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MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA – MICROBIOLOGIA ANA BEATRIZ RIZZETTO LONGUINI QUINALHIA MEDICINA 144 – M3 – 2019.1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA Microbiologia é o ramo da biologia que estuda os micro-organismos (bactérias, fungos, vírus, protozoários). É relacionada com a patologia, já que muitos micro- organismos são patogênicos. A extensiva caracterização dos micróbios tem nos permitido o uso deles como ferramentas em outras linhas da biologia (ex: produção de grandes quantidades de proteínas a partir de bactérias usando genes codificados em um plasmídeo). Teoria da Abiogênese: ideia de que a vida poderia se originar espontaneamente da matéria inanimada. Teoria da Biogênese: A vida só se origina de outra forma pré-existente. As experiências do médico e biólogo italiano Francesco Redi (carne e larvas) e Louis Pasteur (caldo nutritivo) sepultaram definitivamente a teoria da abiogênese. O ramo da imunologia desenvolveu-se dos estudos iniciais da bacteriologia: Edward Jenner, introduziu a prática de imunização ativa, expondo indivíduos a antígenos da varíola humana mais branda, protegendo-os da forma mais agressiva (1776). Pasteur, após 100 anos, estendeu o conceito de imunização ativa, quando observou que a cólera aviária podia ser evitada inoculando cultura velha de bacilos, com a sua virulência reduzida. Em seguida ele aplicou este princípio de imunização na prevenção do carbúnculo, denominando as culturas avirulentas de vacinas e o processo de imunização, com tais culturas, de vacinação. Ele desenvolveu este método através da utilização de organismos atenuados e preparou vacinas protetoras contra o antraz, a erisipela suína e contra a raiva. Em 1928, Fleming estava realizando vários experimentos em seu laboratório e ao inspecionar suas culturas antigas antes de destruí-las notou que a colônia de um fungo havia crescido espontaneamente, como um contaminante, numa das placas de Petri semeadas com Staphylococcus aureus. Fleming observou outras placas e comprovou que as colônias bacterianas que se encontravam ao redor do fungo (mais tarde identificado como Penicillium notatum – penicilina) eram transparentes devido a uma lise bacteriana. A lise significava a morte das bactérias, e no caso, das bactérias patogênicas (Staphylococcus aureus) crescidas na placa. CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS SERES VIVOS Até a metade do século XX, os seres vivos são classificados em apenas duas categorias: reino animal e reino vegetal. Com o progresso da biologia, a classificação se amplia para incluir organismos primitivos que não têm características específicas só de animais ou de vegetais. A partir da década de 60, o critério internacionalmente aceito divide os organismos em cinco reinos: monera, protista, fungi, plantae e animalia. MICROBIOLOGIA: INTERAÇÕES PARASITA x HOSPEDEIRO Doença é o estado resultante da consciência da perda da homeostasia de um organismo vivo, total ou parcial, estado este que pode cursar devido a infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas, sequelas de trauma, hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas. A maioria das causas de uma doença se dá por interações complexas de binômios como: parasita x hospedeiro; infecção x resistência; etc. Infecção: é a penetração, crescimento e a multiplicação de micro-organismos em um hospedeiro. A infecção representa um mecanismo de agressão. Infecção, portanto, é a colonização de um organismo hospedeiro por uma espécie estranha. Em uma infecção, o organismo infectante procura utilizar os recursos do hospedeiro para se multiplicar (com evidentes prejuízos para o hospedeiro). O organismo infectante, ou patógeno, interfere na fisiologia normal do hospedeiro e pode levar a diversas consequências. A resposta do hospedeiro é a inflamação. Existem dois tipos de infecções bacterianas: Infecção exógena: que acontece de fora para dentro, ou seja, produzidas por bactérias existentes no meio ambiente. A bactéria que produz esse tipo de infecção é chamada de primária. Infecção endógena: é produzida por micro- organismos existentes nos tecidos do hospedeiro. Infestação: é a penetração, crescimento e multiplicação de macro-organismos em hospedeiros, como: pulgas, piolho, verme, carrapato, etc. Obs.: Diretamente, o macro-organismo não causa infecção, mas de um modo indireto. Parasitismo: parasitas são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo. O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afetar as funções vitais, até poder causar a sua morte, como é o caso de muitos vírus e bactérias patogênicas. Resistência: o mecanismo de defesa do corpo, é chamado, de um modo geral, de resistência. Tem-se dois tipos de respostas