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portugues aula 05 v1

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Aula 05
Português p/ Polícia Civil - MG (com videoaulas)
Professor: Fabiano Sales
05608175760 - Maria Rita Catonio Barbosa
Português para PC/MG 
Teoria e questões comentadas 
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AULA 05 
 
 
Olá, pessoal! 
 
 
 Na aula 05 de nosso preparatório para a Polícia Civil de 
Minas Gerais, abordaremos a temática sintaxe da oração e 
sintaxe do período. Também estudaremos as relações de 
coordenação e de subordinação entre as orações e seus 
termos. 
 O conteúdo desta aula será fixado com questões de 
diversas bancas examinadoras, além de itens de provas da 
FUMARC, ao final deste “encontro”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para refletir: 
 
 
 "Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é 
alguém que acredite que ele possa ser realizado." 
 
(Roberto Shinyashiki) 
 
 
 
 Mãos à obra! 
 
 
 
 
 
 
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SINTAXE DA ORAÇÃO 
 
 Antes de entrarmos no estudo das funções sintáticas propriamente ditas, 
apresentarei alguns conceitos introdutórios e necessários ao nosso estudo: 
 
 
Classificação Conceito Exemplos 
Frase 
nominal 
Não apresenta verbo. Por essa razão, não serve 
para a análise sintática. 
 
Silêncio! 
Que atitude bonita, meu 
filho! 
 
Frase verbal 
(ou Oração) 
 
Apresenta verbo, podendo ter ou não sentido 
completo. 
 
A frase pode ser: 
 
Declarativa: expressa um fato. 
 
 
Interrogativa: expressa pergunta ou dúvida. 
 
Imperativa: expressa ordem, pedido. 
 
Exclamativa: expressa admiração. 
 
Optativa: expressa desejo. 
 
Imprecativa: expressa praga, maldição. 
 
Desejo que você seja 
aprovado. 
Chorou copiosamente. 
 
 
Você será aprovado no 
concurso. 
 
Que horas são? 
 
Estude! 
 
Quão bonita é sua filha! 
 
Passemos no concurso! 
 
Maldito seja o árbitro 
daquela partida! 
 
Período 
 
Expressão verbal de sentido completo, iniciado 
por letra maiúscula e encerrado por ponto final. 
 
 
Desejo que você seja 
aprovado. 
 
 
 
 
 Feitas as considerações iniciais, veremos os termos essenciais, integrantes e 
acessórios da oração. 
 
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO 
 
 Os termos essenciais da oração são sujeito e predicado. 
 
O SUJEITO 
 
 A gramática tradicional define sujeito como “o termo sobre o qual se faz uma 
declaração”. 
 
Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia. 
 
Sujeito: O aluno. 
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 Aqui, apresento uma dica a vocês: para localizar o sujeito da oração, façam uma 
pergunta ao verbo. Por exemplo, na frase “O aluno estuda seis horas por dia.”, devemos 
perguntar “Quem é que estuda seis horas por dia ?”. A resposta obtida será o sujeito da 
oração: “O aluno”. Para coisas, fazemos a pergunta “O quê ...?”. 
 Outro aspecto digno de consideração é o núcleo do sujeito. O núcleo será a 
palavra mais importante, pois será com ela que o verbo, em regra, concordará: 
 
“O aluno (= Ele) estuda seis horas por dia”. 
 
 O núcleo do sujeito pode ter natureza substantiva (substantivo, palavra 
substantivada, numeral substantivo ou pronome substantivo) ou verbal (oração subordinada 
substantiva subjetiva – que caracteriza o sujeito oracional). 
 
Exemplos: 
João conversa muito. (João = substantivo - núcleo do sujeito) 
O amar dá cor à vida. (amar = palavra substantivada - núcleo do sujeito) 
Três é demais. (Três = numeral substantivo - núcleo do sujeito) 
Ele é bom demais. (Ele = pronome substantivo - núcleo do sujeito) 
É importante que você estude muito. (estude = verbo - núcleo do sujeito oracional) 
 
 Já o predicado, outro termo essencial da oração, é definido como “tudo o que se 
declara do sujeito”. 
 
Exemplo: O aluno estuda seis horas por dia. 
 
Predicado: estuda seis horas por dia. 
 
 Uma vez encontrado o sujeito (“O aluno”), tudo o que sobrar fará parte da estrutura 
do predicado: “estuda seis horas por dia”. 
 Seguindo os demais exemplos apresentados acima, os respectivos predicados são: 
 
João conversa muito. (conversa muito = predicado) 
O amar dá cor à vida. (dá cor à vida = predicado) 
Três é demais. (é demais = predicado) 
Ele é bom demais. (é bom demais = predicado) 
É importante que você estude muito. (É importante = predicado) 
 
CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO 
 
 Quanto à classificação, o sujeito pode ser: 
 
� Simples – formado por apenas um núcleo. 
 
Exemplo: João conversa muito. 
 
Sujeito: João. 
Núcleo do sujeito: João. 
 
 
� Composto – formado por dois ou mais núcleos. 
 
Exemplo: João e Maria conversam muito. 
 
Sujeito: João e Maria. 
Núcleos do sujeito: João; Maria. 
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� Indeterminado – aquele que existe, mas que não é possível ser identificá-lo. 
 
Exemplo: Falaram sobre os alunos. 
 
 O sujeito indeterminado ocorrerá com: 
 
- verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja referência a sujeito expresso no 
contexto. 
 
Exemplo: Falaram sobre os alunos. (alguém praticou a ação de “falar”, mas, sem uma 
referência expressa no contexto, não é possível identificá-lo) 
 
Dicas estratégicas! 
 
 1ª) Quando houver referência expressa no contexto, ainda que o verbo esteja na 
terceira pessoa do plural, o sujeito será determinado. 
 
Exemplo: Os professores gostam desta turma. Falaram sobre os alunos. (o sujeito de 
“falaram” é o termo “os professores”) 
 
 2ª) É importante observar que, quando a forma verbal estiver no imperativo, ainda 
que não haja referência no contexto, o sujeito não será indeterminado, e sim desinencial. 
 
Exemplos: Falem sobre os alunos. (através da desinência número-pessoal “-m”, é 
possível identificar o sujeito: “vocês”) 
 
 3ª) Com outras pessoas do discurso, não haverá sujeito indeterminado, e sim sujeito 
desinencial. 
 
Exemplo: Passaremos no concurso. 
 
 No exemplo acima, a desinência número-pessoal “-mos” indica que o sujeito é a 
forma pronominal “nós”. 
 
 
- verbo que, em regra, não seja transitivo direto e que esteja na terceira pessoa do 
singular, acompanhado da partícula SE (indeterminação do sujeito). 
 
Exemplo: Precisa-se de empacotadores. (alguém precisa de empacotadores, mas não é 
possível fazer a identificação.) 
 
 Na frase acima, o verbo “precisar” é transitivo indireto, pois rege a preposição “de” 
(alguém precisa DE algo). Sendo assim, ficará, obrigatoriamente, na terceira pessoa do 
singular. 
 
 
 
 A partícula SE (índice de indeterminação do sujeito) aparecerá com verbos 
transitivos indiretos, intransitivos, de ligação ou transitivos diretos cujos objetos diretos 
sejam preposicionados. Nestes casos, os verbos permanecerão sempre na terceira pessoa 
do singular. 
 
a) verbo transitivo indireto (verbo que exige, obrigatoriamente, o emprego de preposição 
antes de seu complemento, chamado objeto indireto): 
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Precisa-se de empacotadores. 
 VTI I.I.S. OI 
 
 
 Os verbos transitivos indiretos mais recorrentes em provas são: precisar, necessitar, 
obedecer, desobedecer, aludir, anuir, referir-se, tratar-se. 
 
Trata-se de problemas particulares. 
 VTI I.I.S. OI 
 
 
Aludiu-se a diversas questões. 
 VTI I.I.S. OI 
 
 
 b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo): 
 
Vive-se bem no Rio de Janeiro. 
 V I I.I.S. adj. adv. adjunto adverbial 
 
c) verbo de ligação: 
 
É-se feliz no Rio de Janeiro. 
 VL I.I.S. pred. suj. adjunto adverbial 
 
 
d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a 
preposição não é regida pela forma verbal: 
 
Comeu-se do bolo. 
 VTD I.I.S. ODP 
 
 
Dica estratégica! 
 
 Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”, 
sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível 
identificar) comeu parte do bolo. 
 Conforme estudamos acima, não será admitida a transposição de voz verbal quando 
houver objeto direto preposicionado. 
 
 Notem, ainda, que a retirada da preposição “de” alteraria sintática e semanticamente 
a estrutura da frase: 
 
 Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.) 
 
 
 índice de indeterminação do sujeito 
 
 Comeu-se o bolo. (sujeito: “o bolo” - voz passiva sintética – O bolo foi comido.) 
 
 
 
 pronome apassivador 
 
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 A partícula SE pode ser classificada, ainda, como parte integrante do verbo (PIV). 
 
