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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CÍVEL DO 
FORO CENTRAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RS 
 
Marcelo XXXXXXX, brasileiro, (estado civil), profissional da área de engenharia, 
portador do Registro Geral (RG) n° XXXXXXXXXX e CPF n° XXX.XXX.XXX-XX, 
residente e domiciliado na XXXXXXXXXX, n° XXX, Bairro de XXXXXX, Rio de 
Janeiro/RJ, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, através de seus 
advogados signatários, ajuizar 
 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM TUTELA ANTECIPADA 
 
Em face de “G” S.A., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de XXXXX, 
portador do Registro Geral (RG) n° XXXXXXXXXX e CPF n° XXX.XXX.XXX-XX, 
residente e domiciliado na XXXXXXXXXX, n° XXX, Bairro XXXX, XXXXXX/XX, pelos 
motivos de fato e direito a seguir expostos. 
 
I. Da Liminar 
 Em primeiro plano cumpre destacar que o autor está sofrendo danos 
pertinentes ao calor excessivo, conforme será demonstrado nos fatos, então este faz 
jus à pedido de liminar, com fulcro no § 3° do art. 84, CDC, a seguir: 
"[...] § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e 
havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é 
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação 
prévia, citado o réu. [...]" 
Ademais, todos os contatos efetivados com a ré não obtiveram êxito, tornando 
a conversação de forma amigável, ineficaz, devendo ser esta condenada, 
preliminarmente, para troca do produto avariado. 
Por amor ao debate, o autor ainda está sendo prejudicado, pois quando houve 
a compra do produto, o pagamento já fora devidamente efetivado, nas formas que 
foram projetadas pela demandada. No presente caso podemos observar que o autor é 
amparado pela lei, estando esse de forma idônea buscando reparação. O art. 300 do 
CPC nos traz o evidenciado, ​in verbis​: 
"Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando 
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo." 
A demora excessiva na manutenção impossibilitou o autor de utilizar um bem 
que é seu, sendo certo que tal fato não pode ser enquadrado no que a doutrina 
classifica como mero aborrecimento, uma vez que ocasionou danos ao autor que 
devem ser reparados. 
Feedback - Qualificação incompleta; 
não deveria ser feito pedido de indenização nem AJG, 
pois o enunciado não propõe isso. 
A conduta negligente do requerido provocou lesões e constrangimentos em 
virtude do produto apresentar vícios redibitórios. Lamentavelmente o autor da ação 
sofreu grande desgosto, humilhação, sentiu-se desamparado, foi extremamente 
prejudicado, conforme já demonstrado. Nesse sentido, é merecedor de indenização 
por perdas e danos. 
Na situação em epígrafe, requer o autor que o caso seja tratado com regime de 
urgência previsto no art. 84, CDC, visto que o mesmo está sendo prejudicado por 
conta do aumento progressivo das temperaturas, ao qual o aparelho foi adquirido para 
amenizar. Se for o caso e Vossa Excelência julgue procedente, solicito que o 
cumprimento, por parte da ré, para a troca do aparelho, se dê em 7 (sete) dias úteis 
após a decisão proferida, caso a ré não cumpra o prazo estipulado, requisita-se que 
seja deferida multa diária, à luz do que diz o § 4° do referido art. 84, CDC. 
É o que se requer. 
 
II. Dos Fatos 
Inicialmente, no dia 15 de janeiro de 2020, o autor comprou um aparelho de ar 
condicionado da ré, cujo aparelho foi devidamente entregue, no prazo estipulado, 
todavia, após sua instalação, o mesmo apresentou defeitos de fábrica, estes não 
sendo conhecidos na hora da compra, desarmando e não refrigerando o ambiente. 
Em virtude dos problemas apresentados, o autor, dentro de 10 (dez) dias após 
a compra do produto, buscou contato com a ré, e esta prestou os serviços técnicos 
devidamente, trocando o termostato do aparelho. Passando-se o autor a acreditar que 
o defeito havia sido sanado. 
Vale ressaltar que apesar de realizado o conserto, o aparelho continuou 
apresentando os mesmos defeitos que haviam sido constatados anteriormente, por 
sua vez, o autor entrou em contato novamente com a ré, por inúmeras vezes 
infrutíferas, com vontade de resolver este problema de forma amigável. Após 
passado-se 30 (trinta) dias sem o problema ser resolvido por parte da reclamada, o 
autor, no que lhe diz respeito, solicitou a troca do aparelho. Para surpresa do autor, a 
ré se negou a trocar o aparelho defeituoso por um novo e, ainda, por conta da alta 
demanda causada pelo verão carioca, só poderia realizar a visita, por um de seus 
técnicos, após 15 (quinze) dias após este contato. 
É bem verdade que o autor procura procura resolver este problema o mais 
rápido possível por conta das altas temperaturas, fatos estes que o fizeram buscar os 
serviços da ré e ajuizar ação contra a demandada. 
Fatos estes apresentados de forma verídica. 
 
