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DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO AULA N0 7 Concurseiro! É bom estar com você novamente. Espero que você esteja acompanhando bem nossas aulas. Hoje estudaremos os seguintes assuntos, referentes aos artigos de 156 a 182 do CTN: 1) Extinção do Crédito Tributário; e 2) Exclusão do Crédito Tributário. CAPÍTULO IV Extinção do Crédito Tributário Extinção, como o próprio nome já diz, é o término da relação jurídico-tributária entre o sujeito passivo e o sujeito ativo em relação a um determinado crédito existente. De acordo com o artigo 141 do CTN, o crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, portanto a lista das modalidades de extinção abaixo é taxativa. Vamos analisar cada uma das modalidades em separado. SEÇÃO I Modalidades de Extinção Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I- o pagamento; Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 1 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O pagamento é a modalidade de extinção do crédito mais comum que existe. Vamos estudar mais detalhes sobre esta modalidade quando chegarmos aos artigos 157 a 162. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: II - a compensação; Nesta modalidade, tanto o sujeito ativo, quanto o sujeito passivo é credor e devedor um do outro. Não necessariamente do mesmo montante. Digamos que você seja contribuinte do imposto de renda pessoa física e, no exercício de 2009, teve como resultado de sua declaração de ajuste anual um imposto a pagar de R$ 1.000,00. Como você tinha que fazer um bom curso preparatório para concursos, não teve como pagar integralmente o valor e solicitou parcelamento, o qual foi deferido. No exercício seguinte o resultado da declaração de ajuste anual do imposto de renda foi imposto a restituir de R$ 400,00. Nesse contexto, a Receita Federal enviará uma correspondência para o seu domicílio tributário, informando que, caso você aceite, poderá compensar o débito com o crédito, restando a parcela de R$ 600,00, a qual continuará parcelada. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 2 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A compensação está disciplinada no artigo 170 deste CTN, que veremos depois. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: III - a transação; A transação é outra modalidade de extinção do crédito tributário, em que o credor e devedor, mediante negociação, extingue o crédito, evitando um litígio. O artigo 171 irá detalhar esta modalidade. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: IV - remissão; A remissão, nós vimos que é o perdão da dívida do sujeito passivo. Lembra? Remissão • missa • perdão Há necessidade de lei específica para concessão da remissão, conforme artigo 150, §6° do CTN. As regras de remissão serão vistas no artigo 172. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 3 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Art. 156. Extinguem o crédito tributário: V - a prescrição e a decadência; A decadência é o prazo que a Administração Tributária tem para efetuar o lançamento, constituindo o crédito tributário. Com a constituição do crédito, o sujeito ativo espera receber esse valor. Se o sujeito passivo não recolher aos cofres públicos, o Estado deverá cobrar a dívida, primeiramente de forma amigável e se tiver insucesso, a cobrança será judicial. O prazo para ajuizamento dessa ação judicial é o que chamamos de prazo prescricional. Os casos de decadência e prescrição ocorrem por inércia do Poder Público em não efetuar o lançamento, ocorrendo a decadência, e de não ajuizar a ação de execução fiscal para a cobrança da dívida tributária, prescrevendo a ação. Esgotados os prazos, o Estado perderá o poder do lançamento, no caso da decadência e não poderá ajuizar ação de execução, no caso da prescrição. É importante notar, que se houver a decadência, não há o que se falar em prescrição, porque há necessidade de se constituir o crédito para que se ajuíze a ação de execução fiscal. A perda do direito ocorre com a decadência e a perda da ação é a prescrição. Nos dois casos a perda do prazo implica extinção do crédito. A Fazenda Pública, ao correr o prazo decadencial, não poderá mais lançar, devendo reconhecer de ofício a decadência e extinguindo o débito do sujeito passivo. Caso o sujeito passivo tenha recolhido aos cofres públicos o total da dívida ou mesmo parcial, é dever da administração tributária restituir o valor pago com acréscimos moratórios. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 4 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO No artigo 173, explicarei como se faz a contagem do prazo decadencial, que vimos ser de 5 anos, como regra geral. A prescrição será detalhada logo após, no artigo 174. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: VI - a conversão de depósito em renda; Vimos que, em recursos e reclamações na esfera administrativa e em ação judicial, em que ocorra o depósito do montante integral pelo sujeito passivo, a administração não poderá cobrar o débito, pois o depósito suspende a exigibilidade do crédito, além de estancar o fluxo dos acréscimos moratórios. Ao final do litígio administrativo ou judicial, caso a Fazenda saia vencedora, haverá a conversão em renda da União, ou seja, todo o montante mais os juros que correram, por estar o montante em conta- investimento, serão transferidos para a Fazenda Pública extinguindo o crédito tributário. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1° e 4°; Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 5 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Vamos recordar que, no lançamento por homologação, o sujeito passivo tem a obrigação de calcular e recolher o tributo devido sem prévia ação da administração. O parágrafo 4° do artigo 150, em que estudamos sobre o lançamento por homologação, nos diz que o pagamento antecipado pelo obrigado nos termos do artigo 150 extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Com isso, cabe a administração conferir os procedimentos adotados pelo sujeito passivo para a confirmação da extinção do crédito. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2° do artigo 164; Vamos estudar no artigo 164 que a ação de consignação em pagamento é uma ação judicial, na qual o autor, sujeito passivo da obrigação tributária, requer o pagamento do crédito que ele acha devido e também pelo fato de a Fazenda recusar o recebimento ou subordinar o recebimento a outras obrigações ou, ainda, por estar sendo, o mesmo crédito, exigido por parte de mais um sujeito ativo. Nesses casos, o sujeito passivo não vê outra solução, senão a de ajuizar a ação de consignação em pagamento para garantir a extinção do crédito. O sujeito passivo reconhece a dívida, porém não consegue pagá-la pela via administrativa. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 6 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Lembre-se: Consignação em pagamento: > Extingue o crédito ao término da ação, sendo julgada procedente. Vence o autor, sujeito passivo. > O depósito é o montante que o sujeito passivo julga correto. > Ocorre a intenção do pagamento, com o reconhecimento por parte do sujeito passivo da dívida. > A ideia do sujeito passivo é pagar. Depósito do montante integral: > Suspende a exigibilidade do crédito tributário. > O depósito tem que ser o montante que a Fazenda entenda ser o correto. > Ocorre a discussão do valor a ser pago pelo tributo devido. > A ideia do sujeitopassivo é suspender a exigência do crédito. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: IX- a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; Decisão administrativa irreformável é aquela em que não há possibilidade do sujeito passivo recorrer. Podemos citar dois casos de decisão administrativa irreformável. O primeiro é o caso de decisão do órgão julgador administrativo de última instância. O segundo é o caso em que o contribuinte perde o prazo de impugnação e solicita a revisão de ofício para verificação de fatos materiais. