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1 Prof. DSc. Valtency F. Guimarães Dinâmica II 2 Dinâmica II Bibliografia Recomendada Bibliografia BBibliografia Báásica:sica: HIBBELER, R.C. Dinâmica – Mecânica para Engenharia, 12º ed. Editora Pearson. 2010. BEER, F. P.; JOHNSTON JR., E. R. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Dinâmica, 7 ed., Mc Graw Hill, 2006. MERIAM, J. L. Dinâmica. 2ª Edição. Traduzido por Frederico Felgueiras Gonçalves e José Rodrigues de Carvalho. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989. Bibliografia Complementar:Bibliografia Complementar: SHAMES, I. H. Dinâmica. Mecânica para Engenharia. 4 ed. Prentice Hall, 2003. GIACAGLIA, G. E. O. Mecânica Geral. Campus, 1982. KRAIGE, G.; MERIAM, J. L. Mecânica - Dinâmica. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2003. 496p. NORTON, Robert L. Projeto de Máquinas – Uma abordagem integrada. Traduzido por João Batista de Aguiar et al. 2ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2004. 887p. ARFKEN, George B. Física Matemática: Métodos Matemáticos para Engenharia e Física. Traduzido por Arlete Simille Marques. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Campus, 2007. 900p. Prof. DSc. Valtency F. Guimarães 3 Cinemática plana de corpos rígidos 1. Introdução 2. Corpos Rígidos 2.1 - Movimento de translação 2.2 - Movimento de rotação i - breve revisão - Rotações e Velocidade Angular i i - Aceleração Angular i i i - Rotação com Aceleração Angular Constante iv - Relação entre Velocidade e Aceleração, Lineares e Angulares 3. Atividades Introdutórias Dinâmica II Introdução - Dinâmica 4 1 - Introdução O fenômeno mais óbvio e fundamental que observamos à nossa volta é o movimento. Praticamente todos os processos imagináveis têm como origem o movimento dos corpos. A Terra e os outros planetas movem-se em torno do Sol que, por sua vez, faz girar o sistema solar em torno do centro da galáxia; os elétrons, em movimento no interior dos átomos, dão lugar à absorção e à emissão da luz e, no interior de um metal, produzem corrente elétrica; as moléculas de um gás, em movimento aleatório, dão origem à pressão e aos processos de difusão. Nossa experiência diária nos mostra que o movimento de um corpo é influenciado pelos corpos que o rodeiam, isto é, pelas interações com eles. Num tubo de televisão ou no monitor de um sistema de computação, por exemplo, o feixe de elétrons deve mover-se de forma a produzir uma imagem na tela. Introdução - Dinâmica 5 Introdução Um dos objetivos dos físicos e dos engenheiros é descobrir a relação existente entre os movimentos e as interações que os produzem e dispor as coisas de modo a produzir movimentos úteis. Para análise e previsão do movimento de partículas (ou de corpos rígidos) resultante de diferentes tipos de interações, alguns conceitos primordiais como momento, força, e energia foram criados. Estes conceitos são tão importantes que raramente podemos analisar um processo sem expressá- lo em termos destes conceitos. Introdução - Dinâmica 6 A mecânica de Newton é uma mecânica voltada para o estudo do movimento de um objeto puntiforme. Diz-se que a mecânica de Newton é a mecânica do ponto. Mas os casos de maior interesse são aqueles em que estudamos não uma partícula (um ponto), mas um sistema de partículas, ou seja, estudamos um conjunto muito grande de objetos puntiformes. As leis de Newton valem para cada um deles. Um corpo rígido é um sistema constitusistema constituíído de partdo de partíículasculas (átomos, por exemplo) agregadas de agregadas de um modo tal que a distância entre as vum modo tal que a distância entre as váárias partes que constituem o rias partes que constituem o corpocorpo (ou o sistema) não varia com o temponão varia com o tempo (não mudam), ou seja, as distâncias entre as várias partes que compõem o corpo são rigorosamente constantes. Introdução - Dinâmica 2 - Corpos Rígidos 7 Pode-se dizer então que um Corpo RCorpo Ríígidogido pode ser definido como um corpo em que todos os pontos materiais conservam as distâncias entre si, mesmo sob aplicação de um esforço externo. Um corpo rígido executa basicamente dois tipos de movimento: movimento de translação, quando todos os pontos percorrem trajetórias paralelas, como em (A), e movimento de rotação, quando os pontos percorrem trajetórias circulares, como em (B). Introdução - Dinâmica Corpos Rígidos 8 Destaca-se, porém, que o caso mais genérico do movimento de um corpo rígido é dado no exemplo (C); ou seja, uma combinação de translação e rotação. Corpos Rígidos A figura abaixo mostra o movimento parabólico do centro de massa de um objeto lançado ao ar, enquanto o objeto gira em torno do seu centro de massa. Introdução - Dinâmica 9 O movimento de translação pode ser analisado observando-se exclusivamente o centro de massa do corpo. O corpo executa movimento de translação se o seu centro de massa se desloca à medida que o tempo passa. Assim, o movimento de translação do corpo rígido está associado ao movimento do centro de massa. O que provoca o movimento de translação são as forças externas agindo sobre o corpo rígido. O corpo rígido se desloca de tal forma que tudo se passa como se todas as forças estivessem atuando sobre o centro de massa. “Nos movimentos de translação valem as leis de Newton e a conservação da quantidade de movimento”. 2.1 - Movimento de translação Introdução - Dinâmica 10 Movimento de translação Seja um corpo rígido em translação e sejam e duas partículas quaisquer no interior do corpo. Num sistema de referência fixo, define-se: Derivando a expressão em relação ao termo, obtém-se: Ou seja, quando um corpo rígido se encontra em translação, todos os pontos do corpo têm, em qualquer instante, a mesma velocidade e a mesma aceleração. Introdução - Dinâmica 11 Movimento de translação Para um corpo que se move uma distância Δs durante um intervalo de tempo Δt sua velocidade média é definida como: A velocidade instantânea v é definida como o limite para o qual tende esta razão quando Δt se aproxima de zero: Se a velocidade do corpo variar Δv num intervalo de tempo Δt, ele tem uma aceleração média definida como: e a aceleração instantânea a é definida como limite desta razão quando Δt tende a zero: t svm Δ Δ= dt ds t sv t =Δ Δ= →Δ 0lim t v tt vvam Δ Δ=− −= 12 12 dt dv t va t =Δ Δ= →Δ 0lim Introdução - Dinâmica 12 O outro movimento do corpo rígido é o movimento de rotação, que se observa sempre que um torque é a ele aplicado, como num pião. Por exemplo, em espetáculos de patinação artística no gelo, frequentemente se vê uma patinadora girar em torno de si mesma com os braços abertos na horizontal. 2.2 - Movimento de rotação Ao encolher os braços sobre o peito, nota-se que a sua velocidade angular aumenta consideravelmente. A distribuição de massa do corpo no espaço afeta a rotação. Introdução - Dinâmica 13 No movimento de translação, quando a mesma força é aplicada a objetos de massas diferentes, observam-se acelerações diferentes. Já no movimento de rotação, quando o mesmo torque é aplicado em objetos idênticos com distribuição diferente de massa, observam-se acelerações angulares diferentes. Então, não é a massamassa que afeta a velocidade angular da patinadora mas a distribuidistribuiçção da massaão da massa do seu corpo. Essa distribuição pode ser expressa através de uma quantidade denominada momento de inércia. Movimento de rotação Introdução - Dinâmica 14 Vamos relembrar o movimento dos corpos extensos (corpos sólidos), aqueles corpos que não podem ser tratados como tendo toda a massa concentrada em ponto. Que pode mudar tanto a sua posição quanto a sua direção. Objetos que apresentem movimento de rotação em torno de um eixo próprio.A descrição do movimento de um corpo extenso requer, em geral, três ângulos de orientação assim como as três coordenadas do seu centro de massa. i - breve revisão - Rotações e Velocidade Angular φxˆ yˆ zˆ Introdução - Dinâmica 15 Quando um corpo sólido gira em torno de um eixo próprio, as coordenadas x, y e z de cada ponto no corpo aumentam e diminuem continuamente à medida que o objeto percorre uma trajetória circular. i - breve revisão - Rotações e Velocidade Angular zˆ xˆ 2ϕ ϕΔ yˆ 1ϕ r r Introdução - Dinâmica 16 Como o uso de coordenadas x, y e z é, em geral, uma forma sofisticada de descrever as rotações, e sendo elas confinadas em um único plano facilmente descritas por um ângulo, isto será considerado nesta revisão. Lembrando que nos é familiar a utilização de medidas envolvendo ângulos (graus e radianos). i - breve revisão - Rotações e Velocidade Angular xˆ yˆ ˆˆ ≡z n )(tϕ r ρ )( tt Δ+ϕ )(tϕΔ ω r Introdução - Dinâmica 17 Considere o comprimento S do segmento de um círculo contido em um ângulo θ, como indicado na figura (a). Se o círculo tem um raio r, o comprimento de sua circunferência é dado por rC π2= Então, , com θ em graus. Vemos que, para um dado ângulo θ, s e r são proporcionais. Devido ao frequente uso da relação de proporcionalidade entre r e s na dinâmica das rotações, é bastante conveniente definir: , com θ em radianos. rs πθ 2 360°= θrS = i - breve revisão - Rotações e Velocidade Angular Introdução - Dinâmica 18 Na figura (b), a linha de referência OP de um corpo em rotação faz um ângulo θ1 com a linha de referência fixa OX, em um instante t1. Num instante posterior t2 o ângulo cresceu para θ2. A velocidade angular média ( ) do corpo, no intervalo entre t1 e t2, é definida como a razão entre o deslocamento angular Δθ = θ2-θ1 e o intervalo de tempo Δt = t2 - t1: ϖ tΔ Δ= θϖ i - breve revisão - Rotações e Velocidade Angular Introdução - Dinâmica 19 A