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Direito Tributário Aula 11

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Aula 11
Direito Tributário p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas)
Professor: Fábio Dutra
Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 11 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 77 
 AULA 11: Extinção do Crédito Tributário 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Extinção do Crédito Tributário 02 
Lista das Questões Comentadas em Aula 63 
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 77 
 
Observações sobre a Aula 
 Olá amigo (a), tudo bem? 
 É sempre um enorme prazer estar aqui com você! Nesta aula, 
WUDEDOKDUHPRV�H[FOXVLYDPHQWH�R�DVVXQWR�³H[WLQomR�GR�FUpGLWR�WULEXWiULR´��TXH�p�
rico em detalhes e sempre é cobrado em provas de concurso público! 
 No decorrer desse estudo, estudaremos o aVVXQWR�³SDJDPHQWR�LQGHYLGR�
H�UHSHWLomR�GR�LQGpELWR´��DOpP�GR�DVVXQWR�SUHVFULomR�LQWHUFRUUHQWH��1HVWH�SRQWR�
da matéria, veremos alguns dispositivos da Lei de Execuções Fiscais! Pode ter 
certeza de que todo esse conteúdo foi preparado com o máximo de cuidado, a 
fim de que se torne 100% compreensível. 
 É claro que, se surgir alguma dúvida, você pode me chamar no fórum! - 
 Em tempo, chamo a tua atenção para a análise da questões do CESPE 
sobre o tema, que foram comentadas nesta aula. Você constatará algo que 
venho afirmando desde o início do nosso curso: a leitura do CTN é essencial 
para garantir pontos na prova! Ainda dá tempo, faça a tua parte e comece 
a ler diariamente o CTN e a CF/88! 
 Vamos começar! 
 
 
 
 
 
Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 11 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 77 
1 ± EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 O art. 156 do CTN estabelece como causas de extinção do crédito 
tributário as seguintes: 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos 
termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do 
artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva 
na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação 
anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI ± a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
Observação: Dação em pagamento não se confunde com pagamento. Aquela 
ocorre quando o credor aceita receber a obrigação de forma diversa do que 
foi estabelecido inicialmente. Como as obrigações tributárias são pecuniárias 
(em dinheiro), pagar com bens imóveis é uma forma de dação em 
pagamento. 
 Para o ilustre professor Leandro Paulsen1, o crédito tributário se extingue 
quando for (grifamos): 
 
1 PAUSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo. 6ª Edição. 2014. 
Pág. 268. 
Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 11 
 
Prof. Fábio Dutra www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 77 
Satisfeito mediante pagamento, pagamento seguido de homologação no caso 
dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, compensação, conversão 
em renda de valores depositados ou consignados ou dação em pagamento de 
bens imóveis na forma e condições estabelecidas por lei (incisos I, II, VI, 
VII, VIII e XI), ainda que mediante transação (inciso III); 
Desconstituído por decisão administrativa ou judicial (incisos IX e X); 
Perdoado (inciso IV: remissão); 
Precluso o direito do Fisco de lançar ou de cobrar o crédito judicialmente 
(inciso V: decadência e prescrição). 
 
Observação: Preclusão significa perda de direito de se manifestar no 
processo, por ter esgotado o prazo. No Direito Tributário, a decadência é 
perda do prazo para lançar; a prescrição, perda do prazo para propor ação de 
cobrança. 
 Uma questão muito discutida e controvertida é se a lista do art. 156 é 
taxativa (ou exaustiva) ou se é exemplificativa. 
 Para enfrentar as provas objetivas de concurso público, o melhor 
entendimento a ser considerado é o de que as causas extintivas previstas no 
art. 156 do CTN são exaustivas, tendo em vista que no art. 141 do CTN, o 
próprio legislador estabelece que o crédito tributário somente se extingue 
nos casos previstos no próprio CTN. 
 Ademais, esse tem sido o entendimento mais recente do STF sobre o 
caso: 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUICIONALIDADE. OFENSA AO 
PRINCÍPIO DA LICITAÇÃO (CF, ART. 37, XXI). I - Lei ordinária distrital - 
pagamento de débitos tributários por meio de dação em pagamento. 
II - Hipótese de criação de nova causa de extinção do crédito 
tributário. III - Ofensa ao princípio da licitação na aquisição de 
materiais pela administração pública. IV - Confirmação do julgamento 
cautelar em que se declarou a inconstitucionalidade da lei ordinária distrital 
1.624/1997. 
(STF, ADI 1.917/DF, Plenário, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Julgamento 
em 26/04/2007) 
 
 
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 Nessa ocasião, o STF teve a oportunidade de apreciar uma situação em 
que a lei ordinária permitia que as empresas pagassem os débitos tributários 
por meio de dação em pagamento em bens móveis. De acordo com a 
Suprema Corte, essa possibilidade ofende o princípio da licitação. 
 Vamos relembrar o exemplo na aula inicial do nosso curso: se o estado 
de Pernambuco, por exemplo, recebe um lote de papel A4 como quitação de 
algum tributo, ainda que amparado por lei estadual, estaria adquirindo tais 
produtos sem a realização de uma licitação. Apenas como ilustração, caso 
houvesse tal permissão, uma empresa pernambucana fabricante de papel iria 
FRQVHJXLU� ³YHQGr-OR´� DR� JRYHUQR�� DLQGD�TXH� SHUGHVVH� D� OLFLWDomR�� %DVWDYD�GDU� R�
³FDORWH´� 
 
Para a prova, guarde o seguinte: 
Não se permite dação em pagamento em bens MÓVEIS 
(apenas imóveis); 
O crédito se extingue apenas nas hipóteses previstas no 
CTN. 
1.1 - Pagamento 
 O pagamento é a principal forma de extinção do crédito 
tributário. Isso também ocorre nas demais obrigações, como as civis, 
trabalhistas ou empresariais. 
 Por esse motivo, o CTN estabeleceu diversas regras específicas ao Direito 
Tributário, no que se refere ao pagamento. Algumas delas serão estudadas 
em tópicos específicos. As demais são explicadas a seguir. 
 Com o fito de deixar nosso curso sempre mais didático, alteramos a 
ordem seguida pela legislador, sendo que, de início, vamos tratar das formas 
em que o pagamento pode ser efetuado. 
 A regra geral, prevista no art. 162 do CTN, I, é a de que o pagamento 
seja efetuado em moeda corrente, cheque ou vale postal. 
Observação: O vale postal é uma ordem de pagamento, realizada por 
intermédio da empresa de correios. 
 Também é possível que o pagamento seja efetuado em estampilha, 
papel selado ou processo mecânico, apenas nos casos estabelecidos em 
lei. 
 
Direito Tributário para Delegado ʹ PC - PE 
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Observação: 
Estampilha e Papel selado: São selos adquiridos do fisco, após entrega de 
dinheiro, para comprovar a quitação da dívida tributária. 
 
