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A Psico Humanista

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Ttrt', [;
7
^ . r1 \ ps ícoLoqía
t -
nu ma n is ta
Histórrco
C nrscimento J. psi .o loqia hunranisra
A psicologia humanista, confomre historiacra pr. Dcc'lrvarho(1990)' surgiu no final da década de 19,50 e início da rre r9(r() co'ro
uma reação ao panoranìa da psicologia norte-americ'.u dr'inatr.,
na leitura dos psicólogos humanistiìs, por duas grancrcs rìrrr,.'s: ' [rc-haviorismo e a psicanálise clássica.
Graças ao trabalho de Abrahanr Masrow c Anrhony Surich, . nro-
vimento humanista pôde ser aíicurado, organizado c insrirrrcionar-
mente fundado como a Terceira Força da psicologia.
No início da década de 1950, Masrowera unr pr''riss'r psicóro-go.experimental e professor de psicologia na universirradc ic Irrz'r-deis, mas seus interesses pouco ortodoxos e pouco alina<Jos corìÌ :ìforte predominância do behaviorismo no ambiente acadônrico de en-lão, apenas confrontada pera influência da psica'árise nrs nrcrios crí-
nicos, tendiam a levá-lo ao isolamento profissionar e inrerectuar.Era-lhe, inclusive, difícil arranjar veícuro adequado Jrara Jrubricarseus- artigos, que não encontravam ressonância'na rinira 
"dïtnriar eteórica adotada pela maior parte das revistas técnicas cle psicorogia.
Como forma de contomar o problema, em nìeados dos anos 50,ele organizou uma lista com nomes e endereços de psicólogos e gru_pos envolvidos em visões menos ortodoxas e mais afinadoJconr suas
23
própri i ìs idc<ias, pi ì rzì corì ì eles nìarì tcr- intcrcânrbio de ar l igos e. dis_
cussõcs. n' [orm. dc u.ra rede cle correspondência. a qt,i chanrou
IÌcdc Eupsitluictrttt, ressaltando rro título o interesse pelo renra cla
saúclc' ps icológica. negr igenciado, se gundo M..s rorr,. peìa ps icanii I ise
e pelo behavior isnro. Antrrony Sut ich. psicórogo q,,e àonhe."ra Mas-
low no l ' inal dos anos 40. e nos atìos -50 lornara_se at ivo parr ic ipanre
da Rcclc e intenso coraborado. na cr iscussrro das novas idcí ias. veio a
tcr fu.da'rental papel na oficiariz^çi-ro do novo rìro'irììeÍìro. De suas
cliscu.ssões com Maslow níìscL'' a percepção de que jzi era hora creÍìrndare'r uma revisra própria, e Sutich fór encarregado cre e.cabeçar
o e.rpreendimento. Portador de pararisia decorrerìre de artrite pro-gressiva, sutich dedicou-se intensanìente à tarefa de articulação e or-
-eanização, passando horas ao terefo'e contatando interess.dos e
colaborado'es. Após considerável deriberação sol-rre o norììe da nova
revista - foram sugeridos Ser e Tornar-se, crescimen(o psicológico,
Dcsenvolvimento da personatidade. Terceira Força. psicorogia do
seí' Existência e orro-psicorogia - foi adotado o ríruro Revím de
Psicologict Hunnnista, sugerido por S. Cohen. e. a partir daí, a de-
nonrirração Psicologia Humanista passou a designai o mo'iurenro,
ofici.lmente lançado conÌ o primeiro número aa pübricaçao. er' 1961.
o sucesso da revista acabou levando à organizaçãÀ da Associa-
ção Americana de Psicologia Hunranista, fundãda .n., tqol. consoli-
dando-se o movimento de forma definitiva em 1964 quando, enì un,a
conferência realizada na cidade de ord Saybrook. compareceram enì
abert^ adesão grandes nonìes inspiradorei do nrovinre'to, incrusive
Carl Rogers. com sua rápida e sórida difusão, a psicologia humanis-
la se nìostra hoje uma Força firmenÌente estabelecida e r-espeitada nopanorama da psicologia mundial, generarizadamente reconhecida nos
campos teórico, acadêmico e de aplicação.
l) fl - rl i Ínc ípa ís ín t luênc ías e adesões
Ao contrário das Forças anteriores, a psicologia humanista não
se idenÍifica ou inicia com o pensamento de determinado autor ou es-
c.ola' Tratando-se primariamente de um movimento congregador dediversas tendências, unidas pera oposição ao behaviorismã Ja psica-
nálise, assim como pera convergência em torno de algumas proiostas
comuns, várias afluências, adesões e influência. poã.,n r". uiontu-
das, destacando-se as que se seguem:
24
Tco r ias ncops ícano [ í t i . n ,
- 
A cr í r ica que a ps icologiu hunranista |az à ps icu ' i i l isc ccr ì r r i r -sc- .
sobletudo. na v isão pessinr is ta. deterur in is ta e . .ps ico l ) i ì to logizantc. .
atribuída iì teoria de Freud. assinr conro na inrp.'ssoaliì l l t l t ' rìa téc1i-
ca t rarrs ferencia l . Já a lgu ' ras teor i iu c lc c l iscípul .s i Ì iss i t lcr tcs de
Flc'ud siìo vislas conr lrorts olhos. citacJas corììo c()clcrìtc\ c lrììr)ol.t iìrì-
tc 's i r r f luências em re lação ao t rabalho ( le dr 's t i ìc i rc los ht r rnrrn is t r rs . Sio
' is tas conr s inrpar ia as teor ias c le Adlcr ' . [ ì .nk. Jr rug. l ìc iL : l i c I ìc1.g11ç-
z i . ass im co ' ro são benr recerr idrs conrr i l ru ições d i ps ic l r r r i r ise 
. 'c-
r ica 'a, representada por Hor 'ey, Sul l iva. . Er ikso. e t t l r ru . cor . rer ì r ( .
de psit 'ctttalistas do cg,o e culrut'alistas e.r gera[. Psica.alist.s ,rr '-or.-
lodoxos conro Fronttn e Nuttin cheganr nìesrìÌo A rorìl lu [)irr ' le ulrylì p()
. tììOvinlento.
G"rtoIt ist . , u I ' ,oIrr to,
A psicologia hunranista retorì ìa, err gra'crc p'r ' rc. i ls r)r . ()r)()st l rsda psicologia da fornra alenrã, enr especiar a ' isrrà h. l isrrr ,_l , rr .g,r ' ís,
nr ica do ser hunrano e seu envorvinìento anrbienral . Tr-rrzi t lu,rÀ, Er-
tados unidos pelos seus criadores werthc'inre-r. KoÍ'ÍÌ... Kiilrle,r. e
oulros psicólogos imigrantes, fugi t ivos ctas cour.rbaçõcs rr .r í l ic:us
curopéias, a inf luência da psicologia cla Gestal t estr i p^,s. .rrc e'rprat icanìente lodos os psicólo-eos hunranisr l rs. I )ur- l r c ir : rr l r rrenlrs os
pr inc ipa is au tores envo lv idos no surg in re l r to c l l r ; l s i r .o l , , s iu l ì t r r r r r r r r i s_la e para os quais a fornração gestart ist i r foi crr 'c is i ' l r . r r ' r l , r"rrr .s
Goldstein, Angyat e Lewin. Este r i l t inro. ao ludo t las propt istus dt_rp.ricodranta de l\'Íoreno, foi Íanrbénr unra dus pr.inciplris irrl ' lrrô,.cius
no extraordinário desenvolvinrento e apl icação clc. reícrr i t . : rs r lc rr . i rbrr-
lho grupal, q.e caracterizaranr o n'toui,', ',",.,to da psic.l.siu rrrr'r'-
nista. E ainda neste tópico da inf luência gestál t icu. 'arr i Potrt sc,rcsquecido Perls, o polênrico Fritz, que, enì srras originuis 1.,ì111r,,, O.psicanál ise, da Psicologia da Gestal ie do existenciaÌ isrr , , . l ì r i , co.r i rGestalt-terapia por ele criad., uma das prese'ças nìiìrs rììirr.c.rtcs r.ìo
cxtraordinário sucesso e desenvolvimento da psicologirr I rrrur.rr isra
nas décadas de 1960 e 70.
