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28/09/2011 1 METROLOGIA II Prof. Eliandro R Silva ESPELHOS E LENTES FATEC ARTUR DE AZEVEDO ESPELHOS PLANOS O espelho é uma superfície que reflete um raio luminoso em uma direção definida, em vez de absorvê-lo ou espalhá-lo em todas as direções. Uma superfície lisa, plana e metálica que reflete especularmente a luz, é denominada Espelho Plano. Consideremos um pequeno objeto luminoso representado por O colocado na frente de um espelho EE’. A luz que sai do objeto e incide no espelho é refletida. Prolongando os traços divergentes verificamos que todos passarão pelo mesmo ponto I. Assim a luz , após ser refletida pelo espelho plano, diverge como se estivesse sendo emitida do ponto I, situado atrás do espelho. O ponto O chamaremos de Objeto; O ponto I chamaremos de Imagem Pontual ou Imagem Virtual. Distância da Imagem ao espelho Por convenção: a distância do Objeto sempre positiva e da Imagem será positiva para Imagem Real e negativa para Imagem Virtual. Os triângulos OAB e IAB, Possuem um lado em comum e três ângulos iguais, portanto são considerados congruentes. O A B A B I Logo: AO = IA D0 = - Di 28/09/2011 2 Imagem de um objeto Extenso A Imagem será obtida determinando- se a imagem de cada ponto do objeto, assim, a imagem A’, do ponto A, será localizada traçando-se, de A, a perpendicular ao espelho e tomando-se A’M = AM e assim por diante para os outros pontos do objeto. Observação: A imagem é do mesmo tamanho que o objeto e simétrica dele em relação ao espelho. Exercícios: 1) • Uma mariposa está ao nível de seus olhos, a 10 cm de distância, de um espelho plano, você se encontra a atrás da mariposa, a 30 cm do espelho. Qual é a distância entre seus olhos e a distância aparente da imagem da mariposa no espelho? 2) •• Na figura abaixo, uma fonte pontual e isotrópica S é posicionada a uma distância d de uma tela de observação A e intensidade luminosa Ip no ponto P é medida. Em seguida um espelho plano M é colocado atrás de S, a uma distância d. De quantas vezes aumenta a intensidade luminosa Ip quando o espelho plano é introduzido? S P d d M A Espelhos Esféricos Uma Superfície lisa, de forma esférica, que reflete especularmente a luz, é um espelho esférico Espelho Côncavo e Convexos Se a luz estiver refletindo na superfície interna, dizemos que o espelho é côncavo, figura (a). Se a reflexão ocorrer na superfície externa, dizemos que o espelho é convexo. Pontos Importantes de espelhos Esféricos 1. O ponto V (centro da superfície refletora), denominado vértice do espelho; 2. O ponto C ( centro de curvatura da esfera), denominado centro do espelho; 3. A reta CV, denominada eixo do espelho; 4. O raio, R, do espelho (raio de curvatura da esfera). 28/09/2011 3 Imagens produzidas por espelhos Esféricos Quando um feixe de luz emitido por um objeto se reflete em um espelho Côncavo, de modo a convergir para um ponto, teremos, neste ponto, a formação de uma Imagem Real. o Pontos Focais de Espelhos Esféricos Um feixe de raios luminosos, incidindo paralelamente ao eixo de um espelho côncavo, é refletido convergindo para um foco real e, incidindo em um espelho convexo, diverge, após a reflexão, como se fosse emitido de um foco virtual. Espelho convergente Espelho Divergente Em ambos os casos a relação entre a distância focal f e o raio de curvatura r do espelho é dada por: f = ½ r r > 0, para espelho côncavo r < 0, para espelho convexo Exemplo: Holofote(farol) Um aluno recém formado da Fatec é contratado para trabalhar na Cibié (fabricantes de faróis), como teste o chefe dos engenheiros propõe a seguinte situação: um espelho Côncavo do farol de um automóvel (Kombi) tem um raio de curvatura R = 20 cm. Qual é a distância entre o filamento da lâmpada e o vértice deste espelho? Resposta: O ex-aluno, muito esperto e lembrando da aula de Metrologia II, lembrou que a distância focal é dada