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Voto Censitário O Voto censitário era a concessão do direito do voto apenas àqueles cidadãos que possuíam certos critérios que comprovassem uma situação financeira satisfatória. Desse modo, os cidadãos eram classificados em ativos – que pagavam impostos- e passivos que tinham uma renda baixa. Apenas os ativos tinham o direito de votar. Na época colonial, só podiam votar (e ser votados) nobres, burocratas, militares, comerciantes ricos, senhores de engenho e homens de posses, mesmo analfabetos. Em 25 de março de 1824, D. Pedro I outorgou a primeira Constituição brasileira e estabeleceu o voto censitário. O processo eleitoral seria realizado em dois turnos: eleições primárias, para a formação de um colégio eleitoral que, nas eleições secundárias, elegeria os senadores, deputados e membros do Conselho da Província. Só o alcaide-mor, espécie de prefeito, era indicado pelo rei. Poder Moderador Era denominado poder moderador um dos quatro poderes previstos pela Constituição Brasileira de 1824, onde a vontade expressa do imperador tinha preponderância sobre os outros três poderes comumente estabelecidos, legislativo, executivo e judiciário. O idealizador do conceito de Poder Moderador foi o pensador suíço Henri-Benjamin Constant de Rebeque (1767 – 1830). Segundo sua concepção, a função natural do poder real em uma monarquia constitucional seria a de um mediador neutro, capaz de resolver os conflitos entre os três poderes instituídos e também entre as facções políticas. Os únicos países a aplicarem a teoria de Benjamin Constant foram o Brasil, entre 1824 e 1889, e Portugal, entre 1826 e 1910. Sabinada A Sabinada foi um movimento cujo nome é proveniente do médico e jornalista Francisco Sabino Vieira. Ocorrido na capital baiana, Salvador, durante o período imperial o movimento está inserido na tradição da Bahia pela autonomia política como acontecera com outros movimentos. Sabino e seus apoiadores proclamaram a República Baiana, no dia 7 de novembro de 1837, representando um rompimento com o governo imperial da época. A província, então, negaria qualquer regência e só responderia ao Imperador Dom Pedro II, quando tivesse idade suficiente para assumir seu cargo. O movimento foi se expandindo gradativamente e conquistando adeptos. Mas não foram apoiados pelas classes mais baixas da sociedade naquele momento, os escravos, e nem mesmo pelas elites. Mantendo-se característico da classe média urbana. A repressão isolou a cidade de Salvador e o ataque causou a morte de mais de cinco mil pessoas e os rebeldes capturados foram julgados posteriormente pelos latifundiários da região. Conjuração Baiana A Conjuração Baiana (ou Revolta dos Alfaiates) aconteceu em 1798 e tinha caráter emancipacionista: exigia, a qualquer custo, a independência do domínio português. Quando Salvador deixou de ser a capital brasileira, acabou perdendo boa parte dos investimentos da Coroa e passou a ter papel secundário diante da nova capital e a população baiana acabou sofrendo com a crise econômica do estado. Quem se destacou na propagação da revolta foi o médico Cipriano Barata. Ele organizou a população mais humilde, como escravos e pequenos camponeses, comerciantes, artesãos, religiosos, soldados, setores populares e, especialmente, muitos alfaiates. O rei de Portugal D. Fernando infiltrou homens de seu exército com os revoltosos e conseguiu prender a maioria dos envolvidos. Apesar de não ter sido concretizado em sua totalidade, a Conjuração Baiana é considerada uma importante revolta popular. Muito além da pretensão de derrubar a monarquia, a revolta pôs em xeque as questões sociais do país e deu impulsão para o surgimento das primeiras campanhas abolicionistas do país. Balaiada No início do século XIX, a população maranhense era composta de escravos e de sertanejos miseráveis, enquanto o poder estava nas mãos de proprietários rurais e comerciantes. Tudo isso fez com que a revolta e a insatisfação popular se agravasse, principalmente depois que políticos conservadores tentaram aumentar os poderes dos prefeitos. A revolta popular transformou-se em um movimento que foi capaz de mobilizar a classe marginalizada da sociedade. O início da revolta foi no dia 13 de dezembro de 1838, quando um grupo de vaqueiros liderados por Raimundo Gomes invadiu a cadeia local para libertar alguns companheiros que tinham sido presos. A Balaiada representou a luta popular contra as desigualdades e injustiças da sociedade da época (sociedade escravista). A balaiada teve sua origem no confronto entre duas facções: cabanos (conservadores) e bem-te-vis (liberais). Os membros destes dois partidos pertenciam à classe alta do Maranhão. Até 1837, o Maranhão foi governado