Processo mecânico: É a autenticação fiscal que atesta pagamento de 
tributo. 
 De todo modo, em qualquer dessas modalidades, o pagamento acaba 
sendo feito em dinheiro. No que se refere ao cheque e ao vale postal, percebe-
se que são instrumentos de transferência de valores. Já em relação à 
estampilha, papel selado e ao processo mecânico trata-se de mecanismos de 
comprovação de que o pagamento foi realizado, em dinheiro. 
 A seguir, veremos algumas regras sobre as modalidades de pagamento. 
São assuntos que não costumam ser cobrados em prova, mas o conhecimento 
da literalidade do CTN nunca é demais para enfrentar o CESPE. 
 Primeiramente, destacamos que a legislação tributária pode determinar 
que o contribuinte preste garantias para efetuar o pagamento por cheque ou 
vale postal. Contudo, tais exigências não podem tornar o pagamento 
impossível ou mais oneroso do que o pagamento em moeda (CTN, art. 
162, § 1º). Na prática, o dispositivo quer dizer que o fisco pode até tentar se 
SURWHJHU� FRQWUD� R� ³cheque sem fundo´�� PDV� QmR� SRGH�� FRP� HVVH� REMHWLYR��
onerar o contribuinte ou impossibilitar o pagamento. 
 Ainda no que se refere ao pagamento por cheque, a extinção do crédito 
tributário não ocorre com a entrega do cheque, mas apenas com o resgate 
deste pelo sacado, que é basicamente a compensação bancária CTN, art. 
162, § 2º). 
 No que concerne ao pagamento feito em estampilha, a extinção do 
crédito tributário ocorre com a inutilização regular daquela (CTN, art. 162, § 
�ž��� 3RU� H[HPSOR�� R� ³VHOR-SHGiJLR´� �XPD� HVSpFLH� GH� HVWDPSLOKD��� TXDQGR�
afixado no para-brisa do automóvel (inutilização regular), era utilizado para 
comprovar o pagamento do pedágio (considerado taxa, neste caso 
especíco). 
Observação: O § 3º do art. 162 excetua o disposto no art. 150 (referente ao 
lançamento por homologação). A exceção é bastante óbvia, tendo em vista 
que nesta modalidade de lançamento o pagamento fica sujeito à posterior 
homologação da autoridade fiscal. 
 Contudo, se houver a perda ou destruição da estampilha, ou mesmo erro 
no pagamento por esta modalidade, não há qualquer restituição ao 
contribuinte, salvo nos casos previstos na legislação tributária ou 
quando o erro seja imputável à autoridade administrativa (CTN, art. 
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162, § 4º). Ora, se o servidor público errar, o contribuinte não pode ser punido 
por isso. 
 Prescreve o § 5º do mesmo artigo que o pagamento em papel selado ou 
por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha. Como 
havíamos dito, todos eles são semelhantes, e têm por objetivo comprovar 
pagamento já realizado. 
 Dando continuidade ao estudo do pagamento ± e o que veremos a 
partir de agora é importante -, veja o que diz o art. 157 do CTN: 
Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do 
crédito tributário. 
 O que o dispositivo estabelece é que a imposição de multa se acumula 
com o pagamento do tributo, ou seja, se o contribuinte é multado, não deixa 
de continuar obrigado ao cumprimento da obrigação tributária relativa 
ao tributo. Bastante óbvio, não? 
 Acrescente-se que em Direito tributário não há presunção de 
pagamento. Logo, se o sujeito passivo paga a última prestação de um crédito 
tributário, não se presume que as demais foram pagas. Do mesmo modo, ao 
pagar um tributo, não se presume que outros créditos relativos ao 
mesmo ou a outro tributo tenha sido pago. 
 Como exemplo, se o contribuinte possui dois apartamentos na cidade do 
Rio de Janeiro, ao quitar o IPTU de um dos apartamentos, não se presume que 
o IPTU relativo ao outro imóvel tenha sido pago. Tudo isso em consonância 
com o art. 158, I e II, do CTN. 
 No tocante ao local do pagamento do tributo, se a legislação tributária 
não dispuser nada a respeito, deve ser feito na repartição competente do 
domicílio do sujeito passivo (CTN, art. 159). Contudo, na prática atual, o 
pagamento é feito em rede bancária, credenciada pelo Fisco. 
 
A obrigação de pagar tributo é portável, ou seja, o 
devedor deve procurar o credor paga efetuar o 
pagamento. 
 
Observação: O recolhimento do tributo pelo estabelecimento bancário 
(pessoa jurídica de direito privado) encontra respaldo no art. 7º, § 3º, do 
CTN, já que isso não se confunde com a capacidade tributária ativa. 
 Quanto ao prazo de pagamento do tributo, em regra, é o próprio ente 
instituidor que o define. No entanto, se não houver disposição a respeito, o 
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prazo é de 30 dias, a contar da notificação do lançamento ao sujeito 
passivo. 
Observação: Não se esqueça de que, com a notificação, o sujeito passivo 
tem a opção de pagar ou impugnar o lançamento. 
 &XPSUH� UHVVDOWDU� TXH� D� UHJUD� GRV� ³��� GLDV´� QmR� p� DSOLFiYHO� DR�
lançamento por homologação. O motivo é bastante óbvio: como nessa 
modalidade o contribuinte deve antecipar o pagamento, não há notificação de 
lançamento. Sendo assim, cabe à legislação tributária definir o prazo 
para pagamento dos tributos lançados por homologação. 
 
Lembre-se: de acordo com o STF (RE 195.218/MG), a 
definição do prazo para recolhimento do tributo 
não se sujeita ao princípio da legalidade. 
 Se o pagamento for efetuado antecipadamente, a legislação tributária 
pode conceder desconto, respeitadas as condições. O mais correto seria que o 
legislador tivesse dito lei em vez de legislação tributária, já que, como visto, 
esta compreende também os atos infralegais, e a concessão de desconto 
deve somente pode ser feita por lei em sentido estrito. 
1.1.1 ± Efeitos da mora 
 Quando o sujeito passivo não efetua o pagamento do tributo até a data 
de vencimento, começam a surtir os efeitos da mora automaticamente. 
 
No Direito Tributário, os efeitos da mora ocorrem 
automaticamente (mora ex re). 
 Vamos ver o que diz o art. 161 do CTN: 
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é 
acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da 
falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da 
aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei 
ou em lei tributária. 
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são 
calculados à taxa de um por cento ao mês. 
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 Repare que além dos juros de mora, o contribuinte também se sujeita 
ao pagamento de penalidades. Trata-se da multa moratória, que é a sanção 
pelo não cumprimento da obrigação tributária no tempo previsto na legislação 
tributária. 
 Se a lei não definir a taxa que servirá de base para o cálculo dos juros de 
mora, estes serão calculados à taxa de 1% ao mês, conforme prevê o § 1º, 
do art. 161, do CTN. 
 Nesse sentido, o STJ já decidiu que a taxa SELIC é composta da taxa de 
juros e da correção monetária, não podendo, portanto, ser cumulada com 
outro índice de correção: 
"(...) A taxa SELIC é composta de taxa de juros e taxa de correção 
monetária, não podendo sercumulada com qualquer outro índice de 
correção. (...)" 
(STJ, REsp 447.690/PR, Segunda Turma, Rel. Min Eliana Calmon, Julgamento 
em 05/06/2003) 
1.1.2 ± Consulta tributária 
 A consulta tributária é um procedimento administrativo com o objetivo 
de que o contribuinte satisfaça suas dúvidas relativas à legislação 
tributária. Vamos repetir novamente o texto do art. 161 do CTN, acrescido do 
seu § 2º: 
Art. 161: (...): 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta 
formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do 
crédito. 
 Sendo assim, se o contribuinte formula consulta tributária, dentro do 
prazo legal para pagamento do tributo, não há fluência de juros de mora 
nem mesmo aplicação de multa moratória. 
 Embora não se possam cobrar juros de mora, deve ficar claro que não 
estamos falando em mais um caso de suspensão do crédito tributário, 
já que a exigibilidade não fica suspensa. Além disso, não se trata de uma 
hipótese prevista no art. 151 do CTN. 
1.1.3 ± Imputação em pagamento 
 A imputação em pagamento ocorre quando um mesmo sujeito passivo 
deve dois ou mais créditos tributários a uma mesma Fazenda Pública. Nesse 
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caso, o recebimento deve ser feito obedecendo a ordem prevista no art. 163 
do CTN. 
Observação: Como atualmente os pagamentos são feitos diretamente na 
rede bancária, não há supervisão da autoridade administrativa para 
determinar a ordem em que os créditos devem ser pagos. Contudo, para fins 
de prova, tudo isso que será visto adiante é plenamente válido. 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do 
mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de 
direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou 
provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade 
administrativa competente para receber o pagamento 
determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, 
na ordem em que enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo 
lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por 
fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
 Os incisos do art. 163 devem ser seguidos de forma hierárquica. Assim, 
em primeiro lugar, deve-se dar prioridade aos débitos em que o 
contribuinte figura como contribuinte, e só depois àqueles pelos quais é 
responsável. 
 Não sendo possível tal distinção, ou seja, digamos que em todos os 
débitos o sujeito passivo seja contribuinte. Neste caso, o segundo critérios diz 
respeito ao caráter contraprestacional do tributo. Assim, deve-se dar 
prioridade àqueles que são ³mais vinculados´ (contribuições de 
melhoria), e só depois receber os débitos que são ³menos vinculados´, até que 
se chegue aos impostos (tributos não vinculados). 
 Se ainda assim persistirem as dúvidas, o próximo critério é o prazo 
prescricional. A autoridade administrativa deve dar prioridade àqueles cuja 
data de prescrição esteja mais curta. Faz todo o sentido, já que se não 
forem cobrados, há o risco de serem extintos pelas prescrição (como ainda 
vamos estudar). 
 Por último, caso os prazos de prescrição coincidam, a prioridade gira em 
torno do valor dos créditos. Nessa linha, têm prioridade os créditos 
tributários de maior valor. 
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 Deve-se, então, seguir essa ordem, avançando para o próximo critério 
apenas se os dois créditos empatarem na primeira etapa, e assim 
sucessivamente até que se consiga estabelecer uma ordem de prioridade aos 
créditos objetos de pagamento. 
 Vamos esquematizar: 
CRITÉRIO PRIORIDADE + Æ - 
Pessoal Contribuinte/Responsável 
Vinculação do Fato Gerador Contribuição de Melhoria/Taxas/Impostos 
Prescrição Prazo mais curto/mais longo 
Valor do Crédito Valor maior/Valor menor 
1.1.4 ± Pagamento indevido e restituição 
 Em Direito Tributário, não há vontade das partes para surgimento 
da obrigação. Ocorrendo o fato gerador, surge a obrigação tributária. Do 
mesmo modo, se o cumprimento da obrigação (pagamento) foi maior do que o 
devido ou se é indevido, não há qualquer discussão acerca da devolução: o 
sujeito passivo possui o direito ser restituído. Nas palavras do legislador 
do CTN, o direito à restituição surge independentemente de prévio 
protesto. 
 
