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LIVRO PROCESSO PENAL

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Processo Penal
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
Processo Penal 2ª edição/ Obra organizada pelo Ins-
tituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-63625-34-2
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Aplicação da Lei Penal, 7
1. Aplicabilidade do Direito Processual Penal Brasileiro no Tempo e 
no Espaço, 7
2. Interpretação da Lei Processual Penal, 8
3. Sistemas Processuais Penais, 9
Capítulo 2 – Princípios, 10
1. Princípios do Processo Penal: Princípio do Devido Processo Legal, 
do Contraditório e da Ampla Defesa, 10
2. Duplo Grau de Jurisdição, Imparcialidade do Juiz e Presunção da 
Inocência, 11
3. Verdade Real, Identidade Física do Juiz e Inadmissibilidade das 
Provas Ilícitas, 12
Capítulo 3 – Inquérito Policial, 14
1. Inquérito Policial – Conceito, Natureza Jurídica e Finalidades, 14
2. Características do Inquérito – Inquisitório, Escrito e Sigiloso, 15
3. Oficiosidade e Oficialidade, 16
4. Peças Iniciais, 17
5. Peças Iniciais do Inquérito Policial e Prazos, 18
6. Formas de Instauração do Inquérito Policial e Peças Iniciais, 19
7. Prazo e Arquivamento do Inquérito Policial, 20
8. Arquivamento do Inquérito Policial, 21
9. Espécies de Arquivamento do Inquérito Policial, 22
Capítulo 4 – Ação Penal, 24
1. Considerações Gerais, 24
2. Ação Penal Pública Incondicionada e Ação Penal Pública 
Condicionada, 26
3. Ação Penal Pública Condicionada à Representação e Requisição, 27
4. Ação Penal Privada Personalíssima e Subsidiária da Pública – 
Parte 1, 28
5. Ação Penal Subsidiária da Pública – Parte 2, 29
6. Princípios da Ação Penal, 30
7. Princípios da Ação Penal – Continuação, 32
Capítulo 5 – Sujeitos do Processo, 34
1. Sujeitos Processuais Penais – Introdução, 34
2. Sujeitos Processuais Penais – Juiz, 35
3. Sujeitos Processuais Penais – Juiz e Ministério Público, 41
4. Acusado, 42
5. Assistente de Acusação – Parte 1, 43
6. Assistente de Acusação – Parte 2, 45
Capítulo 6 – Prisões, 47
1. Prisões – Conceito e Espécies, 47
2. Prisão Preventiva e Medidas Cautelares, 48
3. Prisão Temporária, 49
Capítulo 7 – Atos de Comunicação do Processo, 51
1. Citação: Conceito e Formas, 51
2. Citação Ficta, 52
Capítulo 8 – Provas, 54
1. Fatos que não Necessitam de Provas e Sistema de Apreciação de 
Provas, 54
2. Ônus da Prova, Prova Emprestada e Princípio da Comunhão das 
Provas, 55
3. Princípio da Verdade Processual, Prova Inadmissível e Princípio 
da Proporcionalidade dos Valores Contrastantes, 57
4. Prova Ilícita por Derivação. Teorias da Fonte Independente e da 
Descoberta Inevitável, 58
5. Prova Pericial e Prova Testemunhal, 59
Capítulo 9 – Competência, 61
1. Competência: Conceito & Competências Absoluta e Relativa, 61
2. Competência pela Natureza da Infração, 62
3. Competência por Prerrogativa da Função Ratione Personae, 63
4. Competência pelo Lugar da Infração – Ratione Loci 
e Competência pelo Domicílio e Residência do Réu, 65
5. Competência por Distribuição e Prevenção, 66
Gabarito, 68
Capítulo 1
Aplicação da Lei Penal
1. Aplicabilidade do Direito Processual Penal 
Brasileiro no Tempo e no Espaço
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a aplicabilidade do Direito Processual Pe-
nal Brasileiro no tempo e no espaço.
1.2 Síntese
Na antiguidade, quando um delito era cometido, a justiça era realizada 
com as próprias mãos. Exemplo: se “A” praticasse homicídio contra a irmã de 
“B”, “B” cometia homicídio contra a irmã de “A”.
Tempos depois, o Estado passou a ser detentor do jus puniendi, passando a 
deter o direito de punir. Assim, sendo detentor do direito de punir, precisava de 
um instrumento para aplicação da lei penal.
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Desta forma, o processo penal surge como um instrumento de aplicação da 
lei penal e também como forma de pacificação social.
Nota-se que o processo penal tem duas finalidades: aplicação da lei penal 
e pacificação social.
A aplicação da lei processual penal é dividida em aplicação da lei penal no 
tempo e aplicação da lei penal no espaço.
De acordo com o art. 1º do CPP, aplicar-se-á o direito processual brasileiro 
em todo o território nacional, sem prejuízo dos tratados internacionais.
Cumpre observar que leis esparsas poderão ser aplicadas, bem como o Có-
digo de Processo Penal Militar, que terá sua aplicação em casos específicos.
Em relação à aplicação no tempo, é preciso entender que a lei processual 
penal tem aplicação imediata (tempus regit actum).
Exercício
1. A lei processual penal retroage?
2. Interpretação da Lei Processual Penal
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos a interpretação da lei processual penal.
2.2 Síntese
Estabelece o art. 3º do Código de Processo Penal:
“Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.”
Interpretação extensiva quer dizer que o legislador não tem como prever 
todas as possibilidades, todas as atitudes do ser humano. Desta forma, a inter-
pretação extensiva seria a utilização de um “etc.” pelo legislador.
Analogia é uma forma de autointegração da norma. Se para determinada 
situação o legislador não previu uma norma, o intérprete, o aplicador do direito 
processual penal, pode utilizar uma norma do Código de Processo Civil, por 
exemplo, e aplicar ao caso semelhante.
Por fim, o direito processual penal admite a interpretação analógica. Neste 
caso, observa-se que o legislador disse menos do que queria dizer.
É importante não esquecer os princípios previstos na Constituição Federal, 
como o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
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Faz-se necessário observar que quando o processo penal foi criado era utili-
zado como mero instrumento de aplicação do Direito Penal material.
Em um segundo momento, o processo penal passou a ter autonomia em 
relação ao direito penal, já que passou a ter regras e princípios próprios.
Por fim, o processo penal passou a ser também instrumento de aplicação e 
efetividade de direitos fundamentais.
3. Sistemas Processuais Penais
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os sistemas processuais penais.
3.2 Síntese
O sistema inquisitivo foi o sistema processual utilizado do século XIII ao 
século XVIII, momento em que todos os poderes se concentravam nas mãos do 
monarca. Assim, nota-se que não existia imparcialidade e o réu não era sujeito 
de direitos, mas um mero objeto de investigações.
No sistema inquisitivo (ou inquisitório), vigorava o sistema de provas tarifa-
das, ou seja, as provas já tinham valor predeterminado em lei.
O segundo sistema é o sistema acusatório, aquele em que as funções dentro 
do processo são bem definidas. Neste sentido, o juiz julga, o órgão acusador 
acusa e o réu é aquele que ocupa o polo passivo na ação penal.
Neste sistema, o réu é um sujeito de direitos, tem direito à aplicação dos 
direitos fundamentais.
O sistema adotado no Brasil é o sistema acusatório não ortodoxo. Isso por-
que, no sistema acusatório puro, o juiz não pode colherprovas e, no sistema 
acusatório não ortodoxo, o juiz pode perseguir provas.
