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Integração Vertical: Uma decisão de eficiência produtiva ou uma medida de bem-estar social? Catarina Lagem Abrantes1, Catarina Ferreira2, João Pedro Meira3, Marta Rodrigues4 1 Faro, cmlas@iscte-iul.pt 2 Odivelas, crfae@iscte-iul.pt 3Portalegre, jpdcm@iscte-iul.pt 4Moita, msbrs@iscte-iul.pt ABSTRACT This paper aims to study the concept of Vertical Integration, namely through its main advantages for companies and final impacts on the market as a whole (i.e. on producers, consumers and, consequently, on social welfare). In this way, based on the three main advantages of vertical integration, it was intended to carry out an in-depth study of the three types of vertical integration resulting from them: Outsourcing, Offshoring and Franchising. In this sense, a small microeconomics’ analysis was made in order to show the impacts of vertical integration (in general) on the market, taking into account concepts such as transaction costs, price elasticity of demand and market power exercised by the company. Thus, the greater the market power and the more rigid the price elasticity of demand, the lower the social welfare in the end. With regard to Outsourcing, Offshoring and Franchising, a detailed research was done based on case studies of real companies (namely Portuguese, such as Parfois, Jerónimo Martins, A Matos Car and Galp) in order to draw some main conclusions. In what concerns to outsourcing, it consists in the hiring of external companies to perform tasks in a company that previously performed them on its own. Most of the companies use it on a daily basis (with an average of 70% in Europe), predominating in the areas of hygiene, cleanliness and also security (in Portugal). Parfois is an example of a Portuguese company that uses outsourcing through partnerships in the transportation and logistics of its products. Regarding offshoring, it is the relocation of a company’s production from one region to another, with the aim of reducing production costs (such as labor, logistics and distribution costs) as well as the tax burden. With offshoring, a company is effectively able to reduce the taxes paid by transferring them to the country of destination. This is reflected, on the other hand, by a decrease in the value of the revenues of the state belonging to the company’s country of origin. With regard to franchising, it is only possible in the presence of a large company with great recognition in the market, allowing its maximization of profits through franchises. To the franchised company, the advantages of franchising overcome the disadvantages considered by some authors, since the company has a certain guaranteed demand and is not subject to a high market competition. Franchising pushed to the limit, with the imposition of geographically distributed exclusive contracts, can create scenarios of great control of demand by the franchised company, which will materialize in a problem of abuse of dominant position and, in the extreme limit, of monopoly. KEYWORDS: Industrial Economics, Vertical Integration, Outsourcing, Offshoring, Franchising. 1. INTRODUÇÃO O presente relatório foi elaborado por alunos do terceiro ano da licenciatura em Economia do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, no âmbito da Unidade Curricular de Economia Setorial, lecionada pela Professora Doutora Mónica Meireles, tendo como objetivo o estudo do conceito de Integração Vertical. A integração vertical constitui um fenómeno bastante utilizado por inúmeras empresas nos dias de hoje, tendo como intuito a extensão das várias atividades da sua cadeia de produção, de modo a que esta possua um maior controlo sobre as mesmas e retire benefícios e vantagens para si própria que, doutra forma, não seriam possíveis de se alcançar. Neste relatório, pretendeu-se dar ênfase a três principais vantagens da integração vertical (eliminação de custos de transação, redução de custos e contorno do sistema fiscal e garantia de reputação da marca), das quais surgem, respetivamente, três tipos de integração vertical: o Outsourcing, o Offshoring e o Franchising. O outsourcing, sendo considerado uma ferramenta de gestão bastante poderosa em gestão estratégica, permite criar oportunidades para o uso de recursos que, de outra forma, não se conseguiriam atingir, bem como ampliar a capacidade operacional e assegurar a inovação e atualização do processo produtivo de uma dada empresa-mãe. Muitas das vezes é confundido com o conceito de parcerias público-privadas sendo que, por isso, se achou relevante proceder a uma pequena definição entre ambos os conceitos. O offshoring tem como principal intuito o aumento da vantagem competitiva de uma dada empresa e quatro principais motivações do lado da procura, nomeadamente a procura de recursos, de mercados, de eficiência produtiva e de oportunidades para a aquisição ou consolidação de ativos estratégicos. Com o franchising, a empresa-mãe consegue estender a sua cadeia de produção até à fase de distribuição, garantindo iguais formas de comercialização de produtos, de prestação de serviços e de gestão das empresas posteriormente designadas de franchisadas. Pretendemos também proceder a uma demonstração e posterior análise microeconómica sobre os efeitos que um processo de integração vertical produz no mercado, nomeadamente sobre produtores, consumidores e bem-estar social (bem como sobre preços e quantidades transacionadas), tendo em conta conceitos como custos de transação (que serão sempre menores devido à integração vertical), elasticidade-preço da procura (rígida ou elástica) e poder de mercado exercido pela empresa em questão. 2. REVISÃO DE LITERATURA: INTEGRAÇÃO VERTICAL 2.1 Contextualização conceptual A integração vertical pressupõe que uma dada empresa-mãe assegure o controlo central e monitorização de toda a sua cadeia de produção e distribuição. Este é um conceito que se adequa aos três tipos de integração vertical que se pretenderam estudar neste relatório: Outsourcing, Offshoring e Franchising. Por um lado, a empresa-mãe monitoriza, fiscaliza e supervisiona o desempenho das empresas externas que executam partes do seu processo produtivo (outsourcing), por outro, mantém o controlo sobre a atividade produtiva das suas sucursais/filiais que se deslocalizam para outros países (offshoring) e, para além disto, ainda garante iguais padrões de gestão, prestação de serviços e/ou comercialização de produtos das empresas franchisadas (franchising). Deste modo, pode-se dizer que a integração vertical consiste na expansão e controlo das várias fases do processo produtivo, por parte de uma empresa inserida num determinado setor de produção. Este processo pode ser efetuado a montante1 (quando ocorre no sentido da retaguarda da cadeia de produção) e/ou a jusante2 (quando ocorre no sentido da vanguarda da cadeia de produção), sendo esta uma decisão da própria empresa, pois toda a estratégia empresarial depende dos seus contextos micro e macroeconómico e dos riscos potenciais que a empresa esteja disposta a defrontar. 1 A empresa prolonga a sua atividade passando a produzir alguns dos seus inputs. Por exemplo, quando uma empresa de automóveis também detém uma fábrica de pneus. 2 A empresa expande a sua atividade porventura até à fase de comercialização do produto. Por exemplo, quando uma empresa produtora de filmes possui uma outra empresa cujo negócio é uma cadeia de cinema. 