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Latim para Bot�nicos - RIZZINI C T - 1955.pdf CA R LO S TO LED O RIZZ I N I ENSAIO SOBRE O USO DO lATIM NA BOTÂNICA lATIM PARA BOTÂNICOS FUNDAÇÃO GONÇALO MONIZ - BAHIA - BRASIL - 1955 ! L " t C i.: _ ~1 s e.t:mo n.e. CD. CD, CD, --_ ._ -- - ., Parecer da Comissão Julgadora do Prêmio José Ve- rissimo (Ensáio e Erudição) da Academia Brasileira de Letras para 1951: « O Sr. Carlos Toledo Rizzini, homem igual- mente de ciência e de letras, apresentou com seu Ensaio sôbTe o uso do latim na Botânica, um trabalho de fôlego que exige erudição e cultura. Dividido em cinco partes, destacamos especialmente a última de tôdas: O dicionário laUno-português aplicado à Botânica. Trata- se, pois, de uma obra útil, necessária. de real significação, digna de aplausos e que vem con- solidar o prestígio intelectual de seu autor ». Ass.) Mucio Leão Elmano Card'im José Carlos de Maccdo Sow'cs, relator. ,. i· I L--. __ _ > ! .l PREFÁCIO Lançando a obra do naturalista CaT?os Tolcdo Riz.õini - "Latim par a botânicos" - a Fundação Gonçalo Nloniz tem em vista prcencher grave lacuna de nossa literatura botânica. Como é sabido, a Sistemática Botân'ica conservou a tradição das dcscriçõcs latinas, o qu'!, se reprcscnta uma grande facilidade bibliográfica, exige, por outro lado, o manejo do latim cicntífico como instrumento básico de trabalho. E o pcrigo do conhecimento inseguro dêstc meio de expressão dos caractercs taxinômicos e evidente. Daí a neces- sidade de se sair definitivamente do autodidatismo forçado em que estáva- mos, neste assunto, no Brasil. Porque nada havia que orientasse o cstucliow nesta matéria, a não ser gramáticas e cursos com o objetivo do ensino da lingua latina em geral, o que exiue uma aprendi:wgcrn mais longa, desani- mando o jovcm sistemata diante de um programa vasto, de que êle sabe só poder utilizar uma parcela pequena. Nêste trabalho, ao contrário, limitam- Sf~ as noções gramaticais ao indispensável, forneeem-se modelos de elescrições, rara moldar a sintaxe pela dos bons autores. Albn disso há, no fim, um dicionário especializado, que reprcsenta grande massa de trabalho acumulado, a primeiro no gênero entre nós, c cuja utilidade logo há de se fazer sentir. o autor ingressou, por concurso, no quadro cios naturalistas do Jardim Botânieo do Rio de Janeiro em 1945 c, em 1947, graduou-se em Medicina. Seus trabalhos situam-se principalmcnte no domínio da Sistemática; versan- do sôbTe ACA.NTHACEAE, COMPOSITAE, RUBIACEAE, LORÁNTHACEAE, BIGNONIACEAE, OLACACEAE, DICHAPETALACEAE, bem como sôbre líquens do gênero USNEA (ele gr[[}~de interesse méelico em rir tucZe dos anti- bióticos que contêm). çuanelo naturalista do Parque Nacional da Serra dos órgdos organizou o herbár'io regional e diversos estudos florísticos loeais . Em eolaboracão eom o naturalista Paula Oechioni descrevcu, recentemente, a nova família DIA LYPETALANTHA CEA E, aceita por Lam, Bremekamp e outros. Reali- zou estudos anatômieos sôbre os haustórios das LORANTHACEAE, tendo publicado também diversos tTabalhos de div2110ação, acêrea dos mCtodos de preparo do polen (com vistas para os alergistas), da morfologia do '!Jolen e do novo sistema filogenético de Lam para as Cromófitas. LUIZ FERNANDO GOUV:EA LABOURIAU. 1 I i ÍNDICE INTRODUÇãO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 I - NOÇÕES I NDISPENSÁVEIS DE GRAMÁTICA LATIN;\ ................ 15 1 - Alfabeto 15 2 - Número .. .. .. ........ .... . ..... ... ... .............. .. 15 3 - Gênero ........ ...... . ... ....... .................. ... 16 4 - Pa rtes do discurso .... ........ ....... . ... .. ......... 17 5 - Tema e 6 - Desinência .. . .. .. ................ . .. .. 17 7 - Declinação ....... .. .......... . .. ........ ..... ........ 17 8 - Número e reconhecimento das declinações.......... 18 9 - Casos.. ... .. ............. . ... .... .. . .. . ..... ... .. . .... 19 10 - Nomes gregos ... . .. .. .. .. .. . . ...... .. .... .. ..... . .. . . 19 11 - Declinação dos substantivos . ... .... . .............. . . 20 a - Primeira declinação .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 b - Segunda declinação. .. ..... ................... . . 21 c - Terceira declinação. .. . .......... .. .. .. .. . .. .. .. 21 d - Quarta declinação.. .. ...... .. . .. .. .. .. .. ..... .. 24 e - Quinta declinação. ....... . .................. .. .. 25 12 - Nomes compostos.... .... .. .. .. .... . . . ...... .. .. .. .. .. 26 13 - Gênero português dos epitctos latinos .. . . . . . . . . . . . . . 26 14 - Declinação dos adjetivos qualificativos. . . . . . . . . . . . . . . . 27 I - Adjetivos de 1." classe.......................... 27 2 - Adjetivos de 2." classe............. . .. ......... . 2:J 15 - Particípios presentes adjctivados . .. . ... .... ... .. .. .. 31 16 - Outras classes de adjctivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 17 - Adjetivos numerais .. . .. ......... ... . .. .. .. .. .. . .. .. .. 33 18 - Medidas de comprimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . 35 19 - Gráus dos adjetivos qualificativos. .. ..... ........ .. 36 1 - Comparativo de superioridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 2 - Comparativo de inferioridade. ... . .... . . . ...... 37 3 - Comparativo de igualdade ..... .. ... . .. .. . ...... 37 4 - Gráu superlativo ............................... . 5 - Comparação irregular ............. . .. . ... ..... . . 37 39 f- I ! I i \ I 1 -10 - 20 - D::elinação dos pronomzs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 A - Pronomes demonstr8.tivos ... . . . . .. .. .... .. . .. .. . 40 B - Pronomes ind2fil1idos . . . ... . . .... .. ....... . .. . . . 21 - Advérbios .. ... . .. .... .. .... .. . .. ... ... .... .... .. .... . 22 - Preposições 42 41 43 23 - Conjunções .. . .. .. . . . ...... ... . . ......... ............ 50 24 - Verbos .... . ... ... . ..... . .... ... ... .. .... .... .. . .. .. . . 53 25 - Algumas formas verbais in1portantcs........... . .... 5ô 26 - P alavr as e locuções especialmente importanLes.... .. 50 27 - Prefixos de muito valor..... . ................ .. .. . . . 65 28 - Da sintaxe emp,'e6ada n as clia;noses . . . . . . . . . . . . . . . . Gn 2;) - O alfabeto grego..................................... 70 30 - Transferência ele palanss elo greGo para o la tim c lJOl'tuguês ,.. . ..... ............................... ~11 II - REDAÇÁo DE DIi\GNOSES . . . • • . . . . . . . . . . . • . . . • . . . . . . • . . . . . . . . . . . 73 1 - Definição ............. . .... . ...... . ... . ............ . . 73 2 - Conceito . .. .. . ... ... ... ... ... .... . .. . .. . ..... . . ... . .. 73 3 - Partes de uma di::tgno,;e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<1 4 - Introdução às diagnoses la t in8.s . ... .. . . .. ... .... .... 74 5 - Descrição de plrUltns . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 G - Observações que se seguem às diaznoses... ... ... . . . 90 7 - Parte acessória das diaól1oses. ........ . ....... . . .... [12 8 - Descrição de variedades ... . ......... . .. . .... . .... .. . 05 9 - Preparação ele chaves........................ . .. .... . 96 III - RAIZES GREG.~S E LI\.TIN t.S M:\JS I i\l POItTI\.:;Tr:S NA CO IlIPosrçÃo DOS NOMES SISTEMÁTICOS... .............. ... .......... 9!J 1 - Dificuldades ... ... ... ... . . ........ ... .. .... ... .... .. .. 99 2 - - Categoria grama tjeal elo.s m eS!11r\s.. .. . . . . . .. . . 100 3 - Das r aizes latlnns .... .. ... .... .. ..... . ..... . .. .. .. . . lüO 4 - Pronúncia dos nOil1CS C~11 . . _-1: ;\ ........ . . ... . ... . .. . 101 5 - Relação das m ais important8s . ... . ... . .... . ........ 101 IV TRECHOS SELECIONADOS ...................................... . lOS v - DICION ÁRIO L,;TlNO-PORTUGUÊS .~PLIÇADO ii EOT.'imcA... . . . ... . 115 :J ! -! i .J __ 1.. 1 J INTRODUÇÃO « Indocti discant et ament meminisse periti, " Não é inopor tuno êslc despretencioso ensáio. E que o latim empregada cm larga escala, atê o seculo passado - e ainda hoje, cmboT!1 em mais modestas p7'o'Por~ões, por fórça das convenções mantidas por todos os con- gressos botânieos (o último em 1950) - não fóra, até então, analüado sob o ponto de vista aquí adotado - pelo menos, tanto quanto pUdemos apurar, em nosso magnifico idionw. (*) E ver-se-á que não poucas peculiaridades êle demonstra, quase completamente concordantes com o latim elássico lite- rário, mas eom caráter dc exceção; não raras vezes certos voeablllos têm sentido todo próprio em Botânica, só longinquamente abonado pelos clássicos. Procuramos ressaltar tais diferenças para que seu uso seja eampreendido e L~ontinuado, ja que são verdadeiros padrões de linguagem por todos entcn- d1dos; sirvam-nos de exemplos: os vcrbos GAUDERE e LUDERE, a dceli- ncti}ao dos gregos nelltros elr~ - MA, a declinação dos gregos femininos em - IS, o empreyo de raizes gregas latinizadas, a dcclinação dos nomes com- postos latinos, o uso da letra J, a declinação de SPECIES, EI, etc. Essas particularidades, associadas ao modo lJeCllliar de descrever, justi- f icam o presente ensaio; além disso, lhe são inerentes propriedades didáticas, que constituem Slla aspiraçâo última. Assim, julgamos ter assinalado e escla- rccido umas tGntas singularidades seeulares e, ao mesmo tempo, facilitado