Por fim, o terceiro sistema processual é denominado sistema misto. Trata-se 
do sistema que tem sua origem na Revolução Francesa e é aplicado até os dias 
atuais na França. Este sistema é dividido em duas fases: na primeira, ocorre a 
investigação policial e, na segunda, o juiz, além de julgar, também investiga.
Capítulo 2
Princípios
1. Princípios do Processo Penal: Princípio do 
Devido Processo Legal, do Contraditório e 
da Ampla Defesa
1.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os princípios do processo penal, sendo abor-
dados aqui os princípios do devido processo legal, do contraditório e da 
ampla defesa.
1.2 Síntese
O Princípio do Devido Processo Legal quer dizer que no processo penal 
não há que se falar em ação penal sem a existência de um devido processo. 
Assim, para que uma pessoa seja processada em razão da prática de infração 
penal, essa pessoa deve ser submetida a um processo.
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O devido processo legal está previsto no art. 5º, LIV, da Constituição Fe-
deral de 1988.
O Código de Processo Penal e as leis processuais penais surgem para traçar 
o devido processo legal.
O Princípio do Contraditório diz que o sujeito tem o direito de ter ciência 
da acusação, dos fatos narrados na petição inicial acusatória. Este princípio 
pode aparecer como Princípio da Bilateralidade da Ação.
O Princípio da Ampla Defesa dispõe que o réu, no processo penal, tem o 
direito de utilizar de todos os meios lícitos de prova admitidos em lei.
O juiz não deve considerar as provas ilícitas levadas ao processo, porém, 
estas provas poderão ser utilizadas para o exercício da defesa.
Ainda, ampla defesa se divide em: defesa técnica exercida pelo advogado 
(obrigatória) e autodefesa, exercida pelo próprio réu (facultativa).
O Princípio do Juiz Natural quer dizer que ninguém será processado e 
julgado senão pela autoridade competente.
Exercício
2. Dispõe o art. 5º, XXXVII, da Constituição da República que não have-
rá juízo ou Tribunal de Exceção. Dispõe, por sua vez, o inciso LIII do 
mesmo artigo que ninguém será processado e nem sentenciado, senão 
pela autoridade competente. Tais disposições consagram o seguinte 
princípio:
a) Presunção de Inocência.
b) Devido Processo Legal.
c) Ampla Defesa.
d) Juiz Natural.
e) Verdade Real.
2. Duplo Grau de Jurisdição, Imparcialidade 
do Juiz e Presunção da Inocência
2.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os princípios do processo penal, sendo abor-
dados aqui os princípios do duplo grau de jurisdição, imparcialidade do 
Juiz e presunção da inocência.
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2.2 Síntese
O Princípio da Imparcialidade do Juiz quer dizer que o juiz quando exerce 
seu principal papel deve ser imparcial.
O Princípio do Duplo Grau de Jurisdição traz a possibilidade de revisão da 
decisão por um órgão superior.
É preciso observar que o duplo grau de jurisdição não representa um direito 
fundamental.
O Princípio da Presunção de Inocência quer dizer que ninguém será con-
siderado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Neste sentido, cumpre salientar que o réu somente será considerado cul-
pado após o fim do processo, que ocorre com a sentença transitada em julgado 
(aquela que não cabe mais recurso).
Por fim, é necessário observar que os Tribunais consideram o Princípio de 
Presunção de Inocência equivalente ao Princípio da Não Culpabilidade.
3. Verdade Real, Identidade Física do Juiz e 
Inadmissibilidade das Provas Ilícitas
3.1 Apresentação
Nesta unidade, estudaremos os princípios do processo penal, sendo abor-
dados aqui os princípios da verdade real, da identidade física do Juiz e da 
inadmissibilidade das provas ilícitas.
3.2 Síntese
O Princípio da Verdade Real quer dizer que o juiz, quando exerce sua fun-
ção de julgar, deve observar e analisar os fatos como ocorreram na época dos 
fatos. Por isso, o Código de Processo Penal autoriza que o juiz busque provas.
O Princípio da Identidade Física do Juiz foi inserido no Código de Processo 
Penal em 2008, após a reforma realizada.
Observa-se que o art. 399, § 2º, do Código de Processo Penal prevê o prin-
cípio referido: 
“§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.”
O Princípio da Vedação das Provas Ilícitas, previsto no art. 5º da Constitui-
ção Federal, quer dizer que as provas obtidas por meio ilícito não poderão ser 
valoradas pelo juiz. Exemplo: confissão que foi obtida mediante tortura.
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Ainda, as provas ilícitas podem ser divididas em provas ilícitas stricto sensu, 
aquelas contra o direito penal material e provas ilícitas ilegítimas, aquelas ad-
quiridas pela violação de direito processual.
1. Inquérito Policial – Conceito, Natureza 
Jurídica e Finalidades
1.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos o conceito, natureza jurídica e finalidades do 
Inquérito Policial.
1.2 Síntese
Disposição legal:
– Art. 144, CF.
– Arts. 4º a 23 e 107 do CPP.
– Súmulas Vinculantes nos 14 e 24.
– Súmula STF nº 524.
– Súmulas STJ nos 234 e 444.
Capítulo 3
Inquérito Policial
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A finalidade do Inquérito Policial é apurar e investigar os indícios de autoria 
e de participação, bem como prova de materialidade do delito – art. 4º do CPP.
A presidência do Inquérito Policial é da autoridade policial, que tem atri-
buição exclusiva – art. 144, § 4º, CF.
O Ministério Público pode presidir investigação, mas não Inquérito Policial.
Inquérito Policial é um procedimento administrativo prévio, ocorre antes 
do processo penal, que tem como finalidade a investigação de infrações penais.
A natureza jurídica do Inquérito Policial é de procedimento administrativo.
Outras formas de investigação: TCO (Termo Circunstanciado de Ocor-
rência). Para crimes de menor potencial ofensivo, para pena máxima de até 
dois anos.
Exercícios
3. O Ministério Público pode presidir o Inquérito Policial?
2. Características do Inquérito – Inquisitório, 
Escrito e Sigiloso
2.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos quais são as características do inquérito policial.
2.2 Síntese
Autoritariedade: a autoridade policial é do delegado de polícia. É ele que 
tem autoridade para presidir o Inquérito Policial. Vale lembrar que o delegado 
alcança tal posição por meio de concurso público, passando pelas fases de pro-
va teórica, prova física e prova psicotécnica.
Inquisitoriedade: ligado ao sistema inquisitivo. Isto significa que durante 
o Inquérito Policial não há acusação formal, somente há atos de investigação 
e, portanto, não é necessário o contraditório ou procedimento rígido pela au-
toridade policial, como demonstra o art. 14 do Código de Processo Penal: “O 
ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.”
O juiz investiga, acusa, defende; não há contraditório, não há ampla de-
fesa. No Inquérito Policial, o investigado não tem direito ao contraditório e à 
ampla defesa.
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Discricionariedade (decorrente da inquisitoriedade): a autoridade poli-
cial tem discricionariedade para realizar as diligências que julgar necessárias, 
ou seja, ela pode ou não tomar certas providências, relativas ao Inquérito 
Policial.
Sigiloso/Sigilo Externo: o Inquérito Policial é um procedimento sigiloso. 
(Código de Processo Penal: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o 
sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.) 
Para garantir as investigações do Inquérito Policial, deve-se resguardar o sigilo. 
Entretanto, deve-se observar que para os advogados admite-se a publicidade; 
contudo, apenas as diligênciasque estiverem juntadas nos autos (Súmula Vin-
culante STF nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, di-
gam respeito ao exercício do direito de defesa”), ou seja, o advogado não tem 
acesso ao que não está nos autos do Inquérito Policial.