2.2 Vantagens da Integração Vertical São diversas as vantagens decorrentes do processo de integração vertical, entre as quais se destacam a eliminação de custos de transação, a redução de custos e contorno do sistema fiscal e a garantia de reputação (da qualidade do serviço) da marca3. Segundo Slack et al. (1997) a principal questão de integração verticalpara qualquer empresa consiste em analisar se as vantagens que uma integração vertical confere, dado um determinado conjunto de circunstâncias empresariais, atendem aos objetivos de desempenho necessários para que a mesma consiga competir de forma mais eficiente nos mercados onde atua. É, portanto, a partir de cada uma destas vantagens, que serão apresentados neste relatório os três tipos de integração vertical já mencionados: Outsourcing, Offshoring e Franchising. 2.2.1 Eliminação de Custos de Transação A integração vertical tende a eliminar os custos de transação4 com fornecedores e distribuidores. Contudo, nem sempre esta eliminação será benéfica e significativa para uma empresa, dependendo assim da sua dimensão. No caso de uma empresa de pequena dimensão de comércio familiar, cada tarefa específica (por exemplo, de limpeza) tem um peso muito pequeno relativamente a toda a cadeia de produção. Assim, a contratação de outra empresa à qual se delegaria essa tarefa iria implicar custos de transação por unidade enormes. Deste modo, torna-se vantajoso este tipo de empresas procederem à integração vertical, no sentido de realizarem por si próprias todas as tarefas necessárias à produção. Já no caso de uma empresa de grande dimensão inserida num grande centro comercial, o incentivo para a integração vertical é pequeno, uma vez que o tamanho de cada tarefa no conjunto do processo produtivo é grande e, portanto, a contratação de outras empresas para uma dada tarefa implica baixos custos de transação por unidade, sendo melhor optar por esta última estratégia. 2.2.2 Redução de custos e contorno do sistema fiscal São também possíveis não só a diminuição de outros custos, nomeadamente de mão-de-obra, de logística e de distribuição, mas também a evasão fiscal. Esta última, no sentido em que uma empresa que detenha várias fases do seu processo de produção em diferentes países tem, efetivamente, a possibilidade de transferir os lucros de um país para o outro, modificando apenas os preços de transferência (preços aos quais vende os seus produtos de uma divisão para outra). Este processo faz com que a integração vertical possibilite à empresa uma redução dos impostos pagos e um aumento dos lucros, uma vez que transfere parte dos lucros dos países com maiores taxas de imposto para aqueles com menores taxas de imposto. 2.2.3 Garantia de reputação da marca A integração vertical até à fase de distribuição constitui uma mais valia para a empresa, no sentido de assegurar a reputação da sua marca. Os balcões Portugália vendem exatamente os mesmos produtos a uma qualidade uniforme e são uma referência em todo o país no mercado da restauração tendo, por isso, uma reputação a manter. Deste modo, os clientes possuem determinadas expectativas em relação aos produtos e serviços prestados nos balcões Portugália. Caso a Portugália não estivesse integrada verticalmente até à fase de distribuição (nomeadamente através do franchising), poderiam haver restaurantes independentes a operar sob a sua marca que prestassem um mau serviço e colocassem em causa o nome da mesma. 2.3 Tipos de Integração Vertical 2.3.1 Outsourcing O recurso ao outsourcing constitui uma tendência cada vez mais comum em empresas nas quais se pode optar pela escolha entre recursos próprios e recursos alheios. 3 Para além destas três vantagens, existem também: garantia da continuidade nos fornecimentos; aproveitamento de economias de escala; redução dos custos quando a procura e a produção são instáveis; e evitar a transferência de know-how ou informação confidencial. 4 Custos de contratos e a garantia de que estes são cumpridos. O outsourcing define-se como a contratação de empresas externas para realizar tarefas numa empresa que antes as realizava por si própria, estando tipicamente associado a funções como call centers, serviços informáticos, design e engenharia de componentes ou produtos e centros de distribuição. É uma ferramenta de gestão bastante poderosa em gestão estratégica, pois para além de criar oportunidades para o uso de recursos que de outra forma não se conseguiria alcançar, permite ampliar a capacidade operacional e assegurar a inovação e atualização do processo produtivo. O outsourcing permite às empresas assegurarem a inovação das tarefas específicas que são praticadas por empresas externas, caso contrário a empresa-mãe teria grandes dificuldades em acompanhar a evolução tecnológica nestas atividades, uma vez que não possui especialização para tal. O desenvolvimento do conceito de outsourcing associado à decisão make or buy parte do quadro conceptual da Teoria dos Custos de Transação (TCT5), segundo a qual os custos de transação são um elemento importante no que diz respeito às decisões económicas que contribuem para determinar a forma através da qual os recursos são colocados na economia, ao invés da alocação no mecanismo de mercado clássico. Esta teoria foi desenvolvida por Williamson (1979) ao defender a importância dos custos de transação. Tendo em consideração que uma das principais motivações para o outsourcing é a redução de custos e de modo a tomar a decisão acertada entre fazer ou comprar, devem ser considerados tanto os custos de produção como os custos de transação. De acordo com Williamson (1979), na maioria dos casos os subcontratados apresentam custos de produção menores, dadas as economias de escala e a sua experiência. No entanto, relativamente aos custos de transação, Williamson (1979) é da opinião de que o outsourcing gera custos de coordenação maiores. A Teoria dos Custos de Transação surge baseada na assunção de que os contratos são incompletos e os indivíduos oportunistas, identificando as características e funções da organização que lhes permitam minimizar os custos relacionados com a incerteza. Esta teoria admite que apenas fará sentido recorrer ao mercado (através da contratação de empresas externas) no caso de se tratar de um bem ou serviço secundário do qual a empresa não necessite frequentemente e que não esteja relacionado com grandes níveis de incerteza. 2.3.1.1 Outsourcing e Parcerias Público-Privadas Alguma da literatura analisada tende a associar o conceito de outsourcing ao conceito de parcerias público-privadas (PPP), especialmente quando este é referenciado no âmbito do setor público. Neste sentido, consideramos importante definir o conceito de parcerias público-privadas, distinguindo-o do conceito de outsourcing. O conceito de PPP consiste num modelo de contratação que assenta essencialmente na colaboração entre o setor público e o setor privado para o aprovisionamento de serviços públicos (Blöndal, 2005). Ambos os conceitos são facilmente confundíveis, uma vez que pressupõem a contratação de organizações externas para a execução de determinada atividade e/ou serviço. Contudo, estes modelos diferem no propósito, na duração e no modelo de financiamento. No modelo de contratação por outsourcing (no setor público), o Estado detém o controlo (parcial) sobre o serviço e/ou atividade e assegura o financiamento na sua totalidade. Este modelo não pressupõe uma parceria de longo- prazo, traduzindo-se numa contratação pontual de atividades e/ou serviços a organizações externas de acordo com as necessidades. Por outro lado, o modelo de contratação via PPP pressupõe sempre uma relação de longo-prazo. Nestes casos, o Estado paga um serviço ao setor privado que é responsável pela sua construção, gestão e financiamento. As PPP permitem a rápida construção de infraestruturas de grande impacto social, tendo como vantagem encargos reduzidos para o Estado no curto-prazo (Blöndal, 2005). Porém, vários riscos têm sido apontados, no longo-prazo, à adoção deste tipo de modelo de contratação. 