Não importa quem calculou o montante devido, se 
foi o Fisco ou o sujeito passivo. 
 e�FRPXP�HQFRQWUDUPRV�TXHVW}HV�GH�SURYDV�TXH�PHQFLRQHP�³repetição 
do indébito tributário´�� 1mR� VH� DVVXVWH�� SRLV� VH� UHIHUH� ~QLFD� H�
exclusivamente ao direito do contribuinte de pleitear a restituição do que foi 
pago indevidamente. 
 Vamos ver o que diz o art. 165 do CTN: 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio 
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a 
modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do 
artigo 162, nos seguintes casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que 
o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou 
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; 
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III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. 
Observação: O disposto no § 4º do art. 162 se refere à perda ou destruição 
da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade. Não há 
restituição neste caso. 
 As três hipóteses previstas no art. 165 do CTN se resumem basicamente 
em duas: restituição sem instauração de litígio (incisos I e II) e 
restituição com instauração de litígio (inciso III). Mais à frente, você 
entenderá o porquê de tal divisão, quando estudarmos os prazos que o sujeito 
passivo possui para pleitear a restituição. 
1.1.5 ± Restituição de tributo indireto 
 Lembre-se, inicialmente, que os tributos indiretos são aqueles em que o 
contribuinte de direito é efetua apenas o recolhimento da obrigação tributária, 
mas quem realmente arca com o ônus tributário é o contribuinte de fato. 
Assim, ao realizar, por exemplo, a venda de mercadorias, o comerciante inclui 
o valor do tributo nos preço da mercadoria. 
 Nosso foco neste momento está em verificar como é feita a restituição 
dos tributos indiretos. Vamos recorrer, como sempre, ao CTN: 
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, 
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita 
a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de 
tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente 
autorizado a recebê-la. 
 Percebe-se, portanto, que a restituição somente será feita em duas 
situações: 
x Se o contribuinte de direito comprovar ter assumido o encardo do tributo, 
isto é, não o ter transferido; 
x Se o contribuinte de fato autorizar expressamente o contribuinte de direito 
a receber a restituição. 
 Em síntese, o contribuinte de direito (quemefetuou o recolhimento) deve 
comprovar que não houve transferência do ônus tributário a terceiro. Se 
houver transferido, que o contribuinte de fato o autorize a pleitear a 
restituição. Caso contrário, não haverá restituição. 
 
 
 
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O entendimento do STF tem seguido essa linha, conforme fica demonstrado na 
seguinte súmula: 
Súmula STF 546 - Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, 
quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou 
do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo. 
 Deve-se destacar também que o entendimento do STJ (REsp 
903.394/AL) é no sentido de que o contribuinte de fato não possui 
legitimidade para pleitear a restituição do que foi pago indevidamente, 
no que se refere aos tributos indiretos. 
 
Somente o contribuinte de direito pode pleitear a 
restituição de tributo indireto. 
1.1.6 ± Restituição de juros e multas 
 Ao pleitear a restituição do tributo pago indevidamente, o sujeito passivo 
também possui direito à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora 
e da multa moratória paga a maior. 
 Vamos ver um exemplo: Geraldo deve R$ 100,00, a título de tributo. A 
multa e os juros por atraso de pagamento são calculados pelas respectivas 
taxas de 10% e 5%. Supondo que Geraldo, por equívoco, entendeu que o 
tributo devido era de R$ 200,00 e efetuou o pagamento com atraso, acabou 
recolhendo o valor total de R$ 230,00. 
 No entanto, ao tomar conta de que o pagamento foi efetuado a maior, 
Geraldo tem direito de ser restituído em R$ 115,00 (R$ 100,00 de tributo, R$ 
10,00 de juros e R$ 5,00 de multa moratória). 
 Vejamos, então, o que diz o caput art. 167 do CTN: 
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, 
na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades 
pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não 
prejudicadas pela causa da restituição. 
 Com relação às infrações de caráter formal, ou seja, multas punitivas, 
não há qualquer restituição, pois não decorrem do atraso do pagamento. 
 
 
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1.1.7 ± Juros de mora e correção monetária na restituição 
 No tópico anterior, nós estudamos a restituição das multas e juros pagos 
indevidamente, em função do recolhimento do valor incorreto do tributo. 
Portanto, não se confunde com o que veremos a partir de agora: correção 
monetária e juros devidos sobre o valor a ser restituído. O que seria isso? 
 Da mesma forma que o contribuinte, ao recolher o tributo em atraso, 
deve arcar com os encargos financeiros, o Fisco também está sujeito ao 
pagamento de juros e correção monetária sobre o valor a ser restituído 
ao sujeito passivo. Vamos, então, neste tópico, estudar o termo inicial da 
fluência dos juros de mora e da correção monetária. 
 No que se refere aos juros de mora, o par. único do art. 167 estabelece 
que eles incidem sobre o valor da restituição, a partir do trânsito em julgado 
da decisão definitiva que determinar a restituição: 
Art. 167. (...): 
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir 
do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. 
Observação: Juros não capitalizáveis são os juros simples. 
 Essa regra também tem sido adotada pelo STJ, conforme se expõe a 
seguir: 
Súmula STJ 188 - Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, 
são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença. 
 Dessa forma, a partir do trânsito em julgado da decisão judicial, inicia-se 
a incidência dos juros de mora. 
 Contudo, com a inscrição do precatório até 1º de julho até o final do 
exercício seguinte (31 de dezembro do próximo ano), não há incidência de 
juros de mora. A incidência só volta a ocorrer se o precatório não for pago 
dentro do prazo, que é, como se afirmou, 31 de dezembro do ano seguinte. 
Observação: Precatório é o documento expedido pelo Poder Judiciário para 
inclusão da verba necessária no orçamento público do ano seguinte. É o meio 
pelo qual as dívidas da Fazenda, decorrentes de sentenças judiciais, são 
pagas. 
 
 
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Juros de mora 
Súmula STJ 188 
CTN, art. 167, par. 
único 
Juros de mora 
Se o pagamento 
não foi feito 
Segue abaixo uma ilustração do que foi visto até o momento, adaptada 
da obra do professor Ricardo Alexandre (2014): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No que se refere à correção monetária - atualização monetária em face 
da inflação -, a contagem é diferente, já que o valor da restituição deve ser 
corrigido desde a data do pagamento indevido. Vejamos a pacífica 
jurisprudência do STJ, cristalizada na Súmula 162: 
Súmula STJ 162 - Na repetição de indébito tributário, a correção monetária 
incide a partir do pagamento indevido. 
 Esses são os conhecimentos que devemos levar para a prova. O 
candidato precisa memorizar as Súmulas 162 e 188 do STJ. 
 Destaque-se que a jurisprudência mais recente do STJ tem caminhado 
no sentido de que, após a edição da Lei 9.250/1995, aplica-se a taxa SELIC 
desde o recolhimento indevido, não podendo ser cumulada com 
qualquer outro índice de juros ou atualização monetária: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO À 
SISTEMÁTICA PREVISTA NO ART. 543-C DO CPC. VIOLAÇÃO DO ART. 
535 DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS DE 
MORA PELA TAXA SELIC. ART. 39, § 4º, DA LEI 9.250/95. 
PRECEDENTES DESTA CORTE. 
(...) 
2. Aplica-se a taxa SELIC, a partir de 1º.1.1996, na atualização 
monetária do indébito tributário, não podendo ser cumulada, porém, 
com qualquer outro índice, seja de juros ou atualização monetária. 
(...) 
Pagamento 
Indevido 
Ação de repetição 
do indébito 
Trânsito 
em julgado 
01/07/X1 31/12/X2 
Não incidem juros de 
mora 
Súmula Vinculante 17 
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(STJ, Primeira Seção, REsp 1.111.175/SP, Rel. Min. Denise Arruda, 
Julgamento em 10/06/2009) 
 
 O entendimento previsto nas Súmulas 162 e 188 do STJ foram aplicados 
antes do advento da Lei 9.250/95, que passou a estabelecer como índice de 
correção a taxa SELIC a partir de 01 de janeiro de 1996. Portanto, após a 
edição da Lei 9.250/95, mais precisamente a partir da data prevista no 
dispositivo desta lei (01/01/1996), aplica-se apenas a SELIC, não podendo 
ser cumulada, porém, com qualquer outro índice, seja de juros ou 
atualização monetária. 
 
