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Aula_7_Plasmodium_e_Malária

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Aspectos Epidemiológicos e Quimioterapia (no Brasil) 
 
 
Prof. Wallace P Lima, PhD. 
 
 
Apicomplexa 
 Classe: Sporozoa 
 
 
 Subclasse: Coccidia 
 Subordem: 
 Eimeriina 
 Família: 
 Sarcocystidae 
 Gênero: Toxoplasma 
 Haemosporina 
 Família: 
 Plasmodiidae 
 Gênero: Plasmodium 
 
Protozoários parasitos que dispõem de um complexo apical 
Heteroxenos com esquizogonia no hospedeiro vertebrado e esporogonia no 
invertebrado. Transmitidos por insetos hematófagos 
 
300 – 500 milhões de casos com 
1.5 a 2.7 milhões de óbitos em todo mundo 
(Snow et al., Bull.World Health Organ, 77: 624-640, 1999) 
• 1 em 5 crianças morrem de malária na África 
• A malária mata uma criança a cada 30 s na África 
• causa baixo peso no neonato, anemia, epilepsia e 
dificuldades de aprendizado 
• Pode ser prevenida e tratada 
 Paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão. 
Mal = mal Aria = ar 
Final da década de 80 até o fim década de 90, 
1.600 índios Yanomami morreram de malária. 
Desmatamento 
1ª Causa de Morte por Parasitoses 
MALÁRIA 
Plasmodium – O parasito causador da Malária 
Malaria ou Paludismo 
Importância e Distribuição Geográfica 
MALÁRIA 
Distribuição Nacional 
Epidemiologia da Malária no Brasil 
P. vivax, P. falciparum e P. malariae 
80% dos casos 
300 – 500 mil casos/ano 
Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República 
Nº 637 - Brasília, 28 de Abril de 2008 
Casos de malária caíram quase 25% em dois anos 
 
Dados do Ministério da Saúde sobre a situação da malária no Brasil apontam queda 
expressiva dos c asos provocados pela doença nos últimos dois anos, como resultado 
das ações dos governos federal, estaduais e municipais. De acordo com as informações 
da Pasta, em 2007 foram notificados 457.659 casos de malária, enquanto em 2005 esse 
dado foi de 607.827. Isso representa menos 150.168 pessoas doentes no ano passado em 
relação a 2005, e uma queda de 24,7%. 
 
(2005-2007) 
Os números de casos de 
malária aumentaram 30% nos três 
primeiros meses de 2012 no Amazonas. 
• 1 em 5 crianças morrem de malária na África 
• A malária mata uma criança a cada 30 s na África 
• causa baixo peso no neonato, anemia, epilepsia e 
dificuldades de aprendizado 
• Pode ser prevenida e tratada 
Malária Severa - quadro frequente em casos causados por 
Plasmodium falciparum 
Corte histológico de fígado repleto de pigmento malárico de autópsia 
Nascimentos prematuros e com baixo peso 
Agente causador: Plasmodium 
P. malariae 
-África tropical; 
- Ásia; 
- América latina. 
Zonas tropicais e 
temperadas 
África tropical 
(oeste) 
P. falciparum 
P. vivax P. ovale 
Amplamente distribuído, 
porém irregular 
Malária Severa 
Morte 
Transmissão: 
 
 
 
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, 
geralmente por mosquitos do gênero Anopheles ; 
 
 Compartilhamento de seringas (consumidores de drogas); 
 
 Transfusão de sangue ; 
 
Através da placenta (congênita) para o feto. 
 
 
 
Hospedeiro invertebrado 
mosquito do gênero Anopheles 
Popularmente, os vetores da malária são conhecidos por "carapanã", 
"muriçoca", "sovela", "mosquito-prego", "bicuda". 
 
