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Extinção e exclusão do crédito tributário

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DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
CURSO REGULAR 
PROF. MARCO AURELIO 
AULA N0 7 
Concurseiro! É bom estar com você novamente. Espero que 
você esteja acompanhando bem nossas aulas. 
Hoje estudaremos os seguintes assuntos, referentes aos 
artigos de 156 a 182 do CTN: 
1) Extinção do Crédito Tributário; e 
2) Exclusão do Crédito Tributário. 
CAPÍTULO IV 
Extinção do Crédito Tributário 
Extinção, como o próprio nome já diz, é o término da relação 
jurídico-tributária entre o sujeito passivo e o sujeito ativo em relação a 
um determinado crédito existente. 
De acordo com o artigo 141 do CTN, o crédito tributário 
regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua 
exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, 
portanto a lista das modalidades de extinção abaixo é taxativa. 
Vamos analisar cada uma das modalidades em separado. 
SEÇÃO I 
Modalidades de Extinção 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I- o pagamento; 
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DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
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O pagamento é a modalidade de extinção do crédito mais 
comum que existe. 
Vamos estudar mais detalhes sobre esta modalidade quando 
chegarmos aos artigos 157 a 162. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
II - a compensação; 
Nesta modalidade, tanto o sujeito ativo, quanto o sujeito 
passivo é credor e devedor um do outro. Não necessariamente do 
mesmo montante. 
Digamos que você seja contribuinte do imposto de renda 
pessoa física e, no exercício de 2009, teve como resultado de sua 
declaração de ajuste anual um imposto a pagar de R$ 1.000,00. Como 
você tinha que fazer um bom curso preparatório para concursos, não 
teve como pagar integralmente o valor e solicitou parcelamento, o qual 
foi deferido. 
No exercício seguinte o resultado da declaração de ajuste 
anual do imposto de renda foi imposto a restituir de R$ 400,00. 
Nesse contexto, a Receita Federal enviará uma 
correspondência para o seu domicílio tributário, informando que, caso 
você aceite, poderá compensar o débito com o crédito, restando a 
parcela de R$ 600,00, a qual continuará parcelada. 
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A compensação está disciplinada no artigo 170 deste CTN, que 
veremos depois. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
III - a transação; 
A transação é outra modalidade de extinção do crédito 
tributário, em que o credor e devedor, mediante negociação, extingue o 
crédito, evitando um litígio. 
O artigo 171 irá detalhar esta modalidade. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
IV - remissão; 
A remissão, nós vimos que é o perdão da dívida do sujeito 
passivo. 
Lembra? Remissão • missa • perdão 
Há necessidade de lei específica para concessão da remissão, 
conforme artigo 150, §6° do CTN. 
As regras de remissão serão vistas no artigo 172. 
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Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
V - a prescrição e a decadência; 
A decadência é o prazo que a Administração Tributária tem 
para efetuar o lançamento, constituindo o crédito tributário. 
Com a constituição do crédito, o sujeito ativo espera receber 
esse valor. Se o sujeito passivo não recolher aos cofres públicos, o 
Estado deverá cobrar a dívida, primeiramente de forma amigável e se 
tiver insucesso, a cobrança será judicial. O prazo para ajuizamento 
dessa ação judicial é o que chamamos de prazo prescricional. 
Os casos de decadência e prescrição ocorrem por inércia do 
Poder Público em não efetuar o lançamento, ocorrendo a decadência, e 
de não ajuizar a ação de execução fiscal para a cobrança da dívida 
tributária, prescrevendo a ação. 
Esgotados os prazos, o Estado perderá o poder do lançamento, 
no caso da decadência e não poderá ajuizar ação de execução, no caso 
da prescrição. É importante notar, que se houver a decadência, não há o 
que se falar em prescrição, porque há necessidade de se constituir o 
crédito para que se ajuíze a ação de execução fiscal. 
A perda do direito ocorre com a decadência e a perda da ação 
é a prescrição. 
Nos dois casos a perda do prazo implica extinção do crédito. 
A Fazenda Pública, ao correr o prazo decadencial, não poderá 
mais lançar, devendo reconhecer de ofício a decadência e extinguindo o 
débito do sujeito passivo. 
Caso o sujeito passivo tenha recolhido aos cofres públicos o 
total da dívida ou mesmo parcial, é dever da administração tributária 
restituir o valor pago com acréscimos moratórios. 
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No artigo 173, explicarei como se faz a contagem do prazo 
decadencial, que vimos ser de 5 anos, como regra geral. 
A prescrição será detalhada logo após, no artigo 174. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
VI - a conversão de depósito em renda; 
Vimos que, em recursos e reclamações na esfera 
administrativa e em ação judicial, em que ocorra o depósito do 
montante integral pelo sujeito passivo, a administração não poderá 
cobrar o débito, pois o depósito suspende a exigibilidade do crédito, 
além de estancar o fluxo dos acréscimos moratórios. 
Ao final do litígio administrativo ou judicial, caso a Fazenda 
saia vencedora, haverá a conversão em renda da União, ou seja, todo o 
montante mais os juros que correram, por estar o montante em conta-
investimento, serão transferidos para a Fazenda Pública extinguindo o 
crédito tributário. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do 
lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1° e 
4°; 
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Vamos recordar que, no lançamento por homologação, o 
sujeito passivo tem a obrigação de calcular e recolher o tributo devido 
sem prévia ação da administração. O parágrafo 4° do artigo 150, em 
que estudamos sobre o lançamento por homologação, nos diz que o 
pagamento antecipado pelo obrigado nos termos do artigo 150 extingue 
o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao 
lançamento. Com isso, cabe a administração conferir os procedimentos 
adotados pelo sujeito passivo para a confirmação da extinção do crédito. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do 
disposto no § 2° do artigo 164; 
Vamos estudar no artigo 164 que a ação de consignação em 
pagamento é uma ação judicial, na qual o autor, sujeito passivo da 
obrigação tributária, requer o pagamento do crédito que ele acha devido 
e também pelo fato de a Fazenda recusar o recebimento ou subordinar o 
recebimento a outras obrigações ou, ainda, por estar sendo, o mesmo 
crédito, exigido por parte de mais um sujeito ativo. 
Nesses casos, o sujeito passivo não vê outra solução, senão a 
de ajuizar a ação de consignação em pagamento para garantir a 
extinção do crédito. 
O sujeito passivo reconhece a dívida, porém não consegue 
pagá-la pela via administrativa. 
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Lembre-se: 
Consignação em pagamento: 
> Extingue o crédito ao término da ação, sendo julgada 
procedente. Vence o autor, sujeito passivo. 
> O depósito é o montante que o sujeito passivo julga correto. 
> Ocorre a intenção do pagamento, com o reconhecimento por 
parte do sujeito passivo da dívida. 
> A ideia do sujeito passivo é pagar. 
Depósito do montante integral: 
> Suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
> O depósito tem que ser o montante que a Fazenda entenda 
ser o correto. 
> Ocorre a discussão do valor a ser pago pelo tributo devido. 
> A ideia do sujeitopassivo é suspender a exigência do 
crédito. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
IX- a decisão administrativa irreformável, assim 
entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais 
possa ser objeto de ação anulatória; 
Decisão administrativa irreformável é aquela em que não há 
possibilidade do sujeito passivo recorrer. 
Podemos citar dois casos de decisão administrativa 
irreformável. O primeiro é o caso de decisão do órgão julgador 
administrativo de última instância. O segundo é o caso em que o 
contribuinte perde o prazo de impugnação e solicita a revisão de ofício 
para verificação de fatos materiais. 
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No segundo caso, se o contribuinte não tiver sucesso no seu 
pedido, não existe previsão legal para recurso na esfera administrativa. 
Nos dois casos acima citados, em caso de decisão favorável ao 
sujeito passivo é lógico que a Fazenda Pública, que decidiu a favor do 
sujeito passivo, e o próprio sujeito passivo não vão ajuizar ação para 
discutir o crédito. Por essa razão o CTN determina a extinção do crédito 
tributário, caso não haja ação anulatória da decisão administrativa, por 
parte do Estado. 