1.1.8 ± Prazo para pleitear a restituição 
 Você se lembra quando estudamos o art. 165 do CTN? Naquele 
momento, eu havia dito que os incisos desse artigo se referem, basicamente, a 
duas situações distintas: restituição sem instauração de litígio (incisos I e 
II) e restituição com instauração de litígio (inciso III). 
 Pois bem, a partir de agora, estudaremos os prazos para pleitear a 
restituição nas duas situações. O que você deve saber, de antemão, é que o 
prazo é sempre de 5 anos, variando apenas o termo inicial da contagem 
desse prazo. 
 Os incisosI e II do art. 165 do CTN querem dizer a mesma coisa. 
Podemos dizer que se referem as mais diversas situações que levam o 
contribuinte a realizar o pagamento indevidamente, com exceção da hipótese 
prevista no inciso III do mesmo artigo, referente ao pagamento indevido 
realizado no curso de processo administrativo ou judicial. 
 Seguindo o raciocínio esposado acima, o art. 168, I, determina que o 
prazo para pleitear a restituição nas hipóteses tratadas nos incisos I e II do 
art. 165 é de 5 anos, contados da data da extinção do crédito tributário. 
 Uma observação deve ser feita neste ponto: na sistemática do 
lançamento de ofício e por declaração, o pagamento extingue de imediato o 
crédito tributário. Contudo, no lançamento por homologação, não é bem assim 
que acontece. 
 Quando o tributo é lançado por homologação, o sujeito passivo tem o 
dever de efetuar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, 
de sorte que a extinção definitiva do crédito tributário só ocorre com a 
homologação. 
 Como sabemos que o prazo que a autoridade possui para homologar é 
de 5 anos, e que muitas vezes a homologação ocorre tacitamente (automática, 
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após o curso do prazo quinquenal), na prática, o sujeito passivo teria o prazo 
de 10 anos para pleitear a restituição. 
 Explique-se melhor: se a autoridade administrativa deixar ocorrer a 
homologação tácita, a extinção definitiva do crédito tributário ocorre 5 anos 
após a data do fato gerador. A partir daí, inicia-se a contagem do prazo para o 
contribuinte pleitear a restituição. Foi com base nesse raciocínio que o STJ 
VXVWHQWRX�D�WHVH�GRV�³���´� 
 Contudo, com o advento da LC 118/05, foi estabelecida a seguinte regra: 
Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 
5.172, de 25 de outubro de 1966 ± Código Tributário Nacional, a 
extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a 
lançamento por homologação, no momento do pagamento 
antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. 
 Com base no dispositivo acima citado, podemos afirmar que o prazo 
estabelecido no art. 168, I, é contado a partir do momento do pagamento 
antecipado, nos tributos que seguem a sistemática do lançamento por 
homologação. Desse modo, o prazo de 5 anos conta-se do pagamento, da 
mesma forma como ocorre com as outras modalidades de lançamento. 
 
Pode-se afirmar que o prazo para buscar restituição, com 
base no art. 168, I, é de 5 anos, contados do 
pagamento indevido. 
 
Observação: O art. 4º, da LC 118/05, determinou que o art. 3º produz 
efeitos retroativos. O raciocínio do legislador era de que a norma era 
meramente interpretativa (CTN, art. 106, I). 
Contudo, a jurisprudência do STF e STJ já se encontra pacífica no 
sentido de que o citado art. 3º produz efeitos prospectivos. Sendo 
assim, todas as ações ajuizadas após a vigência da LC 118/05 estão 
submetidas ao novo prazo (apenas 5 anos), ainda que se refiram a 
pagamentos anteriores à vigência da referida LC. 
 Finalizado o estudo do inciso I, do art. 168, vamos avançar para o inciso 
II deste artigo, que se refere ao prazo para pleitear restituição de pagamento 
indevido, realizado no curso de processo administrativo ou judicial, em que se 
discute a legitimidade do lançamento. 
 Trata-se de situação de difícil verificação prática, que consiste no 
seguinte: o sujeito passivo ao obter uma decisão desfavorável, seja ela 
administrativa ou judicial, paga o tributo, oferecendo, em seguida, recurso 
contra a decisão condenatória. 
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 Na realidade, o que é mais comum de acontecer é o não pagamento no 
âmbito do processo administrativo, pois as reclamações e os recursos 
nessa esfera têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito 
tributário. No que se refere ao processo judicial, o sujeito passivo 
normalmente efetua o depósito do montante integral, que também 
suspende o crédito tributário, em vez de pagar o tributo. 
 O que se quis dizer na redação do dispositivo foi que o pagamento foi 
efetuado diante de decisão condenatória contra a qual cabia recurso. No 
julgamento desse recurso, o sujeito passivo obteve anulação da decisão 
anterior, obtendo decisão favorável. É nesse momento que se inicia a 
contagem do prazo de 5 anos para pleitear a restituição. 
 Por último, ressalte-se que a contagem do prazo limite para pleitear 
a restituição não é afetada se o tributo, ou melhor, a lei instituidora do 
tributo for declarada inconstitucional. Guarde isso! 
1.1.9 - Prazo para anular decisão administrativa denegatória 
 Após a realização do pagamento indevido, o sujeito passivo pode pleitear 
a restituição tanto no âmbito administrativo como no Judiciário. Em qualquer 
caso, o prazo é de 5 anos. 
 Havendo opção pela via administrativa, tendo obtido decisão final 
desfavorável, o contribuinte tem o direito de acionar o Poder Judiciário, 
com vistas a anular a decisão administrativa que denegou a restituição 
do tributo pago indevidamente. 
 Vejamos o que diz o art. 169 do CTN: 
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão 
administrativa que denegar a restituição. 
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da 
ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data 
da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda 
Pública interessada. 
 Repare que o dispositivo cria um evidente privilégio ao Fisco, devedor da 
ação de restituição proposta pelo sujeito passivo: o prazo exíguo de 2 anos. 
 O dispositivo também prescreve que ocorre a interrupção do prazo 
prescricional pelo início da ação judicial, que ocorre com a distribuição da 
ação. 
 Ademais, em vez de devolver o prazo integralmente, como é típico do 
fenômeno da interrupção, optou-se por recomeçar o prazo da metade, a partir 
da data da intimação (ou citação) feita ao representante judicial da Fazenda 
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Pública. Trata-se de mais um privilégio, que impede que o prazo de 2 anos 
seja estendido. 
 Destaque-se que se o prazo for interrompido com 2 meses, por exemplo, 
o seu curso não será reiniciado pela metade, já que não se pode reduzir o 
prazo, para torná-lo inferior a 2 anos. No caso exemplificado, será reiniciada a 
contagem de mais 1 ano e 10 meses. 
 A regra se refere à prescrição intercorrente, que ocorre caso o 
processo judicial não se conclua no prazo fixado. É claro que esse prazo só se 
exaure se o autor da ação (sujeito passivo) for o responsável pela paralisação 
do processo. 
 Embora possa parecer complexo, saiba que, nas provas deconcurso 
público, normalmente o assunto costuma ser cobrado pela literalidade do art. 
169, o que torna a resolução das questões muito simples. 
1.2 - Compensação 
 A essência da compensação ocorre quando duas pessoas são devedoras 
e credoras uma da outra, simultaneamente. Por exemplo: Sebastião deve ao 
Município de Salvador R$ 250,00, e este deve a Sebastião R$ 100,00. As 
dívidas podem ser extintas até o montante em que se compensarem. No 
exemplo citado, Sebastião continuará devendo à Fazenda Municipal o valor de 
R$ 150,00. 
 Nesse sentido, o art. 170 do CTN estabelece o seguinte:Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou 
cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, 
autorizar a compensação de créditos tributários com créditos 
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo 
contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei 
determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, 
não podendo, porém, cominar redução maior que a 
correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a 
decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. 
 De início, cumpre-nos destacar que o art. 170 traz apenas as regras 
gerais acerca do instituto da compensação. Os detalhes devem ser 
estabelecidos na lei do ente federativo com o qual o contribuinte deseja 
realizar a compensação. Nesse ponto, vale frisar: a compensação somente 
se faz possível se houver lei autorizativa, estipulando quais os créditos 
que podem ser compensados. 
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Não é suficiente a previsão no CTN para realizar a 
compensação. Cada ente federativo deve editar lei 
versando sobre a matéria. 
 Dito isso, vamos entender o dispositivo! 
 Os créditos tributários são aqueles devidos pelo sujeito passivo, ou 
seja, são créditos da Fazenda Pública, mas representam débitos para o sujeito 
passivo. No que se refere aos créditos do sujeito passivo contra a 
Fazenda, a situação é oposta e bastante óbvia: o sujeito passivo é o credor, e 
a Fazenda, devedora. 
Observação: Os créditos do sujeito passivo não necessariamente 
possuem natureza tributária. 
 Os créditos tributários devem sempre estar vencidos, ou seja, quando o 
legislador permite que a compensação pode ter como objeto créditos vencidos 
ou vincendos, diz respeito aos créditos do sujeito passivo contra a 
Fazenda Pública. 
 Nessa esteira, se os créditos do sujeito passivo forem vincendos, ou seja, 
ainda estiverem por vencer, serão reduzidos (ajustados a valor presente) 
conforme os critérios definidos na lei autorizativa, desde que a redação não 
seja superior ao juro de 1% ao mês. 
 Os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda também devem 
ser certos (quanto à existência) e líquidos (quanto ao valor). Para 
ilustrar essa regra, vamos ver um exemplo prático de compensação: imagine 
que a lei tenha autorizado a compensação de créditos gerados por pagamento 
indevidos a título de tributo. Em vez de pleitear a restituição, seria muito mais 
simples ao sujeito passivo compensar com os créditos tributários que deve a 
Fazenda, correto? 
 Entretanto, como vimos em tópicos anteriores, a discussão da 
legitimidade de valor já pago ao Fisco indevidamente. Até que ocorra o trânsito 
em julgado da decisão judicial, o crédito do sujeito passivo não é certo (na 
decisão final, pode ser julgado que ele não existe), não podendo se 
tornar objeto de compensação, até que a decisão se torne irrecorrível. 
 Com base nesse raciocínio, a LC 104/2001 incluiu a seguinte regra no 
CTN: 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento 
de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do 
trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. 
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 Ora, se não se pode compensar antes do trânsito em julgado, 
obviamente também não é possível realizar a compensação com base em 
medida liminar: 
Súmula STJ 212 - A compensação de créditos tributários não pode ser 
deferida por medida liminar. 
 