III. Da Fundamentação Jurídica 
Em primeiro plano cumpre ressaltar que o autor faz jus ao que diz respeito à 
troca do produto adquirido, estando este com defeito de fabricação, senão vejamos o 
entendimento jurisprudencial sobre o assunto: 
“​Ementa: ​CONSUMIDOR.​ ​COMPRA​ E​ VENDA DE ​AR 
CONDICIONADO​. BEM DE CONSUMO DURÁVEL. APRESENTAÇÃO 
DE ​DEFEITO​ NO PRIMEIRO DIA DE USO E DENTRO DO PRAZO DE 
GARANTIA. VÍCIO NÃO SANADO EM 30 DIAS. IMPOSSIBILIDADE 
DE FRUIÇÃO DO BEM. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 
INCIDÊNCIA DO ART. 18 DO ​CDC​. DIREITO À RESTITUIÇÃO DO 
VALOR PAGO. DANOS MORAIS EXCEPCIONALMENTE 
CONFIGURADOS NO CASO CONCRETO. PRIVAÇÃO DE USO DO 
BEM NOS MESES DE INTENSO CALOR NO ESTADO. QUANTUM 
INDENIZATÓRIO MANTIDO. PRECEDENTES DESTA TURMA. 1. 
Com relação à preliminar de falta de interesse de agir tem que 
configurada a inovação recursal, porquanto não alegada ao longo da 
instrução, de modo que vai rejeitada. 2. Não há discussão que o bem 
estava na garantia quando apresentou ​defeito​, aliás, o bem nem 
chegou a funcionar, pois apresentou ​defeito​ logo no primeiro dia de 
tentativa de uso. Num primeiro momento, o autor compareceu na loja 
ré, sendo-lhe informado pelo gerente que deveria procurar a 
assistência técnica. Logo após, o autor encaminhou o ​ar 
condicionado​ para a assistência técnica, a qual compareceu na sua 
residência, informando que o problema seria no compressor do ​ar 
condicionado​ (fl. 28), entretanto até hoje a ré não apresentou 
nenhuma solução para o autor, ou seja, não autorizou o conserto, 
tampouco trocou o produto ou devolveu o valor. 3. Em resumo, o autor 
se utilizou das alternativas do parágrafo único do art. 18, na via 
administrativa, entretanto não obteve êxito na solução em 30 dias 
como preceitua o dispositivo. Portanto, faz jus à restituição do valor, 
nos exatos termos da sentença prolatada. 4. No caso, o autor ficou 
impossibilitado de usufruir o bem adquirido desde novembro/2014 até 
hoje, período abrangido pelo verão gaúcho de intenso calor. 
Transtorno que ultrapassa o mero aborrecimento cotidiano, 
impondo-se seja a ré condenada ao pagamento de indenização 
extrapatrimonial, já que se trata de privação de bem essencial no 
verão, bem como pela desconsideração da ré perante o consumidor. 5. 
A quantia fixada na origem (R$2.000,00) não comporta redução, já que 
em consonância com os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade e de acordo com os parâmetros utilizados por esta 
2ª Turma Recursal em casos análogos. 6. Por fim, tendo a loja ré 
indicado o instalador e o ​ar​ ​condicionado​ não tendo funcionado por 
defeito​ de ​fábrica​no compressor, faz jus o autor ao reembolso da 
quantia da instalação. SENTENÇA MANTIDA PELOS PRÓPRIOS 
FUNDAMENTOS. RECURSO IMPROVIDO.(Recurso Cível, Nº 
71005586144, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, 
Relator: Vivian Cristina Angonese Spengler, Julgado em: 18-11-2015)” 
Por conseguinte, após os fatos acima elencados e considerando que o produto 
possui vício redibitório, ou seja, àquele vício que não havia quando da compra do 
produto, dispõe o autor de amparo condizente com o art. 18 do CDC, ​in verbis​: 
“​Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo 
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios 
de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o 
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com 
a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem 
ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes 
de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das 
partes viciadas.” 
Vale ressaltar que o autor é beneficiário do mencionado no art. 2°, CDC e, 
consequentemente, a ré do art. 3°, CDC, conforme veremos: 
“Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
[...] 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços.” 
Impende salientar que a narrativa dos fatos deixa claro que a empresa tem 
agido de má-fé ao não dar o retorno condizente que faz jus o autor, estando este 
amparado pela lei vigente. Cabe destacar que as normas favorecem a conduta do 
requerente, tendo em vista que este veio à realizar todos procedimentos solicitados 
pela empresa e desde então, vem aguardando o retorno da requerida, no que diz 
respeito ao pleiteado nessa peça. 
No caso em análise, o autor deseja a troca do produto, sem a possibilidade que 
seja feito outro reparo infrutífero, possuindo sustentação legal no § 1° do art. 18, CDC 
para o discutido, onde o tempo máximo de espera para o autor seria de 30 dias, este 
já ultrapassado pela ré, estando a mesma imcumbida de prestação de fazer, ​ipsis 
verbis​: 
“§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 
trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua 
escolha: 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, 
em perfeitas condições de uso; 
II - a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e 
danos; 
III - o abatimento proporcional do preço.” 
Ademais, em virtude das altas temperaturas narradas pelo demandante, a ré 
está causando danos ao seu bem estar, quando está não cumpre seu dever como 
fornecedora de produtos para aliviar sensações extremas, caso que é o calor no verão 
carioca, sendo este merecedor de indenização condizente com o que vem sofrendo. 
Então, faz jus o autor ao recebimento de perdas e danos em mérito daquilo que vem 
sido causado, com fulcro no art. 84, § 2º, CDC, abaixo: 
“​§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem 
prejuízo da multa.​” 
Caso o entendimento deste juízo seja diverso daquele do autor, pede-se que a 
ré seja condenado à troca do produto avariado e lhe deva indenização em tamanho do 
dano sofrido pelo mesmo, quando da enorme espera sem resposta que vem sofrendo. 
Por último, requer o autor que seja deferida multa diária no caso de ocorrência 
de atraso no cumprimento da obrigação de fazer imposto por este juízo à ré. 
Culminando em todos os valores os juros e correção monetárias pertinentes. 
 