o cstudo dos interessados em Sistemática vegetal, Pos:o isto, a nomenclatura botânica e as descrições dc novas entidades taxionómicas devem, obl'igatóriamcnte, utilizar o latim e vozes gregas latini- zc,das (raramcnte em estado puro); isto se tornou pràticamente exequível desde 1753, quando o genial Carlos de Lineu introduziu a nomenclatura bmária por meio de sua famosíssima obra "Species Plantarum", Em 1867 .1 Congresso Internacional de Botânica - reunido em Paris - ratificou o ( ':' ) Recentemente encontramos na revista "Svensk Botanlsk Tidsk", 45 (3) :534 - 537, 1951, uma anàl1se em sueco de um livro tambcm escrito nessa Inacessível lingua denominado "Latin for botanister och zoologer" de E. Wikén (Gleerups, Lund 1951, 497 pags.). Tendo podido compreender o título, notamos ~er um trabalho de maior amplitude que o 110<:80, s6 para botânicos. -12 - emprêgo do latim, mantido rcforçado cm 1950. Dêsfc modo a matéria é perfeitamente atual. Em épocas pre-lineanas havia centenas dc obras SÔbl'C as ciências naturais redigidas naquele idioma, apenas sem a neeessária uniformidade e clareza, introduzidas pelo eminente sábio sueco. Com a utilização tão extensa dessa língua naquela eiência, constituiu-se cúmo que uma espéeie de ramo aparte - originário do ehamado latim cien- iZfieo da IdadeJYIédia - agora denominado "latim dos botânicos", como fa?' Candidod e Figueiredo (8); êste conhecido autor, contudo, se engana ao dizer " porque os botánicos criaram um latim para seu uso - o LATIM BOTii- NICO ... ". já que não foi êle criado pelos botânicos e, sim, adotado da Idade Média, como mencionamos há momentos. P:le concorda, igualmente há pouco o adiantamos, em sua maior parte com o latim elássico quanto à ortografia e, tanto quanto possível, no que conccrne à gramática pràpriamente dita. Empregando a bela língua de Cícero, que continua a ser aquilo que sempre foi para os naturalistas, temos obrigação de o fazer o mais correta- n!ente possível. As gramáticas latinas usuais cscasso auxílio prestam quando alguem pouco ajeito ao seu manejo deseja descrever uma nova espécie ou c'iar um novo nome genérico; menos ainda os dicionários por não suprirem o leitor com a terminologia botânica, inexistente ao tempo dos clássicos. O vocabulário de Steinmetz (28) apenas regista os termos no nominativo, nâo indicando nem o gênero nem a declinação (desinência do genitivo sin- gUiai); mesmo que fosse completo, pouco auxílio propiciaria ao inexpcr[o. Cabrera (3) tentou remediar isto dando noções do idioma em questão; o pequeno volume de info1'1nações aliado às ineorreções tipográfieas torna spu trabalho inoperante - mais ainda por julgar êle que as descrições latinas devam ser simplesmente um resumo dos caracteres mais importantes, segui- das de outras correspondentes e na língua do autor ou ainda em latim; baseado no primeiro pressuposto, deu parcimonioso desenvolvimento, conso- ante assinalamos, ao seu artigo. Daí concluirmos que, tanto Cabrera como Steimnetz, obrigam o leitor a possuir prévio conhecimento bastante apreciá- vel, suficiente para dispensar o primeiro artigo citado. Scmpre usamos, como muitíssimos outros, completas descrições latinas e assim há de ser p01'que nosso lindo idioma, infelizmente, é desconheeido nos grandes centros científicos; uma bôa diagnose latina é perfcitamente clara para succos, japoneses e indús, pois êstes usam a mesma língua em sc tratando de Botânica. Quando enviamos ao conheeido Prof. li. J. Lam, de Leiden, nosso trabalho (col. com P. Occhioni) "Dialypetalanthacece" acompanhado do material herborizado correspondente, éle não esqueceu, em sua resposta, de fazer Teferência a "very complete description of this remarkable plant ... ", tôda. em latim e, por isso mesmo, claríssima para êle, cminente sistema ta. -13 - Concluimos pcla enorme vantagcm de não limitar as diagnoses às curtas dCSC1'içõcs em latim, seguidas de mais completas em português (ou outra língua em que escreve o autor). o presente trabalho baseia-se no que podemos chamar, sem e:r:agero, os "clássicos da Botânica", citados em parte na bibliografia aprcsentada no final. Lineu, Eichler, Urbano Willedcnow, Meissner e muiios outros menos conhecidos mas latinistas tão bons quanto os nominalmcnte citados. Dividimo-lo cm cinco partes bem distintas, a saber: I - Noções indispcnsáveis de gramática latina, onde são estudados não só os fundamentos do latim clássico como também as particularida- des do latim dos botânicos. II - Redação de diagnoscs, em que é fcito um estudo acurado de como os sistema tas usam descrever suas plantas. III - Raizcs gTegas c latinas mais importantes na composiçção de nomes sistemáticos. IV - Trechos selecionados para leitura e tradução, os mais simples e belos; acompanha pequeno vocabulário para palavras ou exprcssões ausentes nos dici onál·i os. V - Dicionário latino-português aplicado à Botânica. Nessas cinco partes os exemplos são cxclusivamente referentes à c!Cncic~ das plantas, o que aumenta sensivelmente as possibilidades de emprêgo di reta por parte dos interessados. Esta obra não pode ser considerada completa, embora pouco falte para tanto, ialvês; com a continuação, anos afóra, sem dúvida o conscguircmos, ainda que isso não tcnha cfeitos práticos scnsíveis; aqui se cncontra mai9 do que seria n eccssário ao interessado. ---------- - --- _ ............... -. . J \ I A NOÇÕES INDISPENSAVEIS DE GRAMÁTICA LATINA - ' - 1 - Alfabeto Compõe-se de 23 ou 24 letras, segundo se considere ou não como tal o J: A, a G, g O, o u, u B, b H, h P, P V, v C, c I, Q, q X, x D, d L, I R, r Y, y E, e M, m S, s Z, z F, f N, n T, t OBS. - As letras K, X, Y e Z aparccem em vocábulos gregos; os nomes oriundos desta língua trocaram o K por C, embora aquela tenha sido letra integTante do latim em seus primórdios, depois substituida pela outra. Os ccrn Z assim permaneceram, mas são poucos; os com X e Y praticamente não aparecem. Importa-nos, porém, discutir com mais minúcia o 1. Os ro:nanos não empregavam na escrita a letra J e, sim o I; contudo, na pronúncia se diferen~ ciavam tão bem como hoje. Salvo poucas exceções, o I é consoante (isto é J) quando precedendo uma vogal, no início ou meio da palavra: iam (jam, já, agora mesmo), coniuges (conjuges, csposos); nos demais casos é vogal, isto é, tem som de I português: Ilex (gênero de plantas), etc .. Como exceções podemos apontar, ex. gr., algumas vozcs gregas, sem importância para nós, e certos comparativos latinos : tenuior (mais tênue) , assiduior (mais assíduo). !',ão temos interesse em entrar a analisar minudências a respeito porqCle carecem de valor, dado seu caráter excepcional. Se a diferenciaçã.o fonética entre os dois sempre foi característica do latim, inclusive da decadência, a distinção ortográfica rcmota a época porte- rio r à Idade Média. O nosso latim - oriundo, como é, do chamado latim ri I -16 - científico daquela fase da história - utiliza demasiado frequentemente o J. Não falamos latim, escrevemo-lo simplesmente; será, pois, duplamente prá- tico abandonar tal letra, como fazem muitos cultores do magnífico idioma. Em primeiro lugar, não teremos necessidade de cogitar da mencionada distinção. Em segundo, estaremos com todos os clássicos literá l·ios. Posto isto, podcmos empregar apenas em nossos escritos a vogal e consoante I (i). Nos textos botânicos, antigos e modernos, vamos quase sempre encontrar o J, o que não tem, conforme explanamos, a mínima importância. Finalmcnte, não cometcrá nenhum absurdo quem por êstes se reger. Nota - Somos forçados a abrir exceção para os nomes genéricos e cspecíficos, aos quais as regras de nomenclatura proibem quaisquer modifi- cações, 7nesmo quando erradamente gmfados por seus respectivos criadores. Assim, Jasminuln e derivados (jasminoides, jasminif lora, etc.) terão os J respeitados. Tais vozes serão consideradas neologismos e, por isso, não entram em discordáncia com o acíma exarado. AliQs, os neologismos ocupam lugar pl eponderante desde o latim medieval e, mesmo, em plena Roma dos clássicos (veja a êstc respeito o dístico escolhido sob o título do dicionário). -- 2 . Número Singul8.r e plural, 11avendo, contudo, palavras Que só existem no plural (rluralia tml'lum) e outras com significado diverso conforme o número, v . gr., scopa, ce : sing. (raminho, graveto), scopce, arum: plural (vassoura) . Como exemplo de plumlia tantmn tcmos: Tamalia, alimn (a ramagem). Masculino, feminino e neutro. O gênero é dado ou pela significação do vocábulo (gênero n2.tural) ou pela dcsinGnc!a (gênero gramatical). Assim, Prunus e Cupressus scriam masculinos pela terminação ou desinência, mas, n(>, realidade. femininos por representarem cousas accitas como tais (plan tas) - eis a diferença entre gêncro gramatical (pelo qual ambos seriam masculi- nos) e gênero natural (o que prevaleceu no caso) . Ê curioso que crystallus (,) cristal) seja feminino, tanto mais que se dá I f'xg f'. preferência à forma neutra crys tallum. Os dicionários indicam o gênero dêste modo: f. - femi- nino; 111. - masculino e n. - neutro, não havendo maior dificuldade; assim também o nosso dicionário o indicará, já que poucas vezes se o pode descobrir ao simples exame da palavra isolada. I ·1 I j -17 - -- 4 - Parte t/i,J Discurso Temos só precisão absoluta de: substantivos, adjetivos, advérbios