por f = ½ R, assim facilmente ele disse ao seu superior imediato que o filamento da lâmpada deve estar a 10 cm do vértice do espelho. Raios Principais Podemos localizar, com maior facilidade, a posição da imagem de um ponto nos espelhos esféricos, fazendo uso de determinados raios luminosos, denominados Raios Principais. • Um raio luminoso que incide em um espelho côncavo, paralelamente ao seu eixo, reflete-se passando pelo seu foco (a). • Um raio luminoso que incide em um espelho convexo, paralelamente ao seu eixo, reflete-se de tal modo que seu prolongamento passa pelo foco (b). 28/09/2011 4 • Um raio luminoso que incide em um espelho côncavo, passando por seu foco, reflete- se paralelamente ao eixo do espelho (a). • Um raio luminoso que incide em um espelho convexo, de tal maneira que sua direção passe pelo foco, reflete-se paralelamente ao eixo do espelho (b). • Um raio luminoso que incide em um espelho côncavo, passando por seu centro de curvatura, reflete-se sobre si mesmo (a). • Um raio luminoso que incide em um espelho convexo, de tal maneira que sua direção passe pelo centro de curvatura do espelho, reflete-se sobre si mesmo (b). Exemplo Imagem Real Invertida Menor Equação dos espelhos Esféricos • Aumento produzido pelos espelhos: BV = D0 B’V = Di Aumento= m = tamanho da imagem = A’B’ = Di tamanho do objeto AB D0 O aumento produzido por um espelho pode ser obtido dividindo-se a distância da imagem ao espelho pela distância do objeto ao espelho. Este processo pode ser usado para calcular o aumento tanto no espelho côncavo, quanto no convexo. Equação de espelhos esféricos A imagem de um objeto, colocado a uma distância D0 de uma espelho esférico de distância focal f, forma-se a uma distância Di do espelho tal que: 1 = 1 + 1 f D0 Di Nesta equação, D0 é sempre positivo, f é positivo para o espelho côncavo e negativo para o convexo e Di é positivo para uma imagem real e negativo para uma imagem virtual. Exemplo: Um objeto é colocado a 10 cm do vértice de um espelho côncavo, cuja distância focal é de 20 cm. a) A que distância do espelho se formará a imagem do objeto? b) Qual o aumento produzido pelo espelho? Resolução: Dados: D0 = 10 cm f = 20 cm e deseja saber Di = ? usando : Temos: 1 = 1 + 1 f D0 Di 28/09/2011 5 1 = 1 + 1 20 10 Di onde 1 = 1 _ 1_ Di 20 10 ou 1 = _ 1_ Di 20 Assim: Di = - 20 cm Como é um valor negativo, concluímos que a imagem é virtual e está situada a 20 cm atrás do espelho. Aumento = m = A’B’ = Di AB D0 Aumento = 20 = 2 10 Isso significa que a imagem é duas vezes maior do que o objeto. b) O aumento é dado usando: Exercício: 3) Um no espelho de barbear côncavo com um raio de curvatura de 35,0 cm é posicionado de tal forma que a imagem (não invertida) de um rosto de um homem é 2,5 cm maior que a original. A que distância do homem está o espelho? As lentes são dispositivos empregados em um grande número de instrumentos ópticos. Uma lente é constituída por um meio transparente, limitado por faces curvas, que normalmente são esféricas. Este meio é em geral, o vidro ou um polímero, mas poderia ser, até mesmo a água, o ar etc. As lentes esféricas possuem faces côncavas ou convexas, podendo uma delas ser plana. Quando as duas faces de uma lente são convexas, dizemosque ela é uma lente biconvexa; quando são ambas côncavas, a lente é bicôncava. Lentes Esféricas Diversos tipos de lentes: 28/09/2011 6 Lentes Convergentes e Divergentes Lentes que apresentam as extremidades mais finas que a parte central (como a lente biconvexa) são convergentes (a) e as que apresentam as extremidades mais espessas do que a parte central (como a lente bicôncava) são divergentes (b). Focos de uma lente convergente Focos de uma lente divergente A distância focal depende do meio que envolve a lente Distância focal na água maior que quando no Ar Distância focal torna-se infinitamente grande Uma lente convergente se torna divergente. CS2 bissulfeto de Carbono Equação dos fabricantes de lentes 1 = n2 _ 1 1 + 1 f n1 R1 R2 Ela pode ser usada para determinar qualquer tipo de lente esférica, desde que seja adotada a seguinte convenção de sinais: O sinal do raio de curvatura R é positivo quando a superfície externa que limita a lente for convexa e, negativo, quando ela for côncava. 