Dispensável: os indícios de autoria e prova da materialidade podem chegar 
às mãos do titular da ação penal de outra forma.
Indisponível: aqui estamos intimamente ligados ao assunto do arquivamen-
to, já que o inquérito não pode ser arquivado pelo delegado, pela autoridade 
policial, portanto, ao delegado, o inquérito policial é indisponível e só poderá 
ser arquivado por determinação judicial, desde que haja pedido determinado 
pelo Ministério Público, não podendo ser feita de ofício.
Uma vez arquivado o inquérito pode ser desarquivado quando surgirem 
novas provas, art. 18 do CPP e Súmula nº 524 do STF.
Exercício
4. O Inquérito Policial é um procedimento não prescindível?
3. Oficiosidade e Oficialidade
3.1 Apresentação
Nesta unidade, continuaremos a ver as características do Inquérito Po-
licial, bem como a sua instauração, mediante expedição de ofícios da 
autoridade policial.
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3.2 Síntese
Oficialidade: Somente um Órgão Oficial (polícia judiciária no âmbito fe-
deral é a Polícia Federal, no âmbito Estadual, é Polícia Civil), pode realizar as 
investigações para o Inquérito Policial.
Obs.: outros órgãos podem realizar investigações, tais como:
a) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) (Art. 58 da Constituição 
Federal: Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões 
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições 
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
 § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos 
nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, 
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração 
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o 
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a respon-
sabilidade civil ou criminal dos infratores), podem investigar fatos de-
finidos e por prazo determinado, através de um procedimento próprio 
que não seja o inquérito policial;
b) IPM (Inquéritos Policiais Militares), investigam crimes militares. Vale 
lembrar que os IPM são presididos por um oficial da polícia militar;
c) MP (Ministério Público), de acordo com o entendimento dos tribunais 
superiores (STF e STJ), tem atribuição para investigar.
Oficiosidade: A partir do momento que a autoridade policial tem ciência 
da prática de um crime (crime de ação penal pública incondicionada), deve 
instaurar o inquérito policial de ofício.
Exercício
5. O Ministério Público não tem poderes investigatórios, mas apenas para 
propor a ação penal?
4. Peças Iniciais
4.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as peças iniciais e os prazos do Inquérito Policial.
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4.2 Síntese
Peças iniciais do Inquérito Policial: A autoridade policial, após ter ciência 
da infração penal, por meio dos institutos da Notícia-crime Direta, Notícia-
-crime Indireta e Notícia-crime Inqualificada, deverá instaurar o Inquérito 
Policial.
É a página nº 2 do Inquérito Policial, pois, a página nº 1 é a capa.
Portaria: deve conter as descrições dos fatos, quais diligências serão toma-
das, data e assinatura. Sendo assim, a portaria instaura o Inquérito Policial.
Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD): as folhas que compõem o 
APFD iniciarão o Inquérito Policial, no caso de o agente ter sido flagrado co-
metendo o delito. Nesse caso, serão ouvidos: o condutor (quem capturou o 
agente), as testemunhas, a vítima (se houver) e o réu.
Requerimento do Ofendido: a vítima vai até a delegacia dar a Notícia-crime 
ao Delegado. Entretanto, na maioria das vezes, ao analisar o requerimento, o 
delegado não utilizará como peça inicial, mas, sim, instaurará uma portaria.
Requisição/Ordem: pode ser do Juiz, do Ministério Público ou do Ministro 
da Justiça. Quando houver suposição de crime, as autoridades podem requi-
sitar a instauração do inquérito, por meio de um ofício requisitório dirigido 
ao delegado de polícia. Vale lembrar que não há hierarquia entre Autoridade 
Policial, Ministério Público e Juiz.
O Ministro da Justiça poderá requisitar a instauração de inquérito nos casos 
em que houver crimes contra a honra do presidente da república, crime contra 
a honra de chefe de estado ou crime praticado por estrangeiro contra brasileiro 
fora do Brasil.
Exercício
6. A partir do requerimento da vítima, a autoridade policial é obrigada a 
instaurar o inquérito.
5. Peças Iniciais do Inquérito Policial e Prazos
5.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as peças iniciais que compõem o Inquérito Poli-
cial e os prazos para conclusão do Inquérito Policial.
É o mesmo vídeo da aula anterior.
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6. Formas de Instauração do Inquérito 
Policial e Peças Iniciais
6.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as formas de instauração do Inquérito Policial e 
as peças iniciais que o acompanham.
6.2 Síntese
Formas de instauração de inquérito policial: quando falamos de forma, 
em regra, estão previstas no art. 5º do CPP e são, basicamente, cinco formas: 
mediante portaria ou de ofício; em crimes de ação penal pública condiciona-
da; requisição da vítima ou de seu representante, em ação penal de iniciativa 
privada; requisição do magistrado ou do representante do MP; e quando há a 
lavratura do auto de prisão em flagrante.
Mediante portaria de ofício ou mediante notitia criminis: esta forma só é 
possível em relação aos crimes de ação penal pública incondicionada, sendo 
que aqui a autoridade recebe a informação da pratica do crime e verificando 
que existe um mínimo indício da prática do crime ela deverá instaurar o inqué-
rito, podendo obter esta notícia pela vítima, terceiros, televisão, etc.
Em crimes de ação penal pública condicionada: será mediante representa-
ção da vítima ou de seu representante legal ou mediante requisição do ministro 
da justiça, para crimes praticados contra honra do presidente da república ou 
chefe de governo estrangeiro e crimes praticados por estrangeiro contra brasi-
leiro, fora do território nacional. Aqui o prazo decadencial é de seis meses, para 
a representação, contado a partir do conhecimento da autoria delitiva (art. 38 
do CPP).
Em relação à requisição do ministro da justiça, não existe prazo previsto em 
lei, podendo fazer enquanto não se verifica a prescrição.
Mediante requisição da vítima ou de seu representante em ação penal de 
iniciativa privada: alguns crimes só pode se proceder se a vítima se manifestar, 
sendo que aqui a vítima deve requerer ao delegado a instauração do inquérito.
Requisição do magistrado ou do representante do MP: aqui ocorre o reque-
rimento do inquérito em casos onde o magistrado ou o representante do MP te-
nha contato com o fato, por exemplo, em um caso de falso testemunho. Neste 
caso, não se considera um requerimento e sim uma requisição, não podendo, 
em regra, que a autoridade discorde da decisão.
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Quando há lavratura do auto de prisão em flagrante, também conhecido 
como cognição coercitiva: aqui, simplesmente, lavrado o auto de prisão em 
flagrante, estará instaurado o Inquérito Policial.
Em relação à suspeição do delegado de policia, demonstrado no art. 107 
do CPP: ninguém poderá arguir a suspeição do delegado de polícia,sendo que 
somente ele pode reconhecê-la, de ofício, já porque no Inquérito Policial não 
há acusação formal.
Formas de instauração do inquérito policial: para iniciar o processo, é pre-
ciso que a autoridade policial fique sabendo do ato do crime, por meio das 
seguintes formas:
– Notícia-crime Imediata ou Notícia-crime de Cognição Direta/Imedia-
ta: ocorre por meio das atividades rotineiras policiais (Ex.: investigação 
policial).
– Notícia-crime Indireta ou Notícia-crime de Cognição Mediata/Indire-
ta: é aquela em que a autoridade policial tem ciência da prática crimi-
nosa por intermédio de terceiros (Juiz, Ministério Público, Vítima).