 
Não caia em pegadinhas! Não é possível compensar 
créditos objetos de decisão judicial recorrível, 
medidas cautelares ou liminares ou, ainda, tutela 
antecipada. 
 Não obstante a proibição da compensação com base em liminar em 
mandado de segurança, a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o 
mandado de segurança constitui ação adequada para declarar direito à 
compensação tributária: 
Súmula STJ 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a 
declaração do direito à compensação tributária. 
1.3 - Transação 
 No âmbito do Direito Tributário, a transação tem por objetivo por fim a 
um litígio ± administrativo ou judicial - instaurado entre o sujeito passivo e a 
Fazenda Pública. 
 Trata-se de uma forma alternativa para solucionar os conflitos entre as 
partes, mediante concessões mútuas, ou seja, cada parte cede parte de seu 
direito, a fim de que se chegue a um consenso. 
 
Diferentemente do Direito Civil, no Direito Tributário, a 
transação é terminativa (guarde essa palavra), ou seja, 
só existe diante de um litígio. 
 Não obstante a autorização da transação seja feita pela autoridade 
competente, nos termos do par. único do art. 171, a transação só pode 
ocorrer mediante lei autorizativa. 
 Como exemplo, a lei pode autorizar a Fazenda a deixar de receber parte 
do crédito tributário, com a condição de que o sujeito passivo desista do litígio 
e pague a parcela restante do crédito tributário dentro do prazo previsto. 
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Observação: Veja que a extinção do crédito tributário pode ocorrer de forma 
combinada. No exemplo acima, uma parte foi extinta pela transação e a 
outra, pelo pagamento. 
1.4 - Remissão 
 A remissão é conceituada como o perdão da dívida. Por se tratar de 
benefício fiscal, deve ser regulada em lei específica, conforme estabelece o 
art. 150, § 6º, da CF/88. 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a 
conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial 
do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a 
matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de equidade, em relação com as características 
pessoais ou materiais do caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade 
tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito 
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 Observe que o art. 172 do CTN traz regras direcionadas ao legislador. Ou 
seja, ao editar a lei específica concessora da remissão, o legislador deve seguir 
as diretrizes estabelecidas na norma acima. 
 Uma observação a ser feita é que não há conflito entre o que está 
previsto no art. 108, § 2º, do CTN, com o art. 172, IV. Quando estudamos as 
técnicas de integração, vimos que o aplicador da lei não pode utilizar da 
equidade como forma de dispensa do pagamento de tributo devido. 
Diferentemente disso, o art. 172, IV, permite que o legislador conceda 
remissão, considerando as características pessoais o materiais do caso, com 
base na equidade. 
 Destaque-se que a remissão pode se referir ao perdão tanto de 
tributo como de multas, desde que já tenha sido constituído o crédito 
tributário. Se, por outro lado, ainda não tiver havido o lançamento, o 
benefício será concedido sob a forma de isenção (para tributos) ou anistia 
(para multas), hipóteses de exclusão do crédito tributário, que são estudadas 
em tópico próprio. 
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Se o crédito tributário está constituído = Remissão 
(tributo ou multa) 
Se o crédito tributário não está constituído = Isenção 
(tributo) ou Anistia (multa) 
 Por fim, vamos relembrar do mnemônico MARIPA. Aplicam-se as regras 
da moratória concedida em caráter individual (CTN, art. 155) à remissão, 
quando também estiver sendo concedida individualmente. 
 Vamos, então, relembrar como funciona: você deve saber que a 
remissão individual não gera direito adquirido. Por isso, em alguns casos, 
basta que o sujeito passivo comprove que faz parte do rol daqueles alcançados 
pela remissão. 
 De qualquer modo, não estando satisfeitos os requisitos ou as condições, 
a remissão é revogada, ficando o sujeito passivo obrigado a pagar o 
crédito tributário acrescido de juros de mora. Caso seja constatado que 
houve dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro para se beneficiar 
ilicitamente da remissão, haverá, ainda, imposição de penalidade. 
 Cabe ressaltar também que há outra consequência, em se tratando da 
revogação da remissão: a contagem do prazo de prescrição. Se houve dolo ou 
simulação, o tempo decorrido entre a concessão da remissão e sua revogação 
não é contado para fins de prescrição. Por outro lado, se não houve dolo ou 
simulação, a revogação da remissão só pode ocorrer antes de findar o prazo 
prescricional. 
1.5 - Decadência 
 Sabe-se que, com a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação 
tributária. No entanto, a dívida somente se torna exigível com o lançamento, 
que é o procedimento administrativo que constitui o crédito tributário. O prazo 
decadencial é justamente o prazo que a autoridade administrativa 
possui para promover o lançamento. No fim do prazo decadencial, ocorre a 
decadência. 
 Já o prazo prescricional é aquele que a Fazenda Pública possui, 
após o lançamento definitivo do tributo, para promover a ação de 
execução fiscal, com o objetivo de satisfazer o crédito tributário. No fim do 
prazo prescricional, ocorre a prescrição. 
 Veja, então, que, antes do lançamento corre prazo decadencial, e após o 
lançamento, prazo prescricional. Pode-se dizer, a grosso modo, que o 
lançamento é marco que divide o prazo decadencial do prazo 
prescricional. 
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 Nesse ponto do nosso estudo, alguns detalhes devem ser frisados: 
x Tanto o prazo decadencial como o prescricional são de 5 anos (a distinção 
ocorre na fixação do termo inicial de contagem); 
x Tanto a decadência como a prescrição são causas de extinção do crédito 
tributário (art. 156, V). 
x O lançamento é o marco que divide o prazo decadencial do prazo 
prescricional. 
 Conforme o entendimento da jurisprudência e da doutrina, extinto o 
crédito, seja pela decadência ou pela prescrição, não há qualquer direito da 
Fazenda Pública em receber o crédito. Portanto, se o contribuinte paga 
crédito prescrito ou decaído, faz jus à restituição. 
 Deve-se destacar que, de acordo com o art. 146, III, b, da CF/88, cabe 
à lei complementar dispor sobre normas gerais em matéria de 
prescrição e decadência tributárias. Sendo assim, não poderia, por 
exemplo, uma lei ordinária estabelecer prazos diferentes do que foi previsto no 
CTN (norma recepcionada com status de lei complementar). 
 Foi nessa linha que a Súmula Vinculante nº 8 do STF declarou 
inconstitucionais os dispositivos que previam prazo decadencial e 
prescricional de 10 anos, contrariando o disposto no CTN. 
 Além desse conhecimento básico acerca do instituto da decadência, é 
necessário conhecer as diferentes formas de contagem do prazo de 5 anos. 
Vamos, a partir deste momento, estudar cada uma delas. 
1.5.1 ± Regra geral de contagem 
 A regra geral de contagem do prazo decadencial está prevista no art. 
173, I, do CTN. De acordo com esse dispositivo, o direito de a Fazenda Pública 
constituir o crédito tributário (decadência) extingue-se em 5 anos, contados 
do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado. 
 Em tese, o lançamento pode ser efetuado logo após a ocorrência 
do fato gerador. Portanto, o início da contagem do lapso temporal de 5 anos 
ocorre no dia 1º de janeiro do ano seguinte em relação à data de ocorrência do 
fato gerador. 
 A título de exemplo, imagine que o fato gerador de determinado tributo 
ocorra no dia 10 de janeiro de 2014. Nesse caso, o prazo decadencial começa 
a ser contado a partir de 01 de janeiro de 2015. A decadência, então, se 
consome no dia 01 de janeiro de 2020, exatamente 5 anos depois. 
 É muito importante que você perceba que, muito embora o prazo seja de 
5 anos, as regras de contagem podem fazer com que o prazo chegue 
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praticamente aos 6 anos, se o fato gerador tiver ocorrido no dia 01 de janeiro, 
por exemplo. 
 Cumpre-nos destacar que a regra geral não se aplica aos tributos 
lançados por homologação. A contagem do prazo decadencial nos tributos 
em que se aplica tal modalidade de lançamento recebeu tratamento específico, 
o qual será estudado mais adiante. 
 