imune: uma resposta inata ou natural e uma resposta adquirida ou adaptativa. Patógenos: organismos infecciosos que causam doenças. Patogenicidade: capacidade do micro-organismo produzir a doença ou uma lesão progressiva. Virulência: introduz um conceito de grau – a medida da patogenicidade – que está associada, geralmente, à letalidade (morte). NÃO CONFUNDIR! A patogenicidade é o potencial que o patógeno tem de conseguir vencer as barreiras do corpo e causar a doença de fato. Já a virulência é o potencial de causar danos do patógeno, ou seja, é o seu potencial de causar problemas, geralmente esse fator é medido em mortalidade e pela capacidade de lesar tecidos. MECANISMOS DA INFECÇÃO As principais etapas para que ocorra a infecção são as seguintes: Penetração dos micro-organismos nos tecidos. Estabelecimento ou aderência dos micro-organismos por meio de estruturas. Multiplicação do micro-organismo nos tecidos do hospedeiro. MICROBIOTA NORMAL Flora normal do corpo humano. Desempenham funções benéficas para o organismo. Todo ser humano nasce sem micro-organismos. A microbiota normal humana desenvolve-se por sucessões, desde o nascimento, até as diversas fases da vida adulta, resultando em comunidades bacterianas estáveis. Os micro-organismos membros da microbiota humana podem existir como mutualistas, comensais ou oportunistas. Ainda que a maioria dos componentes da microbiota normal seja inofensiva a indivíduos sadios, esta pode constituir um reservatório de bactérias potencialmente patogênicas. Microbiota da pele: nas regiões mais úmidas, como axilas, virilhas, espaço entre os dedos dos pés, genitália e períneo, predominam organismos Gram- positivos como Staphylococcus aureus e Corinebacterium sp. Nessas áreas, condições como umidade, maior temperatura corporal e maior concentração de lipídios cutâneos de superfície favorecem o crescimento bacteriano. Nas áreas secas predominam as bactérias Staphylococcus epidermidis e Propionibacterium acnes. Microbiota da conjuntiva: por sua constante exposição ao meio externo, a conjuntiva está sujeita a intensa contaminação microbiana. Contudo, a conjuntiva apresenta um sistema de proteção bastante eficaz (ação enxaguatória da lágrima – movimentos das pálpebras; fato de a lágrima ser um meio de cultura pobre, na sua composição encontram-se imunoglobulinas, lactoferrina e lisozima. As imunoglobulinas (IgG) inativam inúmeras bactérias, a lactoferrina atua como sequestrante de ferro – que é um nutriente mineral essencial para o metabolismo bacteriano – e a lisozima é uma enzima que impede a formação de paredes celulares bacterianas).Quando algum fator rompe o equilíbrio entre a microbiota residente e a transitória, pode haver o desenvolvimento de doenças. Dentre estes fatores encontram-se o desequilíbrio imunológico, o uso indiscriminado de colírios contendo agentes antimicrobianos ou corticoides. Microbiota da cavidade oral: altamente complexa composta por cerca de 500 grupos bacterianos que habitam as diversas áreas da boca. Muitas dessas bactérias estão associadas à formação da placa bacteriana sobre a superfície dos dentes com consequente formação de cáries e ocorrência de doenças periodontais. Microbiota da nasofaringe: a faringe aprisiona a maioria das bactérias que são inaladas. O trato respiratório superior é a porta de entrada para a colonização inicial por muitos patógenos já o trato respiratório inferior (brônquios e alvéolos), são normalmente estéreis porque partículas do tamanho de bactérias não os atingem prontamente. As vias aéreas superiores são protegidos por uma microbiota residente que evita a colonização destas áreas por patógenos. Cocos Gram-positivos são componentes proeminentes, mas muitos outros tipos de bactérias são também encontrados nestes sítios. Microbiota do esôfago: é um órgão praticamente estéril e bactérias se presentes são apenas transitórias. Condições patológicas podem alterar a anatomia do esôfago e predispor o órgão ao estabelecimento de uma microbiota residente, constituída de micro-organismos potencialmente patogênicos. Microbiota do estômago: os micro-organismos são geralmente transitórios e sua densidade populacional é mantida baixa devido às severas condições ambientais. A quantidade de bactérias é praticamente indetectável após a digestão. Microbiota do trato intestinal: o baixo pH do conteúdo estomacal e o fluxo rápido de conteúdo do intestino delgado tende a inibir o crescimento de muitas bactérias. O pH relativamente neutro e a prolongada retenção de conteúdo no intestino grosso permitem o desenvolvimento de comunidades microbianas complexas compostas por centenas de distintas espécies de bactérias. As bactérias residentes do trato gastrintestinal contribuem para a dieta fermentando carboidratos indigeríveis como a celulose em