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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA Prof. Uedson Jacobina – UFPEChordata I - 2015/1 • Grupo que inclui o ancestral mais recente do grupo e todos os descendentes deste ancestral;Monofilético: • Grupo que inclui o ancestral mais recente do grupo e alguns, mas não todos os descendentes deste ancestral;Parafilético: • Grupo que não inclui o ancestral mais recente de todos os membros grupo;Polifilético: Grupos merofiléticos Eras Geológicas Era dos peixes O que é um peixe (“Pisces”)? “Cordado aquático pecilotérmico com apêndices (quando presente) em forma de nadadeiras, que respira principalmente por brânquias e com o corpo geralmente coberto por escamas” (Berra 1981) O que é um peixe (“Pisces”)? “Vertebrado aquático com brânquias e membros em forma de nadadeiras” (Nelson 1994) “Vertebrado aquático com brânquias, membros, se presentes, na forma de nadadeiras, e normalmente com escamas de origem dérmica no tegumento” (Hickman et al. 2009) O conceito moderno (vertebrado aquático, ectotérmico, com brânquias e escamas) é uma convenção, não uma unidade taxonômica Nenhuma característica serve para definir os peixes: O que é um peixe? Há peixes homeotérmicos (atuns e tubarões Lamnidae) Que respiram por pulmões (Dipnoi) ou respiração acessória Sem escamas (Siluriformes) E outros chegam chegam a sair da água Potencial de respostas a pressões evolutivas “Peixes” = Craniata “Peixes” = Vertebrata? “Peixes” = Gnathostomata? “Peixes” = Osteichthyes? “Peixes” = Actinopterygii? Redefinição dos representantes do grupo? Quem são os “peixes”? O que é um peixe (“Pisces”)? Peixes Agnatha e Gnastostomados UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA Prof. Uedson Jacobina – UFPE Chordata I - 2015/1 Agnatha “Agnatha” (sem mandíbulas): “ostracodermes”†, feiticeiras e lampreias Feiticeiras (Myxiniformes) e lampreias ( Petromyzontiformes) Semelhanças externas ( corpo alongado, sem escamas) “Ciclostomata” Agnatha “Agnatha” (sem mandíbulas): “ostracodermes”†, feiticeiras e lampreias Monfiletismo questionado Feiticeiras: Ausência de elementos vertebrais e linha lateral As lampreias são mais aparentadas aos Gnathostomatha (peixes com maxilas) Posição filogenetica controversa “Agnatha” (sem mandíbulas): “ostracodermes”†, feiticeiras e lampreias Espécies viventes saprófagas ou parasitas Agnatha “Agnatha” (sem mandíbulas): “ostracodermes”†, feiticeiras e lampreias Duas ordens atuais: Myxiniformes (feiticeiras) Petromyzontiformes (lampreias) Ausência de maxilas e ossificação interna (esqueleto cartilaginoso) aberturas branquiais em forma de poros, corpo anguiliforme e abertura nasal mediana única Agnatha Agnatha Myxini (feiticeiras) Craniata mais basais (crânio: bainha de tecido fibroso ao invés de cartilagem) Carniceiros marinhos (águas profundas e frias), 78 spp Comprimento 25 a 100cm Eptatretus goliath 127 cm Ocorrência: Nova Zelândia Agnatha Myxini (feiticeiras) 2800 -5000m E no tem feiticeira??? Myxine sotoi 4 espécies Myxini (feiticeiras) Hábitos, noturnos e fossoriais Coloniais ou solitárias Olhos degenerados, olfato e tato bem desenvolvidos (barbilhões), 5 a 16 pares de brânquias Ausência de nadadeiras pares, linha lateral e vértebras Agnatha Myxini (feiticeiras) Saprófagas ou predadoras, alimentam-se de anelídeos, moluscos, crustáceos e peixes mortos ou moribundos Duas fileiras de dentículos reversíveis sobre a língua Produção de um nó caudal para cortar a carne