bem turismo, então temos de saber o que é a função de procura
turística.
• O turismo é apenas um dos inúmeros bens e serviços integrantes do cabaz de
consumo de um consumidor.
• A função utilidade turística: a utilidade em turismo é a capacidade que os bens
turísticos reúnem para satisfazer as necessidades relacionadas com o consumo
turístico.
• O turismo, tal como qualquer outro mercado, observa os princípios habituais
da utilidade marginal decrescente e da maximização da utilidade, i.e. a
utilidade turística cresce à medida que aumenta a quantidade de bens e
serviços que consumimos até chegar a um ponto tal em que o consumo do
bem ou serviço já não proporciona qualquer acréscimo de satisfação/utilidade;
FUNÇÃO PROCURA E UTILIDADE
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• Os turistas maximizarão a sua utilidade: aumentarão o seu consumo até ao momento em que
a sua utilidade marginal é nula. Na figura abaixo observa-se que a f(U) é crescente até ao
ponto S, onde se atinge o máximo da utilidade possível a retirar-se do consumo do bem.
Neste ponto a utilidade marginal é nula, estamos no ponto de saciedade.
 
Utilidade 
Total 
Q 
S 
f(U) 
FUNÇÃO UTILIDADE TURÍSTICA
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• Na utilidade turística procura-se estabelecer uma relação ordinal, já conhecida
da teoria do consumidor como o mapa de indiferença.
• Das várias alternativas de consumo com que o turista se defronta estabelece uma
ordem de preferência, ex:
• Zonas de destinos de férias: praia, neve, campo;
• Formas de alojamento: hotel, pensão, parque de campismo;
• Meio de transporte: automóvel, avião, comboio.
• O problema da maximização da utilidade turística só se resolve com recurso à
restrição orçamental.
• O consumo de bens turísticos está condicionado pela variável tempo. No
mercado turismo, a existência de tempo livre é uma condicionante indispensável
para a realização do acto de consumo.
FUNÇÃO DE PREFERÊNCIA - TURISMO
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• Exemplo
• Y: nº de vezes que se vai jantar fora
• X: nº de dias de férias
• No limite, o consumidor escolhe entre ir de férias o mês inteiro e só jantar 
fora 5 vezes; ou jantar fora todos os dias e só gozar uma semana de férias.
• As várias combinações possíveis entre X e Y que proporcionam igual 
satisfação/utilidade representam-se na curva de indiferença U1.
 
U1 
 (X*,Y*) 
X 
Y 
RESTRIÇÕES À MAXIMIZAÇÃO: TEMPO E RENDIMENTO
Economia do Turismo
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 A escolha ótima entre lazer e rendimento (consumo).
 A escolha de um indivíduo em passar as férias no estrangeiro depende do seu rendimento 
disponível. O rendimento disponível depende do número de horas de trabalho 
remunerado.
 Aqui assume-se que a escolha que cada trabalhador enfrenta diz respeito ao número de 
horas que deve trabalhar por dia.
 A alternativa a trabalhar é gastar o tempo em “atividades de lazer”
 Lazer inclui divertimentos, dormir, comer ou qualquer outra atividade para além do 
trabalho remunerado.
MODELOS DE ESCOLHA
Economia do Turismo
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• A escolha neste contexto é entre dois bens que podem ser designados por
“Rendimento” (M) e “Lazer” (L). Na figura abaixo está ilustrada a restrição
orçamental em que w representa a taxa salarial por hora de trabalho.
 
15h 
24hw 
Re
nd
im
en
to,
 Co
nsu
mo
 
Horas de Trabalho 24h 
E 
Lazer 
9hw 
M 
L 
-w 
RESTRIÇÃO ORÇAMENTAL– W/L
Economia do Turismo
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 As diferentes combinações de consumo/rendimento e lazer estão ilustradas na 
linha CBL na figura em baixo.
 