ácidos graxos que são fontes de energia para as células do epitélio intestinal e facilitam a absorção de sódio e água, e sintetizam proteínas e vitaminas do complexo B. A microbiota do cólon é um ecossistema complexo com a importante função de controlar populações de muitos micro-organismos patogênicos. Em humanos, a antibioticoterapia pode suprimir a microbiota residente e permitir que determinados anaeróbios tornem- se predominantes e causem doenças. Apesar dessa função protetora, muitos dos membros dessa microbiota podem causar doenças. Os anaeróbios do trato intestinal são agentes primários de abscessos intra-abdominais e peritonites. Perfurações no intestino causadas por apendicites, câncer, cirurgias e ferimentos quase sempre contaminam a cavidade peritoneal e órgãos adjacentes. Microbiota da vagina: consistem de uma mistura complexa, multiespecífica, de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, com predominância de espécies anaeróbicas. A composição da microbiota vaginal varia de pessoa a pessoa, com a idade, pH do trato vaginal e níveis hormonais. A microbiota bacteriana do trato vaginal reduz a probabilidade de que patógenos se estabeleçam na vagina. Os lactobacilos vaginais produzem ácidos láticos que mantém baixo o pH das secreções vaginais, inibindo o crescimento de muitas bactérias, competem por receptores de aderência, no epitélio vaginal, produzem substâncias antimicrobianas como peróxido de hidrogênio e bacteriocinas, se co-agregam com outras bactérias e estimulam o sistema imune vaginal superficial incrementando os mecanismos de defesa locais contra bactérias não-residentes. A importância da microbiota vaginal normal na proteção contra patógenos pode ser evidenciada no fato de que a terapia com antibióticos pode predispor mulheres à aquisição de infecções gênito- urinárias, como as causadas por fungos do gênero Cândida. ATRIBUTOS DOS MICRO-ORGANISMOS QUE OS CAPACITAM A CAUSAR DOENÇAS Fatores de colonização: auxiliam a resistência e ampliação das colônias bacterianas. Ex: cápsula, adesina, invasinas, evasinas, fatores nutricionais. Fatores de lesão: ampliam o poder de patogenicidade da bactéria. Ex: toxinas, enzimas hidrolíticas, produção de superantígenos. SINTOMATOLOGIA DA INFECÇÃO Período de incubação: entre a penetração do micro-organismo e aparecimento dos primeiros sintomas; Período de doença: aparecimento dos sintomas em geral, geralmente, acompanhado por febre; Período de convalescença: recuperação do indivíduo. Ocorre o desaparecimento dos sintomas. TIPOS DE INFECÇÕES Infecções sem sintomas (subclínicas): divididas em dois grupos. Infecção latente, onde o indivíduo abriga o micro-organismo nos tecidos mas não apresenta nenhum sintoma; e Infecção inaparente, na qual 0 indivíduo abriga o micro-organismo no tecido, este realiza todo o seu ciclo infeccioso e não apresenta nenhum sintoma. Infecções secundárias: Há germes específicos para determinadas doenças, como o Mycobacterium tuberculosis, causador da tuberculose e a Salmonella typhi, causadora da febre tifoide. Mas há também os chamados germes de associação, que agem associados a outros para causarem a infecção (secundária). Infecções mistas: infecção produzida por dois micro-organismos agindo por sinergismo (potencializarão de um dos agentes). Logo, para desenvolver uma doença, o patógeno deverá inibir ou interferir com os diferentes tipos de defesa que o hospedeiro mobiliza. O estresse é um dos principais fatores que diminuem a resistência do sistema imunológico, isso devido uma alteração na produção de cortisol, regulador fundamental da defesa imunológica. MICROBIOLOGIA: CÉLULA BACTERIANA Bactérias são organismos unicelulares, procariontes, que podem ser encontrados na forma isolada ou em colônias e pertencem ao Reino Monera. São micro- organismos constituídos por uma célula, sem núcleo celular nem organelas membranares. A célula bacteriana apresenta várias estruturas, algumas das quais estão presentes apenas em determinadas espécies, enquanto outras são essenciais e, portanto, encontradas em todas as bactérias. FORMA E ARRANJO A forma bacteriana é uma característica genética própria de cada uma, ou seja, a bactéria nasce com uma forma definida e morre com a mesma. As bactérias classificam-se morfologicamente de acordo com a forma da célula e com o grau de agregação: Quanto à forma: Coco: De forma esférica ou subesférica; Bacilo: Em forma de bastonete. Podem apresentar extremidades em ângulo reto; Vibrião: Em forma de vírgula; Espirilo: de forma espiral/ondulada; Espiroqueta: Em forma acentuada de espiral. Quanto à agregação: Diplococo: De forma esférica ou subesférica e agrupadas aos pares; Estreptococos: Assemelha-se a um "colar de cocos"; Estafilococos: Uma forma desorganizada de agrupamento; Sarcina: De forma cúbica, formado