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CAP4B Pobreza

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Economia Pública 	 1	
II PARTE - Formas de intervenção concreta do 
Estado na economia portuguesa 
 
Capítulo 4 – A intervenção na área da redistribuição do 
rendimento 
1. Indicadores sobre a medição da pobreza e da desigualdade: 
• Indicadores tradicionalmente utilizados pelo Eurostat para medir a pobreza. 
• Novo indicador criado pelo Eurostat no âmbito da Estratégia Europa 2020. 
• A questão social: principais problemas na UE. 
• Indicadores tradicionalmente utilizados pelo Eurostat para medir a desigualdade 
na distribuição do rendimento. 
2. Argumentos a favor das políticas públicas de combate à pobreza; 
3. Exemplos de políticas públicas de combate à pobreza em Portugal. 
 
 
1. Indicadores utilizados pelo Eurostat para medir a pobreza 
na União Europeia 
1.1 Indicadores tradicionalmente utilizados pelo Eurostat para 
medir a pobreza. 
Pessoas em risco de pobreza depois das transferências sociais: 
Definição: “At risk-of-poverty are persons with an equivalised disposable income below 
the risk-of-poverty threshold, which is set at 60% of the national median equivalised 
disposable income (aWer social transfers)”. 
 
Privação Material: 
Definição: “Material deprivation covers indicators relating to economic strain and 
durables. Severely materially deprived persons have living conditions severely 
constrained by a lack of resources, they experience at least 4 out of 9 following 
deprivations items: cannot afford: (i) to pay rent or utility bills; (ii) keep home 
	
Economia Pública 	 2	
adequately warm, (iii) face unexpected expenses; (iv) eat meat, fish or a protein 
equivalent every second day, (v) a week holiday away from home, (vi) a car, (vii) a 
washing machine, (viii) a colour TV, or (ix) a telephone”. 
 
Pessoas a viver em agregados familiares com muito pouca intensidade de trabalho: 
Definição: “People living in households with very low work intensity are those aged 0-
59 living in households where the adults (aged 18-59) work less than 20% of their total 
work potential during the past year”. 
 
1.2 Novo indicador criado pelo Eurostat no âmbito da Estratégia 
Europa 2020. 
Novo Indicador criado pelo EUROSTAT (desde 2010) - Pessoas em risco de pobreza ou de 
exclusão social 
Definição: “This indicator corresponds to the sum of persons who are: at risk of poverty 
or severely materially deprived or living in households with very low work intensity. 
Persons are only counted once even if they are present in several sub-indicators”. 
 
Razões que motivaram a criação de um indicador multidimensional: 
• A pobreza é um fenómeno multidimensional, o uso de um indicador 
multidimensional ajuda a refletir as múltiplas dimensões da pobreza e da exclusão 
social. 
• O indicador ‘pessoas em risco de pobreza depois das transferências sociais’ tem 
várias limitações, nomeadamente: 
- Medidas de pobreza relativa criam dificuldades ao nível da comparação 
internacional; 
- O alargamento da UE a 27 países tornou as medidas de pobreza relativa ainda 
mais problemáticas, tendo em conta que as diferenças entre países passaram a 
ser ainda maiores. 
- Durante crises o limiar de pobreza pode sofrer alterações o que acarreta 
problemas ao nível da comparação ao longo do tempo. 
 
 
 
	
Economia Pública 	 3	
1.3 A questão social: principais problemas na UE. 
Panorama Geral 
Gráfico 1 – Coesão Social (4 indicadores referidos anteriormente) na EU27, Bulgária, 
Dinamarca, Portugal, Reino Unido e Alemanha, 2005-2010 
Aspectos a reter no Gráfico 1: 
• Ao nível da União Europeia podem verificar-se duas tendências no que respeita à 
coesão social: 
- A proporção de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social diminuiu ao 
longo da última década. Para esse facto contribuiu sobretudo a redução do 
número de pessoas em situação de privação material; 
- A estabilização da proporção de pessoas em risco de pobreza e a viver em 
agregados familiares com muito pouca intensidade de trabalho. No entanto, até 
ao eclodir da crise económica e financeira verificava-se uma diminuição do 
número de pessoas a viver em agregados familiares com muito pouca 
intensidade de trabalho. 
• Os gráficos relativos a 4 países ilustram alguns dos problemas referidos 
anteriormente sobre as medidas de pobreza relativa: 
	
Economia Pública 	 4	
- O limiar da pobreza varia bastante, por exemplo, no caso da Dinamarca 
aproxima-se dos 15 mil euros por ano, enquanto que na Bulgária é de cerca de 
2,5 mil euros por ano e em Portugal de cerca de 5 mil euros. 
- Os principais problemas também variam de país para país. Enquanto que na 
Bulgária se destacam os problemas de privação material, nos restantes países a 
destaca-se o problema da população em risco de pobreza. Por fim, o problema 
da privação material é bastante reduzido no Reino Unido, Alemanha e 
Dinamarca. 
 