Somente podemos imaginar o ajuizamento da ação anulatória 
da decisão administrativa em caso de grave vício das autoridades 
julgadoras. 
Por dentro da Receita Federal... 
A Procuradoria da Fazenda Nacional, PFN, é órgão vinculado ao 
Ministério da Fazenda que tem a função de representar o Estado em 
ações judiciais, cujo objeto seja tributário. Além dessa e de outras 
funções, cabe à PFN fazer o controle da legalidade dos atos emanados 
da Receita Federal. Nesse ponto e no escopo do estudo deste artigo, 
pode a PFN ajuizar ação anulatória da decisão administrativa em que 
houve o afastamento da aplicação da legislação tributária. São casos 
raros. 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
Como vimos no inciso IX acima, a decisão administrativa 
irreformável extingue o crédito tributário. No caso de ação judicial que 
tenha objeto a discussão do crédito tributário ocorre o mesmo, se não 
mais houver a possibilidade de recurso e a decisão seja favorável ao 
sujeito passivo, o crédito tributário estará extinto. 
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Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma 
e condições estabelecidas em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da 
extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da 
irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos 
artigos 144 e 149. 
A dação em pagamento em bens imóveis é a possibilidade de 
o contribuinte quitar sua dívida tributária, entregando determinado 
imóvel, seja casa, apartamento ou terreno de sua propriedade. 
Repare que é somente bens IMÓVEIS. 
Caberá à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos 
municípios disciplinarem, em lei ordinária, a forma e condições da 
quitação. 
Como exemplo, podemos citar a Lei do Município de Belo 
Horizonte n° 9.814, de 18 de janeiro de 2010: 
"Art. 14 - Fica o Executivo autorizado a receber, conforme 
dispuser o regulamento desta Lei, imóvel a ser vinculado ao PMCMV 
destinado a famílias com renda de até 3 (três) salários mínimos através 
de dação em pagamento para quitar créditos tributários originários do 
IPTU e do ITBI incidentes sobre o imóvel objeto da dação. 
§ 1° - O proprietário do imóvel, objeto da dação em 
pagamento, não receberá qualquer outro tipo de ressarcimento que não 
a quitação do crédito tributário." 
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EIS A QUESTÃO! 
1) (TRF/2003/ESAF) Verifique os quadros abaixo e relacione cada 
uma das alíneas do primeiro quadro com uma das opções do segundo. 
Assinale, a seguir, a opção correta. 
V - a moratória, concedida por lei em caráter geral ou concedida em 
caráter individual, com base em lei autorizativa. 
W - a remissão. 
X - a consignação em pagamento, julgada procedente. 
Y - a anistia concedida em caráter geral ou limitadamente. 
Z - a conversão do depósito do montante integral do crédito em renda. 
1. Suspende a exigibilidade do crédito tributário 
2. Extingue o crédito tributário 
3. Exclui o crédito tributário 
a) V2 W3 X1 Y2 Z4 
b) V1 W2 X2 Y3 Z2 
c) V2 W2 X2 Y2 Z3 
d) V3 W1 X3 Y3 Z1 
e) V1 W3 X1 Y1 Z2 
Solução: 
A concessão da moratória é sempre caso de suspensão, não 
importando se em caráter individual ou geral. 
A remissão, a consignação em pagamento, julgada procedente 
e a conversão do depósito do montante integral do crédito em renda são 
casos de extinção do crédito tributário. 
A anistia em caráter geral ou limitadamente é caso de exclusão 
do crédito tributário. 
A resposta certa é a letra "b". 
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2) (AFRF/2003/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a 
opção correta. 
( ) A dação em pagamento em bens móveis, a remissão, a compensação 
e a decadência extinguem o crédito tributário. 
( ) O parcelamento concedido na forma e condição estabelecidas em lei 
específica, o depósito do montante integral do crédito tributário, a 
homologação do lançamento e a concessão de medida liminar em 
mandado de segurança suspendem a exigibilidade do crédito tributário. 
( ) As disposições do Código Tributário Nacional, relativas ao 
parcelamento, aplicam-se,subsidiariamente, à moratória. 
a) V, V, F 
b) V, F, V 
c) V, V, V 
d) F, F, V 
e) F, F, F 
Solução: 
A primeira afirmativa é falsa. A remissão, a compensação e a 
decadência extinguem o crédito tributário, porém somente a dação em 
pagamento em bens imóveis extingue o crédito. 
A segunda afirmativa é falsa. A homologação do lançamento é 
caso de extinção. Os outros casos, realmente, suspendem a 
exigibilidade do crédito tributário. 
A terceira afirmativa é falsa. As disposições do Código 
Tributário Nacional, relativas à moratória, aplicam-se, subsidiariamente, 
ao parcelamento, e não o contrário. Base legal: CTN art. 155-A; §2°. 
A resposta certa é a letra "e". 
3) (ESAF/Procurador DF/2004) Avalie as indagações abaixo e em 
seguida assinale a opção de resposta correta. 
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• Extinguem o crédito tributário a decisão administrativa irreformável 
(decisão definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser 
objeto de ação anulatória), a remissão e a anistia? 
• A remissão, a compensação, a decadência e a dação em pagamento 
em bens móveis extinguem o crédito tributário? 
• Suspendem a exigibilidade do crédito tributário o depósito do seu 
montante integral, as reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo tributário administrativo, a isenção e a 
concessão de tutela antecipada em ação judicial? 
• O Código Tributário Nacional admite que a autoridade administrativa, 
desde que observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária, desconsidere atos ou negócios jurídicos praticados com a 
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a 
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária? 
a) Não, sim, sim, não 
b) Não, não, não, sim 
c) Não, sim, não, sim 
d) Sim, não, não, não 
e) Sim, sim, sim, não 
Solução: 
A resposta à primeira pergunta é não. Extinguem o crédito 
tributário a decisão administrativa irreformável (decisão definitiva na 
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória) 
e a remissão. A anistia é caso deexclusão do crédito tributário. Base 
legal: CTN art. 156 para os casos de extinção e art. 175 para os casos 
de exclusão. 
A resposta à segunda pergunta é não. A remissão, a 
compensação, a decadência e a dação em pagamento em bens imóveis 
extinguem o crédito tributário. Dação em pagamento de bens móveis 
não consta no rol do artigo 156 do CTN. 
A resposta à terceira pergunta é não. Suspendem a 
exigibilidade do crédito tributário o depósito do seu montante integral, 
as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo e a concessão de tutela antecipada 
em ação judicial. A isenção é caso de exclusão do crédito. Base legal: 
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CTN artigo 151 para casos de suspensão e artigo 175 para casos de 
exclusão. 
A resposta à quarta pergunta é sim. Esse texto da pergunta é 
o que diz o artigo 146 do CTN. 
A resposta certa é a letra "b". 
4) (AFRF/2003/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a 
opção correta. 
( ) A dação em pagamento em bens móveis, a remissão, a 
compensação e a decadência extinguem o crédito tributário. 
( ) O parcelamento concedido na forma e condição estabelecidas em lei 
específica, o depósito do montante integral do crédito tributário, a 
homologação do lançamento e a concessão de medida liminar em 
mandado de segurança suspendem a exigibilidade do crédito tributário. 
( ) As disposições do Código Tributário Nacional, relativas ao 
parcelamento, aplicam-se, subsidiariamente, à moratória. 
a) V, V, F 
b) V, F, V 
c) V, V, V 
d) F, F, V 
e) F, F, F 
Solução: 
Na primeira afirmação está errado o item: dação em 
pagamento em bens móveis. O artigo 156 do CTN indica bens imóveis 
para extinção do crédito. 
A segunda afirmação está errada. A homologação do 
lançamento é causa de extinção do crédito tributário, conforme artigo 
156 do CTN. 