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 7 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO No segundo caso, se o contribuinte não tiver sucesso no seu pedido, não existe previsão legal para recurso na esfera administrativa. Nos dois casos acima citados, em caso de decisão favorável ao sujeito passivo é lógico que a Fazenda Pública, que decidiu a favor do sujeito passivo, e o próprio sujeito passivo não vão ajuizar ação para discutir o crédito. Por essa razão o CTN determina a extinção do crédito tributário, caso não haja ação anulatória da decisão administrativa, por parte do Estado. Somente podemos imaginar o ajuizamento da ação anulatória da decisão administrativa em caso de grave vício das autoridades julgadoras. Por dentro da Receita Federal... A Procuradoria da Fazenda Nacional, PFN, é órgão vinculado ao Ministério da Fazenda que tem a função de representar o Estado em ações judiciais, cujo objeto seja tributário. Além dessa e de outras funções, cabe à PFN fazer o controle da legalidade dos atos emanados da Receita Federal. Nesse ponto e no escopo do estudo deste artigo, pode a PFN ajuizar ação anulatória da decisão administrativa em que houve o afastamento da aplicação da legislação tributária. São casos raros. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: X - a decisão judicial passada em julgado. Como vimos no inciso IX acima, a decisão administrativa irreformável extingue o crédito tributário. No caso de ação judicial que tenha objeto a discussão do crédito tributário ocorre o mesmo, se não mais houver a possibilidade de recurso e a decisão seja favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário estará extinto. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 8 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Art. 156. Extinguem o crédito tributário: XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. A dação em pagamento em bens imóveis é a possibilidade de o contribuinte quitar sua dívida tributária, entregando determinado imóvel, seja casa, apartamento ou terreno de sua propriedade. Repare que é somente bens IMÓVEIS. Caberá à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios disciplinarem, em lei ordinária, a forma e condições da quitação. Como exemplo, podemos citar a Lei do Município de Belo Horizonte n° 9.814, de 18 de janeiro de 2010: "Art. 14 - Fica o Executivo autorizado a receber, conforme dispuser o regulamento desta Lei, imóvel a ser vinculado ao PMCMV destinado a famílias com renda de até 3 (três) salários mínimos através de dação em pagamento para quitar créditos tributários originários do IPTU e do ITBI incidentes sobre o imóvel objeto da dação. § 1° - O proprietário do imóvel, objeto da dação em pagamento, não receberá qualquer outro tipo de ressarcimento que não a quitação do crédito tributário." Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 9 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO EIS A QUESTÃO! 1) (TRF/2003/ESAF) Verifique os quadros abaixo e relacione cada uma das alíneas do primeiro quadro com uma das opções do segundo. Assinale, a seguir, a opção correta. V - a moratória, concedida por lei em caráter geral ou concedida em caráter individual, com base em lei autorizativa. W - a remissão. X - a consignação em pagamento, julgada procedente. Y - a anistia concedida em caráter geral ou limitadamente. Z - a conversão do depósito do montante integral do crédito em renda. 1. Suspende a exigibilidade do crédito tributário 2. Extingue o crédito tributário 3. Exclui o crédito tributário a) V2 W3 X1 Y2 Z4 b) V1 W2 X2 Y3 Z2 c) V2 W2 X2 Y2 Z3 d) V3 W1 X3 Y3 Z1 e) V1 W3 X1 Y1 Z2 Solução: A concessão da moratória é sempre caso de suspensão, não importando se em caráter individual ou geral. A remissão, a consignação em pagamento, julgada procedente e a conversão do depósito do montante integral do crédito em renda são casos de extinção do crédito tributário. A anistia em caráter geral ou limitadamente é caso de exclusão do crédito tributário. A resposta certa é a letra "b". Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 10 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO 2) (AFRF/2003/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) A dação em pagamento em bens móveis, a remissão, a compensação e a decadência extinguem o crédito tributário. ( ) O parcelamento concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica, o depósito do montante integral do crédito tributário, a homologação do lançamento e a concessão de medida liminar em mandado de segurança suspendem a exigibilidade do crédito tributário. ( ) As disposições do Código Tributário Nacional, relativas ao parcelamento, aplicam-se,subsidiariamente, à moratória. a) V, V, F b) V, F, V c) V, V, V d) F, F, V e) F, F, F Solução: A primeira afirmativa é falsa. A remissão, a compensação e a decadência extinguem o crédito tributário, porém somente a dação em pagamento em bens imóveis extingue o crédito. A segunda afirmativa é falsa. A homologação do lançamento é caso de extinção. Os outros casos, realmente, suspendem a exigibilidade do crédito tributário. A terceira afirmativa é falsa. As disposições do Código Tributário Nacional, relativas à moratória, aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento, e não o contrário. Base legal: CTN art. 155-A; §2°. A resposta certa é a letra "e". 3) (ESAF/Procurador DF/2004) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a opção de resposta correta. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 11 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO • Extinguem o crédito tributário a decisão administrativa irreformável (decisão definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória), a remissão e a anistia? • A remissão, a compensação, a decadência e a dação em pagamento em bens móveis extinguem o crédito tributário? • Suspendem a exigibilidade do crédito tributário o depósito do seu montante integral, as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, a isenção e a concessão de tutela antecipada em ação judicial? • O Código Tributário Nacional admite que a autoridade administrativa, desde que observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária, desconsidere atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária? a) Não, sim, sim, não b) Não, não, não, sim c) Não, sim, não, sim d) Sim, não, não, não e) Sim, sim, sim, não Solução: A resposta à primeira pergunta é não. Extinguem o crédito tributário a decisão administrativa irreformável (decisão definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória) e a remissão. A anistia é caso deexclusão do crédito tributário. Base legal: CTN art. 156 para os casos de extinção e art. 175 para os casos de exclusão. A resposta à segunda pergunta é não. A remissão, a compensação, a decadência e a dação em pagamento em bens imóveis extinguem o crédito tributário. Dação em pagamento de bens móveis não consta no rol do artigo 156 do CTN. A resposta à terceira pergunta é não. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário o depósito do seu montante integral, as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo e a concessão de tutela antecipada em ação judicial. A isenção é caso de exclusão do crédito. Base legal: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 12 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO CTN artigo 151 para casos de suspensão e artigo 175 para casos de exclusão. A resposta à quarta pergunta é sim. Esse texto da pergunta é o que diz o artigo 146 do CTN. A resposta certa é a letra "b". 