por 4 ou 8 cocos simetricamente postos; Diplobacilos: Bacilos reunidos dois a dois; Estreptobacilos: Bacilos alinhados em cadeia. ESTRUTURAS BACTERIANAS E FUNÇÕES As principais estruturas da célula procariota incluem: nucleoide, plasmídeos, hialoplasma, membrana celular, mesossomo, parede celular, cápsulas, fimbrias e flagelos. Nucleoide: O nucleoide não é um verdadeiro núcleo, já que não está delimitado do restoda célula por membrana lipídica própria. O nucleoide consiste em fibrilas de DNA dupla hélice na forma de uma única molécula. Carrega informações genéticas da bactéria. Plasmídeos: pequenas moléculas de DNA circulares que coexistem com o nucleoide, ou seja, é um DNA extra-cromossômico situado no citoplasma da bactéria. São comumente trocadas na reprodução sexuada. Os plasmídeos têm genes, incluindo frequentemente aqueles que protegem a célula contra os antibióticos. Hialoplasma: líquido com consistência de gel, semelhante ao dos eucariotas, com sais, glicose e outros açúcares, proteínas funcionais e várias outras moléculas orgânicas. Contém também RNA da transcrição gênica, e cerca de 20 mil ribossomas. Membrana Celular: A membrana celular é uma dupla camada de fosfolípidos, com proteínas importantes (na permeabilidade a nutrientes e outras substâncias, defesa, e na cadeia respiratória e produção de energia). É composta de 60% de proteínas imersas em uma bicamada lipídica (40%). Além das interações hidrofóbicas e pontes de hidrogênio, cátions como Mg2+ e Ca2+ são responsáveis pela manutenção da integridade da membrana. Tem como funções: transporte de solutos, produção de energia por transporte de elétrons e fosforilação oxidativa, biossíntese, duplicação do DNA, secreção etc. Mesossomo: invaginações múltiplas da membrana citoplasmática que formam estruturas especializadas denominadas de mesossomos. Podem ser laterais (concentração de enzimas) ou septais (divisão celular). Parede celular: estrutura rígida que recobre a membrana citoplasmática e confere forma às bactérias. É uma estrutura complexa composta por peptidoglicanos, polímeros de carboidratos ligados a proteínas como a mureína, com funções protetoras. A parede celular é o alvo de muitos antibióticos. Ela contém em algumas espécies infecciosas a endotoxina lipopolissacarídeo (LPS) uma substância que leva a reação excessiva do sistema imunitário, podendo causar morte no hóspede devido a choque séptico. É por meio da parede celular e da Técnica de Coloração Gram (nome em homenagem a Christian Gram) que se pode classificar o tipo de bactéria. Bactérias Gram-positivas (parede celular espessa) Violeta + Lugol + Álcool + Fucsina Coloração Azulada Bactérias Gram-negativas (parede celular fina) Violeta + Lugol + Álcool + Fucsina Coloração Avermelhada Cápsula: camada de polissacarídeos que fica ligada à parede celular como um revestimento externo da extensão limitada e estrutura definida. Nem toda bactéria apresenta cápsula, cujas funções são servir de reservatório de água e nutrientes, aumento da capacidade invasiva de bactérias patogênicas e aderência (as cápsulas possuem receptores que servem como sítios deOligação com outras superfícies). Pili (ou Fímbrias): são microfibrilas proteicas que se estendem da parede celular em muitas espécies Gram- negativas. Têm funções de ancoramento da bactéria ao seu meio e são importantes na patogênese. Um tipo especial de pilus é o pilus sexual, estrutura oca que serve para ligar duas bactérias, de modo a trocarem plasmídeos. Flagelo: estrutura proteica que roda como uma hélice. Muitas espécies de bactérias movem-se com o auxílio de flagelos. Os flagelos bacterianos são muito simples e completamente diferentes dos flagelos dos eucariotas. Nem toda bactéria possui flagelo. Confere movimento à célula e é formado de uma estrutura basal, um gancho e um longo filamento externo à membrana, sendo formado, predominantemente, pela proteína flagelina. COMPONENTES CITOPLASMÁTICOS Imersas no citoplasma existem partículas insolúveis, algumas essenciais (ribossomos e nucleoide) e outras encontradas apenas em alguns grupos de bactérias, nos quais exercem funções especializadas como os grânulos e vacúolos gasosos. Ribossomos: são partículas citoplasmáticas responsáveis pela síntese proteica, compostas de RNA (60%) e proteína (40%). Em procariotos, possuem coeficiente de sedimentação de 70S e são compostos de duas subunidades: uma maior (50S) e outra menos (30S). Esporos bacterianos: algumas bactérias podem enquistar, formando um esporo, com um invólucro de polissacáridos mais espesso e ficando em estado de vida latente quando as condições ambientais forem desfavoráveis. Endosporos são estruturas formadas por algumas espécies de bactérias Gram-positivas quando o meio se torna carente de água ou de nutrientes essenciais. MICROBIOLOGIA: GENOMA BACTERIANO – MECANISMO GENÉTICOS DA RESISTÊNCIA Para se discutir os mecanismos genéticos da resistência antimicrobiana, deve-se antes conhecer o genoma bacteriano, uma vez que a multirresistência de uma bactéria está ligado a genes cromossomais da mesma. O genoma representa o conjunto do material genético que uma célula apresenta. A organização genômica das bactérias é dinâmica e composta por diferentes modalidades de moléculas de DNA: cromossomo, plasmídeos, transposons e bacteriófagos. O cromossomo bacteriano contém todos os genes requeridos para o metabolismo e ciclo vital da bactéria. Plasmídeos, transposons e bacteriófagos são entidades moleculares independentes que ocorrem indistintamente em diferentes grupos bacterianos e que funcionam como elementos genéticos acessórios. Os genes que transportam não são essenciais à sobrevivência da bactéria, mas podem condicionar características tais como fatores de virulência, resistência a agentes antimicrobianos, bacteriocinas, toxinas, fixação de nitrogênio etc. Cromossomos e plasmídeos constituem replicons, ou seja, unidades moleculares capazes de replicação autônoma. Transposons e bacteriófagos não são capazes de replicação autônoma e precisam estar inseridos em um replicon para se duplicarem. CÉLULA PROCARIÓTICA CÉLULA EUCARIÓTICA 1. Contém apenas um cromossomo (único e circular) 2. Consiste de uma única molécula de DNA de fita dupla na forma circular 3. Não possui membrana nuclear: o cromossomo se localiza em uma região denominada nucleoide (em que o cromossomo se associa a proteínas). 4. É enrolado, espiralado e de forma altamente compacta, é cerca de 1200 vezes maior que o tamanho da célula 5. É rara a presença íntrons. 1. Há mais do que um cromossomo por célula 2. Cada cromossomo consiste em uma única molécula longa de DNA de fita dupla enrolado em agregados de proteínas histonas em intervalos regulares 3. Possui membrana nuclear 4. Apresenta forma linear, e a molécula de DNA é cerca de 10 vezes mais longa 5. Presença marcante de íntrons 6. Mitocôndrias e cloroplastos apresentam material genético PLASMÍDEOS São moléculas extracromossomais circulares de DNA autorreplicativo encontradas em muitas espécies bacterianas e em algumas espécies de eucariotos. São geralmente moléculas de DNA de fita dupla em forma de círculos fechados e passam às células-filha durante a divisão celular. Quando o plasmídeo está integrado ao cromossomo, recebe outro nome: epíssomo. Muitas das características condicionadas por genes plasmidianos contribuem para a adaptabilidade da bactéria em condições especiais. As bactérias não constroem seus próprios plasmídeos, mas os adquirem através do fenômeno da conjugação bacteriana, na qual uma bactéria transportando um plasmídeo o transfere para uma outra bactéria, mantendo para si uma cópia deste. A replicação dos plasmídeos pode ser de dois tipos: por replicação de entidades independentes ou por replicação de epíssomo integrado. A replicação do plasmídeo também pode ocorrer em dois momentos: (1) quando a célula bacteriana se divide, o DNA plasmideal também sedivide, assegurando que cada célula filha receba uma cópia deste; (2) durante o processo de conjugação, a molécula de DNA replicada pode entrar na célula receptora. Existem dois grupos básicos de plasmídeos: os conjuntivos e os não-conjuntivos. Os plasmídeos conjuntivos contém um gene chamado tra-gene, que pode iniciar a conjugação, isto é, a troca sexual de plasmídeos com outra bactéria. Os plasmídeos não- conjuntivos são incapazes de iniciar a conjugação e, por esse motivo, o seu movimento para outra bactéria, mas podem ser transferidos com plasmídeos conjuntivos durante a conjugação. Plasmídeos de Fertilidade (F): contém apenas tra- genes. A sua única função é a iniciação da conjugação bacteriana. A bactéria que apresenta o plasmídeo F (chamada de F+ ou macho) tem a capacidade de produzir fímbrias associadas na reprodução sexuada com outras bactérias. A bactéria receptora é denominada F-. Plasmídeos de Resistência (R): contém genes que os tornam resistentes a antibióticos ou venenos, ou seja, é responsável pela resistência da bactéria a antimicrobianos. Plasmídeos Col: contém plasmídeos que codificam colicinas, proteínas que podem matar outras bactérias, inibindo o crescimento de outras células que não possuem esse plasmídeo. Plasmídeos Degradativos: permitem a digestão de substâncias pouco habituais, como o toluole ou o ácido salicílico, ou até mesmo de derivados do petróleo. Plasmídeos de Virulência: transformam a bactéria num agente patogênico, estando associado então, a patogenicidade da bactéria. TRANSPOSONS São fragmentos de DNA linear. Os transposons são elementos genéticos móveis capazes de se inserirem em diferentes pontos do cromossomo bacteriano. Após inserir-se