O prazo decadencial possui regras específicas para os 
tributos lançados por homologação. 
1.5.2 ± Regra da antecipação da contagem 
 A regra da antecipação da contagem do prazo decadencial está prevista 
no par. único do art. 173, do CTN, que estabelece o seguinte: 
Art. 173 - (...): 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se 
definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data 
em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário 
pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida 
preparatória indispensável ao lançamento. 
 Nós vimos que a regra geral é que o prazo decadencial seja contado a 
partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado, correto? 
 Ocorre que, se nesse intervalo (entre a data do fato gerador e o primeiro 
dia do exercício seguinte) a autoridade fiscal notificar o sujeito passivo de 
alguma medida indispensável ao lançamento, como o início de um 
procedimento de fiscalização, por exemplo, haverá antecipação da 
contagem do prazo decadencial para a data em que o sujeito passivo 
toma ciência do termo de início de fiscalização. 
 
Se a notificação do início de procedimento fiscal ocorrer 
DSyV�R�³SULPHLUR�GLD�GR�H[HUFtFLR�VHJXLQWH´��não haverá 
impacto sobre o curso do prazo decadencial. 
 
 
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1.5.3 ± Regra da anulação do lançamento por vício formal 
 Consoante o disposto no art. 173, II, do CTN, o direito de a Fazenda 
Pública constituir o crédito tributário extingue-se após o prazo de 5 anos, 
contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver 
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. 
 Trata-se de uma regra bastante tranquila de se entender. Vamos ver um 
exemplo prático: 
 Determinado sujeito passivo é notificado do lançamento de um tributo 
contra ele efetuado. Discordando de alguns aspectos descritos na notificação, o 
sujeito passivo impugna o lançamento. Ao final do litígio, chega-seà conclusão 
que, embora o fato gerador tenha ocorrido, a autoridade que promoveu o 
lançamento não possuía competência para o ato. A consequência disso é a 
anulação do lançamento. 
 De acordo com o que estudamos até o momento, se houve lançamento, 
não há mais contagem de prazo decadencial, e sim prescricional. Contudo, 
veja que o lançamento foi anulado em decorrência de vício formal. 
Observação: 
Vício formal: diz respeito aos requisitos burocráticos. 
Exemplo: competência da autoridade. 
 
Vício material: diz respeito à obrigação tributária. 
Exemplo: não ocorrência do fato gerador. 
 Em decorrência da anulação, a Fazenda Pública deverá promover novo 
lançamento, corrigindo os erros formais ocorridos no lançamento anterior. Para 
isso, ela possui novamente à sua disposição o prazo de 5 anos, contados da 
data da decisão definitiva que anulou o lançamento. 
 
A devolução do prazo decadencial ocorre integralmente, 
ou seja, mais 5 anos para a Fazenda realizar novamente 
o lançamento. Contudo, a regra somente se aplica 
quando o o vício do lançamento é formal. 
 A devolução integral do prazo decadencial é denominada 
interrupção de prazo decadencial. Esse é o entendimento de parte da 
doutrina, e que já foi encampado pelo CESPE. Há quem entenda também que 
se trata de novo prazo decadencial, não havendo interrupção. 
Observação: 
A interrupção de um prazo, seja ele decadencial ou prescricional, indica 
que o prazo antigo é abandonado e novo prazo começar a ser contado 
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novamente. Ou seja, o prazo é integralmente devolvido. 
 
A suspensão de um prazo indica que a contagem é suspensa, retornando, 
quando legalmente determinado, do momento em que havia parado. 
1.5.4 ± Prazo decadencial nos tributos lançados por homologação 
 Na modalidade de lançamento por homologação, o sujeito passivo efetua 
o pagamento antecipado, sem prévio exame da autoridade administrativa. 
Posteriormente, esta homologa o lançamento, extinguindo o crédito tributário. 
 O prazo para homologação, como já foi visto no nosso curso, é de 5 
anos, contados da data da ocorrência do fato gerador (CTN, art. 150, § 
4˾). Se a homologação não ocorrer dentro do prazo, haverá a homologação 
tácita, ou seja, considera-se que o procedimento levado a cabo pelo 
contribuinte estava correto. 
 O curso desse prazo também possui outra função, que é a possibilidade 
de a Fazenda Pública constatar eventuais diferenças que deixaram de 
ser pagas e constituir de ofício tais valores, com base no art. 149, V, do 
CTN. 
 Portanto, o prazo de 5 anos, contados da data da ocorrência do 
fato gerador é o prazo decadencial que a Fazenda possui para homologar a 
atividade do sujeito passivo e, sendo o caso, efetuar lançamento suplementar. 
 Contudo, nem sempre o prazo quinquenal é contado a partir da 
data de ocorrência do fato gerador (CTN, art. 150, § 4º). Há algumas 
exceções que serão vista a partir de agora. 
 Nos casos em que o sujeito passivo não declara nem paga qualquer 
valor até a data do vencimento, aplica-se a regra geral das demais 
modalidades de lançamento, ou seja, o prazo de 5 anos é contado a partir 
do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter 
sido efetuado (CTN, art. 173, I). 
 Por outro lado, se o sujeito passivo declara e paga o crédito 
tributário apenas de forma parcial, a regra é aquela típica dos tributos 
lançados por homologação, ou seja, conta-se 5 anos a partir da data do 
fato gerador (CTN, art. 150, § 4º). 
Observação: Neste caso, como já foi dito, eventuais diferenças ficam 
sujeitas ao lançamento suplementar, realizado de ofício, com base no art. 
149, V, do CTN. 
 Cabe destacar que o próprio § 4º, do art. 150, do CTN, excetua da regra 
dos tributos lançados por homologação quando for comprovada a 
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ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Diante da inexistência de regra 
específica sobre o assunto, aplica-se também nesta situação a regra geral 
da decadência, prevista no art. 173, I, do CTN. 
 Por último, temos também a situação em que o contribuinte presta a 
declaração, mas não efetua o pagamento devido no vencimento. Nesse 
caso, entende o STJ que a declaração do sujeito passivo é suficiente para 
constituir o crédito tributário (sem o respectivo lançamento), 
correndo, a partir da data de vencimento do tributo, o prazo 
prescricional. 
 Nesse sentido, veja a Súmula 436, lavrada pelo STJ: 
Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo 
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra 
providência por parte do fisco. 
 Vejamos um exemplo prático: a Declaração de Débitos e Créditos 
Tributários Federais (DCTF) é uma declaração obrigatória para pessoas 
jurídicas em geral, referindo-se a diversos impostos e contribuições federais. O 
objetivo é informar o fisco sobre os tributos apurados pela empresa. A entrega 
dessa declaração constitui o crédito tributário, dispensando as providências do 
fisco nesse sentido. 
 Há que se destacar que, prestando a declaração desacompanhada de 
pagamento no vencimento, o sujeito ativo da obrigação tributária pode 
inscrever o sujeito passivo em dívida ativa, atividade preparatória para 
promover a ação de execução fiscal. 
 Vamos esquematizar o que vimos até o momento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contribuinte 
declara e 
paga 
DECADÊNCIA ± Lançamento por Homologação 
Art. 150, § 4º Conta-se da data do fato gerador 
Contribuinte 
não declara 
nada 
Art. 173, I Conta-se do 1º dia do ano seguinte 
Dolo, fraude 
ou 
simulação 
Art. 173, I Conta-se do 1º dia do ano seguinte 
Contribuinte 
declara e 
não paga 
Ocorre a constituição do crédito tributário (sem lançamento). 
 