Hospedeiro Invertebrado 
Mosquito do gênero Anopheles 
 
 
- Transfusões sangüíneas 
- Transplantes de órgãos 
- Compartilhamento de seringas 
- Congênita 
 
TRANSMISSÃO 
Esquizogonia (ciclo 
assexuado) 
Hábitat: corrente 
sanguínea, eritrócito e 
hepatócito. 
Esporogonia (ciclo 
sexuado) 
Hábitat: matriz 
peritrófica, epitélio do 
intestino, hemolinfa e 
glândulas salivares. 
Ciclo evolutivo 
masculino 
feminino 
Esquizontes de P. falciparum são 
raramente encontrados no sangue 
periférico de pacientes. 
Gametócitos masculino (direita) e feminino 
(esquerda) de Plasmodium falciparum 
Hemácias infectadas trofozoítos jovens 
Montagem em prancha das formas 
evolutivas 
eritrocíticas de P. falciparum: 
De trofozoíto jovem a esquizonte 
maduro e a formação de 
gametócitos 
P. Vivax 
 Reticulócitos 
 Glicoproteína Duffy 
P. ovale 
 Reticulócitos 
P. falciparum 
 Hemácias de 
todas as idades 
 glicoforina 
P. malariae 
 Hemácias maduras 
http://www.newslab.com.br/newslab/revista_digital/110/artigo-2.pdf 
Ciclo eritrocítico de Plasmodium 
Tilley et al., 2011 
Modificação da membrana do eritrócito pelo parasito e 
formação do vacúolo parasitóforo 
Liberação do merozoítas = 
“eventos explosivos” 
Color code: green, RBC 
membrane; red, PVM or TVN; 
orange, merozoites; 
black, digestive vacuole. 
 
 Dores musculares 
 Náusea, vômitos e diarréia 
 Esplenomegalia – Síndrome de Esplenomegalia Tropical 
 A produção inapropriada de IgM - formação de imunocomplexos de alto peso 
molecular. 
 Delírios 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Predomina a tríade sintomática: febre, calafrio e cefaléia. 
16/05/2011 Médicos confundem malária com outras doenças - Agência Fiocruz 
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=medicos-confundem-malaria-outras-doencas 
"Tal retardo, comum em áreas onde a doença não é endêmica, 
pode resultar em doença grave e óbito, também proporcionalmente 
mais comum na região extra-amazônica" 
Perfil clínico-epidemiológico 
MALÁRIA 
Sintomas 
 Após a picada do mosquito 
transmissor, o Plasmodium permanece 
incubado no corpo do indivíduo infectado 
por 12 dias. 
 
A seguir, surge um quadro clínico variável, 
que inclui : 
 
 Calafrios; 
 Febre alta (no início contínua e depois 
com frequência de três em três dias); 
 Dores de cabeça e musculares; 
 Taquicardia; 
 Aumento do baço e, por vezes, delírios. 
 
 
 
 
 
Parasita Doença 
Plasmodium vivax febre terçã benigna, 48 h 
Plasmodium ovale febre terçã benigna, 48 h 
Plasmodium malariae febre quartã 72 
Plasmodium falciparum febre terçã maligna 36-48h 
Ciclos de febre, calafrio e cefaléia 
 
A periodicidade dos ciclos depende da espécie do parasito, coincidindo com a 
multiplicação do parasito e destruição das hemácias – levando a anemia 
Acesso malárico 
Coincide com o final da esquizogonia 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
* Ruptura das hemácias 
 
* Calafrio, sudorese (15-60 min) 
 
* Fraqueza intensa 
 
* Febre de até 41°C 
2-6 h  desaparecimento dos sintomas 
Sequestro de eritrócitos parasitados 
 na rede capilar 
•Durante o seu desenvolvimento na hemácia, o P. falciparum 
induz uma série de modificações na superfície da parede da 
hemácia que permitem a sua adesão a parede dos capilares. 
 
• Podem levar a obstrução da microcirculação causando 
anóxia e infartos em órgãos importantes. 
 
• São responsáveis pela malária grave ou complicada. 
 
Hemácia parasitadas tornam-se mais adesivas entre si e às paredes dos 
vasos sanguíneos (tromboses e embolias). 
 