velocidade angular instantânea é definida como o limite para o qual tende esta razão quando Δt aproxima de zero: Como o corpo rígido, a velocidade angular é uma característica do corpo como um todo e não somente de uma linha nele situada. Se o ângulo for medido em radianos, a unidade de velocidade angular é o radiano por segundo (rad/s). Outras unidades como, por exemplo, rotações por minuto (r.p.m.), são de uso comum. i - breve revisão - Rotações e Velocidade Angular Introdução - Dinâmica 20 Se a velocidade angular de um corpo variar, diz-se que ele tem uma aceleração. Se ω1 e ω2 forem as velocidades angulares instantâneas, no tempo t1 e t2 a aceleração angular média é definida como: e a aceleração angular instantânea α é definida como limite desta razão quando Δt tende a zero: A unidade de aceleração angular é o rad/s2 = 1/s2. A velocidade angular e a aceleração angular são exatamente análogas à velocidade e à aceleração lineares. Sendo ω = dθ/dt, a aceleração pode ser escrita como: i i - Aceleração Angular Introdução - Dinâmica 21 O caso mais simples de movimento de rotação acelerado é aquele no qual a aceleração é constante. Neste caso, as expressões da velocidade e do deslocamento angulares são facilmente encontradas por integração. Tem-se: Se ωo é a velocidade angular quando t = 0, segue-se que C1 = ωo e pode- se escrever: Como ω = dθ/dt, temos: cuja solução é Ou, de outra forma: i i i - Rotação com Aceleração Angular Constante → → Introdução - Dinâmica 22 A Tabela mostra a analogia entre as equações do movimento com aceleraaceleraçção angular constanteão angular constante e as do movimento com aceleraaceleraçção linear ão linear constanteconstante. i i i - Rotação com Aceleração Angular Constante Movimento com aceleração linear constante Movimento com aceleração angular constante a = constante α = constante Introdução - Dinâmica 23 Quando um corpo rígido está animado de rotação em torno de um eixo fixo, cada ponto do corpo descreve um círculo cujo centro está sobre o eixo de rotação e cujo plano é perpendicular ao eixo. Existem algumas relações simples e úteis entre a velocidade e a aceleração angulares do corpo em rotação e a velocidade e aceleração lineares dos seus pontos. iv - Relação entre Velocidade e Aceleração, Lineares e Angulares Introdução - Dinâmica 24 Seja “r” a distância do eixo ao um ponto P do corpo que se move sobre uma circunferência de raio “r”. Quando o raio faz um ângulo “θ” com o eixo de referência, a distância “s” percorrida pelo ponto P é Derivando ambos os membros desta equação em relação a t e tendo em vista que r é constante, vem: Diferenciando a equação da velocidade em função do tempo temos: , onde r é constante. A componente radial v2/r da aceleração do ponto P também pode ser expressa em termos da velocidade angular: iv - Relação entre Velocidade e Aceleração, Lineares e Angulares θrs = θrdds = dt dr dt ds θ= ωrv = αω r dt dr dt dva === Introdução - Dinâmica 25 Isto é verdade mesmo quando ω e v não são constantes. As equações radial e tangencial da aceleração de um ponto arbitrário de um corpo em movimento de rotação são representadas na figura a seguir. iv - Relação entre Velocidade e Aceleração, Lineares e Angulares xˆ yˆ zˆ θ ϕ r ρ s ω v ta Na α Introdução - Dinâmica 26 o Rotação 1. Um corpo rígido pode girar livremente em torno de um eixo fixo. É possível que a aceleração angular deste corpo seja diferente de zero, mesmo que a sua velocidade angular seja nula (talvez, instantaneamente)? Qual o equivalente linear desta situação? Ilustre ambas as situações com exemplos. 2. Imagine uma roda girando sobre o seu eixo e considere um ponto em sua borda. O ponto tem aceleração radial quando a roda gira com velocidade angular constante? Tem aceleração tangencial? 3. Qual a relação entre as velocidades angulares de um par de engrenagens acopladas, de raios diferentes? 3. Atividades Introdut3. Atividades Introdutóóriasrias Introdução - Dinâmica 27 4. Uma roda gira com uma aceleração angular α dada por: α = 4at3 – 3bt2, onde t é o tempo, e a e b são constantes. Se ω0 é a velocidade angular inicial e θ0 a posição angular inicial da roda, deduza as equações para: (a) a velocidade angular, e (b) o deslocamento angular em função do tempo. oo As variAs variááveis de Rotaveis de Rotaççãoão Introdução - Dinâmica 28 5. Uma roda tem oito raios de 30 cm. Está montada sobre um eixo fixo e gira à razão de 2,5 rev/s. Você pretende atirar uma flecha de 20 cm de comprimento através da roda, paralelamente ao seu eixo, sem que a flecha colida com qualquer raio. Suponha que tanto a flecha quanto os raios sejam muito finos; veja a figura. (a) Qual a velocidade mínima que a flecha deve ter? (b) A localização do ponto que você mira, entre o eixo e a borda da roda, tem importância? Em caso afirmativo, qual a melhor localização? Introdução - Dinâmica 29 6. Um pino rosqueado com 12 voltas/cm e diâmetro 1,18 cm é montado horizontalmente. Uma barra com um furo rosqueado de forma a se ajustar ao pino é aparafusada nele; veja a figura. A barra gira a 237 rev/min. Quanto tempo levará para a barra se mover 1,50 cm ao longo do pino? Introdução - Dinâmica 30 7. Um disco gira em torno de um eixo fixo, partindo do repouso com aceleração angular constante até alcançar a rotação de 10 rev/s. Depois de completar 60 revoluções, sua velocidade angular é 15 rev/s. Calcule: (a) a aceleração angular, (b) o tempo necessário para completar as 60 revoluções; (c) o tempo necessário para alcançar a velocidade angular de 10 rev/s; (d) o número de revoluções desde o repouso ate a velocidade de10 rev/s.Introdução - Dinâmica 31 8. Uma turbina com 1,20 m de diâmetro está girando a 200 rev/min. (a) Qual a velocidade angular da turbina em rad/s? (b) Qual a velocidade linear de um ponto na sua borda? (c) Que aceleração angular constante (rev/min2) aumentará a sua velocidade para 1000 rev/min em 60 s? (d) Quantas revoluções completará durante esse intervalo de 60 s? Introdução - Dinâmica oo As variAs variááveis Lineares e Angularesveis Lineares e Angulares 32 9. Um método antigo de se medir a velocidade da luz utiliza uma roda dentada girante. Um feixe de luz passa por uma fenda na borda da roda, como na figura, propaga-se até um espelho distante e retorna à roda no tempo exato para passar através da fenda seguinte na roda. Uma destas rodas dentadas possui raio de 5,0 cm e 500 dentes em sua borda. Medidas tomadas quando o espelho se encontrava à distância de 500 m da roda indicaram uma velocidade de 3,0.105 Km/s. (a) Qual era a velocidade angular (constante) da roda? (b) Qual era o módulo da velocidade linear em um ponto em sua borda? Introdução - Dinâmica 33 10. As lâminas de um moinho de vento partem do repouso e giram com aceleração angular de 0,236 rad/s2. Quanto tempo passa até que um ponto da lâmina assuma os mesmo valores para os módulos da aceleração centrípeta e da aceleração tangencial? Introdução - Dinâmica 34 11. Um corpo rígido se move no plano de xy de forma que x = R.cosωt e y = R.senωt, sendo x e y as coordenadas do objeto, t o tempo e R e ω constantes. (a) Elimine t entre estas equações para encontre a equação da curva na qual o objeto se move. Que curva é essa? Qual é o significado da constante ω? (b) Derive as equações de x e y em relação ao tempo para encontrar as componentes x e y da velocidade do corpo, vx e vy. Combine vx e vy para encontrar o módulo, a direção e o sentido de v.Descreva o movimento do objeto. (c) Derive vx e vy com relação ao tempo para obter o módulo, a direção e o sentido da aceleração resultante. Introdução - Dinâmica 35 Cinemática plana de corpos rígidos Movimento de Corpos Rígidos 1 - Movimento Absoluto 2 - Movimento Relativo: Velocidade 2.1 - Posição 2.2 – Deslocamento 2.3 – Velocidade 3 - Centro Instantâneo de Velocidade Nula 3.1 – Definição 3.2 - Localização 4 - Movimento Relativo: Aceleração Dinâmica Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 36 Para estudar a cinemática dos corpos rígidos devemos estabelecer as relações que existem entre o tempo, as posições, as velocidades e as acelerações dos vários pontos materiais que formam um corpo rígido. Como veremos, os diversos tipos de movimento de um corpo rígido podem ser relacionados: 1. Translação. Diz-se que um movimento é de translação quando qualquer reta unindo dois pontos quaisquer do corpo conserva a mesma direção durante o movimento. Pode-se observar também que na translação todos os pontos materiais que formam o corpo deslocam-se segundo trajetórias paralelas. Se estas trajetórias são retas, diz-se que o movimento é uma translação retilínea; se as trajetórias são curvas, o movimento uma translação curvilínea. Movimento de Corpos Rígidos Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 37 2. Rotação em torno de um Eixo Fixo. Neste movimento, os pontos materiais que formam o corpo rígido se deslocam em planos paralelos ao longo de circunferências, cujos centros estão sobre uma mesma reta fixa, como mostrado na figura abaixo. Se essa reta, chamada de eixo de rotação, intercepta o corpo rígido, os pontos materiais situados sobre ela possuem velocidade e aceleração nulas. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 38 Não se deve confundir o movimento de rotação com certos tipos de translação curvilínea. Por exemplo, a placa ilustrada na Figura (a) está em translação curvilínea, havendo grupos de pontos materiais deslocando-se segundo circunferências paralelas. Enquanto a placa ilustrada na Figura (b) está em rotação, já que todos os pontos materiais descrevem circunferências concêntricas. No primeiro caso, qualquer reta da placa conserva a mesma orientação, enquanto, no segundo, o ponto O permanece fixo. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 39 3. Movimento Plano Geral. Há outros tipos de movimento plano, isto é, movimento em que todos os pontos materiais do corpo se deslocam em planos paralelos. Qualquer movimento plano que não seja de rotação ao redor de um eixo fixo sem translação, considera-se como um movimento plano geral. Dois exemplos de movimento plano geral são dados na Figura abaixo. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 40 4. Movimento em torno de um Ponto Fixo. Este é movimento tridimensional de um corpo rígido com um ponto fixo O. Um exemplo típico é o movimento de um pião sobre o solo. 5. Movimento Geral. Qualquer movimento de um corpo rígido que não esteja incluído nos tipos anteriormente mencionados é denominado movimento geral. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 41 Será abordado o movimento de translação, a rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo. Definiremos a velocidade angular e a aceleração angular do corpo e relacionaremos a velocidade e aceleração de um ponto qualquer do corpo com seu vetor de posição e as quantidades angulares mencionadas. Serão estudados mecanismos como engrenagens, barra de conexão e articulações; bem como o método de análise das velocidades no movimento plano que se baseia no conceito de centro instantâneo de rotação. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 42 “O movimento absoluto O movimento absoluto éé completamente definido pelo conhecimento completamente definido pelo conhecimento da rotada rotaçção de uma linha fixa do corpo e do movimento ão de uma linha fixa do corpo e do movimento de um ponto desse corpode um ponto desse corpo””.. Uma maneira de definir esses movimentos é utilizar uma coordenada de posição retilínea s para situar o ponto em sua trajetória e uma coordenada de posição angular θ para especificar a rotação da linha. A velocidade e a aceleração de um ponto P em movimento retilíneo podem ser relacionadas com a velocidade e a aceleração angulares de uma linha pertencente ao corpo pela aplicação direta das equações diferenciais: “relacionar o movimento de um corpo com o de outro a ele conectado; e estudar o movimento de um corpo sujeito a uma rotação em torno de um eixo fixo.” MOVIMENTO ABSOLUTO dt dsv = dt dva = dt dθω = dt dωα = Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 43 Exemplo 1: A barra DC gira uniformemente em torno do eixo em D com uma velocidade angular ω constante. Determinar a velocidade e a aceleração da barra AB que é obrigada pelas guias a se mover verticalmente. MOVIMENTO ABSOLUTO B Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 44 MOVIMENTO ABSOLUTO B )..(cos.cos 2θθθθθθθ &&&&&&& senlaylvylseny yy −==⇒==⇒= Solução: Analisando o movimento vertical da barra, para sua coordenada y podemos escrever: Como vAB = vy , aAB = ay , = ω e = α = 0; Temos: θ& θ&& θωωθ cos...cos llvy == θω senlay ..2−= Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 45 Exemplo 2: O bloco B desliza para a direita com a velocidade de 300 mm/s. Calcule as velocidades do corpo deslizante A e dos pontos C e D dos cabos. MOVIMENTO ABSOLUTO Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 46 MOVIMENTO ABSOLUTO Solução: Considerando os deslocamentos constantes representado podemos escrever: Como vB = 300 mm/s → vA = 200 mm/s Para encontrar a velocidade do ponto C: Como vA = 200 mm/s → vC = 600 mm/s Para o ponto D: Então → vD = - 200 mm/s 3 22323 BABABA vv dt dx dt dxctexx =⇒=⇒=− AC CA CA vvdt dx dt dxctexx 333 =⇒=⇒=− AD DA DA vvdt dx dt dxctexx −=⇒−=⇒=+Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 47 Atividades 1. Uma roda de raio r rola sobre uma superfície plana sem deslizar. Determinar (a) o movimento angular da roda, em função do movimento linear do seu centro O e (b) a aceleração de um ponto na extremidade da roda, quando o ponto entra em contato com a superfície sobre a qual a roda rola. R: (a) s = r.θ; v0 = r.ω ; a0 = r.α; (b) ay = r.ω2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica MOVIMENTO ABSOLUTO 48 2. Considerando que a mola mantém o contato entre o rolete e a superfície de acionamento da haste mostrada na figura, determine a aceleração da haste B para θ = 60º. A manivela AO tem uma velocidade angular de 2 rad/s e uma aceleração angular de 6 rad/s2 nessa posição. R: -37,1 mm/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 49 3. Ao ponto A é fornecida uma aceleração constante a para a direita, partindo do repouso com x praticamente nulo. Determine a velocidade angular ω da barra de ligação AB em função de x e de a. R: Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 224 2 xb ax −=ω 50 4. O braço ranhurado AO mostrado na figura gira com uma velocidade angular constante durante um intervalo limitado de seu movimento, e move o bloco deslizante pivotado ao longo da ranhura horizontal. Escreva as expressões para a velocidade vB e para a aceleração aB do bloco deslizante em função de θ. R: vB = bω sec2 θ, aB = 2bω2 sec2 θ tg θ Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 51 5. A extremidade R da barra mostrada na figura mantém-se em contato com a came por meio de uma mola. Se a came gira em torno de um eixo pelo ponto O, com uma aceleração angular α e velocidade angular ω, determine a velocidade e a aceleração da barra quando a came tem uma posição arbitrária θ. R: vR = -2rωsen θ; aR = -2r(αsen θ + ω2cos2 θ) Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 52 6. Usa-se o mecanismo para converter o movimento de rotação com velocidade angular constante ω = 4 rad/s da barra AB, de comprimento l = 50 cm, em movimento de translação da barra CD. Determine a velocidade e a aceleração de CD para um ângulo θ = 45º. R: vx = - 4,41 m/s; ax = - 5,66 m/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 53 7. A carga L é içada pela combinação polia-cabo. Se o sistema parte do repouso e o cabo superior adquire uma velocidade igual a v = 4 m/s com aceleração constante quando a carga está a 6 m acima da sua posição de partida, calcular a aceleração da carga e determinar a sua velocidade neste instante. R: a = 0,0208 m/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 54 Para visualizar as componentes (translação e rotação) separadamente utiliza-se uma análise de movimento relativo envolvendo dois conjuntos de eixos coordenados: . o sistema x, y, z fixo; mede a posição absoluta entre dois pontos, A e B por exemplo. . outro sistema x', y', z'; com origem fixada no ponto de referência A (que tem um movimento conhecido). Estes eixos não giram com o corpo, eles poderão apenas transladar em relação ao sistema fixo. MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 55 - Posição rA: vetor posição que caracteriza a localização do ponto de referência A. rB/A: posição relativa que localiza B em relação à A. A posição de B é escrita: MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 56 - Deslocamento Num pequeno intervalo de tempo dt, os pontos A e B se deslocam de drA e drB. Considerando o movimento plano geral por partes, pode-se inicialmente transladar o corpo como um todo de uma quantidade drA de modo que o ponto da base se move para posição final, e B se move para B'. O corpo então gira de um ângulo dθ em torno de A, de modo que B' sofre um deslocamento relativo drB/A, movendo para sua posição final B. MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade O deslocamento se escreve: Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 57 - Velocidade Tomando as velocidades como derivadas dos deslocamentos, tem-se: vB: velocidade absoluta do ponto B (medida em relação aos eixos fixos x, y, z). vA: velocidade absoluta do ponto A (medida em relação aos eixos fixos x, y, z). vB/A: Velocidade relativa do ponto B em relação ao ponto A. Devido a rotação em torno de A, escreve-se: MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 58 A rotação em torno de A é um movimento relativo circular, em que o módulo da velocidade é v = ωrB/A e sua direção é perpendicular a rB/A. Uma vez que a velocidade relativa (vB/A) representa o efeito de um movimento circular em relação a A, esse termo pode ser expresso pelo produto vetorial: Então: MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 59 Exemplo 1 Uma roda de raio r rola para a esquerda sem deslizar e, no instante considerado, o centro O tem uma velocidade v0 para a esquerda. Determinar a velocidade dos pontos A e C sobre a roda no instante mostrado. MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 60 Resolução: A velocidade de A pode ser determinada usando-se O como ponto de referência da equação: onde Como a roda não desliza, o ponto C apresenta velocidade nula no instante do contato com o solo e é, consequentemente, o centro instantâneo de velocidade nula. 00 0/0 0/0 .rvv rvv vvv A AA AA ω ω += ×+= += rrrr rrr ω00/ rv A = Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 61 Exemplo 2 A conectora OB do mecanismo oscila em torno de O formando um arco limitado, o que faz com que a conectora AC passe a oscilar em torno de C. Quando o mecanismo passa pela posição mostrada com OB normal ao eixo x e CA normal ao eixo y, a velocidade angular de OB é 2 rad/s no sentido horário e constante. Para este instante, calcular as velocidades angulares de CA e AB. MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 62 Resolução: Os movimentos das três barras podem ser descritos, igualando-se o movimento de A, em sua trajetória circular absoluta em torno de C, ao movimento de A determinado a partir do seu