Lazer 
E I2 
D 
I1 
B 
C 
Re
nd
im
ent
o, 
Co
nsu
mo
 
L1 L2 L 
ESCOLHA CONSUMO/LAZER
Economia do Turismo
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 O consumidor tem de decidir a combinação preferida do consumo de
turismo e outros bens. Assim como na combinação preferida de
diferente tipos de turismo.
Se Londres e Paris são encaradas como complementares, proporções fixas de rendimento serão
alocadas a cada.
Se Sydney e New York são substitutos perfeitos, ou se escolhe ir a Sydney ou a New York.
 
I 
Londres 
TP 
TL 
Paris 
 Sydney 
I 
New York 
TS 
TNY 
ESCOLHA ENTRE DIFERENTES TIPOS DE TURISMO
Economia do Turismo
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 Esta análise é muito importante para os operadores turísticos e políticos.
• Turismo bem normal;
• Turismo bem inferior;
• Turismo bem de luxo;
• Turismo bem de necessidade;
• Bens complementares;
• Bens substitutos.
EFEITOS PREÇO E RENDIMENTO
Economia do Turismo
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• A teoria económica clássica utiliza assunções que limitam muito a análise da
procura turística.
• A utilização de outras disciplinas (sociologia, psicologia) e recentes abordagens
na teoria económica (economia experimental) tem enriquecido muito as
decisões da procura turística.
PROBLEMAS COM A ANÁLISE CLÁSSICA
Economia do Turismo
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 Função procura turística típica;
 Caracterização das elasticidades mais importantes;
 Factores determinantes da procura turística em geral (estruturais, conjunturais e 
psicossociais).
• Cunha, L. (2013) – capítulo 4.
ELEMENTOS A TER EM CONSIDERAÇÃO -PROCURA
Economia do Turismo
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• Os consumidores fazem as suas escolhas de consumo com base em motivações
objectivas e subjectivas. Exemplo de uma motivação objectiva é o rendimento e
de subjectiva são os gostos, preferências do consumidor.
• O consumo do bem turismo depende de vários factores, tais como:
• Preço (Pt)
• Rendimento disponível (Yd)
• Preço de outros bens (Pi)
• Gostos e preferências dos consumidores (G)
• Taxa de câmbio (E)
• Custos de transporte (CT)
FUNÇÃO PROCURA TURÍSTICA TÍPICA
Economia do Turismo
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 Assume-se geralmente que o turismo é um bem que a procura diminui com o 
aumento do preço (Pt), aumenta com o aumento do rendimento (Yd) e com o 
aumento dos preços dos bens alternativos (Pi).
 Os gostos e preferências (G) influenciam o comportamento da procura turística. 
O sinal de influência na procura turística é variável, indefinida.
 A taxa de câmbio (E) pode afectar a procura turística se o turismo for no 
estrangeiro. A influencia será negativa.
 Os custos de transporte também influenciam a procura turística negativamente.
VARIÁVEIS E PROCURA TURÍSTICA
Economia do Turismo
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• Estes comportamentos-padrão podem ser agrupados na seguinte função da
procura turística:
Em resumo, das variáveis explicativas da função procura de turismo, a
influência positiva esperada é de Pi e Yd, a influência negativa espera-se que
seja de Pt, E e CT e indefinido temos G.
 
Preço bens 
turísticos 
Preço outros 
bens 
Rendimento 
disponível 
Tx. câmbio 
Custos de 
transporte 
Gostos 
(preferências) 
D =f (Pt, Pi, Yd, E, CT, G) 
FUNÇÃO TÍPICA – VARIÁVEIS EXPLICATIVAS
Economia do Turismo
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• Em turismo as motivações do consumidor são distintas das que se verificam nos outros
mercados. É frequente verificar-se no turismo de luxo que a procura turística não
diminui quando o preço aumenta ou o rendimento disponível diminui.
• Efeito Veblen também conhecido pelo efeito de ostentação ou demonstração: em certas
circunstancias, a procura poderá aumentar com o aumento dos preços.
• A consideração deste aspeco poderá ser importante para agentes de mercado que se
situem em segmentos muito específicos da oferta, com clientes muito exigentes e com
uma restrição orçamental pouco ativa.
• Visto o turismo não se tratar de um bem essencial, por vezes o aumento do rendimento
não se reflete no aumento da procura.
MOTIVAÇÕES DO CONSUMIDOR TURISTA
Economia do Turismo
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• Quando a procura turística se comporta conforme a lei da oferta e da procura, a
curva da procura é decrescente, i.e. apresenta um comportamento de sinal
contrário face a variações do preço do turismo (PT), representada conforme a
figura abaixo;
 PT 
Q=f(PT) 
FUNÇÃO PROCURA – EFEITO-PREÇO
Economia do Turismo
36
 A função da procura turística-rendimento é uma função crescente: a procura reage no
mesmo sentido face a variações de rendimento.
 A procura-rendimento não começa na origem dos eixos.
 Y 
Q=f(Y) 
Q 
ESTATÍSTICAS DE OFERTA - PORTUGAL
Economia do Turismo
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 A procura turística concorre com a poupança e o consumo de outros bens e serviços.
 Podemos representar do seguinte modo:
 