e prc- posições, os dois primeircs declináveis e os dois últimos invariáveis. Secundà- riamente poderemos utilizar pronomcs e verbos, os primeiros sujeitos às declinações e os últmos muitas vezcs no particípio passado. --- 5 - Tema e 6 - D~sinência Noções de cxtrema importância. Tema é a parte imu tável elas palavras e desinência ou terminação a parte final variável. Obtem-se o iema de qual·· quer termo pela eliminação da desinência do genitivo singular: qual o tema ela. palavra coroEa? Sendo o genitivo singubr cOl'ollre, retiramos a sua tenni- nação re e teremos o tema coro ll. Mas, para isto precisamos s8,bcr sempre o genilivo singular ele todos os vocábulos. Quem no-ia dará? Os dicionários, onde todos os substantivos se acham nesta ordcm: nominativo singular (ou nom. plural nos raros casos em que nüo há sing'ular: v. n. 2), desinência elo gônitivo Singular (ou plural nos casos acima) e, por fim, o gênero abreviada- mente como indicamos em n. 3. Exemplos: procuremos o vocábulo folium, a folha; como o encontraremos citado? Foliurn, i, n . - nom. sing., i do gen. sing. (folii) e n . expressando o gênero neutro. Agora vejamos fIos, flor. FIos, floris m. - nom. sing., flor is o gen. sing. por extenso porque a forma .. ção dele é um tanto irregular e m. demonstrando ser masculina a palavra. Seus temas são, à vista da indicação do dicionário : Folium, folii - tema fali. Flos, floris - tema flor. No caso de foliurn, i, o gcnitivo é, conscquentemente, obtido pela substi- tuição de mn por i e no de fIos dado diretamcnte pelo dicionário. E assim em todos os demais casos. 1 - Declinação A grande importância. do conhecimento do tema e das desinências reside nas declinações. Declinar é adicionar ao tema de cada palavra a desi- nência adequada ao que se quer expressar, isto é, a terminação característica dc cada caso. Qual a finalidade das declinações? Exprimir as diferentes I i I I . : i I, 11 ~ - 18 - relações lógicas das palavras entre sí, o que em português é feito pelos artigos, preposições e colocação dos nomes. Em latim n ão há artigos, suas preposições são algo diversas quanto à formo. e uso; igualmente, o. colocação dos vocábulos (pronomes!) pouca importância tem, de um modo geral. Posto isto, com a mudança da terminação dos substantivos, adjetivos e pronomes (as t rês categorias de vozes declináveis) e pelo contexto podemos, sem gr andes dificuldades, entender o latim dos botâni cos. -- 8 . Número e Reconhecimento elas Declinações --- São cinco e fàcilmente reconhecíveis pela terminação do genitivo sin- gular, obtido - C01110 já vimos - nos dicionários: Gen. sing. D eclinação -AE Ln -I 2." -IS 3." -US 4." -EI 5." Vejamos alguns exemplos abrindo o dicionário (algumas dessas p alavras não ocorrem em todos êles): Planta, ae, f. - a planta Ln decI., feminino. Ramus, i, m. - o ramo 2." decI., masculino. Prunus, i, f. - a ameixeira 2a decI., feminino lndusium, i, n. - o indúsio 2." decI., neutro. Ramalia, aZill1n, n . - a ramagem 3.n decl., neutro (plural ia tantum: v. n . ~). Sémen, is, n. - a semente 3.n decI., neutro. Arbor, is, f. - a á rvore 3.n decI., feminino. Frutex, jrut icis, m. - o arbusto 3.n decI., masculino. Fructus, US, m. - o fruto 4.n decl., masculino. Tribus, US, f. - a tribo 4." decI., feminino. Species, ei, f. - a espécie 5.a decI., feminino. l' . ; . _.=--....,..---"'---_ .... ~ ....... ~~~- ,- . . .. -. 19 9 - Casos ——-— — — ——— * ~ — Cacla deelinacao se compoe de seis casos: nominativo, genitivo, dativo, acusativo, vocativo e afalativo, dcs caiais o vocativo sera eliminado de nossas cogitacoes por seu nenhum interesse (para nos, entendido) . Suas desineneias podem variar de acordo com o genero e o niimero, estando ainda sujeitas a muitas excecoes e particularidades. Por isso, nao e materia para ser decorada e, sun, consultada; contudo, a pratica a vai fixando na memoria. Fungoes dos casos — O nom. indica sempre o sujeito, aquele que executa a acao expressa pelo verbo. O gen. exprime uma relacao de posse ou proprie- dacle (complemento restritivo) : a folha da arvore (folium arboris, o 1.° nom. e o 2.° gen.). O dativo e o caso do objeto indireto ou complemento termi- ng tivo: com o perfume semelhante ao de jasmim (odore Jasmino simili, o 2° dativo) . O acus. refere o objeto direto, aquele que recebe a acao expressa pelo verbo: as plantas tern folhas (plantae folia habent, o 1.° nom. e o 2.° acus. plural) . O abl. designa as miiltiplas circunstancias em que pode se dar a acao: tempo, lugar, causa, modo, instrumento, etc.. Depois de dadas as declinagoes isto se tornara mais claro. O ablativo e um dos casos mais importantes em Botanica porque nao deixa de dar ideia de posse, desde que se nao trate de complemento restritivo; de um modo apenas empirico podemos diferencia-los por meio das particulas usadas em portugues: da: gen., com: abl.: as folhas da planta sao grandes e verdes (folia plantae magna et viridia, gen. em plantae) . Planta com folhas grandes e verdes (planta foliis magnis et viridibus, abl. em Joliis) . Sste tipo de construcao e usado na grande maioria das descricoes mais simples de plantas: Atente-se para os adjetivos magna e viridia, cujas desineneias acom- panham seus substantivos nas modificacoes apresentadas, o que e proprio deles. Homes Gregos — — Seguem quase sempre as declinacoes latinas: l. a , 2.a e 3.a . Mesrno stoma (estomato, pequeno poro ou abertura), que deveria fazer o abl. plural em —IS (stomatis), acompanha essa norma ssgundo o uso consagrado dos bctanicos. Contudo, Botanica se declina em grego e, naturalmente, nao poderiamos esquecer semelhante vocabulo. Aproveitamos, entao, a oportunidade pava nos livrar dessa unica deelinacao grega que nos interessa: .. ' I I ' ii i: i: li q Nom . Gen. Dat. Botanice Botanices Botanicae Acus. - Botanicem Abl. - Botanice - 20 - H. B. - Há quem decline Botanica, ae, L, na primeira declinação, mas são poucos. Isto se refere às palavras gregas em -E, -AS e -ES. A declinação grega acima diz respeito ao singular: os mesmop termos fazem o plural ia tino na primeira declinação . -- 11 . Declinação dos Substantivos P:-imeira declinação: Encerra substantivos femininos e poucos masculinos. C A sos Nom. Gen. Dat. Acus. Abl. C A sos Nom. Gen. Dat. Acus . Abl. SINGULAR planta (a planta) Plant-re Plant-re plant-am plant-a PLURAL Plant-re Plant-arum Plant-is Plant-as Plant-is SIGNIFICADO ;c, ou uma planta ela ou de uma planta à ou a uma planta 9, ou uma planta da, com ou pela planta SIGNIFICADO as plantas das plantas às plantas as plantas das, com as ou pelas plantas As desinências foram e serão destacadas sàmente quando características dos casos . Em muitos nominativos elas são variáveis e por isso aparecem unidas aos temas. , I I I :! " - 21 - Qualquer outra palavra que os dicionários nos revelarem pertencer a esta declinação será declinada pela adição elas terminações separadas pelo hifen ao tema. E assim para tôdas as outras. S egllnda declinação: Encerra nomes masculinos (nom. em -US, -ER e -IR) e neutras (nom. em -UM); muito poucos, por exceção, são femininos, alguns dos quais já citamos. Não repetiremos daqui por diante o significado, sempre igual. Substantivos masculinos: C A sos SINGULAR PLURAL Nom. Pil-us (o pêlo) Pil-i Gen. Pil-i Pll-orum Dat. Pil-o Pil-is Acus. Pil-um Pil-os Abl. Pil-o Pil-is Substantivos neutros: Vimos que fazem o nom. sing. em -UM. Todo o singular é igual ao anterior, mas não o plural. CASOS SINGULAR PLURAL Nom. foli-um (a folha) foli-a Gen. Icli-i foli-orum Dat. foli-o foli-is Acus. foli-um foli-a Abl. foli-o foli-is Os neutros em -US (como virus, o veneno) são excepcionais. Relembra~ mos que isso não tem importância porque os dicionários indicam sempre o gênero bem como o que apresentaremos na parte final. 'Terceira declinação: É a mais complexa por apresentar numerosas particularidades e exceções. Inicialmente convêm notar que o nom. sing. é extremamente variável em sua desinência, o que carece de maior importância: rex, genus, julguT, calcar, mare, acumen, jlos, calyx, crassitudo, orbis, jascis, etc.. Nunca, porém, varía o gen. sing. característico -IS. - 22- Vamos distribuir, sob um ponto dc vista exclusivamente prá.tico, as palavras de int8rêsse botânieo em grupos uniformcs quanto às dcclin ações; quando se tratar de deelinar um dado termo, procure-sc o grupo prêviamente cm que êlc sc enquadra. Os três gêneros estão mais ou menos igualmcnte representados. 1.0 grupo -- Vocábulos com o mesmo número de sílabas no nom. e gcn. sin:::;ulares (parissílabos) e palavras com o gen. sing. possuindo mais sílab% do que o nom. sing. (imparissílabos), cUjo tema finaliza por mais de uma consoante. São, na realidade, dois grupamentos de vozes com igual sistema de declinação. Exemplos: eaulis, eaulis, parissílabo (o eEmle; nom. c gen. sing. ccm o mesmo número de sílabas); nox, noetis, tema: noet, imparissíla))o eom tema terminado por duas consoantes. Tôdas as palavras de nosso inte- ressc se filiam a eaulis, is nêste grupo primeiro. C A S o S SINGULAR PLUR AL Nom. Caulis (o caulc) Caul-es Gen. Caul--is Caul-ium Dat. Caul--i Caul--ibus Acus. Caul--em Caul-es /l.bl. Caul--e Caul--ibus 2.