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Prof. Dra. Creucí Maria Caetano 2019 Métodos de estudo em Biologia Celular • Técnicas e métodos de estudo da célula: evolução e diversificação desde a invenção do microscópio, no século XVII • Antoine van Leeuwenhoek e Robert Hooke: anterior à definição do conceito de célula Microscópio de Antoine van Leeuwenhoek, século XVII. Microscópio composto, de Robert Hooke. a e b: espelhos; c: fonte de iluminação (chama); d: lente convergente da luz sobre o objeto; f: imagem de uma película de cortiça, onde se identificam as “células”. Exploração das potencialidades do microscópio ótico (MO): concepção de que os seres vivos são constituídos por unidades morfológicas e funcionais – célula Microscopia óptica ou fotônica ou de luz: consiste em um conjunto de técnicas sequenciais e complementares que visam não só a observação de células ou tecidos de seres vivos mas, também a preparação prévia desses materiais e a captura de imagens para posterior observação. O MO é um sistema óptico capaz de fornecer uma imagem ampliada de um objeto, permitindo a observação de detalhes invisíveis a olho nu. É constituído basicamente por dois conjuntos de lentes: o conjunto objetiva e o conjunto ocular. MO - partes mecânicas: platina ou mesa (com presilhas), pé, braço, charriot ou carro, canhão e revólver MO - partes ópticas: ocular e objetiva (sistemas de lentes em contato com o olho e com o objeto, respectivamente), condensador, diafragma e fonte de luz (espelho ou lâmpada - luz artificial direta) MO ou microscópio fotônico; esquema óptico de formação de imagem MO: unidade de medida é o micrômetro (µm), que corresponde à milésima parte do milímetro (1 µm = 0,001 mm) À microscopia óptica – microscopia fotônica ou de luz – invenção de outras microscopias (microscopia eletrônica) e de técnicas complementares (histológicas, citoquímicas, histoquímicas): estudo estrutural da célula até ao nível macromolecular Estudo das células métodos ópticos (exame morfológico dos componentes celulares), citoquímicos e histoquímicos (conhecimento da composição de suas estruturas) • Preparações citológicas: várias etapas ou processos, associados a técnicas que permitem melhor visualização • Coleta do material biológico: deve atender à especificidade de cada célula ou tecido, para ser devidamente preparado • Preparação do material O estudo das células in vivo, também chamado exame vital, pode ser feito observando a célula diretamente, sem coloração, ou empregando um corante Exame vital: empregado para o estudo de células livres em meio líquido, de células isoladas de fragmentos de tecidos, de células de membranas, ou de partes transparentes de animais (ex., larvas de peixes e anfíbios) • Para a coloração destas células usam-se o verde Janus, o vermelho neutro e o azul de metileno • Pelo fato de não matarem a célula, são denominados corantes vitais O estudo das células mortas consiste na preparação de delgadas fatias de tecidos, dispostas sobre lâminas de vidro e com espessura tal que permita a passagem da luz (células estudadas por transparência) Montagem total: consiste em coletar um material fino ou transparente o suficiente (ex. túbulos de Malpighi e glândulas salivares de insetos, ricas em células e matriz extracelular) para ser depositado diretamente sobre uma lâmina de vidro e se proceder a fixação e coloração; vantagem: obtenção de células inteiras, para medições e quantificações Espalhamento: consiste em promover uma raspagem das camadas superficiais de membranas mucosas (ex. bucal) com auxílio de uma espátula ou palitos e, posteriormente, deslizar sobre a superfície limpa de uma lâmina de vidro o material aí contido. As células permanecem inteiras, porém nem sempre mantêm sua morfologia intacta Pode-se fazer a coloração simultânea, ou realizá-la depois, retirando- se a lamínula por meio de nitrogênio líquido. Muito eficiente para estudos de divisão celular. Também permite estudar núcleos inteiros, quantificar