1.4 A questão social: principais problemas 
a) Inativos 
Gráfico 2 – População em idade de trabalhar (18-59) em risco de pobreza ou de exclusão 
social por estatuto de atividade, 2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A reter: Entre a população em risco de pobreza ou de exclusão social cerca de 40% são 
inativos (para além dos reformados), enquanto que na população geral este grupo apenas 
representa cerca de 20%. 
 
b) Desempregados 
Gráfico 3 – População em risco de pobreza: desempregados versus população total, 2009 
 
	
Economia Pública 	 5	
A reter: O risco de pobreza entre os desempregados é bastante mais elevado do que entre a 
população em geral. No caso da Alemanha (acima de 60%), Bulgária e Letónia o valor é 
especialmente elevado. 
 
c) Idosos 
Gráfico 4 – População em risco de pobreza ou exclusão social: pessoas com mais de 65 
anos versus o total da população, 2009 
A reter: Em termos agregados (UE-27) a taxa de pobreza ou de exclusão social é 
ligeiramente inferior entre os idosos. A nível nacional, no entanto, existem diferenças 
significativas. 
 
d) Famílias monoparentais 
Gráfico 5 – População em risco de pobreza ou exclusão social por tipo de agregado 
familiar, 2009 
	
Economia Pública 	 6	
e) Imigrantes 
Gráfico 6 – Proporção da população em risco de pobreza ou exclusão social por país de 
nascimento, 2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A reter: O risco de pobreza ou de exclusão social é mais elevado entre os imigrantes de 
países de fora da UE. 
 
f) Pobreza entre as pessoas que trabalham 
Gráfico 7 – Pobreza entre os que trabalham tendo em consideração as características do 
emprego, 2009 
 
A reter: Os trabalhadores que não trabalham o ano inteiro, que têm empregos part-time e 
contratos temporários estão em maior risco de pobreza. 
	
Economia Pública 	 7	
 
Gráfico 8 – Trabalhadores a part-time que desejam trabalhar mais horas por grupo etário 
e país, 2009 
 
A reter: O trabalho em part-time é em larga medida involuntário para os jovens num número 
significativo de países. Tendo em conta que o trabalho em part-time está associado a maior 
pobreza, os jovens são estão mais sujeitos a situações de pobreza no emprego. 
 
Gráfico 9 – Pobreza entre os que trabalham por nível de educação, 2009 
 
A reter: A pobreza entre os que trabalham está negativamente correlacionada com o nível 
educativo, i.e. quanto maior for o nível educativo menor a probabilidade de estar em situação 
de pobreza. 
	
Economia Pública 	 8	
Conclusões 
A partir de 2010 foi criado um novo indicador para medir a pobreza e a exclusão social na 
UE: ‘Pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social’. Problemas relacionados com a 
comparaçãoentre os países (acentuados com o alargamento a leste), assim como o atual 
contexto socioeconómico (que provocaram alterações na definição do limiar da pobreza) 
contribuíram para a criação do novo indicador. O objectivo definido no âmbito da Estratégia 
‘Europa 2020’ de reduzir 20 milhões de pobres na UE entre 2010 e 2020 será medido através 
deste indicador. 
 
Independentemente de coexistirem diferenças significativas entre países no que respeita às 
pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social, existe um conjunto de grupos sociais 
particularmente atingidos por estes fenómenos, nomeadamente: inativos; desempregados; 
idosos (embora neste caso com diferenças muito grandes entre países, sendo que existem 
países em que os idosos estão expostos a menos riscos); famílias monoparentais; imigrantes; 
e um conjunto de situações no mercado de trabalho que também favorecem as situações de 
pobreza (trabalho a part-time, temporário e menos qualificado). 
 
 
 
 
 
	
Economia Pública 	 9	
 
1.4 Indicadores tradicionalmente utilizados pelo Eurostat para 
medir a desigualdade na distribuição do rendimento. 
Medidas de desigualdade: 
• Rácio S80/S20 é um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento, 
definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 20% 
da população com maiores rendimentos (quintil 5) e a parte do rendimento 
auferido pelos 20% de menores rendimentos (quintil 1). 
• Rácio S90/S10 é um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento, 
definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido pelos 10% 
da população com maiores rendimentos (decil 10) e a parte do rendimento 
auferido pelos 10% de menores rendimentos (decil 1). 
 
Evolução da desigualdade: 
	
Economia Pública 	 10	
 
	
Economia Pública 	 11	
 
 
2. Argumentos a favor das políticas públicas de combate à 
pobreza 
Eficiência 
• Custos associados a níveis elevados de pobreza: 
• Conflitualidade social e criminalidade; 
• Pobreza extrema dos dependentes, incluindo as crianças (a futura força de 
trabalho); 
	
Economia Pública 	 12	
• A má nutrição contribui para deteriorar a saúde dos indivíduos, o que provoca: 
• O aumento dos custos com os sistemas de saúde; 
• A diminuição da capacidade dos adultos para trabalharem; 
• A redução do sucesso escolar das crianças. 
 
