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Livro Texto Desenvolvimento socioeconômico Unidade I

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Euclides Pedrozo Jr.
Colaboradores: Profa. Ivy Judensnaider
 Prof. Maurício Felippe Manzalli
Desenvolvimento 
Socioeconômico 
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Professor conteudista: Euclides Pedrozo Jr.
Economista pela Universidade São Judas Tadeu. Mestre e doutor em Economia pela Fundação 
Getúlio Vargas – SP. Atualmente, é professor titular da Universidade Paulista (UNIP) no curso 
de Ciências Econômicas. Também leciona como professor convidado nos cursos de mestrado 
profissionalizante em Economia da EESP/FGV e de pós-graduação em Direito dos Contratos na FGV 
Direito SP-GVLaw. Como pesquisador e consultor, possui larga experiência em avaliação de impacto 
socioeconômico de políticas públicas, organização industrial e economia internacional. Autor dos 
livros-texto Microeconomia em Concorrência Perfeita, Microeconomia em Concorrência Imperfeita 
e Economia Internacional.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P372d Pedrozo Junior, Euclides.
Desenvolvimento socioeconômico. / Euclides Pedrozo Junior. – 
São Paulo: Editora Sol, 2017.
168 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2-070/17, ISSN 1517-9230.
1. Desenvolvimento socioeconômico. 2. Desigualdade social. 3. 
Indicadores sociais. I. Título.
CDU 330.34
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Ricardo Duarte
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Sumário
Desenvolvimento Socioeconômico
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: INDICADORES E CONCEITOS ................................................ 11
1.1 Sobre as diferenças de riqueza entre as nações ...................................................................... 12
1.2 A diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico ........................................ 22
1.3 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ............................................................................... 25
2 DESIGUALDADE E POBREZA ....................................................................................................................... 34
2.1 Desigualdade econômica: noções preliminares ....................................................................... 35
2.2 Medidas de desigualdade econômica .......................................................................................... 37
3 CURVA DE KUZNETS E RAZÃO DE KUZNETS ........................................................................................ 44
4 POBREZA ............................................................................................................................................................. 46
4.1 Pobreza absoluta................................................................................................................................... 47
4.2 Pobreza relativa ..................................................................................................................................... 51
Unidade II
5 FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO ........................................................ 58
5.1 As teorias clássicas sobre desenvolvimento .............................................................................. 58
5.1.1 Adam Smith e os fundamentos do crescimento econômico ................................................ 60
5.1.2 Ricardo e a Lei dos Rendimentos Decrescentes ......................................................................... 62
5.1.3 Malthus e a dinâmica demográfica ................................................................................................. 65
5.1.4 A visão marxista ...................................................................................................................................... 66
5.2 Teorias sobre crescimento econômico do século XX ............................................................. 68
5.2.1 O modelo das mudanças estruturais ............................................................................................. 68
5.2.2 O enfoque da dependência internacional ................................................................................... 70
5.2.3 O modelo dos estágios de crescimento ........................................................................................ 71
5.2.4 A abordagem neoclássica ou a nova teoria do crescimento ................................................ 73
5.2.5 A teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter ..................................................... 74
6 TEORIAS FORMAIS SOBRE PRODUÇÃO E CRESCIMENTO ................................................................ 78
6.1 Modelo Harrod-Domar ...................................................................................................................... 78
6.1.1 Efeito demanda do investimento ..................................................................................................... 79
6.1.2 Efeito capacidade produtiva do investimento ............................................................................ 80
6.1.3 Crescimento equilibrado de longo prazo ...................................................................................... 81
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6.1.4 Taxa de crescimento do PIB por trabalhador e financial gap ............................................... 83
6.1.5 Equilíbrio do fio da navalha ............................................................................................................... 85
6.2 A contabilidade do crescimento econômico ............................................................................. 88
6.2.1 Função de produção .............................................................................................................................. 88
6.2.2 Fronteiras de possibilidade de produção (FPP) e eficiência produtiva .............................. 94
6.2.3 O conceito de produtividade ..............................................................................................................97
6.2.4 Decomposição da taxa de crescimento ......................................................................................... 98
6.2.5 Estimação empírica da taxa de crescimento da produtividade total 
de fatores (PTF) .................................................................................................................................................105
Unidade III
7 O MODELO DE SOLOW ................................................................................................................................110
7.1 Acumulação de capital e estado estacionário ........................................................................111
7.2 Crescimento equilibrado..................................................................................................................116
7.3 O nível ótimo de acumulação de capital ..................................................................................121
7.4 Crescimento demográfico e tecnologia ....................................................................................125
7.5 Estática comparativa ........................................................................................................................135
7.5.1 Aumento na taxa de crescimento demográfico ...................................................................... 135
7.5.2 Aumento na taxa de progresso técnico ...................................................................................... 137
8 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E CAPITAL HUMANO...............................................................................143
8.1 Definição de capital humano ........................................................................................................144
8.2 O modelo de Solow com trabalho qualificado .......................................................................148
8.3 O modelo de Solow com trabalho ajustado à produtividade ..........................................156
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APRESENTAÇÃO
Em Eat the Rich, um livro clássico de divulgação da Economia, o autor P. J. O’Rourke fez uma 
constatação constrangedora. Ele disse mais ou menos o seguinte: 
A microeconomia trata das coisas a respeito das quais os economistas estão 
especificamente equivocados; ao passo que a macroeconomia trata das 
coisas a respeito das quais os economistas se equivocam de modo geral 
(O’ROURKE, 1999, p. 12).
Essa declaração mostra o quanto é difícil entender a economia, principalmente quando estamos 
interessados em melhorar o bem-estar da população ou aumentar a riqueza de um país. Economistas 
formados na tradição clássica acreditam que a riqueza das nações é produzida a partir de uma 
combinação de:
• recursos de capital produzidos pelo homem, como a infraestrutura dos países (composta por 
estradas, portos, aeroportos, edificações etc.), fábricas, maquinários, instalações e sistemas 
de telecomunicações;
• recursos humanos ligados à educação, acesso ao conhecimento, capacidade de trabalho e ética;
• recursos tecnológicos como a capacidade inventiva, o know-how e os equipamentos de 
alta tecnologia;
• recursos naturais como terra agricultável abundante, jazidas minerais e acesso à energia 
limpa e barata.
Assim, quanto mais um país apresentar estoques importantes dos recursos citados, maior a capacidade 
de criar produtos e mais rápido ele crescerá. Em outras palavras, quanto maior for a possibilidade de 
combinação dos fatores elencados, maior a probabilidade de crescimento econômico dos países, e 
consequentemente a renda de seus habitantes se elevaria.
Quando observamos o crescimento econômico que países como Coreia do Sul, China, Taiwan, 
Cingapura, Botswana e Chile vêm alcançando – dobrando seu Produto Interno Bruto (PIB) a cada dez 
anos –, a teoria proposta parece razoável. Apesar da importância do crescimento econômico, muitos 
países pobres não crescem tanto quanto os ricos ou, pior ainda, crescem menos. Outros países, como 
Camarões, Níger ou Venezuela, estão se tornando mais pobres ainda ao longo do tempo.
O que a teoria não mostra é que muitas vezes a abundância de recursos isoladamente não significa 
diretamente crescimento econômico. Alguns países passaram a crescer após um grande empurrão, 
via empréstimos oficiais, por exemplo. Outros países começaram a crescer quando entenderam que 
deveriam investir massivamente em educação, infraestrutura e desenvolvimento de tecnologias. Existem 
ainda casos de nações que procuraram reduzir as burocracias internas dos governos ou melhorar a 
regulamentação dos serviços concedidos à iniciativa privada.
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Mas também é fato que outros países, mesmo estando bem posicionados em termos de recursos 
naturais, não conseguiram crescer devido a mazelas institucionais, como corrupção, violência, ausência 
de liberdades civis e fechamento ao comércio internacional por questões ideológicas. Há ainda, como 
apontam diversos autores, a grande questão ligada à desigualdade: quanto pior a distribuição da renda 
nos estágios iniciais do crescimento, maior será a incidência de pobreza – e o excesso de pobreza pode 
implicar um círculo vicioso que diminui as chances de o país crescer de modo sustentável.
Ao longo deste livro-texto, buscaremos, de uma maneira ampla, entender os fatos que marcam 
a vida cotidiana dos cidadãos de cada país e condicionam seu futuro. Por trás desses fatos, está o 
que chamamos de processos de crescimento e de desenvolvimento socioeconômico, sobre os quais 
teorizaremos identificando os fatores que explicam tais ações. Desse esforço surgirá a compreensão de 
algumas relações econômicas que nos possibilitarão um aprofundamento maior na discussão sobre a 
história e o desenvolvimento das nações.