2.3.2 Offshoring O offshoring consiste na deslocalizaçãoda produção de uma empresa de uma região para outra, com o objetivo de diminuir os custos de produção (tais como custos de mão-de-obra, logística e de distribuição), bem como a carga fiscal. A deslocalização de algumas atividades industriais dá-se devido à globalização e ao estado da economia que se vive na altura da própria deslocalização. O principal objetivo por parte das empresas é aumentarem a sua vantagem competitiva. 5 Conceito introduzido na teoria da organização por Williamson (1979) com base nos argumentos do artigo publicado em 1937 por Coase “The Nature of the Firm”. A atividade das empresas multinacionais no estrangeiro (offshoring) pode ser motivada pela procura de recursos, pela procura de mercados, pela procura de eficiência produtiva e pela procura de oportunidades para a aquisição ou a consolidação de ativos estratégicos. O offshoring motivado pela procura de recursos tem como principal objetivo a maximização do lucro e a competitividade com outras empresas, pois com esta medida as empresas procuram recursos com maior qualidade e a um custo inferior. Já o motivado pela procura de mercados dá muita importância ao fator localização, que pode ir muito além de uma simples redução de custos, nomeadamente no investimento no mercado de um determinado país tal como nos países adjacentes, com o objetivo de ser o único fornecedor. A procura de eficiência surge como um investimento com o intuito de promover uma maior eficiência através da especialização produtiva. A procura de ativos estratégicos consiste no aumento de ativos que a empresa detém, tendo em vista que, assim, impossibilita a expansão dos ativos detidos pelas empresas concorrentes. Os principais países destino do offshoring são a China e a Índia, seguidos de países como as Filipinas, Malásia, Israel e Irlanda. Contudo, isto irá depender das preferências existentes. Os EUA preferem os países latino- americanos (México e Brasil). Já os países do Euro preferem outros destinos, como a Rússia e a Europa Oriental. 2.3.3 Franchising O termo franchise surge da palavra francesa franche que significa “freedom from servitude”. Do ponto de vista empresarial, franchise consiste num acordo empresarial entre duas partes interessadas. Do ponto de vista económico, consiste num direito concedido a uma empresa para operar de acordo com a regulamentação imposta pela empresa que cede esse mesmo direito, daí ser considerado por muitos como “a granting of right”. Desta forma, o franchising é então um método de distribuição de bens e/ou serviços6, assente num acordo comercial contratual (franchise) estabelecido entre uma empresa-mãe – o franchisador – que concede um direito, isto é, uma licença de representação da marca a um indivíduo ou empresa – o franchisado – que fica autorizado a comercializar os produtos e/ou serviços produzidos pela empresa-mãe, de acordo com condições específicas que lhe assegurem a reputação da marca, dentro de um território exclusivo durante um período de tempo acordado, em troca de contribuições reais ou outras taxas7. Sendo o franchising uma forma de integração vertical que visa assegurar a reputação da marca, cuja representação é assumida por outros empresários, é possível a redução de custos logísticos e infraestruturais da empresa-mãe, assegurando-lhe uma rentabilidade variável, mas definida no contrato que realiza com o franchisado. O rendimento da empresa franchisadora é definido contratualmente e é composto por uma componente fixa, inerente à comissão de início paga pela empresa franchisada para representar a marca e por uma componente variável, que é determinada em proporção das vendas realizadas pela empresa franchisada (royalties). Em 2017, por exemplo, a comissão inicial paga por qualquer empresário que deseja representar a empresa de retalho alimentar “Meu Super” é de 85.000€, contratualizados com uma taxa de 10,5% das vendas, a cada ano. A maior parte dos contratos de franchising preveem que os custos logísticos e infraestruturais sejam assumidos pela empresa franchisada, sendo da responsabilidade da empresa franchisadora a assistência na organização, recrutamento e formação dos operacionais, a garantia de iguais padrões de merchandising, técnicas de marketing e modelos de gestão, através da transferência dos recursos necessários para o efeito. Se atentarmos novamente no exemplo do “Meu Super” ficamos a saber que a identificação e financiamento de um espaço com características espaciais e de acomodação impostas pela marca é da responsabilidade do franchisado. Todavia, o merchandising para as áreas da loja (Legumes, Talho, Peixaria, etc.), os produtos de marca própria, os fardamentos e a formação dos operacionais, o software utilizado, os métodos contabilísticos e de gestão de stocks, as técnicas para a exposição dos produtos e de comercialização dos mesmos, entre outros, são da inteira responsabilidade da empresa franchisadora. Para a determinação da taxa de royalty, isto é, a proporção das vendas do franchisado paga ao franchisador, a Teoria da Agência dá o seu contributo enunciando três modelos académicos que poderão explicar a forma de cálculo desta taxa. Segundo os modelos puros de risco compartilhado8, supondo que ambas as partes são avessas ao risco, franchisado e franchisador beneficiam do franchise. Isto é verificado empiricamente, na medida em que o franchisador possui um incentivo proveniente do facto de o rendimento obtido com o franchise ser superior àquele que obteria se o gestor da marca/loja fosse da empresa-mãe, dado que no franchising o rendimento desta depende do desempenho do franchisado, que por sua vez possui um incentivo para obter cada vez melhores resultados, por forma a aumentar o seu rendimento. De acordo com este modelo, sendo ambas as partes avessas ao risco, a taxa de royalty 6 K. Mahmood A. (2015) 7 Justis and Judd (2004) 8 L. Francine (1992) aumentará quanto maior for o risco. Se o franchisador for neutro ao risco, este modelo implica que o mesmo deva explorar diretamente a sua marca. Nos modelos de risco moral unilateral8 pressupõe-se que os franchisadores não conseguem observar antecipadamente o comportamento dos franchisados, de modo a preverem o nível de vendas destes últimos. Assumindo um acesso desigual da informação, verifica-se um problema de risco moral do lado do franchisado que domina a informação acerca do volume de vendas que poderá efetuar, o que pressupõe que seja aplicada uma taxa de royalty fixa. Todavia, como o franchisador não é neutro ao risco, o mesmo acabaria por incorrer em perdas de rendimento, o que remete este modelo para um modelo de risco compartilhado. Uma outra explicação para os contratos de franchising ocorrerem através de um compartilha do risco é dada pelos modelos de risco moral bilateral8, segundo os quais se assume que existe um problema de risco moral inerente a ambas as partes. Do lado do franchisado pela informação que domina face ao volume de vendas que poderá efetuar e do lado do franchisador porque possui um domínio privilegiado sobre a informação inerente à influência e ao valor comercial da marca que está a franchisar. Desta forma, é necessário que existam incentivos de ambas as partes para que o franchise ocorra e, neste sentido, a taxa de royalty representará o fator de benefício mútuo para que o contrato exista. A Teoria da Agência apresenta ainda uma refutação à explicação tradicional de que o franchising resulta da necessidade de capital por parte da empresa-mãe. Esta explicação é recusada por Ozanne e Hunt (1971), que concluem que o franchisador deveria reduzir o número de franchises à medida que acumulava capital, o que não é comprovado com a análise dos dados. Também do ponto de vista empírico, através de um estudo de 1986 da revista Entrepreneurse verifica que, de entre os 1.114 franchisadores inquiridos, 323 estavam dispostos a financiar os seus franchisados, o que prova que a falta de capital não era uma razão para que, pelo menos 323 franchises existissem devido à falta de capital dos franchisadores. 