A terceira afirmação está errada. A sentença está invertida. As 
disposições do Código Tributário Nacional, relativas à moratória, 
aplicam-se subsidiariamente, ao parcelamento. CTN art. 155-A, § 2 °. 
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A resposta certa é a letra "e". 
5) (ATM/NATAL/2008/ESAF) Entre as opções abaixo, qual não pode 
ser considerada causa de extinção do crédito tributário. 
a) A transação. 
b) O parcelamento. 
c) A remissão. 
d) A consignação em pagamento. 
e) A decisão judicial passada em julgado. 
Solução: 
Somente a remissão é causa de extinção do crédito tributário, 
conforme art. 156 do CTN. Base legal: Art. 151. Suspendem a 
exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu 
montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das 
leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão 
de medida liminar em mandado de segurança. V - a concessão de 
medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação 
judicial; VI - o parcelamento. 
A resposta certa é a letra "c". 
6)(FGV/Fiscal/RJ/2009) De acordo com a redação do Código 
Tributário Nacional (artigo 156), analise as afirmativas a seguir: 
I. Novação: extingue a obrigação tributária mediante a criação de uma 
outra que substituirá a primeira. 
II. Confusão: desde que, na mesma pessoa, se confundam as 
qualidades de credor e devedor. 
III. Anistia: dispensa o pagamento das multas provenientes da 
desobediência à legislação tributária. 
Não podem ser mencionada(s), expressamente, como modalidade(s) de 
extinção do crédito tributário: 
(A) as afirmativas I, II e III. 
(B) somente as afirmativas II e III. 
(C) somente as afirmativas I e III. 
(D) somente as afirmativas I e II. 
(E) somente a afirmativa II. 
Solução: 
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A afirmativa I está incorreta, posto que a novação não foi 
prevista no rol estatuído pelo artigo 156 do CTN como causa extintiva da 
obrigação tributária. 
A afirmativa II está incorreta. A confusão não foi contemplada 
pelo legislador tributário como causa extintiva dos créditos dessa 
natureza. 
A afirmativa III está incorreta pelo fato de a anistia se 
configurar como causa de exclusão do crédito tributário, conforme o 
artigo 175 do CTN. 
A resposta certa é a letra "a". 
7)(FGV/Fiscal/RJ/2009) Com relação às formas de extinção do 
crédito tributário, analise as seguintes afirmativas: 
I. A dação em pagamento, consoante o artigo 156 do Código Tributário 
Nacional, pode ocorrer tanto em relação aos bens móveis como aos 
bens imóveis. 
II. A impossibilidade do pagamento, no sistema brasileiro, é forma 
legalmente (Código Tributário Nacional) prevista de extinção do crédito 
tributário. 
III. O crédito tributário será extinto por decisão administrativa favorável 
ao contribuinte contra a qual não possa mais ser oposto recurso ou ação 
anulatória. 
Assinale 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
Solução: 
A afirmativa I está incorreta. Consoante o disposto no inciso XI 
do artigo 156 do Código Tributário Nacional, a dação em pagamento 
somente é cabível no caso de bens imóveis. 
A afirmativa II está incorreta. A impossibilidade do pagamento, 
embora seja previsto em outros sistemas jurídicos estrangeiros, não é 
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contemplado no brasileiro - está fora do âmbito do no artigo 156 do 
CTN (hipóteses de extinção do crédito tributário); 
A afirmativa III está correta. No caso de se tratar de decisão 
administrativa favorável ao contribuinte, contra a qual não seja mais 
possível a interposição de recurso ou ação anulatória, estará 
definitivamente extinto o crédito tributário. 
A resposta certa é a letra "b". 
8)(FGV/Fiscal/RJ/2010) O Código Tributário Nacional, em seu artigo 
156, relaciona expressamente as hipóteses de extinção do crédito 
tributário. As alternativas a seguir apresentam hipóteses que estão 
inseridas na extinção do crédito tributário, à exceção de uma. Assinale-
a. 
(A) Novação. 
(B) Dação em pagamento com bens imóveis. 
(C) Transação. 
(D) Compensação. 
(E) Pagamento antecipado e homologação do lançamento. 
Solução: 
Ao rol expresso no artigo 156 do Código Tributário Nacional 
silencia a respeito da novação, assim entendida como a extinção de uma 
obrigação mediante a criação de outra que substituirá a primeira. As 
outras letras constam do artigo 156 do CTN. 
A resposta certa é a letra "a". 
9) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) São tributos de 
competência municipal: 
(A) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto 
sobre a prestação de serviço de comunicação e imposto sobre a 
propriedade territorial rural. 
(B) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto 
sobre a transmissão onerosa, intervivos, de bens imóveis e imposto 
sobre a propriedade predial urbana. 
(C) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, imposto 
sobre a transmissão onerosa, intervivos, de bens imóveis e imposto 
sobre a propriedade territorial rural. 
(D) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre a 
transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis e imposto sobre a 
prestação de serviço de comunicação. 
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(E) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre 
serviços de qualquer natureza, definidos em leicomplementar e não-
compreendidos na tributação do ICMS, e imposto sobre a transmissão 
onerosa, inter vivos, de bens imóveis. 
Solução: 
A competência para instituir tributos é atribuída pela CF. Na 
dicção do art. 156 da CF compete aos Municípios instituir impostos 
sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter 
vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza 
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de 
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei 
complementar. 
A resposta certa é a letra "e". 
SEÇÃO II 
Pagamento 
Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o 
pagamento integral do crédito tributário. 
Como dissemos anteriormente, vamos analisar nos próximos 
artigos as peculiaridades do pagamento. 
Apesar das controvérsias a respeito do uso do verbo "ilidir" 
neste artigo, este estabelece que o valor do tributo, que chamamos de 
principal, não está incluído no cálculo da multa, apesar de servir de 
base. 
"Elidir" (com e), significa "eliminar", "suprimir". 
"Ilidir" (com i), significa "chocar", "contestar". 
Em outras palavras, somente o pagamento da multa não 
extingue o crédito tributário. 
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Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em 
presunção de pagamento: 
I - quando parcial, das prestações em que se 
decomponha; 
II - quando total, de outros créditos referentes ao 
mesmo ou a outros tributos. 
No inciso I, temos referência ao parcelamento ou à moratória 
parcelada. O CTN afirma, como uma determinação lógica, que não basta 
o sujeito passivo pagar uma ou algumas prestações devidas para que o 
crédito tributário seja extinto. 
No caso do inciso II, o pagamento total de um crédito, esse 
não dividido em prestações, não comprova a quitação de outras dívidas 
existentes. 
Esses casos acima podem parecer simples, mas vamos 
imaginar que um sujeito passivo, necessitando tirar uma certidão 
negativa de débito, vai à repartição tributária competente e apresente a 
última cota paga, de um débito que foi parcelado, para comprovar o 
pagamento de sua dívida. O servidor responsável deverá confirmar se as 
outras cotas foram pagas, se há outros débitos em exigência ou mesmo 
processos de cobrança e procedimentos de fiscalização em andamento 
para emissão da certidão negativa de débitos. 
O aluno mais atento me chamaria atenção para os fatos acima. 
Diria que, em caso de fiscalização, não teria ocorrido o lançamento, 
porém esse aluno aplicado poderia estar esquecendo o fato de a 
autoridade fiscal ter lançado, porém ainda não ter incluído o lançamento 
no sistema informatizado. 
Outro fato importante é que o contribuinte tem o dever de 
guardar todos os comprovantes, relativos ao exercício em questão por 
cinco anos em geral, prazo de decadência. Falo isso, porque pode 
acontecer, por exemplo, de um pagamento recolhido não estar na base 
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do sistema informatizado da Fazenda Pública, responsável pelo controle 
do crédito. Pode acontecer de o DARF ter sido pago com algum campo 
incorreto, como o código do tributo ou exercício a que se refira, fato que 
fará com que esse pagamento não quite o correspondente débito. 
Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a 
respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do 
domicílio do sujeito passivo. 