Forma grave: distúrbios da coagulação, insuficiência renal ou hepática, choque 
 
Gravidez: Aborto, morte neonatal e parto prematuro. 
Formação de rosetas e patogenia do P. falciparum 
A adesão protege o parasita da destruição reservada para as células circulantes 
Fatores geográficos e sociais Fatores do hospedeiro 
• Imunidade 
 . Genética 
•Determinantes de 
grupos sangüineos 
•Duffy 
•Glicoforina A 
. Idade 
• Gravidez 
• Acesso ao tratamento 
• Fatores econômicos e sociais 
• Estabilidade política 
• Intensidade datransmissão 
Fatores do parasito 
• Espécie do parasito 
•Resistência aos fármacos 
• Velocidade de multiplicação 
• Formação de rosetas 
• Citoaderência 
•Variação antigênica 
•Pigmento malárica 
A gravidade da doença depende de diversos fatores 
Malária Grave 
 
Hiperparasitemia 
Anemia grave 
Hipertermia 
Icterícia, 
Insuficiência renal 
Dor de cabeça 
Malária Cerebral – Hemorragias na retina e cérebro 
Coma e 
Convulsões 
Pode ser fatal 
Patologia 
Febre recorrente 
 
Sintomas: febre (com ou sem dor de cabeça, dores musculares, fraqueza, vômitos 
e diarréia) 
 
-Ciclos de febre típicos, tremores, sudorese. 
 
A periodicidade dos ciclos depende da espécie do parasita, coincidindo 
com a multiplicação do parasita e destruição das hemácias – levando a 
anemia 
Plasmodium faciparum – febre terçã maligna 36-48h 
Plasmodium vivax - febre terçã benigna, 48 h 
Plasmoduim ovale - febre terçã benigna, 48 h 
Plasmodium malarie – febre quartã 72 
A infecção por P. falciparum pode levar a malária severa causando morte do 
paciente se não tratado 
Acesso malárico 
• Coincidente com o final da esquizogonia, é geralmente 
acompanhado de calafrio e sudorese. 
• Esta fase dura de 15 minutos a uma hora, sendo seguida 
por uma fase febril, que pode chegar a atingir 41ºC. 
• Após um período de duas a seis horas a febre diminui e o 
paciente apresenta sudorese profusa e fraqueza. 
Complicações da Malária Severa 
Seqüestro de eritrócitos parasitados na rede capilar 
• Durante o seu desevolvimento na hemácia, o P. falciparum induz uma série 
de modificações na superfície da parede da hemácia que permitem a sua 
adesão a parede dos capilares. 
• podem levar a obstrução da microcirculação causando anóxia e infartos em 
órgãos importantes. 
Adesão de hemácias infectadas nos vasos sangüíneos, 
Obstrução microvascular (sangue e O2 nos tecidos) 
glicólise anaeróbica nos tecidos 
Hipoglicemia 
acidose metabólica, 
anemia severa (fagocitose de hemácias infectadas e não infectadas), 
malária cerebral 
Complicações cerebrais (adesão ao cérebro) 
 
Aumento de citocinas pró-inflamatórias 
 
TNF-a esta associado aos acesso febris 
NO – bloqueio das sinapses perda de conciência 
 imunossupressão 
INF-ɣ 
Complicações da Malária Severa 
•Estratégia de controle 
integrado (1983): 
 “uma ação conjunta e 
permanente do governo e 
da sociedade, dirigida a 
eliminação ou redução 
dos riscos de adoecer ou 
morrer de malária.” 
controle 
• Ações: 
 Diagnóstico precoce e tratamento 
imediato dos doentes; 
 Uso de medidas seletivas contra os 
vetores; 
 Detecção oportuna de epidemias; 
 Monitoramento dos fatores de risco; 
Diagnóstico clínico 
 
• Presença de sintomas sugestivos da malária; 
 
• História epidemiológica de residência ou 
procedência de área endêmica; 
 
• Informações sobre transfusão de sangue, 
compartilhamento de agulhas em usuários de 
drogas injetáveis, transplante de órgãos podem 
sugerir a possibilidade de malária induzida; 
 
 
 MALÁRIA 
 Diagnóstico 
Diagnóstico laboratorial 
 
• Gota espessa; 
 
• Esfregaço delgado; 
 
• Testes rápidos para detecção de 
componentes antigênicos de plasmódio 
(testes imunocromatográficos). 
Laboratorial 
•Gota Espessa: Esfregaço sanguíneo de gota espessa. 
• Desvantagens: 
 Depende de habilidade no preparo, manuseio e coloração da 
lâmina; 
 Qualidade ótica e iluminação do microscópio; 
 Competência do microscopista; 
P. falciparum – trofozoítas 
Parasita qualquer eritrócito 
 
Esquizonte maduro 
P. falciparum - Esquizonte 
Esquizonte imaturo 
Liberam 24 merozoítas 
Ação das Quinoleínas no ciclo do Parasito 
Tratamento 
 
Sintomático 
Repouso, alívio da febre, dor de cabeça. 
 