Exemplo: Queixou-se da prova. 
 VTI PIV OI 
 
 
Parte integrante do verbo versus Índice de indeterminação do sujeito 
 
 Alguns alunos sempre me perguntam: “Professor, como saberei se a partícula SE é 
parte integrante do verbo ou índice de indeterminação do sujeito?”. 
 Amigos e amigas, há um método prático: para diferençar as formas, tentem encaixar 
o substantivo “João” antes do verbo. Se a frase não fizer sentido ou se este for alterado, a 
partícula SE será índice de indeterminação do sujeito. Por outro lado, se a frase fizer 
sentido, a partícula será parte integrante do verbo. Vamos visualizar na prática. 
 
Exemplos: 
Precisa-se de cozinheiro. 
 
Queixou-se da prova. 
 
 Nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem 
objeto indireto como complemento. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo 
“João” nas frases. 
 
(João) Precisa-se de cozinheiro. 
 
 Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz 
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito. 
 
Precisa-se de cozinheiro. 
 VTI I.I.S. OI 
 
(João) Queixou-se da prova. 
 
 No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. 
Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo. 
 
Queixou-se da prova. 
 VTI PIV OI 
 
Outros exemplos: 
Necessita-se de dinheiro. 
 
Desculpou-se do ocorrido. 
 
 Novamente, nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou 
seja, exigem objeto indireto como complemento. Assim, tentaremos encaixar o substantivo 
“João” nas frases. 
 
(João) Necessita-se de dinheiro. 
 
 Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz 
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito. 
 
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Necessita-se de dinheiro. 
 VTI I.I.S. OI 
 
 
(João) Desculpou-se do ocorrido. 
 
 No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. 
Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo. 
 
Desculpou-se do ocorrido. 
 VTI PIV OI 
 
 
Outros exemplos: 
Vive-se bem aqui. 
 
Sentou-se na cadeira rapidamente. 
 
 
 Nos exemplos acima, ambos os verbos são intransitivos. Tendo essa noção, 
tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases. 
 
 
(João) Vive-se bem aqui. 
 
 Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz 
sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito. 
 
 Vive-se bem aqui. 
 VI I.I.S. adjuntos adverbiais 
 
 
(João) Sentou-se na cadeira rapidamente. 
 
 No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. 
Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo. 
 
 
Sentou-se na cadeira rapidamente. 
 VI PIV adj. adv. adj. adv. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. (FCC-2007/ISS-SP) 
 
 
 
 
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O termo sublinhado constitui o sujeito na seguinte construção: 
 
(A) Não se encontrou uma forma definitiva de organização social. 
(B) É nessa condição que vivem os animais. 
(C) Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das 
transgressões. 
(D) Ocorre isso por conta das reiteradas situações de impunidade. 
(E) Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica. 
 
Comentário: Encontramos um termo que desempenha a função de sujeito na 
assertiva D. Para facilitar a análise, vamos transcrever o período na ordem direta: 
 
Isso ocorre por conta das reiteradas situações de impunidade. 
 
 Assim, percebemos que “Isso” é o sujeito da forma verbal “ocorre”, a qual, no 
contexto em análise, é intransitiva. O trecho “por conta das reiteradas situações de 
impunidade” é um adjunto adverbial de causa. 
 
Vejamos as demais opções: 
 
A) A partícula SE é pronome apassivador, formando uma estrutura de voz passiva 
sintética (VTD + SE). Na frase, porém, ocorreu a colocação proclítica (antes do 
verbo) do pronome devido à presença do advérbio “não”. O trecho “uma forma 
definitiva de organização social” desempenha a função de sujeito da voz passiva. 
B) No excerto “É nessa condição que vivem os animais.”, o sujeito está posposto à 
forma verbal “vivem”, que, no contexto, é intransitiva. Logo, “os animais (sujeito) 
vivem nessa condição”. 
C) Em “Tais delitos acabam tornando-se estímulos para a banalização das 
transgressões.”, o sujeito é “Tais delitos”, razão por que a forma verbal “acabam” 
concorda com esse termo. “Estímulos” desempenha a função de objeto direto. 
E) Em “Deve-se reconhecer na interdição um princípio da lei mosaica.”, temos uma 
estrutura de voz passiva sintética (VTD + SE), em que o sujeito paciente é “um 
princípio da leimosaica”. 
 
Gabarito: D. 
 
 
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2. (CESGRANRIO – 2005 – MPE/RO) O vocábulo "se" tem o mesmo valor 
sintático da sua ocorrência em "... não se abre telhado com chuva." (l. 9-10) 
no trecho: 
 
a) "Se chovesse, nada feito," 
b) "Se fizesse sol, ele ia escalar..." 
c) "... terá uma surpresa se a criatura vier -" 
d) "... e mais ainda se chegar na hora marcada." 
e) "Quanto mais tempo se perde por desorganização..." 
 
Comentário: No trecho “... não se abre telhado com chuva.”, há uma estrutura de 
voz passiva sintética (VTD + SE + sujeito), em que: 
 
- o verbo “abrir” é transitivo direto; 
 
- o vocábulo “se” tem valor de partícula (ou pronome) apassivadora; e 
 
- a palavra “telhado” desempenha a função de sujeito (paciente). 
 
 O mesmo valor é encontrado na assertiva E. Para facilitar a análise, o trecho 
“Quanto mais tempo se perde” pode ser reescrito como “Quanto mais tempo é 
perdido”. Portanto, há uma ideia de passividade, e o vocábulo “se” tem valor de 
partícula apassivadora. 
 
 Nas demais opções, o “se” é uma conjunção subordinativa condicional, 
equivalente a “caso”. 
 
Gabarito: E. 
 
 
3. (FCC-2011/NOSSA CAIXA) 
 
 Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, 
significando antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de 
setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio 
antes – culminando com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a 
última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História – virou 
preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano 
de Nova York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos 
descobriram um sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas 
prioridades para acomodá-las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus 
cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados 
por eles. Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como 
irrealistas e anacrônicos, decididamente “dez de setembro”. 
 Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se 
repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para 
não perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro 
autocrítico – fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos 
com relação a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma 
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reunião dos países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No 
caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais 
profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de sobrevivência 
também é um caminho para a virtude. O horror de 11/9 teve o efeito 
paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na humanidade. A questão é: 
o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que for, será 
diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser 
chamado de “dez de setembro” na rua. 
 
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro) 
 
Na frase No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames de 
consciência mais profundos, é correto afirmar que: 
 
(A) a construção verbal é um exemplo de voz ativa. 
(B) a partícula se tem a mesma função que em E se ela não vier? 
(C) a forma plural “devem” concorda com exames. 
(D) ocorre um exemplo de indeterminação do sujeito. 
(E) a expressão donos do mundo leva o verbo para o plural. 
 
Comentário: Vamos analisar as opções. 
 
Letra A. Resposta incorreta. Em “(...) não se devem esperar exames de 
consciência mais profundos”, temos uma construção de voz passiva (VTD+SE) 
 
Não se devem esperar exames de consciência mais profundos. 
 pron. loc. verbal sujeito 
 apass. transitiva direta 
 
 É importante chamar a atenção para a colocação proclítica (antes do verbo) 
do pronome SE, devido à presença do advérbio “não”. 
 
Letra B. Resposta incorreta. Como vimos no comentário anterior, em “(...) não se 
devem reconhecer (...)”, a partícula SE é denominada pronome apassivador. Porém, 
no trecho “E se ela não vier?”, temos um conjunção subordinativa adverbial 
condicional, equivalente a “caso”: “E caso ela não venha?” 
Letra C. Resposta correta. A forma verbal “devem”, presente na locução verbal 
“devem reconhecer”, concorda com o núcleo do sujeito “exames de consciência 
mais profundos”. Este assunto será trabalhado na aula sobre concordância verbal. 
 
Letra D. Resposta incorreta. A partícula SE será índice de indeterminação do 
sujeito quando houver: 
 
a) verbo transitivo indireto (verbo cujo sentido é complementado por um objeto indireto): 
 
Precisa-se de empacotadores. 
 
b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo): 
 
Vive-se bem no Rio de Janeiro. 
 
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c) verbo de ligação: 
 
É-se feliz no Rio de Janeiro. 
 
d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a 
preposição não é regida pela forma verbal: 
 
Comeu-se do bolo. 
 
 Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”, 
sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível 
identificar) comeu parte do bolo. Não será admitida a transposição de voz verbal quando 
houver objeto direto preposicionado. 
 
 Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.) 
 
 
 índice de indeterminação do sujeito 
 
 
 Não é o que ocorre em “(...) não se devem reconhecer exames de 
consciência mais profundos”, pois a transitividade da locução verbal “devem 
reconhecer” é transitiva direta (reconhecer o quê?). Logo, a partícula SE é pronome 
apassivador. 
 
Letra E. Resposta incorreta. A concordância verbal deve-se dar com o sujeito 
“exames de consciência mais profundos”. Logo, a locução verbal concorda com o 
citado termo. 
 