Inicialmente, faremos uma primeira aproximação aos temas complexos com os quais vamos lidar ao 
longo do livro-texto, dedicando-nos a lançar as grandes questões do crescimento e do desenvolvimento 
socioeconômico. Com base nelas, poderemos então traçar uma primeira distinção conceitual entre os 
dois tipos de processo, definindo o escopo deste livro e delineando, em grandes linhas, os fenômenos 
com os quais vamos lidar.
O livro-texto ora apresentado é uma introdução ao desenvolvimento socioeconômico ou, 
simplesmente, econômico. Ele é destinado a estudantes que estão tomando seu primeiro contato com o 
assunto. O nível de exigência não é maior do que o padrão em cursos introdutórios de Economia. Aqueles 
que tiveram os fundamentos básicos da teoria micro e macroeconômica vão encontrar as ferramentas 
necessárias para a compreensão dos modelos ensinados no contexto deste livro.
Este livro-texto não tem, como objetivo principal, seguir rigorosamente todos os modelos micro 
e macroeconômicos associados ao desenvolvimento econômico. Mas ele servirá para o propósito de 
traçar os modelos básicos que descrevem os processos de desenvolvimento e crescimento econômico 
das diversas nações. Por conta disso, sempre que possível, indica-se ao aluno complementar os tópicos 
contidos aqui com a leitura de livros indispensáveis sobre esse assunto, tais como Ray (1998), Valdés 
(1999), Barro e Sala-i-Martin (2004) e Jones e Vollrath (2015). Uma obra em especial, Easterly (2004), 
trata das questões do crescimento econômico de forma bastante assimilável e pode ser utilizada para 
entender melhor os mecanismos de prosperidade das nações. Questões relacionadas ao desenvolvimento 
econômico no Brasil podem ser encontradas em Veloso et al. (2013).
Por ser uma obra condensada, o texto corrido é substituído pela apresentação de modelos, gráficos 
e muitos exemplos de aplicação. Para aqueles alunos com dificuldades na utilizaçãode ferramentas 
micro e macroeconômicas, é indicada a leitura, respectivamente, de Pindyck e Rubinfeld (2010) e 
Blanchard (2012). 
Por fim, apesar de o conhecimento dos modelos econômicos e da realização dos exercícios serem 
essenciais para a formação do aluno, também é preciso que você absorva a intuição por trás dos modelos. 
Ou seja, é necessário ter uma compreensão elementar sobre o funcionamento do desenvolvimento 
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econômico das diversas nações. As ferramentas aqui apresentadas são utilizadas para analisar algumas 
das questões mais importantes da sociedade contemporânea, tais como crescimento econômico, 
desigualdade e pobreza. Sem recorrer a gráficos e equações, alguns livros de divulgação da ciência 
econômica ajudam bastante a entender esses problemas de maneira objetiva. Os principais autores 
nesse sentido, além do citado Easterly (2004), são Harford (2007, 2016), Wheelan (2014), Chang (2015) 
e Acemoglu e Robinson (2012).
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
O objetivo da disciplina Desenvolvimento Socioeconômico é apresentar ferramentas analíticas e 
modelos de avaliação do impacto das políticas públicas e macroeconômicas no bem-estar da sociedade. 
Além disso, a disciplina também procura familiarizar o aluno com os problemas do desenvolvimento 
econômico por meio de conceitos e práticas. Paralelamente às teorias e aos modelos que serão 
apresentados, a evidência empírica, suporte indispensável a todo estudo sério em Economia Aplicada, 
estará presente ao longo deste livro-texto.
A princípio, buscaremos uma primeira aproximação com os temas complexos de que vamos tratar ao 
longo do livro-texto. Para isso, lançaremos as grandes questões do crescimento e do desenvolvimento 
econômico. Entre os principais conceitos a serem analisados, podemos destacar:
• as diferenças entre ricos e pobres e os problemas associados aos diferentes níveis de bem-estar 
dos países;
• a questão dos indicadores de desenvolvimento e sua diferenciação em relação ao 
crescimento econômico; 
• a importância da desigualdade de renda e da pobreza.
Depois, nos preocuparemos com as teorias sobre o crescimento econômico. Iniciaremos a discussão a 
partir das teorias clássicas de Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus. Daí seguiremos para as teorias 
mais recentes, com destaque, por exemplo, para a teoria dos estágios de crescimento de W. W. Rostow. 
Também serão mencionadas as teorias formais sobre crescimento de cunho keynesiano, como as que dizem 
respeito ao acúmulo de poupança e investimento (modelo Harrod-Domar) e a conhecida contabilidade do 
crescimento, que destaca o papel da produtividade total dos fatores de produção.
Na sequência do livro-texto, examinaremos outras questões fundamentais para o crescimento 
e desenvolvimento econômico. Trataremos da mais importante teoria sobre o crescimento e a mais 
defendida em função de seu poder intelectual e empírico: o modelo de Solow. Discutiremos esse modelo 
em torno de níveis de desenvolvimento e distribuição mundial de renda per capita. Por fim, destacaremos 
a evolução mais recente da teoria do crescimento econômico: o motor do crescimento econômico. Para 
tanto, estudaremos a ação central que o capital humano e as instituições estão produzindo para revelar 
as diferenças nos estágios de desenvolvimento das nações.
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
Unidade I
1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: INDICADORES E CONCEITOS
A riqueza de uma nação é resultado da produção de bens e serviços levada a cabo por organizações 
de pessoas com um propósito comum. Essas organizações – comumente chamadas de firmas – 
podem ser empresas, associações, cooperativas ou o próprio governo. Essas firmas empreendem 
a extração (de minérios e produtos vegetais), a criação de animais, o plantio, a transformação 
de matérias-primas em bens manufaturados, a edificação e a construção de grandes obras de 
infraestrutura, o comércio de bens móveis e imóveis (como residências) e a prestação de serviços, 
para outras empresas, para o Estado ou para as famílias.
Em cada etapa do processo produtivo, as organizações empregam fatores de produção – terra, 
capital e trabalho, em essência – e, uma vez produzidos, os bens são transacionados por elas no 
mercado e geram a renda, a qual é distribuída entre as pessoas que compartilharam o propósito 
comum. A renda é distribuída para os indivíduos na forma de salários, lucros e aluguéis, e é despendida 
por cada agente econômico na aquisição de bens e serviços que satisfazem às necessidades humanas 
de alimentação, moradia, transporte, saúde e lazer, entre tantas outras, gerando bem-estar. Essas 
relações que produzem o acúmulo de riqueza dos países podem ser entendidas com base no fluxo 
circular da renda (figura a seguir). 
Firmas Governo Indivíduos
Mercado de 
bens e serviços
Mercado de 
fatores de 
produção
Receita
Receita das 
empresas 
Custo de 
produção 
Custo 
de vida 
Renda 
familiar
Salários, 
aluguéis, lucro 
Insumos de 
produção 
Venda de bens 
e serviços 
Bens e serviços públicos 
e subsídios
Bens e serviços públicos 
e subsídios
Taxas e 
impostos
Taxas e 
impostos
Trabalho, terra, 
capital
Compra de 
bens e serviços
Consumo
Renda
Figura 1 – Fluxo circular da renda
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Unidade I
 Observação
No processo produtivo, são gerados um fluxo de bens e serviços (ou 
fluxo real) e um fluxo de rendimentos (ou fluxo nominal). O fluxo real, 
ou seja, as mercadorias produzidas, é dirigido ao mercado para suprir as 
necessidades de consumo. O fluxo nominal, ou seja, as rendas geradas no 
processo produtivo, destina-se ao consumo e à poupança. 
Além do setor família, que consome bens e serviços e oferta insumos de produção (trabalho, terra e 
capital), e do setor empresas, que produz todos os bens e serviços da economia e emprega os insumos no 
processo de produção, existe outro setor institucional: o governo ou setor público. O governo arrecada 
impostos da venda de bens e serviços e taxas sobre a renda das famílias. Com a receita dos tributos, ele 
poderá fornecer bens e serviços públicos ou subsidiados às famílias e às firmas.
A renda e o produto agregados de uma economia são o somatório do valor adicionado pelas empresas 
que a compõem. Esse valor adicionado, por sua vez, é a soma da massa salarial e dos lucros de todas as 
firmas envolvidas no processo produtivo. Mantidos constantes todos os preços da economia – dos bens, 
da mão de obra (salários) e do capital (aluguel) –, um aumento no valor adicionado de uma empresa só 
será possível com o emprego de mais unidades de trabalho ou de capital, ou seja, com a expansão dos 
fatores empregados – ou, como veremos adiante, com o emprego mais eficiente dos fatores já existentes 
(aumento da produtividade).