° grupo - Formado pelos imparissílabos (gen. sing. com mais sílabas do que o nom. sing.) cujo tema termina por uma só consoante; exemplo : TCidix, radieis - tema radie (gen. sing. sem a desinêneia -IS). ll:ste é o maior e mais importante grupo da 3.a declinação. Masculinos e femininos: C A S o S SINGULAR PLURAL NO!11. calyx (o cálice) calyc--es Gen. cnlyc--is calyc--um Dat. calyc--i calyc-ibus Aeus. caiyc--cm calyc--es AbI. eaJy--e calyc-ibus Neutros: C ASO S SINGULAR PLURAL Nem. genus (o gênero) gencr--a Gen. g!'ner--is gcner--um . L' __________________ _____________ __ Dat . Acus . AbI. - 23- gener-i genus gener-e gener-ibus gener-a gener-ibus Pelo exposto, os grupos primeiro e segundo assim se diferenciam : Gen. plural Nem. pI. neutro Grupo 1.° -rUM Grupo 2.° -UM -A OBS. - 1. A importantíssima vóz grega epidennis, epidennidis (a epi- derme) segue exatamente, n êste grupo, o modelo calyx, cis por ser feminina. 2. O igualmente útil vas, vasis (o vaso), neutro, por exceção faz o geni- tivo plural da 2.n declinação (vasorum) , porém, cm todos os demais casos acompanha o paradigma genus, gcncTis. 3.0 grupo - Constituido por nomes neutros finalizando por: -E, -AL e -AR, como exemplar, aris. Para nós apresenta menos interesse. Tomemos cemo paradigma calcar, is (a espora; em Morfologia vegetal: calcar ou espora, um apêndice do cálice ou corola presente em várias famílias). C A S o S SINGULAR PLURAL Ncm. ealcar (a espora) calcar-ia Gen. calcar-is calcar-ium Dat. calcar-i calcar-ibus Acus. calcar calcar-ia AbI. ca1car-i calcar-ibus Todos os demais nomes neutros (finalizando em: -L, -US, -MEN, etc.) pertencem ao 2.° grupo, precisamente o nlais importante: acumen, aC'1l1ninis; semen, seminis; putamen, putaminis; genus, generis; corpus, corpo ris, etc. 4.0 gm1JO - Vocábulos neutros em -MA de origem grega, que, óbvia- mente, são para nós devéras importantes: stigma, sti'gmatis; stoma, stomatis; parenchyma, pa:cnchymatis; xylema, xylcmatis; phloema, tis; prosenchyma, tis; rhizoma, tis; 17LeTistema., tis; sclercnchyma, tis; cOllenchyma, tis; stroma, tis; ascoma, tis; plectenparenchyma, tis. C A sos Nom. Gen. SINGULAR Stigma (o estígma) Stigmat-is PLURAL Stigmat-a Stigmat-um - 24- Dat . S tig!l1at-i Stigmat-ibus i\cus . St.igma Stigmat-a AbI. Stigmat-e Stigmat-ibus Assim preferem os botânicos e nem porisso incorrem em erro, ainda que os clássicos gostem mais de fazer com que sigam, no plural, a 2.a decli- nação: stigmata, stigmatol'wn, stigmatis, stigmata, stigmatis. 5.0 grupo -- Palavras com acusativo singular em -1M ou -lN indifcren- tementc, e ablativo singular sempre em -I, São nomes gregos, que só cita- mos pela importância de cinco vocábulos em Botânica: basis, is (a base); anthesis, is (a ântese, época de abertura das flores) ; rachis, is (a l'áquc, eixo da inflorescência); diagnosis, is (diagnose, descrição) e synopsis, is (a sinópse). São todos femininos. C A S o S SINGULAR PLUR A L Nom . basis bas--es Gcn. bas- -is /Jas-ium Dat. bas-i bas-ibus Acus . bas-im ou -in bas-es AbI. bas-i bas-ibus Do mesmo modo, os restantes. Dá-se preferência ao ucus. sing . em -lN, nos textos taxinômicos. N. B. - Excelentes latinistas botânicos, como Eicl1ler e Lincu, emprc- gam no gen. sing. a forma grcga -EOS: baseos, aniheseos ("lobis baseos", "antheseos tempore", "rac!1cos foveas"). f; emprêgo autorizado em Botânica, portanto, mas scrá preferível adotar a forma latina para uniformizar. Parece-nos dêste modo ter surpreendido tôdas as cvcntualidades (dc nosso particular interêssc) capazes de surgir nesta difícil declinação. Tenhamos, como facilidade, em mente o seguinte: 1 - O gênero ncutro tem os nominativos sing. c plural sempre iguais aos acusa ti vos do mesmo número. 2 - O dativo sing. é sempre em -L 3 - O dato e abI. plurais terminam constantemente em -IBUS. Quarta declinação: Só temos interesse nos masculinos e (por exceçáo) femininos (nom. sing. . _ i - - 25- em -US) : fructus, us (o fruto); ériblls, llS (a tribo); F i cus, us (o F icus, gênero de plantas ou o figo e figueira) e poucos mais. C A sos SINGULAR PLURAL Nom. Fie-us Fie-us Gen. Fic-us Fic-uum Dat. Fic-ui Fic-ibus Acus. Fic-um Fic-us AbI. Fic-u Pic-ibu& Esta palavra também pode ser atribuida à 2.a decl.: F icus, i, f.; contudo, rcpresentando um gênero da família Momceae só se emprega na 4 .a decli- nação. Os substantivos neutros aqui não têm o minimo interêsse para a ciência das plantas. Nota - Sinlls, us (veja dicioniriol faz o ablativo e dativo plurais em -UBUS: sinllblls. Quinta declinação: Nomes fcmininos, dos quais pratical1\cnte só nos importa s]Jccies, ei (a espécic). C A sos SINGULAR PLURAL speci-€s speci-es Gen. speci-ei speci-erum Dn.t. speci-ei sp·:;ci-ebus Acus. speci-em speci-es AbI. speci-e specl-ebus Muito de propósito escolhemos essa importantíssima paJavra como modelo: é quc ela clássicamente não apresenta, no plural, mais do que nom., acuso e vocativo. Nos textos botânicos mais rcspeitáveis, porém, é declinada em todos os casos, como o fizemos. E isto porque seu significado tendo sido ampliado (passando a expressar a unidade sistemática funda- mental) houve necessidade, paralelamente, de aumentar as possibilidades de emprêgo. Assim, com grande frequência encontramos e usamos: "conspectus specierum", "conspectus specierum Brasiliensium", "in aliis speciebus", etc .. - 26 - -, -- 12 . Nomes Compostos --- Em Fitotaxinomía podemos dizer que a grande maioria dos nomes compostos o são por dois ou, raramente, mais substantivos; tais nomes compostos são passiveis apenas de declinação em seu segundo componente, pois segundo a regra o primeiro (genitivo de especificação) ficava invariável; assim, pipericaulis (com caule semelhante ao dc Piper) só se declina em seu segunelo elemento, sendo o primeiro um genitivo que permanece cons- tante. O mesmo se eliga para os compostos ele substantivos com prefixos de natureza invariável: Orthotactus, i; intrapetiolaris, e; epiphyticus, a, um. O genitivo da especificação deve pertencer à declinação elo vocábulo em questão: uma planta com folhas de Begonia será begonicefolia porque Begonia pertence à 1.n declinação . Uma dada espécie com flores muito semelhantes às de Cestrmn será cestl'iflora porquanto Cestrum é da 2." elecI.. Assim é classicamente, mas não em Botànica moderna. Agora atribuimos sempre o genitivo de especificação à 2.n decl.: apezar do que dissemos acima, o certo é begoniijoZia (como se Begonia fosse da 2.n decl.); pipericaulis, apezar de PI,pel' ser da 3.n decl. Muitos nomes compostos - especialmente específicos - são constituidos 1101' um adjetivo qualificativo unido a um substantivo: latifolius, a, um; grandiflorus, a, um; calliacanthus, a, um; etc. Manda a gramática latina que se declinem, nestes, ambos os componentes, mas os botânicos o fazem apenas no segundo membro (substantivo), tratando o primeiro como se fóra também substantivo tomando-o sob a forma genitiva. -- 13 . Gênero Português elos Epítetos Latinos A questão é bem mais importante do que parece, pois temos visto ser t ratad8, de modo inteiramente arbitrário. Devemos eSC1'ever (dizer): o ou a Des7noncus polyacanthus, o ou a RuelZia amoena, a ou o Peitop7w1'1un Vogellianmn? Podemos agir de duas maneiras: 1. Atribuir a todos Os nomes especi- ficas o gênero feminino baseados na concordância latente, referindo-se à palavra planta: a Desmoncus polyacanthus (subentendemos: a planta chama- da D. polyacanthus) , a Ruellia amo ena (não há dúvida porque o binómio é feminino). a Peltophorum Vogellianum (isto é, a planta denominada P. Vogellianum). Se a concordância latente fosse referida ao vocábulo vegetal, tudo seria masculino; contudo, isto não se usa porque repúgna dizer: o R. amo ena, ainda se subentendendo: o vegetal R. amoena, acrescendo a cir- cunstância de ser vegetal muitíssimo menos empregado do que planta. 2. i . e - 27- Gutra modalidade seria atribuir a cada binõmio o gênero latino : o D . polya.- c(mtlws, a R. amo ena, o P. Vogellianum (neutro, em português masculino). A concordância latente com o nome vulgar, segundo Candido de Figuei- redo (9), é desprezível por inexequível; realmente, só plantas muito conheci- das - ou por alguma propriedade especial ou por sua abundância - é que rE.cebem nomes populares, havendo, consequentemente, muitos milhares delas (fi. grande maioria) conhecidas sõmente pelos epitetos científicos: o Quercus alba (binômio feminino, mas o artigo se refere ao carvalho, nome vulgar da mesma). Pelo dito, a quasi totalidade do reino vegetal (incluidos os inferio- res, microscópicos, etc.) estaria a salvo ele semelhante prática. Sejamos justo já que êle reconhece não ser erro admitir o g'ênero feminino, apenas não entra em minudências, deixando a matéria obscura. Será sempre facil empregar o segundo modo de dizer para quem conheça o:; adjetivos de Ln e 2.a classes; eis aí uma razão prática para adotarmos fi primeira, que nem isso exige, além de uniformizar. -- 14 - Declitlaçáo elos Adjetivos Qualificativos ---- Como é natural, sâo tão importantes quanto os substantivos que quali- ficam e com os quais concordam em gênero, número e caso: arboT elata (árvore muito alta) - arbar, substantivo feminino, sign., nom.; elata, adje- tivo fem, nom., sing. Os qualificativos latinos são divididos em duas classes quanto às decli- nações: 1 - Adjetivos de 1.a classe - Declinam-se nas La e 2." decl. de acordo com o gênero da palavra: os femininos na L" e os masculinos na 2.a . :f:stes adjetivos de 2.a classe são triformes, isto é, têm três desinências segundo o gênero: Gênero Masc. Femin. Neutro Desinência -US e ER -.4., -RA e -ERA -UM, -RUM e -ERUM Exemplos acutus, glaber, parvus, asper acuta, glabra, parva, aspera acutum, glabrum, parvum, asperum. As quais, na grande maioria dos casos, reduzem-se a -US, -A e -UM, respectivamente. I; - 23 - . Pesquisa nos dicionários - ~stes os indicam de duas maneiras que s6 diferem à primeira vista. 