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Roteiros para aulas práticas Histo Vet ics043

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Universidade Federal da Bahia 
Instituto de Ciências da Saúde 
Departamento de Biomorfologia 
Disciplina de Histologia e Embriologia Veterinária 
 Curso: Medicina Veterinária 
 Semestre letivo: _______________ 
 
 
 
 
 
 
ROTEIRO DAS AULAS PRÁTICAS 
 
DESCRIÇÕES DAS LÂMINAS HISTOLÓGICAS A 
SEREM ANALISADAS 
 
 
 
 
 
PROFESSORES: 
Hélio Souza 
Marcos Borges Ribeiro 
 2 
1) MICROSCOPIA E TÉCNICA HISTOLÓGICA BÁSICA 
 
Microscópio Óptico (M.O.) - Partes 
1. pé 
2. braço 
3. tubo ou canhão 
4. revólver 
5. platina 
6. charriot 
7. parafusos para ajuste macro e/ou micrométrico do foco 
 
Óptica 
Sistema de aumento: 
- oculares (10x) 
- objetivas (4x, 10x, 40x, 100x) 
Sistema de iluminação: 
- espelho 
- condensador 
- diafragma 
- filtro 
Observações: 
1. A imagem proporcionada pelo M.O. é aumentada, virtual e invertida em relação ao objeto 
examinado. 
2. Calcula-se o aumento da imagem obtida ao M.O. multiplicando-se o valor do aumento da 
ocular pelo valor do aumento da objetiva. 
3. Campo microscópico é a área da preparação que se está observando ao M.O. Quanto 
maior o aumento da imagem, menor é a abrangência do campo. 
4. Em virtude do último item, sempre se inicia a observação ao M.O. com uma combinação 
de lentes que proporcione o menor aumento, a fim de se ter uma visão panorâmica da 
região que se quer observar com maior aumento. 
 
Manejo do Microscópio 
1. Acender a lâmpada do sistema de iluminação. 
2. Abrir totalmente o diafragma e colocar o sistema condensador - diafragma na posição 
mais elevada, pois é aquela que permite melhor iluminação. 
3. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de menor aumento (4X). 
4. Tomar a lâmina com a lamínula para cima e colocá-la na platina, prendendo-a com os 
grampos. 
5. Movimentar o charriot, fazendo com que o preparado fique em baixo da objetiva. 
6. Com o parafuso macrométrico, elevar a platina ao máximo, observando que a objetiva 
não toque na lamínula, pois poderá quebrá-la. 
7. Focalizar a preparação para a obtenção de uma imagem nítida, movimentando o 
parafuso macrométrico e abaixando a platina até que se possa visualizar a imagem. 
8. Aperfeiçoar o foco com o parafuso micrométrico. 
9. Colocar a região do preparado que se quer ver com maior aumento bem no centro do 
campo visual da lente. 
10. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de 10X (aumento médio). 
11. Repetir o procedimento do item 6. 
12. Para focalizar a nova imagem, repetir o procedimento do item 7. 
13. Repetir o item 8. 
14. Repetir o item 9. 
15. Colocar a objetiva de 40X (maior aumento) em posição e repetir os itens 6, 7 e 8. 
16. A objetiva de 100X é chamada de imersão e seu uso será explicado posteriormente. 
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
1. A maior parte de nossos microscópios possuem lentes parafocais. Isto significa que, uma 
vez obtido o foco com a objetiva de menor aumento, basta girar o revólver, colocar a 
objetiva 10X em posição e acertar o foco apenas com o parafuso micrométrico. 
2. Procede-se da mesma forma, ao focalizar a objetiva 40X, desde que a imagem esteja em 
foco com a objetiva 10X. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TÉCNICA PARA OBTENÇÃO DE LÂMINAS 
(preparados histológicos permanentes) 
 
1. Colheita do material - é a obtenção da peça, por biópsia ou necropsia. 
 
2. Fixação - o tratamento assim denominado visa impedir a destruição das células por suas 
próprias enzimas (autólise) ou bactérias. 
Este tratamento é feito imediatamente após a retirada do material (biópsia), ou até antes 
(fixação por perfusão do animal). A fixação visa ainda endurecer os tecidos, tornando-os 
mais resistentes e favoráveis às etapas subsequentes da técnica histológica. 
Resumindo, pode-se dizer que a fixação é o tratamento da peça histológica a fim de que 
possamos observar ao microscópio os componentes teciduais, com a morfologia e a 
composição química semelhantes às existentes no ser vivo. 
A fixação pode ser feita por processos físicos ou químicos. A fixação química, mais usada 
em Histologia, é feita por fixadores que podem ser simples ou compostos. Como exemplo 
de fixador simples temos o formol e, de composto, citamos o líquido de Bouin (uma mistura 
de formol, ácido pícrico e ácido acético). 
 
3. Desidratação - visa retirar a água dos tecidos, a fim de permitir a impregnação da peça 
com parafina. Para isto, a peça é submetida a banhos sucessivos em álcoois de teor 
crescente (ex.: álcool a 70%, 80%, 90% e 100%). 
 
4. Diafanização - visa impregnar a peça com um solvente de parafina. O mais usado é o 
xilol. 
 
5. Impregnação pela parafina fundida - tem a finalidade de permitir a obtenção de cortes 
suficientemente finos para serem observados ao microscópio. Para isso os tecidos devem 
ser submetidos a banhos de parafina a 60°C, no interior da estufa. Em estado líquido, a 
parafina penetra nos tecidos, dando-lhes, depois de solidificada, certa dureza. 
 
6. Inclusão - é a passagem da peça que estava na estufa para um recipiente retangular 
(forma) contendo parafina fundida que, depois de solidificada à temperatura ambiente, dá 
origem ao chamado “bloco de parafina”. A inclusão pode também ser feita com celoidina, 
gelatina ou resina epóxi, sendo estas últimas usadas para microscopia eletrônica. 
 
7. Microtomia - é a etapa em que se obtém delgadas fatias de peças incluídas na parafina, 
através de um aparelho chamado micrótomo, que possui navalha de aço. A espessura dos 
cortes geralmente varia de 5 a 10 µm (micrômetros). (1 µm = 0,001 mm) 
 
8. Extensão - os cortes provenientes da microtomia são “enrugados”. Para desfazer estas 
rugas, são esticados num banho de água a 58°C, e “pescados” com uma lâmina. Leva-se 
então, à estufa a 37°C, por 2 horas, para que se dê a colagem do corte à lâmina. 
 