O fluxo circular da renda, no entanto, não mostra uma questão fundamental: as diferenças 
nos padrões de vida dos países. Essas diferenças podem refletir-se em diversos fatores, como a 
produtividade do trabalhador e os distintos padrões de consumo de bens e serviços. Ademais, é 
extremamente complicado avaliar o padrão de vida de um país sem a utilização de uma unidade 
de medida única.
Mesmo quando essa unidade de medida é encontrada, existe grande heterogeneidade na trajetória 
de crescimento econômico dos países. Alguns países relativamente pobres há cinquenta anos se 
tornaram potências econômicas no período recente, como é o caso dos tigres asiáticos. Outros países 
permaneceramestagnados, como grande parte da América Latina. Nas subseções seguintes, serão 
apresentados os principais fatos estilizados de crescimento econômico das últimas décadas e uma 
análise do debate sobre a diferença entre desenvolvimento e crescimento econômico.
1.1 Sobre as diferenças de riqueza entre as nações
Quando se observam as estatísticas socioeconômicas de diferentes nações, a imagem que vem à 
mente é a de um enorme fosso entre nações ricas e pobres, as quais desfrutam de níveis de riqueza 
e de bem-estar bastante contrastantes. E, quando é focalizada a evolução da riqueza dos países ao 
longo do tempo, nota-se que persiste e, por vezes, se aprofunda o contraste, revelando, por um lado, o 
cenário de nações em franco processo de expansão da riqueza e, por outro, o retrato de estagnação ou 
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
declínio do nível de vida de outras nações. Serão apresentados diversos indicadores socioeconômicos 
com ilustrações dessas características apontadas, que estilizam os fatos que retratam as diferenças no 
desenvolvimento dos países.
Para estabelecer as comparações, foram selecionadas estatísticas socioeconômicas de 21 países, 
compiladas a partir do banco de dados Penn World Tables (PWT) versão 9.0 (UNIVERSITY OF GRONINGEN, 
[s.d.]). A relação completa dos países selecionados pode ser verificada no quadro a seguir.
 Saiba mais
O banco de dados Penn World Table (PWT) é um conjunto de informações 
de contas nacionais desenvolvido e mantido pela Universidade da 
Califórnia (Davis) e pelo Groningen Growth Development Centre da 
Universidade de Groningen (Holanda). Trata-se da principal base de 
dados para análises comparativas de desenvolvimento e crescimento 
econômico. Sucessivas atualizações ocorreram ao longo do tempo e 
atualmente constam dados sobre capital, educação, produtividade, 
emprego e população de 167 países de um longo período (1950-2014). 
A versão mais atual do banco de dados é a PWT 9.0. Esses dados podem 
ser obtidos gratuitamente no seguinte link: 
UNIVERSITY OF GRONINGEN. Groningen Growth and Development 
Centre. Penn world table. [s.d.] Disponível em: <http://www.rug.nl/ggdc/
productivity/pwt/>. Acesso em: 14 mar. 2017. 
Quadro 1 – Amostra de 21 países do PWT utilizados na análise dos fatos estilizados
País Abreviatura Continente Unidade monetária
África do Sul ZAF África Rand
Etiópia ETH África Birr
Nigéria NGA África Naira
Canadá CAN América do Norte Dólar canadense
Estados Unidos USA América do Norte Dólar estadunidense
México MEX América do Norte Peso mexicano
Argentina ARG América do Sul Peso argentino
Brasil BRA América do Sul Real
Chile CHL América do Sul Peso chileno
China CHN Ásia Yuan (Renminbi)
Coreia do Sul KOR Ásia Won
Índia IND Ásia Rúpia indiana
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Unidade I
Japão JPN Ásia Iene
Tailândia THA Ásia Baht
Alemanha DEU Europa Euro
Espanha ESP Europa Euro
França FRA Europa Euro
Grã-Bretanha GBR Europa Libra esterlina
Itália ITA Europa Euro
Portugal PRT Europa Euro
Austrália AUS Oceania Dólar australiano
O primeiro problema que temos para avaliar o tamanho de uma economia é encontrar uma unidade 
de medida única e mensurável sempre na mesma escala. O principal indicador adotado na visualização 
do contraste entre nações pobres e ricas é o PIB. 
O PIB também é a unidade de medida mais importante das contas nacionais e contabiliza, de 
uma só vez, o valor adicionado agregado por todas as organizações de uma economia, num dado 
período de tempo, e a renda apropriada pelos proprietários dos meios de produção. O PIB, portanto, 
representa uma síntese do esforço produtivo de um país e seus incrementos na geração de renda 
em determinado período.
 Observação
O Produto Interno Bruto (PIB), a produção interna na economia aberta 
com governo, é igual à soma dos gastos de todos os agentes econômicos, 
domésticos e estrangeiros, em bens produzidos domesticamente.
Na comparação que se busca estabelecer entre os níveis de renda e de bem-estar de diferentes 
países, a preocupação que emerge está relacionada à unidade de medida dessa riqueza. Cada nação 
tem uma moeda, que não é necessariamente exclusiva desse país (o euro, por exemplo), na qual as 
operações econômicas são contabilizadas. As diversas unidades monetárias (dólar, euro, real, iene etc.) 
expressam as taxas de troca de diferentes unidades monetárias nacionais por bens e serviços. Como as 
taxas de troca entre moedas – as taxas de câmbio – são disponibilizadas estatisticamente, o primeiro 
procedimento necessário é a conversão do PIB de cada país em uma única unidade monetária. 
 Observação
Para converter o PIB de um país em um determinado ano, por exemplo, o do 
Brasil, em dólares norte-americanos (US$), deve-se aplicar a seguinte fórmula:
Brasil
Brasil R$
US$ R$
US$
PIB
PIB
taxa de câmbio média anual
=
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
Por conveniência, trabalharemos inicialmente com o dólar estadunidense ou norte-americano (US$). 
E, como lidamos com a renda em diferentes momentos do tempo, fixaremos um ano de referência para 
o qual se assume um índice de preços-base para todos os países. Assim, sempre iremos nos referir ao PIB 
do país de um determinado ano, mas a preços de outro ano-base do índice de preços.
O gráfico da figura a seguir (UNIVERSITY OF GRONINGEN, [s.d.]) ilustra o PIB do ano de 2014 em dólares 
norte-americanos dos 21 países selecionados, a preços de 2011. Entre eles, figuram nações ricas, como os 
Estados Unidos, e nações pobres, como a Etiópia. Também estão presentes países que apresentam níveis de 
renda medianos, como Brasil, México e Coreia do Sul. A discrepância é marcante: a soma do PIB dos cinco 
primeiros países que figuram no gráfico (US$ 16,5 trilhões dos Estados Unidos, US$ 9,8 trilhões da China, 
US$ 4,5 trilhões do Japão, US$ 3,7 trilhões da Alemanha e US$ 2,7 trilhões da Grã-Bretanha) supera em 
cerca de 2/3 a soma da renda das demais 16 nações, ilustrando a concentração da renda mundial num 
pequeno número de países. Mesmo entre os mais ricos, existe uma enorme desigualdade: só a economia 
dos Estados Unidos é maior que a dos rivais mais próximos, a China e o Japão. Observe, também, que o 
Brasil apresenta o sétimo maior PIB da lista, à frente de países como Itália e Canadá.
18.000
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Figura 2 – PIB em 2014 (US$ de 2011)
Mas essa medida de riqueza não é a mais adequada para avaliar o bem-estar. Como já descrito, o fim 
dessa riqueza é o consumo de bens e serviços, e estes podem ter preços distintos em diferentes países, 
o que provoca um desvio importante em termos do que se pretende medir. Por exemplo, US$ 1.000 é 
um valor monetário suficiente para alugar um imóvel modesto (uma quitinete, por exemplo) em Nova 
York, mas com esse dinheiro é possível arrendar um apartamento de alto padrão em Santiago, capital 
do Chile. Uma refeição simples em um restaurante de Roma custava, em julho de 2014, por volta de 15 
euros, valor com o qual se compravam quase três dessas refeições em um restaurante do mesmo porte 
em Buenos Aires, Argentina. Para corrigir essas distorções, é necessário aplicar um fator de conversão 
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Unidade I
adicional, que ajuste a renda de cada país à paridade do poder de compra (PPC) de cada moeda. Essa 
conversão, enfim, permite uma comparação mais adequada dos níveis de renda, agora entendidos como 
níveis de poder de compra.
 Observação
Paridade do poder de compra (PPC) é a teoria que propõe que a 
taxa de câmbio entre duas moedas se encontra em equilíbrio quando o 
poder de compra doméstico das moedas (medido pela taxa de inflação) for 
equivalente ao da taxa de câmbio.