1 - Elatus 3 2 - Glaber ou glabra elatus, a, um. glabrum. Isto quer dizer que são tI'lformes (Indicado por mela do algarlsmo 3 ou pelas três terminações) e da 1.a classe (evidente pelas desinências do nom. das 1.a e 2.a decl.); o gênero no caso concreto será o mesmo do substantivo ao qual deva ser referido o adjetivo. Adjetivos qualificativos em -US, -A, -UM ~ o caso mais frequente. Tomemos como paradigma latus 3 (latus, a, um): largo, amplo. SINGULAR PLURAL Casos Masc. Femin. Neutro Masc. Femin. Neutro Nom. lat-us lat-a lat-um lat-i lat-ae lat-a Gen. lat-i lat-ae lat-i lat-orum lat-arum lat-orum Dat. lat-o lat-ae lat-o lat-is . lat-is lat-is Acus. lat-um lat-am lat-um lat-os lat-as lat-a Abl. lat-o lat-a lat-o lat-is lat-is lat-is Repisando, masculino e neutro regem-se pela 2.a decIo e feminino pela 1.n, razão por que êste quadro poderia ser dispensado se não dificultasse a consulta as duas declinações separadas. Adjeiivos qualificativos em -ER, -RA, -RUM SINGULAR PLURAL Casos Masc. Femin. Neutro Masc. Femin. Neutro Nom. glaber glabr-a glabr-um glabr-i glabr-ae glabr-a Gen. glabr-i glabr-ae glabl'-iÍ. glabr-orum glabr-arum glabr-orum Dat. glabr -o glabr-ae glabr-o glabr-is glabr-is glabr-is Acus. glabr-um glabr-am glabr-um glabr-os glabr-as glabr-a AbI. glabr-o glabr-a glabr-o glabr-is glabr-is glabr-is J_ . __ . ____ . __ . ___ .. 29 -- Assim, vemos quc se diferenciam - não essencialmente ainda - pela irregularidade do tema em relação ao nominativo singular. Do m2smo modo, os terminados em -ER, -ERA, -ERUlVI, pelo que nos dispensamos de rc·petir. É m'üito importante o seguinte conhecimento: muitos o.djetivos qualifi- c:i tivos de l.a classe podcm ser formados pela aposição dos sufixos -PER (de fero: levo, trago) e -GER (de gero: o mesmo o.ue feTo) a um substantivo. Excmplos: squamifer, squamifera, squamijeT1lm; ,florifer, a" um; jructijer 3; sjJin iger, a, um; ctc. (que significam: portador de escamas; que leva flores; frutífero; portador de espinhos). Correspondem ambos a -PHORUS, A, UM, Oril,lUcto do grego: adenophoT1ls, a, um. A formação destes qualificativos pela adição dos sufixos -FER e -GER deve ser feita segundo as normas expostas em n . 12, isto é, unindo-se a suostantivos terminando pclo genitivo deespecificaçáo (gen. sing. da 2." dec!.. ainda que pertençam a outras quaisquer). Exemplo: jructus, us (4.a decl.): g€'n. sing. da 2.a dec!. jructi mais -FER - jructifer, a, um (o que leva frutos ou o que é provido de tais). Contudo, -PHORUS, A, UM, dc oríge!l1 grega e uso.do com palavras da mesma procedência (para evitar híbridos), não está sujeito a essa regra: rhizophorus, a, um, (o que possui raizes) ; fJYno- phorus, a, um (ginóforo, o que sustenta ou leva o gineceu); pode-se, de um mOtlo geral, dar como regra prática a seguinte: êste sufixo se une às raizes gregas dando a estas a terminação -o (como nos exemplos ' acima) ou, raramente, --S (como em phosphorus, a, um: fósforo, o que é ,portador dc luz). P alavras como porophorus, a, um (provido de poros, oiíficios) são condenáveis por sua natureza híbrida. N. B .: -PHORUS, A UM é empregado em Fitotaxinomia para compor nomes genéricos também, tendo função substantiva: Feltophorum (gênero de Leguminosae) . OES. - Os particípios passados têm a forma e exercem a função de ac1 jetivos, sendo como tais tra tados; por suas desinências pertencem à 1."- .')ls sse, sendo aí declinados: compositus, a, um (composto, formado); annatu3, O., um (armado, provido de órgãos pungentes); ornatus, a, um (prov.ido de)' ; inst1'1lctus, a, um (provido de); notatus, a, 7.?m (percebívcl, marcado), etc., respectivamente dos verbos: componere, armare, ornare, instruere e notare. 2 - Adjetivos de 2. a classe - Com três formas, e declináveis na 3.a declinação. Triformes - Contum com três desinências para o nom. sinS;. consoante o gênero: -ER (masculino), -IS (feminino) e -E (neutro), o Que os dicionários assim cxpressam: campester, tris, tre; terrester, tris, tre; acer, acris, acre, de modo a não haver dúvida quanto à forma. ' Note-se que 11:l. duas formas para o plural. Casos Nom. Gen. D.:lt. Acus. Abl. Casos Nom. Gen. Dat. Acus . Abl. -30 - SINGUL fl R Masc. Fcmin. campester campestr-is campestr-i campestr-- em campestr-i campestr-is campestr-is campestr-i campestr-ell1 campestr-i PLURAL Masc ., Fem. Campestr-es campestr-ium campestr-ibus c~mpestr-es campestr-ibus Neutro campestr-e campestr-is campestr-i campestr-e campestr-i Neutro Campestr-irL campestr-ium campestr-ibus c8.mpestr-ia campestr-ibus Biformes - Com duas terminações: -IS (masculino e feminino) e -E (neutro). Nos dicionários aparecem sempre assim: brevis, e; lcvis, e (leve) ; lacvis, e (liso, polido) . SINGULAR PLURAL Casos Masc., lem. Neutro Masc., lem. Neutro Nom . Vaginal-is Vaginal-e Vagina l-es Vaginal-ia Gen . Vaginal-is Vaginal-is Vagina Hum Vaginal-ium Dat. Vaginal-i Vaginal-i Vagina l-Ibm Vaginal-ibus Acus. Vaginal-em Vaginal-e Vagina l-es Vaginal-ia Abl. Vaginal-i Vaginal-i Vagina l-ibus Vaginal-ibus Vaginalis, e: em forma de bainha. Aqui se enquadram quasi todos os qualificativos mais úteis. Uniformes - Os que apresentam uma única desinência para os três gvneros, quasi sempre -X. Nos dicionários surgem dêste modo: lerox, ocis 1 (a unidade indicando ser o adjetivo uniforme); tercs, teretis 1 (arredon- dado, sem ângulos). I I - 31 --:- SIN G U L A R PLURAL Casos Masc., Fem in ., Ncutro Masc., Vcmin. Neutro Nom. Teres Teret-es Teret--ia Gcn. Terei-is Teret-ium Teret-ium Dat. Teret-i Teret-ibus Teret--ibllS Acus. Teret-em Teret-es Teret--ia AbI. Teret-i Teret-ibus Teret--ibus Por o:1de se vê possuir em duas formas plurais. Notamos, à simples inspeção, que os três modelos de deelinação só variam c:ul'. nto [, O nominativo singular. Devemos observar ainda que estes adjeti- vos t i}:11 sempre: nom. pI. neutro em -IA, gen. pI. em -IUl\-1 e abI. sing. em -I. 1.- ,-., ... n --- ..) - Yarlo;c lplOS rresentes Adjetivaclos São extremamente importantes por sua abundâneia e emprêgo nos toxtos descritivos. Terminam sempre em -NS (preeisamente em -ANS ou -ENS) e sâo uniformes, deelinando-se eomo tais ; decumbcns, dec,mJbentis (r8steiro, prostrado); clehiscens, dehiscentis (o Que se abre; dehiseente); decip:ens, tis (o que engana, eonfunde); constans, tis (constante), Quando empregados eomo particípios sofrem uma úniea modifieação: fazem o abla- tivo singular em -E ao invés de em -I (eomo sóe aconteeer quando funeio- nam eomo adjetivos); pràtieamente só os usamos nesta última qualidade, Tal matéria merece alguns reparos , O que muitas vezes obscurece a percepção da verdadeira função dos p~l rtieípios presentes latinos é, segundo nos pareee, a sua passagem para a língua portuguesa na qualidade de verdadeiros adjctivos: dehiscens, tis siznifiea : o que se abre ou abi'indo, ao mesmo tempo que nos chegou sob a forma do adjetivo deiscente: fruto deiseente, isto é, que se abre, Pôsto isto, devemos anotar o seguinte: eomo adjetivos eoncordam em benero, número e easo eom o substantivo; eomo verbos regem seus easos , Fructus dehiscens, ovalis,., (fruto deiseente, oval",), aquí o temos eomo adjetivo, Fructu1n dehiscens se(nina delabuntur (abrindo-se o fruto eaem as semen- tes) , ei-Io como verbo, ou seja, partieípio presente, -32- Agora, se entendessemos no segundo cxemplo: "deiscente o fruto, caem aI, scmentes", pOderíamos ter a impressão de que dehisccns fosse adjetivo; ccrn atenção vemo-lo, no primeiro caso, concordar "in totCUl1" com o subs- tantivo jructus e no segundo reger o acusativo jruc ttl1n. Por fim, convém notar Que frequentemente se percebe a função antes pc lo contexto do que pela lógica gramatical. Tôda a vez quc não qualifica diretamente um substantivo podemos fazer o abl. em -E: ab antecedente .. . etc .... di jferl ; ab insequentc. . . etc .... dignoscitur; cum antecedente.. . etc .. .. ; cum insequente ... ; c assim por· diante. Alguns exemplos esclarecedores: 1 - Rami corti cc cincreo-juscesccnti obtecti (os ramos revestidos por casca de cor cinza-escura; aí o adje tivo cincreo-juscesccns qualifica o abi. co1"ticc) . 2 - Folia margine calloso nigr icant i cincta (as folhas circundadas pOI' margcm c::1,losa e quasi negra; o adjetivo nigricans diz rcspeito ao abl. margine) . 3 - Folia nervo media supra prominente. .. (as folhas com a nervura, cen- tral sobressaindo-se na página superior; nêste o particípio presente prominens rcge o abI. nervo medio, interposto o advcrbio supra) . 4 - Annulo calloso infra eas pedunculum cingentc (com o anel caloso cingido o pedúnculo abaixo delas; o particípio cigens regendo o acuso pedunculum) . 