DNA e proteínas nucleares. Esmagamento: consiste em esmagar, entre lâmina e lamínula, o material a ser analisado (ex. fragmentos de anteras para observação de células-mãe-do- pólen). Esfregaço: consiste em colocar uma gota de um fluido corpóreo (sangue, linfa, ...) a ser analisado em fina camada sobre uma lâmina e, com auxílio de outra lâmina, promover o deslizamento do líquido sobre a primeira, formando uma camada com células isoladas sobre o vidro Técnica de cortes histológicos: consiste na fixação do material biológico, obtenção de cortes extremamente finos e coloração sobre uma lâmina Corte: tecidos vegetais lâmina de corte ou bisturi, ou micrótomo; tecidos animais é feito com micrótomo Micrótomo rotativo manual é utilizado em cortes histológicos para MO Ultramicrótomo para ME Etapas da técnica de cortes histológicos 1 Coleta do material biológico • Etapa de grande importância pois são definidas as formas de análises dos preparados citológicos • Os diferentes tipos de matérias exigem diferentes métodos; vegetal (pólen, folhas e raízes); animal (sangue, espermatozóides, tecidos) 2 Fixação Fixação Fixação: física (calor, congelamento) ou química (por líquidos fixadores como o álcool, o formol e o ácido acético) 3 Desidratação 4 Diafanização ou clareamento Diafanização ou clareamento Cortes são imersos em parafina líquida a 60oC (historresina, gelatina), que penetra nos tecidos, dando-lhes, após solidificada, certa dureza (*congelamento) 5 Inclusão Inclusão Após, deposita-se no interior de uma caixinha de papel ou plástico com parafina fundida; em temperatura ambiente, formará um bloco sólido 6 Microtomia Microtomia Microtomia Bloco de parafina contendo o tecido é colocado no aparelho e cortado Cortes depositados em vasilha com água morna (para derreter a parafina) 7 Colagem do corte na lâmina Colagem do corte na lâmina Coleta dos cortes de tecido com um pincel ou pinça, que são colocados em lâmina de vidro para a coloração 8 Coloração Aplicação de substâncias corantes aos tecidos ou células (azul de metileno, lugol, nitrato de prata, verde Janus B, fucsina, tetróxido de ósmio, carmim, safranina, vermelho congo, hematoxilina e eosina) Coloração Coloração 9 Desidratação 10 Montagem Montagem Técnicas de coloração não diferencial e diferencial (bandeamento cromossômico) são empregadas na Citogenética Clássica Citogenética Molecular: fluorocromos Cultivo de células animais Conjunto de técnicas que permitem cultivar ou manter células isoladas fora do organismo onde existem, mantendo as características próprias; Podem ser: tecidos humanos, animais e vegetais; Cultivo de células animais A cultura de tecidos implica a prévia desagregação (mecânica ou enzimática) do tecido original e em que as células são cultivadas numa camada aderente, num substrato sólido ou em suspensão em meio de cultura Dois tipos de cultura celular Cultura primária: preparada diretamente de tecidos de um organismo; um passo inicial de fracionamento das células Cultura secundária: células cultivadas foram retiradas de uma cultura primária, podendo ser repetidamente subcultivadas desta forma, por semanas ou meses. Usos • Bioengenharia • Diferenciação Celular • Metabolismo Celular • Interação Celular • Transplantes de Tecidos • Terapia Celular • Produção de Hormônios • DiagnósticoLaboratorial • Produção de Vacinas • Estudos de Biocompatibilidade Meio de cultura Conjunto de fatores capazes de reproduzir um microambiente capaz de simular as condições fisiológicas de um organismo multicelular em seu âmbito tridimensional, o que permite o cultivo de células A escolha do meio de cultivo depende do tipo celular a ser cultivado Meio de Cultura •Conjunto de fatores capazes de reproduzir um microambiente capaz de simular as condições fisiológicas de um organismo multicelular em seu âmbito tridimensional, o que nos permite o cultivo de células; A escolha do meio de cultivo depende do tipo celular a ser cultivado;
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