Rendimento (Y) 
Bens Essenciais (C) Rendimento 
Disponível para 
Consumo Turístico 
(Yd = Y-C) 
Consumo Turístico 
(Ct) 
Poupança (S) 
FUNÇÃO PROCURA – EFEITO-RENDIMENTO
Economia do Turismo
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• O valor do consumo turístico corresponde ao quantitativo monetário do
conjunto de bens e serviços consumidos pelos turistas durante a sua deslocação
e permanência no local de destino.
• Despesas de consumo turístico:
–Deslocação (transportes, alimentação,...)
–Local de Destino (alojamento, entretenimento,...)
–Antes da deslocação (compra de equipamentos, livros turísticos,...)
–Outras.
• A diversidade das tipologias de consumo, fazem o consumo turístico de difícil
mensurabilidade.
COMPOSIÇÃO DAS DESPESAS TURÍSTICAS
Economia do Turismo
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• A procura turística reage a variações de preço e/ou de rendimento, uma vez que
são estes os factores que mais influenciam a procura turística.
• No turismo não se pode apontar um padrão genérico para a elasticidade da
procura, uma vez que esta depende do segmento de consumidores analisados.
• Segmento de consumidores de rendimentos elevados, a procura poderá ser
inelástica;
• Para o segmento de consumidores de rendimento baixo ou médio, a procura é
em geral elástica uma vez que para este consumidores a RO desempenha um
papel activo nas suas escolhas.
ELASTICIDADE DA PROCURA TURÍSTICA
Economia do Turismo
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• Idêntica análise poder-se-á fazer em relação ao rendimento. Variações no
rendimento influenciam o consumo turístico.
• Para a maioria da população o turismo constitui um bem de luxo, o qual
manifesta uma elevada sensibilidade da procura face a variações no
rendimento, i.e. a procura-rendimento turística é geralmente elástica.
• Para o segmento com maior nível de rendimento, a procura turística é
menos sensível perante variações no rendimento: se o rendimento baixa,
não se renuncia a viagens.
ELASTICIDADE PROCURA-RENDIMENTO
Economia do Turismo
41
• A procura turística é também influenciada pelas preferências dos
consumidores as quais dependem também dos preços de outros bens
susceptíveis de substituírem o consumo turístico.
• A elasticidade procura-preço cruzada mede a intensidade com que substitui o
consumo de turismo por outro bem.
• Esta elasticidade é mais elevada junto das camadas com menor nível de
rendimento.
• Em geral são os bens com substitutos próximos que apresentam uma procura
mais elástica.
ELASTICIDADE PROCURA-PREÇO CRUZADA
Economia do Turismo
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Elasticidade da Procura/Rendimento em diferentes tipos de turismo.
 