Psr.ologi.s exístencíaís
articulações pam o lançamento da psicologia hunranistu coin_
cidiram, no final da década de 1950, con'ì a maior rliíìrsãr.r,os EsÍa-
25
dos unidos do trabalho r lue havia décldas vinha era rcal izado na Eu_
ropa por di ferentcs escolas de psicologia e psicoterapia inspiradas
en'r filósofos existencialistas e fenonrenólogos. r Essa àifusão'ocorre
não só pela tradução puriì o ingrês de obras de psicólogos existen-
ciais como Boss, Binswanser e Van Den Berg..mãs tamb-ém pero tra-
balho de divulgação rearizado no meio psicoìógico peros escritos de
Tillich e Rollo May sendo que esre. em lg-59, ãr-eonirou o primeiro
simpósio americano sobre psicorogia existenciar. para o qu"l foro,.',
convidados expoentes e fuluros líderes do mo'iirento hur'a.ista,
como Maslow e Rogers.
Não tardararm a ser encontrados pontos enì conìunì nas respecti-
vas propostas e, sobret'do pela participação ativa de May e de outrospsicólogos existenciais que acreriranr ao nrovinr"nro, .omo Bugentar
e Bühler, a psicologia hunranista foi anrplamenre enriquecida ior' aperspectiva fenomenológica e existencial, a ponto de, por vezes, serdenominada psicologia existenciol_luunanistà (Greening, lg7 5).'! Não cabe aqui uma discussão mais aprofundada ão ,"loáionr-
mento nenì senìpre fácir e pacificanre'te aceito entre a perspectiva
humanista americana - enr muitos sentidos muito mais"rì"niiorirto,ligada antes a Rousseau do que a Heidegger e sartre, mais otinrista e
vinculada a interpretações biológicas da natureza hunrana - e a pers-pectiva existencial européia, mais filosoficanìente sofisticada. Entre
os filósofos existencialistas, cujas idéias foram mais abertanìerìre
abraçadas pelos humanistas americanos, destacam-se Kierkegaard e
Buber, sen'ì esquecer a influência de Nietzsche que, por via i"ndireta(as idéias de Adler), é notada em argumas propostas da Terceira
Forç1- De forma geral, o movinrento hunranistà acabou por absorver
a maioria dos psicórogos existencrais anrericanos e, do àutro rado, aproposta humanista recebeu a adesão de pelo nìenos unr teórico euro-peu de destaque, Viktor Frankr, criador da rogoterapia que, posterior-
mente, integraria também o movimento transpessoal. Rónalà Laing, o
antipsiquiatrz inglês que sofreu forte influência das idéias de sartre,pode tambénì ser apontado como interrocutor e simpatizante da psico-
logia humanista e, à semelhança de Frankl, viria ainda a se tornar as-
síduo freqüentador do meio transpessoal.
Er.oL, amerÍcanas Ju psi.ologra Ja purro.u[iJrJu
outra importante influência na constelação do movimento huma-
nista diz respeito à afluência de importantes escoras de psicorogia da
26
,
perso.alidade dc'senvolvidas nos Esrirdos u'iclos. Alìrra a scnìprc
lembrada ho''e'agem póstunra aos pragnìarist.s John nervey e wil-
lianr James, destacados teóricos independentes corìo cì. Aliport, c.
Murphy, Murray. Kelly, Ellis, Maslow e Rogers, Assinr cor'. toda a
escola de psit:ologia do selJ, associaranr-se ao nrovirìrr)Íì[(). enr crire-
rentes graus de apoio e envolvimento.
Outras aÍ1rrências
Como movimento abefto e incrusivo cre novas re.crôncias. icróias
e experinrentações pouco ortodoxas, a psicolor:ia hu.'rrrista ^ ão Íar-
dou a integrar enì suas fileiras de sinrpatizantes c pror)orìL:ntc.s toda a
sorte de ntarginais cortÍestadores do siste nta. A espetacular rcvolução
-"- que o movimento propiciou no canìpo clas psicoterapias, e nrcnclidas apartir de então na perspectiva ampliada cle técnicas trc t.r-t,.çt.rntertto
pessoal ou de desenvolvimento do pole ncial ltuttrotttt, eslinrrtlou e cs-
tudo, a experimentação e a aplicação - infeliz.'renrc rlc 'r.tro nen.r
senìpre tão sério e criterioso como seria de se desejar- de 'ovas for-
nras de ajuda psicológica. Entre as tendências que se aproxinraram cra
psicologia humanista destacam-se as'lovas psicoteraplas q'r: vinhanr
se desenvolvendo a partir do trabarho nrais ou m.nos indcnencicnte
de seus criadores, con'o a terapia primar de Arrhur Junrv, ' aniírise
transacional de Eric Beme e a Trsicoss íntcsc de rìohcrtr Âssagiori(que posteriornìente abraçaria o movimento traÍìspessoar); as cscolas
e as técnicas de trabalho não-verbal e corporar, corìì s.as propostas
de relaxamento, sensibilìzação e desbloqLreio psíquic. c circrgético;
as variadas formas de trabalho intensivo conÌ grupos (lr.rc sc as.socia-
rânì ao ntovintenro dos grupos de encontro; e, enÍìnr, !oda sorte de
touchy-fcclll ' terapeutas envorvidos na experimcnruç:ì. artt:rnuriva
de técnicas de desenvolvimento pessoal ou simplesnrenrc na'cgando
em uma superficial e consumista adesão à nova onda.
Influências matizadas de aspecÍos que, em breve, clariar' origeln
ao movimento transpessoal, especialnrente as relacionatlas a. cstudo eà aplicação de técnicas de meditação e à experimenraçaro psíc;uica com
drogas psicodélicas, também podem aqui ser incruída.s, c,rb'ra arguns
humanistas mais ortodoxos as rejeitem como parte das supc:rficiais epouco sérias contribuições e adesões que o movime'ro acarrou por
atrair, em grande parte em decorrência do clinra cullural mais anrpro aque o surgimento da psicologia humanista esreve associadr, o t;r-rar exa-
minaremos a seguir.