Em geral, na legislação tributária, encontramos a orientação 
aos cidadãos a respeito do local, no qual os pagamentos são efetuados. 
Caso haja silêncio na legislação tributária segue-se a regra do CTN. 
Na prática, não existe pagamento nas repartições públicas. 
Todo o sistema é informatizado e integrado ao sistema bancário. Os 
contribuintes, no caso federal, preenchem o DARF, se dirigem ao banco 
mais conveniente e efetua o pagamento. 
Há casos em que os tributos e seus acréscimos são recolhidos 
diretamente da conta bancária do sujeito passivo. Por exemplo, nos 
impostos de comércio exterior da pessoa jurídica ou parcelamento de 
tributos da pessoa física. 
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o 
tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias 
depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado 
do lançamento. 
Parágrafo único. A legislação tributária pode 
conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas 
condições que estabeleça. 
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Novamente, quando a legislação tributária não dispuser em 
relação ao prazo de pagamento, o disposto neste artigo deve ser 
seguido. 
O pagamento, regra geral, deve ser efetuado dentro de 30 dias 
depois a ciência da notificação de lançamento ou auto de infração. 
Por dentro da Receita Federal... 
A notificação de lançamento, resultante do lançamento, 
referente à declaração do imposto de renda pessoa física, que teve 
como resultado imposto a pagar, traz, em seu texto, a informação de 
que o contribuinte está intimado a recolher ou impugnar, no prazo de 30 
dias, contados da ciência da notificação de lançamento. Se o sujeito 
passivo pagar no prazo de vencimento, a multa de ofício será reduzida 
em 50%. Se houver parcelamento, dentro do mesmo prazo, a multa de 
ofício será reduzida em 40%. 
Outros exemplos são o IPTU e o IPVA, em que o município e o 
estado, respectivamente, geralmente, concedem descontos para quem 
paga em cota única, ou seja, à vista. 
Art. 161. O crédito não integralmente pago no 
vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo 
determinante da falta, sem prejuízo da imposição das 
penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de 
garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. 
§ 1° Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de 
mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. 
§ 2° O disposto neste artigo não se aplica na pendência 
de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para 
pagamento do crédito. 
O artigo 161 do CTN determina que, se o crédito não for pago 
integralmente no vencimento, ele será acrescido de juros de mora. 
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Os juros de mora é a atualização monetária do valor que 
deveria ser pago em data pretérita. 
Além dos juros de mora, se o sujeito passivo não for pontual 
no recolhimento do montante devido, ele será punido com a imposição 
da multa de mora, em função do atraso. 
Os juros de mora não são considerados como uma forma 
punitiva, sendo apenas atualização monetária, porém a multa de mora 
tem caráter punitivo sendo aplicado quando há atraso no pagamento. 
A imposição dos juros de mora e da multa moratória pode ser 
aplicada cumulativamente. 
Geralmente, a legislação tributária determina o valor da multa 
de mora, somente se não houver manifestação da legislação aplicada 
será aplicada a regra constante do parágrafo 1°. 
O parágrafo 2° diz que a multa de mora e os juros moratórios 
não serão imputados na hipótese de consulta formulada pelo sujeito 
passivo, no prazo de pagamento do crédito, que constar na legislação, 
até o momento da ciência ao contribuinte da resposta da consulta. 
O devedor pode protocolizar, dentro do prazo para o 
recolhimento do tributo, processo de consulta para que a Fazenda 
Pública informe acerca das dúvidas pertinentes. 
Importante! O processo de consulta somente suspende os 
acréscimos moratórios temporariamente. NÃO há suspensão do crédito. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papelselado, ou por processo mecânico. 
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Pela definição de tributo, chegamos logo à conclusão que o 
Estado precisa de dinheiro para cumprir suas obrigações, portanto o 
primeiro meio de pagamento apresentado pelo CTN é o que chamamos 
de "dinheiro vivo". 
Conforme definição constante do site dos Correios: "Vale Postal 
é o serviço de transferências financeiras nacionais dos Correios, que 
facilita o envio de dinheiro entre remetentes e destinatários localizados 
dentro do território brasileiro". 
Cheque é ordem de pagamento à vista. 
Vimos acima que o primeiro caso do inciso I, o sujeito passivo 
vai ao banco e paga o débito em dinheiro. No segundo, ele também vai 
ao banco e entrega o cheque e o dinheiro sai da conta dele e vai para a 
Fazenda e no terceiro, ele vai aos Correios e transfere o dinheiro dele 
para a Fazenda Pública. 
Vimos que dá tudo no mesmo...concorda? 
O inciso II necessita de lei para ter eficácia. 
Estampilha e papel selado, espécies de selo, eram usados em 
documentos ou outros produtos para comprovar o pagamento do 
tributo. 
O processo mecânico também era usado para comprovação do 
pagamento nas repartições da Fazenda Pública com a autenticação. 
Vimos que, além de depender de lei, esses procedimentos 
acima estão em desuso. 
O uso de selos é destinado a aplicações em determinadas 
bebidas alcoólicas, para controle do IPI. O produtor da bebida compra os 
selos da Receita Federal, comprovando, com isso, o pagamento do IPI. 
A Receita Federal tenta fazer esse tipo de controle, inclusive, 
para outras bebidas e produtos. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
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§ 1° A legislação tributária pode determinar as garantias 
exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que 
não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em 
moeda corrente. 
Neste parágrafo 1°, a Fazenda, para garantir o recebimento do 
dinheiro, pode, por meio da legislação, definir mecanismos para os 
pagamentos em cheque ou vale postal. 
As garantias, na verdade, já existem em relação ao cheque. O 
cruzamento do cheque, colocando o nome do favorecido e a 
compensação bancária são as maiores garantias que o cheque pode ter. 
Somente, como uma explicação simples para a parte final do 
parágrafo acima, podemos dizer que as garantias não podem fazer com 
que o sujeito passivo não consiga pagar. Essas garantias também não 
devem fazer com que o valor, a ser pago pela Fazenda a terceiros por 
elas, seja desproporcional à arrecadação. 
Imagine hoje em dia se o banco, para o recebimento de um 
pagamento, cobrasse 50 % do valor deste como taxa de administração? 
Realmente, não seria viável. 
A regra acima era possível e viável no passado, porém no 
momento atual não são mais necessários esses mecanismos, pois os 
pagamentos se fazem por meio bancário, o que assegura a transferência 
do dinheiro para Fazenda Pública. 
Na prática, atualmente, a administração tributária somente 
considera efetuado o pagamento quando há um "encontro de contas", 
quero dizer, quando o dinheiro do débito que consta no sistema 
informatizado da Fazenda Pública entra no Tesouro Nacional ou seu 
equivalente nos estados e municípios. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
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§ 2° O crédito pago por cheque somente se considera 
extinto com o resgate deste pelo sacado. 
Este parágrafo 2 ° considera que somente se considera extinto 
o crédito pago por cheque após a compensação bancária. 
Como foi falado no parágrafo anterior, na prática, a autoridade 
fiscal verificará, no sistema informatizado, se o débito possui o 
correspondente pagamento. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
§3° O crédito pagável em estampilha considera-se 
extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto 
no artigo 150. 
A estampilha, tal qual um selo, depois de afixada não é 
possível a sua utilização em outro local. Quando a estampilha é afixada 
torna o crédito tributário extinto. 
O parágrafo acima ressalva os caso em que há lançamento por 
homologação, em que é necessária a homologação da atividade do 
sujeito passivo para extinção do crédito. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
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§ 4° A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no 
pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, 
salvo nos casos expressamente previstos na legislação 
tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à 
autoridade administrativa. 
Se o sujeito passivo errou na utilização da estampilha, perdeu, 
destruiu ou errou no pagamento, não será possível requerer restituição 
do valor pago. 
Somente em dois casos seria possível a restituição: ou em 
virtude de expressa disposição da legislação tributária ou erro da 
autoridade fiscal. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
§ 5° O pagamento em papel selado ou por processo 
mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha. 