A figura a seguir ilustra o PIB de 2014 (UNIVERSITY OF GRONINGEN, [s.d.]), a preços de 2011, ajustados 
à PPC dos mesmos 21 países selecionados. A discrepância ainda é marcante, mas as diferenças diminuem, 
pois, em geral, os países ricos têm níveis de preços mais elevados que os dos países pobres. O PIB da 
China, que assume o primeiro posto nessa nova base de comparação, sobe de quase US$ 10 trilhões para 
cerca de US$ 17 trilhões, visto que lá os preços das mercadorias em dólares são mais baratos que nos 
Estados Unidos. Em outras palavras, a comparação em unidades monetárias ajustadas à PPC nos diz que 
as discrepâncias de consumo não são tão acentuadas quanto as discrepâncias de renda. Nessa mesma 
base de comparação, o PIB do Brasil ajustado à PPC salta para a sexta colocação.
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CHN USA IND JPN DEU BRA FRA GBR ITA MEX KOR ESP CAN AUS NGA THA ARG ZAF CHL PRT ETH
Figura 3 – PIB em 2014 (US$ de 2011, ajustados à PPC)
Mas há ainda um aspecto que dificulta a comparação estabelecida anteriormente: o tamanho da 
população de cada nação. Note que duas economias que possuem padrões de vida medianos – México 
e Brasil – figuram com PIB acima da Espanha e do Canadá. Esses dois últimos países apresentam um 
padrão de bem-estar reconhecidamente maior que o dos dois países da América Latina. Se o objetivo 
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
é medir o padrão de consumo dos países, devemos medi-lo considerando as diferenças de população, 
numa aproximação da disponibilidade média de bens de consumo, ou ainda da quantidade de bens de 
consumo que o cidadão de cada país dispõe, em média, ao longo de um ano. É o que mostra o gráfico 
da figura a seguir (UNIVERSITY OF GRONINGEN, [s.d.]).
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
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USA DEU AUS CAN GBR FRA ITA JPN KOR ESP PRT CHL ARG MEX BRA THA CHN ZAF NGA IND ETH
Figura 4 – PIB per capita em 2014 (US$ de 2011, ajustados à PPC)
A medida usual para análise da disponibilidade média de consumo é o PIB per capita, ou seja, o PIB 
total do país dividido pela sua população. O PIB per capita apresenta diferenças de renda, ainda grandes, 
mas, agora, pode ter uma conotação distinta. Um cidadão norte-americano, por exemplo, desfrutava de 
um poder de compra de aproximadamente US$ 52,2 mil em 2014, valor quase 10 vezes maior que o de 
um nigeriano e 3 vezes maior que o de um mexicano. Observe ainda que o PIB per capita do Brasil (de 
aproximadamente US$ 14,9 mil em 2014) cai para o décimo quinto posto nessa base de comparação. 
O PIB chinês, por sua vez, que era o maior em termos absolutos, passa para a 17ª colocação em termos 
per capita. Isso dá uma mostra de que a China, apesar do enorme progresso recente, ainda está distante 
dos países mais ricos.
Mas essas comparações ainda não nos dão uma boa ideia das discrepâncias de renda entre países, pois 
são poucos os países com renda per capita próxima à dos Estados Unidos, ao passo que são muitos aqueles 
cuja renda per capita se aproxima da nigeriana. O mapa apresentado na figura a seguir (UNIVERSITY OF 
GRONINGEN) revela, em cores, o contraste entre os diversos PIBs per capita – do claro, países de baixa 
renda per capita, ao escuro, países de alta renda per capita. Vê-se que a grande zona tropical (região 
ao longo da Linha do Equador e delimitada pelos Trópicos de Câncer e Capricórnio) contrasta com as 
regiões temperadas do planeta (região acima e abaixo dos Trópicos de Câncer e Capricórnio). De modo 
geral, portanto, há uma clara demonstração de que os países de clima mais frio apresentam melhores 
condições de vida do que os países de clima mais quente.
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Unidade I
PIB per capita (USD-PPP)
não disponível
até 750
750 - 1.500
1.500 - 4.500
4.500 - 8.000
8.000 - 15.000
acima de 15.000
Figura 5 – Distribuição internacional da renda – PIB per capita em 2014 (US$ de 2011, ajustados à PPC)
Uma forma alternativa de vislumbrar as diferenças na distribuição de renda, e que traz informações 
adicionais sobre elas, é considerar o PIB por trabalhador. Essa nova medida, apresentada na figura a 
seguir, nos dá uma ideia mais clara do quanto um trabalhador de cada país é capaz de adicionar de 
valor ao longo de um ano, aproximando uma primeira medida de produtividade relativa – a do produto 
médio do trabalhador. 
 Observação
Produtividade média da mão de obra (ou produto médio do 
trabalhador) é a razão entre a quantidade total produzida no país e a 
quantidade de trabalhadores empregada na produção.
De acordo com a figura a seguir (UNIVERSITY OF GRONINGEN, [s.d.]), um trabalhador norte-
americano, cuja capacidade produtiva resultava numa renda de US$ 112,5 mil ao longo do ano de 
2014, destaca-se muito em relação aos trabalhadores dos outros países. Sua produtividade era quase 
4 vezes maior que a de um trabalhador brasileiro, ou 8,5 vezes maior que a de um indiano. Essa 
medida nos dá a ideia de que um país apresenta melhores condições de crescimento do que outro 
devido ao fato de haver maior estoque de capital por trabalhador. Como ficará mais claro quando 
estudarmos mais à frente os modelos empíricos de crescimento econômico, como o modelo de Solow, 
a relação capital-trabalho é a medida de diferença de renda que consideraremos em nossas análises 
de crescimento econômico, por estar mais associada às características produtivas de uma nação e, 
por isso, medir melhor sua capacidade de gerar riqueza. 
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20,0
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USA FRA ITA ESP DEU AUS GBR CAN JPN PRT KOR CHL ARG MEX ZAF BRA THA CHN NGA IND ETH
Figura 6 – PIB por trabalhador em 2014 (US$ de 2011, ajustados à PPC)
 Observação
A renda per capita, ou PIB per capita, também pode ser obtida a 
partir da multiplicação entre a produtividade média do trabalhador (Y/L) e 
a participação da força de trabalho na população (L/N).
Renda per capita = 
Y L
L N
   
       
em que Y é o PIB, N é a população e L é a força de trabalho.
Até agora, foi demonstrada a situação mundial no ano de 2014, observando apenas as diferenças 
de renda entre as nações escolhidas. Se um país tiver renda maior do que a de outro em determinado 
instante do tempo, poderemos afirmar que, de um passado longínquo até os dias de hoje, ele cresceu 
mais. E é sobre o comportamento da produção e da renda – agregadas, per capita ou por trabalhador 
–, em diferentes países, que vamos centrar a maior parte do nosso esforço de compreensão. As figuras 
7 e 8 (UNIVERSITY OF GRONINGEN, [s.d.]) ilustram as taxas de crescimento médias do PIB e do PIB per 
capita, respectivamente, dos 21 países entre 1960 e 2014.
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CHN KOR THA ETH* IND BRA CHL MEX NGA JPN AUS ESP PRT CAN ZAF USA FRA ARG ITA GBR DEU**
Notas: (*) para a Etiópia (ETH), a taxa de crescimento refere-se ao período 1981-2014; (**) para a Alemanha 
(DEU), a taxa de crescimento refere-se ao período 1970-2014.
Figura 7 – Taxas de crescimento médias anuais do PIB (US$ de 2011) – 1960 a 2014
9,0%
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7,0%
6,0%
5,0%
4,0%
3,0%
2,0%
1,0%
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CHN KOR THA IND JPN PRT ESP CHL BRA FRA ETH* ITA USA GBR CAN AUS DEU** MEX NGA ARG ZAF
Notas: (*) para a Etiópia (ETH), a taxa de crescimento refere-se ao período 1981-2014; (**) para a 
Alemanha (DEU), a taxa de crescimento refere-se ao período 1970-2014.
Figura 8 – Taxas de crescimento médias anuais do PIB per capita (US$ de 2011) - 1960 a 2014
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
A ordem dos países se altera de forma expressiva nesses dois últimos gráficos. Na figura 7, 
observa-se que os tigres asiáticos (China, Coreia do Sul e Tailândia) – reconhecidos fenômenos de 
sucesso de crescimento econômico – figuram entre os líderes do crescimento econômico mundial, 
com taxas de crescimento do PIB superiores a 6% ao ano, na média dos 54 anos. Depois aparecem 
os países menos desenvolvidos (Etiópia) e as economias em desenvolvimento (Índia, Brasil, Chile 
e México), que observaram taxas médias de crescimento do PIB entre 4,0% ao ano e 5,5% ao ano. 
Seguem, na ordem, as economias mais desenvolvidas, cujas taxas de crescimento médio do PIB 
ficaram entre 2% e 4% ao ano. 