Inicia-se o prazo prescricional, a partir da data de vencimento 
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Observação: Para entender melhor o nosso esquema, lembre-se que o prazo 
é sempre de 5 anos, alterando apenas a data a partir da qual se conta o 
referido prazo. 
1.6 ± Prescrição 
 Como já foi dito, opera-se a prescrição quando não há propositura de 
ação de execução fiscal dentro do prazo estabelecido no CTN, com o 
objetivo de cobrar do sujeito passivo o crédito tributário na via judicial. 
 O prazo para que se promova a ação de execução fiscal é de 5 anos, 
contados da data da constituição definitiva do crédito tributário. 
Dissemos anteriormente que, após o lançamento, o prazo era prescricional, e 
de fato é. Contudo, tal prazo só começa a ser contado a partir do dia em que 
não mais se discute a legitimidade do lançamento, ou seja, a partir do dia 
em que o crédito tributário é considerado definitivamente constituído. 
 Importa-nos saber quando ocorre a constituição definitiva do crédito. 
Novamente, vamos nos lembrar: ao ser notificado do lançamento, o sujeito 
passivo tem um prazo fixado em lei para pagar ou impugnar o lançamento. 
 Caso o sujeito passivo cumpra com a obrigação tributária, pagando o 
tributo contra ele lançado, o crédito tributário é extinto pelo próprio 
pagamento (CTN, art. 156, I). 
 Se, por outro lado, o sujeito passivo impugnar o lançamento, instaura-se 
um litígio entre a Fazenda Pública eo contribuinte ou responsável, em que se 
discute o crédito tributário. Ao final, caso a decisão seja desfavorável ao 
sujeito passivo, mantendo o crédito lançado, ocorre a constituição 
definitiva do crédito tributário. 
 Imaginemos, ainda, que o sujeito passivo, notificado do lançamento, não 
tome qualquer medida para efetuar o pagamento ou impugnar o lançamento. 
Nesse caso, também haverá a constituição definitiva do crédito tributário. 
 Perceba, então, que a constituição definitiva está relacionada ao fato de 
o lançamento não poder mais ser discutido. Afinal de contas, se o prazo 
prescricional é o prazo para a Fazenda promover a execução fiscal do sujeito 
passivo, não faz sentido algum executar algo que não se sabe ao certo 
se continuará existindo (a impugnação pode resultar na anulação do 
cancelamento). 
 Novamente, vale lembrar que o art. 146, III, b, da CF/88, determina que 
cabe à lei complementar definir normas gerais acerca da decadência e 
prescrição tributária. Portanto, somente outra lei complementar poderia 
alterar os prazos ou criar outras regras e restrições. 
 
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1.6.1 ± Interrupção do prazo prescricional 
 O legislador do CTN estabeleceu algumas situações que interrompem o 
prazo prescricional. Interromper significa que o prazo é integralmente 
GHYROYLGR��FRQWDGR�GR�³]HUR´�QRYDPHQWH� 
 Vejamos, então, o que diz o art. 174 do CTN: 
Art. 174 - (...): 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I ± pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que 
importe em reconhecimento do débito pelo devedor. 
 São quatro hipóteses de interrupção do prazo prescricional. Nas três 
primeiras, a interrupção é consequência de ato judicial. Apenas a última se 
refere à possibilidade de o ato ser realizado na órbita administrativa 
(extrajudicial). 
Observação: O inciso IV traz também a única hipótese em que ocorre 
interrupção da prescrição por iniciativa do devedor. 
 
 
Se cair na prova uma questão afirmando a 
possibilidade de o prazo prescricional ser 
interrompido por iniciativa do devedor, a assertiva 
estará correta! 
 O art. 174, I, traz como hipótese interruptiva do prazo prescricional o 
despacho do juiz que ordena citação em execução fiscal. Vamos 
entender o que vem a ser isso! 
 Ao admitir a ação de execução fiscal, o juiz realiza o despacho que 
ordena a citação do devedor, e é esse despacho que faz com que se 
interrompa a prescrição, devolvendo integralmente o prazo de 5 anos à 
Fazenda Pública. 
 Tome muito cuidado, pois antes da LC 118/05, a redação desse inciso 
HUD�³SHOD�FLWDomR�SHVVRDO�IHLWD�DR�GHYHGRU´��2X�VHMD��QmR�HUD�R�GHVSDFKR��PDV�
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a notificação pessoal ao devedor. Na prática, o devedor poderia ³IXJLU´��H�QmR�
ser notificado. Por esse motivo, alterou-se para o momento do despacho 
que ordena a citação. 
 
O que interrompe a prescrição é o despacho, e não a 
citação pessoal! Guarde muito bem isso! 
 No tocante ao protesto judicial, previsto no art. 174, II, do CTN, trata-
se de medida judicial intentada pelo credor (Fazenda Pública), com o objetivo 
de manifestar sua intenção de ver satisfeito o seu direito. 
 De acordo com Eduardo Sabbag2, 
À luz do crédito tributário, o protesto judicial somente se justifica na 
hipótese de a Fazenda estar impossibilitada de ajuizar a execução fiscal, 
diante da iminência do término do prazo prescricional. 
 Em relação aos atos judiciais que constituam em mora o devedor 
(CTN, art. 174, III), deve-se destacar que são as notificações, intimações ou 
interpelações judiciais, com a finalidade de manifestar a intenção do credor em 
receber a dívida. Podemos afirmar, então, que o protesto judicial, disposto no 
inciso anterior, está contido entre os atos judiciais que constituam em mora o 
devedor. 
 Por último, quando o art. 174, IV, mencionou ato do devedor, ainda 
que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito, não quis 
dizer nada além da conhecida confissão de dívida, que pode ocorrer tanto 
na esfera administrativa como na judicial. 
 Imagine que a autoridade administrativa tenha realizado o lançamento 
de algum tributo e notificou o devedor. Considere ainda que o contribuinte 
manteve-se inerte, ou seja, não pagou nem impugnou o lançamento dentro do 
prazo previsto na legislação do respectivo ente federativo. Ocorrida a 
constituição definitiva do crédito tributário, tem início o prazo prescricional, 
para que se promova a ação de execução fiscal. 
 Passados dois anos, o devedor solicita à Fazenda o parcelamento de 
referido débito. Obviamente, o sujeito passivo está nesse momento 
reconhecendo que possui uma dívida com o Fisco. Interrompe-se, então, 
a prescrição, fazendo com que o Fisco tenha novamente 5 anos para promover 
a execução fiscal. 
 
