Buscar

Contestação em Ação de Indenização

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO.
Roberto Pereira de Melo, brasileiro, casado, motorista, R.G. 123456 SSP/GO, CPF.: 522.633.966-52, residente e domiciliado na Rua 1, qd. 2, lt. 3, Jardim Felicidade, Goiânia, Goiás, CEP.: 74.333-999, email: robertopdm@hotmail.com, nos autos do processo sob o número em epigrafe, que lhe move Gyncar Distribuidora de Peças Ltda, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Alameda Botafogo, n° 23, Setor Coimbra, Goiânia, Goiás, CEP.: 74.558-552, CNPJ.: 23.557.558/0001-65, email gyncar@gmail.com também já qualificado, por sua procuradora que junta neste ato instrumento de procuração, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência para apresentar defesa na forma de CONTESTAÇÃO pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos:
I - Breve síntese da Demanda
O Autor moveu ação em desfavor do Requerido alegando que adquiriu algumas pecas para seu caminhão no valor de 3.000,00 (três mil reais), para utilizar no concerto do mesmo.
Passado alguns dias da data combinada para o pagamento do devido débito o demandante foi até a loja física da respectiva empresa alegando que não iria pagar o valor, explicitando que as peças eram de má qualidade. Faltando assim com a verdade quando declarou em sua inicial que havia quitado o debito e que foi apresentado a empresa um comprovante. 
Logo depois de encerrada data para o pagamento, a requerida inseriu o nome do demandante no SERASA tendo assim seu nome restrito pela falta do pagamento.
Alega ainda o demandante que ao ser atendido e dito a sua vontade de comprar as peças, foi conduzido a área de peças e que lhe foi mostrado algumas peças no preço de R$39,12 alegando a vendedora que o preço normal era de R$78,00.
Informa ainda que fez contato com a fábrica do produto - FORTPEÇAS, sendo que a fabricante enviou um técnico para analisar a qualidade das peças emitindo um parecer dizendo que as peças estão em acordo com as normas do INMETRO.
II - Preliminarmente
a) Da Denunciação da Lide
Verifica-se na inicial e nos documentos juntados que as tratativas do Autor de maneira extrajudicial, foram realizadas somente com o fabricante do produto – FORTPEÇAS, sendo que este inclusive enviou um técnico para analisar a qualidade das peças para solucionar o descontentamento do Autor, não sendo possível minimizar tal descontentamento.
Ocorre que para surpresa do Requerido o Autor propôs a ação somente em desfavor do comerciante e não do fabricante, sendo que as alegações do Autor são referentes a problemas na fabricação do produto.
Desta feita enseja na presente demanda a Denunciação da lide para que o polo passivo seja composto pelo Fabricante do produto FORTPEÇAS, empresa localizada na BR 101, KM 348, cidade de Brasília, DF.
A pretensão do Requerido encontra base no artigo 70 do CPC.
b) Da Ilegitimidade Passiva
A documentação juntada aos autos pelo Autor demonstra que o mesmo manteve contato com o Fabricante do produto pessoalmente e por telefone, na tentativa de solucionar seu suposto problema.
Para surpresa da Requerida, o Autor deixou de intentar ação em desfavor do Fabricante eis que este é responsável por qualquer defeito de fabricação do produto, devendo então compor o polo passivo da presente demanda.
Com a pretensão do Requerido corrobora o artigo 12 do CDC que preceitua que o fabricante, o produtor, o construtor [...] respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, [...] apresentação, [...], bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e risco.
Assim, resta evidente que a presente demanda deveria ter sido intentada em desfavor do Fabricante e não do comerciante, haja vista que o Autor no momento da sua escolha adquiriu as peças, tendo conhecimento da sua qualidade..
III - Do Mérito
Em exordial, a Autora relata que comprou material no valor de (três mil reais)
Afirma que adquiriu peças que vieram com defeito.
Como pode ter visto o Autor e ainda sim para si adquiriu peças defeituosas, assim, sendo, adquiriu consciente de que as peças possuía um vício aparente.
O Autor dIrigiu-se até o estabelecimento para aquisição das peças pôde verificar o produto que estava sendo adquirido. Como dito, não é necessário qualquer conhecimento técnico para averiguar que uma peça está quebrada ou defeituosa. Sendo a fabricante responsável pela sua má produção.