2.4 Análise Microeconómica: impactos sobre consumidores e produtores Pretende-se, nesta secção, analisar os efeitos microeconómicos provocados pela existência de integração vertical, de acordo com o mecanismo de mercado clássico. Matematicamente, utilizar-se-ão curvas da procura não lineares, sendo que o preço de mercado final irá depender não só do custo (que irá decrescer), mas também da elasticidade-preço da procura (que poderá assumir qualquer valor positivo). Serão então assumidos os seguintes pressupostos: 1. Existência de Oligopólio; 2. Diminuição de custos decorrente da integração vertical; 3. Curva da procura não linear; 4. 𝑄 = 𝑃! ! 5. 𝜀! > 0 6. Os custos iniciais (𝐶!) serão de 1000 u.m. e os custos finais 𝐶! serão de 500 u.m. 𝑄 = 𝑃! ! ⇔ 𝑃 = 𝑄 !! ! 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑃.𝑄 = 𝑄 !! ! .𝑄 = 𝑄!! !! ! 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 (𝑅𝑚𝑔) = 𝜕𝑅𝑇𝜕𝑄 = 1 − 𝜀− 𝜀 .𝑄!! !! ! !! Porque estamos em Oligopólio, a receita marginal será igual ao custo marginal e, assim, iremos conseguir obter a expressão do preço de mercado (𝑃): 𝑅𝑚𝑔 = 𝐶𝑚𝑔⇔ 1 − 𝜀− 𝜀 .𝑄!! ! ! !! ! = 𝑐 ⇔ 𝑄 !! ! = 𝑐. − 𝜀1 − 𝜀 ⟺ ⟺ 𝑄 = 𝑐. − 𝜀1 − 𝜀 ! ! ⇒ 𝑃 = 𝑐. − 𝜀1 − 𝜀 ! ! !! ! ⇔ 𝑃 = 𝑐. − 𝜀1 − 𝜀 Se os custos vão baixar graças à integração vertical, o preço irá também baixar, algo que é bom para o consumidor. No entanto, a existência de poder de mercado por parte da empresa vai permitir a afetação do preço final por parte da mesma. Para que seja possível efetuar mais facilmente uma análise gráfica e retirar respetivas conclusões, passaremos para casos com curvas da procura lineares. Temos então dois casos: 𝜀! = 0.4 → Elasticidade-preço da procura rígida; 𝜀! = 2 → Elasticidade-preço da procura elástica. No caso da 𝜀! rígida, a empresa terá mais poder de mercado do que na 𝜀! elástica. O poder de mercado, por sua vez, vai-se refletir no preço9. Assumindo que a elasticidade-preço da procura é rígida ( 𝜀! = 0,4) e que 𝐶! = 1000 e 𝐶! = 500 obtemos: 𝑃! = 1000× !,!!!!,! = 285,7 u.m. – preço inicial 𝑃! = 1000× !,!!!!,! = 142,9 u.m. – preço final Esta situação pode ser reproduzida através da representação que consta da Fig.1 (em anexo). A partir dos dados obtidos e da análise da Fig. 1, ficamos a saber que o preço de mercado diminui com a diminuição dos custos de produção (algo que já era expectável). Todavia, tendo o oligopolista consciência de que a procura é rígida, não praticará o novo preço de mercado (142,9 u.m.), mas sim um preço superior a este e inferior a 285,7 u.m., de modo a conseguir captar mais excedente para si mesmo. Assim, quanto maior for o problema de abuso de posição dominante, maior será o benefício para o oligopolista em detrimento do benefício do consumidor. Teremos então um menor bem-estar social e, portanto, menos equitativo. Assumindo agora que a elasticidade-preço da procura é elástica ( 𝜀! = 2) e que 𝐶! = 1000 e 𝐶! = 500, concluímos que: 𝑃! = 1000× !!!! = 666, 6 u.m. 𝑃! = 1000× !!!! = 333, 3 u.m. Esta segunda situação está representada na Fig. 2 (em anexo). Deste modo, verificamos que a conclusão retirada da primeira situação não deve ser generalizada, na medida em que, se considerarmos uma elasticidade-preço da procura elástica, verificar-se-á igualmente uma diminuição do preço, a partir de uma diminuição dos custos de produção. Contudo, o oligopolista, tendo consciência de que a procura reage de forma imediata a alterações no preço, tenderá a praticar o preço de mercado resultante do modelo o que, de acordo com a nossa representação gráfica, nos permite concluir que ocorre um aumento das quantidades transacionadas, que se materializará num aumento do EC e diminuição do EP e, portanto, num maior bem estar social. 3. OUTSOURCING – UMA CONSEQUÊNCIA DA ELIMINAÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO 3.1 Outsourcing na Europa 9 De facto, em oligopólio, normalmente a elasticidade-preço da procura tende a ser rígida, uma vez que não existem muitas alternativas de escolha para o consumidor. De acordo com o Barómetro de outsourcing da Europa para o setor privado (2008) realizado pela Ernst & Young (EY), 70% das empresas europeias aplicam o regime de outsourcing em pelo menos uma função de negócio, ainda que o estudo diga respeito apenas a França, Bélgica, Itália, Reino Unido, Alemanha e Espanha, não incluindo Portugal na amostra. Os resultados revelam que o outsourcing é uma prática comum nos setores da banca e dos seguros, uma vez que 88% das empresas destes setores utilizam o outsourcing em pelo menos uma função (Ernst & Young, 2008). Através da Fig. 3 (em anexo), constatamos que a Bélgica é o país onde a proporção de empresas que utilizam o outsourcing (81%) é a mais elevada. No que concerne às funções em regime de outsourcing, a Bélgica surge novamente em primeiro lugar através de uma média de 5,3 funções. O caso francês é interessante, uma vez que apresenta a percentagem mais baixa de empresas que utilizam outsourcing (63%), mas é o segundo país que mais funções possui em regime de outsourcing. Relativamente às atividades em regime de outsourcing verificamos que, de um modo geral, as atividades externalizadas são de baixo valor organizacional, destacando-se as funções relacionadas com manutenção (76%), distribuição, transportes e logística (73%) e as funções de Tecnologicas da Informação e Comunicação (TIC) (68%), sendo as vendas, marketing e comunicação a função que é menos externalizada pelas empresas, com apenas 29% das mesmas a fazerem-no (Fig. 4 em anexo). 3.2 Outsourcing em Portugal Em Portugal, são poucos os estudos que investigam a aplicação do outsourcing. Ainda assim, importa destacar o estudo de Santos (1998).10 Santos (1998:130) verificou que cerca de 96% das empresas inquiridas já tinham utilizado outsourcing em pelo menos uma atividade e, destas, cerca de 91,2% das empresas recorrem ao outsourcing sistematicamente, enquanto que 8,8% recorrem apenas pontualmente (Figs. 5 e 6 em anexo). No que diz respeito às áreas ou atividades mais externalizadas, o autor constatou que aquelas que são maioritariamente externalizadas pelas empresas (Fig. 7 em anexo) são a higiene e limpeza (69,2%), a segurança (67,9%) e os serviços de auditoria (66,7%), destacando-se em último lugar o desenvolvimento de sistemas de software (47,8%) e a formação (47,8%). O autor também constatou que as empresas “concordam em absoluto” que o outsourcing, de uma maneira geral, é um instrumento de criação de valor e, destas, 41% “concordam em absoluto” que o outsourcing cria valor através da diminuição das necessidades de investimento, 28% atribuem a criação de valor à diminuição e repartição do risco e apenas 24% à diminuição dos custos (Fig. 8 em anexo). Por outro lado, é interessante constatar que, embora cerca de 56% das empresas concordem em absoluto que a maior vantagem do outsourcing consiste no facto de este permitir que as empresas se focalizem no seu negócio e que cerca de 52% das empresas considerem que o mesmo permite a flexibilização das estruturas e a mais rápida adaptação das empresas às alterações do meio envolvente, apenas 22,4% das empresas concordaram que o outsourcing permite a criação de vantagens competitivas. 