Este parágrafo não é de muita eficácia, pois, como dissemos, 
estes três métodos são comprobatórios do pagamento do tributo. 
EIS A QUESTÃO! 
10) (AFRF/2000/ESAF) Marque com V a assertiva verdadeira e com F 
a falsa, assinalando em seguida a opção correspondente. 
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( ) O pagamento é efetuado em moeda corrente, cheque ou vale postal, 
e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por 
processo mecânico. 
( ) A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o 
pagamento por cheque ou vale postal 
( ) Se o cheque dado em pagamento não for liquidado, o pagamento do 
tributo não se considera feito 
a) F, F, F 
b) V, V, F 
c) V, F, F 
d) V, V, V 
e) F, F, V 
Solução: 
A primeira assertiva é verdadeira. É o que diz o artigo 162 do 
CTN. 
A segunda assertiva é verdadeira. Trata-se de assunto do 
parágrafo 1° do artigo 162 do CTN. 
A terceira assertiva é verdadeira. O parágrafo 2° do artigo 162 
determina que o crédito pago por meio de cheque será extinto com o 
resgate do cheque, ou seja, pela compensação. 
A resposta certa é a letra "d". 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais 
débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma 
pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a 
diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou 
juros de mora, a autoridade administrativa competente para 
receber o pagamento determinará a respectiva imputação, 
obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, 
e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade 
tributária; 
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II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois 
às taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
Este artigo trata de imputação de pagamento. Pode ser que o 
sujeito passivo faça diversos pagamentos, visando à extinção de crédito, 
porém se esses recursos forem insuficientes para quitação, caberá a 
Fazenda Pública quitá-los na ordem em que aparecem nos incisos deste 
artigo. 
A imputação em pagamento significa que os recolhimentos 
efetuados por um mesmo sujeito passivo, tendo vários débitos para com 
o mesmo sujeito ativo, serão quitados na ordem dos incisos acima. 
O inciso I fala em débitos por obrigação própria e decorrentes 
de responsabilidade tributária.Os débitos por obrigação própria são 
aqueles em que o sujeito passivo é o contribuinte e nos decorrentes de 
responsabilidade tributária, ele é o responsável tributário. 
Vamos dar um exemplo simples e numérico. Zezinho, sujeito 
passivo, contribuinte de débitos para com a União, fez um recolhimento 
único de R$ 1.000,00 e solicitou que a Receita Federal fizesse a 
imputação em pagamento para saber seu saldo devedor: 
CRÉDITOS VALOR PRAZO DE Ordem de Imputação 
PRESCRIÇÃO imputação em 
pagamento 
IPI 400,00 23/11/2013 5 0 200,00 
IR 200,00 23/11/2013 
ITR 150,00 12/10/2012 4° 150,00 
Contribuição 
de melhoria 
300,00 30/03/2015 1° 300,00 
Multa 100,00 30/05/2011 3° 100,00 
relativa à 
taxa de 
conservação 
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rodoviária 
Taxa de 
fiscalização 
sanitária 
2S0,00 30/04/2011 2° 2S0,00 
De acordo com o exemplo acima, o sujeito passivo ficaria com 
R$ 100, 00 de débito de IPI e R$ 200,00 de débito de IR. 
Atualmente a imputação em pagamento não é muito usada, 
tendo em vista que a arrecadação dos tributos é feita em rede bancária, 
por meio de documentos de arrecadação e o sistema informatizado faz a 
alocação dos pagamentos de forma precisa. Se o contribuinte errar no 
preenchimento do documento de arrecadação, este não será alocado e o 
débito ficará "em aberto". 
O contribuinte continuará sendo cobrado e terá que 
protocolizar processo administrativo para a correção do documento de 
arrecadação e correta alocação do pagamento. Nesse sentido, pode 
acontecer de o contribuinte fazer vários recolhimentos, sem o 
correspondente débito a ser alocado, e solicitar a imputação dos 
pagamentos. 
EIS A QUESTÃO! 
11) (AFTN/set/94/ESAF) A autoridade administrativa, no caso de 
débitos vencidos do mesmo sujeito passivo, determinará que a 
imputação se dê, na seguinte ordem: 
a) primeiramente as taxas e depois a contribuição de melhoria 
b) crescente, em função dos prazos de decadência 
c) crescente, em função dos montantes 
d) primeiramente os débitos por responsabilidade solidária 
e) primeiramente os débitos por obrigação própria 
Solução: 
0 artigo 163 do CTN determina a seguinte ordem: 
1 - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em 
segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; 
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II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às 
taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
A resposta certa é a letra "e". 
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser 
consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao 
pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao 
cumprimento de obrigação acessória; 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de 
exigências administrativas sem fundamento legal; 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de 
direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato 
gerador. 
§ 1° A consignação só pode versar sobre o crédito que o 
consignante se propõe pagar. 
§ 2° Julgada procedente a consignação, o pagamento se 
reputa efetuado e a importância consignada é convertida em 
renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, 
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das 
penalidades cabíveis. 
Vimos, no artigo 156, que o julgamento procedente da ação de 
consignação em pagamento é uma das causas de extinção do crédito 
tributário e que o contribuinte faz a consignação do valor que ele acha 
devido. 
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Neste artigo 164, veremos as regras para ocorrer esta 
extinção. 
Os dois primeiros incisos são casos em que a autoridade fiscal 
exerce sua função com autoritarismo e faz exigências que não 
encontram amparo legal na legislação tributária, exigindo do 
contribuinte que ele pague outros tributos e multas, ou ainda, imponha 
condições sem cabimento. 
Quando o CTN fala em recebimento no inciso I acima, devemos 
entender que é o caso em que a autoridade fiscal faça exigências sem 
amparo legal, tal que o contribuinte não encontra alternativa, senão a 
de recorrer ao judiciário. 
No inciso III, o artigo trata de bitributação, quando duas 
pessoas jurídicas de direito público tributam o mesmo sujeito passivo, 
pelo mesmo fato gerador. É a situação em que dois estados tributam o 
mesmo proprietário de automóvel, visando ao pagamento do IPVA. 
O parágrafo 2°, acima, dita que na ação de consignação em 
pagamento, julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa 
efetuado e a importância consignada é convertida em renda. O sujeito 
passivo sai vencedor do litígio, podendo ver o crédito tributário extinto. 
A extinção ocorre com o julgamento procedente do pedido da 
ação de consignação em pagamento. 
Se a ação de consignação for julgada improcedente, no todo 
ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem 
prejuízo das penalidades cabíveis. A Fazenda poderá prosseguir na 
cobrança do montante que considera devido, com os acréscimos legais. 
SEÇÃO III 
Pagamento Indevido 
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O pagamento indevido ocorre quando o sujeito passivo efetua 
pagamento a maior, em relação ao crédito tributário, exigido pela 
Fazenda Pública. 
No caso de pagamento indevido, é dever do Poder Público 
restituir o valor que não lhe pertence. 
O pagamento indevido pode ocorrer por diversas causas. Pode 
ser por erro no preenchimento do documento de arrecadação, colocando 
valor a maior, erro na declaração que serve de base na apuração do 
valor do crédito tributário, etc. 
Se houve pagamento que não pertence ao sujeito ativo, 
conclui-se que, também para esse pagamento, não existe sujeito 
passivo. Nesse pensamento, a relação que se estabelece não é jurídico-
tributária, mas apenas de caráter civil. 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, 
independentemente de prévio protesto, à restituição total ou 
parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, 
ressalvado o disposto no § 4° do artigo 162, nos seguintes 
casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo 
indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária 
aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato 
gerador efetivamente ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na 
determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do 
débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento 
relativo ao pagamento; 
Se a Fazenda Pública verifica que há um valor recolhido sem o 
correspondente crédito, deve fazer a restituição. Esse é o significado da 
expressão que aparece no caput deste artigo, quando diz que o sujeito 
passivo tem direito à restituição sem prévio protesto. 