9. Coloração - tem a finalidade de dar contraste aos componentes dos tecidos, tornando-os 
visíveis e destacados uns dos outros. Para realizá-la, são observados 3 itens: 
a) Eliminação da parafina - por meio de banhos sucessivos em xilol, benzol ou toluol. 
b) Hidratação - é executada quando o corante utilizado é solúvel em água. Deve ser 
gradativa, com álcoois de teor decrescente, para evitar o rompimento dos tecidos. 
c) Coloração - os corantes são compostos químicos com determinados radicais ácidos ou 
básicos que possuem cor e apresentam afinidade de combinação com estruturas básicas 
ou ácidas dos tecidos. Rotineiramente, usa-se hematoxilina, corante básico que se liga aos 
radicais ácidos dos tecidos, e eosina, corante ácido que tem afinidade por radicais básicos 
dos tecidos. Os componentes que se combinam com corantes ácidos são chamados 
acidófilos e os componentes que se combinam com corantes básicos são chamados 
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basófilos. Por exemplo, os núcleos das células, onde predominam substâncias ácidas 
(DNA), são basófilos, ou seja, coram-se pela hematoxilina (corante básico de cor roxa); por 
sua vez, o citoplasma, onde predominam substâncias básicas (proteínas estruturais), é 
acidófilo, corando-se pela eosina (corante ácido de cor rosa). 
 
10. Desidratação - visa retirar a água, quando os corantes utilizados forem soluções 
aquosas, a fim de permitir perfeita visualização dos tecidos, pois a água possui índice de 
refração diferente do vidro, e ainda prevenir a difusão dos corantes. Para isto usam-se 
banhos em álcoois de teor crescente. 
 
11. Diafanização - a diafanização é feita com xilol, a fim de tornar os cortes perfeitamente 
transparentes. 
 
12. Montagem - é a etapa final da técnica histológica, e consiste na colagem da lamínula 
sobre o corte, com bálsamo do Canadá, que é solúvel em xilol e insolúvel em água. A 
lamínula impede que haja hidratação do corte pela umidade do ar ambiente, permitindo 
entãoque estas lâminas se mantenham estáveis por tempo indefinido. Após a montagem, 
levam-se as lâminas à estufa para secagem do bálsamo do Canadá. 
 
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2) TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO 
O epitélio é uma lâmina de células firmemente aderida por moléculas de adesão 
celular e especializações de união celular que recobre ou reveste as superfícies do corpo 
(Ex: pele, intestino, dutos secretores) e formam as unidades funcionais das glândulas 
secretoras (Ex. glândulas salivares e fígado). 
 Esse tecido é caracterizado por possuir alta densidade celular com espaço 
intercelular reduzido e ausência de suprimento vascular direto (exceto em vasos 
sanguíneos). Está mais comumente associado ao tecido conjuntivo e está fixado a ele 
através da membrana basal. 
 O epitélio cria uma barreira seletiva entre o ambiente externo e o tecido conjuntivo 
subjacente. As funções do epitélio incluem proteção das superfícies externas e orifícios do 
corpo, absorção e secreção de materiais dentro e fora dos lumens ou cavidades, transporte 
superficial de substâncias através de cílios e recepção sensorial, como na gustação e 
olfação, trocas gasosas (alvéolos pulmonares). 
 Os epitélios são classificados em 3 categorias principais com base no número de 
camadas de células e na forma das células da camada mais superficiais. 
1. Epitélio simples: As células se encontram dispostas em uma única camada e, neste 
caso, todas as células estão em contato com a membrana basal. Oposta a superfície 
basal, a superfície livre está em contato com o meio externo. Ao se visualizar o 
núcleo das células que constituem o epitélio simples, pode-se verificar que todos os 
núcleos estão dispostos em uma mesma altura em relação à espessura total do 
epitélio. Este pode ser pavimentoso, cúbico ou cilíndrico. 
2. Epitélio estratificado: São constituídos por uma ou mais camadas de células. Neste 
epitélio, somente as células da camada mais interna, isto é, as células da camada 
voltada para o tecido conjuntivo subjacente estão em contato com a membrana 
basal. Os núcleos das células epiteliais são visualizados em diversas alturas, 
considerando-se a espessura total do epitélio. Normalmente a forma de suas células 
mais superficiais são pavimentosas. Podem apresentar uma cada externa de 
queratina. 
3. Epitélio pseudo-estratificado: Formado por uma única camada de células, onde 
todas as células epiteliais estabelecem contato com a membrana basal, porem, nem 
todas alcançam a superfície livre do epitélio. Os núcleos das células epiteliais se 
organizam em vários níveis, mas ocupam preferencialmente os 2/3 basais do 
epitélio. Esta organização confere ao epitélio um falso aspecto de estratificado. 
Normalmente suas células possuem formato cilíndrico. 
Para se obter a denominação completa de um epitélio também deve-se incluir a forma das 
células da camada mais superficiais (cúbica, cilíndrica ou pavimentosa), a identificação de 
tipos celulares especializados (células caliciformes), assim como a presença de 
especializações na superfície (planura estriada, esteriocílios e cílios). 
 
LÂMINA 01. Epitélio simples cilíndrico com células 
caliciformes (Intestino, Hematoxilina-eosina) 
 
A mucosa do intestino é revestida por células 
cilíndricas absortivas, pois apresenta uma única 
camada de células, e estas possuem forma e núcleo 
alongados (40x). Este epitélio pode também ser 
chamado de colunar ou prismático simples. 
Observar que estas células epiteliais são polarizadas 
(40x), possuindo seus núcleos no pólo basal. 
Entre as células cilíndricas podemos também 
observar as células caliciformes, cuja porção apical do 
citoplasma não é corada e os núcleos se localizam na 
porção basal (40x). 
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LÂMINA 02. Epitélio pseudoestratificado cilíndrico (traquéia, HE) 
 
Nesta lâmina observa-se o epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células 
caliciformes que se encontra apoiado sobre a lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo. 
As células cilíndricas que alcançam a superfície livre apresentam cílios. Entre as células 
cilíndricas ciliadas de epitélio de revestimento também são observadas células 
caliciformes produtoras de muco. Neste epitélio também são observadas células basais 
ancoradas à lâmina basal que não alcançam o lúmen e não possuem cílios. 
 