Rendimento 
Procura de Turismo 
Y0 
Y1 
Turismo de negócios 
Turismo de convenções 
Férias 
Segundas residências 
VFR 
ELASTICIDADES PROCURA-RENDIMENTO DIVERSAS
Economiado Turismo
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• eA = 4,2% > 1 bem de luxo, é muito sensível a aumentos de rendimento..
• eB = 0,6 % > 0 bem normal, mas responde de uma maneira rígida a
aumentos do rendimento.
Individuo Yt Rendimento 
anual 
Dt Procura 
Turística 
% Rendimento 
em turismo 
Yt+1 Rendimento 
anua 
Dt+1 Procura 
Turística 
A 2100 70 3.3% 2310 100 
B 14000 1500 10,7% 15400 1600 
 
ELASTICIDADES PROCURA-RENDIMENTO: EXEMPLO
Economia do Turismo
44
• Os determinantes da procura turística agrupam-se nas seguintes categorias:
–Estruturais: são aqueles que definem a tendência da procura médio e longo
prazo e que se encontram ligado ao processo de crescimento económico;
–Conjunturais: são os que influenciam a procura num determinado
momento, exemplo: catástrofe natural, terrorismo, etc.
–Psicossociológicos: são aqueles que actuam permanentemente e tem carácter
dinâmico, pertencem ao domínio subjectivo das preferências do consumidor,
sendo por isso difíceis de quantificar.
DETERMINANTES DA PROCURA: OUTROS
Economia do Turismo
• ESTRUTURAIS:
- demografia (crescimento populacional; estrutura etária)
- desenvolvimento económico (riqueza; atitude perante lazer; 
comportamento oferta)
- tempo trabalho: mais férias; mais descanso..
- densidade populacional (condições de vida; urbanização; relações sociais
- progresso tecnológico (transportes; informação/comunicação)
DETERMINANTES DA PROCURA: ESTRUTURAIS
Economia do Turismo
• CONJUNTURAIS:
- alterações de preços; taxas de câmbio; convulsões politicas; catástrofes…
• PSICOSSOCIAIS: extra económicos ( preferências)
- hierarquia das necessidades ( patamares de necessidades)
- diferentes motivações psicológicas para turismo ( aventureiro; psico-cêntrico; --
----
- motivação social (interacção grupo)
- consumo “ostentação”( aumenta o preço e aumenta a procura)
DETERMINANTES DA PROCURA: CONJUNTURAIS E 
PSICOSSOCIAIS
Economia do Turismo
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• Sinclair e Stabler, cap. 2; cap. 3: Empirical Studies of 
• Tourism Demand
• Cunha, L. (2013) – capítulo 4 
ESTUDOS EMPÍRICOS DAS PROCURA
Economia do Turismo
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• Analisar os modelos que têm sido utilizados para estimar a procura turística.
• Os estudos empíricos ajudam a perceber o padrão do comportamento da procura turística e a sua
sensibilidade a alterações das variáveis das quais depende.
• Exemplo: estudo da sensibilidade da procura ao rendimento do pais de origem dos turistas, à taxa
relativa de inflação e à taxa de cambio entre os países, de origem e de destino.
• Toda esta informação é importante para o sector público e privado ligado ao turismo.
• Nos estudos empíricos, as estimativas correctas são obtidas apenas se a especificação teórica do modelo
subjacente é apropriado e de acordo com a realidade que tenta retratar.
• O processo de tomada de decisão por parte dos consumidores é crucial de modo a garantir que as
estimativas do modelo empírico não tenham implicações politicas erradas.
MODELOS E ESTUDOS EMPÍRICOS
Economia do Turismo
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• Analisar 2 tipos de modelos econométricos utilizados para caracterizar a
procura turística:
• 1. Modelo de Equação Única;
• 2. Modelo de Sistema de Equações.
• Relevância dos 2 métodos para a estimação em previsão da procura do
turismo.
MODELOS ECONOMÉTRICOS DA PROCURA
Economia do Turismo
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• Explicação teórica da utilização de cada variável independente no modelo
econométrico.
• Técnica econométrica utilizada para estimar a relação entre a procura turística e
cada um dos seus determinantes.
D = f(x1, x2, x3,...)
– Onde D é a procura turística;
– x1, x2, x3,... são as variáveis explicativas da procura.
• A questão teórica é saber que variáveis utilizar para caracterizar a procura.
MODELOS ECONOMÉTRICOS – EQUAÇÃO ÚNICA
Economia do Turismo
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 Vantagens deste modelo:
 Fácil de utilizar;
 Produz informação útil: pode-se quantificar o quanto a alteração de uma variável afeta 
a procura através do cálculo das elasticidades.
 A elasticidade pode ser calculada para diferentes intervalos de tempo. Aqui quer-se 
mostrar a diferença entre as respostas de curto prazo e longo prazo da procura a 
alterações do rendimento.
 Esta informação pode ser de grande valor para a definição de politicas, por exemplo 
definir o intervalo de tempo em que determinada medida politica de reajuste pode 
ou deve ser aplicada.
 Desvantagens do modelo: a equação mal especificada por causa da inclusão de variáveis 
inapropriadas à explicação da procura turística e /ou por causa da omissão de variáveis 
