Design com Tipos - 05: Espacejamento

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Solange Coutinho & Aline Morais
aula 5
[ ]espacejamento
Design com
espacejamento 
horizontal
A COR DA PÁGINA
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Os bons tipos são desenhados para produzir 
uma textura homogênea, mas o espacejamento 
descuidado de letras, linhas e palavras pode 
rasgar esse tecido.
A densidade da textura de uma página escrita é 
chamada de cor. A homogeneidade dessa cor é 
o objetivo mais comum almejado pelo tipógrafo. 
E isso depende de quatro fatores:
(BRINGHURST, 2005)
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desenho do tipo
espacejamento das letras
espacejamento das palavras
espacejamento das linhas
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desenho do tipo
espacejamento das letras
espacejamento das palavras
espacejamento das linhas
Os tipos são geralmente medidos em pontos, mas o
 espacejamento horizontal é medido em eme.
Eme = distância equivalente ao tamanho do tipo.
A metade do eme é o ene.
Tipo 12pt = eme 12pt Tipo 60pt = eme 60pt
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ESPACEJAMENTO ENTRE PALAVRAS
O tamanho ideal da entrepalavra varia de acordo 
com a circunstância, dependendo de fatores como 
entreletra, cor ou tamanho do tipo. Um tipo mais 
espacejado, ou mais pesado, irá necessitar de 
intervalo maior entre palavras. (BRINGHURST, 2005)
Para um tipo de texto normal em 
tamanho normal, o valor típico de 
entrepalavra é 1/4 de eme, que pode 
ser grafado como M/4.
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ESPACEJAMENTO ENTRE PALAVRAS
Umiquartoideimiéinormalmenteiigualiouiumipoucoi 
maioriqueiailarguraideicomposiçãoidailetraii.
Um quarto de m é normalmente igual ou um pouco 
maior que a largura de composição da letra i.
(BAINES E HASLAM, 2002)
Alguns autores utilizam a letra t como 
comparação. O que importa, de fato, é 
a fração do eme.
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ESPACEJAMENTO ENTRE PALAVRAS
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Se o texto for justificado, uma entrepalavra 
mínima razoável ficará em torno de M/5, e M/4 
será a medida a ser alcançada. A medida máxima 
razoável para textos justificados é M/2.
No entanto, para alfabetos mais espacejados ou 
compostos em tamanhos menores, M/3 é a 
medida a ser atingida e M/4 passa a ser o mínimo 
melhor.
Em versais espacejadas pode ser necessário usar 
uma entrepalavra de M/2.
(BRINHURST, 2005)
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ESPACEJAMENTO ENTRE PALAVRAS
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Apenas um espaço é necessário entre as palavras 
e as sentenças, depois de um ponto, de um ponto 
e vírgula, ou de qualquer outra marca de
pontuação.
Nomes como W.B. Yeates e J.C.L. Prillwitz podem 
receber espaços ultrafinos ou nenhum espaço 
após os pontos. Um espaço normal segue após o 
último ponto da cadeia.
(BRINHURST, 2005)
☞ Uma lista (sumário ou receita, por exemplo) oferece 
a oportunidade de construir estruturas em que o 
espaço pode separar ou unir seus elementos.
Entre as maneiras mais comuns estão: abrir grandes 
precipícios de espaço sobre o qual o olho não 
consegue alcançar ou utilizar linhas pontilhadas 
pouco esclarecedoras que forçam o olho a 
caminhar cabisbaixo como se fosse um prisioneiro 
escoltado à cela.
(BRINHURST, 2005)
ESPACEJAMENTO ENTRE PALAVRAS
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ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
Os caracteres não devem ser vistos como 
entidades individuais; a definição do espaço ideal 
entre eles é uma questão de percepção, no 
contexto em que estão aplicados. Varia de 
acordo com o tamanho e desenho do caractere. 
(CLÁUDIO ROCHA, 2005)
Os vazios aparecem em torno de letras como L, T, 
V, W, Y (LUPTON, 2006). Kerning é um termo que 
tem sua origem nos tipos de metal. Significa que 
parte de uma letra avança sobre o espeço da 
outra. 
Kerning é a redução ou 
aumento do espaço entre 
pares de letras de uma 
fonte. É indispensável 
para garantir a legibilidade 
e a consistência de uma 
palavra ou composição, 
assegurando a hamonia 
do texto. (ROCHA, 2005)
ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
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Nas tipografias digitais, as fontes costumam incluir 
pares de kerning, “built-in”, que fazem parte do 
projeto original. Além disso, os recursos dos 
softwares para os ajustes do kerning são mais 
frequentes.
Esse procedimento é fundamental, principalmente 
em textos ou títulos de corpos maiores, onde as 
inconsistências são mais visíveis.
ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
☞ A composição tipográfica por computador auxilia 
o kerning extensivo, mas não deixa de requerer 
julgamento - e nisso, o computador não ajuda.
(BRINGHURST, 2005)
Quanto menos kerning, melhor;
um kerning inconsistente é pior 
do que nada.
ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
KERNING POSITIVO E KERNING NEGATIVO
Os valores e a quantidade 
dos pares de kerning numa 
fonte dependem das combi-
nações específicas de letras, 
do tipo de alfabeto (serifado, 
manuscrito, etc) e do espace-
jamento geral dos caracteres. 
Por exemplo, o HH possui 
kerning positivo e o AV, 
negativo. (ROCHA, 2005)
KERNING 
O kerning também precisa 