 
Lâmina 03. Epitélio estratificado pavimentoso (PELE, HE) 
 
As células mais superficiais apresentam citoplasma preenchido 
por uma escleroproteína – a queratina. A queratina é um 
elemento que corrobora para a função de proteção contra 
o atrito. Desta forma, quanto mais queratinizado, mais 
resistente ao atrito é o epitélio. Neste corte de 
estômago de ruminantes identificar o revestimento da 
mucosa feito pelo epitélio estratificado com a 
presença de queratina. Observe as diversas camadas 
de células sobrepostas umas as outras que 
caracteriza o epitélio estratificado. Abaixo do epitélio 
está a lâmina própria constituída de tecido conjuntivo. 
 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
 
1. O tecido epitelial tem como função fazer o revestimento de todos os órgãos do corpo. Neste sentido, 
pode-se afirmar que: 
(A) é ricamente vascularizado. 
(B) suas células são anucleadas. 
(C) suas células encontram-se justapostas. 
(D) apresenta junções celulares como as sinapses. 
(E) possui grande quantidade de substância intercelular. 
 
2. O tecido epitelial de revestimento é classificado segundo critérios como número de camadas celulares e 
forma das células. Considerando esse tipo de classificação, analise as alternativas abaixo e assinale a 
INCORRETA. 
A) Revestimento intestinal – simples cilíndrico. 
B) Revestimento interno da bexiga – estratificado pavimentoso. 
C) vias respiratórias – pseudoestratificado cilíndrico. 
D) Endotélio – simples pavimentoso. 
E) Pele- estratificado pavimentoso. 
 
3. Para serem atravessadas pelos nutrientes, as células intestinais se apresentam: 
A) pavimentosas, dando ao nutriente a oportunidade de percorrer uma pequena distância 
B) esféricas, para absorver nutrientes de todas as direções 
C) cúbicas, distribuindo o suco entérico uniformemente 
D) prismáticas com microvilosidades, para aumentar a superfície de absorção dos nutrientes 
 
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3) TECIDO EPITELIAL GLANDULAR 
 
A maioria das glândulas se desenvolvem como invaginações para o tecido conjuntivo 
subjacente. As glândulas exócrinas permanecem conectadas ao epitélio superficial por um 
duto que transporta o produto de secreção para o exterior. As glândulas endócrinas não 
possuem duto excretor e seu produto é liberado para a circulação sanguínea. Podem ser 
classificadas com alguns parâmetros, como: número de células que constitui uma unidade 
glandular (unicelular e multicelular) e o local onde a secreção é lançada (exócrina e 
endócrina). A classificação das glândulas exócrinas também pode ser feita através do tipo 
de secreção (mucosa, serosa ou mista). 
 
Lâmina 04. Glândula mucosa (Sublingual) 
 
As glândulas mucosas são formadas por células mucosas que se apresentam pouco 
coradas devido ao seu elevado conteúdo de vesículas secretoras contendo muco, que são 
visualizados como vacúolos pálidos. O núcleo é caracteristicamente achatado e 
localizado na parte basal das células secretoras. O conteúdo de seus grânulos secretados 
pode ser demonstrado pela reação ao PAS, que cora as glicoproteínas. 
 
Lâmina 05. Glândula serosa (parótida) 
 
As glândulas serosas são formadas 
exclusivamente por células serosas que se 
caracterizam por apresentarem núcleo esférico e 
central ou levemente deslocado para a região basal 
da célula. O citoplasma é acidófilo e rico em retículo 
endoplasmático granular. Outro exemplo deste tipo de 
secreção é o pâncreas. 
 
 
 
Lâmina 06. Glândula endócrina vesicular (tireóide, HE) 
 
 
Esta glândula é formada por vesículas típicas (o folículotireoidiano) e um estroma rico em vasos sangüíneos. O 
Folículo Tireoidiano é constituído por uma camada epitelial 
simples (células cubóides) que pode sofre uma variação, 
isto é, são baixas quando a glândula tem atividade 
diminuída e altas quando a atividade se eleva. As 
células foliculares estão assentadas sobre uma 
membrana basal. O colóide que é armazenado dentro 
destas vesículas é fortemente acidófilo. 
 
 
 
 
 
 
1. Quanto à origem, qual a relação entre epitélio de revestimento e o epitélio glandular? 
2. Diferencie as glândulas exócrinas e endócrinas. 
3. Classifique as glândulas exócrinas. 
 
 
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4) TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO 
 
O tecido conjuntivo (TC) estabelece continuidade entre o tecido epitelial e os demais 
tipos de tecido, desempenhando diversas funções como: regulação térmica, armazenagem, 
defesa e reparação. Por ser altamente vascularizado, o TC fornece nutrientes para os 
tecidos vizinhos como o tecido epitelial e o tecido muscular. A maior parte do TC é de 
origem mesodérmica e compõe-se de células móveis e fixas (residentes) cercadas por uma 
extensa matriz extracelular de fibras constituídas por proteínas, substância fundamental e 
líquido intersticial. O Tecido conjuntivo propriamente dito é o mais abundante do corpo e é 
formão por células (macrófagos, fibroblastos, mastócitos, plasmócitos, adipócitos) e a maior 
parte do tecido conjuntivo é constituído por seus componentes extracelulares ou matriz 
extracelular (MEC). É pela composição da MEC que cada tipo de tecido conjuntivo adquire 
suas características (denso, frouxo, elástico, reticular). 
 
 LÂMINA 07. Fibras elásticas (pele, orceína) 
Essas fibras podem ser finas e longas com capacidade de serem estiradas até uma vez e 
meia de seu comprimento total. As fibras elásticas são sintetizadas pelos fibroblastos, 
condrócitos e células musculares lisas. Para adequada visualização das fibras elásticas o 
preparado foi corado aqui com orceína. Notar a presença de fibras delgadas, ramificadas e 
de coloração púrpura. As fibras podem se apresentar em cortes longitudinais ou em cortes 
transversais (40x). Além disso, nesta lâmina de pele, encontram-se fibras colágenas coradas 
mais fracamente e mais espessas que as elásticas, além de pequenos capilares menos 
conservados. 
 
