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Bases conceituais das Terapias complementares [Ano] Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 2 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Bases conceituais das Terapias complementares Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Solange S. Mascarenhas Chagas Revisão Textual: Profa. Dra Patrícia Leite Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 3 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Nesta unidade, discutiremos os elementos principais que constituem as bases das terapias complementares. Você aprenderá sobre: Antroposofia; Homeopatia; Terapia Tradicional Chinesa; Ayurvédica; Antroposofia A medicina é uma atividade legítima, criada pelo homem com a finalidade de aliviar sofrimento. Aquele que assume o cuidar do ser humano como ofício deve ter não apenas interesse e boa vontade, mas também reconhecer a necessidade de embasamento científico, de um preparo clínico prático e orientado. Quando o cuidar do outro se torna distorcido pelas falhas que encontramos no sistema, corremos o risco desse cuidado se tornar desumano, tecnicista demais e impessoal. Origem do movimento Antroposófico Rudolf Steiner foi um cientista, filósofo e professor. Nascido na Áustria – Hungria em 1861. Estudou Ciências Exatas e construiu as bases da Antroposofia, como feito de um trabalho de pesquisa próprio e original. Sob sua orientação foi constituída a Universidade Livre, dedicada à ciência, cultura e Antroposofia – a qual foi chamada de “Goetheanum”. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 4 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Filosofia da Antroposofia Segundo Moraes (1996), Antroposofia é uma atitude de vida, uma maneira mais dinâmica de enxergar as situações (mais prática e profunda) e que traz possibilidades práticas em várias áreas de atuação profissional: no ensino, agricultura, artes, pesquisa, ética e na saúde. Ainda, segundo o mesmo autor, a Antroposofia não quer, não pode e não pretende criar “alternativas”, e sim somar, acrescentar, enriquecer e ampliar o que já existe de bom e de real em cada área profissional. Para seguir os conceitos da Antroposofia, o profissional deve ser um amante do homem, deve ter respeito e admiração pela criatura humana, fazendo com que cultive interesse pela questão do ente humano. O cuidador deve se atentar a questões como: O que é ser humano? O que é mais sadio, mais adequado para a pessoa humana? Sendo um cuidador, como posso criar uma condição interior que permita entender e sentir as necessidades reais das pessoas? Entender que quem sofre não é apenas um caso clínico e não espera que o profissional prove apenas uma teoria, trata-se de uma criatura viva, que sente, pensa, se autoreconhece. Cuidar das pessoas é uma relação humana e não uma disputa intelectual. Antroposofia, etimologicamente, significa “A sabedoria do homem”. O que oferece o cuidado baseado na Antroposofia? Para Gonsalves (1996), o cuidado segue em busca do homem, implica em conhecimentos, descobertas, vivências, aplicações práticas, tendo como parâmetros o próprio ser humano. O atendimento, quando é deteriorado pelo sistema, não é centrado no homem, mas centrado na técnica e na concepção de que a pessoa é como uma Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 5 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares máquina. Por sua vez, o atendimento Antroposófico é centrado no homem, não uma concepção teórica, mas a percepção viva desse homem. O que é o homem? Para Moraes (1996), o homem é uma criatura que vive em três diferentes níveis simultaneamente: A. Nível cósmico – Espiritual (a individualidade) B. Nível Psíquico – Emocional (a personalidade) C. Nível Orgânico – vital (a figura humana) O cuidador deve aprender a ver e a sentir uma alma, uma personalidade que tem algo a dizer por trás da figura humana que se apresenta diante de nós. A cada corpo humano vivo corresponde uma entidade psíquica própria, percebendo que existe até um ser espiritual, uma individualidade, um Eu humano. Podemos dizer então que o ser humano é composto de corpo, alma e espírito e tem necessidades em todas as composições. Assim, o tratamento que serve ao sistema tradicional, normalmente se limita ao cuidador do nível C (orgânico – vital). O cuidador é treinado para um desempenho técnico das necessidades do nível C. Nos últimos tempos, começou-se a falar e dar importância aos conceitos da medicina psicossomática, o que levou os cuidadores a pensarem e darem maior importância ao nível B, considerando-se que, quando ocorre a somatização, ou seja, conflitos não resolvidos no nível B, mergulham para o nível C, determinando uma doença somática. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 6 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares O homem trimembrado De acordo com as abordagens discutidas por Moraes (1996), em sua própria natureza física, em sua organização corpórea, o homem mantém a imagem de sua essência tríplice: orgânica – psíquica – espiritual. Nos quatro membros e nos órgãos abdominais vive a nossa natureza metabólica–motora e por isso nos movimentamos e realizamos tarefas no mundo, gerando a disposição para fazer a vontade, o querer, enfim, a energia vital. Na cabeça existe a disposição oposta da que ocorre no abdômen, aparece a natureza perceptiva, sensorial, nervosa. Nesse espaço não existe digestão ou movimento como no abdômen, é necessário repouso, frieza e não calor. Os neurônios não se regeneram, sua capacidade reprodutiva é pobre, ao contrário do que acontece no tubo gastrintestinal e aparelho reprodutor que têm ciclo vital rápido. O abdômen é aberto para o exterior e não fechado em uma caixa óssea isolante como o crânio. No abdômen, tudo é eliminado e excretado por meio dos movimentos peristálticos e do calor. Na cabeça, a tendência é entrar, assim como a luz entra pelos olhos, o som pela cavidade auditiva, os odores entram pelas narinas e os alimentos pela boca. Por meio desses sentidos adquirimos as percepções e informações vindas de fora. Segundo Moraes (1996), a cabeça e abdômen são polaridades conflitantes e se destruiriam se não fossem harmonizadas e equilibradas pelo organismo. A região em que acontece o equilíbrio é justamente o tórax, pois os movimentos dos órgãos torácicos alternam as duas tendências. Um exemplo é o seguinte: no pulmão o ar entra (por meio da cabeça) e depois é expelido (no abdômen) pela expiração. O coração realiza contração e relaxamento muscular, controlando a entrada e saída de sangue. Portanto, Moraes (1996) afirma que a harmonia é realizada pelo tórax por meio de movimentos rítmicos, ritmo entre rigidez (cabeça) e flacidez (abdômen). Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 7 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementaresConsequentemente, na cabeça o homem sintoniza seu ser com o mundo dos pensamentos e das percepções, no abdômen e nos membros realiza sua vontade e no tórax manifesta seus sentimentos, afetos, simpatias e antipatias. O Homem quadrimembrado Para Gonsalves (1996), o homem também tem relação com o mundo natural ao seu redor, onde vivem três outros reinos: mineral, vegetal e animal. A Antroposofia vê o homem como um quarto reino, em que as criaturas têm um “Eu”, um “Espírito autoconsciente”. Por outro lado, o homem tem dentro de si os outros três reinos naturais. Um exemplo disso é que o homem humaniza em si as substâncias minerais e com elas, constitui seu corpo físico. As substâncias do corpo físico são as mesmas extraídas da terra, do mundo mineral, elevadas à humanização como o magnésio, ferro, cálcio etc. No caso dos vegetais, o homem possui as “forças vitais” estruturadoras como as plantas. Exemplo: Quando o homem dorme profundamente ou quando se encontra em coma, mantém vida vegetativa, no entanto, estruturas como unha e cabelo continuam crescendo como as plantas. Quando o homem morre, cessam os processos vitais, essas estruturas se decompõem e voltam ao mundo mineral. Além da nossa estrutura vital, temos a animalidade em nosso ser. Animal é um ser dotado de alma, portanto, dentro do ser humano existe uma atividade interna aparentada com a que existe nos animais: “É a alma humana”, que se manifesta por meio das percepções, sensações, emoções e sentimentos. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 8 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Terapêutica Antroposófica: O que é curar? Para Moraes (1996), curar é transformar, ajudar a transformar um homem doente em sadio. Mas o que é um homem sadio? Para ele, curar no contexto da Antroposofia seria o ideal humano de amar, de sabedoria, de boa vontade. Um homem curado seria uma pessoa sadia, normal, justa e equilibrada. Enquanto o ser humano não for totalmente são de corpo, alma e de espírito, ele não será totalmente realizado em seus potenciais, errará e sofrerá repetidamente. Medicamentos e terapias criadas pela Antroposofia A Antroposofia desenvolveu um arsenal terapêutico próprio, como relata Bott (2003). Primeiramente, consideram-se três níveis do ser e, em seguida, utiliza-se o medicamento mais indicado em cada nível. A. Eu pensar consciente B. Alma sentir subconsciente C. Organismo Querer Inconsciente Ainda, segundo Bott (2003), os medicamentos agem a partir do polo inconsciente, entendendo que irão interferir nos níveis superiores. Exemplo: dificuldade de raciocínio, sonolência por um distúrbio orgânico são causados por um desequilíbrio do nível C, produzindo doença no nível A. Neste caso, usa-se medicamento a partir do orgânico-inconsciente que liberará o pensar do indivíduo. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 9 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Terapias artísticas atingem o nível B, procedimentos tais como efeitos da cor e de notas musicais entram no sentir e os desenhos e formas dinâmicas ordenam o pensar. Homeopatia A homeopatia foi criada por Christian Friedrich Samuel Hahnemann, que após ter sido clínico de renome e se desiludido com os tratamentos em uso, resolveu fazer experiências em si mesmo com as descobertas realizadas e a partir daí criou a lei dos semelhantes que é o princípio fundamental da homeopatia (Gonsalves,1996). Conceitos básicos da homeopatia Segundo Gonsalves (1996), a homeopatia foi criada por Hahnemann, baseado não apenas na lei da similitude como também na individualização do doente e de remédio a ser empregado. Os fundamentos da homeopatia encontram-se enunciados no Organon, obra escrita por Hahnemann e referência dessa filosofia. O termo homeopatia provém do grego homoios (semelhante) e athos (sofrimento). Conceitos fundamentais Para Linhares (1996), os conceitos fundamentais da homeopatia se distribuem da seguinte maneira: 1. Unidade do ser humano: o homem deve ser considerado como um todo, integralmente, “a moléstia não é uma afecção isolada que o doente apresenta. É um distúrbio de toda a substância do paciente, uma alteração de todo o organismo e seu início é muitas vezes difícil de ser percebido”. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 10 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares 2. Há doenças e doentes: a homeopatia não se preocupa em rotular a doença, em dar-lhe nome, e sim tratar do indivíduo que a apresenta. Assim, a mesma doença poderá ser tratada com remédios totalmente diferentes nos vários pacientes. 3. Energia vital: ultrapassa ligeiramente o corpo físico do indivíduo há um campo de energia. Os distúrbios de saúde resultam de um desequilíbrio da energia denominada energia vital ou força vital. O tratamento homeopático busca esse equilíbrio. 4. Exoneração: trata-se dos sintomas que não devem ser contrariados. Exemplo: casos de tosse expectorante impedida podem resultar em pneumonia, ou eczemas que ao desaparecerem dão origem à bronquite asmática. Por esse motivo, a homeopatia procura não suprimir essas exonerações até onde não haja risco para o paciente. Princípios fundamentais da homeopatia Linhares (1996) descreve como princípios fundamentais da homeopatia: 1. Experiência no homem: a homeopatia não se baseia em experiência animal para depois ser aplicada no homem. 2. Lei dos semelhantes: acha-se expressa na frase dita por Hipocrates ”similia similibus curanter” (cura pelo semelhante). 3. Doses mínimas: não atua por ação química da droga e sim pela energia liberada. Para que ocorra a liberação da energia os remédios homeopáticos são “dinamizados” o que é obtido por diluição e sucussões (batimentos, sacudidas nos frascos que sofreram diluição). Após diluição e sucussões, não haverá vestígios de substâncias químicas, porém a energia liberada vai se tornando cada vez maior. 4. Medicamento único: o ideal é que seja prescrito um medicamento chamado similimum (remédio de fundo), ou seja, aquele medicamento utilizado pelo paciente irá reequilibrar sua energia vital em desequilíbrio. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 11 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Escolha do remédio Para Gonsalves (1996), o homeopata deve conhecer o mais profundamente possível seu paciente, realizando perguntas que tragam informações particulares, principalmente de características mentais para que orientem a escolha do similimum. Após obter o maior número possível de características, o homeopata escolhe algumas que pareçam mais importantes e por meio de consulta a um livro denominado repertório, em que estão catalogados todos os sintomas e as suas características relacionadas aos remédios que as produzem e assim, reequilibrar a energia vital do paciente. Vantagens Gonsalves afirma, ainda, que a ausência quase total de ações colaterais indesejáveis torna os medicamentos homeopáticos agradáveis de serem tomados, além de serem baratos,eficazes e destituídos de ações secundárias prejudiciais, o que é explicado pelo fato dos medicamentos não agirem por meio de substâncias químicas e sim liberação de energia. Homeopatia e febre Linhares (1996) considera que a febre é um mecanismo de defesa do organismo, pois, em temperatura elevada, muitos micróbios perdem a capacidade de reprodução, por esse motivo, não se deve abaixar a temperatura para que não se abstenha a reação benéfica e não impessa a ação da natureza. Em alguns casos, como crianças que são sujeitas a convulsões febris, os antitérmicos devem ser utilizados. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 12 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Medicina chinesa A metade oriental do mundo tem suas próprias tradições de cura, são formas abrangentes e muitas vezes altamente eficazes. Segundo Bratman (1998), as principais tradições de cura são a medicina oriental (originária da China) e a medicina ayurvédica (da Índia) baseadas na tradição antiga, que foi modificada durante milênios de experiências, tornando-se sistemas abrangentes com amplo corpo de informações e uma sistematização para tratar os estados patológicos. Bratman afirma, também, que um dos ramos mais conhecidos da medicina chinesa é a acupuntura, mas também compreende a fitoterapia, a massagem (acupressão e shiatsu), a manipulação (tuina), dieta terapêutica e exercícios como o tai chi. Abordagem à saúde e à doença da medicina chinesa Equilíbrio A ideia básica e o princípio norteador da medicina chinesa, segundo Bratman (1998), é a crença que a saúde é um estado de equilíbrio, enquanto a doença é um distúrbio desse equilíbrio. O esforço do profissional é para a recuperação desse equilíbrio. Para o autor, a medicina chinesa acredita que a saúde depende de um equilíbrio completo de inúmeros fatores que devem ser ajustados e não vencidos. Esses fatores seriam: influências físicas, emocionais, ambientais e genéticas, que, quando em harmonia, produzirão uma saúde ótima. Essa filosofia exige intervenções médicas altamente personalizadas. Exemplo: não existe uma “receita de acupuntura para enxaquecas”, os pacientes recebem um tratamento individualizado baseado em detalhes sobre o seu estado pessoal. Dois pacientes com o mesmo sintoma podem receber Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 13 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares tratamento totalmente diferente, com base na pessoa e não no diagnóstico, cada paciente precisa de intervenções diferentes para levá-lo ao equilíbrio. Visão holística da medicina chinesa Bratman (1998) considera que a abordagem oriental analisa a pessoa como um todo, baseado em que a doença se deve à falta de equilíbrio, portanto é impossível resgatar esse equilíbrio olhando apenas os detalhes, o essencial é a visão do todo. Relata ainda que para a filosofia chinesa, o corpo, a mente e o espírito estão entrelaçados, explicando o porquê das perguntas que o profissional fazem nas consultas, pois, para eles, características, por exemplo, emocionais são importantes para distinguir um desequilíbrio, causando uma doença física. Contudo, não queremos dizer que a medicina oriental seja melhor em dar diagnósticos do que a medicina convencional, os dois sistemas são apenas diferentes. Medicina Ayurvédica ou Ayurveda A medicina ayurvédica é a medicina oficial da Índia até os dias atuais. No Brasil, é praticada principalmente por psicólogos e fisioterapeutas. Seus princípios e estudos foram a base para o desenvolvimento da medicina chinesa, árabe, romana e grega. Filosofia A doença vem a ser a manifestação de sintomas indesejáveis, desagradáveis ou perigosos para a manifestação da vida, considera que a doença inicia-se muito antes de chegar à fase em que ela finalmente pode ser percebida, portanto pequenos desequilíbrios tendem a aumentar com o passar do tempo, originando a enfermidade como relata Rocha (2010). Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 14 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Para Rocha, a medicina ayurvédica afirma que tudo no universo é formado pelos cinco elementos básicos da natureza. São eles: éter, fogo, água e terra. Toda matéria que existe no universo provém desses elementos, inclusive o corpo humano, porém este, além da matéria possui buddhi (discernimento), chamkara ( ego) e manar (mente). Rocha afirma também que quando ocorre o desequilíbrio de alguns dos cinco elementos, inicia-se o processo de doença. Dentro dessa filosofia, os elementos se unem dois a dois para formar os doshas, que é o humor biológico, como descreve Carneiro (2009). Assim, espaço e ar formam o Dosha Vata, fogo e água, o Dosha Pitta e água e terra, o Dosha Kapha. Portanto, os doshas são as expressões fisiológicas dos cinco elementos quando em equilíbrio, porém quando se desarmonizam tornam-se expressões patológicas. Carneiro também assevera que todas as pessoas possuem os três doshas, mas em diferentes proporções. Explica que, ao nascermos, a nossa constituição é definida segundo os doshas que estão em maior quantidade no nosso organismo, portanto essa proporção está em equilíbrio. Com o tempo, sofremos influências externas e a vida desregrada leva ao desequilíbrio em um ou mais desses doshas, ocasionando o desenvolvimento das doenças. Dosha Vata (espaço e ar) – é frio, leve, seco, móvel e rápido. Atua principalmente nas funções excretoras e nervosas. Vata desequilibrado gera um quadro clínico relacionado ao aumento de espaço e ar. Exemplo: perda de peso, inquietação, gases, prisão de ventre, ansiedade, medos, dores em geral, doenças ligadas ao intestino etc. Dosha Pitta (fogo e água) – é quente moderado e oleoso. Atua, principalmente, na função metabólica e digestiva. Pitta desequilibrado promove azia, queimação, disenteria, irritabilidade, agressividade, problemas ligados ao sistema gástrico. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 15 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Dosha Kapha (água e terra) - é pesado e oleoso, frio e lento. Atua na função estrutural e de lubrificação dos tecidos. Kapha desequilibrado gera peso corporal aumentado, lentidão, preguiça, oleosidade, secreções, obesidade, diabetes, aumento de colesterol, bronquite, alergias respiratórias, lentidão física e mental. Para tratar o desequilíbrio, deve-se apontar o dosha em desarmonia. O profissional faz um interrogatório com questões direcionadas para cada dosha e o paciente responde de acordo com os sintomas atuais. Tratamento Segundo Rocha (2010), a ayurvédica é complexa e completa, utiliza várias ferramentas para o tratamento que visa ao equilíbrio dos doshas. São eles: massagem ayurvédica, que é uma das técnicas mais utilizadas por seu baixo custo e fácil aplicação. Trata-se de uma massagem relaxante, atuando no corpo físico e energético, tendo a função de purificação e manutenção da saúde corporal. O objetivo é restaurar o bem-estar físico, mental, energético e emocional. Age no sistema linfático circulatório e energético, contribuindo para a cura das principais doenças. Reconhecida pela OMS (Organização Mundialda Saúde) é utilizada por quase toda a população da Índia e está sendo amplamente divulgada pelo mundo. Temos ainda óleos medicinais, dieta, rotina diária de hábitos saudáveis fototerapia, medicamentos com metais, minerais e pedras preciosas, recomendação de atividades físicas, prática de yoga e meditação. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 16 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Anotações _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 17 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Bases conceituais das Terapias complementares Referências BOTT, V. La Médecine Anthroposophique; um Élargissement De L’ Art De Guérir. Paris: Triades, 2003 BRATMAN, S. Guia Prático da medicina Alternativa. Uma avaliação realista dos métodos alternativos de cura. Rio de Janeiro: Campus, 1998 CARNEIRO, D. M. Ayurveda, Saúde e longevidade. São Paulo: Pensamento, 2009. GONSALVES, P.E (org.). Medicina Alternativa. Os tratamentos Não – Convencionais. 3ª edição. São Paulo: Ibrasa, 1996 LINHARES, W. Homeopatia In GONSALVES, P.E (org.). Medicina Alternativa. Os tratamentos Não – Convencionais. 3 ed. São Paulo: Ibrasa, 1996 MORAES, W.A. Antroposofia In GONSALVES P.E (org.). Medicina Alternativa. Os tratamentos Não – Convencionais. 3 ed. São Paulo: Ibrasa, 1996 ROCHA, A.M. A tradição da Ayurvéda. Rio de Janeiro: Águia Dourada; 2010 www.cruzeirodosul.edu.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br
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