2 SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 5ª Edição. 2013. Pág. 829. 
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São exemplos típicos de confissão de dívida: pedido de 
parcelamento e pedido de compensação de débito. 
 Por fim, é importante ressaltar que a consulta administrativa não é 
modo de interrupção de prescrição. Guarde muito bem isso, pois esse é o 
entendimento do STJ (EDcl no REsp 87.840/BA). 
1.6.2 ± Suspensão do prazo prescricional 
 Distintamente do que ocorre com a interrupção da prescrição, na 
suspensão, o prazo deixa de ser contado, até que se encerre a situação 
o que suspendeu. Após esse evento, continua-se o curso do prazo 
prescricional do ponto onde havia parado. Ou seja, não há devolução 
integral do prazo, mas apenas suspensão temporária. 
 O CTN não dispôs expressamente sobre a suspensão da 
prescrição, mas a doutrina e a jurisprudência reconhecem hipóteses de 
prescrição, previstas indiretamente no CTN, em decorrência da lógica de 
aplicação dos dispositivos ali prescritos. 
 Em primeiro lugar, vamos nos lembrar das hipóteses de suspensão do 
crédito tributário. Vimos que o que se suspende não é o direito de lançar, mas 
sim a exigibilidade do crédito, impedindo a Fazenda Pública de promover 
a ação de execução fiscal. 
 
Observação: A execução fiscal é disciplinada pela Lei 6.830/1980, a 
conhecida Lei de Execuções Fiscais, ou simplesmente LEF. 
 Nessa esteira, se a Fazenda está impedida de promover a ação de 
execução fiscal, não há lógica alguma em correr o prazo prescricional, que tem 
como objetivo justamente punir o sujeito ativo, por se manter inerte em 
relação ao seu direito de exigir a dívida tributária, por meio da execução fiscal. 
 Dessa forma, devemos memorizar que, se há suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, também estará suspenso o curso do 
prazo prescricional. 
 
A suspensão do prazo prescricional permanecerá até que 
o crédito se torne exigível. 
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 Cabe destacar também que quando a moratória em caráter individual 
for obtida fraudulentamente (dolo ou simulação), o tempo decorrido entre 
a sua concessão e a revogação não é contado para fins de prescrição, 
conforme consta no par. único do art. 155. Sendo assim, pode-se 
visualizar mais uma hipótese de suspensão do prazo prescricional. 
 Como o art. 155 também se aplica aos outros benefícios fiscais 
(MARIPA) previstos no CTN, quando concedidos de modo individual, podemos 
dizer que também haverá suspensão da prescrição, se houver situação 
semelhante à qual acabamos de estudar, ou seja, a obtenção fraudulenta de 
moratória, anistia, remissão, isenção e parcelamento. 
 A título de exemplo, caso o sujeito passivo se passe por outra pessoa 
para fazer jus à isenção de caráter individual no ano de 2013, e o Fisco 
descubra a fraude perpetrada em 2015, revogando-a, esses dois anos (entre a 
concessão e a revogação) não são contados para fins de prescrição. Portanto, 
houve suspensão do prazo prescricional por dois anos. 
 Outro caso de suspensão da prescrição é o disposto no art. 2º, § 3º, da 
Lei 6.830/1980 (LEF), cuja redação é a seguinte: 
§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da 
legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e 
certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de 
direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se 
esta ocorrer antes de findo aquele prazo. 
 Como funciona isso? Lembre-se de que, com o lançamento, a dívida se 
torna exigível, mas é somente após a inscrição do crédito tributário em 
dívida ativa que este se torna exequível, isto é, passível de execução 
judicial. Portanto, para promover a ação de execução fiscal, é necessário que a 
Fazenda Pública inscreva o crédito tributário em dívida ativa. 
Observação: No âmbito federal, essa tarefa cabe à Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional (PGFN), responsável por efetuar o exame de legalidade, 
certeza e liquidez. 
 Desse modo, a LEF definiu que a inscrição do crédito tributário em dívida 
ativa suspende a prescrição por 180 dias, ou até a distribuição da execução 
fiscal, se esta ocorrer antes daquele prazo. 
 Isso significa que, inscrito o crédito, a Fazenda Pública tem um 
acréscimo de até 180 dias para promover a ação de execução fiscal, até que 
esta seja distribuída. Depois disso, o prazo volta a fluir, mas logo a seguir, com 
o despacho do juiz ordenando a citação (CTN, art. 174, I), ocorre a interrupção 
da prescrição, o que faz com que o prazo de 5 anos seja integralmente 
restituído. 
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 A grande discussão doutrinária e jurisprudencial é que a LEF não poderia 
tratar de prescrição tributária, por ser tema cuja regulamentação compete 
exclusivamente à lei complementar, nos termos do art. 146, III, b, da CF/88. 
Nesse sentido, para o STJ (REsp 249.262/DF), a LEF não pode estipular 
causa de suspensão do prazo prescricional não prevista no CTN. Sendo assim, 
o art. 2º, § 3º, da LEF, não pode ser aplicado para execuções fiscais de 
dívida ativa de natureza tributária. 
1.6.2.1 ± Prescrição Intercorrente 
 Há, na LEF, mais uma previsão de suspensão do prazo prescricional. 
Trata-se dos casos em que, no curso da ação de execução fiscal, não for 
localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a 
penhora (art. 40): 
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for 
localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a 
penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição. 
 Desta forma, enquanto não localizado o devedor ou encontrados bens 
sobre os quais possa recair a penhora, admite-se a suspensão da execução 
fiscal, e a consequente suspensão da prescrição pelo prazo máximo de 
um ano. Se até então não for localizado o devedor ou encontrados bens 
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos (LEF, art. 40, § 2º): 
Art. 40: 
(...) 
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado 
o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o 
arquivamento dos autos. 
 Findo o prazo de um ano, com o arquivamento dos autos, tem início o 
curso do prazo prescricional. Isso significa que, após o prazo de cinco anos 
(prescrição), o Juiz poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente, e 
decretá-la de imediato, extinguindo o processo, com a extinção do crédito 
tributário. 
Nesse sentido, o STJ editou a seguinte súmula: 
Súmula STJ 314 ± Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, 
suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da 
prescrição quinquenal intercorrente. 
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 É importante que o candidato esteja ciente de que o prazo prescricional, 
na realidade, se inicia com a constituição definitiva do crédito tributário. Não 
se esqueça, no entanto, que com a propositura de ação de execução fiscal, a 
prescrição se interrompe pelo despacho do juiz que ordenar a citação do 
executado (devedor). Portanto, o prazo prescricional retorna ao início. 
 Quando o prazo quinquenal começa a ser novamente contado? Neste 
caso, é interessante seguir a supracitada Súmula 314 do STJ, ou seja, a partir 
da data em que se encerra o período de um ano de suspensão do processo. 
 
O prazo prescricional também pode ser citado na prova 
como ³LQWHUUHJQR�SUHFOXVLYR´. Fique atento(a)! 
1.6.2.2 ± Resumo das Hipóteses de Suspensão da Prescrição 
 Podemos citar como situações em que o prazo prescricional é suspenso 
as seguintes: 
x Suspende-se o prazo prescricional enquanto o crédito tiver sua 
exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151 (moratória, depósito do 
montante integral, reclamações e recursos administrativos, liminares ou 
tutelas antecipadas e parcelamento). 
x Suspende-se o prazo prescricional quando a moratória for concedida 
individualmente, em decorrência de artifício doloso, até que ocorra 
a revogação do benefício. Tal regra também se aplica aos seguintes 
benefícios fiscais: anistia, remissão, isenção e parcelamento. 
x Suspende-se o prazo prescricional com a inscrição do crédito 
tributário em dívida ativa por 180 dias, ou até a distribuição da execução 
fiscal, se esta se der primeiro. 
x Suspende-se por até um ano o prazo prescricional, quando não for 
localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, no curso do 
processo de execução fiscal. 
1.7 ± Consignação em pagamento 
 A consignação em pagamento tem tudo a ver com a forma de extinção 
³SDJDPHQWR´�� WDQWR�p�TXH�R�SUySULR�&71�D� LQFOXLX�GHQWUR�GD�VHomR�TXH�FXLGD�
daquela modalidade de extinção do crédito tributário. 
 A ação de consignação em pagamento é movida no âmbito do 
Poder Judiciário, com o objetivo de que o sujeito passivo exerça o seu 
direito de pagar e quitar a obrigação tributária, quando se encontra 
impedido pelo próprio credor. 
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 ³&RPR� DVVLP�� SURIHVVRU"´� e� LVVR� PHVPR� R� TXH� YRFr� RXYLX�� SRGH�
acontecer, entre outras situações possíveis, de o credor recusar o pagamento 
do tributo, condicionando-o ao pagamento de outra obrigação. 
 Vamos ver as hipóteses que foram previstas no art. 164 do CTN:

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