– Notícia-crime Inqualificada: denúncia anônima.
Exercício
7. A Notícia-crime Inqualificada não pode dar ensejo ao início do inqué-
rito policial?
7. Prazo e Arquivamento do Inquérito Policial
7.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos os prazos e o arquivamento do inquérito policial.
7.2 Síntese
Prazos de conclusão: quando o delegado de polícia, ciente de um crime, 
em regra de ação penal pública incondicionada, instaura o inquérito por porta-
ria. No decurso do inquérito, a autoridade policial irá realizar diligências, tais 
como: ouvir testemunhas, cumprir mandados de busca e apreensão (ordem 
judicial), enfim, realizará as diligências que achar necessárias. Após isso, a au-
toridade policial deverá concluir o inquérito formulando assim seu relatório.
Relatório é a peça final do inquérito policial, por meio do qual, o delegado 
irá explicar sintetizar as diligências que foram realizadas durante a investigação.
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Art. 10 do CPP: O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indi-
ciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o 
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou 
no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-
viará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem 
sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a 
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores dili-
gências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Logo após o término do relatório, este será encaminhado para a justiça.
Prazos de conclusão do inquérito: depende da condição do investigado.
CPP Justiça Federal
Lei nº 
11.343/2006
Investigado 
preso
10 dias (art. 10), 
improrrogável
15 dias, prorrogáveis 
por mais uma vez 
(15 + 15)
30 dias
Investigado 
solto
30 dias (art. 10), 
prorrogável
30 dias, prorrogável 
por quantas vezes for 
necessário
90 dias
Caso o Inquérito Policial não seja concluído em tempo hábil, o advogado 
do investigado poderá impetrar um habeas corpus pedindo a liberdade do seu 
cliente.
Exercício
8. Os prazos previstos na Lei nº 11.343/2006 poderão ser prorrogados?
8. Arquivamento do Inquérito Policial
8.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as formas de arquivamento do Inquérito Policial.
8.2 Síntese
Arquivamento do Inquérito Policial – Art. 28 do CPP: Se o órgão do Mi-
nistério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento 
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do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou pe-
ças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará 
outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de 
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
A partir do momento que o delegado instaurar o inquérito, ele não poderá 
arquivar. Sendo assim, o delegado irá remeter os autos para o Juiz, para ouvir a 
opinião do Ministério Público no sentido de saber se este irá oferecer a denún-
cia, requerer o arquivamento ou solicitar novas diligências.
Oportunamente, cabe ao Ministério Público ver se os elementos de indícios 
de autoria e prova da materialidade, estão presentes no inquérito. Cabendo ao 
Ministério Público duas possibilidades: requisitar novas diligências, em que o 
inquérito será novamente remetido ao Juiz e, posteriormente ao delegado para 
assim cumprir com as novas diligências. Vale frisar: as novas diligências devem 
ser especificadas pelo promotor competente. Caso o Ministério Público não 
solicite novas diligências ou faça a denúncia, poderá requerer o arquivamento 
do inquérito ao Juiz.
Somente o Juiz pode determinar o arquivamento do inquérito; o Ministério 
Público só requer, não determina.
Caso o Juiz acate o pedido de arquivamento do Ministério Público, o In-
quérito Policial será arquivado, porém, se o Juiz não concordar com o arqui-
vamento, será aplicado o art. 28 do CPP, ou seja, encaminhará ao Procurador-
-geral de Justiça.
Ao Procurador-geral de Justiça caberá oferecer a denúncia, designar outro 
membro do Ministério Público para oferecer a denúncia, obrigatoriamente 
(longa manus), ou poderá também insistir no arquivamento.
Exercício
9. Marque certo ou errado: O Promotor de Justiça que, a princípio, pediu 
o arquivamento será obrigado a oferecer a denúncia se designado pelo 
Procurador-geral?
9. Espécies de Arquivamento do Inquérito 
Policial
9.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as espécies de arquivamento do Inquérito Policial.
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9.2 Síntese
Espécies de arquivamento do Inquérito Policial:
– Arquivamento Direto: quando o Juiz discorda do pedido de arquiva-
mento e remete ao Procurador-geral de Justiça.
Art. 28 do CPP – Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças 
de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invoca-
das, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e 
este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para 
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o 
juiz obrigado a atender.
Se ocorrer na esfera federal, o Procurador-geral de Justiça será substituído 
pela Câmara de Coordenação e Revisão.
– Arquivamento Indireto (entendimento do STF): o promotor de justiça 
recebe o inquérito policial e entende que é de competência federal. 
Porém, o Juiz discordando do Ministério Público e entendendo que 
seja de competência estadual, remeterá os autos do inquérito para o 
Procurador-geral de Justiça; nesse caso, poderá oferecer a denúncia, 
designar outro membro do Ministério Público para oferecimento da 
denúncia ou então insistir a remessa dos autos para o juiz competente.
– Arquivamento implícito (corrente minoritária): ocorre, por exemplo, 
quando do inquérito policial foram investigadas duas pessoas em três 
crimes ou, então, o Ministério Público oferece denúncia contra uma 
pessoa e dois crimes.
O outro crime e a outra pessoa seriam o caso do arquivamento implícito, 
por não terem sido mencionados pelo Ministério Público.
Exercício
10. (Cespe/UnB) Se o Juiz se dá por competente e membro do Minis-
tério Público se manifesta por não querer oferecer a denúncia, por 
considerar-se incompetente, ocorre por parte do Ministério Público 
um pedido de arquivamento indireto.
Capítulo 4
Ação Penal
1. Considerações Gerais
1.1 Apresentação
Nesta unidade, iniciamos o estudo da ação penal pública.
1.2 Síntese
O Estado assume o jus puniendi (dever poder de aplicar direito penal no 
caso concreto).
Ação Penal:
Regra: se o tipo penal não diz nada, então o crime será de ação penal pú-
blica incondicionada.
Entretanto, se o artigo referenteao crime disser “mediante representação 
do ofendido”, é então dependente da vontade do ofendido o início da perse-
cução penal.
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Analisar o tipo penal para saber se são:
Crimes de Ação Penal Pública
Incondicionada – se o crime é de Ação Penal Pública Incondicionada, o Es-
tado não precisa de manifestação da vítima para iniciar a persecução criminal 
(Ex.: Homicídio, roubo, furto, o estado age de ofício).
Condicionada à representação do ofendido ou condicionada à requisição 
do Ministro da Justiça – para que o Estado inicie a persecução penal, depende-
rá de manifestação da vítima. A condição será a manifestação/representação do 
ofendido, para o Estado agir (Ex.: estupro de pessoa maior de 18 anos, somente 
poderá processar o agente, se a vítima assim representar).
Crimes de Ação Penal Privada
Exclusiva
Personalíssima
Subsidiária da Pública
Obs.: queixa é a peça inicial da ação penal privada.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio 
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluí-
do pela Lei nº 8.699, de 27.08.1993)
Esta matéria é encontrada nos arts. 24 a 62 do CPP e 100 a 106 do CP, 
bem como no art. 129 da CF e Súmulas nos 608, 609, 696 e 714 do STF e 234 
do STJ.
Não há diferença entre as ações penais, mas existe diferença entre sua titula-
ridade, sendo assim, existem duas espécies: iniciativa pública e iniciativa privada.
Iniciativa pública é subdividida em: ação penal pública incondicionada e 
condicionada.
Iniciativa privada é subdividida em: iniciativa privada exclusiva, personalís-
sima e subsidiária da pública.