Alega o Autor que o representante do Requerido lhe indicou que ligasse para a fabricante das peças, bem como que o representante da FORTPEÇAS, esteve em seu estabelecimento para realizar uma inspeção.
Todo as alegações em desfavor do Requerido, não passam de meras alegações, eis que somente junta prova do contato realizado com o Fabricante.
O fabricante apenas emitiu um parecer afirmando que as peças está em acordo com as normas do INMETRO.
a) Da Incidência do CDC
Defato a relação aqui presente é de consumo, eis que o Autor/consumidor adquiriu o produto.
Ocorre que todas as informações foram prestadas em consonância com o CDC, eis que o Autor escolheu algumas peças que comprou, tinha conhecimento da alta qualidade das peças , eis que informa que recebeu o produto defeituoso e mesmo assim optou pela colocação no, seu caminhão ou seja, assumiu o risco de colocar as peças e após a colocação o vício ficou aparente.
O Autor também alega que foi escolhida as peças a com indicação de funcionário. Ocorre que o funcionário em questão foi claro sobre as especificações do produto para o Autor, em consonância com o art. 6º do CDC, em seu inciso III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
Quanto a inversão do ônus da prova, não se faz possível o requerido provar que as peças estavam empenadas, que foram gerados prejuízos ao Autor.
Essa prova tem de ser realizada pelo o Autor, isso com base no artigo 333, II do CPC.
b) Do Contrato
O contrato firmado entre as partes foi cumprido em sua integralidade, eis que as pecas escolhida pelo Autor foi entregue, recebido e vistoriado pelo Autor, inclusive constando uma peça quebrada que o aceitou como estava, eis que somente depois que colocou as peças resolveu reclamar que as peças estavam empenadas.
Descabida a afirmação de que o Requerido está se beneficiando as custas de outrem, eis que o produto foi escolhido pelo Autor, que se propôs a pagar o preço estipulado e recebeu o produto que adquiriu, sendo que inclusive o colocou.
Descabido ainda a alegação de que é impróprio para a utilização no caminhão com riscos para o caminhoneiro. Cabe o Autor comprovar suas alegações, pois como visto não passam de meras alegações.
O Autor poderia negar-se a receber a mercadoria, ou, antes da colocação das peças, exigir a troca do produto. Deste modo, o Autor estava ciente da qualidade, das características e dos riscos do produto,
Cabe ressaltar ainda que o Requerido em nenhum momento não feriu os direitos básicos da Autor/consumidor, pois não há prestações desproporcionais, bem como foi claro nas especificações dos produtos, conforme art. 6º do CDC.
Restando assim comprovado que a empresa a cumpriu com o determinado, seja com a entrega do produto, bem como todo o auxílio e assistência posteriormente a compra.
c) Dos Danos
No caso em tela descabida a reparação por danos, eis que não existem danos causados pelo Requerido.
A mercadoria entregue ao Autor foi exatamente a mercadoria por ele adquirido.
Ademais, cabe ressaltar que não houve por parte do Requerido omissão, negligencia ou imperícia.
Ainda, para pleitear uma indenização por perdas e danos, ou ainda o que se deixou de lucrar, tem-se que comprovar. Para tal indenização, não basta alegar que sofreu prejuízos, eis que o dano material deve ser comprovado documentalmente.
Um produto é considerado defeituosoquando colocado no mercado e apresente risco potencial ou real à segurança do consumidor. Esse defeito sendo perigoso ou nocivo, além do esperado e que seja a causa do dano (art. 12, § 1º, do CDC), ocorre que no caso em tela o dano ocasionado não apresentou risco ao Autor, somente um mero dissabor estético, pois o que parece é que o Autor não gostou de sua escolha, porém não quer arcar com os prejuízos recolocação de piso que lhe agrade esteticamente.
IV - Dos Pedidos
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A apreciação das preliminares arguidas
I - Para declarar a ilegitimidade passiva do Requerido;
II - Para declarar a decadência do direito do Autora;
III - Em não declarando em preliminar a decadência do direito, a inclusão do fabricante FORTPEÇAS, empresa localizada na BR 101, KM 348, cidade de Brasília, DF.
b) A improcedência da presente demanda, eis que nenhum dano foi causado pelo Requerido.
c) Protesta provar todo o alegado por meio de provas em direito admitidas, em especial testemunhal e pericial.
Nestes termos, pede deferimento
 
 GOIÂNIA GOIÁS 18 De Abril de 2018
 
 ____________________________________________
 MARIA CRISTINA BARBOSA
 OAB/GO 4282/2018

Continue navegando