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A ressalva, no caput acima, se trata de solicitação de 
restituição de pagamento por estampilha. A perda ou destruição da 
estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não 
dão direito a restituição. 
A base deste artigo é o princípio do enriquecimento ilícito, 
quando o sujeito enriquece sem causa, ou seja, sem ter feito nada para 
que aquilo acontecesse, seria como "cair dinheiro do céu". 
No inciso II há um erro de português. O vocábulo 
"edificação" deve ser entendido como "identificação". 
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por 
sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro 
somente será feita a quem prove haver assumido o referidoencargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por 
este expressamente autorizado a recebê-la. 
Para entendermos este dispositivo do CTN, precisamos saber o 
que é tributo direto e o que é tributo indireto. 
O tributo direto é aquele cujo ônus financeiro não pode ser 
transferido do contribuinte para outrem. Tributo indireto é quando o 
contribuinte consegue transferir o ônus financeiro. 
Quando estudamos essa matéria, falamos que não seria 
possível afirmar quais tributos podem ou não, ser transferidos 
informalmente. 
Agora vem a aplicação prática daquela classificação de 
tributos. 
Na restituição, se o sujeito passivo faz o recolhimento do 
tributo indevidamente ou a maior, sem sombra de dúvidas, tem direito 
de receber o dinheiro de volta. 
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Para os tributos indiretos, cujo ônus financeiro é de terceiros 
sem ser o sujeito passivo da obrigação tributária, haverá certa 
dificuldade de se fazer a restituição. 
Nesses casos o contribuinte de direito transferiu para o 
contribuinte de fato o ônus financeiro da tributação. 
É o caso, por exemplo, do IPI apurado e cobrado nas vendas e 
destacado em notas fiscais. Este valor acrescido ao valor da mercadoria 
é faturado e cobrado do comprador. Portanto cabe restituição ao 
comprador. 
Outro exemplo é do proprietário de um imóvel alugado, o qual 
estabelece, no contrato de aluguel, que cabe ao locatário o pagamento 
do IPTU. O artigo 166 tenta resolver esse imbróglio, ditando que o 
contribuinte de direito pode solicitar a restituição, porém tem que fazer 
prova de que assumiu o ônus financeiro ou, se repassou a terceiro, ter 
deste a autorização para fazer a solicitação à Fazenda Pública. 
Apesar das grandes complicações para colocar em prática essa 
restituição, o CTN deu a solução para o caso. 
Só por curiosidade, imagine um comerciante que vendeu 
centenas de mercadorias para centenas de consumidores, como ele iria 
pegar autorização desses consumidores para solicitar a restituição. Na 
verdade a restituição seria para os consumidores. Então por que o 
comerciante iria pedir restituição? 
Verificamos que, na prática, o valor a maior ficará com o Poder 
Público. Que bom se eles usassem esse dinheiro em prol do cidadão 
(desculpem o pensamento). 
Se ficar provado que o contribuinte não incluiu no preço dos 
seus produtos, a parcela do tributo que indevidamente pagou, tem 
direito à restituição. Com base nesse entendimento, o STF editou a 
Súmula n0 546: "CABE A RESTITUIÇÃO DO TRIBUTO PAGO 
INDEVIDAMENTE, QUANDO RECONHECIDO POR DECISÃO, QUE O 
CONTRIBUINTE "DE JURE" NÃO RECUPEROU DO CONTRIBUINTE 
"DE FACTO" O "QUANTUM" RESPECTIVO." Data de Aprovação: 
Sessão Plenária de 03/12/1969 
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Há uma observação no site do STJ, remetendo a súmula acima 
à de n° 71: "EMBORA PAGO INDEVIDAMENTE, NÃO CABE 
RESTITUIÇÃO DE TRIBUTO INDIRETO". O caso da súmula 71 ocorre 
quando o vendedor solicita uma restituição, a qual foi repassada aos 
compradores. Nesse sentido, a restituição iria provocar um 
enriquecimento sem causa, pois os valores restituídos não seriam 
devolvidos aos compradores, os verdadeiros lesados. 
EIS A QUESTÃO! 
12) (AFRF.TI.2.2005/ESAF) Sobre o pagamento indevido de tributos 
é correto afirmar-se, de acordo com o Código Tributário Nacional, que 
a) a reforma, a anulação, a revogação ou a rescisão de decisão 
condenatória, à vista da qual se tenha efetuado o recolhimento, afinal 
tido por indevido também podem ensejar a restituição. 
b) a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, 
transferência do respectivo encargo financeiro, será feita a quem 
comprove ter efetuado o pagamento indevido, tenha ele ou não 
assumido o referido encargo financeiro. 
c) ao falar de sujeito passivo, está a referir-se ao obrigado que o seja na 
condição de contribuinte, não àquela em que ele tenha figurado como 
responsável. 
d) para que haja o direito à restituição, nos casos de tributos sujeitos a 
lançamento por homologação, é necessária a prática do ato 
homologatório por parte da autoridade fazendária. 
e) o sujeito passivo tem direito à restituição total ou parcial do tributo, 
recolhido indevidamente ou a maior do que o devido, desde que 
comprove ter havido erro, de sua parte, na interpretação da legislação 
aplicável ao caso. 
Solução: 
A alternativa a está certa. De acordo com o artigo 165, inciso 
III do CTN, o sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio 
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a 
modalidade do seu pagamento, no caso de reforma, anulação, 
revogação ou rescisão de decisão condenatória. 
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A alternativa "b" está errada. O artigo 166 dita que a 
restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência 
do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver 
assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, 
estar por este expressamente autorizado a recebê-la. 
A alternativa "c" está errada. O artigo 121 em seu parágrafo 
único reza que o sujeito passivo da obrigação principal pode ser o 
contribuinte ou o responsável. 
A alternativa "d" está errada. Nos processos de restituição de 
lançamento por homologação, o sujeito passivo terá direito no caso de 
homologação expressa, quando há intervenção da administração 
pública, ou no caso de homologação tácita, quando por decurso de 
prazo o lançamento será homologado. É o que se infere do artigo 150, 
parágrafo 4°, que trata da homologação do tributo lançado por 
homologação, combinado com o artigo 165, que trata da restituição, 
independente da modalidade de lançamento. 
A alternativa "e" está errada. O artigo 165, inciso I, dita que o 
contribuinte tem direito à restituição em face da legislação tributária 
aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador 
efetivamente ocorrido. 
A resposta certa é a letra "a". 
13)(FGV/Fiscal/RJ/2010) Analise as afirmativas a seguir. 
I. O contribuinte de direito poderá postular a repetição do indébito se 
estiver autorizado por quem tenha assumido o encargo financeiro do 
tributo. 
II. Os juros moratórios são devidos a partir do trânsito em julgado da 
sentença. 
III. A correção monetária incide a partir do pagamento indevido. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Solução: 
A afirmativa I está correta. Base legal: artigo 166 do CTN. 
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A afirmativa II está correta. Esses são os termos da Súmula 
188 do STJ. 
A afirmativa III está correta. Esses são os termos da Súmula 
162 do STJ. 
A resposta certa é a letra "e". 
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá 
lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e 
das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de 
caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. 
Parágrafo único. A restituição vence juros não 
capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão 
definitiva que a determinar. 
O caput deste artigo fala o óbvio. Se o sujeito passivo pagou 
multa e juros incidentes no valor a maior, então ele terá direito à 
restituição desses valores. 
Por exemplo, se foi pago a maior R$ 100,00 e por causa desse 
valor a maior foi calculada uma multa de R$ 10,00 e juros moratórios de 
R$ 5,00, a Fazenda Pública terá que restituiros R$ 15,00 dos 
acréscimos legais pagos a maior. 
A infração formal, de que trata o caput, é aquela que não tem 
relação com o valor pago a maior ou indevidamente. Seria, por 
exemplo, infração ligada à obrigação tributária acessória. 