LÂMINA 08. Fibras reticulares (fígado, prata) 
As fibras reticulares são estruturas finas e ramificadas. 
Essa lâmina de fígado foi corada por sais de prata 
(impregnação argêntica), evidenciando em negro 
as fibras reticulares. As outras estruturas não podem 
ser bem diferenciadas. Observar que elas formam 
uma rede delicada e emaranhada que sustenta o 
parênquima hepático e é mais densa na cápsula 
e nos espaços-porta. Essas fibras podem ser vistas 
em corte longitudinal ou transversal (40x). 
 
 
LÂMINA 09. Fibras colágenas (pele, HE) 
A derme da pele fica adjacente à epiderme e é dividida em 2 zonas: derme papilar, mais 
superficial e delgada, e derme reticular, mais profunda e extensa (4x). 
 
A derme papilar imediatamente abaixo da epiderme 
é constituída de tecido conjuntivo frouxo, sem 
predominância de componentes, e no qual as fibras 
colágenas se dispõem em filamentos finos 
acidófilos, dando ao tecido um aspecto delicado e 
homogêneo. As células mais comuns são os 
fibroblastos identificados pelos núcleos basófilos e 
alongados (40x). 
Na derme reticular há predominância das 
fibras colágenas que se organizam em feixes 
grossos acidófilos dispostos em todas as 
direções, por isso esse tecido é denominado de 
denso não modelado. Este tecido é menos 
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celularizado e tem um aspecto mais grosseiro se for comparado ao conjuntivo frouxo da 
derme papilar. As células mais freqüentes também são os fibroblastos. É importante 
ressaltar que as fibras elásticas também estão presentes neste tecido conjuntivo, apesar 
de não serem identificadas nos preparados de pele corados com HE. 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
 
01) O tecido conjuntivo possui três tipos de fibras: colágenas, reticulares e elásticas. Com 
relação a elas, analise as afirmativas e assinale a alternativa CORRETA: 
a) As fibras colágenas, assim como as elásticas, são constituídas de microfibrilas de 
colágeno, que se unem formando as fibrilas de colágeno, que, por sua vez, se unem, 
formando as fibras de colágeno. 
b) As células de certos órgãos, como o baço e os rins, são envolvidas por uma trama de 
sustentação constituída de fibras reticulares, cujo principal componente é a elastina, uma 
escleroproteína. 
c) Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos à expansão de volume, pois são ricos em fibras 
elásticas, constituídas de elastina, proteína cuja principal função é dar elasticidade aos locais 
onde se encontram. 
d) Quanto maior a quantidade de colágeno nos tecidos, maior a elasticidade, como, por 
exemplo, nos tendões, onde o colágeno se distribui em uma só direção, enquanto que o 
cordão umbilical forma uma malha difusa entre as células dos tecidos. 
e) As fibras colágenas são constituídas da proteína colágeno, polimerizadas fora das células, 
a partir do tropocolágeno sintetizado pelos macrófagos. 
 
02) O tecido conjuntivo encontrado nos tendões que unem os músculos aos ossos é 
classificado como 
a) tecido conjuntivo frouxo. 
b) tecido conjuntivo cartilaginoso. 
c) tecido conjuntivo denso modelado. 
d) tecido conjuntivo denso não-modelado. 
 
03) Os tecidos conjuntivos, devido ao fato de serem compostos por variados tipos celulares, 
desempenham diversas funções no organismo. 
Assinale a alternativa que apresenta apenas células próprias de tecidos conjuntivos. 
a) linfócito, condrócito, osteócito, mastócito, célula caliciforme 
b) eosinófilo, miócito, condrócito, astrócito, adipócito 
c) eritrócito, melanócito, linfócito, adipócito, leucócito 
d) eritrócito, melanócito, fibroblasto, miócito, eosinófilo 
e) fibroblasto, condrócito, osteócito, adipócito, leucócito 
 
04) Considere as afirmativas abaixo e, a seguir, marque a alternativa CORRETA. 
I. Os fibroblastos são células do tecido conjuntivo especializadas na produção de fibras 
colágenas, reticulares e elásticas. 
II. No choque anafilático, os anticorpos produzidos pelos macrófagos fixam-se na membrana 
do mastócito, provocando liberação de histamina. 
III. O tecido adiposo pardo ou multilocular é responsável pela produção de calor, levando ao 
aquecimento do sangue. 
IV. Todos os ossos crescem por proliferação dos osteócitos centrais e por adição de novos 
osteócitos na periferia pelo periósteo. 
a) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
e) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
 
 
 
 
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 5) TECIDO CARTILAGINOSO E ADIPOSO 
 
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de 
consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste 
superfícies articulares onde absorve choques, facilita os deslizamentos e é essencial 
para a formação e crescimento dos ossos longos. A cartilagem é um tipo de tecido 
conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e de uma matriz 
extracelular altamente especializada. 
 É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos 
capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das 
cavidades articulares. O tecido cartilaginoso também é desprovido de vasos linfáticos e 
de nervos. Dessa forma, a matriz extracelular serve de trajeto para a difusão de 
substâncias entre os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo circundante e os 
condrócitos. As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são chamadas 
lacunas; uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos. A matrizextracelular da 
cartilagem é sólida e firme, embora com alguma flexibilidade, sendo responsável pelas 
suas propriedades elásticas. As cartilagens (exceto as articulares e as peças de 
cartilagem fibrosa) são envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de 
pericôndrio, o qual continua gradualmente com a cartilagem por uma face e com o 
conjuntivo adjacente pela outra. As cartilagens basicamente se dividem em três tipos 
distintos: 1) cartilagem hialina; 2) fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa; 3) 
cartilagem elástica. 
 
LÂMINA 10 – Cartilagem hialina (HE) 
 
Esta lâmina possui vários cortes de cartilagem hialina (4x). Cada corte é envolvido 
pelo pericôndrio, no qual observam-se os condroblastos. 
Adjacente ao pericôndrio, observa-se a matriz cartilaginosa 
basófila, contendo condrócitos no interior de lacunas 
(40x). Estes não preenchem totalmente a lacuna devido à 
retração que sofrem durante a preparação histológica. 
Notar também os grupos isógenos localizados 
principalmente no centro da matriz cartilaginosa. 
Circundando os condrócitos existe uma zona estreita e 
bem basófila, denominada impropriamente de cápsula. 
A matriz territorial é diferenciada da 
matriz interterritorial pelo fato da primeira se 
apresentar com maior basofilia e estar circundando 
condrócitos de um mesmo grupo isógeno. 
 
