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Discalculia - Transtorno das Habilidades Escolares

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Transtorno das Habilidades Escolares -
Matemática
DISCALCULIA
Psicóloga Escolar – EEAA
Ma. Anaí Haeser Peña
SEDF – CRET – EEAA 
Oficina realizada no CAIC Prof. Walter Jorge de Moura 
Taguatinga – 19/8/2015
 Definir discalculia
 Apresentar as principais características do
transtorno, tipos e critérios diagnósticos
 Discutir estratégias interventivas pedagógicas junto
a crianças com dificuldade e transtorno das
habilidades escolares na área matemática
OBJETIVOS DA APRESENTAÇÃO
 Propiciar a conscientização sobre a discalculia, de
forma a fundamentar a prática pedagógica mais
assertiva, com a mobilização de recursos didáticos e
metodológicos adequados para superação das
dificuldades na aprendizagem matemática e o
atendimento pedagógico apropriado às crianças com
discalculia
OBJETIVOS DA APRESENTAÇÃO
O que é discalculia?
 Palavra originada da junção dos termos gregos
Dis (mal)
Calculare (contar)
 Incapacidade de aprendizagem específica que afeta
a aquisição da habilidade aritmética
DISCALCULIA
 são termos utilizados para se referir a um padrão de
comportamento caracterizado por problemas persistentes no
processamento de informações numéricas, aprendizagem de
fatos aritméticos e realização de cálculos.
DISCALCULIA
Discalculia
Discalculia do Desenvolvimento
Transtorno Específico das Habilidades Matemáticas
Transtorno Específico da Aprendizagem com Prejuízo na Matemática
 Henschen publica trabalho relacionado a dificuldades com
cálculos em algumas lesões cerebrais. Utiliza os termos
acalculia e discalculia para se referir a pessoas que tem a
capacidade de calcular e quantificar/ numerar
impossibilitadas ou prejudicadas por lesão ou mal
funcionamento cerebral.
 Gerstman, Strauss, Werner e Critchley observam alterações
neurológicas em adultos que perderam a capacidade de
contar e de realizar operações aritméticas.
HISTÓRICO
 Berger, Benton e Hécaen diferenciam acalculia primária e
acalculia secundária ou discalculia.
 Kosk define a discalculia como uma perturbação estrutural
das habilidades matemáticas, devido ao mal funcionamento
cerebral, mas sem afetar o funcionamento mental geral
 Luria relaciona as perturbações persistentes nas habilidades
matemáticas com problemas no lobo occipital.
HISTÓRICO
 Segundo Kosk há 6 subtipos de discalculia:
1. Verbal – dificuldade em nomear quantias, números,
símbolos, termos
2. Practognóstica – dificuldade para quantificar, enumerar,
comparar quantias
3. Léxica – dificuldades com a leitura e significado de símbolos
matemáticos
4. Gráfica – dificuldades na escrita de símbolos matemáticos
5. Ideognóstica – dificuldades com as operações mentais e na
compreensão de conceitos matemáticos
6. Operacional – dificuldades em realizar operações e cálculos
TIPOLOGIA
Quais são as características
da discalculia?
 Dificuldade na compreensão e reconhecimento de
números e sua associação às grandezas correspondentes
 Falta de compreensão das relações espaciais
estabelecidas entre números em operações matemáticas
(discriminação viso-espacial)
 Dificuldade de compreensão do raciocínio envolvido em
operações matemáticas
CARACTERÍSTICAS
 A dificuldade não está na compreensão dos símbolos
numéricos, mas sim nas relações de quantidade,
quantificação (dislexia x discalculia)
 A dificuldade não é decorrente de falta de
estimulação ou do uso de métodos inadequados (ao
contrário, é persistente à variação em métodos,
técnicas, instrumentos e repetição)
CARACTERÍSTICAS
 Pode estar associada a outros Transtornos
Específicos da Aprendizagem (2/3 dos casos),
especialmente TDAH predominantemente desatento,
dislexia, TNVA, transtornos psicológicos
externalizantes e internalizantes.
CARACTERÍSTICAS
DISCALCULIA
Espacialidade/ 
Temporallidade
Memória
Contagem
Cálculos
Números
Medidas
Pessoas discalculicas
apresentam 
dificuldades 
associadas:
 Questões espaciais/ temporais
Dificuldade em aprender a identificar hora,
especialmente em relógio analógico. No relógio
digital, se atrapalha com a configuração de 24h.
Confusão direita/ esquerda, problemas de 
lateralidade e lateralização.
Dificuldade com a compreensão de mapas.
Dificuldade com a localização espacial.
DETALHANDO
 Questões relacionadas a medidas
Dificuldade para compreender conceitos de tempo,
espaço, velocidade
Problemas para lidar com dinheiro, em especial com
troco
Dificuldade em compreender relações de grandeza e
entre medidas
DETALHANDO
 Questões relacionadas aos números:
 Dificuldade em identificar números, troca com
frequência.
 Dificuldade com valor/ posição.
 Dificuldade para ordenar números e quantidades.