movimento relativo a B. A equação correspondente é: Que pode ser escrita como: onde BABA vvv / rrr += BAABBOBACA rrr / rrrrrr ×+×=× ωωω mmjirmmjrmmirksradkk BABAABABOBCACA ˆ100ˆ175;ˆ100;ˆ75;ˆ;/ˆ2;ˆ / +−====== rrrrrr ωωωωω Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 63 A substituição fornece: Igualando-se os respectivos coeficientes dos termos i e j e temos: 0 = – 200 – 100 ωAB e 75 ωCA = – 175 ωAB Cujas soluções: ωAB = – 2 rad/s e ωCA = 4,67 rad/s Como o vetor unitComo o vetor unitáário aponta para dentro do papel na direrio aponta para dentro do papel na direçção de z positivo, ão de z positivo, vêvê--se que a velocidade angular de AB se que a velocidade angular de AB éé no sentido antino sentido anti--horhoráário e que a de CA rio e que a de CA éé no sentido horno sentido horááriorio. ijij jikjkik ABABCA ABCA ˆ100ˆ175ˆ200ˆ75 )ˆ100ˆ175(ˆ)ˆ100ˆ2()ˆ75( ωωω ωω −−−= +−×+×=× Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 64 Atividades 1. O cilindro rola sem deslizar sobre a superfície de uma correia transportadora que se move a 2 m/s. Determine a velocidade do ponto A. O cilindro tem uma velocidade angular no sentido horário ω = 15 rad/s no instante mostrado. R: v = 12,5 m/s MOVIMENTO RELATIVO: Velocidade Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 65 2. A engrenagem dupla mostrada na figura rola sobre a cremalheira inferior estacionária; a velocidade do seu centro A é 1,2 m/s para a direita e sua velocidade angular é igual a 8 rad/s no sentido horário. Determine os módulos das velocidades da cremalheira superior R e do ponto D da engrenagem. R: vR = 2 m/s; vD = 1,7m/s Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 66 3. O carrinho mostrado na figura tem uma velocidade de 1,2 m/s para a direita. Determine a velocidade angular ω da roda de modo que o ponto A no topo de sua borda tenha uma velocidade (a) igual a 1,2 m/s para a esquerda, (b) igual a zero e (c) igual a 2,4 m/s para a direita. R: (a) 91,7 rpm, (b) 45,8 rpm, (c) 45,8 rpm Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 67 4. O cubo da roda rola sem escorregar na superfície horizontal. Se a velocidade de seu centro é vC = 2 m/s para a direita, determine o módulos das velocidades dos pontos A e B, mostrados na figura. R: vA = 2,84 m/s; vB = 7,37 m/s Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 68 5. O elemento de controle de um mecanismo de aplicação específica é submetido a um movimento no plano da figura. Se, em um determinado instante, a velocidade do pino B em relação ao pino A tem um módulo de 0,926 m/s, qual é o módulo correspondente da velocidade do pino C relativamente ao pino D? R: vC/D = 0,579 m/s Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 69 - Definição A expressão da velocidade relativa permite calcular a velocidade de um ponto quando conhecemos a velocidade de um ponto base. Esta determinação se simplifica quando a velocidade do ponto base é nula. O ponto base se torna o Centro Instantâneo de velocidade nula (CI) – Centro Instantâneo de Rotação (C.I.R.). Então: ¾ O eixo de velocidade nula é perpendicular ao plano do movimento. ¾ Os pontos se movem em trajetória circular em torno do CI. CENTRO INSTANTÂNEO DE VELOCIDADE NULA Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 70 A figura mostra uma roda girando com velocidade angular ω. Como os pontos em contato têm a mesma velocidade, no contato com o piso v = 0, este ponto é o CI e todos os outros pontos têm naquele instante uma trajetória circular em relação ao CI. CENTRO INSTANTÂNEO DE VELOCIDADE NULA Em geral, um novo centro instantâneo CI existirá para cada nova posição do corpo durante o seu movimento. O lugar geométrico desses centros no espaço é conhecido como centrodo espacial, e o lugar geométrico sobre o corpo (ou prolongamento do corpo) é conhecido como centrodo de corpo. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 71 - Localização Em função das grandezas conhecidas, podemos distinguir três casos: 1. A velocidade instantânea vA e a velocidade angular ω são conhecidas. Então rA/CI = vA / ω. CENTRO INSTANTÂNEO DE VELOCIDADE NULA Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 72 - Localização 2. As direções das velocidades de dois pontos A e B são conhecidas. Neste caso o CI localiza-se no ponto de encontro das perpendiculares às direções das velocidades nos pontos A e B. CENTRO INSTANTÂNEO DE VELOCIDADE NULA Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 73 - Localização 3. Os módulos e direção de duas velocidades paralelas são conhecidas. CENTRO INSTANTÂNEO DE VELOCIDADE NULA Tem-se: rA/CI + rB/CI = d ou rB/CI – rA/CI = d Obs.: O CI só vale para um determinado instante. Não significa que a aceleração é nula. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 74 Exemplo Para o mecanismo da conectora-manivela, a manivela OB tem uma velocidade angular constante, no sentido horário, de 1200 rpm. Para o instante no qual o ângulo da manivela é θ = 30º, determinar as velocidades do pistão A e do centro de massa G da barra conectora. CENTRO INSTANTÂNEO DE VELOCIDADE NULA Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 75 Resolução: O centro instantâneo de velocidade nula C de AB está localizado na interseção das normais às direções conhecidas das velocidades de dois pontos A e B sobre a barra. As distâncias radiais A, G e B estão em escala. A velocidade de B em seu movimento circular em torno de O pode ser calculado: smvrv BOBOBB /1,2560 2)1200(2,0 ==⇒×= πωrrr Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 76 A velocidade angular de AB é a mesma que a velocidade angular do triângulo CBA considerado como prolongamento do corpo rígido AB e pode ser determinada: no sentido anti-horário. As velocidades lineares de A e G são, então: srad r v CB CB B CBCBAB /4,44566,0 1,25 ==⇒=⇒= ωωωω smvrv AABACA /0,17)4,44).(383,0( ==⇒×= ωrrr smvrv GABGCG /5,17)4,44).(395,0( ==⇒×= ωrrr Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 77 Atividades 1. O disco rola sem deslizamento sobre duas chapas A e B, as quais movem-se paralelamente uma a outra, mas em direções opostas. Se vA = 2 m/s e vB = 4 m/s, posicionar o centro instantâneo de velocidade nula para o disco, e determinar a velocidade do ponto D no instante representado. R: vD = 3,16 m/s CENTRO INSTANTÂNEO DE VELOCIDADE NULA Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 78 2. O módulo da velocidade absoluta do ponto A sobre o pneu de um automóvel é de 12 m/s quando ocupa a posição mostrada. Quais são as correspondentes velocidades v0 do veículo e a velocidade angular ω da roda? (A roda rola sem deslizar) R: 8,49 m/s, 28,3 rad/s Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 79 3. A engrenagem dupla mostrada na figura rola sobre a cremalheira inferior estacionária; a velocidade do seu centro A é 1,2 m/s para a direita. Determine as velocidades da cremalheira superior R e do ponto D da engrenagem usando o método do centro instantâneo de rotação. R: vR = 2 m/s; vD = 1,7 m/s Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 80 4. A extremidade A da barra possui uma velocidade vA = 2 m/s para baixo durante um certo intervalo de seu movimento. Para a posição em que θ = 30º, determine, pelo método do centro instantâneo de rotação, a velocidade angular ω da barra AB e a velocidade vG do centróide G da barra. R: ω = 11,55 rad/s vG = 1,155 m/s, Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 81 5. O eixo do conjunto da roda mostrada na figura rola sem deslizar sobre a superfície horizontal fixa, e o ponto O possui uma velocidade de 0,8 m/s para a direita. Utilizando o procedimento do CI, determine as velocidades dos pontos A, B, C e D. R: vA = 4,8 m/s, vB = 3,2 m/s, vC = 4,08 m/s, vD = 3,92 m/s Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 82 6. A lâmina de uma ceifadeira mecânica gira no sentido anti-horário a uma velocidade angular de 1800 rpm. Se o centrodo de corpo é um círculo com 0,75 mm de raio, calcule a velocidade vO da ceifadeira. R: 0,1414 m/s Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 83 Uma equação que relaciona a aceleração de dois pontos de um corpo rígido sujeito a um movimento plano geral pode ser determinada pela derivação da equação de velocidade em relação ao tempo: MOVIMENTO RELATIVO: Aceleração e são acelerações absolutas medidas no sistema de coordenadas fixo. é medido por um observador fixo ao sistema móvel em translação. O movimento relativo tem uma trajetória circular com raio rB/A. Então: Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 84 Voltando à expressão da aceleração relativa: MOVIMENTO RELATIVO: Aceleração Pode-se escrever: Em que os módulos são: : com direção perpendicular a rB/A : com direção igual a BA e o sentido de B para A. Estas componentes representam um movimento circular observado num referencial em translação. Podemos escrever, utilizando a noção de produto vetorial: Resultando: Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 85 Pode-se concluir que quando dois corpos são articulados: - pontos coincidentes na rpontos coincidentes na róótula têm a mesma aceleratula têm a mesma aceleraççãoão. Descrevem a mesma trajetória; - se fazem contatos mas se movem em trajetórias diferentes terão a mesma aceleração tangencial (at); porém as acelerações totais não serão iguais pois an é diferente para cada trajetória. MOVIMENTO RELATIVO: Aceleração Cinemáticados Corpos Rígidos - Dinâmica 86 Exemplo No exemplo do cálculo da velocidade relativa, vimos a determinação das velocidades dos pontos A e C sobre a roda de raio r que rola para a esquerda sem deslizar no instante considerado. Vamos agora determinar as acelerações destes mesmos pontos da roda no instante considerado, lembrando que o centro O tem uma velocidade v0 para a esquerda. MOVIMENTO RELATIVO: Aceleração Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 87 Resolução: A aceleração de A é dada por: aA = aO + aA/O, onde o termo da aceleração relativa tem as componentes:(aA/O)n = r0ω2, dirigida de A para O, e a componente (aA/O)t = r0α dirigida ao longo de t. A adição dos vetores dá aA. A aceleração do centro instantâneo de velocidade nula C, considerado um ponto sobre a roda, é obtida pela expressão: aC = aO + aC/O, em que as componentes da aceleração relativa são: (aC/O)n = rω2, dirigida de C para O, e (aC/O)t = rα, dirigida para a direita, para levar-se em conta a aceleração angular no sentido anti-horário de linha CO em torno de O. Os termos são adicionados conjuntamente, e tem-se que: aC = rω2. Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 88 Então: aA = aO + aA/O aA = aO + (aA/O)t + (aA/O)n aA = aO + r0α + r0ω2 aC = aO + aC/O aC = rω2 MOVIMENTO RELATIVO: Aceleração Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica Assim sendo, a aceleração de C é independente de α e é dirigida para o centro do círculo. Essa conclusão é um resultado útil para se guardar. 89 Atividades 1. O centro da dupla engrenagem já vista em problemas anteriores tem uma velocidade de 1,2 m/s para a direita e uma aceleração de 3 m/s2 na mesma direção e sentido. Determine: (a) a aceleração angular da engrenagem; (b) as acelerações dos pontos B, C e D da engrenagem. R: (a) α = -20 rad/s2; (b) aB = 8,1 m/s2 ac = 9,6 m/s2 aD = 13 m/s2 MOVIMENTO RELATIVO: Aceleração Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 90 2. O volante mostrado na figura possui um diâmetro de 600 mm e gira aumentando sua velocidade de rotação em torno de seu eixo, que coincide com a orientação z. Quando o ponto P sobre sua borda cruza o eixo y com θ = 90º, ele possui uma aceleração dada por . Para esse instante, determine a velocidade angular ω e a aceleração angular α do volante. R: 6 rad/s2; 4 rad/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 91 3. As duas pás de rotor com 800 mm de raio giram no sentido anti-horário com uma velocidade angular constante 2 rad/s em torno do eixo O montado em um bloco deslizante. A aceleração do bloco é aO = 3 m/s2. Determine o módulo da aceleração da ponta A da pá quando (a) θ = 0º, (b) θ = 90º e (c) θ = 180º. A velocidade de O ou o sentido de ω influenciam o cálculo? R: (a) 0,2 m/s2, (b) 4,39 m/s2, (c) 6,2 m/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 92 4. O centro O da roda é montado em um bloco deslizante que possui uma aceleração aO = 8 m/s2 para a direita. Determine os módulos das acelerações dos pontos A e B para o instante em que θ = 45º, ω = 3 rad/s, α = - 8 rad/s2. R: aA = 12,8 m/s2, aB = 3,21 m/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 93 5. Para o instante representado na figura, o vértice C da chapa retangular possui uma aceleração de 5 m/s2 no sentido negativo do eixo y, e a placa possui uma velocidade angular de 4 rad/s no sentido horário que diminui de 12 rad/s a cada segundo. Determine a aceleração do vértice A nesse instante. R: aA = 11,18 m/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 94 6. O centro O do disco possui velocidade angular ω = 7,5 rad/s e aceleração angular α = 12,5 rad/s2 no instante considerado. Se o disco rola sem deslizar sobre a superfície horizontal determine o módulo da aceleração de B para esse instante. R: aB = 16,44 m/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 95 7. A bola mostrada na figura possui 0,5 m de raio e rola sem escorregar. Determine as acelerações vetoriais dos pontos B e A. R: aA = (–20 i + 2 j) m/s2; aB = (–4 i – 18 j) m/s2 Cinemática dos Corpos Rígidos - Dinâmica 96 Cinética Planar de Corpos Rígidos: Força e Aceleração 1. Introdução 2. Momento de inércia de uma massa 3. Equações Cinéticas Planares do Movimento 4. Equação do movimento de translação 5. Equações do movimento de rotação em torno de um eixo fixo 6. Equações do movimento: movimento plano geral CINÉTICA PLANA DE CORPOS RÍGIDOS Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 97 A cinética de corpos rígidos trata das relações entre as solicitações (forças e momentos) que atuam num corpo e o correspondente movimento (translação e rotação) desse corpo. As relações cinemáticas para o movimento plano de corpos rígidos foram anteriormente desenvolvidas, sendo agora necessárias neste estudo do movimento planar de corpos rígidos. Este estudo é aplicado a movimentos planares de corpos rígidos que, tal como as solicitações aplicadas, são considerados simétricos relativamente a um plano de referência fixo. Este plano de referência contém o centro de massa e todas as forças e momentos que atuam no corpo podem ser projetados para esse plano de referência. 1. Introdução Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 98 Um corpo que tenha dimensões apreciáveis na direção normal ao plano de referência pode ser tratado como possuindo movimento plano. Estas idealizações incluem claramente um vasto número de movimentos de corpo rígido. Uma forma básica de abordar a Cinética é pelo isolamento do corpo ou sistema a ser analisado. Para problemas que envolvem as relações instantâneas entre força, massa e aceleração ou quantidade de movimento, o corpo ou sistema deve ser explicitamente definido isolando-se o mesmo com o seu diagrama de corpo livre. Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Introdução 99 Quando forem empregados os princípios do trabalho e energia, um diagrama de forças que mostra somente aquelas forças externas que realizam trabalho sobre o sistema pode ser usado no lugar do diagrama de corpo livre. Nenhuma solução de um problema deve ser tentada sem primeiro definir o contorno externo completo do corpo ou sistema, e identificar todas as forças externas que atuam sobre ele. Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Introdução 100 Uma vez que um corpo rígido tem uma forma e tamanho definidos, um sistema de forças aplicadas ao corpo poderá não ser concorrente, provocando momentos que irão resultar numa aceleração angular do corpo. O movimento de rotação é descrito por uma equação do tipo onde o termo IG é a quantidade designada por momento de inércia. 2. Momento de Inércia ∑ = αrr .GG IM Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 101 Por comparaPor comparaçção, podeão, pode--se afirmar que o momento de inse afirmar que o momento de inéércia rcia éé uma medida uma medida da resistência do corpo da resistência do corpo àà aceleraaceleraçção angular, da mesma forma que a ão angular, da mesma forma que a massa massa éé uma medida da resistência do corpo uma medida da resistência do corpo àà aceleraaceleraçção, ão, “Propriedade de um objeto em resistir às mudanças no seu movimento angular”. É afetado pela massa do objeto e como esta está distribuída em relação ao eixo de rotação. Cada partícula fornece alguma resistência à mudança no movimento angular. Essa resistência é igual á massa da partícula vezes o quadrado da distância da partícula ao eixo de rotação: I = m.r2 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Momento de Inércia 102 Como calcular o momento de inComo calcular o momento de inéércia? rcia? Para o corpo representado na Figura 1 abaixo, o momento de inércia relativamente ao eixo z é definido como A distância r é medida na perpendicular a partir do eixo z até ao elemento de massa dm.Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica ∫= m dmrI .2 Momento de Inércia 103 No estudo da cinética planar, o eixo em torno do qual normalmente se calcula o momento de inércia passa no centro de massa G do corpo, sendo designado por IG . A unidade mais comum desta grandeza é kg.m2. Se o corpo for constituído por um material de massa volúmica variável, ρ=ρ(x,y,z), o elemento de massa elementar dm do corpo pode ser expresso em termos do seu volume e massa volúmica dm = ρ dV Substituindo dm, o momento de inércia do corpo pode ser calculado por integração usando elementos de volume, No caso de ρ = Cte , este termo pode ser colocado fora do integral, sendo a integração função apenas da geometria do corpo, Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica ∫= V dVrI ..2 ρ ∫= V dVrI .2ρ Momento de Inércia 104 Quando o elemento de volume escolhido para integração tem dimensões infinitesimais nas três direções, dV = dx.dy.dz, o momento de inércia tem de ser determinado por integração tripla (Figura A). Este processo de integração pode ser simplificado se o elemento de volume utilizado tiver dimensão ou espessura diferencial apenas numa direção. Elementos de volume do tipo casca (Figura B), ou do tipo disco (Figura C) são usados com frequência para este fim. Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica A B C Momento de Inércia 105 - Exemplo do cálculo do Momento de Inércia Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 106 - Exemplo do cálculo do Momento de Inércia Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 107 Desde que o momento de inércia do corpo calculado relativamente a um eixo que passa no seu centro de massa seja conhecido, então o momento de inércia relativamente a qualquer outro eixo paralelo pode ser determinado, usando o teorema dos eixos paralelos (ou de Steiner). Este teorema pode ser deduzido considerando o corpo representado na figura: - Teorema dos eixos paralelos Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 108 O eixo z’ passa através do centro de massa, enquanto o eixo paralelo z se encontra afastado a uma distância d. Escolhendo o elemento de massa dm, localizado no ponto (x’, y’), e usando o teorema de Pitágoras, r2 = (d + x’)2 + y’2 Podemos expressar o momento de inércia do corpo relativamente ao eixo z como - Teorema dos eixos paralelos Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica ( )[ ] ( )∫ ∫ ∫∫∫ +++=++== m m mmm dmddmxddmyxdmyxddmrI 222222 '2'''' 109 - Teorema dos eixos paralelos Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Sendo: IG - momento de inércia relativamente ao eixo z´ que passa no centro de gravidade G. m - massa do corpo d - distância medida na perpendicular entre os dois eixos paralelos. ( )[ ] ( )∫ ∫ ∫∫∫ +++=++== m m mmm dmddmxddmyxdmyxddmrI 222222 '2'''' Como r’2 = x’2 + y’2, o primeiro integral representa IG . O segundo integral é nulo, uma vez que o eixo z' passa no centro de massa do corpo, isto é, , uma vez que x' = 0. Finalmente, o terceiro integral representa a massa total m do corpo. Assim, o momento de inércia relativamente ao eixo z pode ser escrito como: ∫ ∫ == m m dmxdmx 0'' 2mdII G += 110 O momento de inércia relativamente a um determinado eixo é frequentemente referido em termos do raio de giração, k. Esta grandeza tem unidades de comprimento, e quando é conhecida juntamente com a massa, o momento de inércia do corpo é determinado a partir da equação ou Assim, k é uma medida da distribuição da massa de um corpo em torno do eixo em questão e a sua definição é análoga à definição de raio de giração para o momento de inércia de área. Se toda a massa m pudesse ser concentrada a uma distância k do eixo, o momento de inércia permaneceria inalterado. - Raio de giração Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 2mdI = m Ik = 111 É a distância teórica do eixo de rotação onde toda a massa do objeto deveria estar concentrada para criar a mesma resistência à mudança no movimento angular que o objeto oferece no seu formato original. - Definições Raio de giração “A distribuição da massa de um objeto é mais significativa para o momento de inércia do que a própria massa”. Para uma mesma massa, quanto mais afastada do eixo de rotaPara uma mesma massa, quanto mais afastada do eixo de rotaçção ela ão ela estiver distribuestiver distribuíída (ou concentrada), maior o momento de inda (ou concentrada), maior o momento de inéércia.rcia. Dependendo do eixo em torno do qual um objeto gira, seu momento de inércia varia, apesar da massa ser a mesma. O momento de inércia sempre é relativo a um eixo de rotação. I = mh2 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 112 O momento de inércia de massa de um corpo composto é a soma dos momentos de inércia individuais relativos ao mesmo eixo. Pode-se utilizar o teorema dos eixos paralelos para relacionar o momento de inércia de cada uma das partes no seu centro de massa, IG , com o do momento de inércia no centro de massa do corpo. É muitas vezes conveniente tratar um corpo composto como sendo definido por volumes positivos e volumes negativos. O momento de inércia de um elemento negativo, como o material que é removido para formar um furo, deve ser considerado como uma quantidade negativa. - Corpos Compostos Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 113 A tabela apresenta algumas das fórmulas mais úteis para os momentos de inércia de corpos com as formas mais comuns. - Corpos Compostos Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 114 - Corpos Compostos Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 115 - Corpos Compostos Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 116 “Princípio da conservação do momento angular” O momento angular de um objeto permanece constante a menos que um torque externo resultante seja exercido sobre ele. A 1ª lei de Newton não requer que a velocidade angular seja constante, mas sim que o produto do momento de inércia pela velocidade angular seja constante, se não houver torques externos atuando. - INTERPRETAÇÃO ANGULAR DA 11ªª LEI DE NEWTONLEI DE NEWTON Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica ↑ momento de inércia ↓ velocidade angular momento angular constante 117 “Mudança no momento angular” Se um torque externo for exercido sobre um objeto, este irá sofrer uma aceleração angular no sentido deste torque e essa aceleração angular será diretamente proporcional ao torque e inversamente proporcional ao momento de inércia do objeto. - INTERPRETAÇÃO ANGULAR DA 22ªª LEI DE NEWTONLEI DE NEWTON α = T / I ou T = Iα - aumento ou diminuição da velocidade angular - mudança na direção do eixo de rotação - mudança no momento e inércia Obs.: A aceleração angular do objeto ou uma mudança no seu momento de inércia não necessariamente indica a presença de um torque externo resultante. Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 118 Para cada torque exercido por um objeto sobre o outro, o segundo exerce sobre o primeiro um torque de igual magnitude mas no sentido oposto. Os efeitos dos torques dependem dos momentos de inércia dos objetos. - INTERPRETAÇÃO ANGULAR DA 33ªª LEI DE NEWTONLEI DE NEWTON Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 119 Devemos ter sempre em mente que este estudo é limitado a movimentos planares de corpos rígidos que são considerados simétricos relativamente a um plano de referência fixo. Neste caso a trajetória de cada partícula é uma curva plana paralela ao plano de referência. Uma vez que o movimento do corpo pode ser visto sob o plano de referência, todas as forças e momentos que atuam no corpo podem ser projetados para o plano de referência. 3. Equações Cinéticas Planares do Movimento Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 120 Um exemplo do movimento dumcorpo pode ser visto na figura abaixo, em que o sistema inercial de referência x, y, z, tem a sua origem coincidente com o ponto arbitrário P do corpo. Por definição de sistema inercial, estes eixos não rodam e, ou estão fixos, ou transladam com velocidade constante. Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Equações Cinéticas Planares do Movimento 121 As forças representadas na figura anterior são forças externas, que representam o efeito de forças gravitacionais, elétricas, magnéticas ou de contacto com corpos adjacentes. Uma vez que este sistema de forças foi já estudado na análise de um sistema de partículas, a equação que daí resultou pode ser aqui usada: 4. Equação do movimento de translatranslaççãoão Soma de todas as forças externas que atuam no corpo aceleração do seu centro de massa = massa do corpo x G amF∑ = rr . Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 122 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Para o movimento do corpo no plano x-y, a equação do movimento pode ser escrita sob a forma de duas equações escalares independentes, uma vez que não existe nenhum movimento angular de translação do corpo; e assim, a aceleração angular é igual a zero. Então as equações do movimento que se aplicam neste caso são: ( )∑ = xGx amF ( )∑ = yGy amF 0∑ =GM G amF∑ = rr . 0. ==∑ αrr GG IM Equação do movimento de translatranslaççãoão 123 - Observação Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Para a translação retilínea, se a direção de x é escolhida como sendo a da aceleração, então as duas equações escalares para as forças são: Para a translação curvilínea, utilizando-se o sistema de coordenadas n-t, as duas equações escalares para as forças ficam: Em ambos os casos: 0∑ =GM ( )∑ = nGn amF ( )∑ = tGt amF ( )∑ = xGx amF ( )∑ == 0yGy amF 124 Pode-se empregar uma equação alternativa de momentos com o auxílio do diagrama cinético. Então, para a translação retilínea tem-se e para translação curvilínea o diagrama cinético permite escrever no sentido horário e no sentido anti-horário. “Assim, tem-se total liberdade de escolher o ponto em relação ao qual os momentos devem ser calculados, adotando-se, portanto, aquele que for mais adequado”. madM P∑ = 0∑ =AM AnA dmaM∑ = BtB dmaM∑ = Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 125 Exemplo 1 Uma caminhonete de 1500 Kg atinge uma velocidade de 50 Km/h, a partir do repouso, em uma distância de 60 m subindo uma ladeira com 10 % de inclinação, com aceleração constante. Calcule a força normal exercida pela pista sobre cada par de rodas e a força de atrito atuante nas rodas motoras na traseira. Sabe-se que o coeficiente de atrito efetivo entre os pneus e a pista é de no mínimo 0,8, e que a aceleração gravitacional é 9,81 m/s2. - Movimento de translação Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 126 Resolução: Admite-se que as massas das rodas sejam desprezíveis se comparadas com a massa total da caminhonete, e que esta possa ser considerada um único corpo rígido em translação retilínea com uma aceleração de O diagrama de corpo livre da caminhonete completa mostra as forças normais N1 e N2, a força de atrito F no sentido contrário ao deslizamento das rodas motoras e o peso W representado por suas duas componentes. Com θ = tg-1 1/10 = 5,71º, essas componentes são: W.cos θ = 1500.9,81.cos 5,71º = 14,64.103 N W.sen θ = 1500.9,81.sen 5,71º = 1464 N ( ) 222 0 2 /608,1 60.2 6,3/502 smaSavv ==→Δ+= Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 127 O diagrama cinético mostra a resultante, que passa pelo centro de massa e possui a orientação da aceleração do veículo. Seu módulo é: FR = m.a = 1500.1,608 = 2410 N Aplicando as três equações de movimento para as três incógnitas, tem-se → F – 1464 = 2410 → F = 3880 N → N1 + N2 – 14,64.103 = 0 → 1,5N1 + 3880.0,6 – 1,5N2 = 0 Resolvendo as duas últimas equações simultaneamente, obtém-se N1 = 6550 N N2 = 8100 N Comentário: Para suportar uma força