21
A questão Jr contractt[tr,ro
A instituciopalização, o rápido desenvolvinìento e a aceitação da
psicologia humanista coincidiram, no contexto cuÌtural da década de
1960, conr os anos de acentuado questionamento e de mudançiìs niìs
sociedades ocidentais. Anos de revoltas políticas e de costunìes, so-
bretudo erìtre a juventude, e enì que nrais do que nunca a contestação
ao sisrctrta e aos valores estabelecidos esteve na ordem do dia. Anos
marcados pelo que, na expressão cunhada por Theodore Roszak(s/d-), foi chamado de conrraculÍura; revoltas estudantis, movimento
lyqnic, mobilização pacifista conrra a Guerra do Vietnã, arivismo po-
lítico, organìzação de minorias raciais e feministas. desafio à autori-
dade, revolução underground nas artes, oposição ao nìaterialismo
consumista, valorização do corpo, do sentimento, do antor lit,re , da
experimentação psíquica por meio das drogas psicodélicas, da ecolo-
gia, da auto-expressão espontânea e das experiências meditativas e
espirituais. Essas tendências todas convergiam na rejeição aos mode-
los tradicionais de família, trabalho, escola, relações interpessoais,
igreja, governo, instituições em geral e da própria cultura oCidental.
Muito do extraordinário sucesso da Terceira Força da psicologia
se deve ao zeitgeist desse momento histórico, ao qual, de várias ma-
neiras, suas propostas eranì ressonantes e coincidentes, a ponto de,
em diversos sentidos, ter sido o movimento da psicologia humanista
abarcado como uma das facetas da contracultura. A própria posição
geográfica de alguns dos principais centros de desenvolvimento e
de difusão da psicologia humanista, conìo o quase lendário Instituto
Esalen, colocava-os no centro dos acontecimentos, na califórnia,
nìeca e terra prometida da contracultura americana.
Apesar dos excessos, equívocos, ingenuidades e superficialida-
des cometidos no calor da revolução cultural, não compartilho da opi-
nião daqueles (como Smith, 1990) que lamentam como infeliz
distorção a associação da imagem da psicologia humanista com os
movimentos contestatórios dos anos 60. Na verdade, mais do que
qualquer outra corrente da moderna psicologia, a psicologia humanis-
ta é marcada por um compromisso de engajamento em favor da mu_
dança social e cultural em direção a uma sociedade de valores mais
humanos, nlenos controladora, mais atenta às necessidades intrínse-
cas de auto-realização, mais criativa e lúdica, envolvendo relações
pessoais mais abertas, autênticas, auto-expressivas e prazerosas, enr
que a exploração alternativa das dimensões humanas da intimidade
28
corporal e enrocional seja srrncion:rda enr vez cle replinrit l ir. crrl- irrr, enr( lue a pessoa, enl sua l iberdade e autodetenninaçl rc l r ro r lcscnvolv i -
nìenlo de suas possibil idades, seja o valor suprer.Ìì(). c()lìtr l todos os
dognras, va lores e autor idades externamenle const i lu íc los. Or.a, enr
grande parte, isso me parece coincidir conl as propostlrs t- t is valores
abraçados pelos nrovinìentos contracultut'ais cle cntiìo.
JL.náti.r prrvr leqraJa
I
er.^.turístícas
Além da oposição ao behavior ismo e à psicanl i l isc, r . t l r r ebsorçir .
de escoÌas não-identificadas com essas con'erì[cs. o r]ì()\,i lìÌL'rìÍo lìu-
riranista é caracterizado pela congregação de estLrcli<lsris cnr torno clc'
alguns tópicos e interesses que podem ser aporìtados cor'ÌÌo tcrìriitlcas
típicas e preferenciais da psicologia humanisra. Sut ich ( r99l ) . relenr-
brando o início do movimento e o lançanrento cla /Ìci' i.rrrr rrt [ 'sit.olo-
gja Huntatusra, informa como uma definição cJe' 7i'r.r'r' it.tt [; 'rtrçu,
formulada por Maslow em 1957, foi util izada nu intr.otluç:lo da pri-
meira edição para assim descrever a proposla:
A Revista de Psicologia Humaníst ica foi í ì r .dur lu l )or . r ì g.rpo
de psicólogos e de profissionais de outras iirels, tlc antbos os
sexos, interessados naquelas capacidades e potcnr. ial ic lacles hu-
manas que não encontranÌ unra consideraçiìo sistcrrìlÍticlr rrcur na
teoria posit iv ista ou behavior ista, nenl ua rcor irr Psicuuulír ica
clássica, tais como criatividade,anìor, scf, cr-cscirrrcnlo, organis-
mo, necessidades básicas de sat isfação, auto-r.cal izaçiro, valo-
res superiores, transcendência do ego, objetiviclutlc, arrronon'riu,
identidade, responsabilidade, saúde psicológica e lc. (Surich, 1991.
p-24)
Nessa significativa listagem elaborada por Maslovu' corììo rcsurìlo
dos interesses editoriais do veículo oficial clo nrovinreuto, pocle-sc
perceber o delineamento das principais tendências c ônÍ'ascs rerì.ìáti-
cas que, relacionadas entre si, se caracterizam como líPicas tla psico-
logia humanista.
Em primeiro lugar, a psicologia humanista destuca-sc corììo a
corrente que, afastando-se do tradicional enfoque clínico dc privile-
29
giar o esludo das psicopatorogias, passiì a enfarizar a serúdc'. o berìì-
estar e o potencial humano de crescinrc"'to e de auto-realiz.ção. JiÍ enr
seu livro Itrtrocluçao à psicologia clo scr.. Maslow (s.d.) aponta para a
nece.ssidade do desenvolvinrento de unra psicorogia da saúcte, criti-
cando teorias conìo a psicanálise, que generarizanr suas concrusões
sobre o ser hunrano a partir de dados óutiaor quase excrusivanren-
te no estudo de indivíduos mentarmente perturbados, resurtando, cor.ì-
seqüenÍemente, enÌ unì retrato pessimista e desabonador da narurezahumana. Maslow, ao contrário, propõe_se o estudo dos nrelhores
exemplares da espécie, por ete chanrados de persortaricrades ctttto-
atualizadoras' dando início à tradição humanista de abordar a psrco-l^ogia a partir do prisma da saúde e do crescimento psicorógico. Tãoforte é essa tendência que fomeceu o ternìo Eupsiiotogirz,iunhado
nas primeiras tenÍativaé de articuração e de caracterizaç;o do nrovi-
mento. Também, em sua proposta de enfatizar o desenvolvimenro
das.melhores capacidades e potenciaridades do ser hunrano, a psico-Ìogia humanista é muitas vezes identificada conÌo o Movimento doPotencial Hunrano- Assim, enì vez de empenhar-se enÌ exaustivasdescrições e teorizações sobre os mecanismos das enfermidadespsíquicas' reservando ã saúde a defi.ição negativa de attsência dedoença, é nrais típico da psicologia úumanista buscar definir as
características do preno e saudáver exercício da condição hunra-
rìa' em distancianrento do quar as patorogias podem então .ser enten-didas.
Em segundo lugar, outra ir.ìtportante orientação tentática geralda psicologia humanista diz respeito ao privilegiar capacidades epotencialidades características e exclusivas da eipécie humana. oshumanistas criticam, sobretudo no behaviorismo, a tendência a ge-
neralizar conclusões obtidas a partir de experimentos realizadosquase exclusivamente enì pesquisa animal; assim como a foÍe ren-dência da psicologia experintentar a, mesmo quando dedicada a tra-balhos com pessoas, centrar-se enì aspectos fisiorógicos ou 'ruiroparcializados, perdendo de vista a própria dimensãoisicorógica ca-
racterística do ser humano, que deveria em princípio 
.", o Jnfoqueprioritrírio de uma ciência dedicada ao estudà da mente e da psique.Como diz Matson, um dos presidentes da Associação de psicologia
Humanista: "Não seria excessiva violação da verãade afirmar quegrande parte do que ocoÍre em psicologiã nada tem de ,psicológico,.