 
LÂMINA 11 – Cartilagem elástica (laringe, HE) 
Esta é uma cartilagem na qual a matriz contém fibras elásticas e lâminas de material 
elástico, além das fibrilas de colágeno e da substância fundamental. Como a cartilagem 
hialina, a elástica possui pericôndrio, condrócitos e matriz. A cartilagem elástica é 
menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina. Ela também pode ser 
encontrada no pavilhão da orelha, nas paredes do canal auditivo externo e na tuba auditiva. 
Em todos estes locais há pericôndrio circundante. 
 
 
 
 
 
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LÂMINA 12. Tecido adiposo (pele, HE) 
 
 
Caracterizado pela presença de adipócitos contendo 
uma gota de gordura. O citoplasma apresenta-se 
comprimido pela presença dos lipídeos que foram 
dissolvidos durante a preparação da lâmina por 
isso este tecido é pouco corado. O núcleo 
localiza-se na periferia da célula. Abaixo da derme 
reticular, encontra-se a hipoderme constituída, 
sobretudo de tecido adiposo unilocular (4x). 
 
 
 
 
 
 
Considere as afirmações abaixo sobre o tecido conjuntivo adiposo 
I - Ele é originado a partir de células do ectoderma do embrião. 
II - Um súbito emagrecimento provoca a redução do número de adipócitos no corpo. 
III - Recém-nascidos são protegidas do frio pela presença de um tecido adiposo 
multilocular, rico em mitocôndrias. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e II. 
e) Apenas II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5) TECIDO ÓSSEO 
 
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Também 
funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força 
do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular. Os ossos ainda são 
grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. A extrema 
rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o 
componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é 
feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos: 
Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz 
óssea. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz 
óssea. Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, 
composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato 
de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os 
osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). 
Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos 
completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma 
torna-se menos basófilo. Osteoclastos: participam dos processos de absorção e 
remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente 
ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos 
osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente 
diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna 
acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua 
ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas 
de Howship. 
Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica e uma parte inorgânica 
cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de 
hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com 
os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I). 
 
LÂMINA 13- Osso esponjoso (desmineralizado, HE) 
 
A técnica de desmineralização permite somente a 
visualização da parte orgânica do osso. Neste corte 
observam-se inúmeras trabéculas de osso esponjoso. 
Sua matriz de aspecto acidófilo comporta inúmeras 
lacunas com células de morfologia amendoada 
denominadas de osteócitos. Os osteoblastos e os 
osteoclastos não podem ser vistos nessa lâmina. 
Notar a presença dos sistemas de Havers com 
lamelas concêntricas ao redor do canal de Havers. 
Ainda nesta lâmina é possível observar o tecido 
adiposo unilocular. Os adipócitos são células 
grandes, esféricas que apresentam os núcleos achatados 
na periferia, devido à presença de uma única gotícula 
lipídica dissolvida durante o processamento histológico (40x). 
Entre as células existe um tecido conjuntivo frouxo 
vascularizado, porém só é possível visualizar os vasos maiores 
contendo hemácia acidófilas (40x). 
 
 
 
 
 
 14 
 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
1. Associe o tipo de tecido animal à sua correlação: 
1) Tecido ósseo compacto 
2) Tecido ósseo esponjoso 
3) Cartilagem hialina 
4) Cartilagem elástica 
5) Cartilagem fibrosa 
 
( ) ocorre nos pontos de ligação do tendão do osso 
( ) é formado por sistemas organizados. 
( ) ocorre na epiglote e pavilhão auditivo. 
( ) é formada por trabéculas. 
( ) constitui o primeiro esqueleto fetal. 
 
Assinale a seqüência correta: 
A) 5 – 1 – 4 – 2 – 3 
B) 4 – 2 – 3 – 1 – 5 
C) 5 – 3 – 2 – 1 – 4 
D) 1 – 5 – 4 – 2 – 3 
E) 5 – 4 – 1 – 3 – 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
 
6) TECIDO NERVOSO 
 
LÂMINA 14 – Cérebro e Cerebelo (HE) 
No córtex cerebral são encontrados neurônios com 
morfologias diversas, que se dispõem em 6 camadas. 
Notar a diferença entre as células da neuroglia e os 
corpos celulares dos neurônios. As células da 
neuroglia possuem núcleo pequeno e bem corado. 
Os neurônios apresentam núcleo grande com 
nucléolo proeminente. Na superfície do córtex 
cerebral observa-se a presença de um tecido 
conjuntivo muito vascularizado revestido por 
células achatadas. Essa camada constitui a 
meninge mais interna – a pia-máter. No cerebelo 
pode-se observar córtex cerebelar (substância 
cinzenta) que forma uma série de pregas profundas 
sustentadas por uma medula central de substância 
branca (4x). O córtex cerebelar é constituído por 3 camadas 
descritas a seguir. A camada molecular é a mais externa e composta por numerosas fibras 
amielínicas (acidófilas), alguns núcleos de células da glia (menores e basófilos) e alguns 
núcleos de neurônios (maiores e mais claros, com nucléolo bem evidente) (40X). Abaixo, 
encontra-sea camada de células de Purkinje, constituída por neurônios de pericários 
grandes dispostos em uma fileira única. Estas células apresentam dendritos ramificados 
que se estendem para a camada molecular. Entre a camada de Purkinje e a substância 
branca, observa-se a camada granular, rica em células granulosas, que são os menores 
neurônios do corpo humano. 
O córtex cerebelar é sustentado por uma medula central de substância branca que é 
formada por fibras mielínicas (acidófilas) e células da glia. 
Notar que acima da camada molecular, aparece a pia-máter. 
 
 
LÂMINA 15 – Medula espinhal (HE) 
Primeiramente, deve-se identificar a substância cinzenta em forma de "H" no centro e a 
substância branca externa. Na Substância Cinzenta (SC) observar a 
presença de corpos de neurônios (neurônio motor multipolar 
estrelado), contendo evidente núcleo e nucléolo. 
Evidenciam-se também os núcleos das células da glia e 
fibras nervosas amielínicas. No meio do H medular 
encontra-se o canal ependimário revestido por epitélio 
cilíndrico simples podendo apresentar cílios em algumas 
regiões. Na substância Branca (SB) podemos observar 
basicamente as células da glia e abundantes fibras 
nervosas mielínicas. 
 