Gabarito: C. 
 
 
4. (FGV-2008/Senado) Assinale a alternativa em que a palavra SE seja 
apassivadora: 
 
(A) "Acumular fortunas tornou-se mais importante." 
(B) "...apela-se ao estado..." 
(C) "Não se mede o fracasso do capitalismo." 
(D) "O valor da empresa deslocava-se do parque industrial..." 
(E) "...o mercado se arvora em árbitro..." 
 
Comentário: Conforme estudamos nas lições (inclusive na aula sobre verbos), a 
partícula SE será apassivadora quando o houver for transitivo direto (a exceção 
ocorre quando o objeto direto estiver preposicionado). De posse desse 
conhecimento, vamos analisar as opções. 
 
A) Resposta incorreta. No contexto em que se encontra, a forma verbal “tornar-se” 
é de ligação. Portanto, não há voz passiva. Vejam que, ao inserir o substantivo 
“João” antes do trecho “tornou-se mais importante”, a oração manteve o sentido. 
Logo, o SE é parte integrante do verbo. 
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B) Resposta incorreta. No contexto em que está inserida, a forma verbal 
“apelar-se” é transitiva indireta. Segundo a dica demonstrada na aula, vejam que, ao 
inserir o substantivo “João” antes do trecho “apela-se ao Estado”, a oração não faz 
sentido. Logo, o SE é índice de indeterminação do sujeito. 
C) Resposta correta. Na frase “Não se mede o fracasso do capitalismo.", o verbo 
“medir” é transitivo direto. Quando isso ocorrer, fiquem alerta: há grande 
possibilidade de haver uma construção de voz passiva. No contexto em análise, o 
sujeito “o fracasso do capitalismo” sofre a ação de ser medido. Temos, assim, uma 
estrutura de voz passiva sintética (equivale dizer que “o fracasso do capitalismo não 
é medido). Portanto, o SE é partícula apassivadora. 
D) Resposta incorreta. Na frase "O valor da empresa deslocava-se do parque 
industrial...", a partícula SE equivale à expressão a si mesmo (O valor da empresa 
desloca a si mesmo do parque industrial...). Temos, portanto, um pronome 
reflexivo. 
E) Resposta incorreta. No contexto "... o mercado se arvora em árbitro...", a forma 
verbal “arvorar-se” (proclamar, decretar) é transitiva indireta. Vejam que, ao inserir o 
substantivo “João” antes do trecho “se arvora em árbitro”, a oração manteve o 
sentido. Logo, o SE é parte integrante do verbo. 
 
Gabarito: C. 
 
 
� Inexistente – ocorre com verbos impessoais e que, por essa razão, deverão figurar, 
em regra, na terceira pessoa do singular. O sujeito inexistente proporciona à oração a 
classificação de oração sem sujeito. Isso é importantíssimo para um assunto que veremos 
nas próximas aulas: sintaxe de concordância. 
 
 O sujeito será inexistente nos seguintes casos: 
 
 
a) verbos que expressam fenômenos da natureza no sentido denotativo, dicionarizado. 
 
Exemplo: Choveu durante o casamento. 
 
 Se o verbo for empregado no sentido conotativo, isto é, figurado, terá um sujeito. 
 
Exemplo: Choveram flores durante o casamento. 
 
 No exemplo “Choveram flores durante o casamento.”, o verbo “chover” está 
empregado no sentido conotativo, significando “cair”. Portanto, deve concordar com o 
sujeito “flores”. Nesse caso, portanto, será pessoal. 
 
b) verbo haver, significando existir, acontecer ou ocorrer, ou indicando tempo pretérito. 
 
Exemplos: Havia trezentas pessoas no local de prova. 
 
 Em “Havia trezentas pessoas no local de prova.”, o verbo haver é impessoal (não 
apresenta sujeito). Na construção, o verbo assume transitividade direta. Logo, o termo 
“trezentas pessoas” é seu objeto direto. 
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 Os verbos existir, acontecer e ocorrer são pessoais, ou seja, devem concordar 
com o sujeito da oração. 
 
Exemplos: 
 
Existiam trezentas pessoas no local de prova. (trezentas pessoas = sujeito) 
 
Aconteceram episódios fantásticos. (episódios fantásticos = sujeito) 
 
Ocorreram muitos vazamentos radioativos. (muitos vazamentos radioativos = sujeito) 
 
 
 Há dois anos que não a vejo. 
 
 No exemplo “Há dois anos que não a vejo.”, o verbo haver foi empregado para 
indicar tempo pretérito, passado. Logo, não tem sujeito. 
 
 
 
c) verbos fazer, indicando tempo pretérito ou tempo da natureza. 
 
Exemplo: Faz dois anos que não a vejo. 
No ano passado, fez verões muito quentes no Brasil. 
 
 
 
d) verbo ser, indicando hora, distância ou datação. 
 
Exemplos: Hoje são trinta de junho. (o verbo “ser” concorda com o numeral “nove”.) 
 
Hoje é dia trinta de junho. (o verbo “ser” concorda com o vocábulo “dia”.) 
 
São doze horas e trinta minutos. (o verbo “ser” concorda com o numeral “doze”.) 
 
É meio-dia e meia. (o verbo “ser” concorda com “meio-dia”.) 
 
Do curso ao trabalho são vinte metros de distância. (o verbo “ser” concorda com “vinte”) 
 
 
e) verbos chegar e bastar, significando parar. 
 
Exemplos: Chega de blá-blá-blá! 
 
Basta de discussões! 
 
 
 
 
 
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5. (FUNDATEC-2011-Adaptada) Considerando a função sintática sujeito, analise as 
assertivas a seguir: 
 
I. Em “Ela já havia sido hospitalizada outras vezes”, temos uma oração sem sujeito, uma 
vez que o verbo haver é impessoal. 
 
II. Em “Não há dúvidas”, também é possível classificar a oração como sem sujeito em 
virtude do emprego do verbo haver como impessoal. 
 
Quais estão corretas? 
 
A) Só I. 
B) Só II. 
C) I e II. 
D) Nenhuma das anteriores. 
 
Comentário: Vamos analisar as assertivas. 
 
I. Incorreta. No período “Ela já havia sido hospitalizada antes”, o verbo “haver” foi 
empregado no lugar de “ter” (Ela já tinha sido hospitalizada antes), tendo como sujeito a 
forma pronominal “Ela”. Logo, a afirmação do examinador está errada. 
 
II. Correta. Em “Não há dúvidas”, o verbo “haver” é impessoal, pois foi empregado no 
sentido de “existir”. Dessa forma, a oração também não apresenta sujeito, e o vocábulo 
“dúvidas” desempenha a função de objeto direto do verbo. 
 
Gabarito: B. 
 
 
� Oracional – é aquele que desempenha a função de sujeito, tendo um verbo 
como núcleo. Equivale a uma oração subordinada substantiva subjetiva. Sempre que 
ocorrer, o verbo da oração principal permanecerá na terceira pessoa do singular. 
 
Exemplo: É importante que você estude muito. (“que você estude muito = sujeito oracional 
- oração subordinada substantiva subjetiva). O núcleo é a forma verbal “estude”. 
 
 Para facilitar a análise, substituam oração em destaque pelo pronome “ISSO”: 
 
ISSO é importante. 
 sujeito 
 
 Portanto, a expressão “que você estude muito” desempenha a função de sujeito 
oracional. 
 
 
Outro exemplo: Estudar e brincar é fundamental às crianças. 
 
 No exemplo acima, “Estudar e brincar” é o sujeito oracional. O verbo da oração 
subordinada deve, obrigatoriamente, permanecer na terceira pessoa do singular. 
 
 Para facilitar a análise, substitua oração por “ISSO”: 
 
ISSO é fundamental às crianças. 
 
 Portanto, a expressão “Estudar e brincar” desempenha a função de sujeito oracional. 
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Atenção! 
 
Em conformidade com as lições gramaticais, a FUMARC considera o sujeito 
oracional equivalente à oração subordinada substantiva subjetiva (aquela que 
exerce a função de sujeito). Esse tipo de oração geralmente é introduzido pela 
conjunção integrante que. Pode, também, apresentar-se sob a forma de infinitivo, 
caracterizando uma oração reduzida. Nessa última hipótese, não será introduzida 
pela mencionada conjunção. 
 
Era indispensável que eu voltasse cedo. 
 
Convém que todos fiquem sentados. 
 
Estudar é importante. 
 
 
6. (ESAF-2004/Instituto Rio Branco) Assinale a frase do texto que constitui uma 
oração sem sujeito. 
 
O direito nada pode sem a ética, e não pode haver paz sem justiça. Toda regra de Justiça 
envolve amor, que resume, em seu mais amplo sentido, a verdadeira ideia da convivência 
entre os homens. 
(José de Aguiar Dias, A ética e o direito, com adaptações) 
 
a) O direito nada pode sem a ética. 
b) [...] não pode haver pazsem justiça. 
c) Toda regra de Justiça envolve amor. 
d) que resume [...] a verdadeira ideia da convivência entre os homens. 
e) [...] em seu mais amplo sentido [...] 
 