ser observado entre pares 
de números e sinais, como 
vírgulas, pontos, barras e 
aspas. (ROCHA, 2005)
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KERNING E TRACKING
Não se deve confundir kerning com tracking 
(entreletras), que é o aumento ou diminuição por 
igual do espaço entre os caracteres de uma 
palavra ou de uma linha de texto. 
(CLÁUDIO ROCHA, 2005)
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TRACKING DE VERSAIS
Fazer o tracking de versais e versaletes 
enobrece-as e é uma prática comum. O designer 
pode criar um campo visual mais arejado ao 
espacejar levemente um corpo de texto. 
O espacejamento negativo raramente é desejável 
e deve ser usado com cautela para ajustar uma 
ou mais linhas de texto justificado.
(ELLEN LUPTON, 2006)
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ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
O valor normalmente utilizado para espacejar 
acrônimos, como IBGE ou ONU, em textos é de 5% 
a 10% do tamanho do tipo. 
Em títulos e subtítulos, um espacejamento extra é 
muitas vezes desejável. Não há um valor ótimo 
generalizado para espacejar versais titulares ou 
display, pode variar entre 5% a 100% do tamanho 
original.
(BRINHURST, 2005)
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ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
Também é possível fazer o tracking de sequências 
de números. Números composto em pares não 
precisam ser espacejados; cadeias de três ou mais 
podem precisar de algum respiro.
Essa é a razão que há por trás do hábito europeu 
de compor números telefônicos na forma 00 00 
00 00, ao invés de 0000-0000.
(BRINHURST, 2005)
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ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
Não espaceje minúsculas sem necessidade, pois 
dificulta sua legibilidade, mas há em alguns 
alfabetos em caixa-baixa aos quais esse princípio 
não se aplica.
Uma separação modesta pode fazer com que as 
minúsculas de tipos como o univers bold fiquem 
mais legíveis.
(BRINHURST, 2005)
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ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
A quantidade de espaço entre letras depende 
muito da fonte: fontes condensadas podem ter um 
espacejamento menor, enquanto as extendidas se 
comportam melhor com espaço regular ou maior.
Fontes display podem ser projetadas com tracking 
negativos, já fontes em tamanhos menores 
precisam de tracking positivo para aumentar a 
legibilidade.
(CRAIG, 1990)
☞ Quanto mais consistente for o espacejamento entre 
letras e palavras, melhor será a legibilidade de um 
texto. Se escolher um tracking negativo, escolha 
também um espaço entre palavras menor.
(CRAIG, 1990)
ESPACEJAMENTO ENTRE LETRAS
espacejamento 
vertical
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ESPACEJAMENTO VERTICAL
O espaço na tipografia é como o tempo na música. 
É infinitamente divisível, mas alguns poucos intervalos 
proporcionais podem ser muito mais úteis do que uma 
oferta ilimitada de valores arbitrários. 
O espacejamento horizontal é obtido quase que
 inconscientemente, através do preenchimento das letras 
na coluna. Já o espaço vertical é medido de forma diversa. 
(BRINGHURST, 2005)
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ESPACEJAMENTO VERTICAL
É precisoescolher não apenas a altura da coluna ou da 
página – mas também uma unidade rítmica básica. 
Essa unidade é a entrelinha (leading), 
que é a distância de uma linha base 
a outra. 
Um tipo de 11pt com entrelinha de corpo (ou sólido) é des-
ignado pela notação 11/11. A altura teórica do tipo é de 11 
pt, e a distância entre as linhas de base também é de 11pt. 
(BRINGHURST, 2005)
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ENTRELINHA
Se você adicionar 2 pt à entrelinha, esse valor irá mudar 
para 11/13. A distância entre as linhas de base terá 
aumentado para 13 pt e o tipo terá mais espaço para 
respirar. 
(BRINGHURST, 2005)
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ENTRELINHA
Textos contínuos raramente são compostos com entrelinha 
negativa e apenas alguns tipos de texto ficam com boa 
legibilidade quando compostos com entrelinha de corpo 
Um pequeno texto publicitário ou um título podem ser 
compostos com entrelinha negativa (18/15, por exemplo), 
contato que as ascendentes e as descendentes não coli-
dam 
(BRINGHURST, 2005)
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ENTRELINHA
A maior parte dos textos requer uma entrelinha 
positiva. Especificações como 9/11, 10/12, 11/13 e 12/15 
são rotineiras.
(BRINGHURST, 2005)
Mais entrelinha 
Colunas mais largas 
Tipos mais pesados 
Tipos de corpo grande 
Fontes sem serifa 
Fontes com cor forte e 
eixo racionalista (bodoni) 
Colunas mais estreitas 
Tipos mais leves 
Tipos de corpo pequeno 
Fontes com serifa 
Fontes com cor clara e 
eixo humanista (bembo) 
Menos entrelinha 
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ENTRELINHA
Uma quantidade extra de entrelinha também é bem-
vinda quando o texto tiver sobrescritos, subscritos, 
expressões matemáticas ou muitas versais.
Títulos, subtítulos, citações em destaque, notas de 
rodapé, legendas e outras intromissões podem sofrer 
variações na base rítmica da entrelinha regular, 
dando vitalidade à página. 
No entanto, o texto principal deve voltar à mesma 
batida depois de cada uma delas. 
 