E isso nos leva àrazão que gerou a Te-rceira Revorução - o reíasci-
mento do humanismo enì psicologia" (Matson, 1975, p. 69).
30
- Assi r r t . i t vo l ta ao l t l tn t l tuo conro o l r je lo dL 'cstudo é r i l ì ì r r t l l rs b l rn-
dc i ras do t ì ìov i l ì ìe l ì to , i t ì ìJ)or lar ì le a ponto c le lb lnecer . - lhe o t í tu lo c le-
s ign. t ivo. Qual id ldes e c l rp 'c idades hur 'an.s por e. rc t : lô .c iu. ta i .s
cot t ro valotes ' cr ia t iv idade, sent inrenlos, ic lent ic luc le, r ,ontut l t 
. c . iy1. -
ecnr , l i l rerdade, responsabi l idade. auto-real izaç i ìo et t . . . l ì r r recenr
lc l ì ì i ìs de estudo t íp icos das abordager ls- hunranLslas. Essl rs r ( ) r t l r - í rs te-
nt i i t icas, i -Rt ta l t ìenle caractc ' r ís t icas (organisrno. . r r ' i l , s isr r r l . ic . r r t l rs . i r ì -
tcnc ional idade, r tecessidacles b l is icas. exper iênciu suLr jc ' t iv l . cr ìcor ì t ro
ctç. ) estão ranrbém associadas ì r y i .çao t lc l tont t , r t t . ; t t -s t t r t t t l t l t t t l r t . i t l r t -
r ' ia, e aos tttétodcts e téctticas deserrvolviclos e assunricl6s Írrlrr rlsico-
I t lg i l t l tur r tanis ta. c l t re ser i ìo exanr i r rados nos pr 'óx i r r ros t , l ' i . ì . rs . c
rcpreserìÍiÌ l ì l as diversas inflr.rências e adesões ao rnovinrcrrl0.
Ao leitor nìais iìtento não terá por certo escirpado . irrclrrslì.. 'a
--l isrrgern dc Sutich, do tema Iransccrtt!ôncia do z,ro. Tirl i Ìsf;urìro, erìì_
" bo'r enr ir lgunras abordagens possa ser entencliclo corììo iì r.ììcr.l l sr-rl)e-
p laÇÍo da. ident i f icação com uma defcnsiva e sc ls i i r lp ì r ì r ì t ( ' iprposta
I inlagem de si, em seu sentido mais anrplo, caracleliz-a antcs runlr lcnrii-
t ica t ranspessoal , cu ja inc lusão aqui serve par .a i lustmlr r v incrr lação
dessa tendência conr o movintento hunranistu, no clual erlr ir.r ici l l lrc,n-
tc' visla conìo unìa facção de interesses, assurìto que ser:i nlris bcnr es_
clarecido quando tratanììos do surgimeuto ch psic'oloria rr-urrsp.ssoal.
Vsao Ju ho-u*
De fon'a bem nrais decrarada do que as lrorças rr'rcri'r.cs, u psi-
cologi:t humanista, conro movirÌìento organizaclo. rc:co'lrccc. rrss.rììe
c propõe a inevitabilidade da adoção de um rnotre lo dc lt()tìt(,ttÌ,,u se.ia,
unìa concepção filosófica da natureza hunrana, couìo porìt() dcr purrida
c princípio norteador de.qualquer projeto de construção clrr psicologra.
Ncsse tópico, talvez mais do que enì qualcluer outro, a psic:ol.gia hu_
ntanista destila suas maiores críticas e discordâncias às escoli,ì ,, ,1r,
se opõe, contestando veementemente os modelos cle ho'rc'r t[rc iclen-
tilìca nas formulações psicanalíticas e behavioristas.
os humanistas opõem-se à concepção psica.alítica d. rrrrrrenr
como um animal lúbrico e feroz, movido por necessiclaclc.s i 'sri 'tivas
de prazer e agressão, ao qual só à custa d-e ntuitas restriçõcs t: subli_
ntações da natureza animalesca básica se pode, na r,elhor.cr.s rriPóle-
ses, lrazer algum vemiz de racional sociabilidade, nlas naro senr ,.,minevitável ônus de frustração, infelicidade e "Mar-Est.r d. civiriza-
ção"' Recusam-se, também, a conceber o ser humarìo corììo r.rìÌa es-
3r
pc(cie rle nríttFrirra. l 'obô ou rììariolìcle. cU.ia niìturezlr Jrassiva L'alìì()rlìt
cí absolulanrcrr le rrroldadu. nranipulacla e corr l rolada pc' lus conÍ ingôn-
cins de eslinrulaçiìo e condicionarììe nto anrbic'ntal. a (ìrrL'tì.r. lìiì rììellìor
das hipóteses. se poclerí ol'erccer a escollu (eh própria condicionadu)
c'nlre urÌì condicionantento fortuito e unì pltnejado. (Ìuet'este plane-
-irìnìerìto se dê por iuicirrtìyu (?) do próprio sujeito condicionado, quer
por interferência da ideolo_eia ou do poder político donrinirnte que rìs
circurrstâncias artrbientuis mais amplas tenl ì í ì t ì ì levado as sociedades
hurttitrtas a adotal. Negando-se a aceitar rlue o honrelìì sr'i l lssinr r.'-
c luzido por t l ìo pessinr istas e desale.ntadoras visões. n psicologia hu-
nìitr.ìistiì afirnra-se erìì unì conrprolnisso conì unra visiìo otinrislir e
ertgrandecedora, na qual as nrelhores qual idades e porenciais posit i -
vos manifestados pelos homens sejam valorizados corno e própria es-
sência da natureza hunrana.
Grosso nroclo, a visão psicanalítica costunìa ser corìlparada, pelos
humanistas anrer icanos. à pessimista opinião de Hobbes ("o honrenr
é o lobo do homern"). e a visão lrehaviorista. à concepção de Locke.
clue vê o ser hunrano conìo unta tahttla rasa; ao passo que seu pró-
prio nrodelo é considerado conìo uma reedição da generosa visão de
Rousseau: "O lronrent é naturalnrente bonr; a sociedade é que o cor-
ronìpe".
. Vejan'ros, enr algunras tendências e consensos diìs abordagens
hunranistas,unt sucilìto esboço da visão de honrenr que elas propõem.
Enxergando o lìolììen.ì cotììo unl todo conrplexo e organicar'ììerì-
le integrâdo, cujas qualidades únicas vênr de sua confi_9uração total,
os humanistas rejeitam as concepções elementaristas e fragmentado-
ras da psique. Relonrando pariì o movimento a proposta holista que
Adler foi buscar ent Snruls, e que de outra parte caracterizou a Psìco-
logia da Gestalt, vêenì no homem unla natureza tal que a totalidade
da pessoa hunrana é sempre maiot'que a sonra de suas partes toma-
das isoladamente. Em especial nas teorias desenvolvidas nos Estados
Unidos - o ran"ro americano e mais caracteristicanìente humanista do
ntovimento, e para o qual as idéias do neurologista e teórico gestal-
tista Goldstein foram especialmente influentes -, a contpreensão or.-
ganísntica do ser inclui suas raízes biológicas. Assim, concebem o
homem conìo mârcado pela necessidade, que vêem como intrínseca a
todo organismo vivo, de atualizar seu potencial e se tornar a totalida-
de mais complexa, organizada e autônoma de que for capaz. Essa
hipótese da necessidade de auto-t'ealização fornece, em diversas ver-
sões, a teoria básica de motivação da maioria das psicologias hunra-
-12
,
i
!