Ressalta-se a baixa taxa de crescimento do PIB da Alemanha entre 1960 e 2014, inferior a 
2% ao ano. Apesar de a Alemanha ser uma nação que apresenta alto nível de vida, ela enfrentou, 
durante o período analisado, a enorme tarefa de incorporar a economia da Alemanha Oriental, que 
apresentava um nível de vida bem mais modesto em comparação ao da Alemanha Ocidental. Esse 
evento histórico fez com que a taxa média de crescimento econômico da Alemanha unificada, ao 
longo do período, fosse mitigada.
Ao analisarmos a classificação dos países na figura 8, salta aos olhos a evolução muito 
desfavorável, no período em questão, da renda per capita de algumas economias. Nigéria, Argentina 
e África do Sul apresentaram taxas médias anuais de crescimento do PIB per capita inferiores a 2%. 
Em particular, a África do Sul apresentou crescimento inferior a 1% no período. Lembrando que o 
PIB per capita mede o quanto de bens de consumo um cidadão de um país dispõe ao longo de um 
ano, o resultado negativo expressa que, em 2014, um sul-africano dispunha de apenas um pouco 
mais de bens e serviços para seu consumo do que desfrutava em 1960. Esses países representam 
notórios casos de “fracasso”, cujo desempenho econômico esteve muito aquém do observado pelos 
tigres asiáticos e pelos países desenvolvidos. 
Algumas explicações podem ser dadas para as trajetórias pouco favoráveis desses países. Os 
três países enfrentaram, ao longo do período analisado, diversos tipos de instabilidade (guerras 
civis, golpes de Estado, políticas de segregação racial, hiperinflação etc.) que implicaram 
a redução de seus padrões de vida. Outros países, como os europeus e os Estados Unidos, 
apresentam economias estabilizadas desde o final da Segunda Guerra Mundial. Nesse caso, 
as taxas de crescimento da renda per capita moderadas podem estar refletindo, na verdade, o 
momento de estabilidade do nível de vida desses países, embora em patamares mais avançados. 
Os tigres asiáticos, por sua vez, apresentam altas taxas de crescimento da renda per capita, 
pois, provavelmente, estão enfrentando uma trajetória recente de inovação e investimento e, 
por isso, estão colhendo mais fortemente os frutos do crescimento econômico em relação ao 
resto do mundo.
As taxas médias de crescimento, embora nos deem uma boa visão geral do que ocorreu nesses 
54 anos, não ilustram as trajetórias de fato observadas em cada país. A figura a seguir (UNIVERSITY 
OF GRONINGEN, [s.d.]), que traz a evolução no tempo dos produtos per capita de 7 dos 21 países, 
ilustra fatos interessantes. Estados Unidos e França, por exemplo, são economias que apresentam 
trajetórias de crescimento relativamente estáveis, ao contrário da Argentina e do Brasil, países que 
revelam momentos de forte expansão da renda per capita seguidos por outros de forte recessão. 
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Unidade I
Outro ponto importante ilustrado pelo gráfico é o distanciamento, em termos de renda per capita, 
dos países desenvolvidos (Estados Unidos, França e Japão) das economias em desenvolvimento 
(Argentina e Brasil) e do país pobre que nele figura (Nigéria). Um terceiro aspecto relevante é 
o fenômeno de “ultrapassagem” apresentado pela economia coreana. A Coreia do Sul inicia sua 
trajetória com uma renda per capita inferior à do Brasil e da Argentina; ultrapassa o Brasil na 
primeira metade da década de 1980 e a Argentina na segunda metade da mesma década. E, 
por fim, vê-se outro fenômeno: o da secular estagnação econômica da Nigéria. De modo geral, 
podemos concluir que os países que mais cresceram nos últimos cinquenta anos foram aqueles 
que apresentaram processos de acumulação de capital vigorosos.
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Figura 9 – Crescimento econômico, 1960 a 2014. Taxas anuais de variação do PIB per capita (US$ de 2011)
1.2 A diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico
Os dados agregados sobre renda e produção, conforme destacados anteriormente, representam 
medidas importantes sobre toda a atividade econômica do país. No entanto, os dados extraídos das 
contas nacionais não computam as atividades que não possuem valor de mercado, como o lazer, 
o trabalho não remunerado ou voltado para o próprio sustento, a depleção de recursos naturais, o 
investimento em capital humano etc.
Levando em conta esses fatores, a utilização apenas do PIB para avaliar o bem-estar pode 
estar omitindo informações importantes, o que dificulta a comparação entre o padrão de vida 
dos países. Em virtude dessa limitação, considera-se que o crescimento do PIB, ou do PIB per 
capita, refere-se ao crescimento econômico (ou crescimento da renda nacional). Para avaliar 
o crescimento econômico, basta analisar os indicadores de crescimento do PIB ou do PIB per 
capita. Também é importante avaliar a capacidade produtiva do país a partir de indicadores 
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
de produtividade do trabalho e do capital, da riqueza proveniente dos recursos naturais, da 
capacidade administrativa dos governos centrais e da abertura ao comércio exterior.
Para constatar se um país está realmente melhorando seu nível de desenvolvimento econômico 
e social, deve-se avaliar se, simultaneamente ao crescimento econômico, há também melhoras 
nos indicadores associados às condições de vida e bem-estar. Essas condições de bem-estar são 
distintas em cada país, e a principal preocupação, em termos de desenvolvimento econômico, é 
explicar essas diferenças.
 Lembrete
• Crescimento econômico: está associado ao crescimento da rendanacional per capita.
• Desenvolvimento econômico: está associado às condições de vida 
e bem-estar que vigoram dentro das fronteiras do país.
O crescimento econômico, portanto, não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça 
social, pois não leva em consideração aspectos ligados à qualidade de vida, como saúde, educação e 
acesso à justiça. A análise do crescimento econômico diz respeito apenas ao acúmulo de riquezas. O 
desenvolvimento econômico, apesar de preocupar-se com o processo de geração de riquezas, tem como 
objetivo, também, a sua distribuição e, consequentemente, a melhora do bem-estar e da qualidade de 
vida de toda a população.
Diferentemente do crescimento econômico, o desenvolvimento econômico não pode ser 
avaliado a partir de um indicador único. Grande parte das discussões sobre desenvolvimento 
econômico envolve a produção de informações que possibilitem medir o desempenho dos países 
com respeito às condições socioeconômicas ao longo do tempo. A principal preocupação é produzir 
indicadores que sejam de fácil compreensão e que possam ser utilizados no processo de tomada 
de decisão dos formuladores de políticas econômicas e sociais. Além disso, esses indicadores 
devem expressar de maneira clara como o país distribui sua renda e quais são as verdadeiras 
condições de vida de seus habitantes.
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Unidade I
O quadro a seguir apresenta um painel dos principais indicadores utilizados para medir o crescimento 
e/ou o desenvolvimento econômico dos países.
Quadro 2 – Indicadores de crescimento e desenvolvimento econômico
Crescimento econômico Desenvolvimento econômico
• PIB Total • Crescimento demográfico
• PIB per capita
• Indicadores de educação:
— Anos de estudo
— Taxa de matrícula
— Taxa de analfabetismo
• PIB por trabalhador • Nível institucional e liberdade civil
• Participação do capital na produção
• Indicadores de saúde:
— Taxa de mortalidade
— Taxa de mortalidade infantil
— Taxa de natalidade
— Taxa de morbidade
• Quantidade de recursos naturais disponíveis:
— Recursos minerais
— Recursos florestais e ambientais
• Índices de longevidade
— Expectativa de vida ao nascer
— Participação de idosos (acima de 60 anos)
— Participação de crianças (até 15 anos)
• Medidas relativas aos gastos governamentais 
em relação ao PIB:
— Superavit primário
— Dívida pública
• Indicadores de pobreza e desigualdade
— Índice de Gini
— Índice de Theil
— Incidência de pobreza (P0, P1 e P2)
— Índice de Pobreza de Sen
• Medidas relativas de comércio exterior em 
relação ao PIB:
— Saldos de balança comercial 
— Corrente de comércio exterior
— Saldo em transação corrente
— Investimento estrangeiro direto
— Reservas em moeda estrangeira
Para avaliar as condições de riqueza e de bem-estar dos países, é preciso combinar os diversos 
indicadores de crescimento e desenvolvimento econômico. Por exemplo, Ray (1998) fez um grande 
resumo do cruzamento de indicadores apresentados no quadro anterior. Essa avaliação apontou as 
seguintes evidências empíricas:
• Em geral, quanto mais rico e abastado for um país, menor a incidência de pobreza.
• Os indicadores de saúde melhoram quando há crescimento na renda.
• A pobreza tende a fazer com que países tenham taxas de crescimento do PIB rastejantes.
• O crescimento econômico faz com que a pobreza diminua de acordo com o estágio inicial de 
pobreza. Ou seja, uma maior desigualdade inicial pode implicar uma menor eficácia na redução 
da pobreza via crescimento econômico.