3.3 Parfois – um exemplo português de Outsourcing Como exemplo de outsourcing temos o serviço de transporte realizado para a empresa portuguesa Parfois através de uma parceria com as 3PL (Third Party Logistics)11. Para a Parfois, a logística é considerada como uma das competênciaschave da empresa sendo por isso um alicerço ao sólido crescimento dos últimos anos. No processo de escolha de uma 3PL a notoriedade e a presença no mercado dos operadores são fatores cruciais a considerar, pois para a Parfois o objetivo estabelecido é o de elaborar parcerias com os melhores operadores na origem e/ou destino nos quais a empresa opera. O transporte é a atividade mais usada em regime de outsourcing e 10 Estudo que procurou compreender a dinâmica do outsourcing no contexto nacional, através de uma amostra de 165 empresas portuguesas, na qual 94% das empresas abrangidas eram privadas. O autor procurou saber que medida as empresas portuguesas recorrem ao outsourcing; há quanto tempo o fazem; com que frequência; qual a natureza das áreas externalizadas no passado e no presente; e em que áreas perspetivam vir a externalizar. O autor procurou ainda aferir o grau de concordância das empresas em relação a algumas afirmações frequentemente relacionadas com o outsourcing e as principais preocupações das empresas quando equacionam o recurso ao mesmo. 11 As empresas Third Party Logistics (3PL) procuram gerir todos os elementos chaves de ligação na cadeia de abastecimento do cliente, focando- se em primeiro lugar no transporte e armazenamento e em segundo lugar nos aspetos de distribuição, que podem ser ajustados conforme a necessidade do cliente, proporcionando-se outsourcing de serviços às empresas para a parte ou o todo da cadeia de abastecimento. representa 76% do orçamento logístico da empresa. Existem, no entanto, outras áreas desta atividade em que a empresa efetua outsourcing com 3PL, destacando-se cerca de 35% no armazenamento do produto acabado. O impacto que o uso de 3PL representa na empresa são a redução de custos, a diminuição do tempo da atividade logística e uma melhoria do desempenho das atividades logísticas ao nível dos processos. 4. OFFSHORING – A RESPOSTA PARA A REDUÇÃO DE CUSTOS 4.1 Caso Jerónimo Martins O grupo Jerónimo Martins começou com uma pequena loja no Chiado, em 1792. Passados mais de dois séculos, a pequena loja transformou-se no grupo internacional pelo qual se conhece hoje. O grupo está presente em Portugal, na Polónia e, desde 2011, na Colômbia, altura em que o principal acionista (a Sociedade Francisco Manuel dos Santos) passou a estar sedeada em Amesterdão, na Holanda. A deslocação da sede social do grupo Jerónimo Martins para a Holanda deu-se como uma estratégia de planeamento fiscal, para evitar a dupla tributação dos dividendos provenientes da Colômbia e aproveitar os benefícios fiscais que o país oferecia. Contudo, a principal justificação por parte do grupo na altura foi o facto de que a deslocalização se devia à intenção de aumentar os investimentos e, como o sistema financeiro português da época se encontrava com graves problemas estruturais12, escolheu a Holanda, país que oferecia uma maior estabilidade financeira e uma maior facilidade de acesso ao crédito. Porém, a principal razão da deslocalização foi o facto de, em Portugal, não vigorar um regime de eliminação da dupla tributação económica13, o que obriga a que os lucros das empresas do Grupo Jerónimo Martins sediadas na Colômbia sejam simultaneamente tributados ao abrigo da fiscalidade colombiana e portuguesa. Assim, o grupo deslocalizou-se para a Holanda, país que tem em vigor o regime de eliminação da dupla tributação e, desta forma, os lucros provenientes da Colômbia apenas eram tributados do outro lado do oceano. Esta pode ser considerada a principal razão, apesar de a Holanda conceder muitas mais vantagens tributárias, como é o caso da existência de taxas de impostos mais baixas. Em 2014, a reforma do IRC em Portugal fez com que a história mudasse. Mediante as alterações introduzidas (entenda-se a entrada em vigor do regime de eliminação da dupla tributação), o resultado teria sido o mesmo que o grupo alcançou com a deslocalização, pois o ordenamento fiscal português tornou-se mais competitivo em relação àquilo que era anteriormente. 4.2 Efeitos socioeconómicos Segundo Cadarso et al. (2008) o offshoring provoca efeitos negativos ao nível da oferta de emprego, destruindo postos de trabalho. Neste caso, os efeitos negativos são mais sentidos no emprego do país de origem da empresa. Como o offshoring tende a provocar efeitos negativos na oferta de emprego do país de origem, é preciso encontrar uma forma de contornar estas desvantagens. A primeira forma de lidar com os efeitos é através de políticas de incentivo à adaptação dos trabalhadores e das empresas às mudanças da economia global, por exemplo, através da criação de incentivos à formação contínua por parte das empresas. É também importante incentivar e facilitar o acesso das empresas aos mercados internacionais, promovendo os contactos com o exterior e apoiando a divulgação das marcas, contribuindo assim para um aumento da competitividade da economia no mercado de origem. Com a existência de offshoring, os trabalhadores mais qualificados tendem a ser favorecidos, enquanto que os trabalhadores menos qualificados enfrentam mais dificuldades podendo, em algumas circunstâncias, ver o seu posto de trabalho destruído. Ao nível da carga fiscal, as empresas que se deslocalizam fazem-no em busca de países nos quais a carga fiscal seja mais baixa. Assim, acabam por beneficiar ao pagarem menos impostos, algo que levará a um aumento dos seus lucros líquidos. Por outro lado, os países de origem perdem com o offshoring, na medida em que as empresas deixam 12 Portugal possuía um regime fiscal pouco atrativo, dada a elevada carga tributária e a instabilidade da legislação fiscal que não permitiam a Portugal destacar-se como um centro de negócios atrativo. 13 Regime segundo o qual os lucros provenientes de países não pertencentes à União Europeia são tributados à luz dos regimes fiscais do país recetor do investimento, onde a empresa se encontra a operar e do país emissor do mesmo, onde a empresa/grupo económico possui o seu centro de decisão. de pagar os impostos para o passarem a fazer no país recetor do investimento, o que provocará uma diminuição na receita do Estado (do país de origem). Em suma, as empresas beneficiam com o offshoring (já que veem os seus lucros aumentados) e o país de origem fica prejudicado através da diminuição da receita com impostos e do aumento tendencial da taxa de desemprego14. Voltando ao exemplo prático anterior, apresentamos de seguida os impactos socioeconómicos da offshoring levada a cabo pelo Grupo Jerónimo Martins no mercado de trabalho, volume de negócios e carga fiscal. Com o offshoring o grupo Jerónimo Martins conseguiu criar novos postos de trabalho, dado que constatámos que o número de colaboradores do grupo sofreu um aumento ao longo dos últimos anos, com maior enfâse a partir do ano de 2011 (como é possível observar na Fig. 9 em anexo). No caso deste grupo, a deslocalização para a Holanda permitiu uma redução dos custos de produção e, por conseguinte, uma prática de preços mais competitivos, o que originou um aumento do volume de vendas do grupo, tal como se pode verificar na Fig. 10 (em anexo). De acordo com este gráfico, é também possível concluir que o offshoring levado a cabo pelo grupo Jerónimo Martins produziu impactos negativos para o grupo em Port6ugal, visíveis na estagnação do volume de vendas das empresas "Recheio" e "Pingo Doce". Por outro lado, na sua globalidade o grupo registou um aumento acentuado do volume de vendas, o que apenas se pode justificar pelo melhor desempenho das empresas no grupo localizadas na Polónia e na Colômbia. Em suma, o offshoring efectuado pelo grupo Jerónimo Martins permitiu, na sua globalidade, o alcance de um melhor desempenho económico e resultados contabilísticos. Todavia, as filiaisdo grupo localizadas em Portugal foram prejudicadas. O exemplo da Jerónimo Martins permite-nos concluir que o offshoring é uma forma de integração vertical que produz efeitos positivos na empresa que se deslocaliza, contudo gera consequências socioeconómicas negativas para o país do qual a mesma se deslocaliza. 