Agnatha Myxini (feiticeiras) Grande produção de muco (defesa) Sistema circulatório com coração principal e três acessórios (não inervados) Biologia reprodutiva misteriosa: prêmio não reclamado há 100 anos pela Academia de Ciência de Copenhague Fertilização externa, 100 fêmeas para cada macho Ovos grandes sem fase larval (2 meses de incubação) Algumas espécies hermafroditas Agnatha Myxini (feiticeiras) Prejuízos à industria pesqueira: peixes danificados em armadilhas Iguaria culinária no Japão Erradicação de populações economicamente acessíveis na Ásia e América do Norte Agnatha Myxini (feiticeiras) Peles de feiticeiras vendidas como “couro de enguia” Exploração econômica – biologia das espécies (tempo de vida, maturação, reprodução, dieta?) Agnatha Petromyzontiformes (lampreias) Vertebrata mais basais Marinhas (anádromas) ou de água doce, 41 spp , águas temperadas Maioria anádromas (vivem no mar e se reproduzem na água doce) Agnatha Agnatha Petromyzontiformes (lampreias) Uma ou duas nadadeiras dorsais Sete aberturas branquiais Olhos bem desenvolvidos, Narina única, disco oral em forma de ventosa e língua com dentículos queratinizados Linha lateral (eletrorrecepção) e vértebras cartilaginosas Ventilação intermitente (entrada e saída de água pelas brânquias) Petromyzontiformes (lampreias) As parasitas se fixam aos peixes e retiram carne e fluídos corpóreos (anticoagulantes) Usam os discos orais para construção de ninhos, desova (fêmea) e fertilização dos óvulos (machos) Adultos morrem após a desova e os ovos ficam enterrados Agnatha Petromyzontiformes (lampreias) Longo estágio larval (amocetes, até sete anos) Distinta dos adultos: capuz oral (filtração), olhos e nadadeiras pouco desenvolvidos Após a metamorfose migram para o mar ou permanecem na água doce Agnatha Petromyzontiformes (lampreias) Larvas e alguns adultos usados como isca Em alguns países (Portugal, Espanha e França) são considerados uma iguaria O Rei Henrique I da Inglaterra (1135) morreu por intoxicação alimentar por lampreias Agnatha Petromyzontiformes (lampreias) Poluição dos rios é uma ameaça, principalmente para as larvas Colapso da pesca após a invasão dos Grandes Lagos (trutas, percas, arenques) Declínio destes estoques Controle com machos esterilizados e larvicidas químicos Agnatha Diversas linhagens distintas Revestimentos ósseos formando uma carapaça Grupo parafilético ( aparentados com os Gnasthotomados) Tamanho entre 10 e 50 cm Filtradores ou pequenos invertebrados Nadadeira dorsal mediana e peitoral nas formas derivadas (imóveis) Ostracodermes “Agnatha” Mais derivados que os agnathos atuais Canal da linha lateral Coexistência de 50 Ma com Gnathostomados Extinção por rebaixamento do nível do mar e perda de hábitats (fim do Devoniano) Primeiros ossos nos ostracodermes (proteção, reservatório de cálcio e fósforo e abrigo para órgãos sensoriais) Ostracodermes (500 -350 Ma ) A descoberta dos Conodontes Pander (1856): Conodontes? (~ 540 Ma): primeiros tecidos mineralizados Ossos de hidroxiapatita ( material duro) Presentes nos dentes de animais de corpo mole sem maxilas Quem veio antes, os dentes ou os ossos? Origem e evolução Quem veio antes, os dentes ou os ossos? Ataque ou defesa? Origem: dentes (dureza) – impregnação de hidroxiapatita Dentes para predar (conodontes), depois proteger (ossos em ostracodermes) Questionamento sobre a origem dos Ostracodermes? Transição Agnatos para Gnastotomados O maior avanço dos Vertebrata Desenvolvimento