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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CAMPUS SOBRAL - CE CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA DE MÁQUINAS ELÉTRICAS PROFESSOR: DR. ISAAC ROCHA MACHADO RELATÓRIO 02 Gerador de corrente contínua Auto-Excitado Johnantan Oliveira dos Santos – 336417 Larissa Souza Pereira – 345810 Marcelo Queiroz Lira – 338865 Rafael Lima Holanda – 172065 Sobral - CE 2015.1 1. Fundamentação Teórica 1.1 Tipos de Geradores CC Os três tipos de geradores CC, são geradores shunt, serie e composto. As diferenças entre estes tipos surgem da maneira pela qual é produzida a excitação do enrolamento de campo polar. O proposito do Gerador é produzir uma tensão CC por conversão de energia mecânica em energia elétrica, e uma porção desta tensão CC é empregada para excitar o enrolamento do campo magnético estacionário. 1.2 Gerador Shunt Quando a excitação é produzida por um enrolamento de campo conectado através de toda (ou quase toda) a tensão de linha produzida entre as escovas da armadura, o gerador CC é chamado gerador-shunt. O esquemático desse gerador é apresentado na figura 1 abaixo. Figura 1 – Diagrama esquemático de um Gerador CC shunt 1.3 Gerador Série Quando a excitação é produzida por um enrolamento de campo ligado em serie com a armadura, de modo que o fluxo produzido é função da corrente da armadura e da carga, o gerador CC é chamado gerador-serie. O mesmo pode ser representado da seguinte forma: Figura 2 – Diagrama esquemático do Gerador CC série 1.4 Gerador Composto Quando a excitação e campo é produzida por uma combinação dos dois tipos de enrolamentos discutidos acima, (1) enrolamento de campo serie excitação pela corrente de armadura ou corrente de linha e (2) enrolamento de campo shunt excitado pela tensão de armadura, o gerador é chamado gerador composto. Esse gerador é mostrado na figura 3 a seguir. Figura 3 – Diagrama do Gerador CC composto 1.5 Gerador Excitação independente Definido como qualquer gerador CC capaz de produzir a tensão e corrente CC com suficiente magnitude para excitar seu próprio campo. É representado na figura 5 abaixo. Figura 4 – Representação do gerador CC excitação independente 1.6 Gerador Auto - Excitado O gerador de corrente contínua auto-excitado é aquele cuja corrente de excitação (ou corrente de campo) é fornecida pela própria armadura. Dependendo da ligação do campo com a armadura, o gerador auto-excitado pode ser chamado de gerador em derivação ou paralelo, quando o campo está em paralelo com a armadura, gerador série quando o circuito de campo está em série com a armadura, e gerador composto quando possui os dois circuitos de excitação, um em paralelo e outro em série com o circuito de armadura. O circuito de um gerador shunt auto-excitado é mostrado na figura 5 adiante. Figura 5 – Circuito característico de um Gerador CC do tipo shunt auto-excitado Na prática anterior, foi visto que embora as bobinas de campo do estator não tinham sido alimentadas há a presença do magnetismo residual. Esse magnetismo, ainda que fraco, é suficiente para gerar a tensão de auto-excitação inicial (ou tensão residual “Eao”). Desta forma, quando o circuito de campo do gerador auto-excitado for alimentado por uma peque na tensão, uma pequena corrente circulará produzindo uma força magnetomotriz (FMM). Dependendo da polaridade das bobinas, a FMM pode produzir um fluxo: (1) No mesmo sentido do fluxo residual. (2) No sentido oposto ao fluxo residual. No segundo caso, a tensão nos terminais da armadura decrescerá a zero e a máquina não atingirá a tensão nominal. Já para o primeiro caso, ocorrerá um aumento no fluxo dos polos e, consequentemente, um aumento da tensão nos terminais de armadura do gerador. O processo de escorvamento do gerador é apresentado na Fig. 6.1. Com apenas o magnetismo residual a tensão nos terminais de armadura será Eao. Se esta tensão for aplicada ao circuito de campo em derivação, por ele circulará uma corrente igual à abscissa do ponto B1, este valor de corrente de campo aumentará o fluxo no polo que produzirá uma tensão