explicativas à procura resultados espúrios.
MODELOS EQUAÇÃO ÚNICA - VANTAGENS
Economia do Turismo
52
• Exemplo de estimação do modelo da equação única:
Dij = f(Yi, Pijk, Eijk, CTijk, DV)
Onde:
• Dij é a procura turística de origem i para o destino j
• Yi é o rendimento do consumidor na origem i
• Pijk é o preço em i relativo a j relativo ao destino concorrente k
• Eijk é a taxa de câmbio entre i e j e o destino concorrente k
• CTijk é o custo de transporte entre i e j e o destino concorrente k
• DV é uma dummy que considera eventos especiais como por 
exemplo um evento desportivo ou uma rebelião politica, etc...
MODELOS EQUAÇÃO ÚNICA - EXEMPLO
Economia do Turismo
53
• Gray (1966) estimou a saída de turistas dos EUA e do Canada e 
verificou que a elasticidade procura-rendimento variava entre 4.99 e 
7.01;
• Tremblay (1989) estimou uma elasticidade procura-rendimento para 
Portugal de 11.35;
• As diferenças de elasticidade encontradas entre os diferentes estudos 
da procura turística justificam-se visto os valores respeitarem a 
diferentes origens e destinos, intervalos de tempo, as medidas de 
procura serem em termos de despesa ou nº de visitas, etc...
ESTUDOS EMPÍRICOS
Economia do Turismo
54
• Variáveis utilizadas nos estudos econométricos:
–Rendimento Disponível;
–Preços Relativos e Taxa de Câmbio;
–Valores lagged da procura;
–Custos de transporte;
–Outras variáveis explicativas.
ESTUDOS EMPÍRICOS
Economia do Turismo
55
 A maioria dos estudos tem considerado que a procura turística depende do rendimento
disponível do período corrente, mas não do rendimento passado ou esperado para o futuro.
 As decisões de consumo são feitas em contexto de incerteza, de informação imperfeita,
rendimentos esperados, factores que limitam o consumo corrente. O consumo depende de
uma combinação do nível de rendimento passado, corrente e futuro.
 Tipo de expectativas do consumidor: se são forward-looking, os indivíduos antecipam
alterações do futuro rendimento, mas se são backward-looking definem o consumo actual
com base no rendimento passado.
 Se os consumidores de turismo são backward-looking, a equação deveria incluir valores
passados (lagged) do rendimento.
 Se os consumidores são forward-looking, o consumo de turismo deveria depender o
valor presente descontado do rendimento futuro.
RENDIMENTOS DISPONÍVEL - EXPETATIVAS
Economia do Turismo
56
 A teoria mostra que a procura turística depende não só do preço do turismo, assim como no preço
de outros bens e serviços.
 O turismo também pode ser um bem substituto e complementar de outros bens.
 Esta relação de preços não tem sido considerada, muitas das vezes por falta de dados.
 Em relação ao turismo internacional, a taxa de câmbio desempenha um papel fundamental na
decisão da escolha turística.
 Elasticidades estimadas para a procura-preço turística do Reino Unido variou entre 0.23 para a
Áustria e 5.6 para a Grécia.
 Tremblay (1989) estimou as elasticidades procura turística taxa de cambio entre 0.63 (Alemanha) e
4.6 (Portugal).
PREÇOS RELATIVOS E TAXA DE CÂMBIO
Economia do Turismo57
• A procura turística para um determinando local depende da procura de
períodos passados.
• Quanto mais informação os consumidores têm sobre um local, maior será a
procura. Este efeito de mais informação pode ser incluído através da variável
lagged da procura turística.
Custos de transporte
• Alguns estudos estimaram um valor negativo e estatisticamente significativo.
Kliman estimou as elasticidades procura-custo de transporte para o Canadá a
variarem entre 0.94 para a Itália e 3.09 para Portugal.
Outras variáveis explicativas
• Gastos em Marketing;
• Dummies que retratam eventos, como os jogos olímpicos e golpes de estado.
VALORES LAGGED DA PROCURA
Economia do Turismo
58
 O sistema de equações tem sido utilizado para estimar a procura turística num
conjunto de países destinos de consumidores de um conjunto de países de
origem.
 Este modelo tem uma base teórica sólida, formulada a partir da teoria da
escolha do consumidor. Este modelo permite assim a generalização do
comportamento individual do consumidor representativo.
 O sistema de equações assume que as decisões são tomadas em 2 fases:
 1ª O consumidor escolhe entre um conjunto amplo de bens e serviços,
como por exemplo: alimentação, habitação e turismo.
 2ª Decide entre bens turísticos, exemplo: férias na Europa, EUA ou Ásia.
MODELOS – SISTEMA DE EQUAÇÕES
Economia do Turismo
59
 O Modelo Almost Ideal Demand System (AIDS) incorpora os axiomas da 
escolha do consumidor e o rendimento do consumidor :
 =fracção do orçamento despendido pelos rendimentos do pais de origem i 
no pais de destino j.
 = nível de preços no país de origem i.
 X = orçamento disponível para o turismo pelos residentes do país de 
origem i.
 P índice de preços dos países de destino j.
ijw
iP
)ln(ln
1 P
X
Pw i
n
i
iijiij  