em um determinado sítio do cromossomo, o transposon pode deixar uma cópia neste sítio e inserir-se em outro ponto do cromossomo, um fenômeno denominado transposição. A transposição ocorre devido à presença, no transposon, de sequências específicas de DNA denominadas sequências de inserção (IS). As IS são pequenas sequências de DNA que codificam a enzima transposase, responsável pela transposição. Quando o transposon se liga ao cromossomo da bactéria, isso a confere uma maior mutagenicidade (por induzir mutações) bem como o isolamento de parte de seu material genético (“DNA egoísta”). Os transposons codificam uma ou mais proteínas que conferem características como resistência a drogas antimicrobianas, enterotoxinas e enzimas degradativas. TRANSFERÊNCIA GÊNICA BACTERIANA (recombinação) A maioria das bactérias não apresenta reprodução sexuada, mas podem ocorrer misturas de genes entre indivíduos diferentes: a recombinação genética. Esse processo leva à formação de novos indivíduos com características genéticas diferentes, resultando na mistura de material genético. Uma bactéria pode adquirir genes de outra bactéria e misturá-los aos seus por meio de três maneiras diversas: Transformação: absorção de moléculas ou fragmentos de moléculas de DNA que estejam dispostos no ambiente, proveniente de bactérias mortas e decompostas; a célula bacteriana transformada (receptora) passa a apresentar novas características hereditárias, condicionadas pelo DNA incorporado. Transdução: transferência de segmentos de moléculas de DNA de uma bactéria para outra. Isso ocorre porque, ao formarem-se no interior das células hospedeiras, os bacteriófagos (vírus) podem eventualmente incorporar pedaços do DNA bacteriano. Depois de serem liberados para infectar outra bactéria, os bacteriófagos podem transmitir a ela os genes bacterianos que transportavam. Conjugação: transferência de DNA diretamente de uma bactéria doadora para uma receptora através de um tubo de proteína denominado pêlo sexual ou “pili”, que conecta duas bactérias. Os “pili” estão presentes apenas em bactérias doadoras de DNA. RESISTÊNCIA BACTERIANA A DROGAS DEFINIÇÕES! Quimioterápico: substância com ação antimicrobiana produzida por síntese em laboratório. Antibiótico: substância de ação antimicrobiana produzida naturalmente por fungos e pelas próprias bactérias. AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS Bacteriostática: inibe o processo de multiplicação do micro-organismo. Bactericida: inibe o crescimento do micro-organismo. A resistência bacteriana pode se dar por duas formas: resistência natural (toda a espécie bacteriana é naturalmente resistente a um certo antibiótico. Ex: Escherichia coli não pode ser tratada com benzilpenicilina por ser resistente a essa droga) e resistência adquirida (ao longo de seu desenvolvimento, adquire resistência devido a processos de conjugação, transformação, etc.). O antibiótico não induz resistência. A resistência adquirida é um fenômeno espontâneo da bactéria, sendo os antimicrobianos apenas agentes seletores de amostras resistentes. Isso demonstra que antibióticos devem ser administrado da maneira e intervalos corretos. ANTIBIOGRAMA Trata-se de um ensaio que mede a susceptibilidade/resistência de uma bactéria a um ou mais agentes antimicrobianos. Seu objetivo é tanto a análise do espectro de sensibilidade/resistência a drogas de uma bactéria quanto a determinação da concentração mínima inibitória. MICROBIOLOGIA: FISIOLOGIA BACTERIANA – NUTRIÇÃO E METABOLISMO BACTERIANO MACRONUTRIENTES Em laboratório, esses nutrientes (90% da constituição molecular) são cedidos às bactérias nos meios de cultura, enquanto que no corpo humano, o próprio sangue os fornece. Fonte de carbono: utilizam carbono inorgânico existente no ambiente, na forma de carbonatos ou de CO2, como única fonte de carbono. São autotróficas. Fonte de nitrogênio: está disponível na natureza sob a forma de gás (N2) ou na forma combinada. Para um grupo de bactérias, além do nitrogênio compor as proteínas e ácidos nucleicos, ele serve para formar nitrato que é o aceptor final de elétrons da cadeia de transporte em anaerobiose. Fonte de oxigênio: é requerido na forma de molécula como aceptor final da cadeia de transporte de elétrons aeróbia. É, portanto, assimilado tanto na forma de molécula como na forma combinada. Fonte de hidrogênio: com exceção de um pequeno grupo de bactérias que necessita de H2 na forma molecular, é obtido pelas bactérias na forma combinada. MICRONUTRIENTES Correspondem a um percentual menor da constituição molecular bacteriana (10%) e são eles: potássio, cálcio, ferro, magnésio, manganês. Atuam como componentes de proteínas, enzimas e componentes de estruturas celulares. Os esporos (forma de resistência da bactéria), por exemplo, são formados por