A ação penal pública incondicionada ocorre quando a lei, o tipo penal ou 
o capítulo que tratam daquele crime ficam em silêncio sobre a ação penal, 
significando que, no silêncio, será ação penal pública incondicionada, não se 
imposto qualquer requisito.
Ação penal pública condicionada ocorre quando a lei, expressamente, es-
tabelece que aquele crime só se procede mediante representação da vítima ou 
de seu representante legal, ou ainda condicionada a requisição do ministro 
da justiça que ocorre em duas hipóteses: crimes cometidos contra honra do 
presidente da república ou de chefe de governo estrangeiro e quando o crime é 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do território nacional.
A ação penal pública, como um todo, possui princípios que são: princípios da 
obrigatoriedade, da indisponibilidade, da intranscedência e da indivisibilidade. 
Pode-se citar também o princípio da oficialidade, mas não é pacífico na doutrina.
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Princípio da obrigatoriedade: o membro do MP está obrigado a oferecer a 
ação penal quando entender que estão presentes indícios de autoria ou prova 
da existência do crime suficiente.
Princípio da indisponibilidade (art. 42 do CPP): após o oferecimento da 
denúncia, o membro do MP não pode desistir da ação penal.
Princípio da intranscendência: a ação penal só pode ser oferecida contra 
aquele indivíduo que de alguma forma participou daquele crime.
Princípio da indivisibilidade: o membro do MP pode oferecer a denúncia 
contra um dos autores, não oferecendo contra outros, quando não houver pro-
vas suficientes, mas após obter, irá oferecer denúncia.
Princípio da oficialidade: existe um órgão oficial que deve oferecer a de-
núncia, ou seja, o MP (arts. 129, I da CF e 157 do CPP).
Exercício
11. (Esaf 2010) Segundo o Código de Processo Penal, seja qual for o 
crime quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesses 
da União, Estado ou Município, a ação penal será pública incondi-
cionada.
2. Ação Penal Pública Incondicionada e Ação 
Penal Pública Condicionada
2.1 Apresentação
Nesta unidade, continuando com o estudo das ações penais públicas, 
veremos a ação penal pública incondicionada e a condicionada.
2.2 Síntese
Ação Penal Pública (É necessária a manifestação da vontade do ofendido, 
mas esse não é o titular).
Incondicionada: (regra: se o tipo penal nada disser, será Ação Penal Pública 
incondicionada). Sua titularidade cabe ao Ministério Público.
As partes são: Acusação (Ministério Público) e Réu/Acusado (depois do ofe-
recimento da denúncia, o investigado passa a ser chamado de acusado). A Peça 
inicial é a Denúncia.
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Condicionada à representação do ofendido. Titularidade do Ministério 
Público, as partes são: Acusação (Ministério Público) e Réu/Acusado. A peça 
inicial é a Representação; é essencial para se iniciar o Processo Penal, é uma 
condição de procedibilidade. O prazo para oferecer a representação é de seis 
meses, contados a partir do conhecimento da autoria. No caso de morte ou 
ausência da vítima, é possível a sucessão do direito de representação.
Sendo assim, quem assume esse direito é o Cadi (Cônjuge, Ascendente, 
Descendente e Irmão). (Art. 24, § 1º do CPP: Nos crimes de ação pública, esta 
será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando 
a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. No caso de morte 
do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de 
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.)
Importante frisar que no art. 226, § 3º da CF/1988 inclui o companheiro da 
união estável como sucessor desse direito.
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre 
o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua con-
versão em casamento.
Exercício
12. Oferecida a representação pelo ofendido, o Ministério Público não 
é obrigado a intentar a Ação Penal Pública Condicionada à repre-
sentação.
3. Ação Penal Pública Condicionada à 
Representação e Requisição
3.1 Apresentação
Nesta unidade, iremos estudar a Ação Penal Pública Condicionada à 
Representação e Requisição.
3.2 Síntese
Característica da Ação Penal Pública Condicionada à representação é 
semelhante à Ação Penal Pública à Requisição do Ministro da Justiça.
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A retratação da representação é possível, desde que seja antes da oferta da 
denúncia, pelo Ministério Público, conforme o art. 25 Código de Processo 
Penal. (A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.)
Conseguintemente, a retratação da retratação, que nada mais é que repre-
sentar novamente mesmo tendo já retratado anteriormente, é possível, desde 
que seja dentro do prazo de 6 meses, caso contrário ocorrerá a decadência do 
direito de representar.
A Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça, 
a requisição do ministro da justiça é condição de procedibilidade, ou seja, nos 
crimes que dependem desta requisição, eles necessariamente precisarão de tal 
instituto, caso contrário não será instaurada a Ação Penal (Ex.: crimes contra 
honra do Presidente da República).
O prazo para oferecer essa requisição não é previsto em lei, então, não há 
prazo. Todavia, se o crime prescrever, a requisição não poderá ser realizada.
Outrossim, a retratação da requisição segue dois posicionamentos:
– não é possível, pois essa requisição é um ato muito sério;
– é possível aplicando-se como analogia o art. 24 (Nos crimes de ação 
pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas 
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justi-
ça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo).
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-
cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, des-
cendente ou irmão).
Exercício
13. É possível a retrataçãoda representação até o recebimento da 
denúncia.
4. Ação Penal Privada Personalíssima e 
Subsidiária da Pública – Parte 1
4.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as características da Ação Penal Privada Perso-
nalíssima e subsidiária da Pública.
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4.2 Síntese
Ação Penal Privada é aquela que depende da vontade da vítima para sua 
propositura.
Ação Penal Privada Personalíssima é aquela que somente a vítima tem a 
possibilidade de propor, ou seja, a titularidade é da vítima; sendo assim, se o 
ofendido morrer ou é declarada sua ausência, o direito de propor a ação mor-
rerá junto com a vítima. Nesta ação, não há que se falar em sucessão do direito 
de representação (Ex.: Art. 240 Código Penal – Revogado e o art. 236 Código 
Penal: Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou 
ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior).
As partes são querelante (parte ativa) e querelado (parte passiva).
A peça inicial se chama queixa-crime.
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública é a que “nasce pública”, mas 
com a inércia do Ministério Público em oferecer a denúncia, ela se torna pri-
vada, ou seja, a titularidade é subsidiária da vítima, as partes são querelantes 
(acusa) e querelados (acusado), a peça inicial é a queixa-crime.
5. Ação Penal Subsidiária da Pública – Parte 2
5.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as características da Ação Penal subsidiária da 
Pública.
5.2 Síntese
Em um crime de ação penal pública, encerrado o inquérito, o delegado 
manda o inquérito para o Juiz e o mesmo manda para o promotor. O Ministério 
Público pode pedir o arquivamento, novas diligências ou oferecer a denúncia a 
partir do recebimento do Inquérito Policial começa-se a contar os prazos para 
manifestação do Promotor.
Os prazos serão:
– se o acusado estiver preso: 5 dias para manifestação do Ministério Públi-
co. No final do 5º dia e início do 6º dia, a vítima percebe que acabou o 
prazo do Ministério Público e o mesmo se quedou inerte, nasce, assim, 
o direito para a vítima de propor a ação penal, mediante uma queixa-
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-crime. Vale lembrar que, mesmo a vítima tendo seu direito de propor a 
ação, o Ministério Público não perde seu direito de mover a ação, pois 
caso a vítima nada fizer, se quedar inerte também, o Ministério Público 
poderá ainda propor a ação;
– se o acusado estiver solto: 15 dias para manifestação do Ministério 
Público.