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
• Nas últimas cinco décadas, a distância entre países ricos e pobres aumentou demasiadamente, a 
despeito do aumento da renda mundial.
• Países muito pobres são caracterizados por uma alta taxa de crescimento demográfico.
• Países com baixa renda per capita possuem a maior parte da população vivendo em áreas rurais e 
trabalhadores concentrados em atividades agrícolas.
• A aceleração do crescimento econômico provoca altas taxas de migração interna.
• Países pobres têm baixa inserção no fluxo internacional de comércio (vantagens comparativas 
versus variações de preços).
1.3 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
A figura a seguir (THE WORLD BANK, 2016b) mostra a relação entre renda per capita do ano de 2011 
e o índice de pobreza extrema dos países do mesmo ano. A renda per capita é a razão entre o PIB total 
dos países ajustado pela PPC dividido pelas suas respectivas populações. O índice de pobreza extrema 
é medido pela proporção de habitantes que vivem com menos de US$ 1,90/dia (ajustados pela PPC). A 
renda per capita está representada no eixo vertical do gráfico. Já o índice de pobreza extrema de cada 
país está representado no eixo horizontal. Nota-se uma relação negativa entre renda per capita e índice 
de pobreza extrema: quanto maior a renda, menor a incidência de pobreza. Assim, em geral, quanto mais 
abastado for um país, menor a incidência de pobreza.
45.000
40.000
35.000
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 5,0 10,0
Pobreza extrema (% da população)
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Mundo
Polônia
Brasil
TogoPaíses de baixa renda
América Latina e Caribe
Países de alta renda
15,0 20,0 25,0
Nota: dados disponibilizados de 54 países e 18 regiões agregadas do planeta.
Figura 10 – Relação entre pobreza extrema e renda per capita, 2011 (US$ PPC de 2011)
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Unidade I
 Saiba mais
Outro conjunto de dados importantes para efetuar comparações 
internacionais, disponibilizado pelo Banco Mundial (World Bank), é 
denominado de World Development Indicators (WDI). Esse banco de dados 
multidimensional é mais abrangente do que o PWT, pois inclui, além de 
dados de contas nacionais, informações de série de tempo relativas ao 
desenvolvimento econômico de todos os países do mundo, desde 1950. 
A versão mais atual desse banco de dados é a do ano de 2015 e pode ser 
acessada gratuitamente no link a seguir: 
THE WORLD BANK. World development indicators. [s.l.], 2016b. Disponível 
em: <http://data.worldbank.org/data-catalog/world-development-indicators>. 
Acesso em: 22 mar. 2017. 
A tendência mostra que os países com renda per capita acima de $ 20.000 PPC (corrigida pela taxa 
de câmbio internacional de 2011) tenham praticamente zerado o índice de pobreza extrema. Os países 
de renda per capita inferior a US$ 5.000 PPC, por outro lado, apresentam parcelas significativas da 
população vivendo na pobreza extrema. Observe também que a renda per capita média dos países mais 
ricos do mundo atinge cerca de US$ 40.000 PPC, mas o índice de pobreza é praticamente nulo. No outro 
extremo, a renda per capita média dos países de renda mais baixa é inferior a US$ 1.000, trazendo, 
como consequência, um percentual acima de 20% da população desses países vivendo abaixo da linha 
de pobreza extrema. É possível ainda detectar que alguns países de renda per capita média (por volta 
de US$ 15.000 PPC), como os pertencentes a América Latina e Caribe, possuem pelo menos 3% da 
população extremamente pobre. Nesse mesmo quadro, encontra-se o Brasil, com 2,9% da população 
vivendo na extrema pobreza.
A figura a seguir (THE WORLD BANK, 2016b) mostra a relação entre a renda per capita (ajustada 
pela PPC) do ano de 2011 e o percentual de crianças que não foram matriculadas na escola nesse 
ano. Esse indicador mede a proporção de crianças em idade escolar que não estão matriculadas na 
escolaprimária ou secundária. Observa-se claramente a relação negativa entre renda per capita 
e o índice de crianças que não estão estudando: quanto maior a renda, menor a incidência de 
crianças fora da escola.
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
0 10,0 20,0
Crianças fora da escola (% da população em idade escolar)
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Mundo
Noruega
Estados Unidos
Brasil
Eritreia
Países de baixa renda
Guiné EquatorialPaíses de alta renda
30,0 40,0 50,0 60,0 70,0
Nota: dados disponibilizados de 121 países e 41 regiões agregadas do planeta.
Figura 11 – Relação entre escolaridade e renda per capita, 2011 (US$ PPC de 2011)
Observa-se, mais uma vez, que os países mais ricos possuem pequena percentagem de crianças 
fora da escola (3,7% na média). Na Noruega, por exemplo, praticamente todas as crianças 
frequentam a escola. Os países de renda baixa, por outro lado, apresentam alta incidência de 
crianças que não estudam (17% na média). Em alguns países, como a Eritreia, quase 60% das 
crianças não estão matriculadas em qualquer curso primário ou secundário formal. O Brasil, nesse 
quesito, está posicionado próximo à média dos países mais ricos do mundo, com 4,3% das crianças 
fora da escola (a média mundial é 8,9%).
A figura a seguir (THE WORLD BANK, 2016b) mostra a relação entre renda per capita (ajustada pela 
PPC) do ano de 2011 e a expectativa de vida ao nascer apontada nesse ano. A expectativa de vida é 
uma previsão de quantos anos, a partir do nascimento, uma pessoa poderá viver. Esse indicador é uma 
aproximação das condições de saúde dos países. Observa-se, agora, uma relação positiva entre renda 
per capita e expectativa de vida: quanto maior a renda, maior a probabilidade de que uma pessoa, ao 
nascer, viva mais anos. Portanto, a tendência apontada no gráfico é a de que os indicadores de saúde 
dos indivíduos aumentem quando houver crescimento na renda per capita.
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Unidade I
100.000
90.000
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
48,0 53,0 58,0
Expectativa de vida ao nascer (anos de vida)
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Mundo
Luxemburgo
Lesoto
Brasil
Suíça
Países de baixa renda
Guiné Equatorial
Países de alta renda
63,0 68,0 73,0 78,0 83,0
Nota: dados disponibilizados de 184 países e 46 regiões agregadas do planeta.
Figura 12 – Relação entre expectativa de vida ao nascer e renda per capita, 2011 (US$ PPC de 2011) 
Nesse particular, nota-se que os países de alta renda possuem expectativa de vida mais alta (acima 
de 75 anos). Alguns países como Suíça e Luxemburgo apresentam expectativa de vida superior a 80 
anos. Esse resultado está altamente relacionado às perfeitas condições de saúde desses países (tanto 
de saneamento quanto de acesso hospitalar e medicamentos). Por outro lado, países de renda mais 
baixa apresentam expectativa de vida inferior a 60 anos, refletindo as péssimas condições de saúde e, 
também, problemas de instabilidade política e guerras. O Brasil, por sua vez, apresenta expectativa de 
vida superior à média mundial (73,6 anos, no Brasil, ante 70,8, na média mundial).
A análise empírica mostra, portanto, que existe um nível razoável de correlação entre o PIB per 
capita e vários outros indicadores, tais como:
• incidência de pobreza;
• indicadores de saúde;
• indicadores de educação.
Com o intuito de combinar os diversos indicadores de nível e distribuição de renda, educação 
e saúde, foi criado, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH é publicado anualmente no Relatório de Desenvolvimento 
Humano (RDH) e resume o conceito do desenvolvimento em três dimensões:
• viver uma vida longa e saudável;
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
• ser bem instruído e qualificado profissionalmente; 
• ter um padrão de vida digno.
As três dimensões do desenvolvimento econômico são refletidas pelo IDH, que combina, basicamente, 
os três tipos de indicador:
• Indicador de longevidade: medido em anos, representando a esperança ou expectativa de vida ao 
nascer dos indivíduos. 
• Indicador de educação: medido a partir da combinação de dois indicadores: (i) anos de escolaridade 
média dos adultos; e (ii) anos de escolaridade esperados das crianças em idade escolar.
• Indicador de renda: medido a partir da renda per capita real em dólares dos países, ajustada pelo 
índice PPC.
Os indicadores-base do IDH, por serem expressos em unidades diferentes, devem ser normalizados. 
Essa normalização ranqueia cada indicador de cada país do melhor ao pior desempenho, levando em 
consideração os indicadores de todos os países. O quadro a seguir apresenta os valores mínimos e 
máximos para o cálculo do IDH.