 
 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
 
1. No que consiste o líquido cefalorraquidiano e qual a sua função? 
 
 
 
 16 
Objetiva: 
 
 
7) TECIDOS MUSCULARES 
 
 
LÂMINA H1 – Músculo esquelético (Língua, HE) 
Subjacente ao tecido conjuntivo observa-se o 
tecido muscular esquelético. As fibras musculares 
estão envolvidas por uma bainha de tecido 
conjuntivo, o endomísio que é de difícil visualização, 
enquanto que o perimísio, mais visível, reveste cada 
feixe de fibras (10X). Esses tecidos conjuntivos 
fornecem vascularização e inervação ao músculo. Em 
corte transversal, evidenciam-se células com núcleos 
periféricos e pontos acidófilos no sarcoplasma que 
representam as miofibrilas. Em corte longitudinal, observam-
se células alongadas, cilíndricas, não ramificadas, multinucleadas e 
com estriações transversais que aparecem como linhas 
escuras e claras intercaladas, características da organização das 
miofibrilas (40X). Cabe notar a presença de amplos espaços 
endomisiais devido à retração do tecido durante o 
preparo histológico. 
 
 
 
LÂMINA H2– Músculo cardíaco e músculo liso (HE) 
 Neste tecido o músculo pode ser observado em 2 cortes: longitudinal e transversal 
(10X). No primeiro, as fibras musculares se dispõem em uma rede 
resultante de anastomoses irregulares, apresentam um ou 
dois núcleos ovóides, estriações transversais, não 
facilmente visíveis como no músculo esquelético, e 
discos intercalares, também de difícil visualização 
nesta lâmina (40X). Em corte transversal, percebe-se a 
morfologia poligonal das fibras com núcleos esféricos 
centralmente localizados. Pode-se observar também a 
presença de vasos sanguíneos mergulhados no tecido 
conjuntivo entre as fibras. Na camada mais externa da 
parede cardíaca (epicárdio), observa-se uma artéria de 
médio calibre, na qual destaca-se uma camada 
relativamente desenvolvida de músculo liso. As fibras 
musculares lisas aparecem em sua maioria cortadas 
transversalmente (10X). Em cortes transversais, as células 
musculares lisas apresentam-se como estruturas circulares ou poligonais com núcleo 
central e esférico. A depender da região onde a célula foi cortada, o núcleo pode 
apresentar diâmetros variados ou mesmo não ser observado. As poucas fibras 
musculares lisas observadas em corte longitudinal exibem formato fusiforme, núcleo 
único, alongado e central, e ausência de estrias transversais. 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
1. Cite 2 locais onde pode ser encontrado o músculo liso 
2. Porque são observadas as estriações transversais nas fibras musculares 
esqueléticas? 
3. No que consistem os discos intercalares do músculo cardíaco? 
 
 
 17 
 
8) SANGUE E MEDULA ÓSSEA 
 
LÂMINA F1 – Esfregaço de sangue de MAMÍFERO 
 Para esta observação, utilizamos a objetiva 
de imersão (100x), que resulta em um aumento 
final de 1000x, necessário para a identificação 
dos elementos figurados do sangue. 
Quando se focaliza com a objetiva de 
imersão, existe o risco de que esta se encoste 
na lâmina, causando avarias em uma delas ou 
em ambas (no esfregaço de sangue não 
utilizamos lamínula). Para se evitar isto, coloca-
se em posição a objetiva de imersão, afastada 
do preparado, e em seguida, sobre a lâmina, 
exatamente abaixo da objetiva em posição, coloca-
se uma gota de óleo de imersão. Agora, olhando pelo 
lado, aproxima-se a platina até que a objetiva encoste 
apenas no óleo. 
 
Observando-se pela ocular, utiliza-se o parafuso micrométrico, até que o campo 
entre em foco. 
 
1. Hemácias ou eritrócitos 
Em mamíferos estas não possuem núcleo, quando coradas e vistas de cima tem a 
sua parte central mais clara, isto decorre do fato da hemácia ser mais delgada nesta área 
em virtude da forma de disco bicôncavo que apresenta. Em aves os eritrócitos são 
diferentes dos mamíferos pois são células grandes, chatas e alongadas, possuem núcleo 
oval, grosseiramente granular e citoplasma vacuolizado. 
 
2. Leucócitos 
 
2.1 Granulócitos 
a) Neutrófilos: o núcleo de um neutrófilo apresenta até 5 lóbulos, unidos por finas pontes 
de cromatina. Quando a célula é muito jovem, o núcleo não é segmentado em lóbulos, 
possuindo a forma de bastonete curvo. Neste caso, o neutrófilo é chamado de bastonete. O 
citoplasma apresenta granulações bastante discretas. 
b) Eosinófilos: a maioria apresenta núcleo bilobulado. No citoplasma, notam-se 
granulações acidófilas. 
c) Basófilos: são os mais difíceis de serem encontrados, devido à sua pequena 
porcentagem no sangue de indivíduos normais. O núcleo volumoso e irregular tem forma de 
“S”, sendo totalmente mascarado pelas granulações citoplasmáticas grandes, irregulares e 
intensamente basófilas. 
 
2.2. Agranulócitos 
a) Linfócitos: são os menores leucócitos, sendo que seu núcleo ocupa quase toda a célula, 
ficando uma pequena porção de citoplasma à sua volta que geralmente não é visível. O 
núcleo é esférico e apresenta intensa basofilia devido à condensação da cromatina. 
b) Monócitos (de 3 a 8%): são as maiores células sanguíneas. Apresentam núcleo grande 
e em posição excêntrica. Normalmente o núcleo apresenta uma indentação, de modo a 
ficar com um aspecto de ferradura. O núcleo apresenta-se menos corado e o citoplasma 
mais extenso se comparado com o linfócito. 
 
 
 
Objetiva: 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Plaquetas 
As plaquetas dos mamíferos são fragmentos do citoplasma de grandes células da 
medula óssea, denominadas megacariócitos. São corpúsculos anucleados esféricos, ovais 
ou alongados. Nos esfregaços corados sua forma não é vista claramente, e com frequência 
se apresentam em aglomerados. Em aves os trombócitos são células nucleadas, sendo 
menores e menos alongadas que os eritrócitos e possuem um núcleo maior e mais redondo. 
 