5. FRANCHISING – UMA MEDIDA EM DEFESA DA REPUTAÇÃO DA MARCA 5.1 Franchising em Portugal Os principais franchises concentram-se nos setores da restauração fast-food (Burger King), serviços, construção e imobiliário (Remax), manutenção (Precision) e retalho não alimentar (Botaminuto). No caso português, segundo um estudo de 2015 publicado pela Associação Portuguesa de Franchising (APF)15 os dados correspondem à realidade, concentrando-se cerca de 66% dos franchises no setor dos Serviços, 13% no Comércio e 11% na Restauração e Hotelaria (Fig. 11 em anexo). A realidade portuguesa demonstrou que o franchising é uma forma de integração vertical com cada vez mais impacto no setor empresarial, sendo visível a partir da Fig. 12 (em anexo) um aumento no volume médio de negócios da rede de franchises registados na APF de cerca de 6.500.709€ entre 2014 e 2015, existindo, em média, 34 unidades franchisadas por cada empresa-mãe. Entre as empresas franchisadoras que operam em Portugal é possível verificar a partir da análise da Fig. 13 (em anexo) que a esmagadora maioria possui a sua sede em Portugal (71%), destacando-se algumas empresas-mãe com sede em Espanha (9%) e nos EUA (9%). Relativamente ao investimento inicial exigido por estas empresas para a elaboração de um franchise, cerca de 42% dos contratos exigem uma investimento inicial inferior a 25.000€ e 34% exigem um investimento entre os 25.000€ e os 50.000€ (Fig. 14 em anexo). Destas empresas-mãe, apenas 24% possuem os seus franchisados em Portugal, concentrando-se mais 24% no Reino Unido, 7% em Espanha e 6% no Brasil e em França (Fig. 15 em anexo). Relativamente às motivações que levam as empresas portuguesas a trabalhar em regime de franchising, a Fig. 16 (em anexo) indica-nos que 14% fazem-no por notoriedade ou credibilidade da marca, 13% devido à rentabilidade obtida, 12% pela transferência de know-how e 11% por estratégia de expansão/internacionalização. Os dados obtidos para Portugal permitem-nos comprovar as teorias académicas anteriormente expostas, na medida em que a principal motivação para a integração vertical através de franchising é a defesa pela reputação da marca e que o franchising não se explica resumidamente pela falta de capital das empresas franchisadoras. Num estudo realizado a 250 franchisadoras americanas foram ainda identificadas como razões principais para o franchise os menores custos 14 RIBEIRO, R. (2014). O impacto do offshoring no emprego do país de origem. 15 A Associação Portuguesa de Franchising (APF) é uma associação privada sem fins lucrativos criada em 1987 que tem como missão principal estudar, divulgar e promover o franchising em Portugal enquanto sistema de desenvolvimento empresarial, através de parcerias entre os seus associados, a Academia e a comunidade financeira e investigadora. Como membro efetivo da European Franchise Federation (EFF), a APF faz- se representar no World Franchise Council (WFC), associação não-governamental, criada em 1994, que agrega mais de 40 associações nacionais de franchising e promove a internacionalização das empresas franchisadoras nos seus estados-membros. operacionais suportados pela empresa-mãe e o menor número de operações de gestão envolvidas por parte do franchisado16. As vantagens da integração vertical através de franchising identificadas em termos académicos são essencialmente de ordem empresarial, centrando-se grande parte dos académicos em torno do facto de o franchisador operar com uma marca reconhecida comercialmente e na maioria dos casos internacionalmente, de existir apoio permanente durante o período de vigência do contrato por parte do franchisador (merchadising, apoio à gestão, marketing, plano de negócios comprovado), bem como, devido ao processo de aprendizagem e transferência de capacidades e competências (know-how) a que o franchisado fica sujeito, dado que o franchisador já passou pela “curva de aprendizagem”17, aprendeu, foi bem-sucedido e especializou-se numa determinada área de negócio. Destacam-se ainda a independência de atuação de ambas as partes do franchise, a qualidade dos produtos comercializados, a existência de uma alocação territorial que reduz a concorrência numa determinada área de influência (podendo aqui existir um risco de abuso de posição dominante18) bem como a redução do risco financeiro, o aumento do volume de negócios, a maximização do rendimento e a partilha do risco19. Academicamente, as desvantagens do franchising são manifestamente anuladas pelas suas vantagens, referindo-se essencialmente possíveis restrições contratuais e políticas comerciais impostas pelo franchisador que podem limitar a autonomia e modernização do franchisado, uma característica importante para a experiência do empreendedor20. Existem autores que identificam outras desvantagens para o franchising no campo das possibilidades, uma vez que a sua validação empírica é reduzida, como o facto de o franchisador não cumprir com as suas promessas, existir uma falta de prestígio pela marca, as práticas de venda serem enganosas21, verificar-se uma falta de legislação específica, poder monopolista por parte do franchisador e a ausência de criatividade e falta de atualização no modelo de negócio imposto pelo franchisador22. 5.2 Grupo A Matos Car – um problema de abuso de posição dominante O Grupo A Matos Car é um grupo do setor automóvel com sede em Portalegre que possui stands, oficinas e lojas que ocupam os distritos de Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Évora e Beja através das três empresas que constituem o grupo: A MatosCar, A MatosCar Beiras e a Lubripor. O grupo surgiu em 1986 pelas mãos do seu atual Presidente, Artur Matos, através de uma experiência de franchising, ao assumir a representação exclusiva da marca automóvel Opel para todo o distrito de Portalegre, à qual se seguiu a representação exclusiva para os distritos de Castelo Branco e Évora. Com o grupo a aumentar a sua dimensão económica e a obter economias de escalas, surgem grandes dificuldades para outras marcas competirem com a Opel e inclusivamente, os representantes da marca nos distritos vizinhos são confrontados com preços para os quais começam a ter dificuldade de acompanhar. Conquistando novas marcas e adquirindo o franchise das mesmas, o grupo chega a atualidade com grande parte da sua atividade baseada nos processos de franchising, possuindo mais de 20 marcas exclusivas de automóvel, entre as quais se destacam 3 que abrangem toda a área geográfica na qual o grupo está instalado: Opel, Fiat e Citroen. É inegável a forma como o Grupo se implementou geograficamente e a dimensão que adquiriu, todavia, a verdade é que o mesmo se encontra na atualidade numa situação de posição dominante, controlando a totalidade da oferta de, pelo menos 3 marcas de automóvel, numa vasta área geográfica, o que limita em grande medida a entrada de concorrentes de outras marcas e impossibilita, por força da exclusividade imposta pelas marcas nos franchises, a entrada de concorrentes das marcas já detidas pelo Grupo A MatosCar. Desta forma, conclui-se que o grupo possui um domínio considerável sobre os preços a praticar no mercado, dado que a totalidade da procura a si está sujeita, o que compromete as regras de concorrência perfeita e abre cenários de evolução no sentido de instalação de um monopólio. 