No parágrafo único, encontramos que, se o Estado cobra juros 
por atraso no pagamento das obrigações, a recíproca também é 
verdadeira, devendo ela pagar juros não capitalizáveis (juros simples) 
ao sujeito passivo que teve um valor de restituição pago. Corre juros 
contra o Estado, da data inicial da decisão definitiva que deferir o pleito 
do sujeito passivo. 
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Diante da discussão sobre o início do pagamento de juros 
moratórios em repetição de indébito, o STJ editou a Súmula n° 188: 
"Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são 
devidos a partir do trânsito em julgado da sentença." A Corte 
rechaçou a hipótese do pagamento de juros desde a data do pagamento 
indevido. 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se 
com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data 
da extinção do crédito tributário; (Vide art 3o da LCp n° 118, de 
2005) 
Contamos a você que o prazo decadencial é fatal e refere-se a 
uma inércia de quem deveria ter agido e não agiu, lembra? 
Aqui, temos o prazo decadencial para repetição de indébito, a 
famosa restituição que todos gostam. 
O prazo é de 5 anos, ou seja, se o sujeito não requereu a 
restituição em 5 anos, ele terá perdido o direito de pleiteá-la. 
A dificuldade de raciocínio do prazo decadencial é em relação 
ao início da contagem, assim como em relação a todos os prazos. 
Neste inciso I, para o caso da cobrança ou pagamento 
espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido, em face da 
legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias 
materiais do fato gerador efetivamente ocorrido e nas hipóteses de erro 
na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento, o prazo 
decadencial deve ser contado a partir da data do pagamento indevido. 
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O inciso I acima traz uma observação em relação ao artigo 3° 
da LC 118/2005. 
O artigo 3° da Lei Complementar 118/2005 dispõe: 
"Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n° 
5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a 
extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo 
sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento 
antecipado de que trata o § 1° do art. 150 da referida Lei." 
Por sua vez o §1 ° do art. 150 dita que o pagamento antecipado 
extingue o crédito sob condição resolutória da ulterior homologação ao 
lançamento. 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se 
com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: 
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em 
que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em 
julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, 
revogado ou rescindido a decisão condenatória. 
Nesse inciso II, em caso de reforma, anulação, revogação ou 
rescisão de decisão condenatória, o prazo decadencial deve ter o início 
de contagem na data da decisão definitiva, ou seja, irrecorrível para a 
restituição pleiteada na esfera administrativa ou judicial, que entender 
indevido o valor pago. 
EIS A QUESTÃO! 
14) (AFTN/set/94/ESAF) Diante de hipótese na qual o contribuinte 
impugnou o lançamento, administrativamente, o direito de pleitear a 
restituição extingue-se com o decurso de prazo de cinco anos, contados 
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da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa, nos casos 
de 
a) erro na identificação do sujeito passivo 
b) erro na aplicação da alíquota 
c) anulação de decisão condenatória 
d) erro na elaboração de documento relativo ao pagamento 
e) erro no montante do débito 
Solução: 
O artigo 168, inciso II do CTN define que o direito de pleitear a 
restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, 
contados da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou 
passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, 
revogado ou rescindido a decisão condenatória. 
A resposta certa é a letra "c". 
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da 
decisão administrativa que denegar a restituição. 
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido 
pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por 
metade, a partir da data da intimação validamente feita ao 
representante judicial da Fazenda Pública interessada. 
A prescrição é o prazo para ajuizar uma ação judicial. 
Ocorrerá sempre a prescrição, nesse caso, com a inércia do 
sujeito passivo. Ocorrida a prescrição, ele não poderá mais ajuizar ação 
judicial para a restituição de um débito pago a maior ou indevidamente. 
O contribuinte pode requerer administrativamente o valor 
pago a maior espontaneamente ou por decisão administrativa ou judicial 
que verificou que o valor foi pago indevidamente. Nesse sentido, a 
Administração pode denegar o pedido de restituição do sujeito passivo. 
Dessa forma o sujeito passivo tem o direito de se socorrer ao judiciário 
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para ver seu direito à restituição atendido. Ele irá entrar com ação 
anulatória do ato denegatório. 
O CTN em seu artigo 169 determina que o sujeito passivo 
tenha 2 anos, a contar da data de ciência do ato que denegou a sua 
restituição, para ajuizar a ação. 
Em seu parágrafo único, o artigo estipula que a prescrição 
somente se interrompe com o início da ação judicial. 
Se o contribuinte tem dois anos para entrar com a ação e ele 
entra com seis meses, haverá a interrupção, ou seja, para de contar o 
tempo da prescrição. 
Seguindo o raciocínio do parágrafo, o recomeço da contagem 
do prazo de prescrição será quando a Fazenda Pública for intimada. O 
sujeito passivo terá mais um ano para ajuizar ação, que é a metade do 
prazo, como está previsto no CTN. 
Se ocorrer a interrupção no prazo menor que um ano, o sujeito 
passivo não será prejudicado e terá o seu prazo de prescrição total de 2 
anos. 
Vamos aos exemplos. 
Se ocorrer a interrupção faltando 6 meses para ocorrer a 
prescrição, o sujeito passivo terá mais um ano para ajuizar a ação de 
anulação do ato denegatório de sua restituição. 
Se houver a interrupção com 6 meses a partir da data do ato 
que denegou a restituição, ele terá um ano e 6 meses para impetrar a 
ação judicial anulatória do ato que denegou a sua restituição. 
EIS A QUESTÃO! 
15) (AFTE RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das formulações adiante e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas. Em seguida, marque a 
resposta correta. 
( ) A intimação ou citação judicial, validamente feita ao representante 
da Fazenda Pública interessada, interrompe o prazo de prescrição da 
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ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição de 
tributo. 
( ) A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na 
mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, 
salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela 
causa da restituição. 
( ) A restituição vence juros capitalizáveis, a partir do trânsito em 
julgado da decisão definitiva que a determinar. 
a) V, F, F 
b) V, V, F 
c) V, F,V 
d) F, V, F 
e) F, V, V 
Solução: 
A primeira formulação é falsa. O artigo 169 fala em início da 
ação e não em citação judicial. Base legal: Art. 169. Prescreve em dois 
anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a 
restituição. Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido 
pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a 
partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial 
da Fazenda Pública interessada. 
A segunda formulação é verdadeira. CTN Art. 167. A 
restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma 
proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as 
referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da 
restituição. 
A terceira formulação é falsa. A restituição vence juros 
simples, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a 
determinar. Base legal: CTN art. 167, Parágrafo único. A restituição 
vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da 
decisão definitiva que a determinar. 
A resposta certa é a letra "d". 
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16) (TRF/2002-1/ESAF) Indique em quantos anos prescreve o direito 
a interpor ação anulatória da decisão administrativa que denegar 
restituição. 
a) 1 ano 
b) 2 anos 
c) 3 anos 
d )4 anos 
e) 5 anos 
Solução: 
O artigo 169 do CTN define o prazo de dois anos para o 
contribuinte interpor ação anulatória. Base legal: CTN art. 169. 
Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que 
denegar a restituição. 
A resposta certa é a letra "b". 
17) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) Um determinado 
contribuinte efetuou pagamento de tributo a maior do que o devido e, 
em razão disso, pleiteou administrativamente a restituição desse valor, 
restituição essa, todavia, que lhe foi negada. Dessa decisão 
administrativa, que denegou a restituição ao contribuinte, 
(A) não cabe ação anulatória. 
(B) cabe ação anulatória, cujo prazo de decadência é de dois anos. 
(C) cabe ação anulatória, cujo prazo de prescrição é de dois anos. 
(D) cabe ação anulatória, cujo prazo de decadência é de cinco anos. 
(E) cabe ação anulatória, cujo prazo de prescrição é de cinco anos. 
Solução: 
Esta questão é caso de repetição de indébito, quando o sujeito 
passivo paga a maior ou indevidamente um tributo e requer a 
restituição deste pagamento indevido. No caso de denegação em 
processo administrativo, o sujeito passivo terá 2 anos, prazo 
prescricional, para propor ação judicial anulando a decisão 
administrativa. Base legal: CTN Art. 169. Prescreve em dois anos a ação 
anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. 