(BRINGHURST, 2005)
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ENTRELINHA
A quantidade de espaço vertical consumida em cada 
desvio do texto principal deve ser necessariamente 
um múltiplo da entrelinha básica. 
Se o texto estiver com 11/13, as intromissões devem 
ser: 26, 39, 52, 65 e assim por diante. 
(BRINGHURST, 2005)
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ENTRELINHA
Os modos de entrelinhar os subtítulos num texto de 11/13 
ficam restritos às seguintes possibilidades: 
subtítulos 11/13 em versaletes, com 13 pt acima e abaixo;
subtítulos 11/13 em caixa-alta e baixa, com 8 pt acima e 5 abaixo;
subtítulos 11/13 em versais com 26 pt acima e 13 abaixo;
subtítulos 14/13 em itálico em caixa-alta e baixa com 16 pt acima e 
10 abaixo.
(BRINGHURST, 2005)
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ENTRELINHA
A entrelinha padrão na maior parte dos programas de 
programação é um pouco maior que a entrelinha do corpo 
(120%). Expandi-la torna a cor do bloco de texto mais leve 
e aberta. 
 
(LUPTON, 2006)
À medida que a entrelinha 
aumenta, o bloco de texto 
passa a ser visto não como 
um tom de cinza, mas como 
linhas separadas. Destrói 
a unIdade do texto.
 
(LUPTON, 2006)
As letras romanas foram feitas 
para ficar uma ao lado da outra, 
não uma em cima da outra. 
As letras em caixa-alta formam 
pilhas mais estáveis que as 
caixa-baixa. Centralizar a coluna 
ajuda a homogeneizar as 
diferenças de largura.
 
(LUPTON, 2006)
As pilhas de caixa-baixa são 
esquisitas porque as 
ascendentes e descendentes 
fazem o espacejamento vertical 
ficar desigual, além da diferença 
de largura de caracteres ficar 
mais visível. 
 
(LUPTON, 2006)
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ENTRELINHA
Qual seria o modo mais simples de fazer com que uma 
linha de texto forme uma linha vertical? 
Mudar a orientação da linha base, 
preservando a afinidade natural das 
letras que se apóiam nela. 
Não há regra fixa que determine a leitura de cima para 
baixo ou de baixo para cima. No entanto, é mais comum, 
em lombadas de livro, compor de cima para baixo. 
 
(LUPTON, 2006)
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ENTRELINHA
Ao compor displays com caracteres em caixa-baixa, 
os espaços entre as linhas pode parecer desigual, 
mesmo que a entrelinha seja consistente.
Para corrigir isso, você pode 
ajustar a entrelinha 
mecanicamente para que 
o texto pareça oticamente
igual. Outra alternativa 
é colocar o texto em versal. 
 
(CRAIG, 1990)
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ENTRELINHA
Não existe regras fixas para escolha da entrelinha, mas 
algumas dicas podem ajudar na decisão:
1 - Aparência 
a distância entre as 
linhas afeta a aparência
da página impressa. 
Quanto menos espaço 
entre as linhas, mais 
escuro e mais preto o
impresso ficará. 
 
(CRAIG, 1990)
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ENTRELINHA
Não existe regras fixas para escolha da entrelinha, mas 
algumas dicas podem ajudar na decisão:
2 - Tamanho do tipo
tipos muito pequenos 
(5, 6, 7 pt) precisam de
 entrelinha positiva para
se tornar legível 
 
(CRAIG, 1990)
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ENTRELINHA
Não existe regras fixas para escolha da entrelinha, mas 
algumas dicas podem ajudar na decisão:
3 - Altura-x
tipos com altura-x grande 
(helvetica, century 
expanded) tem pouco
 espaço entre as linhas 
quando composto com 
entrelinha de corpo e 
precisam de mais espaço 
em branco do que tipos 
com pequena altura-x 
(futura, garamond). 
 
(CRAIG, 1990)
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ENTRELINHA
Não existe regras fixas para escolha da entrelinha, mas 
algumas dicas podem ajudar na decisão:
4 - Tamanho da linha
é recomendado utilizar extra entrelinha em linhas longas, 
pois quando elas estão muito juntas, o leitor pode ler a 
mesma linha duas vezes. (CRAIG, 1990)
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ENTRELINHA
Não existe regras fixas para escolha da entrelinha, mas 
algumas dicas podem ajudar na decisão:
5 - Quantidade de texto
você pode colocar muito texto numa área pequena 
colocando uma entrelinha moderada. Por outro lado, um 
texto pequeno pode ocupar uma área maior aumentando 
a entrelinha (CRAIG, 1990)