Comentário: Vamos analisar cada assertiva. 
 
A) Errada. O sujeito da forma verbal “pode” é a expressão “O direito”. Como há apenas um 
núcleo (“direito”), o sujeito é simples. 
B) Esta é a resposta da questão. No contexto, o verbo “haver”, constante da locução 
verbal “pode haver”, foi empregado no sentido de “existir”. Sendo assim, é impessoal, 
transmitindo essa impessoalidade ao verbo auxiliar “pode”. Consequentemente, a 
expressão “paz sem justiça” desempenha a função de objeto direto da locução. Portanto, 
temos um caso de oração sem sujeito ou sujeito inexistente. 
C) Errada. No período “Toda regra de Justiça envolve amor.”, o sujeito da forma verbal 
“envolve” é a expressão “Toda regra de Justiça”. O núcleo é o vocábulo “regra”, 
configurando, portanto, sujeito simples. 
D) Errada. No contexto, a função de sujeito é desempenhada pelo pronome relativo “que”. 
Veremos, adiante, que toda oração iniciada por esse elemento será subordinada adjetiva. 
Aguardem! 
E) Errada. Percebam que não há verbo no trecho “em seu mais amplo sentido”. Portanto, 
não há sequer uma oração, e sim uma frase nominal. 
 
Gabarito: B. 
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CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO 
 
 Quanto à classificação, o predicado pode ser verbal, nominal ou verbo- 
-nominal. Algumas bancas não exigem, em suas provas, a identificação dos tipos 
de predicados (é o caso da FUMARC!). Por outro lado, há outras que o fazem. A 
despeito disso, estudar este assunto é importante para compreender a sintaxe. 
 
 
� Predicado verbal – é aquele que tem como núcleo um verbo que exprime 
ação, fenômeno ou movimento. Em outras palavras, o predicado será verbal 
quando houver formas verbais transitivas diretas, transitivas indiretas, 
transitivas diretas e indiretas ou intransitivas. Das três classificações possíveis, 
é a única que não contém predicativo. 
 
Exemplos: 
Os alunos fizeram a prova. 
 
 No exemplo acima, temos: 
 
Sujeito � Os alunos 
núcleo do sujeito � alunos 
predicado verbal � fizeram a prova 
núcleo do predicado verbal � fizeram (Fizeram o quê? – verbo transitivo direto) 
objeto direto � a prova 
 
 
Os alunos gostaram da prova. 
 
 No exemplo acima, temos: 
 
Sujeito � Os alunos 
núcleo do sujeito � alunos 
predicado verbal � gostaram da prova 
núcleo do predicado verbal � gostaram (Gostaram de quê? – verbo transitivo indireto) 
objeto direto � da prova 
 
Os alunos deram parabéns aos professores. 
 
 No exemplo acima, temos: 
 
Sujeito � Os alunos 
núcleo do sujeito � alunos 
predicado verbal � deram parabéns aos professores 
núcleo do predicado verbal � deram (Deram uma coisa a alguém – verbo transitivo 
direto e indireto) 
objeto direto � parabéns 
objeto indireto � aos professores 
 
 
 
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Os alunos foram ao local de prova. 
 
 No exemplo acima, temos: 
 
Sujeito � Os alunos 
núcleo do sujeito � alunos 
predicado verbal � foram ao local de prova 
núcleo do predicado verbal � foram (verbo intransitivo – não necessita de complemento) 
adjunto adverbial de lugar � ao local de prova 
 
 
� Predicado nominal – é aquele que tem como núcleo um nome (substantivo, 
adjetivo ou pronome) ligado ao sujeito por meio de um verbo de ligação. 
 O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito, termo que 
proporciona qualidade, estado ou característica. 
 
Exemplos: 
 
O rapaz está machucado. 
 
 No exemplo acima, temos: 
 
Sujeito � O rapaz 
predicado nominal � está machucado (o verbo “estar” é de ligação) 
núcleo do predicado nominal � machucado 
 
 
O professor ficou feliz com a aprovação dos alunos. 
 
 No exemplo acima, temos: 
 
sujeito � O professor 
predicado nominal � ficou feliz com a aprovação dos alunos 
núcleo do predicado nominal � feliz 
adjunto adverbial de causa � com a aprovação dos alunos 
 
Dicas importantes! 
 
1ª) Verbo de ligação é aquele que unicamente serve para atribuir característica ou 
estado ao sujeito. Para que haja predicado nominal, é imprescindível a presença de 
um predicativo. 
 
Exemplos: O rapaz está machucado. / O professor é extrovertido. 
 
 Caso não apareça o predicativo, o predicado não será nominal, e sim verbal. 
 
Exemplo: O rapaz está aqui. (aqui = adjunto adverbial de lugar) 
 
 Na oração “O rapaz está aqui.”, o verbo “estar” é intransitivo. 
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2ª) O verbo de ligação pode expressar alguns aspectos. 
 
Exemplos: 
 
O candidato é dedicado. (aspecto: permanência) 
 
O candidato está focado. (aspecto: transitoriedade) 
 
O candidato parece entusiasmado. (aspecto: aparência) 
 
 
Importante! 
 
 
 Predicativo é a qualidade, estado ou característica atribuída ao sujeito ou ao 
objeto. 
 
Exemplos: 
 
O candidato é dedicado. 
 
 
 No exemplo acima, a forma verbal “é” deve ser classificada como verbo de 
ligação. Por consequência, “dedicado” será o predicativo do sujeito. 
 
 
 
 
 
� Predicado verbo-nominal – é a mistura dos predicados verbal e nominal, ou 
seja, aquele que apresenta dois núcleos: um verbo (transitivo ou intransitivo) e um 
nome (predicativo). 
 
Exemplo: 
 
O candidato fazia a prova tenso. 
 
 No exemplo acima, temos dois núcleos: o verbo “fazer” (transitivo direto) e o 
nome “tenso” (predicativo do sujeito, que atribui um estado ao sujeito “O candidato”. 
 
sujeito � O candidato 
predicado verbo-nominal � fazia a prova tenso 
núcleo do predicado verbo-nominal � fazia (verbo transitivo direto) 
objeto direto � a prova 
núcleo do predicado verbo-nominal � tenso (predicativo do sujeito) 
 
 Para facilitar a análise, encaixe o verbo “estar” antes do predicativo: 
 
O candidato fazia a prova (e estava) tenso. 
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7. (FGV-2008/Polícia Civil-RJ) “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o 
governo e sua política externa, como se fosse possível tornar esta matéria 
elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos.” A respeito do 
trecho acima, analise os itens a seguir: 
 
I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional. 
 
II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto. 
 
III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional. 
 
 
Comentário: Vamos analisar os itens. 
 
I. Correto. O trecho “Não vale a pena, nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua 
política externa” apresenta o termo em destaque como sujeito. Fazendo a pergunta 
“O que não vale a pena?”, obteremos o sujeito a partir da resposta “fragilizar o 
governo e sua política externa”. Como há verbo na estrutura, o excerto em destaque 
desempenha a função de sujeito oracional, ou seja, equivalente a uma oração. 
II. Correto.No trecho “(...) tornar esta matéria elemento decisivo (...)”, a forma 
verbal “tornar” é transitiva direta, exigindo como complemento direto a expressão 
“esta matéria”. Por sua vez, o termo “elemento decisivo” é uma característica do 
objeto direto, desempenhando, portanto, a função de predicativo do objeto. 
III. Correto. O item fez menção à forma verbal “fosse”, empregada no subjuntivo. No 
contexto em que se encontra, o verbo é de ligação. Fazendo a pergunta “O que é 
possível?”, a resposta será o sujeito: “tornar esta matéria elemento decisivo para o 
jogo eleitoral para daqui a dois anos”. Como há verbo na estrutura, o sujeito é 
oracional. Para facilitar a visualização, podemos substituí-lo pelo pronome 
demonstrativo “isso”: Como se ISSO fosse possível (= Como se tornar esta matéria 
elemento decisivo para o jogo eleitoral para daqui a dois anos fosse possível). 
 
 
Gabarito: Todos os itens estão corretos. 
 
 
8. (FGV-2008/Senado-Adaptada) “(...) Ora, o simples fato de o país ter 
percebido, estupefato, que houve 409.000 interceptações telefônicas 
autorizadas (...).” 
A respeito do excerto acima, analise o item a seguir. 
 
I. O termo estupefato exerce a função de predicativo do sujeito. 
 
 
Comentário: O termo “estupefato” apareceu intercalado no período do enunciado, 
razão por que foi isolado por vírgulas. No excerto em que se encontra, atribui uma 
característica, uma qualidade ao substantivo “país”, sujeito da oração. Portanto, 
desempenha a função de predicativo do sujeito. 
 