IV. Dos Pedidos 
Ante o exposto, é o que se requer: 
a) O recebimento da presente inicial, determinando a citação do demandado, 
para, querendo, contestar o feito; 
b) Condenar o requerido ao pagamento dos honorários advocatícios do 
procurador do autor além do pagamento das custas processuais; 
c) A Concessão da assistência judiciária gratuita ao autor, prevista no Art. 1º da 
lei n. 1.060/50, uma vez que não dispõe dos meios para pagar as despesas do 
processo sem prejuízo da própria subsistência de sua família; 
d) Sejam aplicados juros e atualização monetária; 
e) Conceder troca do equipamento defeituoso; 
f) Seja condenado ainda ao pagamento de danos morais em valor a ser arbitrado 
por Vossa Excelência, que pede-se a condenação em virtude do abuso 
cometido; 
g) A procedência da ação com a condenação do réu; 
h) O deferimento da tutela antecipada. 
 
Requer ainda que seja admitida a produção de todos os meios de prova em direito 
admitidas. 
Informa o autor que não tem interesse na realização de audiência de conciliação 
ou mediação. 
 
Dá se a causa o valor de R$ XX.XXX,XX. 
 
Nestes termos, 
Pede e aguarda deferimento. 
 
Porto Alegre, 28 de setembro de 2020. 
 
Carolina Pedroso Alvarenga da Silva 
OAB/RS XXXXXX 
 
Vanessa Stachlewski 
OAB/RS XXXXXX 
 
Bárbara Soares Nascimento 
OAB/RS XXXXXX 
 
César Kauã da Almas Silveira 
OAB/RS XXXXXX

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