5 - Rami coriice virenti . .. (os ramos com a caSCa esverdeada . .. ). E desta maneira sem maiores dificuldades. Quanto aos demais. casos, não há interesse em decidir porque as desinências são as memas, quer se trate de particípios ou adjetivos . Acresce a circunstância dc que poucas oportunidades se nos oferecem quando particípios , Omnis, e <todo, tôda, tudo) é um biforme muito importante para os botânicos por sua ocorrência a todo momento. Os demais tipos serâo estu- dados com os pronomes porque muitas vezes a mesma palavra exerce as duas funções. Exemplo: haec planta est rara, illa vulgarior (esta planta é r'1ra, aquela é mais comum) , haec é adjetivo demonstrativo e illa pronome d", mesma categoria; illa species sat !requens, haec valde rara (aquela plantfl. é bastante comum, esta muito Tara), onde tudo se passa de modo contrário: illa é adjetivo e haec pronome. Isto não se aplica aos J i 33 - -- 17 - Adjetivos Numerais Têm importância algo menor, mesmo os cardinais e ordinais, pOis podem ser representados por algarismos evitando, assim, as declinaçõcs. Um, dois e três são declináveis, mas de quatro (inclusive) para diante éies são inva- riáveis. Os ordinais seguem a declinação dos adjetivos de 1.a classe e, por- tanto, não apresentam maiores· dificllldades; o mesmo seja dito em relação aos distributivos. Os advérbios numerais são invariaveis como quaisquer outros advérbios. Damos uma lista dessas categorias de numerais até 10; em caso de necessidade - Que certamente não se apresentará - qualqucr gramática oferece relações mais completas; em seguida, declinaremos os três primeir05 cardinais. Cardinais Ordinais Distributivos Advérbios numerais Unus, a, 1l1n l'rimus, a, 1l1n Singuli, ae, a Semel (um, uma) (primeiro, a) (um a um, p:lra (uma vez) cada um) Duo, duae, duo Secundus, a, um Bini, ae, a Bis (dois, duas) (segundo, a) (dois a dois, para (duas vezes) cada dois) Tres, tria Tertius, a, U1n 'Terni, ae, a Ter OBS. - Não há necessidade de repetir a correspondência portuguesa. QuaUuor Quartus, a, um Quaterni, ae, a Quater Quinque Quintus, a, U1n Quini, ae, a Quinquies Sex Sextus, a, um Seni, ae, a Sexies Septem Septimus, a, mn Septeni, ae, a Septies Octo Octavus, a, um Octoni, ae, a Octies Novem iVonus, a, U1n Noveni, ae, a Novies Decem Lecimus, a, um Deni, ae, a Decies OBS. Muito relacionado com secundus, a, um é alter, a, um (um dos dois). Declinação de unus, a, um: i, ! .' ! - 34- Casos J'IIasc. Femin. j'leutro I'101n. Unus Una Unum Oen. Un- illS Un- ius Un-ius Dat . Un-i Un-i Un-i f,CUS. Un-um Un-am Un-um A.b1. Un-o Un-o Un-o Nota - O plural tem uso devéras restrito e não nos interessa em absoluto. Como êste se declinam outros adjetivos, embora não numerais, mui to importantes: totus, a, um (todo, tôda); solus, a, um (so); nullus, a, um; ullus, a, um (alg-um). I mportante: nullus, a, um usado com um substantivo I~O ab:ativo significa sem; exemplos: nullis foliis (sem folhas), nulla planta absque cellulis (não h á plan ta sem células), folia nullo peiíolo (folhas sem pecíolo) . Declinação de duo, duae, duo: Casos Masc. Fe1nin. !';om . Duo Duae Oen. Dll-onun DU-aJ'um Dat. Du-obus Du-abus Acus. Du-os ou -O Du-as 1'.b1. Du-obus Du-abus Como êste também: ambo, ambae, ambo (ambos). Declinação de ires, tria: Casos M asc., f em. Neutro Nom. Tres Tria Gen. Tr-ium Tr-ium Dat. Tr-ibus Tr- ibus Acus . Tr-es Tr-ia Abl. Tr-ibcls Tr-ibus Neutro Duo Du-orum Du-obus Du-o Du-obus A.plicaçÕes - Folia in am bobus pagin is (folhas n as duas faces .. . ). Species haec freC;ile71S altera Ta,l' ior (esta esp,kie é frequente, a outra mais rara) . \ I I 1 I l i \ - 35- Fo l ia fo lioZa duo habent (as folhas têm dois folíolos) . ln g:omentlo latera!i s1lnt deeem jlores (no glomérulo lateral há 10 flores). Petioli 3 cm. longi (05 pecíolos com 3 cm. de comprimento). A prima species foliis, tertia floriblls di/fert (difere da primeira especie pelas folhas, da terceira pelas flores.). Folia bis longiora floribus (as folhas são duas vezes mais longas do que :\6 flores - poderia ser também: qllam flores). Stip1l1ae sllb síngulo folio binoe (as estipulas sob cada folha são duas - isto é, duas estipulas para cada folha). Insecta pZeraqlle senos, alia octonos pedes habent (a mór parte dos insetos possue seis patas, outros oito - isto é, 6 ou 8 patas para cada inseto) ; também poderia ser: insecta pleraque sex, alia oeto pedes habent (grande parte dos insetos possuem seis patas, outros oito - tal qual no exemplo anterior) ; em Biologia o cardinal é mais empregado que o distributivo: natu- ralmente se subentende que cada inseto tenha tantas patas. Habttat ad rivulos fere tot ius orbis (vivc nos riachos de quase todo o mundo) . ... seminibus in singulo loculo solitariis ( ... com as sementes solitárias em cada lóculo ou loja do ovário). Varietas convenit in struetura totius plantae cum priori S7Jeeie (a variedade concorda, quanto à estrutura geral - de tõdil a planta -, com a espécie anterior. Exemplaria so la feminea vidi (ví - examinei - sõ exemplares femininos) . -- 18 • 1If1ediclas de Comprimento ---------- Há relativamente pouco tempo se utiliza em Sistemática o sistema métrico decimal. Com grande frequência defrontamos com antigas medidas que precisamos conhecer para bem interpretar as descriçõ~s menos recentes. Vejamos as mais cncontradiças. 1 - Digilus, i, m. - (largura de um)' dedo 0,85 cm.) . 2 - Linea, ae, f. - linha (2 mm.) . 3 - Orgyalis, e - o que mede uma braça: 1,80 m. (f rutex orgyalis). 4 - Pes, pecl !s. m. - pé (30 cm.; há alguma controvérsia). 5 - Pedalis, e - o Que mede um pé (folia pedalia) . 6 - POlZex, pollicis, m. - polegada (2,5 cm.) . 7 -- Pollieer is, e - o que mede uma pOlegada (fios polliearis, bipollicaris, etc.) . 3 - Spithamaeus, a, um - o que mede sete polegadas (herba spithamaea, frutex spitharnaeus, etc.) . No que tange às mensurações é comum encontrarmos o prefixo 13ó8Q:;1-- unido às diferentes medidas: folia sesquipedalia, flori bus sesqui- i 1 - 35- pollicaribu.s: isto .quer dizer terem os órgãos em questãtÜ uma vêz e me ia ,J comprimento indIcado : folhas medindo um pé e meio, com flores medindo uma polegada e meia. Também se empregavam prefixos expressando meio, metade: SEMI- (antes de vocábulos latinos) e HEMI-(::mteposto a termos de origem grega): c07"Olla semipoilicaris, suff rutex hemiorgyalis. Quanto ao metro e suas subdivisões, veja o dicionário. -- 19 - Gráus dos AcJjetivos Qualificativos Há, como no vernáculo, três gráus: positivo, comparativo e superlatIvo. O primeiro acaba de ser estudado em suas feIções mais importantes nos textos <:lescritivos dos botânicos; os dois outros merecem também minúcia pelo grande Interesse que neles temos. Gl'áu comparativo - Expressa um confronto de três maneiras: 1. aumentando o sentido do positivo: mais agudo; 2. diminuindo-o: menos agudo; 3. igualando-o ao de outro ser: tão agudo quanto ... 1. Comparativo de superioridade - Forma-se trocando a terminação do genitivo singular (-I nos adj. de L" classe, -IS nos de 2.") pelas seguin- tes desInências: Masc.,' j'emin. ,-IOR Neutro -lUS Exemplos : - acutus, a, um (agudo): gen. sIng. acuu, comparativo: acutior, acutius (mais agudo); perennis, e (perene): gen. sing. perennis, comparativo: perennior, perennius (mais perene, isto é, que dura mais). Os particípios presentes, usados como adjetivos, sujeitam-se à mesma l'e.;ra: patens, patentis (aberto): patentior, patentius. Declinação - São incluidos entre os adjetivos de 2.n classe (veja 14, 2) biformes, dos quais se diferenciam pelo: abl. sing. em -E, nom. pI. em -A. e gCl1. plural eril -UM. SINGUL A R PLUR A L Casos Masc., jemin. Neutro Masc., jemin. Neutro Nom . altior altius altior-es altior-a Gen. altior-is altior-is altior-um altior-um Dat . altior-i altior-i altior-ibus altior-ibus A.cus. altior-em altius altior--es altior-a AbI. altior-e altior-e altior-ibus altior-ibus .. . . _ .. __ ._ .. .... _ .. _ .. _ ------------------------------- '1 '\ -37 - Aplicação - E:stes comparativos de superioridade eonstituem o primeiro termo de uma eomparação; arbor altior ... (a árvore mais alta .. . ), flos bre- vior... (a flor mais curta .. . ), petalum albius (a pétala mais branca), ete .. O segundo termo pode ser representado de dois modos: 1 - Por um ablativo simplesmente, se o primeiro termo for um nomi- nativo ou acusativo: arbor altior est homine ou arbor alUor homine (a) árvore é mais alta do que o homem), flos brevior folio (a flor é menor que a folha), petalmn albius ealyce (o pétalo é mais branco do que o cálice), species illa hac vulgarior (aquela espécie é mais eomum do que esta); no transcurso de uma descrição podemos traduzí-Ias assim: árvore mais alta do que o ou um homem, flor mais eurta do que a ou uma folha, etc .. "Nulla scientia Cimplior Botanica est" (Lineu. Nenhuma ciênCia é mais ampla do que a Botãnica. 2 - Pelo mesmo caso do primeiro termo precedido da partícula eompa- rativa QUAM: arbor altior quam homo, flos brcvior quam folium, petalum albius quam calyx, species illa quam haec vulgarior. O reforço adverbial "muito" se verte por multo : arbor multo altior quam homo (a árvore muito mais alta que o homem), species ilZa hac multo vulga- rior (aquela espéeie é muito mais eomum que esta) . 2. Comparativo de inferioridade - O primeiro termo da comparação leva, anteposto ao adjetivo, a palavra minus, regendo-se o segundo por meio das duas eventualidades anteriormente eitadas: fructus minus odoratus quam flores (o fruto é menos perfumado do que as flores ou fruto menos perfumado do que as flores) ou fructus minus odoratus floribus; flores minus brevis foliis (as flores menos curtas do que as folhas), ete .. 