Gabarito: Correto. 
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TERMOS INTEGRANTES 
 
 Os termos integrantes da oração são os complementos verbais (objeto 
direto e objeto indireto), agente da passiva e complemento nominal. 
 Por definição, os complementos verbais completam o sentido de verbos 
transitivos. 
 
� Objeto direto – complemento de verbo transitivo direto, isto é, liga-se ao 
verbo sem a obrigatoriedade de preposição. 
 
Exemplo: Comprei flores. 
 
 No exemplo acima, temos: 
 
sujeito desinencial � eu (marcado pela desinência número-pessoal “-i”) 
predicado verbal � comprei flores 
núcleo do predicado verbal � comprei (verbo transitivo direto - não rege preposição) 
objeto direto � flores 
 
 
Dica estratégica! 
 
 O núcleo do objeto direto pode ter base substantiva (substantivo ou 
palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada 
substantiva objetiva direta – que caracteriza o objeto direto oracional). 
 
Exemplos: 
 
Comprei flores. (flores � substantivo - núcleo do objeto direto) 
 
Encontrei você. (você � pronome - núcleo do objeto direto) 
 
Desejo que você estude muito. (estude � verbo - núcleo do objeto direto oracional) 
 
 Em certos casos, ainda que o verbo não exija o emprego de preposição, esta 
poderá anteceder o objeto direto com a finalidade de clareza e de estilo. É o que 
chamamos de objeto direto preposicionado. 
 
Exemplo: Comeu-se do bolo. (Comeu-se parte do bolo.) 
 
 
 No exemplo acima, “do bolo” é objeto direto preposicionado. A preposição foi 
empregada não pela exigência do verbo “comer”, mas sim para contribuição do 
sentido. 
 
 
 E quando o objeto direto preposicionado pode ser empregado? Vejamos: 
 
 
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- com verbos que expressam sentimentos. 
 
Exemplo: Amo a Deus e a meus familiares. (a preposição “a” proporciona estilo à 
frase.) 
 
 
- para evitar ambiguidade. 
 
Exemplo: Venceu o Flamengo o Vasco. (frase ambígua) 
 
 A ordem direta da frase acima seria “O Vasco venceu o Flamengo.”. 
Entretanto, como não houve o emprego da ordem direta (sujeito + verbo + 
complemento + adjunto), será necessário empregar a preposição para evitar a 
ambiguidade de sentido: 
 
Venceu ao Flamengo o Vasco. (= O Vasco venceu o Flamengo.) 
 
 
- para realçar uma parte. 
 
Exemplo: Ele comeu do bolo. (Ele comeu parte do bolo.) 
O policial sacou da arma. (O policial sacou parte da arma.) 
 
 
 O objeto direto pode, ainda, aparecer repetido na frase. É o que chamamos 
de objeto direto pleonástico. 
 
Exemplo: A prova, entregue-a ao professor amanhã. 
 
 No exemplo “A prova, entregue-a ao professor amanhã.”, a forma pronominal 
oblíqua “-a” repete o objeto direto “A prova”. Por essa razão, é classificado como 
objeto direto pleonástico. 
 
 
� Objeto indireto – complemento de verbo transitivo indireto, isto é, ligado ao 
verbo com a obrigatoriedade de preposição. 
 
Exemplos: 
Nós gostamos de doce. 
 
 Na frase acima, o verbo “gostar” rege a preposição “de”, a qual deve ser 
obrigatoriamente empregada (Gostamos DE quê?). 
 
Confio em sua aprovação. 
 
 
 No período “Confio em sua aprovação.”, o verbo “confiar” exige a preposição 
“em”. Por essa razão, “em sua aprovação” será objeto indireto. 
 
 
 
 
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Dica estratégica! 
 
 O núcleo do objeto indireto pode ter base substantiva (substantivo ou 
palavra/expressão substantivada ou pronome) ou verbal (oração subordinada 
substantiva objetiva indireta – que caracteriza o objeto indireto oracional). 
 
Exemplos: 
Obedecemos às ordens. (ordens = substantivo - núcleo do objeto indireto) 
Fiz uma pergunta a você. (você = pronome - núcleo do objeto indireto) 
Necessitamos de que você estude muito. (estude = verbo - núcleo do objeto 
indireto oracional) 
 
 O objeto indireto pode aparecer repetido na estrutura frasal. É o que 
chamamos de objeto indireto pleonástico. 
 
Exemplo: Ao guarda, devemos obedecer-lhe. 
 
 Em “Ao guarda, devemos obedecer-lhe.”, o pronome oblíquo “lhe” repete o 
objeto indireto “Ao guarda”. Por isso, é classificado como objeto indireto pleonástico. 
 
 
9. (FUNDATEC-2011-Adaptada) Analise as afirmações abaixo: 
 
I. As partes sublinhadas nas linhas 18 (Mas caminhar também envolve um processo de 
autoconhecimento) e 22 (É bom colecionar coisas), exercem a mesma função sintática. 
 
II. Em “utilizando carros, trens e aviões ” (linha 18 - as pessoas se deslocam sobretudo 
utilizando carros, trens, aviões.), as palavras sublinhadas exercem a mesma função 
sintática e, morfologicamente, pertencem à mesma classe de palavras. 
 
Quais estão corretas? 
A) Só I. 
B) Só II. 
C) I e II. 
D) Nenhuma das anteriores. 
 
Comentário: Vamos analisar as assertivas. 
 
I. Correta. Nos trechos mencionados, as partes sublinhas desempenham a mesma função 
sintática. Em “Mas caminhar também envolve um processo (...)”, “caminhar” é sujeito 
oracional da forma verbal “envolve”. Para facilitar a visualização, podemos substituí-lo pelo 
pronome “isso”: “(...) isso (...) envolve um processo (...)”. Por sua vez, a expressão 
“colecionar coisas” também desempenha essa função, tendo como núcleo a forma verbal 
“colecionar”: Isso é bom. 
 
II. No contexto “utilizando carros, trens, aviões”, o verbo “utilizar” é transitivo direto, tendo 
complementos diretos os vocábulos em sequência “carros”, “trens” e “aviões”. Quanto à 
morfologia, esses vocábulos pertencem à classe dos substantivos. 
 
III. Incorreta. No contexto em que se encontra, a forma verbal “sussurram” é intransitivaGabarito: C. 
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10. (FCC-2009/TRE-PI) 
 
 Não é usual tratar da política na perspectiva da afirmação da verdade. Platão 
afirmou, na República, que a verdade merece ser estimada sobre todas as coisas, 
mas ressalvou que há circunstâncias em que a mentira pode ser útil, e não odiosa. 
Na política, a derrogação da verdade pela aceitação da mentira muito deve à 
clássica tradição do realismo que identifica no predomínio do conflito o cerne dos 
fatos políticos. Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica 
que requer, sem idealismos, uma praxiologia, vendo na realidade resistência e no 
poder, hostilidade. Neste contexto, política é guerra e, como diz o provérbio, "em 
tempos de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra". 
 Recorrendo a metáforas do reino animal, Maquiavel aponta que o príncipe 
precisa ter, ao mesmo tempo, no exercício realista do poder, a força do leão e a 
astúcia ardilosa da raposa. Raposa, leão, assim como camaleão, serpente, polvo – 
metáforas que frequentemente são utilizadas na descrição de políticos – não 
podem, com propriedade, caracterizar o ser humano moral que obedece aos 
consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir", como lembra Norberto 
Bobbio. 
 No plano político, o realismo da força torna límpida, numa disputa, a bélica 
contraposição amigo-inimigo. Já o realismo da fraude é mais sutil, pois opera 
confundindo e aumentando a opacidade e a incerteza na arena política, como 
acentua Pier Paolo Portinaro. Maquiavel salienta que a fraude é mais importante do 
que a força para assegurar o poder e consolidá-lo. É por esse motivo que a 
simulação, o segredo e a mentira são temas da doutrina da razão de Estado e a 
veracidade não é usualmente considerada uma virtude característica de 
governantes. 
 Sustentar a simulação e a mentira como expedientes usuais na arena política 
é desconhecer a importância estratégica que a confiança desempenha na 
pluralidade da interação humana democrática. A confiança requer a boa-fé que 
pressupõe a veracidade. O Talmude equipara a mentira à pior forma de roubo: 
"Existem sete classes de ladrões e a primeira é a daqueles que roubam a mente de 
seus semelhantes através de palavras mentirosas." O padre Antônio Vieira afirmou 
que a verdade é filha da justiça, porque a justiça dá a cada um o que é seu, ao 
contrário da mentira, porque esta "ou vos tira o que tendes ou vos dá o que não 
tendes". Montaigne observou que somente pela palavra é que somos homens e nos 
entendemos. Por isso mentir é um vício maldito. Impede o entendimento. 
 