SISTEMA DE EQUAÇÕES- EXEMPLO
Economia do Turismo
60
 Este modelo considera o papel da despesa (RO) e dos preços na
determinação da procura turística, de acordo com os fundamentos
microeconómicos do turismo.
 O objectivo deste modelo de sistema de equações é diferente do modelo da
equação única.
 O modelo de equação única preocupa-se em explicar a despesa agregada em
turismo e não a sua distribuição por local ou tipo de turismo.
 O modelo AIDS examina a procura turística e tem como vantagem de se
basear explicitamente na teoria da escolha do consumidor de ser formulado
de uma maneira consistente com a agregação do consumidor individual para a
procura de mercado.
 Este modelo evita assim resultados não centrados devido a uma base teórica
inapropriada.
Modelo Almost Ideal Demand System (AIDS)
Economia do Turismo
61
 O modelo estima as elasticidades procura turística – preço e rendimento.
 A estimação das elasticidades tem implicações para a estratégia das
empresas e para políticas no sector turismo.
 Elasticidade procura-rendimento negativa para um determinado local
turístico;
 Tomar medidas para tornar o local mais atractivo e assim a
elasticidade aumente;
 Uma elasticidade procura-preço elevada (maior do que a unidade) poderá
ser preocupante nos países com elevada taxa de inflação ou desvalorização
da taxa de cambio.
 As elasticidades procura-preço cruzadas que indicam a substituição ou
complementaridade dos destinos ou tipos turísticos.
Modelo Almost Ideal Demand System (AIDS)
Economia do Turismo
62
• O modelo AIDS é geralmente considerado flexível na forma de representar as
preferências do consumidor;
• Consumo e o rendimento escolhas independentes e como foi demonstrado nos
fundamentos micro, são escolhas feitas simultaneamente.
• Comparando com o modelo de equação única, este modelo é menos flexível.
• A estrutura dinâmica (inclusão de variáveis lagged) tem de ser estandardizada.
• Os resultados empíricos geralmente indicam a violação dos axiomas de
homogeneidade e simetria da escolha do consumidor.
• Concluindo, vimos como a teoria económica pode contribuir para a explicação e
análise da procura turística e para avaliar os estudos empíricos.
MODELO AIDS – VANTAGENS E 
DESVANTAGENS
Economia do Turismo
ELASTICIDADES-RENDIMENTO PARA O
MEDITERRÂNEO

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