LÂMINA G1 – Medula hematógena (HE) 
 Esta preparação apresenta inúmeras células-tronco (hemopoiéticas) em divisão e 
precursores das células sanguíneas maduras mergulhados em uma matriz de tecido 
conjuntivo frouxo, rico em fibras reticulares não coradas pelo HE (10x). Note a presença 
de alguns adipócitos e de trabéculas de tecido ósseo lamelar. Dentre as células 
hematopoiéticas, apenas uma pode ser identificada de modo confiável, os megacariócitos 
que são células grandes, com núcleo multilobulado e originam as plaquetas (40x). 
Este tecido medular é ativo na formação das 
células do sangue. 
 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
1. Onde pode ser encontrada a medula óssea hematógena? 
2. Qual a função das plaquetas e dos eritrócitos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
 
9) SISTEMA IMUNELÂMINA – Baço (HE) 
Nesta lâmina observa-se o baço, revelando os seus dois 
principais componentes: a polpa vermelha e a polpa 
branca (nódulos linfáticos). O baço está envolvido por 
uma cápsula de tecido conjuntivo denso, a partir da 
qual trabéculas se estendem para dentro do parênquima 
do órgão. A polpa vermelha constitui a maior parte do 
tecido esplênico. A polpa vermelha é composta de dois 
elementos: seios venosos e cordões esplênicos (de 
Billroth), o tecido situado entre os seios. A polpa branca ou 
nódulo esplênico formado principalmente por linfócitos, 
observa-se um centro germinativo, bem como um corte 
transversal através da artériola central de parede espessa. A 
zona marginal é a área que separa a polpa branca da polpa vermelha. 
 
 
 
LÂMINA – Timo (HE) 
Cápsula delicada de tecido conjuntivo frouxo contendo tecido 
adiposo unilocular. Septos de conjuntivo dividem o parênquima 
do órgão em lóbulos incompletos. Em cada lóbulo identifica-se 
uma camada cortical e uma camada medular. A camada 
cortical é periférica e fortemente corada pela concentração 
de linfócitos em vários graus de maturação. A camada 
molecular, por sua vez, apresenta-se mais clara pois 
contém muitas células reticulares epiteliais 
(endodérmicas) bem visíveis. Nota-se a presença de 
corpúsculos tímicos ou de Hassal. 
 
 
 
 
 
LÂMINA – Linfonodo (HE) 
O linfonodo é constituído por tecido linfoide e apresenta um lado convexo e outro com 
reentrância, o hilo, pelo qual penetram as artérias nutridoras e saem as veias. Este órgão é 
envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo que envia trabéculas 
para seu interior, dividindo o parênquima em compartimentos 
incompletos. O parênquima é sustentado pelas células 
reticulares e fibras reticulares, e fica na região cortical 
superficial formada pelo tecido linfoide frouxo que forma os 
seios subcapsulares e peritrabeculares, e por nódulos ou 
folículos linfáticos. O parênquima está ausente no hilo e a 
região medular constituída de cordões medulares 
separados por seios medulares. Entre essas duas regiões 
encontra-se a cortical profunda, a qual não apresenta 
nódulos linfáticos. 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
1. O que são tonsilas? Indique as funções e localização. 
 20 
 
Objetiva: 
 
 10) TUBO DIGESTÓRIO 
 
LÂMINA – Língua (HE) 
 Papilas filiformes estão presentes na mucosa 
especializada do dorso da língua. São projeções 
cônicas e alongadas de tecido conjuntivo, que são 
recobertas por epitélio estratificado pavimentoso 
altamente queratinizado(10x). A papila fungiforme tem 
um aspecto de cogumelo com epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado apoiado em evidente tecido 
conjuntivo (40x). 
 
 
 
 
LÂMINA M3 – Estômago (HE) 
 Observa-se neste corte toda a espessura da mucosa do estômago, incluindo a 
muscular da mucosa e uma pequena porção da submucosa (4x). 
 As fossetas gástricas, contendo principalmente células mucosas, não foram bem 
preservadas neste espécime. Abaixo das fossetas encontram-se as glândulas gástricas da 
região de corpo e fundo (10x). 
 A porção anterior das glândulas (istmo e colo) se 
apresenta palidamente corada devido à presença das 
células mucosas e células parietais (40x). 
 A base das glândulas apresenta-se intensamente 
corada devido à predominância das células principais 
(ou pépticas) secretoras de pepsina. 
As células principais são menores, apresentam 
um formato piramidal, núcleos basalmente localizados 
e acentuada basofilia citoplasmática. Já as células 
parietais são bem maiores, arredondadas, apresentam 
núcleo central e intensa acidofilia citoplasmática (40x). 
 As glândulas gástricas estão rodeadas por lâmina 
própria (tecido conjuntivo frouxo), porém não ultrapassam a 
muscular da mucosa. Extensões de músculo liso podem ser 
encontradas entre as glândulas (40x). 
 
 
 
LÂMINA M4 – Intestino delgado (HE) 
 A mucosa do intestino delgado é caracterizada pela presença das vilosidades que 
apresentam lâmina própria na porção central e revestimento epitelial cilíndrico simples 
(enterócitos entremeados por células caliciformes). Notar a presença de linfócitos entre 
os enterócitos e também na lâmina própria (40x). 
 Abaixo das vilosidades, as glândulas de Lieberkühn são observadas na lâmina 
própria. Dentre os diversos tipos celulares que compõem estas glândulas, distingue-se 
neste espécime: as células caliciformes e as células de Paneth contendo grânulos 
citoplasmáticos intensamente acidófilos, localizadas na base das glândulas. Notar que as 
glândulas não ultrapassam a muscular da mucosa. A camada submucosa constituída de 
tecido conjuntivo não está bem preservada neste espécime (40x). 
Adjacente a ela, observa-se a camada muscular circular interna (fibras em corte 
transversal) e a camada muscular longitudinal externa (fibras em corte longitudinal) 
(40x). 
 