Quadro 3 – Valores mínimos e máximos para o cálculo do IDH
Indicadores Unidades de medida
Valores 
mínimos
Valores 
máximos
Expectativa de vida (EV) Anos 20 85
Escolaridade média dos 
adultos (AME) Anos 0 15
Escolaridade esperada 
das crianças em idade 
escolar (AEE)
Anos 0 18
RNB real per capita (RPC) US$ PPC 100,00 75.000,00
Adaptado de: Human Development Report 2015 (2015).
O RDH (HUMAN DEVELOPMENT REPORT 2015, 2015), em suas notas técnicas, apresenta a metodologia 
mais recente para o cálculo dos componentes do IDH. Por exemplo, uma vida longa e saudável é medida 
pela expectativa de vida ao nascer e dá uma ideia das condições de saúde do país. Assim, o índice de 
longevidade (IDHL) deve levar em consideração a faixa de valores mínimos e máximos da expectativa de 
vida constantes do quadro anterior [20; 85] e o valor corrente desse indicador. Logo, a fórmula do IDHL 
deve ser expressa como:
min
L
max min
EV EV
IDH
EV EV
−
=
−
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Unidade I
em que EV é o valor corrente da expectativa de vida ao nascer para um determinado ano; EVmin 
é o valor mínimo da expectativa de vida (20 anos); e EVmax é o valor máximo da expectativa de 
vida (85 anos).
Ser “bem instruído” e “qualificado profissionalmente” pode ser medido pelo acesso ao conhecimento 
(ou educação) e tem como base duas dimensões: (i) a média de anos de educação de adultos, que é o 
número médio de anos de educação recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e (ii) a 
expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de iniciar a vida escolar, que é o número 
total de anos de escolaridade que uma criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber 
se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas específicas por idade permanecerem os mesmos 
durante a vida da criança. De acordo com o RDH 2010 (PNUD, 2010), o indicador de anos médios de 
escolaridade de adultos (IAME) leva em consideração o intervalo apresentado no quadro 3 [0; 15] e é 
obtido pela seguinte fórmula:
min
max min
AME AME
IAME
AME AME
−
=
−
em que AME é o valor corrente da escolaridade média dos adultos para um determinado ano; AMEmin 
é o valor mínimo da escolaridade média dos adultos (0 ano); e AMEmax o valor máximo da escolaridade 
média dos adultos (15 anos).
O indicador de anos esperados de escolaridade das crianças (IAEE) leva em consideração o intervaloapresentado no quadro anterior [0; 18] e pode ser calculado desse modo:
min
max min
AEE AEE
IAEE
AEE AEE
−
=
−
em que AEE é o valor corrente da expectativa de escolaridade das crianças para um determinado ano; 
AMEmin é o valor mínimo da expectativa de escolaridade das crianças (0 ano); e AMEmax é o valor máximo 
da expectativa de escolaridade das crianças (18 anos).
Conforme o RDH 2015 (PNUD, 2015), o índice de educação (IDHE) é obtido a partir da média aritmética 
dos dois indicadores de educação (IAME e IAEE), ou seja:
E
IAME IAEE
IDH
2
+
=
Por fim, o padrão de vida é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, expressa em 
paridade de poder de compra constante em dólar (US$ PPC), tendo 2011 como ano de referência 
(PNUD, 2015). 
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
 Observação
A Renda Nacional Bruta (RNB) é a soma das remunerações dos fatores 
de produção (salários, juros, lucros, aluguéis etc.), pagas a residentes do 
país. Essas remunerações englobam tanto recebimentos auferidos dentro 
do país quanto recursos advindos do resto do mundo.
A fórmula do índice de renda (IDHR) obedece ao mesmo procedimento dos outros indicadores, porém 
considera uma função logarítmica para seu cálculo, ou seja:
( ) ( )
( ) ( )
min
R
max min
ln RPC ln RPC
IDH
ln RPC ln RPC
−
=
−
em que RPC é o valor corrente da Renda Nacional Bruta per capita para um determinado ano; RPCmin 
é o valor mínimo da Renda Nacional Bruta per capita (US$ PPC 100,00); e RPCmax é o valor máximo da 
Renda Nacional Bruta per capita (US$ PPC 75.000,00).
O valor do IDH é obtido a partir da média geométrica dos três indicadores-base anteriores, ou seja:
3
L E RIDH IDH IDH IDH= × ×
em que:
• IDHL = Índice de longevidade. 
• IDHE = Índice de educação.
• IDHR = Índice de renda.
O IDH, portanto, é um índice normalizado e deve variar entre 0 e 1. Dessa forma, é possível apresentar 
a seguinte classificação dos países:
Quadro 4 – Classificação dos países quanto ao IDH
IDH < 0,550 Países com desenvolvimento humano baixo
0,550 < IDH < 0,700 Países com desenvolvimento humano médio
0,700 < IDH < 0,800 Países com desenvolvimento humano elevado
IDH > 0,800 Países com desenvolvimento humano muito elevado
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Unidade I
Na tabela a seguir, reproduzimos as principais estatísticas do IDH de 2014, publicado no RDH 
2015 (PNUD, 2015), para quatro países (incluindo o Brasil), que representam exemplos da situação 
das nações que se encontram em cada uma das classificações anteriormente citadas.
Tabela 1 – IDH e seus componentes – países selecionados, 2014
Ranking País
Expectativa 
de vida 
nascer 
 (anos)
Escolaridade 
esperada das 
crianças 
 (anos)
Escolaridade 
média dos 
adultos 
 (anos)
Rendimento 
Nacional 
Bruto (RNB) 
per capita 
 (PPC em 
US$ de 
2011)
Índice de 
longevidade
Índice de 
educação
Índice 
de renda IDH
1 Noruega 81,6 17,5 12,6 64.992 0,948 0,906 0,978 0,944
75 Brasil 74,5 15,2 7,7 15.175 0,838 0,679 0,759 0,756
130 Índia 68,0 11,7 5,4 5.497 0,738 0,505 0,605 0,609
152 Nigéria 52,8 9,0 5,9 5.341 0,505 0,447 0,601 0,514
Mundo 71,5 12,2 7,9 14.301 0,792 0,602 0,750 0,710
Adaptado de: PNUD (2015).
Exemplo de aplicação
Cálculo do IDH
O Chipre, país insular situado na Europa, ao sul da Grécia, apresentou, em 2014, os indicadores de 
desenvolvimento apontados na tabela a seguir:
Tabela 2 
Indicador Valor
Expectativa de vida ao nascer (em anos) 80,156
Escolaridade média dos adultos (em anos) 11,619
Escolaridade esperada das crianças em idade escolar (em anos) 13,966
Renda Nacional Bruta per capita (em US$ PPC) 28.632,70
Pergunta-se: (i) Qual o valor do IDH do Chipre em 2014? (ii) O Chipre pode ser classificado em qual 
categoria de desenvolvimento humano?
Resposta
(i) Para calcular o IDH, é necessário obter, inicialmente, seus indicadores-base, ou seja, os índices 
de longevidade, de educação e renda, considerando os valores mínimos e máximos constantes do 
quadro 3 e os valores correntes disponibilizados na tabela anterior. Dessa forma:
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
Índice de Longevidade (IDHL):
min
L
max min
EV EV 80,156 20
IDH 0,9255
EV EV 85 20
− −
= = =
− −
Índice de Educação (IDHE):
min
max min
min
max min
E
AME AME 11,619 0
IAME 0,7746
AME AME 15 0
AEE AEE 13,966 0
IAEE 0,7759
AEE AEE 18 0
IAME IAEE 0,7746 0,7759
IDH 0,7752
2 2
− −
= = =
− −
− −
= = =
− −
+ +
= = =
Índice de Renda (IDHR):
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
min
R
max min
ln RPC ln RPC ln 28.632,7 ln 100
IDH 0,8545
ln RPC ln RPC ln 75.000 ln 100
− −
= = =
− −
O IDH é obtido a partir da média geométrica dos três indicadores acima, ou seja:
33
L E RIDH IDH IDH IDH 0,9255 0,7752 0,8545 0,850= × × = × × =
Portanto, o IDH do Chipre em 2014 foi de 0,850.
(ii) De acordo com a classificação do desenvolvimento humano proposta pelo PNUD, o IDH do Chipre 
se encontra no intervalo maior que 0,800. Portanto, o Chipre pode ser classificado como um país com 
desenvolvimento humano muito elevado.
O IDH tem grande aceitação nas análises sobre desenvolvimento pela facilidade de cálculo e de 
interpretação, além de permitir o acompanhamento do progresso social dos países ao longo do tempo. 
Além do IDH, o PNUD também disponibiliza outros indicadores que possibilitam avaliar o desenvolvimento 
econômico das nações:
• Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade.
• Índice de Desenvolvimento por Gênero.
• Índice de Desigualdade de Gênero. 
• Índice de Pobreza Multidimensional.