\.
' i s l i rs . Mesnro ( luc as cscolas cx is tcncia is . c ladl t s t t l t ô t i l r tsc r t i t l i Ì rcr -
tlttt lc c st-t iì colììpreeusito do scr htrtnano cotlìo crtiìtt lr lt 
"cLl.l i l l ì i t l t l l 'c7-lÌ
co.sisre epr criar sua própria Íì lìtureza" (Snrtlc). re.ie' itcrtt l t t ' t l ttsìclc'rit-
ctio clc te'udêucias biológicas deternriulutes. hti t l tre rtr rt lìì()lì lc ìì t 'rr,rt-
ìrtda dc ltttÍôncìu de Nietzsche a origem cla forrltr l lrçlìo lttrrtt l ttr ista drr
cx is tênci i r de r rnra tendênci r in t r ínseca c le [ r t rsrca < l l t l t t t l t l - te i t l iz - l rçao.
lgui r lnrerr te associac la à concepção hol is ta. est í ì l t cot ì ì l ) tcct ts f t t l t l r le os
5ìr ' rurr isras enr gera l lêur do homenr conto inrp l icat lo c cot t l ' ig t t t ' r td t l 
-
nürs nho cleternrinitclo - erìì selr irmbiente, sc.ja e stc Íísit o. ltttot]te Iìo-
l< ig ico-expcr iencia l . re lac ional ou sócio-h is tór ico-ct r l t t r t r t l '
O ser Iu l rano. na v is t - io hur-nanista-ex is tet tc i l i l . r i p l t rpost t l c t ' r t ì ìo
'rìì ser esserìcialt.ììente l ivre e intencional. I-ecebe rtclo t:ssrt ttt lçl1tr cspe-
c i l r l destaque nas ps icologins ex is tenci l t is . as c; t t r t is . l )o l ' \ '1" / . . ' s . le i t ' i -
." l irnr a concepção ntais essencialista e rousseatll l i l tr la clos ltt lrt ' t icattos.
{ue crêem ser a natureza humana positivartrentc clriettt lrt l l t. t levcttt lt 'r
i is rellções psicossociais deletérias ser resporìsitbil iz-lt lrrs por tlttal-
r luer desvio dessa bondrde or ig inal . Para os ex is terrc i l t l is { r ts ' s t ' t lc lo o
lionrem tivre e auto-orientado pelos propósitos c seÍìt i( los t;tre tl i i à
própria existênciit. não'qode exiurir-se de se resl.rotrsrtbil iz-;tr ' Plclla-
n1.Àt" pelo que é, apesar 'da inevi tável angúst i r l ( l t re ess( 'se asst t l t t i t
: cVoCiì, pois qualquer Outra atitude Seria auto-erìqalìo. tri l i-Í 'r- i. i ttauletl-
. t iciclade no c,-risÍir ' . De qualquer fonna. clc ttrutreirlt Pct' l t l . as tctlt ' i l ts
ftunranistaS propõenr que o colììportflnìel]to do ser htltr l i tttcl nlro pocle
scr adequadanìente entendido a pani r c le rc lèrônt : i l ts cr t ' l t ls iv l ts l t i t t -
l luências detenninantes extemas à sur cousciênci l t r ' l tos s igt r i l ' ic l tc los
ltnais que inrprime ao nìtlndo, sejanl essas infltrôltcilts prtlvclì ielìtes
clo antbiente, do passado ou do inconsciente. Asstlciltt l l ts. IX)flrt lìt(), à
aceitação da l iberdade, da responsabil idade e cla itrtcrtciottl l iclacÌe
conìo características intrínsecas à condição huttt itt l t. tcstrlt l tttt l t ôttf l-
sc nas interpretações teleológicas (que enfocalì'l a l'inaliclatlc e lì.ì vez-
dc a causa passada) do comportamento; o privilegi.rr clit diprerlsão
consciente e do vivenciar da experiência presell le; assittt ctlttto tl en-
foque fenontenológico (que se atém à experiêrrcia subjcl. iVa L' corìs-
ciente) e con\)t 'eensi|o (que contrapõe a con]precnstto PoI etrl lxrtia à
CXplicação por referenciais exteriores) que, coltr Itraiol ' t l tt tìtctror des-
taque, são defendidos pelos humanistas.
Enfim, vendo o homenì como um ser ell l bttsca e ctlt cottslt ' ttçlto
de si mesmo, cuja natureza continuanÌente se desvela c exprit lte Iro
realizar de suas possibil idades e na atualização de selt poteucial. cotn-
preendem os humanistas que só se é pessoa, só se é rt 'alt l letrte hu-
33
r ì ì i ìno. no aurêrì l ico. l i ' rc 'c intcgraclo alo ( le se t lescnvol 'er- . Daí o ge_
nerill izaclo consenso. (lu!' alquns entendcnr corììo iì característica muis
rììarcarìte cla visão de rro'renr. quc' a psicorogia rrumanista apresenta,
e* rejeitar concepções estáticas da naturezir rrunrana. consideracta
anres corììo algo fluido: unra tendência para cl'escer, unr nrovimeurode sair de' si. ur. projc'tar-se, u'r clevir. unr i 'cessanre Íor.nar._se. ,rì
conlírtr.ro processo de vir a scr.
M"J"[o Je c iâncra
o desenvorvinrento da p.sicorogia hunranisÍa é caracter ist ica-
n-Ì€nte-nìarcado por unra reflexão e tonìada de posições. em questõesfilosóficas e epistemorógicas. sobre a natureza cra psicorogia como
ciência. sob alguns no'os aspectos e nuances. é retomada a discus_
'são qr-re envolveu o nascinrento e as prinreiras décadas aa psiÃto_gia
cie.ntífica contenrporârìea, enì torno cra questão do modero, dos mé-todos e do objeto dessa nova ciência. A controvérsia pri'cipar refe-
ria-se à adequação do modero de ciência, até então bem-sucedioo nas
nrodemas ciê.cias naturais, estender-se às nascentes ciências hu'ra-
nas' as quais' justificadas peras singularidades de seu objeto de estu_do' congregava'r an'ebatados defensores do desenvolvinrento de unr
nrodelo próprio e diferenciado.