O prazo para o querelante oferecer a queixa-crime é de seis meses (prazo 
decadencial), contados a partir do momento que o prazo do Ministério Pú-
blico for finalizado. Caso acabem os seis meses de prazo, a vítima não poderá 
oferecer mais a queixa-crime e o Ministério Público poderá então oferecer a 
denúncia.
Sendo assim, o prazo de seis meses é decadencial e não há decadência para 
o Ministério Público, mas apenas a prescrição.
– Subsidiária da Pública: O crime era de Ação Penal Pública e o MP não 
se manifestou no prazo legal. No prazo do oferecimento da denúncia, o 
Promotor de Justiça deve:
– oferecer a denúncia;
– pedir o arquivamento do Inquérito Policial;
– requerer novas diligências, apontando quais.
Se no prazo de oferecimento da denúncia o MP ficou inerte, surge a possi-
bilidade da ação penal privada subsidiária da pública.
Prazo 6 meses contados da data final que o Ministério Público tinha para 
oferecer a denúncia (Ex.: MP tinha 15 dias para oferecer denúncia, se assim 
não fez, o 16º dia será o primeiro dia do prazo para oferecer queixa para ação 
penal privada subsidiária da pública).
Exercício
14. (Fundep – MG – Defensor Público) O Ministério Público participa da 
Ação Penal Privada Personalíssima?
6. Princípios da Ação Penal
6.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos os princípios que norteiam a Ação Penal.
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6.2 Síntese
Ação Penal Pública
Princípio da obrigatoriedade: vigora neste caso, onde obriga o Ministério 
Público a propor a Ação Penal assim que o inquérito policial, ou peças de 
informação, chegar a seu conhecimento, se assim, conter indícios de autoria e 
prova da materialidade (justa causa).
Indisponibilidade: a partir do momento que o Ministério Público propuser 
a denúncia, ele não poderá desistir da ação penal, tanto ao processo como o 
recurso.
Ação Penal Privada
Princípio da oportunidade: prevalece neste caso. Ele assegura que a partir 
do momento que a vítima tiver elementos para propor a queixa-crime será fa-
cultada à vítima a escolha de propor ou não.
Obs.: Renúncia: Caso a vítima não tenha interesse em propor a ação, ela 
poderá renunciar a esse direito. A renúncia ocorre antes do oferecimento da 
queixa-crime. Renúncia é diferente de desistência, já que esta ocorre depois 
que o processo teve início.
As características da renúncia são:
– se a vítima renunciar em favor de um dos autores do crime, essa renún-
cia se estende automaticamente ao outro autor do crime;
– pode ser expressa, onde a vítima se dirige ao Juiz, membro do Ministé-
rio Público ou autoridade policial e manifesta o desinteresse de proces-
sar o responsável. A renúncia pode ser também tática, que está descrita 
no art. 104 do CP (O direito de queixa não pode ser exercido quando 
renunciado expressa ou tacitamente. Parágrafo único. Importa renún-
cia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a von-
tade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a 
indenização do dano causado pelo crime.)
Ex.: Maria pratica crime de calúnia contra Pedro, posteriormente Pedro co-
meça a namorar com Maria e durante o namoro oferece a queixa-crime. Esse 
ato é incompatível, configurando assim a renúncia tácita.
Art. 49 do CPP – A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação 
a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50 do CPP – A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo 
ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Art. 57 do CPP – A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os 
meios de prova.
Disponibilidade – é a possibilidade de desistência da ação penal pela vítima.
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7. Princípios da Ação Penal – Continuação
7.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos a continuação dos princípios da ação penal.
7.2 Síntese
Ação Penal Pública
Divisibilidade – segundo o STF, tem justa causa apenas para propor a ação 
penal, para um acusado; o Ministério Público pode dividir a denúncia, sendo 
oferecida contra um dos acusados e, durante o curso do processo, se tiver pro-
vas, pode acusar o outro investigado.
Ação Penal Privada
Disponibilidade: a vítima pode desistir da ação por meio de três institutos:
– desistência – para que a vítima desista da ação, é imprescindível que o 
querelado concorde com a desistência;
– perdão do ofendido – no curso do processo, o ofendido pode acabar 
com o processo, mas o querelado terá que concordar para a ação ser 
extinta, caso não concorde, a ação continuará;
– perempção – forma de extinção da Ação Penal Privada, art. 60 do CPP.
Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do 
processo durante 30 (trinta) dias seguidos;
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (ses-
senta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto 
no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, 
a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o 
pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta seextinguir sem dei-
xar sucessor;
Indivisibilidade – se houver vários autores do crime, a vítima tem que pro-
por ação penal contra todos.
Princípios relacionados a ambas as ações:
– legalidade: devido processo legal;
– intranscendência: se o querelado vier a morrer, não há que se falar em 
sucessão.
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Exercícios
15. (FCC – Analista judiciário TRF) A vítima após propor ação penal pri-
vada não pode desistir da ação?
16. (FCC) O perdão do ofendido pode ser aceito por procurador? O Advo-
gado da vítima pode aceitar o perdão?
Capítulo 5
Sujeitos do Processo
1. Sujeitos Processuais Penais – Introdução
1.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos os sujeitos processuais penais e analisaremos o 
conceito.
1.2 Síntese
Sujeitos processuais: existe uma relação jurídica processual, ou seja, dentro 
de um processo, há uma relação jurídica, formada pelos sujeitos autor, juiz e 
réu. O autor, se na ação penal pública, será o Ministério Público. Se a ação for 
privada, o autor será o querelante.
O réu na ação penal pública é denominado como acusado. Na ação penal 
privada, é denominado querelado.
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É importante diferenciar sujeitos do processo e partes do processo. Partes 
do processo são apenas autor e réu, que também são sujeitos; o juiz é apenas 
sujeito.
Classificação de sujeitos do processo:
Na classificação de sujeitos do processo, deve ser entendido que existem os 
sujeitos principais e os sujeitos secundários.
Os sujeitos principais são o juiz, autor e réu; já os sujeitos secundários são 
os assistentes de acusação, peritos e servidores da justiça ou do poder judiciário. 
Os servidores da justiça são aqueles que exercem cargo técnico, de analista, e 
auxiliam o poder judiciário no exercício da Justiça.
Obs.: o defensor, segundo Guilherme de Souza Lucci, não é considerado 
sujeito principal ou secundário do processo, mas, sim, um sujeito especial da 
relação jurídica; sendo assim, o defensor não participa da classificação dos su-
jeitos entre principais ou secundários.
Exercício
17. (MP Goiás) São partes do processo penal.
2. Sujeitos Processuais Penais – Juiz
2.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos o juiz como sujeito processual.
2.2 Síntese
O juiz está entre os sujeitos processuais principais. É o sujeito processual 
com a função de aplicar a lei ao caso concreto, é ele que, com o recebimento 
da petição inicial, aplicará a lei ao caso concreto. Sua principal função é julgar 
o caso que lhe é levado, ocupando uma posição suprapartes, ou seja, as partes 
se submentem à decisão dele. Vale lembrar que o juiz deve manter equidistân-
cia em relação às partes, não pode beneficiar autor ou réu, qualquer que seja 
o motivo.
Características do juiz: para exercer suas funções deve ter investidura no 
seu cargo, deve ter passado por concurso público de provas e títulos (provas 
escrita e oral e análise de títulos adquiridos).
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O juiz deve ser competente, no sentido de que o juiz deve ser o competente 
para o caso concreto em análise, a competência é delimitação de jurisdição, 
este, que é o poder de aplicar o direito. Todavia, ele não pode dizer o direito a 
toda e qualquer matéria, pois sua competência é delimitada em lei.