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Unidade I
 Saiba mais
A metodologia desses indicadores pode ser encontrada nas notas 
técnicas do RDH 2015: 
HUMAN DEVELOPMENT REPORT 2015. Work for human development. 
Technical notes. [s.l.], 2015. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/
default/files/hdr2015_technical_notes.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2017. 
O PNUD, com o apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), calcula 
também o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M). O IDH-M 
brasileiro segue as mesmas três dimensões do IDH Global (longevidade, 
educação e renda), mas também adéqua a metodologia global ao contexto 
brasileiro e à disponibilidade de indicadores nacionais. Embora meçam os 
mesmos fenômenos, os indicadores levados em conta no IDH-M são mais 
adequados para avaliar o desenvolvimento dos municípios brasileiros. Para 
mais detalhes e dados sobre o IDH-M brasileiro, siga o site: 
<www.atlasbrasil.org.br>.
2 DESIGUALDADE E POBREZA
Ao visualizar os gráficos anteriores, em particular o da figura 4, que ilustra a distribuição da renda 
per capita dos 21 países selecionados, constata-se que há uma clara separação entre nações ricas e 
pobres. O crescimento econômico diz respeito a variações no produto (ou renda) agregado ou per capita. 
Vimos que essa é uma boa medida do desenvolvimento de um país, mas está longe de ser a única. Deve-
se comemorar quando o crescimento econômico distribui equitativamente os seus benefícios entre a 
população. Infelizmente, na maioria das vezes, o crescimento é distribuído de forma desigual e precisa 
ser avaliado.
Há duasrazões para estarmos interessados na desigualdade e na distribuição da renda:
• Razões filosóficas e éticas: esses motivos estão ligados à aversão à desigualdade, pois não deveria 
haver pretextos para tratar os indivíduos de forma diferente em termos de acesso a recursos e ao 
bem-estar social.
• Nível funcional da desigualdade: mesmo que não se esteja interessado no problema da 
desigualdade, ainda há boas razões para se preocupar com ela. Suponha que uma autoridade 
governamental se preocupe simplesmente com o crescimento econômico. Esse formulador de 
políticas deverá se interessar pela desigualdade em um determinado nível funcional, pois, além 
desse nível, ela se tornará importante não por sua própria causa, mas porque tem um impacto 
sobre outras características que afetam o crescimento econômico.
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
Por isso daremos importância ao nível de desigualdade que afeta o crescimento econômico e, 
também, as condições de vida e o bem-estar da população.
2.1 Desigualdade econômica: noções preliminares
A desigualdade de renda é uma medida de quanto a renda dos indivíduos na economia é 
discrepante. Por exemplo, se em determinado país as famílias que estão mais bem situados na escala 
dos rendimentos ganham muito mais do que os que estão abaixo nessa mesma escala, então dizemos 
que a desigualdade é alta. Por outro lado, se essa diferença for pequena, então constatamos que a 
desigualdade é baixa. 
Dependendo do contexto que está sendo estudado, poderemos estar interessados na distribuição:
• Do gasto corrente ou dos fluxos de renda. 
• Da riqueza ou dos estoques de ativos disponíveis na sociedade. 
• Da renda ao longo da vida.
Os casos anteriores dizem respeito à distribuição pessoal da renda. Em outros casos, deve-se estudar 
não o quanto as pessoas ganham, mas como elas ganham seus rendimentos.
 Observação
• Distribuição pessoal da renda: é a comparação entre os rendimentos 
médios de duas ou mais parcelas da sociedade.
• Distribuição funcional da renda: é a comparação dos retornos dos 
diferentes fatores de produção (trabalho, capital, terra etc.)
A distribuição funcional da renda diz respeito aos retornos advindos da utilização dos fatores de 
produção, tais como o trabalho, o capital (ou o estoque de ativos da sociedade) e a terra (ou o estoque 
de recursos naturais disponíveis). Esses diferentes fatores de produção são apropriados pelos indivíduos 
na sociedade, e a forma como isso acontece pode gerar desigualdades nos rendimentos. A figura a 
seguir (RAY, 1998) ilustra o processo de distribuição funcional e pessoal da renda.
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Unidade I
Rendimento 
de trabalho
Distribuição 
funcional
Distribuição 
pessoalPropriedade 
dos fatores
Família 1
Família 2
Família 3
Família 4
Rendimento 
do capitalProdução
Rendimento 
da terra
Figura 13 – Distribuição funcional e pessoal da renda
Lendo a figura anterior da esquerda para a direita, o primeiro conjunto de setas descreve 
como a renda é gerada a partir do processo produtivo. Como a produção envolve a utilização de 
trabalho, capital e terra, a renda, portanto, é gerada a partir do retorno desses fatores de produção. 
O retorno do trabalho é o salário pago de acordo com as habilidades de cada trabalhador. O 
retorno do capital é o lucro distribuído aos acionistas da firma ou os juros decorrentes do capital 
financeiro. O retorno da terra é o rendimento decorrente de sua utilização ou arrendamento. 
Portanto, a distribuição do rendimento dos diversos fatores de produção na sociedade é chamada 
de distribuição funcional da renda.
O segundo conjunto de setas mostra-nos como as diferentes categorias de renda são 
distribuídas às famílias. A direção e a magnitude desses fluxos dependem de como os fatores 
de produção são apropriados. Por exemplo, a família 3 se apropria de apenas uma forma de 
rendimento (do trabalho). Já a família 2 consegue compor sua renda domiciliar com até três 
fontes de rendimento: do trabalho, do capital e da terra. Combinando a distribuição funcional da 
renda com a propriedade dos fatores de produção, chegamos à distribuição pessoal da renda, ou 
seja, uma descrição dos fluxos de renda para indivíduos e/ou famílias.
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DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
 Saiba mais
Existem outras fontes de rendimento classificadas como renda do não 
trabalho, tais como as recebidas de caridade, de programas públicos de 
transferência direta de renda ou de aposentadoria. No entanto, mesmo que 
um país tente diminuir a desigualdade com distribuição de renda desse 
tipo de fonte, ela não elimina totalmente o problema do reconhecimento 
e da autoestima, que pode afetar a produtividade e, consequentemente, o 
crescimento econômico. Segundo o economista Amartya Sen, um indivíduo 
empregado no processo produtivo provoca um aumento em sua autoestima 
e gera reconhecimento e concorrência entre os demais trabalhadores. Para 
entender mais sobre esses conceitos, consultar:
SEN, A. On economic inequality. Oxford: Claredon Press, 1975.
2.2 Medidas de desigualdade econômica
Se houver uma grande disparidade nos rendimentos das pessoas em uma sociedade, os sinais dessa 
desigualdade econômica serão muitas vezes visíveis nos dados econômicos. O histograma da figura a 
seguir ilustra, com dados hipotéticos, como podemos avaliar a distribuição de renda na economia. No 
eixo horizontal, são apresentadas cinco faixas de renda mensal; o eixo vertical destaca a proporção 
da população que aufere tais rendimentos. Observe que a maior parte da população encontra-se à 
esquerda da faixa de renda mediana (1.601 a 3.200 dólares mensais). Por outro lado, pouco mais de 20% 
da população possui renda superior a 3.200 dólares mensais.
Faixas de rendimento mensal (em $)
Pe
rc
en
tu
al
 d
a 
po
pu
la
çã
o
$0 - $800 $801 - $1.600 $1.601 - $3.200 $3.201 - $6.400 acima de $6.401
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
Figura 14 – Distribuição de renda organizada em classes de renda
38
CI
EC
O 
- 
Re
vi
sã
o:
 A
lin
e 
- 
Di
ag
ra
m
aç
ão
: F
ab
io
 -
 1
3/
04
/2
01
7
Unidade I
Percentagem da renda total
Primeiro quintil
Segundo quintil
Terceiro quintil
Quarto quintil
Quinto quintil
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
37%
27%
20%
11%
6%
Figura 15 – Distribuição de renda organizada por população e participação na renda
É possível, ainda, organizar os rendimentos a partir da participação que cada grupo tem na renda total. 
Imagine que a renda da população apresentada na figura anterior represente 100% dos rendimentos no 
país. Na figura anterior, dividimos a população em cinco grupos diferentes (quintis), em ordem do mais 
rico para o mais pobre. Em cada quintil (que agrupa 20% da população), foi calculada a participação 
dessa população na renda total do país. Essa medida permite-nos afirmar que os 20% mais ricos do país 
abocanham quase 40% da renda nacional. Já os outros 80% da população ficam com aproximadamente 
60% dos rendimentos.
Portanto, a partir de informações como a participação na população total e a participação na renda 
total, é possível calcular a distribuição de renda de um país ou região. A curva de Lorenz (figura a seguir) 
é a representação gráfica obtida da ordenação da população pela renda.
100%
80%
60%
40%
20%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
P (% acumulada da população)

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