16 Peterson and Dant (1990) 17 H. Kimmo and T. Mika (2012) 18 Hing (1995) 19Kaufmann (1999) 20 Hoy (1994) 21 Vaughn(1979) 22 Price (1997) 5.3 Grupo Gal Energia – um caso de sucesso O grupo Galp Energia foi constituído em 1999, altura em que era totalmente detido pelo Estado português, que agregara os negócios das empresas públicas Petrogal e GDP – Gás de Portugal, na sequência da reestruturação dos setores do petróleo e do gás natural. Neste mesmo ano é iniciado o processos de privatização da empresa, todavia, a marca Galp, reconhecida e associada pelos portugueses como líder de mercado no setor dos combustíveis, remonta ao ano de 1976, quando a refinaria de Sines iniciou a sua laboração. A marca sofre diversas atualizações de design, ocorrem fusões e aquisições dentro do grupo Petrogal, todavia, a marca sobreviveu a tudo isto e talvez por isso recolha toda a notoriedade que lhe é conferida atualmente, enquanto “Galp Energia”, considerada “Marca de Confiança” em 2011. O grupo segmenta-se em três principais áreas de negócio: a Exploração e Produção, a Refinação e Distribuição e o Gás Natural e Power. Contudo, foi na Refinação e Distribuição que durante os primeiros anos a empresa operou de acordo com dois modelos de negócio, o Company-Owned-Company-Operated 23 e o Company-Owned-Dealer- Operated 24. Em 2004 a empresa surge publicamente para comunicar a sua intenção de levar a cabo um processo de franchising que abrangesse 100 estações de serviço num prazo de 5 anos, o que levou à aplicação de dois modelos de negócio adicionais, o Company-Owned-Franchise-Operated 25 e o Dealer-Owner-Dealer-Operated 26. Em 2004 quando lanço o primeiro franchise, a Galp Energia solicitava um investimento inicial aos franchisados de 100.000€, na atualidade este valor acende aos 250.000€, o que é demonstrativo do interesse que se gerou em torno deste investimento, assim como, da notoriedade e afirmação da marca. Em 2009, o grupo Galp Energia empregava 7.493 operacionais em todas as áreas de negócio, dos quais 3.761 (50,19%) trabalhavam em estações de serviço (inseridas na área de negócios Refinação e Distribuição) em regime de franchising19. Estes números são reveladores do impacto que o processo de franchising levado a cabo pela empresa produziu sobre a criação de postos de trabalho, dado o aumento da abrangência geográfica da marca possibilitado pelas estações de serviços em regime de franchising. Por fim, conclui-se que os franchises beneficiaram os consumidores que passaram a dispor de um maior número de estações de serviço no país e no mundo, principalmente os consumidores residentes em meios urbanos ou rurais de menor dimensão que conseguiram aceder com maior facilidade ao serviço e aos produtos da Galp. Os produtores, neste caso, a Galp Energia, é igualmente beneficiada pelos franchises, na medida em que a sua reputação e credibilidade da sua marca é reforçada pela cobertura geográfica que aumenta e os lucros obtidos são igualmente superiores, dado o aumento do volume de vendas. Os impactos socioeconómicos produzidos após a aplicação do modelo de negócio Company-Owned-Franchise- Operated, em 2004, apenas foram substancialmente visíveis a partir de 2007. O impacto deste modelo sobre a área de negócio Refinação e Distribuição é extremamente significativo sobre o aumento considerável do número de estações de serviço ibéricas, explicado pela entrada em vigor das primeiras áreas de serviço em regime de franchising, depois de 2007, registando-se um aumento muito considerável no número de estações de 1.094, em 2004, para 1509, em 2008, tal como nos mostra a Fig. 17 (em anexo). Por outro lado, a tendência verificada no número de estações de serviço acompanha a evolução do número de colaboradores efetivos da Galp Energia em estações de serviços, identificando-se aqui, a partir da Fig. 18 (em anexo) que este um aumento sucessivo e gradual entre 2004 e 20017, tendo-se registado o maior aumento de 2.243, em 2017, para 3918, em 2008, tendo o número variado até aos dias de hoje, mas nunca dos 2900 colaboradores. Por fim, o ganho de economias de escala e a capacidade de levar a comercialização dos seus bens e serviços até mais, por pare da Galp Energia, permitiu-lhe registar um aumento sucessivo do seu volume de negócios desde 2004, ano em que se registou um volume de negócios de 9.273 milhões de euros para os 15.517, em 2015 (Fig. 19 em anexo). Em suma, conclui-se que quer consumidores, quer produtores (franchisados) saem beneficiados com uma integração vertical na forma de franchising, dada a análise empírica a que recorremos para o estudo da Galp, devendo-se fazer uma ressalva para o problema de abuso de posição dominante que está inerente a este tipo de integração vertical. 23 Modelo de negócio segundo o qual as estações de serviço são detidas e geridas diretamente pela Galp Energia. 24 Modelo no qual as estações de serviços são propriedade da Galp Energia, mas são exploradas por revendedores, estão presentes essencialmente nas áreas urbanas de pequena a média dimensão. 25 Modelo no qual as estações de serviço são propriedade da Galp Energia, mas exploradas por um modelo de franchising, afirmando-se como uma alternativa para alavancar o crescimento e a rentabilidade do negócio. 26 Modelo em que as estações de serviço são propriedade dos revendedores e exploradas pelos mesmos, permitindo responder às pequenas áreas urbanas e rurais, possibilitando a venda de produtos e a promoção da marca Gal Energia em zonas de baixo volume de vendas. 6. CONCLUSÃO À pergunta “Integração Vertical: uma decisão de eficiência produtiva ou uma medida de bem-estar social?”, a resposta para qual o presente relatório remete, a partir de aplicações práticas nos três tipos de integração vertical trabalhados consiste na possibilidade de, na maioria dos casos, ambas as dimensões serem conciliáveis, eliminando- se, assim, a análise alternativa com que iniciámos este trabalho. A eficiência produtiva proporcionada aos produtores está diretamente dependente das condições economicamente impostas para que uma empresa desencadeie um processo de integração vertical, nomeadamente, a dimensão da empresa, fator determinante para a obtenção de economias de escala e garantia de reputação no mercado; ser detentora de algum poder de mercado; possuir um modelo de gestão bem definido e reconhecido e assumir o objetivo de controlar e monitorizar todo o processo produtivo ao longo da cadeia de produção. O aumento do bem-estar social para os consumidores será na maior parte dos casos de integração vertical uma vantagem para os consumidores, dado que passam a conseguir adquirir produtos/serviços a preços mais baixos, a ter acesso a marcas reconhecidas no mercado em localizações geográficas mais isoladas, a beneficiar do empregado criado em consequências das economias de escala e aumento da produção alcançados. A prova de que a integração vertical é uma concretização empresarial condicionada pela maximização dos lucros de cada empresa reside no facto de cada um dos tipos de integração vertical apresentados – Outsourcing, Offshoring e Franchising – resultarem da procura das vantagens proporcionadas pela integração vertical às empresas em cada um dos processos de integração, sendo elas, respetivamente, redução de custos de produção e contorno ao sistema fiscal no país de origem, eliminação dos custos de transação e garantia da reputação da marca. A integração vertical permite ainda à empresa-mãe que inicia este modelo de negócio manter e em alguns casos reforçar o poder e controlo sobre a cadeia de produção do produto ou serviço que a empresa em causa produz. Assim, por um lado, a empresa-mãe monitoriza, fiscaliza e supervisiona o desempenho das empresas externas que executam partes do seu processo produtivo (outsourcing), por outro, mantém o controlo sobre a atividade produtiva das suas sucursais/filiais que se deslocalizam para outros países (offshoring)e, para além disto, ainda garante iguais padrões de gestão, prestação de serviços e/ou comercialização de produtos das empresas franchisadas (franchising). Ao longo deste trabalho conseguimos concluir que a integração vertical gerará eficiência produtiva, maximização de lucros por parte das empresas e aumento do bem-estar social se os bens comercializados/produzidos apresentarem uma elasticidade-preço da procura rígida, tal como nos foi possível visualizar na análise microeconómica que concretizámos acerca o impacto da integração vertical sobre o mecanismo