Deve, o juiz, ser imparcial, na sua função judicante, deve manter equidis-
tância em relação às partes, ser imparcial, sem beneficiar uma delas por motivo 
íntimo.
Art. 252 do Código de Processo Penal – Causas de impedimento – O juiz 
não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em li-
nha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, 
órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido 
como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de 
fato ou de direito, sobre a questão;
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em 
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente 
interessado no feito.
Art. 254. Causas de suspeição – O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o 
fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser 
julgado por qualquer das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
VI – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo.
Todavia, a CF deu ao juiz três garantias: vitaliciedade – após dois anos de 
exercício do cargo, ele passa a ser vitalício, ou seja, só perderá o cargo por sen-
tença transitada em julgado; irredutibilidade de subsídios – os salários do juiz 
não podem ser reduzidos, salvo as regras dos arts. 39, 40 e 41 da CF; inamovi-
bilidade – após os dois anos de efetivo exercício, o juiz não pode ser removido 
da comarca onde atua, sem a sua vontade, salvo em razão do interesse público.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão 
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por 
servidores designados pelos respectivos Poderes:
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§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do 
sistema remuneratório observará:
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos 
componentes de cada carreira;
II – os requisitos para a investidura;
III – as peculiaridades dos cargos.
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo 
para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a 
participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, faculta-
da, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, po-
dendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 
do cargo o exigir.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de 
Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusiva-
mente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer 
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie 
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá 
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores pú-
blicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente 
os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disci-
plinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com 
despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no de-
senvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço 
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá 
ser fixada nos termos do § 4º.
Art. 40.Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante 
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-
rial e o disposto neste artigo.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este 
artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixa-
dos na forma dos §§ 3º e 17:
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I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo 
de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-
sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-
cionais ao tempo de contribuição;
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de 
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se 
dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e 
cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se 
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua con-
cessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo 
efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a con-
cessão da pensão.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua 
concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as 
contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo 
e o art. 201, na forma da lei.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a conces-
são de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-
salvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:
I – portadores de deficiência;
II – que exerçam atividades de risco;
III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudi-
quem a saúde ou a integridade física
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em 
cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que com-
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na 
forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria 
à conta do regime de previdência previsto neste artigo.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que 
será igual:
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite 
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a 
este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
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II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em 
que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios 
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se-
tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data 
do óbito.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em 
caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado 
para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito 
de disponibilidade.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo 
de contribuição fictício.
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de 
inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou em-
pregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para 
o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de 
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma 
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores 
públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e 
critérios fixados para o regime geral de previdência social.
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão decla-
rado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo tem-
porário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que 
instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servi-
dores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias 
e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite 
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será 
instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o dis-
posto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades 
fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão 
aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de 
contribuição definida.
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 
e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público 
até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de 
previdência complementar.
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§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do be-
nefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões 
concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que 
trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titula-
res de cargos efetivos.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências 
para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, “a”, e que opte por 
permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente 
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para 
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência 
social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade 
gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 
142, § 3º, X.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as 
parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do 
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na 
forma da lei, for portador de doença incapacitante.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomea-
dos para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla 
defesa;III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na 
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele 
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo 
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em 
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável fi-
cará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, 
até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, obrigatória a avalia-
ção especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
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Exercício
18. (Cespe/UnB – Delegado) A vitaliciedade, em qualquer caso, só é 
adquirida após dois anos de efetivo exercício?
3. Sujeitos Processuais Penais – Juiz e 
Ministério Público
3.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos o juiz e o Ministério Público como sujeitos pro-
cessuais.
3.2 Síntese
Classificação do órgão jurisdicional: pode ser monocrático ou colegiado, 
homogêneo ou heterogêneo.
Será monocrático o órgão que é composto por um único juiz. Órgão juris-
dicional colegiado é composto por mais de um juiz.
Os órgãos colegiados homogêneos são aqueles formados por juízes da mes-
ma espécie, como as câmaras dos tribunais, turmas do STF, etc. Por outro lado, 
os órgãos colegiados heterogêneos são formados por juízes de espécies diversas. 
Ex.: Juiz presidente profere a sentença, baseado no que estipulou o conselho 
de sentença. A decisão desse conselho prevalece, pois, a sentença deve obriga-
toriamente obedecer à decisão deste conselho.
O Ministério Público é dividido em Ministério Público da União (que se di-
vide em Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministé-
rio Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), Mi-
nistério Público dos Estados e no Ministério Público dos Tribunais de Contas.
A função do Ministério Público no processo penal é de titular da ação penal 
pública, conforme Código de Processo Penal (que diz que compete privativa-
mente ao Ministério Público propor a Ação Penal Pública). Outra função é a 
de exercer o controle externo da polícia judiciária e de requerer diligências.
Vale lembrar que o Ministério Público não pode determinar a quebra de 
sigilo bancário e fiscal.
Princípios institucionais do Ministério Público: unidade, indivisibilidade e 
a independência funcional.
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A unidade representa todos os membros do Ministério Público de um de-
terminado Estado, representam o órgão como um todo.
A indivisibilidade possibilita a substituição de promotores uns pelos outros.
Os promotores podem agir de acordo com sua consciência, não sendo vin-
culados com atos anteriores, segundo o princípio da independência funcional.
Art. 127 da Constituição Federal: O Ministério Público é instituição per-
manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa 
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-
tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a 
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concur-
so público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos 
de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos 
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Po-
der Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária 
anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo 
com os limites estipulados na forma do § 3º.
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada 
em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo 
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orça-
mentária anual.
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a 
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autori-
zadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
4. Acusado
4.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos o acusado como sujeito processual.
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4.2 Síntese
O acusado no processo penal ocupa o polo passivo. Deve ser pessoa natural 
(física), que tenha 18 anos ou mais. Vale lembrar que o menor de 18 anos, no 
Brasil, não comete crime, mas, sim, ato infracional; sendo assim, ele não rece-
be pena e sim medida socioeducativa.
A pessoa jurídica também pode ser acusada. Segundo o entendimento do 
STJ, para ocupar o polo passivo, deve-se adotar a teoria da dupla imputação; 
o representante da pessoa jurídica também deve ser responsabilizado, advindo 
daí o nome da teoria.
A denominação do sujeito (agente), que se suspeita ter praticado o crime, é 
variável. Quando se instala o Inquérito Policial, será denominado como inves-
tigado. Se o delegado conclui pela possibilidade de o sujeito ter praticado o cri-
me, no Inquérito Policial, sua denominação passa de investigado para indiciado.
Quando o Ministério Público oferece a denúncia, a denominação do su-
jeito passa a ser denunciado, pois ainda não se sabe se o juiz aceitará ou não a 
peça acusatória.
Se o juiz receber a denúncia, a denominação passará a ser acusado e, se no 
final do processo o juiz concluir pela condenação, sua denominação será de 
condenado.
Garantias do acusado: tem direito ao devido processo legal, direito ao con-
traditório e à ampla defesa, direito ao silêncio: o acusado pode permanecer 
silente ou até então mentir no processo, tem direito também, na prisão, à co-
municação de pessoas indicadas pelo preso ao juiz e, por fim, o acusado tem 
direito de ser ouvido pelo juiz, conhecido como direito de audiência e direito 
de presença, que é a participação em todos os atos do processo penal.