(Celso Lafer. O Estado de S. Paulo, A2, 20 de julho de 2008, com adaptações) 
 
Esta tradição trabalha a ação política como uma ação estratégica ... (1º parágrafo) 
 
A frase em que o verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: 
 
(A) ... que identifica no predomínio do conflito o cerne dos fatos políticos. 
(B) Neste contexto, política é guerra ... 
(C) Recorrendo a metáforas do reino animal ... 
(D) ... que obedece aos consagrados preceitos do "não matar" e do "não mentir" ... 
(E) ... que a fraude é mais importante do que a força ... 
 
 
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Comentário: No enunciado, a forma verbal “trabalha” assume transitividade direta, 
ou seja, exige um objeto direto como complemento. Sendo assim, deveremos, nas 
opções, encontrar um verbo que exija o mesmo complemento. É o que ocorre na 
assertiva A, já que o verbo “identificar”, no contexto, apresenta a mesma 
transitividade (direta). Para facilitar a visualização, vamos transcrever o trecho na 
ordem direta: “Que identifica o cerne dos fatos políticos no predomínio do conflito”. 
Percebemos, assim, que o termo “o cerne dos fatos políticos” exerce a função de 
objeto direto do verbo “identificar”. 
 
Vamos analisar as demais opções: 
 
B) Em “Neste contexto, política é guerra ...”, a forma verbal “é” apresenta-se como 
verbo de ligação, unindo o predicativo “guerra” ao sujeito “política”. 
C) Em “Recorrendo a metáforas do reino animal ...”, a forma verbal “recorrendo” 
apresenta transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “a” no início da 
estrutura do objeto indireto “a metáforas do reino animal ...”. 
D) Na opção em análise, o verbo “obedecer” é transitivo indireto, regendo o 
emprego da preposição “a”: “(...) obedece aos consagrados preceitos...”. 
E) Em “(...) a fraude é mais importante ...”, o verbo “ser” apresenta-se como verbo 
de ligação, unindo o predicativo “importante” ao sujeito “a fraude”. 
 
Gabarito: A. 
 
 
11. (FCC-2011/TRT - 23ª REGIÃO) 
 
Política e sociedade na obra de Sérgio Buarque de Holanda 
 
 Para Sérgio Buarque de Holanda a principal tarefa do historiador consistia em 
estudar possibilidades de mudança social. Entretanto, conceitos herdados e 
intelectualismos abstratos impediam a sensibilidade para com o processo do devir. 
Raramente o que se afigurava como predominante na historiografia brasileira 
apontava um caminho profícuo para o historiador preocupado em estudar 
mudanças. Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua 
fala. Tanto as fontes quanto a própria historiografia falavam a linguagem do poder, e 
sempre imbuídas da ideologia dos interesses estabelecidos. Desvendar ideologias 
implica para o historiador um cuidadoso percurso interpretativo voltado para indícios 
tênues e nuanças sutis. Pormenores significativos apontavam caminhos 
imperceptíveis, o fragmentário, o não determinante, o secundário. Destes proviriam 
as pistas que indicariam o caminho da interpretação da mudança, do processo do 
vir a ser dos figurantes mudos em processo de forjar estratégias de sobrevivência. 
 Era engajado o seu modo de escrever história. Como historiador quis 
elaborar formas de apreensão do mutável, do transitório e de processos ainda 
incipientes no vir a ser da sociedade brasileira. Enfatizava o provisório, a 
diversidade, a fim de documentar novos sujeitos eventualmente participantes da 
história. Para chegar a escrever uma história verdadeiramente engajada deveria o 
historiador partir do estudo da urdidura dos pormenores para chegar a uma visão de 
conjunto de sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem 
necessidades sociais. Aderir à pluralidade se lhe afigurava como uma condição 
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essencial para este sondar das possibilidades de emergência de novos fatores de 
mudança social. 
 Tratava-se, na historiografia, de aceitar o provisório como necessário. 
Caberia ao historiador o desafio de discernir e de apreender, juntamente com 
valores ideológicos preexistentes, as possibilidades de coexistência de valores e 
necessidades sociais diversas que conviviam entre si no processo de formação da 
sociedade brasileira sem uma necessária coerência. 
 
(Fragmento adaptado de Maria Odila Leite da Silva Dias, Sérgio Buarque de Holanda e o Brasil. 
São Paulo, Perseu Abramo, 1998, pp.15-17) 
 
 
“Destes proviriam as pistas que indicariam o caminho ...” 
 
O verbo empregado no texto que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado 
acima está também grifado em: 
 
(A) ... a principaltarefa do historiador consistia em estudar possibilidades de 
mudança social. 
(B) Os caminhos institucionalizados escondiam os figurantes mudos e sua fala. 
(C) Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de documentar novos sujeitos ... 
(D) ... sociabilidades, experiências de vida, que por sua vez traduzissem 
necessidades sociais. 
(E) Era engajado o seu modo de escrever história. 
 
 
Comentário: Para facilitar a análise, vamos transcrever a frase do enunciado na 
ordem direta: 
 
“As pistas (...) proviriam destes ...” 
 
 Assim, percebemos que: 
 
- “As pistas” desempenham a função de sujeito; 
- “proviriam” é um verbo transitivo indireto; 
- “destes” é o complemento indireto do verbo “provir” 
 
 Desta forma, deveremos buscar, nas opções, aquela que também apresenta 
um verbo transitivo indireto. 
 
Letra A. Resposta correta. Em “ ... a principal tarefa do historiador consistia em 
estudar possibilidades de mudança social.”, a forma verbal “consistia” assume 
transitividade indireta, regendo o emprego da preposição “em”, a qual iniciará a 
estrutura do objeto indireto “em estudar possibilidades de mudança social”. 
Letra B. Resposta incorreta. Em “Os caminhos institucionalizados escondiam os 
figurantes mudos e sua fala.”, a forma verbal em destaque é transitiva direta 
(escondiam o quê? � os figurantes mudos e sua fala). 
Letra C. Resposta incorreta. Em “Enfatizava o provisório, a diversidade, a fim de 
documentar novos sujeitos ...”, o verbo “enfatizar” é transitivo direto (enfatizava o 
quê? � o provisório, a diversidade). 
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Letra D. Resposta incorreta. Em “... sociabilidades, experiências de vida, que por 
sua vez traduzissem necessidades sociais.”, a forma verbal “traduzissem” é 
transitiva direta (traduzissem o quê? � necessidades sociais). 
Letra E. Resposta incorreta. Em “Era engajado o seu modo de escrever história.”, 
temos um verbo de ligação e, consequentemente, o predicativo “engajado”. 
 
Gabarito: A. 
 
12. (FGV-2008/Senado) "A propósito, convém recordar que o Ministério da 
Justiça realizou...". Assinale a alternativa em que o termo indicado exerça, no 
texto, a mesma função sintática que recordar. 
 
(A) ... a ordem econômica consagrou princípios vitais... 
(B) ... a obra iniciada, que pressupõe a realização das reformas políticas... 
(C) ... o Ministério realizou levantamento... 
(D) ... realizou levantamento de que resultou a publicação do livro "Leis a Elaborar". 
(E) ... ofereceu ao povo a mais ampla Carta dos direitos individuais e coletivos... 
 
Comentário: Vamos analisar as opções. 
 
A) Resposta incorreta. O termo “princípios vitais” é complemento do verbo 
transitivo direto “consagrar”. Sendo assim, desempenha a função de objeto direto. 
B) Resposta incorreta. A expressão “a realização das reformas políticas” 
complementa o sentido do verbo “pressupor”. Por essa razão, é objeto direto. 
 
C) Resposta incorreta. O verbo “realizar” é transitivo direto, exigindo o termo 
“levantamento” (objeto direto). 
D) Resposta correta. A expressão “a publicação do livro “Leis a Elaborar” é sujeito 
da forma verbal “resultou” (= A publicação do livro “Leis a Elaborar” resultou ...). 
E) Resposta incorreta. A forma verbal “ofereceu” é transitiva direta e indireta. 
Sendo assim, rege dois complementos verbais. A expressão destacada na assertiva 
desempenha a função de objeto direto. 
 
Gabarito: D. 
 
13. (FGV-2008/Inspetor Polícia Civil-RJ) “Acompanha a expulsão uma 
“interdição de entrada” em todo o território coberto pela diretiva, que pode 
durar cinco anos ou até se prolongar indefinidamente.” 
Assinale a alternativa em que o termo exerça função sintática idêntica à de 
uma "interdição de entrada". 
 