íons cálcio associados ao ácido acetilcolínico. CONDIÇÕES DE CULTIVO Os meios de cultura são representados por um conjunto de substâncias que tem como finalidade o crescimento microbiano. Para cultivar micro-organismos, deve-se obedecer a requisitos básicos obrigatórios, quais sejam: inoculá-los em meios de cultura adequados e incubá-los em condições ambientais igualmente adequadas. Os meios de cultura devem ser ricos em fatores de crescimento: vitaminas, aminoácidos, purinas e pirimidinas. Algumas outras bactérias exigem a presença de sangue para o meio de cultura (Ágar base + sangue de carneiro = Ágar sangue). CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE CULTURA Quanto à composição: Meios sintéticos: são meios de cultura que apresentam uma constituição química definida. Complexos (naturais): não se tem uma ideia fixa de concentração de nutrientes no meio, ou seja, não tem uma composição química definida. Quanto ao estado físico: Sólidos: aspecto degelose devido à presença do Ágar. Semissólidos: apresentam pequena quantidade de Ágar. Líquidos: não apresentam Ágar em sua composição. Quando há presença de bactérias, o meio apresenta-se turvo. Quanto à finalidade: Meio seletivo: seleciona o crescimento de espécies específicas de bactérias. Meio de enriquecimento: contém algumas substâncias acrescentadas ao meio de cultura com a finalidade de obter crescimento da bactéria. INFLUÊNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS A tomada de nutrientes e posterior metabolismo são influenciados por fatores físicos e químicos do meio ambiente. Os principais fatores são: temperatura, pH, presença de O2, pressão osmótica e luz. Temperatura: A temperatura ideal para o crescimento bacteriano é de 37º C. Porém, existem bactérias que apresentam variações segundo a temperatura ótima para o seu crescimento, sendo classificadas em: psicrófilas (entre 12 e 17 ºC); mesófilas (entre 28 e 37 ºC) e termófilas (57 e 87 ºC). pH: os valores de pH em torno da neutralidade (6,5 a 6,8) são os mais adequados para a absorção de alimentos para a grande maioria das bactérias. Existem, no entanto, grupos adaptados a viver em ambientes ácidos e alcalinos. Oxigênio: o oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as bactérias, o que permite classificá-las em: aeróbias estritas; aeróbias microaerófilas; aeróbias facultativas; aeróbias aerotolerantes e anaeróbias estritas. METABOLISMO BACTERIANO As substâncias energéticas (com elevado grau de redução) preferencialmente oxidadas por micro- organismos são os açúcares, seguidos pelas proteínas e, mais raramente, as gorduras. As bactérias utilizam energia para transporte de nutrientes, o movimento dos flagelos, mas sobretudo para as biossínteses. Os processos de obtenção, armazenamento e utilização de energia são organizados na célula através de uma rede complexa de reações químicas que constituem o metabolismo. Oxidação aeróbia: se dá por meio da oxidação dos carboidratos, através da glicólise, conversão de piruvato a acetil-CoA, Ciclo de Krebs, Cadeia de transporte de elétrons. Oxidação anaeróbia: muitas bactérias têm a capacidade de viver em ambientes onde há baixas tensões ou carência total de oxigênio. Para viver nestas condições, os micro-organismos são capazes de levar a cabo os processos de fermentação ou respiração anaeróbia (na qual não há ciclo de Krebs, pois na ausência do O2, haverá carência de NAD oxidado), fazendo uso de compostos orgânicos, obtendo os seguintes produtos finais: lactato, etanol, acetato. REPRODUÇÃO BACTERIANA Assexuada: pode ser por fissão binária (bipartição) – divisão da célula-mãe em duas células- filhas idênticas; fragmentação – bactérias filamentosas liberam fragmentos que originam uma nova bactéria; brotamento – semelhante às leveduras, forma-se um broto que dará origem a uma nova bactéria; ou esporogenia – formação de novas bactérias através da formação de esporos. Sexuada: ocorre por meio da conjugação – exige o contato íntimo entre as células, havendo então uma célula doadora do material genético e uma receptora desse material, sendo esse transporte mediado por plasmídeos. CRESCIMENTO BACTERIANO Quando se fala em crescimento bacteriano, relaciona-se ao número de bactérias existentes em um determinado meio. Para avaliar essa variável, faz a curva de crescimento bacteriano, que está dividida nas seguintes fases: LAG (latência): fase de adaptação da bactéria ao meio. Logarítmica: crescimento exponencial da bactéria. Estacionária: ocorre parada no crescimento bacteriano devido à multiplicação de algumas bactérias e morte de outras por conta da produção de toxinas. Declínio: fase em que ocorre morte maciça de bactérias devido à escassez de nutrientes no meio. MICROBIOLOGIA: CONTROLE DOS MICRO-ORGANISMOS – BIOSSEGURANÇA TERMINOLOGIA Esterilização: morte total de micro-organismos em um material – não pode haver micro-organismos em materiais esterilizados. Pode ser um processo físico, químico ou físico-químico. Desinfecção: processo em que há a morte parcial de bactérias, sem que haja a destruição de esporos. Antissepsia: desinfecção feita através de substâncias antissépticas, em tecidos vivos. Assepsia: desinfecção de equipamentos, como materiais cirúrgicos. Germicida: substâncias químicas com ação voltada para a morte de micro-organismos. Bacteriostase: inibição da multiplicação de micro- organismos. Degermação: utilização de substâncias (degermantes) que realizam a retirada de micro- organismos do meio sem causar a morte das mesmas. CALOR ÚMIDO Fervura: as bactérias morrem, mas não há destruição dos esporos. Autoclavação: realizada pela autoclave. Termocoagulação das proteínas bacterianas. Há a morte de esporos. Esterilização recomendada para a maioria dos materiais de procedimentos cirúrgicos, tem validade de 7 a 15 dias. Pasteurização: O material é aquecido a uma temperatura de 72 ºC durante 15 segundos e depois é resfriado, causando assim um choque térmico e evitando o estado morno do material. Mata os micro-organismos ali presentes. CALOR SECO Flambagem: queima direta do material na fonte térmica. Morte das bactérias por oxidação. Estufa: nela, a destruição bacteriana se dá pela oxidação celular. É pouco utilizado em hospitais, porém é mais utilizado em consultórios médicos e odontológicos. Prazo de validade: esterilidade por 10 dias. FILTRAÇÃO Remoção mecânica dos micro-organismos. Pode utilizar filtro de milipore (poros com 0.45 µm). RADIAÇÃO Processo realizado com materiais que não podem entrar em contato com altas temperaturas. Raios-gama (ionizante): atuam na desintegração das moléculas de DNA das bactérias. Ultravioleta (não-ionizante): geram dímeros na estrutura do material genético bacteriano. BAIXAS TEMPERATURAS Causam interrupção do metabolismo bacteriano. MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE Técnicas antissépticas que fazem uso de álcoois, aldeídos, fenóis e derivados, halogênios e derivados, e ácidos orgânicos e inorgânicos. AGENTES DE SUPERFÍCIE Agentes iônicos, funcionam como sabões. Podem ser catiônicos (ex: clorexidina) ou metais pesados e derivados (ex: mercúrio e sais de prata). CICLO DA ESTERILIZAÇÃO 1. Pré-lavagem com desincrustante; 2. Lavagem em água corrente; 3. Secagem do material; 4. Embalagem; 5. Esterilização; 6. Armazenagem do material. MICROBIOLOGIA: QUIMIOTERAPIA ANTIMICROBIANA Antibióticos: são antibacterianos que provém de organismos vivos. Podem ser naturais ou semissintéticos. Quimioterápicos: drogas sintetizadas completamente em laboratório, podendo ser classificadas apenas como sintéticas. Para fins didáticos, quimioterápicos serão tratados como antibióticos. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Quanto à origem: Naturais; Semissintéticos; Sintéticos. Quanto ao mecanismo de ação: Bactericidas; Bacteriostáticos. Quanto ao espectro de ação antimicrobiano: Pequeno espectro; Amplo espectro. MECANISMO DE AÇÃO – USO CLÍNICO O primeiro ponto para se observar a utilização dos antimicrobianos é a toxicidade seletiva: a droga deve atuar especificamente sobre uma estrutura da célula procariótica bacteriana e não sendo tóxica à célula eucarionte. Os antibióticos e os quimioterápicos interferem com diferentes atividades da célula bacteriana, causando a sua morte ou somente inibindo o seu crescimento. Inibição da síntese da parede celular: Alguns antibióticos impedem a síntese da parede celular, estrutura responsável pela proteção mecânica da bactéria. Essesantibióticos inibem a atividade enzimática que forma o peptidoglicano. Sem a formação da parede celular, a bactéria fica completamente vulnerável a ação do meio, morrendo logo em seguida. Inibição da membrana celular: A maioria das reações químicas (até os mecanismos de obtenção de energia) é realizada pela membrana citoplasmática. A membrana é destruída por certos antibióticos, situação extremamente inadequada e incompatível com a vida bacteriana. Inibição da síntese de proteínas: A síntese de proteínas (tanto o processo de transcrição como o de tradução) acontece na região do citoplasma. Embora a síntese proteica seja muito semelhante nas bactérias e nas células do hospedeiro, existem diferenças entre seus ribossomos. Estas diferenças explicam a ação seletiva dos antimicrobianos. Inibição da síntese de ácidos nucleicos: interferem em alguma fase da síntese do próprio material genético da bactéria. Alguns antimicrobianos interferem na síntese de DNA, inibindo a ação das enzimas girases (que promovem o enrolamento das moléculas de DNA, para que ocupem um menor espaço dentro da célula).
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