 
Antimalárico 
 
1) Supressivo: 
Evitar infecção e sintoma clínico (profilaxia) Cloroquina 
 
2) Terapêutico 
Erradicar ciclo eritrocítico 
 
3) Cura radical 
Erradicar ciclo exo-eritrocítico Primaquina 
 
4) Gametocida 
Destruir gametócito para evitar transmissão do mosquito 
 
 
 
 Quinino - Por 300 anos único fármaco utilizado no tratamento. 
 Alcalóide extraído da casca da cinchona. 
Derivados de quinolina 
 
 Cloroquina 
 Quinina 
 Mefloquina 
 Primaquina 
Liga ao DNA do parasito 
 
 
 
rompimento das pontes de hidrogênio 
 
separação das fitas 
 
 
 
Transcrição e Tradução 
X 
Cloroquina 
Inibe a digestão da hemoglobina pelo parasita 
Ligação a ferriprotoporfirina 
Mecanismo de ação das 
Quinoleínas 
Hemoglobina = fonte de 
aminoácidos 
Degradação da 
hemoglobina no vacúolo 
digestivo 
Formação da hemozoíta 
Mecanismo de ação das 
Quinoleínas 
Mecanismo de ação das 
Quinoleínas 
Mecanismo de ação das 
Quinoleínas 
Mecanismo de ação das 
Quinoleínas 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ + 
Mecanismo de ação das 
Quinoleínas 
Mecanismo de ação das 
Quinoleínas 
Parasitos Resistentes Parasitos Sensíveis 
Acúmulo de CQ 
Mecanismo de resistência aos 
antimaláricos 
Parasitos Resistentes Parasitos Sensíveis 
Acúmulo de CQ 
Mecanismo de resistência aos 
antimaláricos 
Mecanismo de resistência aos 
antimaláricos 
Transportadores Canais 
Mecanismo de resistência aos 
antimaláricos 
Distribuição da resistência a cloroquina e SP 
Ridley, R. G. Nature (2002) 415: 686-693 
Artemisinas e derivados semi-sintéticos 
Artemisia annua 
Artemisinin 
Artemoil 
Dihydroartemisinin 
Artesunate* 
Artemether 
Ridley, R. G. Nature (2002) 415: 686-693 
Pensando-se no desenvolvimento de Resistência... 
Uma terceira classe de compostos antimalariais corresponde às artemisinas. 
 
 A artemisina é um endoperóxido sesquiterpeno isolado da Artemisia annua que juntamente com os 
seus derivados têm sido utilizada na clínica para tratar a malária resistente à multiplas drogas. 
 
As artemisinas possuem um amplo espectro de atividade contra todos os estágios do ciclo 
eritrocítico especialmente as formas de anel e também atuam sobre os gametócitos. 
 
# A combinação de artesunato e mefloquina é recomendada em algumas partes da Tailândia. 
Artemisina e mecanismo de ação 
Ridley, R. G. Nature (2003) 424:887-889 
Artemisinin is related to Thapsigargin (SERCA inhibitor) 
A artemisina contém uma ponte de peróxido (EM VERMELHO) que é clivada na presença 
de Fe(II) formando radicais livres alta/reativos. 
Profilaxia 
• Prevenir contra a picada do mosquito, utilizando: repelentes e 
redes contra mosquitos; 
 
• Controlar a proliferação dos mosquitos com inseticidas e 
drenagem de água parada onde eles depositam os seus ovos; 
 
• Utilizar roupas apropriadas; 
 
• Tratamento dos indivíduos que apresentam a doença, 
principalmente pacientes assintomáticos, para evitar a 
proliferação da malária. 
Quimioprofilaxia 
 
Indicada somente para viajantes internacionais e 
grupos especiais. 
 
• é realizada principalmente com a mefloquina. 
• O tratamento deve ser iniciado uma semana antes da 
entrada na zona endêmica. 
• A cloroquina foi tão usada para isso que já chegou a ser 
veiculada com o sal em certas regiões. 
• Medidas de saneamento básico; 
• Melhora nas condições de vida; 
• Vacinação ???

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