4) (AFRF/2003/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) A dação em pagamento em bens móveis, a remissão, a compensação e a decadência extinguem o crédito tributário. ( ) O parcelamento concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica, o depósito do montante integral do crédito tributário, a homologação do lançamento e a concessão de medida liminar em mandado de segurança suspendem a exigibilidade do crédito tributário. ( ) As disposições do Código Tributário Nacional, relativas ao parcelamento, aplicam-se, subsidiariamente, à moratória. a) V, V, F b) V, F, V c) V, V, V d) F, F, V e) F, F, F Solução: Na primeira afirmação está errado o item: dação em pagamento em bens móveis. O artigo 156 do CTN indica bens imóveis para extinção do crédito. A segunda afirmação está errada. A homologação do lançamento é causa de extinção do crédito tributário, conforme artigo 156 do CTN. A terceira afirmação está errada. A sentença está invertida. As disposições do Código Tributário Nacional, relativas à moratória, aplicam-se subsidiariamente, ao parcelamento. CTN art. 155-A, § 2 °. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 13 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A resposta certa é a letra "e". 5) (ATM/NATAL/2008/ESAF) Entre as opções abaixo, qual não pode ser considerada causa de extinção do crédito tributário. a) A transação. b) O parcelamento. c) A remissão. d) A consignação em pagamento. e) A decisão judicial passada em julgado. Solução: Somente a remissão é causa de extinção do crédito tributário, conforme art. 156 do CTN. Base legal: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI - o parcelamento. A resposta certa é a letra "c". 6)(FGV/Fiscal/RJ/2009) De acordo com a redação do Código Tributário Nacional (artigo 156), analise as afirmativas a seguir: I. Novação: extingue a obrigação tributária mediante a criação de uma outra que substituirá a primeira. II. Confusão: desde que, na mesma pessoa, se confundam as qualidades de credor e devedor. III. Anistia: dispensa o pagamento das multas provenientes da desobediência à legislação tributária. Não podem ser mencionada(s), expressamente, como modalidade(s) de extinção do crédito tributário: (A) as afirmativas I, II e III. (B) somente as afirmativas II e III. (C) somente as afirmativas I e III. (D) somente as afirmativas I e II. (E) somente a afirmativa II. Solução: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 14 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A afirmativa I está incorreta, posto que a novação não foi prevista no rol estatuído pelo artigo 156 do CTN como causa extintiva da obrigação tributária. A afirmativa II está incorreta. A confusão não foi contemplada pelo legislador tributário como causa extintiva dos créditos dessa natureza. A afirmativa III está incorreta pelo fato de a anistia se configurar como causa de exclusão do crédito tributário, conforme o artigo 175 do CTN. A resposta certa é a letra "a". 7)(FGV/Fiscal/RJ/2009) Com relação às formas de extinção do crédito tributário, analise as seguintes afirmativas: I. A dação em pagamento, consoante o artigo 156 do Código Tributário Nacional, pode ocorrer tanto em relação aos bens móveis como aos bens imóveis. II. A impossibilidade do pagamento, no sistema brasileiro, é forma legalmente (Código Tributário Nacional) prevista de extinção do crédito tributário. III. O crédito tributário será extinto por decisão administrativa favorável ao contribuinte contra a qual não possa mais ser oposto recurso ou ação anulatória. Assinale (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa III estiver correta. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. Solução: A afirmativa I está incorreta. Consoante o disposto no inciso XI do artigo 156 do Código Tributário Nacional, a dação em pagamento somente é cabível no caso de bens imóveis. A afirmativa II está incorreta. A impossibilidade do pagamento, embora seja previsto em outros sistemas jurídicos estrangeiros, não é Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 15 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO contemplado no brasileiro - está fora do âmbito do no artigo 156 do CTN (hipóteses de extinção do crédito tributário); A afirmativa III está correta. No caso de se tratar de decisão administrativa favorável ao contribuinte, contra a qual não seja mais possível a interposição de recurso ou ação anulatória, estará definitivamente extinto o crédito tributário. A resposta certa é a letra "b". 8)(FGV/Fiscal/RJ/2010) O Código Tributário Nacional, em seu artigo 156, relaciona expressamente as hipóteses de extinção do crédito tributário. As alternativas a seguir apresentam hipóteses que estão inseridas na extinção do crédito tributário, à exceção de uma. Assinale- a. (A) Novação. (B) Dação em pagamento com bens imóveis. (C) Transação. (D) Compensação. (E) Pagamento antecipado e homologação do lançamento. Solução: Ao rol expresso no artigo 156 do Código Tributário Nacional silencia a respeito da novação, assim entendida como a extinção de uma obrigação mediante a criação de outra que substituirá a primeira. As outras letras constam do artigo 156 do CTN. A resposta certa é a letra "a". 9) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) São tributos de competência municipal: (A) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto sobre a prestação de serviço de comunicação e imposto sobre a propriedade territorial rural. (B) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto sobre a transmissão onerosa, intervivos, de bens imóveis e imposto sobre a propriedade predial urbana. (C) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, imposto sobre a transmissão onerosa, intervivos, de bens imóveis e imposto sobre a propriedade territorial rural. (D) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis e imposto sobre a prestação de serviço de comunicação. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 16 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO (E) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre serviços de qualquer natureza, definidos em leicomplementar e não- compreendidos na tributação do ICMS, e imposto sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis. Solução: A competência para instituir tributos é atribuída pela CF. Na dicção do art. 156 da CF compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. A resposta certa é a letra "e". SEÇÃO II Pagamento Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. Como dissemos anteriormente, vamos analisar nos próximos artigos as peculiaridades do pagamento. Apesar das controvérsias a respeito do uso do verbo "ilidir" neste artigo, este estabelece que o valor do tributo, que chamamos de principal, não está incluído no cálculo da multa, apesar de servir de base. "Elidir" (com e), significa "eliminar", "suprimir". "Ilidir" (com i), significa "chocar", "contestar". Em outras palavras, somente o pagamento da multa não extingue o crédito tributário. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 17 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. No inciso I, temos referência ao parcelamento ou à moratória parcelada. O CTN afirma, como uma determinação lógica, que não basta o sujeito passivo pagar uma ou algumas prestações devidas para que o crédito tributário seja extinto. No caso do inciso II, o pagamento total de um crédito, esse não dividido em prestações, não comprova a quitação de outras dívidas existentes. Esses casos acima podem parecer simples, mas vamos imaginar que um sujeito passivo, necessitando tirar uma certidão negativa de débito, vai à repartição tributária competente e apresente a última cota paga, de um débito que foi parcelado, para comprovar o pagamento de sua dívida. O servidor responsável deverá confirmar se as outras cotas foram pagas, se há outros débitos em exigência ou mesmo processos de cobrança e procedimentos de fiscalização em andamento para emissão da certidão negativa de débitos. O aluno mais atento me chamaria atenção para os fatos acima. Diria que, em caso de fiscalização, não teria ocorrido o lançamento, porém esse aluno aplicado poderia estar esquecendo o fato de a autoridade fiscal ter lançado, porém ainda não ter incluído o lançamento no sistema informatizado. Outro fato importante é que o contribuinte tem o dever de guardar todos os comprovantes, relativos ao exercício em questão por cinco anos em geral, prazo de decadência. Falo isso, porque pode acontecer, por exemplo, de um pagamento recolhido não estar na base Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 18 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO do sistema informatizado da Fazenda Pública, responsável pelo controle do crédito. Pode acontecer de o DARF ter sido pago com algum campo incorreto, como o código do tributo ou exercício a que se refira, fato que fará com que esse pagamento não quite o correspondente débito. Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo. Em geral, na legislação tributária, encontramos a orientação aos cidadãos a respeito do local, no qual os pagamentos são efetuados. Caso haja silêncio na legislação tributária segue-se a regra do CTN. Na prática, não existe pagamento nas repartições públicas. Todo o sistema é informatizado e integrado ao sistema bancário. Os contribuintes, no caso federal, preenchem o DARF, se dirigem ao banco mais conveniente e efetua o pagamento. Há casos em que os tributos e seus acréscimos são recolhidos diretamente da conta bancária do sujeito passivo. Por exemplo, nos impostos de comércio exterior da pessoa jurídica ou parcelamento de tributos da pessoa física. Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 19 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Novamente, quando a legislação tributária não dispuser em relação ao prazo de pagamento, o disposto neste artigo deve ser seguido. O pagamento, regra geral, deve ser efetuado dentro de 30 dias depois a ciência da notificação de lançamento ou auto de infração. Por dentro da Receita Federal... A notificação de lançamento, resultante do lançamento, referente à declaração do imposto de renda pessoa física, que teve como resultado imposto a pagar, traz, em seu texto, a informação de que o contribuinte está intimado a recolher ou impugnar, no prazo de 30 dias, contados da ciência da notificação de lançamento. Se o sujeito passivo pagar no prazo de vencimento, a multa de ofício será reduzida em 50%. Se houver parcelamento, dentro do mesmo prazo, a multa de ofício será reduzida em 40%. Outros exemplos são o IPTU e o IPVA, em que o município e o estado, respectivamente, geralmente, concedem descontos para quem paga em cota única, ou seja, à vista. Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1° Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2° O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. O artigo 161 do CTN determina que, se o crédito não for pago integralmente no vencimento, ele será acrescido de juros de mora. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 20 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Os juros de mora é a atualização monetária do valor que deveria ser pago em data pretérita. Além dos juros de mora, se o sujeito passivo não for pontual no recolhimento do montante devido, ele será punido com a imposição da multa de mora, em função do atraso. Os juros de mora não são considerados como uma forma punitiva, sendo apenas atualização monetária, porém a multa de mora tem caráter punitivo sendo aplicado quando há atraso no pagamento. A imposição dos juros de mora e da multa moratória pode ser aplicada cumulativamente. Geralmente, a legislação tributária determina o valor da multa de mora, somente se não houver manifestação da legislação aplicada será aplicada a regra constante do parágrafo 1°. O parágrafo 2° diz que a multa de mora e os juros moratórios não serão imputados na hipótese de consulta formulada pelo sujeito passivo, no prazo de pagamento do crédito, que constar na legislação, até o momento da ciência ao contribuinte da resposta da consulta. O devedor pode protocolizar, dentro do prazo para o recolhimento do tributo, processo de consulta para que a Fazenda Pública informe acerca das dúvidas pertinentes. Importante! O processo de consulta somente suspende os acréscimos moratórios temporariamente. NÃO há suspensão do crédito. Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papelselado, ou por processo mecânico. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 21 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Pela definição de tributo, chegamos logo à conclusão que o Estado precisa de dinheiro para cumprir suas obrigações, portanto o primeiro meio de pagamento apresentado pelo CTN é o que chamamos de "dinheiro vivo". Conforme definição constante do site dos Correios: "Vale Postal é o serviço de transferências financeiras nacionais dos Correios, que facilita o envio de dinheiro entre remetentes e destinatários localizados dentro do território brasileiro". Cheque é ordem de pagamento à vista. Vimos acima que o primeiro caso do inciso I, o sujeito passivo vai ao banco e paga o débito em dinheiro. No segundo, ele também vai ao banco e entrega o cheque e o dinheiro sai da conta dele e vai para a Fazenda e no terceiro, ele vai aos Correios e transfere o dinheiro dele para a Fazenda Pública. Vimos que dá tudo no mesmo...concorda? O inciso II necessita de lei para ter eficácia. Estampilha e papel selado, espécies de selo, eram usados em documentos ou outros produtos para comprovar o pagamento do tributo. O processo mecânico também era usado para comprovação do pagamento nas repartições da Fazenda Pública com a autenticação. Vimos que, além de depender de lei, esses procedimentos acima estão em desuso. O uso de selos é destinado a aplicações em determinadas bebidas alcoólicas, para controle do IPI. O produtor da bebida compra os selos da Receita Federal, comprovando, com isso, o pagamento do IPI. A Receita Federal tenta fazer esse tipo de controle, inclusive, para outras bebidas e produtos. Art. 162. O pagamento é efetuado: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 22 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO § 1° A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. Neste parágrafo 1°, a Fazenda, para garantir o recebimento do dinheiro, pode, por meio da legislação, definir mecanismos para os pagamentos em cheque ou vale postal. As garantias, na verdade, já existem em relação ao cheque. O cruzamento do cheque, colocando o nome do favorecido e a compensação bancária são as maiores garantias que o cheque pode ter. Somente, como uma explicação simples para a parte final do parágrafo acima, podemos dizer que as garantias não podem fazer com que o sujeito passivo não consiga pagar. Essas garantias também não devem fazer com que o valor, a ser pago pela Fazenda a terceiros por elas, seja desproporcional à arrecadação. Imagine hoje em dia se o banco, para o recebimento de um pagamento, cobrasse 50 % do valor deste como taxa de administração? Realmente, não seria viável. A regra acima era possível e viável no passado, porém no momento atual não são mais necessários esses mecanismos, pois os pagamentos se fazem por meio bancário, o que assegura a transferência do dinheiro para Fazenda Pública. Na prática, atualmente, a administração tributária somente considera efetuado o pagamento quando há um "encontro de contas", quero dizer, quando o dinheiro do débito que consta no sistema informatizado da Fazenda Pública entra no Tesouro Nacional ou seu equivalente nos estados e municípios. Art. 162. O pagamento é efetuado: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 23 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO § 2° O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. Este parágrafo 2 ° considera que somente se considera extinto o crédito pago por cheque após a compensação bancária. Como foi falado no parágrafo anterior, na prática, a autoridade fiscal verificará, no sistema informatizado, se o débito possui o correspondente pagamento. Art. 162. O pagamento é efetuado: §3° O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150. A estampilha, tal qual um selo, depois de afixada não é possível a sua utilização em outro local. Quando a estampilha é afixada torna o crédito tributário extinto. O parágrafo acima ressalva os caso em que há lançamento por homologação, em que é necessária a homologação da atividade do sujeito passivo para extinção do crédito. Art. 162. O pagamento é efetuado: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 24 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO § 4° A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. Se o sujeito passivo errou na utilização da estampilha, perdeu, destruiu ou errou no pagamento, não será possível requerer restituição do valor pago. Somente em dois casos seria possível a restituição: ou em virtude de expressa disposição da legislação tributária ou erro da autoridade fiscal. Art. 162. O pagamento é efetuado: § 5° O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha. Este parágrafo não é de muita eficácia, pois, como dissemos, estes três métodos são comprobatórios do pagamento do tributo. EIS A QUESTÃO! 