cujo valor será igual à ordenada do ponto C1, esta tensão, por sua vez, aplicada ao circuito de campo produzirá uma corrente de campo igual ao valor da abscissa do ponto B2, a qual corresponde à tensão em vazio dada pela ordenada do ponto C2. Nesta progressão, a FMM. No gerador subiria, indefinidamente, caso não existisse a saturação, motivo pelo qual a tensão se estabiliza no valor dado pela ordenada do ponto D. Figura 6 – Representação das retas de representação de campo A reta que aparece na Fig. 6.1 representa a reta da resistência de campo. É um gráfico da relação entre tensão aplicada ao circuito de campo em derivação e a corrente no enrolamento de campo em derivação. Essa relação representa uma constante, igual à resistência do circuito de campo (Rexc), ou seja, o valor total da resistência do reostato em série (quando houver) mais a resistência da própria bobina de campo. Influência da resistência do circuito de campo: Para diferentes valores de Rexc, o cruzamento entre a reta da resistência de campo e a curva característica do gerador em vazio se dará num ponto diferente como mostrado na Fig. 6.2. Quanto maior for o valor de Rexc, maior será a inclinação da reta de resistência de campo. As ordenadas dos pontos de cruzamento DI, DII, DIII e DIV são os diversos valores em que a tensão terminal do gerador em vazio se estabiliza para os diferentes valores da resistência do circuito de campo. Se esta resistência for demasiadamente elevada de modo que a reta da resistência de campo apenas tangencie a curva característica em vazio (Ro), então a tensão em vazio permanecerá, praticamente, a mesma que a produzida pelo magnetismo residual. Neste caso a máquina também não escorvará. 2. Objetivos Verificar os efeitos que a polaridade e a resistência do campo paralelo têm no escorvamento da máquina; Observar os efeitos do magnetismo residual; Observar os efeitos da saturação; Levantar a curva característica da máquina de corrente contínua auto- excitada; 3. Material Utilizado VARIAC trifásico; Gerador CC; Maquina síncrona; Multímetro; Amperímetro; Voltímetro; Reostato de campo; 4. Procedimento Experimental Medindo com o multímetro foram identificados os terminais de campo (F1 e F2) e os terminais de armadura (A1 e A2) do gerador CC, e em seguida a maquina primaria foi conectada, as ligações foram conferidas e o motor foi ligado até o momento em que começou a girar, sendo desligado. Posteriormente, montou-se o circuito proposto na figura 7 a seguir: Figura 7 – Circuito para montagem A montagem do circuito da figura 5 acima pode ser vista no tópico 8 deste relatório. Abriu-se o circuito de campo do gerador de corrente contínua (corrente de campo nula), consequentemente a corrente e após isso a maquina primária foi acionada. Com a rotação da máquina primária estabelecida, a tensão de armadura do gerador CC foi medida. Adiante o reostato de campo Rf foi graduado no valor máximo e ligado ao circuito de campo. A tensão nos terminais de armadura foi observada. Reduzindo-se gradativamente o reostato de campo até um valor mínimo. Anotou-se os 5 valores de tensão de armadura e corrente de campo. Com a seguinte observação: Não se deixou a tensão de Armadura Ultrapassar os 250V. A resistência do reostato de campo foi reduzida gradativamente até um valor mínimo. Os valores de tensão de armadura e corrente decampo obtidos à medida que a resistência era diminuída estão na tabela 1. Tabela 1- Valores de Ea e If obtidos com a diminuição gradativa do reostato de campo. Tensão de Armadura (V) 16,48 58,4 60,3 64,6 71,6 Corrente de campo (mA) 0 59 63 73 87 5. Resultados e Discussões Para o circuito de campo do gerador de corrente contínua, com a rotação da máquina primária estabelecida, a tensão de armadura medida foi de 14V, este valor representa uma fem induzida na armadura, esta tensão é devida inteiramente ao magnetismo residual, por causa da excitação prévia do ferro do circuito magnético. Não se tem uma contribuição de um campo estacionário gerado pela corrente de campo. Quando o circuito de campo foi então fechado e graduamos o reostato de campo