 Cálculos
 Problemas para transformar/ transferir informações
numéricas, fazer equivalências (4+5=9 ou 5+4=9;
2+2+2=6 ou 3x2=6 ou 3+3=6 ou 2x3=6)
 Falta de confiança nas próprias respostas
DETALHANDO
 Contagem:
 Dificuldade com contagem e quantificação
 Se perde facilmente em uma sequencia numérica
 Troca ordem/ posição dos números
 Dificuldade em aprender contagem de 2 em 2, 3 em 3...
 Memória:
 Problemas em lembrar fatos numéricos
 Precisa constantemente recapitular ações e pensamento
no que se refere a números, quantificação e cálculos
DETALHANDO
Critérios diagnósticos da discalculia
 As dificuldades persistem por mais de 6 meses
 Haase e cols. sugerem avaliação em dois momentos distintos, com 
intervalo de 1 ano, havendo intervenção nesse interstício temporal
 As dificuldades estão substancial e quantitativamente abaixo do
esperado para a idade cronológica da pessoa conforme testes
padronizados
 As dificuldades iniciam-se durante os anos escolares
 Especialmente desde a pré-escola, sendo necessário documentar essas
dificuldades. Mas o diagnóstico deve ser feito idealmente após o 2º ou
3º ano do Ensino Fundamental, após instrução adequada
 Essas dificuldades não podem ser explicadas por deficiências
intelectuais, problemas auditivo ou visual não corrigidos, transtornos
mentais ou neurobiológicos, adversidades psicossociais, instrução
inadequada ou insuficiente
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
DSM V
 Deve ser feito por um conjunto de profissionais, atuando 
conjuntamente ou não:
 Pedagogo ou psicopedagogo capacitado para instrução e 
avaliação das habilidades matemáticas
 Psicólogo ou Neuropsicólogo
 Neuropediatra
 Fonoaudiólogo
 Acomete cerca de 3% a 5% da população (dados americanos)
DIAGNÓSTICO E PREVALÊNCIA
 Processamento da informação
 Percepção
 Reconhecimento e produção de números e quantidades
 Representação número/ símbolo
 Discriminação viso-espacial
 Memória de cur to e longo prazo
 Raciocínio sintático
 Atenção
ALGUNS MECANISMOS ENVOLVIDOS 
NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
 LOBO FRONTAL: concentração, planejamento, 
in iciat iva , cálculos mentais rápidos, 
conceituação abstrata , habi l idades de solução 
de problemas, execução oral e escr i ta
 LOBO PARIETAL ESQUERDO: habi l idades de 
sequenciação, processamento de informações 
re lacionadas ao espaço e volume
 LOBO OCCIPITAL: discr iminação v isual de 
s ímbolos matemáticos escr i tos
 LOBO TEMPORAL: responsável pela percepção 
audi t iva , memória verbal de longo prazo, 
memória de sér ie, operações matemáticas 
básicas
PRINCIPAIS ÁREAS DO CÉREBRO 
ENVOLVIDAS NO RACIOCÍNIO 
MATEMÁTICO
1. Giro Angular Esquerdo: cálculos aritiméticos, reconhecimento
numérico
2. Sulco intraparietal esquerdo (IPS) : contagem, quantificação.
Gerencia a “linha numérica mental”, uma forma pela qual nosso
cérebro integra a resolução de problemas matemáticos, com a
atenção visual e a memória visuo-espacial de curto prazo e
informações integradas de outras áreas para chegar a solução da
tarefa.
3. Sulco intraparietal direito: comparação de diferenças entre
quantidades
ÁREAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS
NA DISCALCULIA
Estudos com neuroimagem
ainda são inconclusivos.
 Há problema na ativaçãodas áreas
parietais responsáveis pela realização
da base de quantidade, grandeza,
operações simbólico e não-simbólico
numérico e conceito matemático, o
que resulta na demora ou em erro ao
passar informações para as áreas
frontais que, buscando suprir esse
déficit, acabam desenvolvendo um
funcionamento alterado e gerando uma
fadiga por hiperativação da sua base
eletrofisiológica,
ÁREAS CEREBRAIS ENVOLVIDAS
NA DISCALCULIA
A discalculia é
uma dificuldade ou
um transtorno de aprendizagem?
 As dificuldades de aprendizagem matemática podem ser
superadas com o uso de métodos e técnicas de ensino
diversificados
 A discalculia tende a persistir mesmo com a variação de
métodos e técnicas de ensino, apesar desses serem
fundamentais, junto à repetição, para que o discalcúlico
desenvolva estratégias para enfrentar suas dificuldades.
 Desenvolver suportes, apoios, estratégias
DISCALCULIA VERSUS DIFICULDADES 
DE APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
ESTABELECENDO PARALELOS
O diagnóstico de discalculia não pode servir justificar 
o fracasso escolar,
deve fundamentar a reorientação da prática 
pedagógica para promover o sucesso acadêmico .