Exercício
19. (Cespe/UnB – AGU) Pessoa Jurídica pode ser sujeito passivo na relação 
jurídica do processo penal, pode ser acusada?
5. Assistente de Acusação – Parte 1
5.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos do que se trata o assistente de acusação.
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5.2 Síntese
Assistente de acusação: sua atuação tem previsão no Código de Processo 
Penal, nos arts. 268/273.
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assis-
tente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, 
qualquer das pessoas mencionadas no art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sen-
tença e receberá a causa no estado em que se achar.
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente 
do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer per-
guntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral 
e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, 
nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das 
provas propostas pelo assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do 
assistente,quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos 
da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente 
comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão 
do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, 
devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
Na ação penal pública, quem acusa é o Ministério Público. Entretanto, a 
vítima, o ofendido, não atua como parte, embora tenha interesse na condena-
ção do réu.
A sentença penal transitada em julgado representa um título executivo que 
a vítima pode levar à esfera cível e executar para receber a indenização por 
conta do crime.
O interesse do assistente de acusação, segundo a doutrina majoritária, diz 
que o interesse em ser assistente de acusação é o interesse pecuniário.
O assistente de acusação é um advogado contratado pela vítima ou repre-
sentante nomeado pelo CCADI (Companheiro/Cônjuge/Ascendente/Descen-
dente/Irmão).
A autorização de entrada do assistente de acusação no processo é o juiz; 
entretanto, o Ministério Público necessariamente deverá ser ouvido quanto ao 
ingresso do assistente.
A função do assistente de acusação é a de propor meios de provas, indicar 
testemunhas e apresentar alegações orais (participando dos debates).
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Conforme art. 400 do CPP, o assistente de acusação pode também apre-
sentar alegações finais; pode, ainda, apresentar recurso e arrazoar o recurso 
interposto pelo Ministério Público.
Art. 400 do CPP – Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada 
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações 
do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela de-
fesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como 
aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas 
e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008)
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indefe-
rir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela 
Lei nº 11.719, de 2008)
§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das 
partes. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008)
Exercício
20. (Cesgranrio) Contra decisão que admite ou não admite a entrada do 
assistente no processo penal, cabe recurso?
6. Assistente de Acusação – Parte 2
6.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos a importância do defensor e dos peritos.
6.2 Síntese
A ampla defesa é realizada por uma autodefesa (facultativa) e por uma de-
fesa técnica (obrigatória).
Para Lucci, o defensor é aquele que faz a defesa técnica do réu, logo, deve 
ter capacidade postulatória, que é a possibilidade de exercer a defesa em juízo; 
capacidade essa adquirida com a inscrição na OAB.
Denominações:
Defensor constituído – é aquele defensor contratado pelo próprio acusado.
Defensor dativo – é aquele que é nomeado pelo juiz para atuar durante o 
processo: vale lembrar, que o defensor dativo não é contratado pelo acusado. 
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Entretanto, se no curso do processo, o acusado contratar um advogado, o de-
fensor dativo sai do processo e entra o contratado.
Defensor por ad hoc – também nomeado pelo juiz, mas apenas para um 
único ato no processo penal.
Peritos – são pessoas que auxiliam o juiz a resolver determinados casos. O 
juiz não é obrigado a conhecer assuntos diversos ao do Direito (engenharia, 
arquitetura, etc.).
Perito Oficial – é o que fez concurso público e é servidor público de carrei-
ra. Já o perito não oficial, atua na falta do perito oficial. É necessário, então, a 
nomeação de dois peritos não oficiais para exararem seus pareceres.
Ambos os peritos devem apresentar o diploma de curso superior, serem 
alfabetizados e maiores de 18 anos (atentar para a maioridade do Código Civil 
de 2002 e não para o Código de Processo Penal).
Exercício
21. (Fundep – MG) Marque falso ou verdadeiro: Todo defensor dativo é 
defensor público.
Capítulo 6
Prisões
1. Prisões – Conceito e Espécies
1.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos os tipos de prisões e seus respectivos conceitos.
1.2 Síntese
Tipos de prisões no processo penal: prisão em flagrante, prisão preventiva 
e prisão temporária.
No Brasil, vigora a prisão civil do devedor de alimentos, de forma voluntária 
e inescusável; esse tipo de prisão é chamado de prisão coercitiva.
Prisão em flagrantes se materializa mediante um instrumento que se chama 
Auto de Prisão em flagrante delito. Nesse Auto, conterá:
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– depoimentos/declarações: depoimento do condutor, quem realiza a 
captura do agente que cometeu uma infração penal. Conterá também 
os depoimentos de duas testemunhas e, por fim, constarão as declara-
ções do conduzido, que é quem cometeu o ato criminoso. Lavrado o 
auto, deverá ser comunicado imediatamente ao juiz, ao promotor de 
justiça (Lei nº 12.403), à família ou outra pessoa indicada pelo preso.
Espécies de flagrante:
– obrigatório ou facultativo (art. 302 do Código de Processo Penal): o fla-
grante obrigatório, a autoridade policial e seus agentes devem prender 
sujeitos que efetuaram a prática criminosa, tendo em vista que presen-
ciaram o ato. No flagrante facultativo, qualquer pessoa do povo pode 
realizar a prisão em flagrante;
– flagrante próprio (art. 302, I e II do Código de Processo Penal): o sujeito 
que pratica o crime é surpreendido praticando o crime ou logo que 
acaba de cometer o crime;
– flagrante impróprio (art. 302, III do Código de Processo Penal): é aque-
le em que o sujeito é preso logo após a perseguição deste sujeito;
– flagrante presumido (art. 302, IV do Código de Processo Penal): é aque-
le em que o sujeito é encontrado logo depois do ato criminoso, com 
objetos que levam a presumir ser ele o autor do crime.
Atenção, nas expressões logo após e logo depois. Logo depois representa um 
período de tempo maior em relação ao logo após.
Exercício
22. (Cespe/UNB – Agente Federal 2006) Analise se a alternativa está 
correta ou incorreta:
Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna im-
possível a sua consumação.
2. Prisão Preventiva e Medidas Cautelares
2.1 Apresentação
Nesta unidade, veremos as formas de prisão preventiva e as medidas 
cautelares.
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2.2 Síntese
Prisão preventiva – previsão expressa no art. 312 do Código de Processo Penal.
Requisitos:
– Indícios de autoria + prova da materialidade
Preenchidos os requisitos, a prisão será cabível se algumas hipóteses esti-
verem presentes; apenas se estiverem presentes pelo menos uma delas é que a 
prisão preventiva poderá ser decretada.
As hipóteses são:
– garantia da ordem pública;
– garantia da ordem econômica (relacionada à possibilidade de prática de 
novas infrações penais relacionadas à área econômica);
– instrução processual penal/investigação criminal: o sujeito ameaça tes-
temunhas, corrompe agentes públicos, etc.;
– aplicação da lei penal, visa garantir a aplicação da lei penal (sujeito 
tenta fugir).
Modificações trazidas pela Lei nº 12.403:
A prisão preventiva poderá ser decretada também quando o indivíduo não 
fornece dados para sua identificação e há dúvidas sobre sua identidade.
Esse tipo de prisão passa a ser subsidiária. Será decretada em último caso.
Cabimento da prisão preventiva:
– será cabível apenas em relação aos crimes que têm pena máxima supe-
rior a 4 anos;
– cabível também em relação àqueles reincidentes em crimes dolosos, 
desde que com sentença transitada em julgado;
– é cabível também quando houver violência contra a família ou a mu-
lher, criança, adolescente, idoso, enfermo e

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