(A) De ardilosa redação, a norma, a um só tempo, refere os direitos humanos e 
institucionaliza sua violação sistemática. 
(B) ... há espaços isolados denominados... 
(C) um Estado pode prender e expulsar um menor desacompanhado só porque... 
(D) Concluída a fusão dos mercados, em vez de rumar para a integração política e 
consolidar seu protagonismo na cena mundial. 
(E) Razão a mais para acreditar que cabe ao Sul, e particularmente ao plural Brasil, 
a invenção de novos modelos... 
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Comentário: Na ordem direta, a construção do enunciado seria “Uma interdição de 
entrada acompanha a expulsão em todo o território. Assim, fica mais fácil identificar 
a função sintática de cada elemento: 
 
Uma interdição de entrada � sujeito 
acompanha � verbo transitivo direto 
a expulsão � objeto direto 
em todo o território � adjunto adverbial de lugar 
 
 Nas opções apresentadas, o único elemento destacado que exerce a função 
de sujeito é “a invenção de novos modelos”, situado na assertiva E: “A invenção 
de novos modelos cabe ao Sul. 
 Nas demais assertivas, os trechos em destaque exercem a função de objeto 
direto, sendo complementos dos verbos “institucionalizar”, “haver”, “expulsar” e 
“consolidar”. 
 
Gabarito: E. 
 
 
Texto para a questão 14. 
 
Financiamento de partidos políticos 
 
 O Fundo Partidário será, em 2011, de R$ 301 milhões. Isso porque foi 
aprovado a nove dias do fim do ano o reforço de R$ 100 milhões. Desse valor, 
R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões referentes à 
arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral. Mas, afinal, qual a razão 
para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos partidos? Muito 
simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha. 
 Evidentemente, R$ 300 milhões é um custo irrisório para a consolidação da 
democracia. No entanto, a questão é mais complexa. O fundo partidário é utilizado 
de forma pouco transparente e, algumas vezes, desviado dos propósitos originais 
de fortalecimento do partido. Enfim, as máquinas partidárias muitas vezes se tornam 
aparelhos ou feudos controlados por poucos e financiados por todos nós. 
 Seria uma verba bem utilizada se fosse integralmente destinada ao 
fortalecimento da instituição e não ao pagamento de dívidas de campanhas, que 
devem ser bancadas de forma específica. Aliás, o melhor para a democracia seria 
separar os fundos partidários dos destinados às campanhas eleitorais. Tais verbas 
deveriam estar claramente separadas e não poderiam se comunicar. 
 Minha proposta é a de que o fundo partidário seja composto por uma quantia 
mínima para o partido manter uma estrutura básica. O resto deve ser obtido na 
militância, com base em atividades voltadas para a arrecadação de fundos. Partidos 
devem ir às ruas explicar para os cidadãos por que existem e quais são suas 
propostas. 
 Não é o caso hoje. Os partidos políticos transferem sua existência para o 
Congresso e só acordam às portas das eleições. Ficam hibernando à espera do 
momento eleitoral quando deveriam estar em praça pública em busca de militantes 
e se expondo ao debate. 
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 No caso das campanhas eleitorais, a solução deve ser mais radical ainda. 
Nenhum dinheiro público nem de empresas poderia ser utilizado. A campanha 
deveria ser articulada com contribuições de cidadãos a partir de um limite universal.Todos podem contribuir até um determinado valor e declarar a doação na Justiça 
Eleitoral. 
 Ambas as propostas visam trazer partidos e candidatos para as ruas, 
oferecendo suas propostas e buscando recursos para a sua existência e para as 
campanhas eleitorais. É um modo de os partidos e candidatos se encontrarem com 
a cidadania em bases regulares. 
 Partidos são fundamentais para a consolidação da democracia e o 
permanente desenvolvimento da cidadania e devem existir – de verdade – em 
bases cotidianas. Devem promover eventos, debater propostas, acompanhar a 
gestão dos governos, discutir o exercício do poder. E não ser meros instrumentos 
de tomada do poder. No caso dos partidos políticos brasileiros, existe um agravante. 
Por conta de nossa herança patrimonialista, as organizações partidárias surgiram, 
em sua grande maioria, de dentro das estruturas do Estado. 
 Assim, a tarefa de mobilizar os cidadãos e cobrar coerência ideológica dos 
eleitores e lideranças políticas é ainda mais complexa. Além de parcelas 
expressivas da sociedade estarem excluídas do debate político pelas mais variadas 
razões, o custo de fazer política é alto se comparado com os benefícios que ela 
pode trazer para o seu dia a dia. 
 Obviamente, minhas propostas são românticas e inviáveis no atual momento 
da política nacional. No entanto, a questão do Ficha Limpa começou de forma 
inviável e romântica e, aos poucos, ganhou corpo e prosperou. O certo é que a 
questão do financiamento de partidos e de campanhas é essencial para o futuro da 
nossa democracia e deve ser objeto de séria reflexão. 
(Murillo de Aragão. Página 20, 21/1/2011) 
 
14. (FGV-2011/TRE-PA) Mas, afinal, qual a razão para se aumentar de forma tão 
extraordinária a dotação dos partidos? 
Assinale a alternativa que desempenhe, no texto, função sintática idêntica ao 
do termo grifado no período acima. 
 
(A) as dívidas de campanha. 
(B) meros instrumentos de tomada do poder 
(C) um agravante 
(D) aparelhos ou feudos 
(E) suas propostas 
 
Comentário: No enunciado, a forma verbal “aumentar” é transitiva direta, antecedida 
da partícula apassivadora SE. Logo, a expressão “a dotação dos partidos” 
desempenha a função de sujeito paciente. A estrutura é equivalente a “para que 
seja aumentada (...) a dotação dos partidos”. 
 Entre as opções apresentadas, o único elemento que exerce a função de 
sujeito é “um agravante”, localizado na assertiva C. No trecho “No caso dos partidos 
políticos brasileiros, existe um agravante”, o verbo “existir” é intransitivo, e o 
elemento “um agravante”, sujeito: “Um agravante existe (...)”. 
 Nas demais assertivas, as funções dos elementos destacados são as 
seguintes: 
 
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A) as dívidas de campanha – objeto direto 
B) meros instrumentos de tomada do poder – predicativo do sujeito 
D) aparelhos ou feudos – predicativo do sujeito 
E) suas propostas – objeto direto 
 
Gabarito: C. 
 
AGENTE DA PASSIVA 
 
 Agente da passiva - termo que pratica a ação na voz passiva. Sempre será 
introduzido pelas preposições de ou por (ou pela contração da preposição arcaica 
“per” + artigo definido “o”, “a”, “os”, “as” = pelo, pela, pelos, pelas). 
 
Exemplos: 
 
Ayrton Senna foi ovacionado por todos os presentes. (voz passiva analítica) 
 
 Na voz ativa, teremos “Todos os presentes ovacionaram Ayrton Senna”. 
 
Ayrton Senna foi ovacionado pelos presentes. (voz passiva analítica) 
 
 Na voz ativa, teremos “Os presentes ovacionaram Ayrton Senna”. 
 
Ayrton Senna é estimado de todos os brasileiros. (voz passiva analítica) 
 
 Na voz ativa, teremos “Todos os brasileiros estimam Ayrton Senna”. 
 
 
COMPLEMENTO NOMINAL 
 
 Complemento nominal – termo sempre regido de preposição que 
complementa o sentido de adjetivos, substantivos abstratos ou advérbios. Em outras 
palavras, o complemento nominal completa a ideia de um nome. 
 
Exemplos: 
Ele age igual a você. 
 
 Em “Ele age igual a você.”, o termo “a você” complementa a ideia do adjetivo 
“igual”. Por essa razão, deve ser classificado como complemento nominal. 
 
Não tenho interesse por você. 
 
 Em “Não tenho interesse por você.”, a expressão “por você” complementa a 
ideia do substantivo “interesse”. Logo, deve ser classificado como complemento 
nominal. 
 
Moro próximo a você. 
 
 No exemplo acima, “a você” complementa a ideia do advérbio “próximo”. 
Sendo assim, deve ser classificado como complemento nominal. 
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15. (FUNDATEC 2011) Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando as orações 
sublinhadas às respectivas funções sintáticas. 
 
Coluna 1 
 
1. Objeto direto 
 
2. Objeto indireto 
 
3. Complemento nominal 
 
Coluna 2 
 
( ) “Uma pesquisa realizada em março aponta que a internet e as redes sociais lideram 
as mídias mais procuradas...” 
 
( ) “Depois da primeira conversa, o diretor de recursos humanos conseguiu fazer com 
que ele mudasse de ideia.” 
 
( ) “... sem a necessidade de que enviem seu currículo” 
 
O preenchimento correto dos parênteses, de cima para baixo, é: 
 
A) 2 – 3 – 1. 
B) 2 – 1 – 3. 
C) 3 – 2 – 1. 
D) 1 – 3 – 2. 
E) 1 – 2 – 3. 
 
Comentário: Vamos analisar as assertivas. 
 
1. No período “Uma pesquisa realizada em março aponta que a internet e as redes sociais 
lideram as mídias mais procuradas...”, a expressão destacada exerce a função de objeto 
direto do verbo “apontar”. Por conter verbo em sua estrutura, o objeto direto será oracional, 
equivalendo a uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 
 
2. No excerto “Depois da primeira conversa, o diretor de recursos humanos conseguiu fazer 
com que ele mudasse de ideia.”, a expressão em destaque complementa o sentido do verbo 
“fazer”. Por ser introduzida por uma preposição regida pela mencionada forma verbal, o 
segmento destacado desempenha a função de objeto indireto. 
 