ao seu valor máximo, notamos que não houve escorvamento. Quando o circuito de campo foi aberto e seus terminais invertidos foi observado que houve escorvamento. Visto que só haverá escorvamento quando o fluxo gerado e fluxo de campo estiverem no mesmo sentido. O gráfico da tensão de armadura por corrente de campo, com base nos valores da tabela 1, pode ser visto na figura 8. Figura 8 – Curva de magnetização do GCC utilizado Sabendo-se a característica da resistência de campo que passa pela origem, calculou-se o valor da resistência de campo para os vários valores de tensão da tabela 1. Os valores de resistência calculados se encontram na tabela 2. A 1° lei de Ohm diz que: (I) A partir da equação I, pode-se calcular a resistência de campo. O gráfico da resistência de campo em relação à tensão de armadura se encontra na figura 9. Tabela 3 – Valor das resistências de campo calculadas a partir da tensão de armadura e corrente de campo Tensão de Armadura (V) 16,48 58,4 60,3 64,6 71,6 Corrente de Campo (mA) 0 59 63 73 87 Resistência de Campo ( ) 0 0,989 0,957 0,884 0,822 Figura 9 – Gráfico referente à tensão de armadura versus resistência de campo Pode-se concluir analisando o gráfico, que à medida que a tensão de armadura aumenta o valor da resistência de campo diminui. Para uma máquina CC é acionada a uma velocidade de 2600 RPM, operando completamente a vazio, foi dado, assim como os seus valores levantados de tensão e corrente, que são mostrados na tabela 3. Tabela 3 – Valores de corrente de campo e tensão de armadura para uma maquina CC funcionando a 2600 RPM Corrente de Campo [A] 0,0 1,0 2,0 4,0 5,0 Tensão de Armadura [V] 6,5 76 134 163 182 Com base nesses valores de tensão e corrente da tabela 3 e tomando a equação 1 para cálculos, os valores de resistência de campo foram calculados e são mostrados na tabela 4. Um gráfico também foi plotado e encontra-se na figura 10. Tabela 4 – Valores de Resistencia de campo calculados a partir dos valores de tensão e corrente da tabela 3 Tensão de Armadura [V] 6,5 76 134 163 182 Corrente de Campo [A] 0 1 2 4 5 Resistência de Campo [Ω] 0 76 67 40,75 36,4 Para uma maquina CC operando a 2600 RPM, com os valores de tensão de armadura e corrente de campo mostrados na tabela 4, tem-se a seguinte curva de magnetização: Figura 10 – Curva de magnetização para uma maquina CC operando a 2600 RPM Ainda para essa maquina foi plotado o gráfico referente à resistência de campo em relação à tensão de armadura, o mesmo é visualizado a seguir: Figura 11 – Gráfico Tensão de Armadura versus Resistencia de campo para uma maquina CC A resistência de campo crítica é a resistência a qual não é possível obter o escorvamento. Da comparação entre a curva de magnetização da figura 10 e resistência de campo da figura 11, temos que a curva para Rf = 76 Ω corresponde à linha de resistência crítica, visto que essa está acima e, em alguns momentos, tocando a curva de magnetização. 6. Conclusões Na situação apresentada acima, observa-se que diferentemente do gerador de excitação independente que mesmo não havendo tensão gerada o campo era criado de uma forma independente desta tensão. Agora não, para que haja campo é necessário que se tenha tensão gerada, pois o campo depende diretamente da tensão de armadura, e esta se encontra em paralelo com o mesmo. Logo, foi possível entender que a corrente de campo depende de duas situações. Veja: Da tensão de armadura, que varia com fmm do entreferro. Da resistência de campo, que varia com a posição estabelecida no reostato de campo. Analisando e aplicando a lei de Ohm, nota-se que para uma alta resistência de campo produzirá uma pequena corrente de campo, mesmo que a tensão de campo seja bastante elevada. Isto é comprovado observando a tabela que apresenta a resistência de campo (Tabela 4). 7. Referências Bibliográficas [1] Irwing L. Kosow; Máquina Elétricas e Transformadores – 15 ed. – São Paulo: Globo, 2005; [2] Del Toro, Vincent; Fundamentos de Máquinas Elétricas-Rio de Janeiro:LTC, 2011; 8. Anexos [1] Montagem da prática:
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