10) (AFRF/2000/ESAF) Marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando em seguida a opção correspondente. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 25 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO ( ) O pagamento é efetuado em moeda corrente, cheque ou vale postal, e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. ( ) A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal ( ) Se o cheque dado em pagamento não for liquidado, o pagamento do tributo não se considera feito a) F, F, F b) V, V, F c) V, F, F d) V, V, V e) F, F, V Solução: A primeira assertiva é verdadeira. É o que diz o artigo 162 do CTN. A segunda assertiva é verdadeira. Trata-se de assunto do parágrafo 1° do artigo 162 do CTN. A terceira assertiva é verdadeira. O parágrafo 2° do artigo 162 determina que o crédito pago por meio de cheque será extinto com o resgate do cheque, ou seja, pela compensação. A resposta certa é a letra "d". Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 26 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. Este artigo trata de imputação de pagamento. Pode ser que o sujeito passivo faça diversos pagamentos, visando à extinção de crédito, porém se esses recursos forem insuficientes para quitação, caberá a Fazenda Pública quitá-los na ordem em que aparecem nos incisos deste artigo. A imputação em pagamento significa que os recolhimentos efetuados por um mesmo sujeito passivo, tendo vários débitos para com o mesmo sujeito ativo, serão quitados na ordem dos incisos acima. O inciso I fala em débitos por obrigação própria e decorrentes de responsabilidade tributária.Os débitos por obrigação própria são aqueles em que o sujeito passivo é o contribuinte e nos decorrentes de responsabilidade tributária, ele é o responsável tributário. Vamos dar um exemplo simples e numérico. Zezinho, sujeito passivo, contribuinte de débitos para com a União, fez um recolhimento único de R$ 1.000,00 e solicitou que a Receita Federal fizesse a imputação em pagamento para saber seu saldo devedor: CRÉDITOS VALOR PRAZO DE Ordem de Imputação PRESCRIÇÃO imputação em pagamento IPI 400,00 23/11/2013 5 0 200,00 IR 200,00 23/11/2013 ITR 150,00 12/10/2012 4° 150,00 Contribuição de melhoria 300,00 30/03/2015 1° 300,00 Multa 100,00 30/05/2011 3° 100,00 relativa à taxa de conservação Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 27 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO rodoviária Taxa de fiscalização sanitária 2S0,00 30/04/2011 2° 2S0,00 De acordo com o exemplo acima, o sujeito passivo ficaria com R$ 100, 00 de débito de IPI e R$ 200,00 de débito de IR. Atualmente a imputação em pagamento não é muito usada, tendo em vista que a arrecadação dos tributos é feita em rede bancária, por meio de documentos de arrecadação e o sistema informatizado faz a alocação dos pagamentos de forma precisa. Se o contribuinte errar no preenchimento do documento de arrecadação, este não será alocado e o débito ficará "em aberto". O contribuinte continuará sendo cobrado e terá que protocolizar processo administrativo para a correção do documento de arrecadação e correta alocação do pagamento. Nesse sentido, pode acontecer de o contribuinte fazer vários recolhimentos, sem o correspondente débito a ser alocado, e solicitar a imputação dos pagamentos. EIS A QUESTÃO! 11) (AFTN/set/94/ESAF) A autoridade administrativa, no caso de débitos vencidos do mesmo sujeito passivo, determinará que a imputação se dê, na seguinte ordem: a) primeiramente as taxas e depois a contribuição de melhoria b) crescente, em função dos prazos de decadência c) crescente, em função dos montantes d) primeiramente os débitos por responsabilidade solidária e) primeiramente os débitos por obrigação própria Solução: 0 artigo 163 do CTN determina a seguinte ordem: 1 - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 28 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. A resposta certa é a letra "e". Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. § 1° A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2° Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. Vimos, no artigo 156, que o julgamento procedente da ação de consignação em pagamento é uma das causas de extinção do crédito tributário e que o contribuinte faz a consignação do valor que ele acha devido. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 29 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Neste artigo 164, veremos as regras para ocorrer esta extinção. Os dois primeiros incisos são casos em que a autoridade fiscal exerce sua função com autoritarismo e faz exigências que não encontram amparo legal na legislação tributária, exigindo do contribuinte que ele pague outros tributos e multas, ou ainda, imponha condições sem cabimento. Quando o CTN fala em recebimento no inciso I acima, devemos entender que é o caso em que a autoridade fiscal faça exigências sem amparo legal, tal que o contribuinte não encontra alternativa, senão a de recorrer ao judiciário. No inciso III, o artigo trata de bitributação, quando duas pessoas jurídicas de direito público tributam o mesmo sujeito passivo, pelo mesmo fato gerador. É a situação em que dois estados tributam o mesmo proprietário de automóvel, visando ao pagamento do IPVA. O parágrafo 2°, acima, dita que na ação de consignação em pagamento, julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda. O sujeito passivo sai vencedor do litígio, podendo ver o crédito tributário extinto. A extinção ocorre com o julgamento procedente do pedido da ação de consignação em pagamento. Se a ação de consignação for julgada improcedente, no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. A Fazenda poderá prosseguir na cobrança do montante que considera devido, com os acréscimos legais. SEÇÃO III Pagamento Indevido Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 30 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O pagamento indevido ocorre quando o sujeito passivo efetua pagamento a maior, em relação ao crédito tributário, exigido pela Fazenda Pública. No caso de pagamento indevido, é dever do Poder Público restituir o valor que não lhe pertence. O pagamento indevido pode ocorrer por diversas causas. Pode ser por erro no preenchimento do documento de arrecadação, colocando valor a maior, erro na declaração que serve de base na apuração do valor do crédito tributário, etc. Se houve pagamento que não pertence ao sujeito ativo, conclui-se que, também para esse pagamento, não existe sujeito passivo. Nesse pensamento, a relação que se estabelece não é jurídico- tributária, mas apenas de caráter civil. Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4° do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; Se a Fazenda Pública verifica que há um valor recolhido sem o correspondente crédito, deve fazer a restituição. Esse é o significado da expressão que aparece no caput deste artigo, quando diz que o sujeito passivo tem direito à restituição sem prévio protesto. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 31 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A ressalva, no caput acima, se trata de solicitação de restituição de pagamento por estampilha. A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição. A base deste artigo é o princípio do enriquecimento ilícito, quando o sujeito enriquece sem causa, ou seja, sem ter feito nada para que aquilo acontecesse, seria como "cair dinheiro do céu". No inciso II há um erro de português. O vocábulo "edificação" deve ser entendido como "identificação". Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referidoencargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. Para entendermos este dispositivo do CTN, precisamos saber o que é tributo direto e o que é tributo indireto. O tributo direto é aquele cujo ônus financeiro não pode ser transferido do contribuinte para outrem. Tributo indireto é quando o contribuinte consegue transferir o ônus financeiro. Quando estudamos essa matéria, falamos que não seria possível afirmar quais tributos podem ou não, ser transferidos informalmente. Agora vem a aplicação prática daquela classificação de tributos. Na restituição, se o sujeito passivo faz o recolhimento do tributo indevidamente ou a maior, sem sombra de dúvidas, tem direito de receber o dinheiro de volta. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 32 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Para os tributos indiretos, cujo ônus financeiro é de terceiros sem ser o sujeito passivo da obrigação tributária, haverá certa dificuldade de se fazer a restituição. Nesses casos o contribuinte de direito transferiu para o contribuinte de fato o ônus financeiro da tributação. É o caso, por exemplo, do IPI apurado e cobrado nas vendas e destacado em notas fiscais. Este valor acrescido ao valor da mercadoria é faturado e cobrado do comprador. Portanto cabe restituição ao comprador. Outro exemplo é do proprietário de um imóvel alugado, o qual estabelece, no contrato de aluguel, que cabe ao locatário o pagamento do IPTU. O artigo 166 tenta resolver esse imbróglio, ditando que o contribuinte de direito pode solicitar a restituição, porém tem que fazer prova de que assumiu o ônus financeiro ou, se repassou a terceiro, ter deste a autorização para fazer a solicitação à Fazenda Pública. Apesar das grandes complicações para colocar em prática essa restituição, o CTN deu a solução para o caso. Só por curiosidade, imagine um comerciante que vendeu centenas de mercadorias para centenas de consumidores, como ele iria pegar autorização desses consumidores para solicitar a restituição. Na verdade a restituição seria para os consumidores. Então por que o comerciante iria pedir restituição? Verificamos que, na prática, o valor a maior ficará com o Poder Público. Que bom se eles usassem esse dinheiro em prol do cidadão (desculpem o pensamento). Se ficar provado que o contribuinte não incluiu no preço dos seus produtos, a parcela do tributo que indevidamente pagou, tem direito à restituição. Com base nesse entendimento, o STF editou a Súmula n0 546: "CABE A RESTITUIÇÃO DO TRIBUTO PAGO INDEVIDAMENTE, QUANDO RECONHECIDO POR DECISÃO, QUE O CONTRIBUINTE "DE JURE" NÃO RECUPEROU DO CONTRIBUINTE "DE FACTO" O "QUANTUM" RESPECTIVO." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 03/12/1969 Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 33 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Há uma observação no site do STJ, remetendo a súmula acima à de n° 71: "EMBORA PAGO INDEVIDAMENTE, NÃO CABE RESTITUIÇÃO DE TRIBUTO INDIRETO". O caso da súmula 71 ocorre quando o vendedor solicita uma restituição, a qual foi repassada aos compradores. Nesse sentido, a restituição iria provocar um enriquecimento sem causa, pois os valores restituídos não seriam devolvidos aos compradores, os verdadeiros lesados. EIS A QUESTÃO! 12) (AFRF.TI.2.2005/ESAF) Sobre o pagamento indevido de tributos é correto afirmar-se, de acordo com o Código Tributário Nacional, que a) a reforma, a anulação, a revogação ou a rescisão de decisão condenatória, à vista da qual se tenha efetuado o recolhimento, afinal tido por indevido também podem ensejar a restituição. b) a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro, será feita a quem comprove ter efetuado o pagamento indevido, tenha ele ou não assumido o referido encargo financeiro. c) ao falar de sujeito passivo, está a referir-se ao obrigado que o seja na condição de contribuinte, não àquela em que ele tenha figurado como responsável. d) para que haja o direito à restituição, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, é necessária a prática do ato homologatório por parte da autoridade fazendária. e) o sujeito passivo tem direito à restituição total ou parcial do tributo, recolhido indevidamente ou a maior do que o devido, desde que comprove ter havido erro, de sua parte, na interpretação da legislação aplicável ao caso. Solução: A alternativa a está certa. De acordo com o artigo 165, inciso III do CTN, o sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, no caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 34 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A alternativa "b" está errada. O artigo 166 dita que a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. A alternativa "c" está errada. O artigo 121 em seu parágrafo único reza que o sujeito passivo da obrigação principal pode ser o contribuinte ou o responsável. A alternativa "d" está errada. Nos processos de restituição de lançamento por homologação, o sujeito passivo terá direito no caso de homologação expressa, quando há intervenção da administração pública, ou no caso de homologação tácita, quando por decurso de prazo o lançamento será homologado. É o que se infere do artigo 150, parágrafo 4°, que trata da homologação do tributo lançado por homologação, combinado com o artigo 165, que trata da restituição, independente da modalidade de lançamento. A alternativa "e" está errada. O artigo 165, inciso I, dita que o contribuinte tem direito à restituição em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. A resposta certa é a letra "a". 13)(FGV/Fiscal/RJ/2010) Analise as afirmativas a seguir. I. O contribuinte de direito poderá postular a repetição do indébito se estiver autorizado por quem tenha assumido o encargo financeiro do tributo. II. Os juros moratórios são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença. III. A correção monetária incide a partir do pagamento indevido. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Solução: A afirmativa I está correta. Base legal: artigo 166 do CTN. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 35 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A afirmativa II está correta. Esses são os termos da Súmula 188 do STJ. A afirmativa III está correta. Esses são os termos da Súmula 162 do STJ. A resposta certa é a letra "e". Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. O caput deste artigo fala o óbvio. Se o sujeito passivo pagou multa e juros incidentes no valor a maior, então ele terá direito à restituição desses valores. Por exemplo, se foi pago a maior R$ 100,00 e por causa desse valor a maior foi calculada uma multa de R$ 10,00 e juros moratórios de R$ 5,00, a Fazenda Pública terá que restituiros R$ 15,00 dos acréscimos legais pagos a maior. A infração formal, de que trata o caput, é aquela que não tem relação com o valor pago a maior ou indevidamente. Seria, por exemplo, infração ligada à obrigação tributária acessória. No parágrafo único, encontramos que, se o Estado cobra juros por atraso no pagamento das obrigações, a recíproca também é verdadeira, devendo ela pagar juros não capitalizáveis (juros simples) ao sujeito passivo que teve um valor de restituição pago. Corre juros contra o Estado, da data inicial da decisão definitiva que deferir o pleito do sujeito passivo. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 36 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Diante da discussão sobre o início do pagamento de juros moratórios em repetição de indébito, o STJ editou a Súmula n° 188: "Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença." A Corte rechaçou a hipótese do pagamento de juros desde a data do pagamento indevido. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3o da LCp n° 118, de 2005) Contamos a você que o prazo decadencial é fatal e refere-se a uma inércia de quem deveria ter agido e não agiu, lembra? Aqui, temos o prazo decadencial para repetição de indébito, a famosa restituição que todos gostam. O prazo é de 5 anos, ou seja, se o sujeito não requereu a restituição em 5 anos, ele terá perdido o direito de pleiteá-la. A dificuldade de raciocínio do prazo decadencial é em relação ao início da contagem, assim como em relação a todos os prazos. Neste inciso I, para o caso da cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido, em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido e nas hipóteses de erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento, o prazo decadencial deve ser contado a partir da data do pagamento indevido. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 37 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO O inciso I acima traz uma observação em relação ao artigo 3° da LC 118/2005. O artigo 3° da Lei Complementar 118/2005 dispõe: "Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1° do art. 150 da referida Lei." Por sua vez o §1 ° do art. 150 dita que o pagamento antecipado extingue o crédito sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. Nesse inciso II, em caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o prazo decadencial deve ter o início de contagem na data da decisão definitiva, ou seja, irrecorrível para a restituição pleiteada na esfera administrativa ou judicial, que entender indevido o valor pago. EIS A QUESTÃO! 14) (AFTN/set/94/ESAF) Diante de hipótese na qual o contribuinte impugnou o lançamento, administrativamente, o direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso de prazo de cinco anos, contados Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 38 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa, nos casos de a) erro na identificação do sujeito passivo b) erro na aplicação da alíquota c) anulação de decisão condenatória d) erro na elaboração de documento relativo ao pagamento e) erro no montante do débito Solução: O artigo 168, inciso II do CTN define que o direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. A resposta certa é a letra "c". Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. A prescrição é o prazo para ajuizar uma ação judicial. Ocorrerá sempre a prescrição, nesse caso, com a inércia do sujeito passivo. Ocorrida a prescrição, ele não poderá mais ajuizar ação judicial para a restituição de um débito pago a maior ou indevidamente. O contribuinte pode requerer administrativamente o valor pago a maior espontaneamente ou por decisão administrativa ou judicial que verificou que o valor foi pago indevidamente. Nesse sentido, a Administração pode denegar o pedido de restituição do sujeito passivo. Dessa forma o sujeito passivo tem o direito de se socorrer ao judiciário Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 39 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO para ver seu direito à restituição atendido. Ele irá entrar com ação anulatória do ato denegatório. O CTN em seu artigo 169 determina que o sujeito passivo tenha 2 anos, a contar da data de ciência do ato que denegou a sua restituição, para ajuizar a ação. Em seu parágrafo único, o artigo estipula que a prescrição somente se interrompe com o início da ação judicial. Se o contribuinte tem dois anos para entrar com a ação e ele entra com seis meses, haverá a interrupção, ou seja, para de contar o tempo da prescrição. Seguindo o raciocínio do parágrafo, o recomeço da contagem do prazo de prescrição será quando a Fazenda Pública for intimada. O sujeito passivo terá mais um ano para ajuizar ação, que é a metade do prazo, como está previsto no CTN. Se ocorrer a interrupção no prazo menor que um ano, o sujeito passivo não será prejudicado e terá o seu prazo de prescrição total de 2 anos. Vamos aos exemplos. Se ocorrer a interrupção faltando 6 meses para ocorrer a prescrição, o sujeito passivo terá mais um ano para ajuizar a ação de anulação do ato denegatório de sua restituição. Se houver a interrupção com 6 meses a partir da data do ato que denegou a restituição, ele terá um ano e 6 meses para impetrar a ação judicial anulatória do ato que denegou a sua restituição. EIS A QUESTÃO! 15) (AFTE RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das formulações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas. Em seguida, marque a resposta correta. ( ) A intimação ou citação judicial, validamente feita ao representante da Fazenda Pública interessada, interrompe o prazo de prescrição da Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 40 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição de tributo. ( ) A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. ( ) A restituição vence juros capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. a) V, F, F b) V, V, F c) V, F,V d) F, V, F e) F, V, V Solução: A primeira formulação é falsa. O artigo 169 fala em início da ação e não em citação judicial. Base legal: Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. A segunda formulação é verdadeira. CTN Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. A terceira formulação é falsa. A restituição vence juros simples, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. Base legal: CTN art. 167, Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. A resposta certa é a letra "d". Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 41 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO 16) (TRF/2002-1/ESAF) Indique em quantos anos prescreve o direito a interpor ação anulatória da decisão administrativa que denegar restituição. a) 1 ano b) 2 anos c) 3 anos d )4 anos e) 5 anos Solução: O artigo 169 do CTN define o prazo de dois anos para o contribuinte interpor ação anulatória. Base legal: CTN art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. A resposta certa é a letra "b". 17) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) Um determinado contribuinte efetuou pagamento de tributo a maior do que o devido e, em razão disso, pleiteou administrativamente a restituição desse valor, restituição essa, todavia, que lhe foi negada. Dessa decisão administrativa, que denegou a restituição ao contribuinte, (A) não cabe ação anulatória. (B) cabe ação anulatória, cujo prazo de decadência é de dois anos. (C) cabe ação anulatória, cujo prazo de prescrição é de dois anos. (D) cabe ação anulatória, cujo prazo de decadência é de cinco anos. (E) cabe ação anulatória, cujo prazo de prescrição é de cinco anos. Solução: Esta questão é caso de repetição de indébito, quando o sujeito passivo paga a maior ou indevidamente um tributo e requer a restituição deste pagamento indevido. No caso de denegação em processo administrativo, o sujeito passivo terá 2 anos, prazo prescricional, para propor ação judicial anulando a decisão administrativa. Base legal: CTN Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. A resposta certa é a letra "c". Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 42 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO SEÇÃO IV Demais Modalidades de Extinção Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto n° 7.212, de 2010) Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Em aulas passadas, vimos o que é compensação. Agora, veremos algumas características dessa forma de extinção do crédito tributário. O artigo acima informa que a compensação tem suas condições e garantias estipuladas em lei ou for delegada à autoridade administrativa a autorização para fazê-la. O crédito tributário goza de presunção de certeza e liquidez, portanto o crédito do particular deverá ter essa mesma presunção. A certeza é quanto à existência do crédito e a liquidez diz respeito ao valor. O artigo em comento fala que somente os créditos vencidos ou vincendos... Espere um pouco, o que são créditos vincendos? São créditos que ainda não estão vencidos, mas que vencem em data próxima. O CTN estipula que somente, podem entrar na compensação, os créditos vincendos, os quais a Fazenda Pública deve ao sujeito passivo. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 43 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO No parágrafo único, temos uma forma do crédito tributário vincendo entrar na compensação. Será possível, se estiver estipulado em lei e o crédito for calculado de modo que a atualização do crédito tenha uma redução de no máximo 1% de desconto, pois há uma antecipação. Essa redução máxima é para que o Estado não imponha, ao particular, redução maior do crédito a receber por este. Essa compensação ocorre muitas vezes no imposto de renda pessoa física e é proposto pela própria Fazenda Pública. Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) Falamos que o crédito tributário goza de certeza e liquidez e que o crédito do particular deverá ter essas mesmas características. No caso de litígio judicial, até o trânsito em julgado da decisão judicial, não haverá certeza do recebimento deste valor, por parte do contribuinte, que pretende usá-lo para fazer compensação de débitos para com a Fazenda Pública. Somente após o trânsito em julgado, quando não é mais possível haver recurso e caso o sujeito passivo saia vencedor do litígio judicial, ele poderá aproveitar esse crédito para compensar débitos que tenha com a Fazenda Pública. Somente é possível compensar créditos mútuos, ou seja, por exemplo, se houver débito para com a União, o sujeito passivo não pode aproveitar crédito que tenha com o Estado do Rio de Janeiro. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 44 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. A transação é forma extintiva do crédito tributário, estabelecida em lei autorizativa, com a finalidade de terminar litígio entre ambos ou para evitá-lo. A transação judicial tem que ser homologada pelo juiz competente. A lei autorizativa vai determinar qual será a autoridade fiscal e qual o percentual máximo que o administrador público poderá usar para negociar com o sujeito passivo. O administrador deverá ficar restrito ao que a lei determinar, em termos de condições da transação. Na negociação, a administração espera do sujeito passivo que ele pague seu débito em prazo certo. Em muitos casos de transação, a administração pública impõe ao particular a condição do pagamento do principal para que haja desconto nas multas. EIS A QUESTÃO! 18) (Gestor Fazendário MG/2005/ESAF) Assinale a opção correta. a) A compensação mediante o aproveitamento de tributo objeto de contestação judicial pode ocorrer antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. b) A isenção do tributo pode ser instituída por decreto do Governador. c) A lei não pode facultar a transação entre o credor e o devedor de tributo, visto que o interesse público é indisponível. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 45 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO d) Com a lavratura de auto de infração,considera-se definitivamente constituído o crédito tributário. e) Com a lavratura de auto de infração, considera-se constituído o crédito tributário. Solução: A letra "a" está errada. Base legal: Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. A letra "b" está errada. Somente a lei poderá outorgar isenção. Base legal: Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: VI (parte) - as hipóteses de exclusão do crédito tributário. A letra "c" está errada. Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. A letra "d" está errada. Quando estudamos a matéria sobre lançamento, verificamos que o lançamento está definitivamente constituído com a ciência do contribuinte. A Fazenda somente poderá cobrar o crédito se o contribuinte estiver ciente do ato administrativo do lançamento. A letra "e" está certa. O lançamento constitui o crédito tributário. CTN Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento... " A resposta certa é a letra "e". Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 46 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO A remissão é outra causa de extinção do crédito tributário, significando, a critério da legislação tributária, o perdão das dívidas tributárias vencidas à época da vigência da lei. A lei que autoriza a concessão da remissão deve ser lei específica, de acordo com o artigo 150, §6°, da Constituição Federal, ou seja, deve tratar apenas da concessão da remissão ou do tributo a que se refere. Há uma controvérsia em relação ao perdão das multas, se será caso de remissão ou anistia. Anistia, como estudaremos em aula futura, é a forma de exclusão das infrações, referentes aos créditos tributários. Ora, se anistia é um instituto de exclusão e remissão é causa de extinção, podemos ter extinção de multas e exclusão de multas. Na extinção o lançamento da multa já aconteceu e o Estado perdoa as dívidas já existentes. Na exclusão impede-se a constituição do crédito pelo lançamento. Então podemos ter casos de multas extintas e casos de exclusão. O mesmo raciocínio serve para distinguir remissão, de isenção, por ser este último, caso de exclusão de tributo. Vamos, nos artigos seguintes, estudar os casos de remissão: Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 47 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Pode ser caso de remissão, quando a autoridade administrativa verifique que o sujeito passivo não tem como pagar suas dívidas, em função de uma situação ocorrida em sua vida ou outra causa qualquer. Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; Os erros escusáveis, desculpáveis, são os erros de fato ou erro material, não os de direito, quando há discussão em torno de interpretação da norma. A alegação de ignorância, em relação ao desconhecimento da lei, não pode servir para descumpri-la. Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: III - à diminuta importância do crédito tributário; Pode ocorrer a remissão de créditos de valores, os quais não compensem mover a máquina administrativa para efetuar a cobrança de tais créditos. É quando a relação custo x benefício da cobrança não compensa. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 48 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; Novamente o CTN usa o artifício da palavra equidade para deixar ao bom senso do administrador os casos concretos em que ele deve usá-la. A equidade deve ser sempre uma comparação de fatos que o administrador tem que ter em mente para promover a justiça social. Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Este é o caso em que uma comunidade pode sofrer com as consequências de uma catástrofe natural ou grave crise econômica. Se algo desse tipo ocorrer, a autoridade administrativa, autorizada por lei específica, pode conceder a remissão dos créditos tributários já constituídos. Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 49 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. O parágrafo único do artigo 172 afirma que a remissão concedida em caráter individual seguirá o disposto nas regras aplicadas à moratória concedida em caráter individual. Vamos relembrar as regras da moratória, remetendo-as para a figura da remissão. > Não gera direito adquirido; > Caso os requisitos e condições não sejam atendidos e as condições deixem de ser satisfeitas a remissão será "revogada" de ofício; > Serão cobrados os tributos e acréscimos legais no caso da "revogação"; > Em caso "revogação" em que tenha havido dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele, haverá imposição de penalidade. Nesse caso o tempo decorrido entre a concessão e a revogação não será computado para efeito de prescrição do direito à cobrança do crédito; > Caso não tenha havido dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele, não haverá penalidade aplicada e a "revogação" só pode ocorrer antes de prescrito o direito à cobrança do crédito. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 50 DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS CURSO REGULAR PROF. MARCO AURELIO I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. No artigo 156, inciso V, estudamos que a decadência é a perda do direito em lançar o crédito tributário. Essa perda de direito ocorre no prazo legal de 5 anos em geral. O inciso I, acima, coloca uma regra geral para o início da
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