3. No trecho “... sem a necessidade de que enviem seu currículo”, o nome “necessidade” 
rege o emprego da preposição “de”. Este elemento, por seu turno, introduzirá o segmento 
que complementará o sentido do vocábulo “necessidade”. Portanto, temos um complemento 
nominal. Vale frisar que, por conter verbo em sua estrutura, o complemento é oracional. 
 
 
Gabarito: E. 
 
 
 
 
 
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TERMOS ACESSÓRIOS 
 
 Os termos acessórios da oração são adjunto adnominal, adjunto adverbial 
e aposto. 
 
O ADJUNTO ADNOMINAL 
 
 Adjunto adnominal – termo de função adjetiva e que, por isso, caracteriza 
ou delimita o substantivo. 
 A função de adjunto adnominal será exercida por artigo, adjetivo, numeral 
adjetivo, pronome adjetivo, locução adjetiva ou oração adjetiva. 
 
 
 
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 Os pronomes oblíquos o, a, os, as e as formas lo, la, los, las exercem a 
função de objeto direto. 
 
Exemplos: Criei um método. (= Criei-o.) 
Fizemoso trabalho. (= Fizemo-lo.) 
 
 
 
 Já as formas pronominais lhe, lhes podem exercer a função de objeto 
indireto, adjunto adnominal ou complemento nominal. 
 
Exemplos: 
 
Pedi uma dica ao professor. (= Pedi-lhe uma dica. ou Pedi uma dica a ele.) 
 
 
 
 Em “Pedi-lhe uma dica.”, o pronome “lhe” é complemento indireto do verbo 
“pedir”. Portanto, é objeto indireto. 
 
 
Amanda é fiel a ele. (= Amanda é-lhe fiel.) 
 
 Em “Amanda é-lhe fiel.”, o pronome “lhe” é empregado com verbo de ligação, 
complementando o sentido do adjetivo “fiel”. Logo, é complemento nominal. 
 
Pisei o pé dele. (Pisei-lhe o pé.) 
 
 Em “Pisei-lhe o pé.”, o pronome “lhe” equivale ao pronome possessivo “seu”, 
ou seja, indica posse. Portanto, é adjunto adnominal. 
 
 
 
 
16. (CESGRANRIO - 2010 – IBGE) O pronome destacado NÃO indica posse na 
seguinte frase: 
 
a) A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo. 
b) A expectativa mantinha-lhe o coração acordado. 
c) Faltava-lhe vontade de voltar para casa. 
d) O sal impregnava-lhe as roupas. 
 
Comentário: As formas me, te, lhe, nos, vos podem ser usadas em lugar dos 
pronomes possessivos, indicando uma ideia de posse. Nesse caso, exercerão a 
função de adjunto adnominal. De posse desta informação, vamos analisar as 
assertivas. 
 
A) Em “A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo.”, o pronome “lhe” traz a noção de 
posse: “A brisa da madrugada tocava seu corpo”. 
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B) Em “A expectativa mantinha-lhe o coração acordado.”, novamente o pronome 
“lhe” indica o aspecto de posse: “A expectativa mantinha seu coração acordado”. 
C) Esta é a resposta da questão. No excerto “Faltava-lhe vontade de voltar para 
casa.”, o pronome “lhe” é complemento indireto do verbo “faltar”. Para fazer a 
confirmação, substituam-no pela forma a ele(a): “Faltava a ele(a) vontade de voltar 
para casa”. 
D) Em “O sal impregnava-lhe as roupas.”, o pronome “lhe” pode ser substituído por 
um pronome possessivo: “O sal impregnava suas roupas”. 
 
Gabarito: C. 
 
 
17. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) Assinale a opção cujo termo em destaque 
tem valor sintático diferente dos demais. 
 
a) "As palavras juntas formam frases, orações e períodos." 
b) "No cotidiano, as pessoas não têm mais tempo para dialogar." 
c) "elas se tornam vivas, dando uma sensação de bemestar," 
d) " porque a idéia se perpetua e é transmitida de geração para geração." 
e) "A mobilização social é um ato de comunicação." 
 
Comentário: A única função sintática que difere das demais é encontrada na 
assertiva E. O termo “um ato de comunicação” exerce a função de predicativo do 
sujeito: “A mobilização social (sujeito) é (verbo de ligação) um ato de comunicação 
(predicativo do sujeito)”. 
 
 Nas demais opções, os termos destacados exercem a função de sujeito. 
 
Gabarito: E. 
 
 
18. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) "mesmo admitindo que grandes massas 
da população estejam excluídas dele". Os segmentos destacados têm a 
mesma função que a oração em destaque em: 
 
a) "...criaram novos espaços de conhecimento." 
b) "Esses espaços de formação têm tudo..." 
c) "O conhecimento é o grande capital da humanidade." 
d) "...que precisa dele para a inovação tecnológica." 
e) "acabaram surgindo indústrias do conhecimento," 
 
Comentário: No enunciado da questão, a expressão “que grandes massas da 
população estejam excluídas dele” é complemento do verbo “admitir”, exercendo a 
função de objeto direto. Essa mesma função é encontrada na alternativa A. O verbo 
“criar” é transitivo direto, exigindo como complemento o objeto direto “novos 
espaços de conhecimento”. Portanto, este é o gabarito da questão. 
 
Gabarito: A. 
 
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19. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) Assinale a opção cujo termo em destaque 
tem valor sintático diferente dos demais. 
 
a) "As palavras juntas formam frases, orações e períodos." 
b) "No cotidiano, as pessoas não têm mais tempo para dialogar." 
c) "elas se tornam vivas, dando uma sensação de bemestar," 
d) " porque a idéia se perpetua e é transmitida de geração para geração." 
e) "A mobilização social é um ato de comunicação." 
 
Comentário: A única função sintática que difere das demais é encontrada na 
assertiva E. O termo “um ato de comunicação” exerce a função de predicativo do 
sujeito: “A mobilização social (sujeito) é (verbo de ligação) um ato de comunicação 
(predicativo do sujeito)”. 
 
 Nas demais opções, os termos destacados exercem a função de sujeito. 
 
Gabarito: E. 
 
 
20. (CESGRANRIO - 2008 – CAPES) "mesmo admitindo que grandes massas 
da população estejam excluídas dele". Os segmentos destacados têm a 
mesma função que a oração em destaque em: 
 
a) "...criaram novos espaços de conhecimento." 
b) "Esses espaços de formação têm tudo..." 
c) "O conhecimento é o grande capital da humanidade." 
d) "...que precisa dele para a inovação tecnológica." 
e) "acabaram surgindo indústrias do conhecimento," 
 
Comentário: No enunciado da questão, a expressão “que grandes massas da 
população estejam excluídas dele” é complemento do verbo “admitir”, exercendo a 
função de objeto direto. Essa mesma função é encontrada na alternativa A. O verbo 
“criar” é transitivo direto, exigindo como complemento o objeto direto “novos 
espaços de conhecimento”. Portanto, este é o gabarito da questão. 
 
Gabarito: A. 
 
 
21. (CESGRANRIO – 2010 – PETROBRAS) Nas sentenças abaixo, a expressão 
em negrito que NÃO pode ser substituída pelo pronome após a forma verbal, 
especificado entre parênteses, é: 
 
a) A deusa dava aos poetas o poder de voltar ao passado. (dava-lhes) 
b) Ela tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais. (conferir-lhes) 
c) Os historiadores registram em suas obras a fisionomia de um humano. 
(registram-nas) 
d) Os antigos queriam colocar suas obras sob a proteção das Musas. (colocá-las) 
e) Eles aprendiam de cor as regras da eloquência. (aprendiam-nas) 
 
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Comentário: Vamos analisar cada opção. 
 
A) Resposta correta. No excerto “A deusa dava aos poetas o poder de voltar ao 
passado.”, a expressão “aos poetas” desempenha a função de complemento 
indireto do verbo “dar”. Portanto, é permitida a substituição pela forma pronominal 
“lhes”: A deusa dava-lhes o poder de voltar ao passado. 
 
B) Resposta correta. Em “ela tinha o poder de conferir imortalidade aos mortais.”, a 
expressão “aos mortais” exerce a função de objeto indireto do verbo “conferir”, 
tornando lícita substituição pelo pronome oblíquo átono “lhes”: Ela tinha o poder de 
conferir-lhes imortalidade. 
 
C) Resposta incorreta. As formas pronominais “o(s)” e “a(s)” devem ser 
empregadas para substituir vocábulos ou expressões que sejam complementos 
diretos. Entretanto, a função de objeto direto do trecho “Os historiadores queriam 
colocar em suas obras a fisionomia de um humano.” é desempenhada pela 
expressão “a fisionomia de um humano”. Logo, o correto seria escrever 
“registram-na”. E qual a classificação da expressão “em suas obras”. Ora, o excerto 
em destaque denota uma circunstância de lugar,

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