Equidade 
• Como as políticas públicas de combate à pobreza são financiadas por impostos 
progressivos, estas contribuem para a redistribuição vertical. 
 
 
3. Exemplos de políticas públicas de combate à pobreza em 
Portugal 
3.1 Complemento solidário para idosos 
O que é? 
O Complemento Solidário para Idosos (CSI) é um apoio em dinheiro pago mensalmente aos 
idosos de baixos recursos, com idade igual ou superior à idade normal de acesso à pensão de 
velhice do regime geral de Segurança Social, ou seja, 66 anos e 4 meses e residentes em 
Portugal. 
 
Condições de atribuição 
Tem de ter recursos inferiores ao valor limite do CSI: 
• Se for casado ou viver em união de facto há mais de 2 anos, os recursos do casal 
têm de ser inferiores a 8.788,50€ por ano e os recursos da pessoa que pede o CSI 
inferiores a 5.022,00€. 
• Se não for casado nem viver em união de facto há mais de 2 anos, os seus 
recursos têm de ser inferiores a 5.022,00€ por ano. 
 
Qual o valor? 
Mensalmente recebe 1/12 da diferença entre os seus recursos anuais e o valor de referência do 
complemento (em 2016, 5.022,00€). No máximo, em 2016, recebe 5.022,00€ por ano, ou seja 
418,50€ por mês. O valor do CSI é pago mensalmente, 12 vezes por ano. 
 
	
Economia Pública 	 13	
3.2 Rendimento social de inserção 
O que é? 
O Rendimento Social de Inserção (RSI) é uma medida de proteção social criada para apoiar 
as pessoas ou famílias que se encontrem em situação de grave carência económica e em risco 
de exclusão social e é constituída por: 
• Um contrato de inserção para os ajudar a integrar-se social e profissionalmente; 
• Uma prestação em dinheiro para satisfação das suas necessidades básicas. 
• As pessoas, para receberem o Rendimento Social de Inserção, celebram e assinam 
um Contrato de Inserção, do qual consta um conjunto de deveres e direitos, com 
vista à sua integração social e profissional. 
 
Como se calcula o valor desta prestação? 
 Calcula-se o valor do RSI, somando: 
• Pelo titular: 180,99€. 
• Pelo segundo adulto e seguintes: 126,69€ 
• Por cada criança ou jovem com menos de 18 anos: 90,50€ 
Por exemplo, para uma família com três adultos e uma criança o valor do RSI será: 180,99€ + 
126,69€ + 126,69€ + 90,50€ = 524,87€ 
 
Condições de atribuição 
• Se viver sozinho ou sozinha - A soma dos seus rendimentos mensais não pode ser 
igual ou superior a 180,99€. 
• Se viver com familiares - A soma dos rendimentos mensais de todos os elementos 
do agregado familiar não pode ser igual ou superior ao valor máximo de RSI, 
calculado em função da composição do agregado familiar. 
• O acesso à prestação RSI está dependente do valor do património mobiliário e do 
valor dos bens móveis sujeitos a registo, do requerente e do seu agregado 
familiar. Cada um deles não pode ser superior a 60 vezes o valor do Indexante de 
apoios sociais. (€ 25.153,20). 
• O valor do património mobiliário (depósitos bancários, ações, certificados de 
aforro ou outros ativos financeiros) de todos os elementos do agregado, não pode 
ser superior a € 25.153,20 (60 vezes o valor do indexante de apoios sociais). 
	
Economia Pública 	 14	
• O valor dos bens móveis sujeitos a registo (veículos automóveis, embarcações, 
motociclos) não pode ser superior a € 25.153,20 (60 vezes o IAS). 
 
3.3 Abono de família 
O que é? 
Prestação em dinheiro atribuída mensalmente, com o objetivo de compensar os encargos 
familiares respeitantes ao sustento e educação das crianças e jovens. 
 
Condições de atribuição 
Têm direito ao abono de família as crianças e jovens: 
• Residentes em Portugal ou equiparados a residentes 
• Que não trabalhem 
• Cujo agregado familiar: 
- Não tenha património mobiliário (contas bancárias, ações, obrigações, 
certificados de aforro, títulos de participação e unidades de participação em 
instituições de investimento coletivo) no valor superior a 100.612,80 EUR à 
data do requerimento; 
- Tenha um rendimento de referência igual ou inferior ao valor estabelecido para 
o 3.º escalão de rendimentos ou sejam considerados pessoas isoladas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	
Economia Pública 	 15	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4 Subsídio social de desemprego 
O que é? 
Dirigido aos trabalhadores que, tendo perdido o emprego de forma involuntária, não reúnam 
as condições para receber o subsídio de desemprego (subsídio de desemprego inicial) ou que 
já receberam a totalidade do subsídio de desemprego a que tinham direito e continuam 
desempregados (subsídio social de desemprego subsequente).

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