28/09/2011 7 Exemplo: LENTE PLANO-CÔNCAVA Qual a distância focal desta lente? Resolução: Considerar R1 negativo (superfície Côncava) Considerar R2 = ∞ (pois a outra face é plana) f é positivo porque o índice de refração da lente é menor do que o índice do meio Formação de Imagens nas lentes Raios Principais Um raio luminoso que incide em uma lente convergente, paralelamente ao seu eixo, refrata-se passando pelo 1° foco F1(a). Um raio luminoso que incide em uma lente divergente, paralelamente ao seu eixo, refrata-se de tal modo que o seu prolongamento passa pelo 1° foco F1 (b). Um raio luminoso que incide em uma lente convergente,e cuja direção passa pelo 2° foco F2, emerge da lente paralelamente ao seu eixo (a). Um raio luminoso que incide em uma lente divergente, de tal modo que seu prolongamento passe pelo 2° foco F2, emerge da lente paralelamente ao seu eixo (b). Equação das lentes 1 = 1 + 1 f D0 Di Aumento= m = A’B’ = Di AB D0 Usamos as mesmas relações para espelhos esféricos Esta equação poderá ser aplicada tanto a lentes convergentes como a lentes divergentes e para imagens reais e virtuais, desde que seja obedecida a seguinte convenção de sinais: 1. A distância D0 é sempre positiva; 2. A distância Di será positiva se a imagem for real e negativa se for virtual; 3. f será positiva quando a lente for convergente e negativa quando for divergente. Exemplo Suponha que o tamanho de um objeto seja AB = 15 cm e que ele esteja situado a uma distância D0 = 30 cm de uma lente. Verificando-se que a lente forma uma imagem virtual do objeto, cujo tamanho é A’B’ =3,0 cm, pergunta-se: a) Qual é a distância Di da imagem à lente? b) Qual a distância focal da lente? Resolução: a) A’B’ = Di AB D0 3,0 = Di 15 30 Di =6,0 cm → Di = - 6,0 cm (imagem virtual) Logo a imagem está situada a 6,0 cm da lente. b) 1 = 1 + 1 f D0 Di onde 1 = 1 + _1__ f 30 (-6,0) ou 1 = _ 4,0_ f 30 Assim f = -7,5 cm Distância negativa, logo a lente é divergente 28/09/2011 8 4) Uma câmera de cinema com uma lente (única) de distância focal 75 mm. É usada para filmar uma pessoa de 1,80 m de altura a uma distância de 27 m. Qual é a altura da imagem da pessoa no filme? Exercício Bibliografia Bibliografia Básica: FIGLIOLA, Richard; BEASLEY, Donald E. Teoria e Projeto para Medições Mecânicas. LTC, 2007. BAGNATO, Vanderlei Salvador. Laser e suas Aplicações em Ciência e Tecnologia. Livraria da Fisica, 2008. TORREIRA, Raul Peragallo. Instrumentos de Medição Elétrica. Hemus, 2004. Halliday, D., Resnick, R., Walker, J. 2005. Fundamentos de Física - Volume 4 Óptica e Física Moderna. 7ª edição. LTC-Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Zilio, Sérgio C. Óptica Moderna - Fundamentos e aplicações. São Carlos: Compacta, 2009. 300 p. Bibliografia Complementar: AGOSTINHO, O. L. Tolerâncias, ajustes, desvios e análise de dimensões. Edgard Bluecher, 2001. YOUNG, M. Óptica e lasers. 3.ed. São Paulo: Edusp, 1998. 439 p. YOSHIZAWA, TORU. Handbook of Optical Metrology: Principles And Applications. CRC Press, 2008. BASS, M. et al. Handbook of Optical: Fundamentals , Techniques, and Design. Volume 1. 2 ed. McGRAW- HILL , 1995. BASS, M. et al. Handbook of Optical: Devices , Measurements , and Properties . Volume 2 . 2 ed. McGRAW- HILL , 1995. Agradecimentos Banca Examinadora Presidente Prof. MS. Gilberto Machado da Silva Membros Prof. MS. André Gustavo de Sousa Galdino Prof. MS. Vagner Luiz da Silva Suplentes Prof. Paulo Eduardo Leite de Moraes Prof. Dirceu Izeti Ferraz de Campos
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