pelos liberais (bem-te-vis); porém, com a ascensão de Araújo Lima como regente e a vitória dos conservadores no governo central do Rio de Janeiro, os conservadores (cabanos) do Maranhão conquistaram o poder e afastaram os bem-te-vis do governo. Enquanto esses dois grupos brigavam entre si, Raimundo Gomes levava a revolta para o Piauí e em 1839 contava com a participação de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (fazedor de balaios – cestos de palha). Daí o nome do movimento. O coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias), reorganizou as tropas e começou a atacar e a cercar os redutos balaios, que estavam enfraquecidos. Alguns foram derrotados e outros se renderam. Assim estava terminada a Balaiada. Cabanagem A cabanagem foi uma revolta que aconteceu no norte brasileiro, no Grão-Pará, tinha como objetivo aumentar a importância que o Pará tinha para o Brasil, melhorar a condição de vida do povo, que vivia em cabanas de barro (daí o nome da revolta) e tirar do poder dos governadores da província, que na maioria das vezes, nunca tinham ido à região. Faziam parte da conspiração índios, mestiços e pessoas da classe média. Tomaram por duas vezes, o controle de Belém, capital da província. Na primeira vez, em agosto de 1835, liderada por Félix Melcher e Francisco Vinagre, as forças do governo recuperaram o poder, através de ataques de mercenários estrangeiros, e com uma ajuda dos próprios lideres, que muitas vezes entravam em desacordo. Logo após, os cabanos que se encontravam no interior se movimentaram para a capital, tomando o poder novamente. O chefe dessa segunda investida foi Eduardo Angelim, que, apesar de ser da classe média, favorecia demais os pobres, causando estranheza e abandono dos outros líderes, culminando com o fim de seu governo, que foi de agosto de 1835 a abril de 1836. O governo reprimiu duramente os cabanos, fazendo vários massacres. O movimento ficou ativo entre 1836 e 1840, no interior da Amazônia, por meio de guerrilhas, mas não conseguiram maiores feitos. Revolta Praieira No início do século XIX, Pernambuco era a mais importante província do nordeste. Seus políticos tinham muita influência no Rio de Janeiro, graças ao açúcar. Ali existiam dois partidos: liberal (dominado pelos Cavalcanti) e conservador (dominado pelo Rego Barros). Em 1842, alguns integrantes do Partido Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de Pernambuco (Partido da Praia), eles acusavam Rego Barros de distribuir os melhores cargos aos Cavalcanti e seus aliados mais próximos. Além destes fatores, havia outras razões, como por exemplo, a Inglaterra fazia pressão para o fim do tráfico de escravos, porém para as famílias Cavalcanti e Rego Barros, isso não significava problemas, pois conseguiam escravos baratos através da prática do contrabando (que era acobertada pelas autoridades), enquanto que os demais membros da população, eram obrigados a pagar o preço de mercado pelos escravos. Com o apoio de Antonio PintoChichorro da Gama (deputado da Assembleia Legislativa), os praieiros chegaram ao poder. Lá, demitiram os funcionários da administração e da polícia que haviam sido nomeados pelos conservadores e acabaram causando um verdadeiro caos administrativo. Chichorro deixou o poder em 1847 e isso gerou um clima de instabilidade e foi nomeado Herculano Ferreira Pena para o governo de Pernambuco (com a missão de sufocar as manifestações de descontentamento), a situação ficou incontrolável explodia a revolução. Os praieiros defendiam um programa avançado: voto livre e universal, liberdade de imprensa, garantia de trabalho, nacionalização do comércio (que estava nas mãos dos portugueses) reformas econômicas e sociais. Em fevereiro de 1849, os praieiros liderados por Pedro Ivo entraram em Recife, no entanto, a fragilidade das forças rebeldes não permitiu uma luta muito longa e, pouco tempo depois deu-se o fim a rebelião. Confederação do Equador O absolutismo de D. Pedro I trouxe grande insatisfação à população e isso gerou protestos em Pernambuco, Paraíba e Ceará. Os jornais “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata e o “Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (ambos liberais) ajudaram ainda mais a preparar o espírito das pessoas para a revolução. As ideias republicanas dominavam o nordeste e se acentuaram em face das ameaças do Imperador que, com a Constituição outorgada em 1824, impôs ao país um estado unitário. Pernambuco não aceitou essa Constituição e seu presidente Manuel de Carvalho Pais de Andrade proclamou a Confederação do Equador (movimento republicano e separatista que uniu Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte). O objetivo era formar um novo estado completamente separado do