Enrbora na Europa o debaÌe tenha prosseguido e frutificacio,pri'cipalmente no desenvolvimento de escoras ãe psicopatologia epsicoterapia inspiradas. na fenonrenorogia e no existencialismo, no pa-
noranìa americano a discussão parecia ter estagnado, com â aparente
vitória dos nroderos naturaristar, foss. o modero positivista dË deter-
minismo ambientar adotado pero berraviorisnro, colìì sua ênfase naexperinÌentação aninral e na observação objetiva; fosse o modelo mé-dico, mecanicista enr sua ênfase no áeterminismo psíquico, de inspi-
ração darwiniana. e igualmente naturalista, da psicanáìise.
os hun'ranistas' reeditando em novas versões propostas da psico-logia compreensiva rre D'they, da perspectiva holista da psicàrogiada Gestalt, da primeira fenomenorógia de Husserr 
" 
do, qu"riiono-
mentos exisÍenciaristas sobre a singularid ade e a irracionaìidade r/aexistência concreta, tendem , u.orão, que a psicorogia deve se afir-
nìar enì um modero de ciência do homem, respeitanão e se adaptan-do às especificidades de seu objeto de estudo. Èmbora u 
"sr" 
,"rp"ito
não se possam encontrar unanimidades indiscutíveis entre as diversaspropostâs que se articulam no movimento humanista, algumas ten_
34
dônciits Pitrccelìì sc deslacar. sobreludo e'rìì ( lL'corrônciu tlrr Visllo tlc
ftonrent (lue. corììo vinros. esse nrovirtrt 'rtto dc-Ícnrlc.
. Dc rnanci ra gera l , a ps icologia hurrurn is ta nuo se oPòc r r .s Pul .â-
r ì ìc t ros dc rac ional idade e objet iv idadc 'ernpír ica. c lu lnckr t r { i l iz . l i los r1r
busca dc explicaçho. controle e previsão dos fenôurerìos tlo 2rrurrlr., r/rr.ç
rrri.ça.ç. Etìlretalì lo. t luando se trala do{rorlerl. quL. os huntrrnrs(lrs crr-
lcr ìdct ì ì cot r to t i ìo d is t in to do restante da c l iação. er ì r r ì lu ior 'ou r ì ìcr ìor
grltr. opõc'-se a diversos princípios e proccciinrcrìlosc()nsirgnrrlos e rìr
nrorlclos de ciôncia nutural e rìas propostas dc psicologiu dls I:ttr 'ç.rt.r ir
([rc sL- opõe. Há consideriivel consenso rra crít ica cla apliclrçÌt). ir() c.s-
tudo clo ltori lcnr, de atrordagens reduciorr ist as. dc-terrìì i n i s t ir s. r ' l c'r r rctr -
l i r r is tus c objet ivantes, ao passo que o rac ional isrno enrpír ' i t .o i r r t l r r t iv t r
c lr ipotético-dedutivo é, com adaptações, rlìc'nos rechlçltro. \/c junios
.rlìrevenìenle essas questões.
' 
opondo-se ao reducionisnro, que vêenr cor ì ìo 'ssoci l r<1. r r .s r r r . -
dc: los dc homenr do behavior isnro e da ps icanál isc, os l r r rnnnistas
rccusarìì-se a entender o ser hunrarìo corììo nrero.jo90 rlc l0r.ç.lrs irrs-
l in t ivas e cul Íura is . ou in termináveis cadeius de c.ç / í r r r r t l t t rc , r l t r tsr t t .
sujcito aos nÌesnìos Processos conìportiìrììL'ntais clue os urrinrlris t1- la-
boratório. Recotrhecem os hltnranistas rìa pL'ssoiì hunurnrr urììu colìì-
p lcx idade ta l que impl ica nrudançu qual i ta t iva c r l ìo i rJ)cr . l ls
c;uant i ta t iva em re lação às espécies in fer io les. de t r r l or ' ,1cr , , . , | . , " , ,
l l r incíp io rnetodológico de se conrpreender l lc lo r rxr is s i r r rPl t 's , r r r ì r r is
conrplcxo deva, no caso do honrem, ser inverticft l. pois lì l t i os 1lr-oces-
st ts psíc lu icos tnnis s imples e pr inr i t ivos adquirent r ìovos sc l t i r l6s r1r
configuração total da personalidade hunrana. sobrc o clctcr.nrirusrrro e
o ntccanicisnro será desnecessário nos estendernìos, 1.rois Jrlrr-lr irbor-
dagcns que enfatizant a l iberdade e a inÍencionaliclacle corno c6rr1içãcr
hunrana, é ev idente que o deternr in ismo não vai scr c le nr t r i t . : r r rx í l io
ou rclevância.
A questão da objetividade científ ica, em nonre cla qu.l , be hrrvrc.r-
rismo mais radical tentou esteril izar de toda vida psíquicrr rr ciônciu
da psicologia, é talvez a posição que recebe maiores 
"r,,..1,,. 'r, P.is 
éjustamente a dimensão subjetiva dos sentimentos, t las e.r.çõc.s. clos
valores, das inter-relações, dos significados. da vontacle , d.s iìnscrros,
da criatividade, da experiência e da vida conscienre, o objcro rlt: csru-
dos que, prioritariamente, a psicologia humanista quer abãrdur. cor'.
se pode, então, em nome da ciência, fechar os olhos ao 'r.rL. cle nrars
significativo e característico há para se investigar no objet. (l.e se
lem para estudo?
l-5
No c;ttc sc rcÍ'cre it leviìr a rttltiolc's cxtrerììos aincll 6 (lqestiorìir-
rììr'r'ìro rlir rrarureza cla inr,estiguçiìo cientíl ' ica cla psicluc hrrDana.
rììL'srììo no próprio nrovilrrenlo hunrarrisla. irs posições tendcnr il cli_
vergir . A nurior ia dns escolas hunranisras l r t rer icanas incl ina-se aprolèssar l l { na ciênci i ì . e seus invesrigadores. nruiros co'r sr i l ic la Íor-
rrração enrpír'ica e experinrental. sao basrante criirtivos crìì l-crìovar e
adapla. for ' ras de pesq. isa. inclusive experinrerrtos lutroraror iais. i ìs
clir'e.sões do ser cFre desejanì estrcrar. Ao nres.ro teÍììpo. a rracriç:ìo
fero'renolóeica européiir tenr possibiritado rì elìor.ìe ìr'rpriação de
vias rìo dcsenvolvinrenlo cle procecliurentos prìri.ì psicolo-eiae fórleci-
clo llrl 'cz os prircipais subsíclios parrì â discussão da .atureza cresta
coruo ciência do honrem. Enrrerir'to. talvez em algunras propostas
existc'ncinlistlìs encontrerìì-se as posições nrais radicáis do cluesìiona-
rììe'ro. Tonradas até as últi 'ras conseqiiências. certíls concepções bá-
sic:rs da visiìo existencial c.le rro're'r e de univerro - 
"onio 
as (Frepropõcnr o caráter sinsulur e úuico de cada exisrência, a imprevisibi-
lidacle clas possibilidades e dos pro.jeros decorrentes da liberclade e cla
escolha autênt icas assir ' conro a in 'acional idade de um trniverso qre,
irforir os rììr-rtiìr.rtes sentidos clue cacla honrern a cada rìlon)er.rlo lhe lm_pri.rc" é de u.ra abs'rdn e absoluta gratuidade - parecenì ronlar ine-
lcvante.qualquer rroção de previsibi l idade, consrâicia. repr icabi l idade,
eeneralização. racionalidade e nres'ro comunicação cle iesultados no
esl,do do hunrano. sem se aceitar trma possibiliclacle míninra dessas-
co'dições. de [ato. é difícir acrcdirar que seja possíver crregar a algunr
tipo de 'erdade científica. o clue leva al-euns psicólogos exiite'ciais aoquestionanrento cético da utilidacle de irìvesti-sações empíricas, fonnu-
lações teóricas, ou nìesnìo da psicorogio 
"on',ó ciência. Desse ponto devista nrais extremado. algun*rs abordagens se nrantênr nrr.rito nraispróxinras da antropologia filosófica clo que da psicorogia científica, àqual parecenì nìarìter-se ligadas apenas pelas preocupações cle nature-
za clínica de suas plopostas de psicoterapia.