 Wiston Churchil, político, estadista,
historiador, escritor e militar britânico,
primeiro ministro do Reino Unido por duas
vezes, uma delas durante a 2ª guerra
 Alexandre Barros, cientista político, PhD
em Ciência Política pela Universidade de
Chicago
PROBLEMAS AFETAM O SUCESSO
ACADÊMICO E PROFISSIONAL?
Só dois exemplos...
Discalculia e questões
sobre a prática pedagógica
 Brasil ocupou a 58ª posição no desempenho em
matemática na avaliação do PISA (Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes) em 2012
A QUESTÃO DO DESEMPENHO EM 
MATEMÁTICA NO BRASIL
 Frequentemente considerada:
 difícil de aprender,
 complicada de ensinar,
 chata
 Muitas vezes distante do contexto dos alunos, seu cotidiano,
suas necessidades, motivações.
 Colocada em segundo plano, em comparação à alfabetização,
nos primeiros anos de escolarização, em algumas escolas.
MATEMÁTICA COMO DISCIPLINA 
CURRICULAR
 Questões importantes para manter em mente e guiar as ações 
pedagógicas:
 A paciência
 O relacionamento com colegas, professor e outros 
profissionais da escola (bullying)
 Apoio na percepção e construção de uma auto-imagem positiva
 Adaptação, busca de métodos, estratégias, técnicas e 
instrumentos
 Ajustar o ensino às necessidades do educando
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
QUESTÕES GERAIS
 Permitir e encorajar participação, respostas do tipo “não 
sei” e pedidos de esclarecimentos
 Lembrar que o professor não sabe de tudo, também erra
 Enfatizar que os adultos desconhecem os
acontecimentos ou ideias das crianças, para se opor à
hipótese infantil de que o adulto sempre sabe todas as
respostas e o que as crianças pensam
 Evitar perguntas do tipo “sim”, “não”, para evitar a
aquiescência
 Diminuir a quantidade de aula expositiva e realizar mais
jogos, atividades lúdicas e colaborativas, que envolvam
todos e os coloque a cargo da própria aprendizagem
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ENVOLVENDO OS ALUNOS
 Fortalecer a parceria família-escola
 Oferecer apoio à família:
 Informar e conscientizar a família sobre as necessidades da
criança e estratégias para estimula-la
 Grupos de apoio, aconselhamento
 Folhetos
 Palestras, oficinas
 Formas de estimulação em casa:
 Cantinho pedagógico, rotina de estudo
 Aproveitar momentos da rotina para incentivar habilidades
matemáticas
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ENVOLVENDO A FAMÍLIA
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ASPECTOS INTERVENTIVOS
INTERVENÇÕES
Metodológicas
Métodos e técnicas de 
ensino
Organizativas
Planejamento (objetivos, 
expectativas)
Adequação de conteúdos
Avaliativas
Recursos
Materiais
Humanos
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
 Questões metodológicas organizativas:
 Tipo de agrupamento dos alunos (intraclasse, interclasse)
 Dar acompanhamento mais individualizado ou próximo 
nessa área
 ZDP
 Organização didática do espaço físico e da aula
 Organização dos períodos definidos para o
desenvolvimento das atividades previstas, em especial:
 Alargar o tempo de realização das tarefas
 Segmentar tarefas
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
 Adequações ao planejamento (expectativas de aprendizagem,
objetivos)
 Priorizar de objetivos que enfatizam capacidades e habilidades
básicas de atenção, participação e adaptabilidade do aluno
 Eliminar de objetivos de acordo com as necessidades do aluno
 Acrescentar objetivos, considerando as necessidades do aluno
 Trabalhar com conceitos fora da sala de aula (reforço, 
interventivo, projetos)
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
 Adequações aos conteúdos/ de acesso ao currículo
 Identificar os pontos fortes e fracos do aluno e entender
como o aluno aprender melhor
 Priorizar áreas ou unidades de conteúdos que garantam
funcionalidade e que sejam essenciais e instrumentais
para as aprendizagens posteriores
 Sequenciar de forma pormenorizada conteúdos que
requeiram processos gradativos de menor à maior
complexidade das tarefas, atendendo à sequencia de
passos, à ordenação de aprendizagem, etc.
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
 Adequações aos conteúdos/ de acesso ao currículo
 Priorizar a aprendizagem e retomada de determinados
conteúdos para garantir o seu domínio e a sua
consolidação
 Eliminar conteúdos menos relevantes, secundários para
dar atenção mais intensiva e prolongada a conteúdos
básicos e essenciais do currículo
 Ensinar conceitos importantes relacionando-os com a vida 
prática
 Realizar problemas da vida real
Recursos Materiais:
Suportes visuais
 Jogos
Materiais concretos
Calculadora
Recursos informáticos 
e digitais: computador, 
tablet, aplicativos
Exercícios e atividades
 Recursos Humanos:
 Professor regente
 Equipe escolar (apoios, 
docentes, estagiários)
 SAA/SEAA
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
INTERVENÇÕES FOCADAS NOS 
RECURSOS
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Fio de contas Escala Cuisenaire
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Ábaco
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Números e símbolos
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
Blocos lógicos
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
FIM
http://pt.slideshare.net/anaihaeser
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