3. Comparativo de igualdade - Formado de várias maneiras equivalen- tes; fiquemos com as seguintes: 1 - Corolla pariter longa ac ealyx ou corolla longa paritcr ac calyx: os dois substantivos '- eorolla e calyx, bem eomo o adjetivo longa - no mesmo easo (a corola é tão longa quanto o cálice ou corola e eáliee do mesmo comprimento) . 2 _. Folia tam viridia quam jructus ou jOlia viridia tam qu~m jructus (as! folhas são tão verdes quanto os frutos ou folhas e frutos igualmente verdes) . 3 - Species aeque pulchra acalia ou species aeque ac alia pulchra (espéeie tão bela quanto a outra, etc .... ) . 4. Gráu superlativo - Expressa o mais alto gráu em que uma quali- dade pode existir: agudíssimo ou o mais agudo. Tanto os qualificativos como os. particípios presentes adjetivados adquirem o gráu superlativo quando se substituem as desinêncías (antes eitadas para o comparativo de superiori- dade) do genitivo singular (-I nos adj. de 1.n classe, -IS nos de 2.a) por - 30 -- -ISSIMUS, -A, -UM; por estas terminat;ões vemos que êles são deeli- náveis exatamente como os adjetivos de 1.a classe. Exemplos: acutus, a, um: gen. sing. acuti, superlativo acutissimus, a, um; pel'ennis, e: gen. sing. pcrcnnis, superlativo perennissimus, a, um; em se tratando de feminino da lU elasse não há diferença alguma: gen. sing. fem. acutac, superlativo acutissimus, a, mn. Os adjetivos terminados em -ER - e são muitos na terminologia botâ- niea - fazem o superlativo pela adição de -RIMUS, -A, -UM ao nomina- tivo singular masculino: Scaber, scabra, scabrmn scabeTl'imus, a, um Asp!';r, a, mn - aSpeTTi1lws, a, um. Integer, a, um - integerrimus, a, um. Glabcr, a, um - glaberrimus, a, um. E assim: pUlcher, liber, ete. Os seguintes, importantes para nós, adjetivos empregam -LIMUS, -A, -UM: Facilis, e - facillimus, a, um. Difficilis, e - difticiilimus, a, um. Similis, e - simillimus, a, um. Dissimilis, c - dissimillimus, a, um. Glacilis, e - gracillimus, a, um. Humilis, e - humillimus, a, um. Aplicação - Tôdas estas formas exprimem, ao mesmo tempo, os super- l?tivos absoluto e relativo da língua portuguesa: fios pulcherri77ws (flor é m~"sculina em latim! ) signifiea - flor belíssima ou a mais bela flor. T[,mbém devemos anotar o seguinte: o termo de eomparação no super- ·18.tivo, que utilizamos frequentemente, é feito por meio do genitivo ou ablativo precedido de preposiçào que o e:dge: esta espécie é a mais distinta de todo o genero - hacc specics omnis gcneris distinclissima (genitivo em omnis genel'is) ou haec species ex omne genere distinctissima (preposição ex segui- da de abl. em omne generc); mais simples e efieientemente: esta espéeie é a mais distinta do gênero - haec species generis distinctissima ou haee species ex genere distinctissima (ou, ainda, haec spccies distinctissima ex genel'e) . Nos textos botânieos também aparecem preposlçoes regendo aeusativo (eomo veremos no estudo desta categoria gramatieal): haec al'bor intel' 1 - 39- omnes altissima (esta árvore é a mais alta entre tôdas, subentendendo-se : entre tôdas do mesmo grupo) . 5 - Comparação irregular - os seguintes qu alificativos importantes, por n ão se regerem pelo exposto, têm comparação irregular: PO S ITIVO Bonus, a, Uln (bom, bôa) Malus, a, um (mau, má) l\1agnus, a, um (grande) Parvus, a, unl (pequeno) Multus, a, um (muit.o) Inferus, a, um (baixo) Superus, a, Uln (alto) Exterus, a, um (externo) COMPARATIVO Masc. Fernin. Neu[ro Melior Melius (melhor) (melhor) Peior Peius (pior) (pior) lVr~üor Maius (maior) (maior) Minor Minus (menor) (menor) V.obs. Plus (mais) Inferior Inferius (inferior) (inferior) Superior Superius (superior) (superior) Exterior Extcrius (exterius) (exterior) SUPERLATIVO Masc., F emin., Neuíro Optimus, a, um (ótimo, ótima) Pcssimus, a, um (péssimo, péssima). Maximus, a, um (máximo, máxima). lVIínimus, a, um (mínimo, mínima). Plurium, a, um (muitíssimo, muitíssima). Infimus, a, um (ínfimo) Supremus, a, um (supremo) ou sumus, a, um. Extremus, a, um (extremo) . Obs. - Plus, comparativo de multus, a, um, no singular só apresenta o gênero neutro e os casos nom., gen. c aCUSo (plus, pluris, plurem). Para nós apenas pode ter i:nportância no nom. (plus) usado como advérbio. O plural plures, a, ium ( que pOde ser considerado como comparativo dc multi, ae, a - êste por sua vez plural de multus, a, um) tanto se emprega como adje- tivo quanto substantivo: Casos Masc., Femin. N eutro Nom. Plures (muitos; vários ; os mais Plura numerosos) . Gen. Plurium Plurium Dat . Pluribus Pluribus Acus. Plures Plura Abl . Pluribus Pluribus Aparece também complures, ium (vá rios, alguns) , declinado do mesmo modo. - 40- Para finalizar êste importante capítulo, citemos alguns comparativos irregulares cujos positivos são preposições: PTeposições Pro ou prae (diante de) Intra (para dentro) Prope (perto de) Ultra (além de) Ante (diante de) Citra (aquém) Masc., jemin. Prior (o primeiro, entre dois; anterior Interior ünterior) Pro prior tmais perto) Ulterior (ulterior) l\nterior (anterior) Citerior (mais aquém) Neutro prius (idem) Interius (interior) Propius (mais perto) L'lterius \ ulterior) Anterius (anterior) Citerius (mais aquém) lIfasc., jemin., neutro Primus, a, um (o primeiro, entre muitos) Intimus, a, um (O mais interno) Proximus, a, um <o mais perto) Ultimus, a, um túltimo) Sem superlativo Citimus, a, um (o mais s.quém) Aplicações - Folia jloribus maiora (as folhas maiores do que as flores). Stigma maius quam in illa (o estigma maior que naquela . . . ). Folia injeriora parva, ea superiora magna (os folíolos inferiores pequenos, os superiores grandes). Bracteae exteriores interioribus latiores (as brácteas exteriores mais largas do Que as interiores). Flores ad axillas joliorum supremo rum inserti (as flores inseridas nas axilas das folhas supremas - isto é, mais altamente colocadas). Genus ad Rubiaceas relat1L1n, characteribus tamem pluribus. .. (gênero atribuido às Rubiaceae, contudo, por muitos caracte- rcs ... ). Species alterae commemoratae proxima... (espécie próxima da outra mencionada . .. ). Os pessoais e possessivos não têm o mínimo interesse para nós. No estu- do dos adjetivos já declaramos que muitos deles exercem também as. funções de pronomes, razão por que seriam aqui estudados. A - Pronomes demonstrativos - os principais são: Hic, haec, hoc: êste, esta, isto. I i , I , "b - 41- SI NGULAR PLURA L Casos Masc. Fcmin. Neutro Masc. Femin. Neutro Nom. hic haec hoc hi hae haec Gen. huius huius huius horum harum horum Dat. huic l1uic huic his his his Acus. 11lInc l1anc hoc hos has haec Abl. hoc l1ac hoc his his his Is~c, is/a, istud: esse, essa, isso. SINGUL A R PLUR A L Casos Masc. Fetnin. Neutro Jliasc. Femin. Neutro Nom. iste ista istud isti istae ista Gen. istius istius istius istorum istal'um istorum Acus. istum istam istud istos istas ista Abl. isto ista isto is tis istis istis Ilie, illa, illud: aquele, aquela, aquilo . S :r NGULAR PLURAL Casos Masc. F emin. Neutro Masc. Femin. Neutro Nom. i!le illa illud illi illae illa Gen. illius illius illius illorum illarum illorum Dat. illi illi illi illis illis illis Acus. illum illam illud illos illas illa Abl. illo illa illo illis illis illis Is, ea, id : êle, ela ; aquele, aquela; o mesmo, a mesma. Ipse, ípsa, ipsu.m: o mesmo, a mesma; êle mesmo, etc., porém, refere-se sempre à própria pessoa. Idem, eadem, idem: o mesmo, a mesma, aquilo mesmo (em relação a cousa antes mencionada). Todos são declinados segundo os três modelos acima oferecidos, salvo os nominativos que daremos abaixo; deve-se ter em mente o fato de os acusativos neutros serem sempre iguais aos nominativos: -- 42 - SINGULAR P LURA L Caso Masc. Femin. Ncutro Masc. Femin. Neutro Nom. is ea id ii eae ea ipse ipsa ipsum ipsi ipsae ipsa idem eaelem idem iidem eaedem eadem (Nêste último a parte final - idem permanece invariável) . Aplicação - Híc e is te demonstram um objeto próximo; ilZe e is algo afastado ou que não está presente. Muitas vezes se encontra a partícula de realce CE adicionada às form8s em -S (não raro tamb~m em -C): hisce, hascc, hacce, etc., em nada modificando o sentido. Quando usados como pronomes aparecem isolados e concordam em gê- ne1'0 e número com o substantivo em cujo lugar estão, mas o caso depende da fU!1~iio lógica exercida na oração. Como adjetivos, surgem ao lado de um substantivo com o qual concordam em gênero, número e caso. Exemplo: hic !los est luteus, ilZe albus (esta flor é amarela, aquela branca), onde hic é adjetivo e ille pronome. Deindc aliquot auctores ea Rubiaceas habuerunt (depois alguns autores 8, consideram como Rubiacea). Operum, quae in hoc opusculo citavi, haec ipse vidí et consului: (Das obras que citei nêste opúsculo, estas eu mesmo vi e consultei) - N. B.: operum ... haec ... (das obras ... estas ... ), geni- tivo partitivo com pronome neutro, construção bastante comum nos clás- sicos botânicos: "Multae istarum arborum mea manu satae sunt" (muitas destas árvores foram plantadas por mim - pela minha mão; is ta rum arbo- rum, gen. plural e multae, adjetivo de quantidade no plural). Nos mesmos textos se prefere, contudo, substituir esse genitivo por ex com