de atrito de 3880 N é necessário um coeficiente de atrito de no mínimo F/N2 = 3880/8100 = 0,48. Uma vez que o coeficiente de atrito é de pelo menos 0,8, as superfícies são suficientemente rugosas para suportar o valor calculado de F. ∑ = xx maF ∑ == 0yy maF 0. ==∑ αIM G Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 128 Exemplo 2 Para que aceleração a da estrutura a barra delgada uniforme mantém a orientação mostrada na figura? Despreze o atrito e a massa dos pequenos roletes em A e B. - Movimento de translação Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 129 Resolução: Considerando as forças que agem na barra AB representadas na figura abaixo, pode-se escrever para as equações de movimento: → NA = ma → NB = mg → NA(lsen 30º) - mg(l/2cos 30º) = ma(l/2sen 30º) Resolvendo a última expressão com as devidas substituições e simplificações, temos: a = g√3 ∑ = xx maF ∑ == 0yy maF madM B∑ = Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 130 Atividades 1. Observa-se que, quando engrenadas ainda em repouso, as rodas traseiras de um cortador de grama giram instantaneamente ao se acelerar o cortador. Se os coeficientes de atrito entre os pneus traseiros e o gramado são μe = 0,70 e μd = 0,50, determinar a aceleração a do cortador para a frente. A massa do cortador com o saco preso a ele é de 50 Kg com o centro de massa em G. Admita que o operador não empurre a empunhadeira, de modo que P = 0. R: a = 4,14 m/s2 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 131 2. Um caixote homogêneo de massa m é montado sobre pequenas rodas, conforme mostrado na figura. Determinar a força máxima P que pode ser aplicada sem tombar o caixote em relação (a) a seu bordo frontal mais baixo com h = b e (b) a seu bordo anterior mais baixo, com h = 0. R: (a) P = mg(c/b); (b) P = mg(c/b) Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 132 3. O carro mostrado na figura tem 2 t e centro de massa G. Determine a aceleração do carro se as rodas traseiras, de “tração”, estão deslizando, e as dianteiras estão livres. Despreze as massas das rodas. O coeficiente de atrito cinético entre as rodas e o pavimento é μc = 0,25. R: aG = 1,59 m/s2 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 133 4. A barra uniforme OB, de 30 Kg, é fixada a uma estrutura acelerada na posição de 30º com a horizontal, através da rótula O e do rolete A. Se a aceleração horizontal da estrutura é a = 20 m/s2, calcule a força FA sobre o rolete e as componentes x e y da força suportada pelo pino em O. R: FA = 1,11 kN; OX = 45 N; OY = 667 N Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 134 5. Um carro esporte tem massa de 1,5 t e centro de massa em G. Determine o tempo mínimo que ele leva para atingir uma velocidade de 80 Km/h, partindo do repouso, se a tração é traseira e as rodas dianteiras rolam livremente. O coeficiente de atrito estático entre as rodas e o pavimento é µe = 0,2. Despreze a massa das rodas. R: 17,5 s Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 135 6. O veículo de passeio mostrado na figura tem 1650 Kg, e seu centro de massa é posicionado no ponto G. As massas das rodas são pequenas, se comparadas com a massa total do veículo. Considere o coeficiente de atrito estático entre a pista e as rodas motoras traseiras igual a 0,8. Calcule as forças normais NA e NB entre a pista e os pares de rodas dianteiras e traseiras na condição de aceleração máxima. R: NA = 6,85 kN; NB = 9,34 kN Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 136 7. Quando a velocidade do veículo de massa m = 1500 Kg mostrado na figura era de 9,0 m/s, aplicaram-se os freios bruscamente, fazendo com que as quatro rodas parassem de girar. Observou-se que o veículo derrapou 6,0 m antes de parar. Determine o módulo da força de atrito em cada roda enquanto o veículo derrapava. R:FA = 3,58 kN; FB = 6,54 kN Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 137 Considere um corpo rígido que se desloca no plano vertical, em torno de um eixo fixo que passa no ponto O, sujeito à ação de forças e momentos. Para esse movimento verifica-se que todos os pontos do corpo descrevem trajetórias circulares em torno do eixo de rotação, e todas as linhas traçadas sobre o corpo, sujeito a um movimento plano, têm a mesma velocidade angular ω e a mesma aceleração angular α. 5. Equações do movimento de rotarotaçção ão em torno de um eixo fixo Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 138 As componentes da aceleração do centro de massa para o caso do movimento circular são mais facilmente expressas em termos das coordenadas n-t, e assim tem-se an = rω2 e at = rα, para a rotação do corpo rígido em relação ao eixo fixo que passa por O. Equações do movimento de rotarotaççãoão em torno de um eixo fixo Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 139 Os diagramas de corpo livre e o correspondente diagrama cinético deste corpo estão representados na figura abaixo, e mostram a forforçça resultantea resultante ΣF em função de suas componentes n e t, e também o momento resultante momento resultante ΣMG. As equações do movimento que se aplicam neste caso são: ( )∑ == GnGn rmamF 2ω ( ) GtGt rmamF .α==∑ αGG IM∑ = Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Equações do movimento de rotarotaççãoão em torno de um eixo fixo 140 Ao se aplicar a equação de momentos em relação a G deve-se considerar o momento da força aplicada ao corpo em O, logo essa força não deve ser omitida do diagrama de corpo livre. Para os problemas de rotação em relação a um eixo fixo, geralmente é interessante aplicar uma equação de momento diretamente em relação ao eixo de rotação O. Então, a equação resultante para os momentos pode ser escrita: Com base no diagrama cinético pode-se obter a equação dos momentos das resultantes em relação a O, tomando que: Como (aG)t = rG.α, substituindo na equação anterior, obtém-se: αOO IM∑ = Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica αGtGGO IamrM +=∑ )( α)( 2GGO mrIM +=∑ Equações do movimento de rotarotaççãoão em torno de um eixo fixo 141 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Pelo teorema dos eixos paralelos, IO = IG + m rG2, conclui-se que: Assim, as equações do movimento para o caso de rotação em torno de um eixo fixo que passe no ponto O podem-se também escrever da seguinte forma: ObservaObservaççãoão: Para o caso comum de rota: Para o caso comum de rotaçção de um corpo rão de um corpo ríígido em torno de gido em torno de um eixo fixo que passa pelo seu centro de massa um eixo fixo que passa pelo seu centro de massa GG, evidentemente e, , evidentemente e, portanto, . O resultado das forportanto, . O resultado das forçças aplicadas as aplicadas éé, então, o momento ., então, o momento . α.OO IM∑ = ( )∑ == GnGn rmamF 2ω ( ) GtGt rmamF .α==∑ αOO IM∑ = 0 rr =a 0 rr =∑F αIr Equações do movimento de rotarotaççãoão em torno de um eixo fixo 142 Exemplo 1 O bloco de concreto de 300 Kg é elevado pelo mecanismo de içamento mostrado na figura, onde os cabos são enrolados sem folga em torno dos respectivos tambores. Os tambores, que são unidos e giram como um conjunto único em torno do seu centro de massa em O, possuem uma massa combinada de 150 Kg e um raio de giração de 450 mm em relação a O. Se uma força de tração constante P de 1800 N é mantida pela unidade de potência em A, determine a aceleração vertical do bloco. - Movimento de rotação Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 143 Resolução: Os diagramas de corpo livre e cinético dos tambores e do bloco de concreto são desenhados mostrando todas as forças atuantes, incluindo as componentes Ox e Oy da reação normal em O. Como neste caso a rotação se faz em torno de um eixo fixo (O) que passa pelo seu centro de massa, a resultante do sistema de forças sobre os tambores é o momento , e sendo I = r2m faz-se: I = (0,450)2.150 = 30,4 Kg.m2 αα OII = r Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 144 O cálculo dos momentos em relação ao centro de massa O da polia no sentido da aceleração angular α fornece: → 1800.0,6 – T.0,3 = 30,4.α A aceleração do bloco é descrita por: → T – 300.9,81 = 300.ay Pela relação at = rα, tem-se a = 0,3.α. Com essa substituição, as equações anteriores combinadas fornecem: T = 3250 N α = 3,44 rad/s2 ay = 1,031 m/s2 αOO IM∑ = yy maF∑ = Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 145 Exemplo 2 A barra uniforme de 20 Kg mostrada na figura é pivotada em O, e oscila livremente no plano vertical. Se a barra é liberada a partir do repouso na posição horizontal, calcule o valor inicial da força exercida pelo mancal sobre a barra no instante imediatamente após ela ser liberada. - Movimento de rotação Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 146 Resolução: Considerando as forças que agem sobre a barra, representadas na figura abaixo, podemos escrever as equações do momento em relação a O , e sendo o momento de inércia da barra IO = 1/3ml2, temos: mgr = 20.9,81.0,8 = 1/3.20.