Enfim, não pode deixar de ser dito, os questionanrentos e as res-posÍas que a psicologia humanista revanta e esboça sobre a natureza
da psicologia conro ciência e sua possibilidade de contribuir para afelicidade, saúde e auto-realização humanas encontram-se no cerue
de todo 'rÌì processo nrais anrpro, que marca a crise da moderna civi-
lização ocidental. Se a ciência colaborou para esvaziar e isolar o
homem, reduzindo-o à sua nrera dimensão material e aos frios meca-
nisnros lógico-racionais a serviço de considerações mesqr.rinhas edoentias, a,iusta revolta curturar contra esse estado cre coisas que nos
16
,
lc r t t rc l i r l tc lo o ser t l ic lo . a nutr l tv i lh i t e r t proÍ 'ur r r l i r luc lc r l l r cr ; lc l iôucrr r
t lc sc ' r h t t t l tano c ' t t t t 'c I t t t t tu t r tos. r t tobi l izor- t t í t r ì ìbór ì r os I rs icr i logos.
, \ss i rn. a ps icologi l hurnanista cor ì ìpror ì ìe te-se. L 'uì scu l ) r ' ( ) . ic t ( ) dc
c iônci l r . r r estar ser ì ìp l 'e vo l lac l r r u krvorecr . r o uìov i r Ìcn lo t l r r l rg l - is io-
rutcla alnut httnrana. cnì stti.ì lrusca cle trrt] rtttrndo (luL- se posslr r 'hunrar.
I tunurr to. L- e l ì ì ( lue. enl rL 'os da r tossu espécic- . sc. j l t - r 'e l r l r r r r ' r ì t ( ' l i l Ì ì l ) fu-
z.er t'it'cr.
Azli toJo, e técnicas
I t4antendo-se f ie l às suas opções tenui r icas. c renr l . scr ì ì l ) r .e cr ì ì
v i s ta as d imensões do se r que seu en foc ;ue p l i v i r eg iu . : i Ps ie r r l oe ia
I rurnanis la desenvolve. ac lapta e l 'enova var iac l i rs l í :cn ic ls r r ì ì ( . to( lo-
; t log ias dc abordagenr da pessoa. cor ì ì Í ina l ichc les t re csrr r t l . ( )u uì -
lci ivençiìo. os questioníìrììerìtos e as posições lsstrnrirl lrs s()l)r.L- íì
n i l luLcza da c iência ps icológica e seLr objeto própr- io r le t ,sr r rc lo l l rz t - r r r
do pro jeto hunranista de constnrç i - ro da ps icologia Lrnr l r lontc t lc ins-
l l iração e parânletros Iro deseuvolvinrento cle a[rorc]uge n\ rr(lL.(l1u(l1s.
sct tc lo sobretuc lo o conrpro l t r isso conl sua v isão c le hontcrr r ( t r . tc o lcr ì -
t l r a cr iação e o desenvolv inrento c le r rovas lbrrnus c le est l r ' l rc leccr . i r
sat idc psíquica e promover o desenvolv inrento dos rnc. l l ror t 's l )o tc . r ì -
c ia is hunranos.
No canrpo da pesquisa. a ps icologia hunranist i r c j r rur le l t l l r r i l lo só
pcla e le ição de ter ì ras e là ixas da exper iência l r t r rnunl r r r tc i er ì t i ìo
ncgligcnciadas corììo olr. jeto de investigução, rnas tlrrutrtinr pclo
dcsenvolv in lento e pela ut i l ização de inov.ções ' rc t . t l . r r i r ic^s. o
i l ts t runtenta l de pesquisaie i r tvest igação c lesenvolv ido c r r t i l iz l r t l . l sgt r
a ógide da Terceira Força é bastante rico e cjiversil ' icutltr. Ir iì l l Ì rrnr
brcve npanhado geral das contr ibuições mr is s igni Í ' icat i ' i ìs c c i ì racte-
rísticas podenr ser rapidamente lembradas as 'ariuçires rlrs , 'r.t.clos
inspirados na fenome'ologia, aí incluíclas as crur.racrus Pcscluisasqualitativas; a crescenteconsicleração da influôrrcia tlrr 7r,,.s.r.rrrr clo
i t tvest igador nos exper imentos que, enr nru i tos estuc l .s . t í c .nìPle-
ntcntada conì a inscrição dos s,ieitos da pesquisa corìr. r 'r-irrve.stiga-
dorcs; a larga realização de estudos icriogr-á.l ' icos (inÍe ^ rssrrtkrs .,s
s ingular idades, ao invés de nas caracter is i i ras gencrarrzr i ' r is r r . . r r r -j t i to da invest igação); e o ecrét ico e cr ia t ivo uso cor ì Ì ( r . r ' i r Ìv( ,sr rq. -
dores humanistas renova'r abordagens nrais tracticionaii t lc J-rcsrlrrisa,dcsde os experimentos laboratorials até o consagrado recrr.so tro es-
ludo de caso.
Errr 'cra.t . - cí r ' ro.ca'rpo d:rs psicorc'rapius e técnicas cre cresci_rììc'to pe'ssoal. n'ris do que c'nì quarquer outro. que a co'trirruiçiìo d:rpsicolclgia lrurrra.isra é especiarnre.te exLrbcranr"; 
" "rp"r,r.,,i".. ..rrt_rarìdo rìrnra verdadeira revorução nos conceitos e Íbr'ras de ajudapsìcológica' o e'spaço aqui sería pequeno. caso eu cresejas.se fazer a
''ríni'ra justiça da citação ,ro'ri.ar d.s no'as escoras e propostas quelbranr dese'vorvicr.s na v.nguarda ou rìa esteira do nrovinrento rìu_nranista' optei' então'.po. n* restringir aperìiìs à discrinri'açiìo co-nìentadiì de argunras das princip:ris t!'crênciiì.s que se associ.' aot'ìlovirì'ìetìto.