ablativo: Ex opcribus. .. his, mllltae ex is tis arboribus . .. p, - Pronomes indefinidos - Alguns são comuns nos textos sistemáticos e fr .. cilitam sensivelmente as descrições não raramente, podendo receber as ::"tribuições de adjetivos. uterque, utraqlle, utrumque: um e outro, ambos. Casos Nom. Gen. Dat. Masc. uterque utriusque utrique SINGULAR Fem. utrique utriusque utraque Neutro utrique utl'iusque utl'umque Acus . Abl. Nom . Gen. Dat . Acus. Abl. utrumque utroque utrique utrorumque utrisque utrosque utrisque - 43- utramque utraQue PLURAL lltraeque utrarumque utrisque utrasque utrisque utrurnque utroque utraque utrorumque utrisque utraque utrisque Aplicação Florcs utriIisque sexus segmentis calycinis apicem verSES admodum anqustati aCll1ninastique praedi ti (as flores dos dois - de um e outro - sexos providas de segmentos do cálice mui to estreitados em clire- ção ao ápice e acuminados). Folia in utraque pagina pi/asa (as folhas pilo- sas em ambas as faces ); falando-se de duas espécies anteriormente, ou no momento, citadas: utraque jolí is âistincta sunt ou utraquc spccies dfstinc ta foliis (as duas ou as duas espécies são distintas pelas folha s). Tôda a vez que for possível se prefere o advérbio daí derivado utrimque (na grande maioria dos autores menos corretamente escrito com n ao invés de rn), tra- duzido como "de ambos os lados": jolia utrirnque pilosa. OBS. -- .Se o síngulor nos é prestativo, o plural não tem o menor empre- f O porque só é usado em referência a substantivos admitindo unicamente i"ste número (pluTalia tantmn) : utraque ramal ia . . . Altcr, altera, alterum: outro, segundo (falando-se de dois). Alius, alia, aliud: out,ro (em referência a vários) . Nonnullus, a, um: al"um, alguma . :Estes três seguem o meS!110 modelo, salvo os nominativos : SI NGULAR PLURA L Casos M asc. Femin. Ncutro Masc. Femin. Nom. Alter Altera Alterum Alteri Alterae Gen. Alteríus Alterius Alterius Alterorum Alterarum Dat. Alteri Alteri Alteri Alteris Alteris l'.cus. A1terum Alteram Alterum Alteras Alteras Abl. Altero Altera Altero Aiteris Alteris N eut1'O Altera Alterorum Alteris Altera Alteris Aplicação- Antherarmn thecis inferis muticis, alteris aT1natis (com as -44- t2G8S inferiores das antéras inermes, as outras, isto é, as superiores, arma- dar) o Folia nonnulla oolonga. .. (algumas folhas oblongas o . . ). Species intcr alias faciilime dignoscitur (a espécie facilmente diagnosticável entre as outms) o No B o: alius discrepa um tanto dos outros por fazer dato alii e abI. aliis. -- 21 . Advérbios São palavras invariáveis, isto é, não sujeitas às declinações, que adicio- namos aos adjetivos, verbos e outros advérbios para lhes modificar, segundo aquilo que precisamos dizer" a significação: folia valde tomentosa (folhas muito tomentosas). Advérbios de lugar - Poucos podemos empregar: lHc - aquí Ubi - onde Unde - donde !llic - alí lbidem - aí mesmo Alibi - em outro lugar Undique - de ou em tô- das as partes Eodem - para ou no lnde - de lá, desde. mesmo lugar Aplieação - Ibidem é muito empregado para indicar, numa citação bi- bEog:ráfic9., quaisquer publicações antes citadas: Ibido, pgo 27, por exemplo; t?mbém uma localidade já referida para evitar repetições inúteis. HalJ!tc:.t uncliqu2 ln Rio rIe Janeiro (habita em todos os lugares do Rio de Janeiro). ln eodem loco (no mesmo lugar, igualmente para não repetir uma localidade antes mencionada). Crescit in So Paulo, ubi frequens (vive em S o Paulo, onde é comum) o FoZia basi apiceque rotundata, unde fere aliZonJa (folhas na base e no ápice arredondadas, donde serem quase oblono. gas) o Petalum inde a basi angustatU1n (o pétalo desde a base estreitado). Cellulae inde a 150 X notatae (células visíveis desde 150 aumentos). Formas hie cnumero: (Aquí enumero as formas:) . Advérbios de tempo - Alguns são interessantes: Adhue - até aquí, até agora llucusque - o mesmo que adhuc e haetenus Deinde ou dein - depois, em seguida F-Iastenus - o mesmo que adhuc Mox - logo, daqui a pouco Brevi - o mesmo que mox 1 - 45- Subinde - logo depois, pouco a pouco Ultra - além Nune - agora 1'1lnc ou tum - então Usqlle até Usque ad - até perto de Dlim - Outróra Nunquam - nunca. Aplicação - Planta adhuc ignota (planta até agora desconhecida). Flores hactenus cogni ti (as flores até hoje ou agora conhecidas) . Folia pilosa, deindc ou mox glabra (as folhas pilosas, depois - mais tarde - glabras) . Species hucllsque semel lecta ad ripas jluvii .. . (espécie até agora uma vez colhida nas margens do rio . . . ). Petioli usque 2 cm. longi (os pecío- los até 2 cm. de comprimento) . InteT1!odia usqllC ad 5 cm. longa (os entren63 até aproximadamente 5 cm. de comprimento) . PiZi staminum ultra milZi- metrales (os pelos estaminais além de 1 mm,). Species olim descriptae .. . (as espécies antes - outróra - descritas ... ). Species joliis nunquam acutis . " (a espécie nunca com folhas agudas ... ). Fructus nunc a me detec- tus ... (o fruto ag'or a achado por mim ... ) . Rami pilis jlavis obtecti, brcvi iis dest i tuti (os ramos cobertos de pelos fIavos, logo depois destituidos deles). Advérbios de modo - Para nós os mais importantes devido às facili- dades Que introduzem nas diagnoses latinas, segundo .havemos de ver mais adiante . Ita e sic - assim, deste modo Ut e uti - como (o segundo antes de consoante; o primeiro in- diferentemente) . Plus - mais MultU7n - muito lI1axime - muitíssimo Paulum ou paulo - pouco Item - da mesma forma Magis - mais Magnopere - muito, em alto gráu Nuper - recentemente Parum - de menos, pouco. Apli cações - Species foli is caducis ut in illa (a espécie com folhas cadu- cas como naquela - outra já referida) . Folia pilosa, coriacea ... ; jloriblls Uem pilosis (folhas pilosas, coriáceas . .. ; com as flores do mesmo modo pilosas). Gcnus hoc magis habitu quam characteribus scriptis dejinit1l1n (êste gênero é mais definido pelo hábito do que por caracteres marcantes). Folia magnopere utrimque n erv is reticulata (as folhas, em ambas as pági- nas, reticuladas por meio das nervuras em alto gráu - ou muitíssimo reti- culadas ... ). Plantae Tariorcs nuper detectae itaque mihi haud visae (plan- tas mais raras, recentemente descobertas, e assim não vistas por mim ). Sectiones ita pa1'Um distinctae sunt ut deliberavit eas repudiare (as secções são tão pouco distintas que resolveu abandoná-las) . .... '='-""------------ - ---- -- ---- ti ~~---_ ._----_ . ~ . -- - .. . __ .. ~ - - 46- Alguns advérbios têm comparação irrcgular : Positivo Comparativo Bcne (bcm) Melius. (melhormcnte) Mal e (mal) Peius (piormente ) Magnopere (muito) Magis (mais) MuI tum (muito) Plus (mais) Non muI tum (náo muito) Minus (o menos) Saepe (muitas vezes) Saepius (mais vezes ) Superlativo Optime otimamente ; perfeitamentc) . pessime (p::ssimHmICI1- te) J).·faxime (muitíssimo) Plurimum (o mais) Minime (minimo) Saepissime mas vezes). (muitíssi- Frequentemente se utiliza o acusativo singular neutro dos adjetivos CGmo advérbios : facil is, e (fácil): acuso sing. neutro facile - species facile disting1litur (a espécie facilmente se distingue) . Difficilis, c: adv. difficile; 1Jaulus, a, um (pequeno) : adv. paulum, cte. Mas, a grande maioria dos advérbios de modo é formada com facilidade ~ liberdade da maneira seguinte: substituindo a desinência do genitivo sin- gulr.r por -E para os adjetivos de Ln classe e -ITER para os de 2.". Exemplos com aplicações: Congestus, a, um (amontoado, eongesto), gen. sing. c01lgcsti : adv. con- [lcste (de um modo eongesto, eongestamente). Flores ad axillas congeste inserti (flores inseridas congestamente nr.s axilas). CrasSlls, a, um (espesso, Grosso) , gen. sing. crassi: adv. crasse (espessamen te). Folia crasse coriacsa (folhas espessamente coriáceas). Modiel/.s, a, um (medíocre, mediano) adv. modice. Folia modice coriacea (folhas modcradamcnte coriáceas). Arcte (apertada mente, estreitamente), repetitc (repetidamente), e assim por dian- te para os adjetivos de Ln classe. Gracilis, e (delgado, esbelto, fino), gen. sing. gracllis: ad\'o graciliter. Cml/is graciliter ang1llatus (caule finamente ansuloso). MOllis, e (mole, macio), adv. 1Il0lliter. Floriblls mol/Uc/' pubescentibus (com as flores macia- mente pubescentes, isto é, providas de pelos macios). Pcrpencliclllariter (per- jJéndieularmente), lon[litlldinaliter (longitudinalmente), 1Jrobabiliter (pro- vàvelmentc), latcralitcr (lateralmente), Sim1JZicitc)' (simplesmente) , c assim por diante para os de 2." classe. E assim formamos ,nossos advérbios ele modo necessários, de maneira geral. Os adjetivos em -NS (particípios presentes) recebem simplesmente -ER : - 47- Teres, lerclis, adv. t ereter. Patens, patcntis, adv. patenter. Deeurrens, tis, adv. decurrenter. Lutescens, tis, adv. lutescenter. Os comparativos e superlativos formam tamb5m importantes advérbios. Os do comparativo coincidem com o próprio neutro e os superlativos formam- nos pela troca da sua desinência do gen. sing. por -E: Altus, a, mn: adv. poso alte ; adv. eomp. alUus; adv. superl. a!tissime. Sig'nificam: alto, ?.lt.amcnte, mais altamente c altlssimamente. Segmenta 'eorollae altissime e01Ll1ata (os segmentos da corola soldados o mais alta- mente possível, ou seja, até a extremidade). Levis, e: adv. poso leviter ; adv. comp. levius; adj. super!. levissime . Slamina