de mercado. Ficamos assim a saber, que o Outsourcing surge de uma procura por parte das empresas em eliminar custos de transação e assim conseguir praticar preços no mercado mais competitivos. Esta prática origina o desenvolvimento de atividades económicas secundárias para as empresas que praticam outsourcing, o que possibilitará a criação de mais empregos e a realocação dos colaboradores dessas mesmas empresas em áreas diretamente relacionadas com a atividade e objeto de produção principal da empresa. O Offshoring caracteriza-se pelo processo de deslocalização da sede social de uma empresa para um outro país com o objetivo de reduzir custos de produção, essencialmente relacionados com o custo do fator trabalho e contornar o sistema fiscal, comparativamente mais penalizador para empresa quando comparada com aquele que é aplicado para o país para o qual esta se deslocaliza. Da análise empírica efetuada em torno do caso que recebeu maior destaque público, o da deslocalização da sede do Grupo Jerónimo Martins para a Holanda, são retiradas conclusões que consideráveis de ser generalizadas. Efetivamente o offshoring proporciona maior eficiência produtiva para a empresa deslocalizada, aumenta o bem-estar social, dada a diminuição do preço de mercado do bem em causa, ainda que cause consequências negativas sobre o país de origem, como a redução da despesa pública, ainda que a consequência mais grave verifica-se quando ocorrem despedimentos coletivos por parte das empresas que se deslocam, criando graves problemas de desemprego nessa região ou país. Por fim, o Franchising permite à empresa-mãe – o franchisador – assegurar a reputação e credibilidade da sua marca, ver o volume de negócios aumentado e a cobertura geográfica da sua marca reforçada, assim como, permitir ao franchisado participar num mercado, cuja procura é uma garantia, por força da marca, assim como reduzir custos de formação de colaboradores, merchandising, controlo de stocks, etc. Este processo de integração vertical proporciona aumentar o número de consumidores que passam a dispor do bem, tornando-o mais acessível, criar emprego, dado o acréscimo de procura registado na maioria dos casos e em último lugar acrescer o volume de negócios da empresa, tal como evidenciámos no exemplo da “Galp Energia”. Todavia, é essencial que os franchises sejam devidamente fiscalizados e acompanhados por parte da Autoridade da Concorrência, por forma a prevenir situações de abuso de posição dominante, como aquela que denunciámos no caso do Grupo A Matos Car, circunstanciadas pelo carácter de exclusividade geográfica na representação da marca conferido a cada franchisado, que levadas ao limite poderão desenvolver cenários de monopólio. Em suma, os processos de integração vertical são promotores da maximização de lucros e do bem-estar social de uma forma genérica, salvo determinados casos específicos, o que é expressamente identificado com pelo número crescente de exemplos de Outsourcing, Offshoring e Franchising na maioria dos grupos económicos e cada vez mais em empresas de média dimensão, dados os resultados favoráveis obtidos com estes modelos de negócio alternativos. 7. REFERÊNCIAS Bastos, E. 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Fonte: Ernst & Young (2008).”Outsourcing: The Rise of Fragmentation”. Fonte: Questionário sobre o outsourcing em Portugal in S. António (1998) “Outsourcing e Flexibilidade: Uma ferramenta de Gestão para o Séc.XXI”. Média de funções em outsourcing 5.3 4.6 3 4.3 3.6 5 4.1 81% 77% 71% 70% 67% 63% 70% 0 20 40 60 80 100 Bélgica Espanha Reino Unido Alemanha Itália França Média europeia Fig. 3: Utilização do Outsourcing na Europa (% de empresas que responderam afirmativamente) 96% 4% Fig. 5: Empresas portuguesas inquiridas: utilização de subcontratação Sim Não 91,2% 8,8% Fig. 6: Como define o grau de utilização da subcontratação dasua empresa? Utiliza-a sistematicamente Utiliza-a esporadicamente Fonte: Questionário sobre o outsourcing em Portugal in S. António (1998) “Outsourcing e Flexibilidade: Uma ferramenta de Gestão para o Séc.XXI”. Fonte: Questionário sobre o outsourcing em Portugal in S. António (1998) “Outsourcing e Flexibilidade: Uma ferramenta de Gestão para o Séc.XXI”. 69.2% 67.2% 66.7% 62.9% 54.7% 54.1% 50.3% 48.4% 47.8% 47.8% Fig. 7: Natureza das top ten actividades mais subcontratadas Formação Desenvolvimento de Sistema de Software Transporte e Distribuição Trabalho Temporário Diverso Manutenção de Sistema e Software Contencioso Mantenção de Hardware Auditoria Segurança Higiene e Limpeza 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 N º d e co la bo ra do re s Fig. 9: Nº de Colaboradores do Grupo Jerónimo Martins Colaboradores 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% C. Outs. Cria valor através dimin.custo D. Outs. cria valor através dim./rep.risco E. Outs. Criação valor através dim. necess. F. Outs. Criação valor com aum. sat. nec. cli. G. Outs. Criação valor através aum. receitas H. Criação vantagens competitivas I. Cria mais problemas que os que resolve J. Permite a flexibilização das estruturas L. A maior vant. outs. é redução custos M. A maior vantagem do outs. é focaliz. Acordo Absoluto Acordo Moderado Desacordo Moderado Desacordo Absoluto Fig. 8: Nível de acordo/desacordo em relação às afirmações Fonte: Questionário sobre o outsourcing em Portugal in S. António (1998) “Outsourcing e Flexibilidade: Uma ferramenta de Gestão para o Séc.XXI”. Fonte: Relatório de contas consolidadas do grupo Jerónimo Martins para os anos em análise. 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 2011 2012 2013 2014 2015 2016 M ilh õe s d e E ur os Fig. 10: Volume de Vendas do Grupo e das Empresas "Recheio" e "Pingo Doce" Grupo Recheio + Pingo Doce Fonte: Relatório de contas consolidadas do grupo Jerónimo Martins para os anos em análise. Fig. 11: Distribuição dos contratos de franchising, em Portugal, por setor de atividade, no ano de 2015 Fonte: Estatísticas da Associação Nacional de Franchising. Fig. 12: Volume de negócios das empresas integradas na rede de franchising, em Portugal (2015) Fonte: Estatísticas da Associação Nacional de Franchising. Fig. 13: País de origem das empresas franchisadores que operam em Portugal (2015) Fonte: Estatísticas da Associação Nacional de Franchising. Fig. 14: Investimento/Comissão Inicial cobrada por cada empresa franchisadora que opera em Portugal (2015) Fonte: Estatísticas da Associação Nacional de Franchising. Fig. 15: Países onde as empresas franchisadas operam a partir de franchisadores com sede em Portugal Fonte: Estatísticas da Associação Nacional de Franchising. Fig. 16: Principais razões para a prática do franchising na opinião das empresas franchisadoras que operam em Portugal Fonte: Estatísticas da Associação Nacional de Franchising. Fig. 17: Evolução do nº de Estações de Serviços da empresa GALP Fonte: Relatórios & Contas da GALP para os anos em análise (gráfico elaborado pelos autores). Fig. 18: Evolução do nº de Colaboradores das Estações de Serviço da empresa GALP Fonte: Relatórios & Contas da GALP para os anos em análise (gráfico elaborado pelos autores). 1900 2150 2400 2650 2900 3150 3400 3650 3900 4150 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N º d e C ol ab or ad or es Colaboradores da empresa GALP em Estações de Serviço 1000 1050 1100 1150 1200 1250 1300 1350 1400 1450 1500 1550 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 N º d e Es ta çõ es d e Se rv iç o Estações de Serviço Fig. 19: Evolução do Volume de Negócios da empresa GALP Fonte: Relatórios & Contas da GALP para os anos em análise (gráfico elaborado pelos autores). 0 5000 10000 15000 20000 25000 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 M ilh õe s d e Eu ro s Volume de Negócios da empresa GALP
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