de maxilas Transição Agnatos para Gnastotomados Maxilas - grande revolução dos Vertebrados: • Agarrar objetos • Cortar e moer o alimento • Novos comportamentos alimentares (predação, herbívoria) Origem das maxilas Aumento da ventilação (respiração) – maior atividade metabólica (predação) Forte sucção = alimentação Dentes = segurar presas maiores (origem dérmica) Transição Agnatos para Gnastotomados Aumento da integraçãoda locomoção com o sistema sensorial Navegação e orientação mais refinadas Nadadeiras (hidrofólios): • Expansão da caudal (propulsão) • Nadadeiras ímpares (guinada e balanço) • Nadadeiras pares (arfagem e frenagem) Caudal heterocerca com notocorda (força) Transição Agnatos para Gnatostomados Transição Agnatos para Gnatostomados Origem das nadadeiras: Dobras da parede do corpo depois invadidas por raios (suporte) Duplicação do gene T-box = separação das nadadeiras (peitoral e pélvicas); Origem e evolução Transição Agnatos para Gnatostomados Origem das nadadeiras (Tanaka et al. 2002): a. Gene T-box + Engrailed = dobra lateral nos primeiros vertebrados b. Duplicação do gene T-box = separação das nadadeiras (peitoral e pélvicas) c. Gene Sonic hedgehog = alongamento dos membros (tetrápodes) Gnatostomados Primeiros vertebrados com maxila Ordoviciano Inferior (~480 Ma) – Guerra armamentista Gnatostomados Placodermes (gnatóstomo): extinto no Carbonífero sem descendentes; Acantódios (espinhos robustos nas nadadeiras): extintos no Permiano Inferior; Placodermos Pele blinada “Dentes” formados por placas ósseas Predadores: Dunkleosteus terreli: 10 m e mordida de peixe mais forte Formas achatadas (e. g. Gemuendina): hábitos bentônicos Marinhos, água doce e estuarinos Bothriolepis: pulmões + membros articulados = invasão terrestre? Apêndices pélvicos: fecundação interna Sexo: evidências de um casal em cópula (fósseis de 380 Ma da Austrália, 2005) Placodermos Origem e evolução Placodermos (pele blindada) Gnatostomados mais primitivos Grande irradiação e especializações Grandes perdas na extinção do Carbonífero “Placodermos”: grupo-irmão dos demais Gnatostomados Grandes perdas na extinção do Devoniano “Acantódios”: grupo-irmão dos Osteichthyes Origem e evolução Por que Ostracodermes e Placodermes desenvolveram corpos fortificados? O que havia nos mares Paleozóicos? Predadores placodermos (e. g. Dunkeleosteus terreli 10 m): mordida potente Origem e evolução Por que Ostracodermes e Placodermes desenvolveram corpos fortificados? O que havia nos mares Paleozóicos? Predadores placodermos (e. g. Dunkeleosteus terreli 10 m) e euriptéridos (Chelicerata) Acantódios “Acantódios”: grupo-irmão dos Osteichthyes Espinhos robustos na frente das nadadeiras dorsal, anal e pares Até seis pares de nadadeiras ventrolaterais Olhos e bocas grandes Tamanho de 0,2 a 2 m Cauda heterocerca: meia-água Acantódios Maior diversidade no Devoniano Primeiras formas marinhas, depois predominaram na água doce Predadores especializados, filtradores Formas anguiliformes e sem dentes Evolução de vertebrados terrestres = hexápodes ou octópodes Bibliografia Helfman GS, Collete BB, Facey DE (1997) The Diversity of fishes. Blackwell Science Hickman Jr CP, Roberts LS, Larson A (2009) Princípios integrados de Zoologia. Guanabara Koogan Pough FH, Janis CM, Heiser JB (2008) A vida dos vertebrados. Atheneu Editora Zimmer C (1998) À beira d’água: macroevolução e a transformação da vida. Jorge Zahar Editor
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