(1,6)2α → α = 9,2 rad/s2 Utilizando a relação a = αr e a expressão da força resultante em y, calculamos R: → 20.9,81 – R = 20.0,8.9,2 → R = 49 N αOO IM∑ = α2 3 1 ml αOO IM∑ = αmrmaF tt ==∑ Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 147 Atividades 1. Cada um dos dois tambores e correspondentes cubos de 250 mm de raio possui uma massa de 100 Kg e um raio de giração em relação a seu centro de 375 mm. Calcule a aceleração angular de cada tambor. O atrito em cada mancal é desprezível. R: αa = 3,20 rad/s2 ; αb = 3,49 rad/s2 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 148 2. Um disco de 80 Kg é suportado pelo pino em A. Se ele é solto a partir do repouso na posição mostrada na figura, determine a aceleração angular α adquirida pelo disco. O momento de inércia do disco em relação ao ponto A vale. R: 4,36 rad/s2 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 149 3. A barra uniforme AB, mostrada na figura, possui uma massa de 8 Kg e oscila no plano vertical em torno do pivô A. Se ω = 2 rad/s quando θ = 30º, calcule a força suportada pelo pino em A nesse instante. R: FA = 56,3 N Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 150 4. A barra fina de 20 Kg mostrada na figura gira num plano vertical e, num dado instante, tem velocidade angular ω = 5 rad/s. Determine a aceleração angular da barra e os componentes horizontal e vertical da reação no pino nesse instante. R: α = 5,90 rad/s2; On = 750 N; Ot = 19 N Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 151 5. O disco uniforme de 30 Kg mostrado na figura é suportado por um pino em seu centro. Se ele parte do repouso, determine o número de voltas que ele deve dar para atingir uma velocidade angular de 20 rad/s. Qual é a reação no pino? O disco está sob a ação de uma força constante F = 10 N, que é aplicada a uma corda enrolada na sua borda, e um momento de binário M = 5 N.m. Despreze a massa da corda. R: θ = 2,73 rev; OX = 0 N; OY = 304 N Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 152 6. A barra uniforme de 8 Kg mostrada na figura articula em relação a um eixo horizontal que passa pelo mancal O. Ela é liberada da posição horizontal a partir do repouso. Determine a distância b do centro de massa até o mancal O para a qual se tem uma aceleração angular inicial de 16 rad/s2, e obtenha a força R exercida pelo mancal sobre a barra no mancal O no instante imediatamente após a barra ser liberada. Adote IO = (1/12)mL2 + mb2 R: b = 53,6 mm e R = 71,6 N Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 153 A dinâmica de um corpo rígido em movimento plano geral combina os movimentos detranslação e rotação. Como nos casos anteriores é necessário apenas estabelecer-se a equivalência entre o sistema de forças externas, como no diagrama de corpo livre, e as resultantes das forças para resolver-se o problema de movimento plano. Podemos considerar novamente um corpo rígido que se desloca no plano vertical, em movimento plano geral, sujeito à ação de forças e momentos. 6. Equações do movimento: movimento plano geralmovimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 154 Equações do movimento: movimento plano geralmovimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Os diagramas de corpo livre e diagrama cinético deste corpo estão representados nas figuras abaixo: Para o movimento plano geral de um corpo simétrico rígido, podem-se escrever 3 equações escalares: ( )∑ = xGx amF ( )∑ = yGy amF α.GG IM∑ = 155 Equações do movimento: movimento plano geralmovimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Para aplicação destas equações, deve-se sempre desenhar os diagramas de corpo livre e diagrama cinético, para o instante considerado. Representar graficamente os termos envolvendo ∑∑∑ Gyx MFF ,,Diagrama de corpo livre Representar graficamente os termos envolvendo m(aG)x, m(aG)y, IG.αDiagrama cinético Os dois diagramas são igualados, como na figura anterior, já que as forças e momentos no diagrama de corpo livre causam o movimento acelerado indicado pelos 3 vetores mostrados no diagrama cinético. 156 - Notas: Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica - aplica-se somente no ponto G. - Para outros pontos, devem-se considerar também os momentos “cinéticos” provocados pelas componentes de m(aG) em relação a esse ponto e por IG.α. - IG.α tem as mesmas propriedades de um binário e pode atuar em qualquer ponto no diagrama cinético. - m(aG)x e m(aG)y são tratados da mesma maneira que uma força, isto é, podem atuar em qualquer ponto das suas linhas de ação. α.GG IM∑ = 157 - Equações do movimento: movimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Especial atenção deve ser dada a certos casos do movimento plano; casos que ocorrem com frequência suficiente para precisarem atenção. O primeiro ocorre quando o centro de momentos O, como ponto do corpo ou da extensão deste, não tem aceleranão tem aceleraççãoão! A equação de momentos em relação a O torna-se , que satisfaz às mesmas condições que para um corpo que gira em relação a um eixo fixo em O. O ponto O não precisa necessariamente ser fixo; pode ter uma velocidade constante. α.OO IM∑ = 158 O segundo caso de frequência corrente existe, quando o centro de momento O é escolhido de tal modo que tem uma aceleração dirigida diretamente para G, figura (a). A aceleração de G, escrita em função da aceleração O, tem as componentes a0, rω2 e rα de tal modo que a força resultante tenha as componentes ma0, mrω2 e mrα, como é mostrado na parte (b) figura. A soma dos momentos em relação a O torna-se . A substituição de , dá Equações do movimento: movimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica amr αα 2. mrIM P +=∑ rr 2mrIIO += rr α.OO IM∑ = 159 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica A figura (c) mostra o exemplo frequentemente encontrado da situação descrita, que ocorre para uma roda que gira, com o centro de massa G no centro geométrico. O centro instantâneo de rotação C tem uma aceleração dirigida para o centro de massa. Se a roda deslizasse ou se o centro de massa não fosse o centro geométrico, então a aceleração do ponto de contato C não passaria em G. 160 Observação: Deve-se enfatizar acentuadamente a escolha do corpo a ser isolado e sua representação através de correto diagrama de corpo livre. Somente após esse passo ter sido completado, pode-se avaliar adequadamente a equivalência entre as forças externas e suas resultantes. De igual importância na análise do movimento plano, é a compreensão da Cinemática envolvida. Muito frequentemente as dificuldades experimentadas no estudo do movimento planar estão relacionadas diretamente com cinemática. Deve ser reconhecido, na formulação da solução de um problema, que as direções de certas forças ou acelerações não sejam conhecidas no começo; de tal modo que seja necessário fazer hipóteses iniciais cujas validades serão aprovadas ou desaprovadas, quando a solução é efetuada. Equações do movimento: movimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 161 É essencial, entretanto, que todas as hipóteses feitas sejam coerentes com o princprincíípio da apio da açção e reaão e reaççãoão e com quaisquer requisitos cinemáticos, que também são chamados de condições de construção. Assim, se uma roda está girando em superfície horizontal, seu centro está limitado a mover-se em linha horizontal. Além do mais, se a aceleração linear desconhecida a do centro da roda é suposta positiva para a direita, a aceleração angular desconhecida α deve ser positiva no sentido positivo, de tal forma que a = + rα, supondo-se que a roda não deslize. Deve ser notado também que para uma roda que gira sem deslizamento a = rα, a força de atrito F entre a roda e sua superfície de apoio é geralmente menor que o seu valor máximo, de modo que F ≠ fN. Se a roda desliza quando gira a ≠ rα, embora a força de atrito tenha atingido o seu valor limite, tem-se que F = fN. Pode ser necessPode ser necessáário testar a validade rio testar a validade de uma ou outra hipde uma ou outra hipóótese em dado problematese em dado problema. Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 162 Exemplo 1 A bobina mostrada na figura tem massa de 8 Kg e raio de giração kG = 0,35 (SI). Se as cordas de massas desprezíveis estão enroladas no cilindro central e na periferia, como mostrado na figura, determine a aceleração angular da bobina. Equações do movimento: movimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 163 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Resolução: Analisando as forças que agem na bobina de acordo com a figura abaixo, pode-se perceber que a força de 100 N causa uma aceleração aG para cima. Além disso, α corresponde a um movimento de rotação no sentido horário, pois a bobina enrola a corda em sua periferia. Há três incógnitas: T, aG e α. O momento de inércia da bobina em relação ao seu centro de massa é: IG = m.kG2= 8Kg.(0,35m)2 = 0,980 Kg.m2 164 Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica Aplicando as equações do Movimento: ( )∑ = yGy amF → T + 100 – 78.48 = 8.aG α.GG IM∑ = → 100.(0,2) – T .0,5 = (0,980).α Utilizando a cinemática para relacionar as acelerações aG com α, uma vez que a bobina rola sem escorregar na corda em A: aG = 0,5.α Resolvendo o sistema de equações, encontra-se: α = 10,3 rad/s2 aG = 5,16 m/s2 T = 19,8 N 165 Exemplo 2 Um aro metálico com raio r = 150 mm é liberado do repouso sobre a ladeira com 20º de inclinação. Determine a aceleração angular α do aro e o tempo t para que ele se mova de uma distância de 3 m ladeira abaixo. Equações do movimento: movimento plano geral Cinética dos Corpos Rígidos - Dinâmica 166 Resolução: O diagrama de corpo livre mostra o peso mg, a força normal N e a força de atrito F atuante no ponto de contato C do aro com a ladeira. O diagrama cinético mostra a força resultante ma que passa por G no sentido de sua aceleração e o Momento Iα. A aceleração angular no sentido anti-horário requer um momento também no sentido anti-horário em relação a G, logo a força F deve ser orientada ladeira acima. Admitindo que o aro rola sem deslizamento pode-se escrever a = rα, e ainda que o momento de inércia do aro é I = mr2. A aplicação das componentes das forças nas direções x e y fornece:
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