Enrbora a diversidade clas teorias e técnicas psicoterápicas abra.-gidas pela psicorogia hunranisÍa seja quase inumeráver, o reconheci_nìento do 
.potenciar positivo e saudável da natureza humana te.de acongregá-ras erìì urìì objetivo de trabalho corììun.l, distinto do apr.e_senÍado peras Forças anteriores. para a concepção psicanarítica de serhunrano, a psicoterapia visa obter um equitrbrio entre a voracidade
.'in'acionar das forças_do i!,- as restriçoes curturais internarizadas nosuperego e as condições objetivas da rearidade, nr"oiunt" ulïìi.uro_ções parciarlì'ìerìte conscientes do ego e seus nrecanisnros cre defesa,resultando, na nrelhor das hipóte.ses]na transÍ-ormação de un"ra ..infe_licidade neurótica" enì unìa "infericidade normar,,. para o behavio_risuro, o conceito determinisÍa e valorati
'!ìarureza trunrana, imprica qu" u t"rnpio 
-jï'"ï:J,ïï,ïlï: iïJ,iciar o descondicionamenro dos componanÌentos indesejados e aaprendizagem do repeÍório que propicie melrror adaptaçãí. ut"naoao desejado; no entanto, as questões :,desejado po, qulnri;; ou ;ooup_tado a quê?" não encontranl resposta no berraviorismo, que deve ser
'usc.ada_na ìdeologia da moda ou no ,"nf,or de escravos que estiverde plantão' Já para a psicorogia t umonisú, o objetivo de quarquer rra-tarÌìento pode ser formurado numa frase quase redundante: revar apessoa a ser era mesma' propiciar ao criente ou estudante a conquis-ta de uma existência autêntica, uuroaonr"ianre, Fansparente, espontâ_nea, verdadeira, congruente e natural, sem ntáscaras, jogos, 
"o,),.oço,ou divisões (splits) internas: eis o que pretendem os humanistas.A ênfase na saúde em vez de na dàença, assim 
"on",o 
u pÃporrude desenvolvimento do potenciat hu*ano,'tem levado as terapias hu-manistas a entender suas técnicas de ajuda muito mais como formasde estimular o desenvorvimento 
" " 
up..nai"ug.* ao qu" lã"- or-tamento de enfermidades, disfunçOeì ou anomalias psíquicas. Atroca do modero médico pero de auto-rearrzação tem levado muitas
38
i t t ror t lagcns l t sc apl 'esel ì Íarc l ì ì - r r i ìo o[ ' rs tur ì te o t r i Ì ( l ic ionl l t lcs ignl r -
l ivo yr .s i< ' r r l r ' l ' r r7r i t1 11111111. 'n l t i t s tLt l 'orça - cot ì ìo / r i ( í / { / ( l t t . t t L : t . r t r t , r . t t l t ,
dts(ttvolvittt(nlo ou de c'lr.st ' lrrt,tt lu pL,.tstxrl. De rlualtluer. l 'or.rìur. tí
brrslanÍe generalizada iì corìcepçi-ro clc- rlue lclcla psicorcnrPiu lrcrrr_su_
ccclida é unr processo de aprendizagenr pr.oÍìrnclo e :.rr.n[rlo. ussrnì
corno todu tprendizagem vc ' rdadeira l ì ìer ì le s igni l ' icur iv i r r i Pr .o l r r r ì -
d l t t i lcnte l iberaclora e ct t rat iva. senclo c l ivc. rsos os nre lor los l rLrnr i rn is-
l i ts ( lue são ut i l izados quase indi fererrc iac l ; . r rnc-n1c no consrr l t t j r . l ( ) c r ìu
su l l de au la .
Ut t ta das cor lsecl i iências dzr v is i ' io hol isra c c lu c . , r r t .e l r r ' l - ie t l6
honrc 'nr conìo ur . l ì todo b iopsicossocia l é o c lcsÍ r ìc i ìc lo t l t .s t , r ì r , .1 ' i -
nìenlo dits chanradas Íécnic-tts a abonlugctts t.ttt.1-tttt-tt i .s, crÌì ( lue nìiìs-
sagenì , f oqur . , serrsações, dança e r t tov inte ' r t lo , ( . í1 I l / / . .ç( , . r t ,x t l r . t .ss iVi rs
.c fe cólera, choro, r iso, vônr i to , gr i to e org i ìsn lo inst r - t , rn, - . r r r , , l izurr r c l
. 
crescimenlo psíquico e a nra ior v ivência c le 's i . A inr l l Ì r )essc r t iJ l ic i l
f do enfoqtre p lur id i r -nensional . poclenr ser inc l r r íc l ls l ìs l ( ic . r ì i ( . r rs n: ìo-
vcrbais, o uso do poder da expressão ar t ís t ica, e Até nresrr . r . r r r . l i r ic ls
nredi tat ivas e espi r i tua is , cu jo potenci l l c t r rat ivo v i r - i r r r r , . , . , , , , r , " -
r ior rnente assunr ido cor ì ìo unl c los pr i r rc ipais recrr rsr- ls t l l rs rc ì . r tp i ls
t ranspessoais.
Noções exis tencia l is tas do honrem cor ì lo ruì ì scr r le n l r tur . rz l r r l iu-
logal, que só se nrostra - e verdadeiranrente e< - rìo Lìncorìtl1) pcssoul,
lênt favorecido as terapicts relaciottctis, enr (luL. o lcnìl)L'uri l l l l ì ; l icir (lus
posturas e defesas profissionais para entrar enr rc:laçao r.()rìì() pcssoil
rca l , pois é no encontro de pessoa para pessoa, nu rcruçã. r ru ' r ' r r . r r r re.
acreditam os humanistas, a mudança se clá.
A aceitação da tendência inata e intrí 'seca pur.a o cr.r,scuììr.rìr() c
auto-realização favorece a conÌpreensão do teral)euta anrrs corìÌo rrrì l
facil i tador do que alguém que atua sobre o outro. A ôrr|rrse ,. f luir
constante, na l iberdade e na singularidade de cacla scr.. [ertlc lr irb' l ir
os planejamentos, os objetivos e as estratégias, e a dcserìr,.rvt'r rrrì.rr
atitude de abertura ingênua e incondicionirl ao qrre vL-rìì t l ..rrrrrr crìì
seu processo de desenvolvimento e de autocriação.
o extraordinário desenvolvimento de terapias c récrric.s tlr tr.a-
balho com grupos, especialmente na fornìa cre vivônci^ irìtcrìsivrì, é
u'ta das tendências que marcam a psicologia rrunr.nisrlr. Artír ' r las
ricas e inovadoras contribuições teóricas e técnic.s A (,sslr .rocra-
lidade de atuação, até então negligenciada, o crramacro N4ovi'c'ro
dos Grupos de Encontro represenÍou, ao nìenos 'os arìo.s (r0 c 70, a
faceÍa de maior impacto da Terceira Força, traduzindo enr irÇõtr; eíè-
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rivus o courpromisso clc transrbrnraçiìo sociocultural que a psicologia
hurnanisla se irnpõe.
Enlìnr. é no teste enrpírico de' sua.s ictéias. muitas vezes taxadirs
dc" ingênum ou utópicas. rìo sucesso e na aceitrção de suas práticas.
quc a psicologia hunranista tenr-se consolidado conìo unla psìcologia
a[irrada corìr o zcitgeist de nossa época, enÌ que. apesar cle toda crise.
arììargurÉr' cinisnro, solidão e desesperança. o anseio nruclo e ocutto
por unìa vida nrais autêntica e hunranizada torna-se eloqÍiente e tìrl_
guriì ao enconlliìr quer-t] nele acredite e se disponha a ajLrdar.
Nota
l. É irrrporranre ressaltar que a tèno'renologia, nunra versão sinrplitìcada (cn-
tendid^ como descrição ingênua da e,xperiência vi'ida) e um tairto desvincu-
lada dc suas raízes tìlosólìcas mais elaboradas, fora trazida anteriomìenrc aos
'Estados unidos pelos psicólogos gesralristas alemães e psiquiarras da escolajasperiana, e já era, havia r.uiro, co.rrecida e urilizada pàlos psicologos anre-
ricunos, qucr conìo nrétodo auxiriar dc coretr de dadoi, qu.i 
"on.,oì 
funda-
mcntação principal de elaborações teóricas.
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