Império, cujas bases eram um governo representativo e republicano, garantindo a autonomia das províncias confederadas. Porém, a repressão ao movimento estava sendo preparada no Rio de Janeiro. Várias tropas foram enviadas para o Nordeste sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva (forças terrestres) e de Lord Cochrane (forças navais). As penas impostas aos revoltosos foram severas e D. Pedro não atendeu aos pedidos para que elas fossem mudadas. Frei Caneca foi condenado à forca, contudo, acabou sendo fuzilado, diante da recusa do carrasco em executar a sentença. Muitos companheiros de Caneca receberam a mesma condenação, outros conseguiram fugir. Guerra dos Mascates A Guerra dos Mascates foi um conflito entre senhores de engenho de Olinda (sede do poder público) e comerciantes de Recife (chamados de “Mascates” e eram, em sua maioria, portugueses). Em 1630, os holandeses chegaram em Pernambuco e dominaram Recife e Olinda. Antes da chegada desses estrangeiros, Recife não era muito notável, Olinda era o principal núcleo urbano, ao qual Recife encontrava-se subordinada. Com a expulsão dos holandeses, Recife cresceu, tornou-se um centro comercial e, principalmente por causa do seu excelente porto, começou a receber um grande número de comerciantes portugueses. Os senhores de engenho (que controlavam Olinda) começavam a ficar incomodados com o progresso de Recife (controlada pelos comerciantes). Conforme Recife crescia, os mercadores começaram a querer se libertar de Olinda e da autoridade de sua Câmara Municipal. Em 1703, Recife conseguiu o direito de representação na Câmara de Olinda; porém, as influências exercidas pelos senhores de engenho fez com que esse direito não saísse do papel. Em 1709, os recifenses ganharam sua própria Câmara e se libertaram definitivamente da autoridade política de Olinda. Inconformados, os senhores de engenho de Olinda se revoltaram e atacaram Recife. Somente após a intervenção das autoridades coloniais é que as lutas foram suspensas e em 1711, Recife finalmente conseguiu sua igualdade perante Olinda. Assim estava encerrada a Guerra dos Mascates, com a vitória dos comerciantes. Revolta dos Beckman A Revolta de Beckman foi uma rebelião ocorrida em 1684, como uma reação de proprietários rurais do Maranhão, aos abusos cometidos pela Companhia de Comércio do Maranhão. Nesse contexto, a revolta teve início em 1684, sob a liderança dos irmãos Tomás e Manuel Beckman, grandes senhores de engenho da região. A revolta teve como objetivo a abolição do monopólio da Companhia de Comércio do Maranhão, para que se estabelecesse uma relação comercial justa. A insatisfação da população foi crescente, pois a Companhia vendia produtos de baixa qualidade a preços altos, os escravos não eram suficientes e a Companhia pagava um preço injusto pelo açúcar e pelo algodão dos produtores. Os Beckman lideraram o saque aos armazéns da Companhia, depuseram o governo local e expulsaram os jesuítas da região. Gomes Freire de Andrade o novo governador, foi enviado pela coroa portuguesa para restabelecer a ordem na região, com forças que o acompanharam para tal. Não houve resistência dos revoltos.Os envolvidos na revolta foram presos e julgados. Revolução Pernambucana Em 1817, aconteceu a revolução pernambucana. Os revoltosos queriam proclamar a República e com isso acabar com o sistema de governo existente. Vários fatores causaram a revolução: os gastos da Corte no Rio de Janeiro. O governador de Pernambuco era obrigado a enviar grandes somas de dinheiro para a capital e com isso, atrasava o salário dos soldados causando um descontentamento geral. A rivalidade entre brasileiros e portugueses. A influência da independência dos EUA e da Revolução Francesa além do mais algumas colônias espanholas tinha se tornado independente. A revolta começou quando um soldado matou um português durante as festas comemorativas da expulsão dos holandeses. Os revoltosos tomaram Recife e libertaram os presos políticos. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro fugiu para o Rio de Janeiro. Os líderes da rebelião chamavam-se: Domingos José Martins, José de Barros Martins (tinha o apelido de “Leão Coroado”), João Ribeiro e Miguelinho (esses dois últimos eram padres). Em Recife os revoltosos organizaram um governo provisório que tinha representantes do clero, do comércio, do exército, da justiça e dos fazendeiros. As medidas tomadas foram à abolição dos impostos e a liberdade de imprensa Ao tomar conhecimento da revolta, Dom João enviou a Pernambuco vários soldados para retomar a cidade. Enquanto o porto de Recife era bloqueado, tropas baianas atacavam por terra. Apesar de lutarem, os rebeldes foram cercados e derrotados, mas muitos fugiram para o interior.