 21 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
1. Por que as células parietais apresentam citoplasma intensamente acidófilo? 
2. Qual a função da muscular da mucosa? 
3. Qual a função das vilosidades no intestino delgado? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
Objetiva: 
11) GLÂNDULAS ANEXAS AO TUBO DIGESTÓRIO 
 
LÂMINA O1 – Fígado (HE) 
 O corte de fígado é caracterizado pela presença dos lóbulos 
hepáticos e espaços porta. O limite hexagonal irregular dos 
lóbulos é definido pelos espaços porta e pelo escasso tecido 
conjuntivo (4x). 
 Cada lóbulo apresenta no centro uma vênula 
centrolobular (ramo da veia hepática), ao redor desta os 
hepatócitos se arranjam em placas que se ramificam e se 
anastomosam, lembrando a estrutura de uma esponja 
(10x). Os hepatócitos são grandes células poliédricas, de 
núcleo esférico, cromatina dispersa e nucléolo evidente 
(40x). Entre as placas de hepatócitos estão localizados os 
sinusóides hepáticos, cujas células de revestimento se 
distinguem pelos núcleos achatados e citoplasma pouco 
evidente (40x). 
 O espaço porta é caracterizado por conter três estruturas 
principais em um estroma fibroso (tríade porta) (10x). A maior estrutura 
é a vênula porta terminal (ramo da veia porta) com uma parede 
delgada, revestida por células endoteliais. Vasos de parede espessa e 
diâmetro menor são arteríolas decorrentes da artéria hepática. Os ductos biliares 
apresentam revestimento epitelial cúbico e têm aproximadamente o mesmo diâmetro das 
arteríolas (40x). Vasos linfáticos também estão presentes no espaço porta, porém como 
suas paredes delicadas frequentemente colapsam, são dificilmente identificados. 
 
LÂMINA O2 – Pâncreas (HE) 
 
 Nesta lâmina observa-se a distribuição do tecido exócrino e endócrino do pâncreas. 
Em menor aumento (4x) observa-se os lóbulos pancreáticos separados por tecido 
conjuntivo contendo ductos responsáveis pela condução da secreção exócrina. 
 O tecido exócrino, de coloração mais intensa, é constituído por ácinos e um sistema 
de ductos. As células acinares apresentam polos bem diferenciados: a porção basal é 
basófila devido à presença do núcleo e RER, enquanto o polo apical é intensamente 
acidófilo devido à presença dos grânulos de secreção. 
 O tecido endócrino do pâncreas é constituído pelas ilhotas de Langerhans de 
vários tamanhos distribuídas por todo o tecido exócrino (4x). As células endócrinas são 
pequenas com citoplasma palidamente corado. Os tipos celulares são indistinguíveis nas 
preparações tratadas com HE. As células são sustentadas por uma fina rede colágena 
contendo numerosos capilares. Uma cápsula delicada dificilmente identificada circunda 
cada ilhota (40x). 
 
 
LÂMINA O3 – Vesícula biliar (HE) 
 Nesta lâmina observa-se a parede de uma vesícula biliar não distendida, na qual a 
mucosa se apresenta muito pregueada (4x). 
 O epitélio simples de revestimentoé constituído por células cilíndricas altas com 
os núcleos localizados basalmente. A irregularidade da superfície luminal decorre das 
numerosas microvilosidades no polo apical das células (4x). 
A lâmina própria é constituída de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas, 
vasos sanguíneos e linfáticos, que drenam a água reabsorvida da bile durante seu 
processo de concentração. As fibras da camada muscular se dispõem em orientações 
longitudinal, transversal e oblíqua, mas não chegam a constituir camadas distintas. 
Externamente, há um revestimento colágeno adventício ou seroso. 
 23 
 
 
12) APARELHO URINÁRIO 
 
LÂMINA R1 – Rim (HE) 
 O rim é um órgão com forma de grão de feijão, sendo 
constituído por uma cápsula de tecido conjuntivo, zona 
cortical e zona medular (4x). 
 Na zona cortical encontra-se o corpúsculo renal e 
os túbulos contorcidos proximal e distal. No 
corpúsculo renal observa-se o folheto parietal da 
cápsula de Bowman (epitélio pavimentoso simples), 
espaço urinário ou capsular e o glomérulo. No 
glomérulo podem ser observados citoplasma e núcleos 
de células endoteliais, podócitos e células 
mesangiais, sendo difícil a distinção entre elas (40x). 
 O túbulo contorcido proximal apresenta epitélio cúbico 
simples, com células grandes e intensamente acidófilas, 
enquanto que o túbulo contorcido distal apresenta células 
menores e menos acidófilas (40x). Nas proximidades do 
corpúsculo renal, o túbulo contorcido distal apresenta um 
 segmento da sua parede modificado, com células cilíndricas 
apresentando núcleos mais corados e próximos uns dos outros, 
esta região é chamada mácula densa (40x). 
 Na zona medular são observados a alça de Henle e os túbulos coletores. A porção 
delgada da alça de Henle pode ser facilmente identificada por apresentar um epitélio 
pavimentoso simples. Enquanto que a porção espessa da alça e os túbulos coletores são 
dificilmente diferenciados, já que ambos apresentam epitélio cúbico simples (40x). 
 
 
 
LÂMINA R2 – Ureter (HE) 
 Os ureteres são tubos musculares que conduzem a urina dos rins para a bexiga. A 
luz do ureter é revestida por epitélio de transição que se apresenta pregueado e cujas 
células superficiais modificam sua morfologia conforme a distensão do órgão (4x). Abaixo 
do epitélio há uma extensa lâmina própria, altamente vascularizada. A túnica muscular é 
formada por uma camada longitudinal interna e uma camada circular externa, que são 
difíceis de serem distinguidas, pois estão dispostas em espiral. Circundando a parede 
muscular, há uma adventícia constituída de tecido conjuntivo frouxo contendo vasos, 
nervos e células adiposas (10x). 
 
 
 
QUESTÕES PARA ESTUDO: 
1. Por que os túbulos contorcidos proximais são morfologicamente diferentes dos 
túbulos contorcidos distais? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetiva: 
 24 
 
Objetiva: 
Objetiva: 
 
 
Objetiva: 
Objetiva: 
 
Lâminas Extras 
 
 
 
LÂMINA____________________________ LÂMINA____________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÂMINA____________________________ LÂMINA____________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
Objetiva: 
Objetiva: 
 
 
Objetiva: 
Objetiva: 
 
 
Lâminas Extras 
 
 
 
LÂMINA____________________________ LÂMINA____________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÂMINA____________________________ LÂMINA____________________________

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