A resposta certa é a letra "c". 
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SEÇÃO IV 
Demais Modalidades de Extinção 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias 
que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à 
autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos 
tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, 
do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto n° 
7.212, de 2010) 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito 
passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a 
apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar 
redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por 
cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da 
compensação e a do vencimento. 
Em aulas passadas, vimos o que é compensação. Agora, 
veremos algumas características dessa forma de extinção do crédito 
tributário. 
O artigo acima informa que a compensação tem suas 
condições e garantias estipuladas em lei ou for delegada à autoridade 
administrativa a autorização para fazê-la. 
O crédito tributário goza de presunção de certeza e liquidez, 
portanto o crédito do particular deverá ter essa mesma presunção. A 
certeza é quanto à existência do crédito e a liquidez diz respeito ao 
valor. 
O artigo em comento fala que somente os créditos vencidos ou 
vincendos... 
Espere um pouco, o que são créditos vincendos? 
São créditos que ainda não estão vencidos, mas que vencem 
em data próxima. O CTN estipula que somente, podem entrar na 
compensação, os créditos vincendos, os quais a Fazenda Pública deve ao 
sujeito passivo. 
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No parágrafo único, temos uma forma do crédito tributário 
vincendo entrar na compensação. Será possível, se estiver estipulado 
em lei e o crédito for calculado de modo que a atualização do crédito 
tenha uma redução de no máximo 1% de desconto, pois há uma 
antecipação. 
Essa redução máxima é para que o Estado não imponha, ao 
particular, redução maior do crédito a receber por este. 
Essa compensação ocorre muitas vezes no imposto de renda 
pessoa física e é proposto pela própria Fazenda Pública. 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o 
aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo 
sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva 
decisão judicial. (Artigo incluído pela Lcp n° 104, de 10.1.2001) 
Falamos que o crédito tributário goza de certeza e liquidez e 
que o crédito do particular deverá ter essas mesmas características. 
No caso de litígio judicial, até o trânsito em julgado da decisão 
judicial, não haverá certeza do recebimento deste valor, por parte do 
contribuinte, que pretende usá-lo para fazer compensação de débitos 
para com a Fazenda Pública. 
Somente após o trânsito em julgado, quando não é mais 
possível haver recurso e caso o sujeito passivo saia vencedor do litígio 
judicial, ele poderá aproveitar esse crédito para compensar débitos que 
tenha com a Fazenda Pública. 
Somente é possível compensar créditos mútuos, ou seja, por 
exemplo, se houver débito para com a União, o sujeito passivo não pode 
aproveitar crédito que tenha com o Estado do Rio de Janeiro. 
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Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que 
estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária 
celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe 
em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito 
tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente 
para autorizar a transação em cada caso. 
A transação é forma extintiva do crédito tributário, 
estabelecida em lei autorizativa, com a finalidade de terminar litígio 
entre ambos ou para evitá-lo. 
A transação judicial tem que ser homologada pelo juiz 
competente. 
A lei autorizativa vai determinar qual será a autoridade fiscal e 
qual o percentual máximo que o administrador público poderá usar para 
negociar com o sujeito passivo. O administrador deverá ficar restrito ao 
que a lei determinar, em termos de condições da transação. 
Na negociação, a administração espera do sujeito passivo que 
ele pague seu débito em prazo certo. 
Em muitos casos de transação, a administração pública impõe 
ao particular a condição do pagamento do principal para que haja 
desconto nas multas. 
EIS A QUESTÃO! 
18) (Gestor Fazendário MG/2005/ESAF) Assinale a opção correta. 
a) A compensação mediante o aproveitamento de tributo objeto de 
contestação judicial pode ocorrer antes do trânsito em julgado da 
respectiva decisão judicial. 
b) A isenção do tributo pode ser instituída por decreto do Governador. 
c) A lei não pode facultar a transação entre o credor e o devedor de 
tributo, visto que o interesse público é indisponível. 
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d) Com a lavratura de auto de infração,considera-se definitivamente 
constituído o crédito tributário. 
e) Com a lavratura de auto de infração, considera-se constituído o 
crédito tributário. 
Solução: 
A letra "a" está errada. Base legal: Art. 170-A. É vedada a 
compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de 
contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado 
da respectiva decisão judicial. 
A letra "b" está errada. Somente a lei poderá outorgar isenção. 
Base legal: Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: VI (parte) - as 
hipóteses de exclusão do crédito tributário. 
A letra "c" está errada. Art. 171. A lei pode facultar, nas 
condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação 
tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe 
em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para 
autorizar a transação em cada caso. 
A letra "d" está errada. Quando estudamos a matéria sobre 
lançamento, verificamos que o lançamento está definitivamente 
constituído com a ciência do contribuinte. A Fazenda somente poderá 
cobrar o crédito se o contribuinte estiver ciente do ato administrativo do 
lançamento. 
A letra "e" está certa. O lançamento constitui o crédito 
tributário. CTN Art. 142. Compete privativamente à autoridade 
administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento... " 
A resposta certa é a letra "e". 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade 
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
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A remissão é outra causa de extinção do crédito tributário, 
significando, a critério da legislação tributária, o perdão das dívidas 
tributárias vencidas à época da vigência da lei. 
A lei que autoriza a concessão da remissão deve ser lei 
específica, de acordo com o artigo 150, §6°, da Constituição Federal, ou 
seja, deve tratar apenas da concessão da remissão ou do tributo a que 
se refere. 
Há uma controvérsia em relação ao perdão das multas, se será 
caso de remissão ou anistia. Anistia, como estudaremos em aula futura, 
é a forma de exclusão das infrações, referentes aos créditos tributários. 
Ora, se anistia é um instituto de exclusão e remissão é causa 
de extinção, podemos ter extinção de multas e exclusão de multas. 
Na extinção o lançamento da multa já aconteceu e o Estado 
perdoa as dívidas já existentes. Na exclusão impede-se a constituição do 
crédito pelo lançamento. Então podemos ter casos de multas extintas e 
casos de exclusão. 
O mesmo raciocínio serve para distinguir remissão, de isenção, 
por ser este último, caso de exclusão de tributo. 
Vamos, nos artigos seguintes, estudar os casos de 
remissão: 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade 
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
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Pode ser caso de remissão, quando a autoridade administrativa 
verifique que o sujeito passivo não tem como pagar suas dívidas, em 
função de uma situação ocorrida em sua vida ou outra causa qualquer. 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade 
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, 
quanto a matéria de fato; 
Os erros escusáveis, desculpáveis, são os erros de fato ou erro 
material, não os de direito, quando há discussão em torno de 
interpretação da norma. A alegação de ignorância, em relação ao 
desconhecimento da lei, não pode servir para descumpri-la. 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade 
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
Pode ocorrer a remissão de créditos de valores, os quais não 
compensem mover a máquina administrativa para efetuar a cobrança de 
tais créditos. É quando a relação custo x benefício da cobrança não 
compensa. 
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Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade 
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as 
características pessoais ou materiais do caso; 
Novamente o CTN usa o artifício da palavra equidade para 
deixar ao bom senso do administrador os casos concretos em que ele 
deve usá-la. A equidade deve ser sempre uma comparação de fatos que 
o administrador tem que ter em mente para promover a justiça social. 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade 
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
V - a condições peculiares a determinada região do 
território da entidade tributante. 
Este é o caso em que uma comunidade pode sofrer com as 
consequências de uma catástrofe natural ou grave crise econômica. Se 
algo desse tipo ocorrer, a autoridade administrativa, autorizada por lei 
específica, pode conceder a remissão dos créditos tributários já 
constituídos. 
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DIREITO TRIBUTÁRIO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
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Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade 
administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não 
gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto 
no artigo 155. 
O parágrafo único do artigo 172 afirma que a remissão 
concedida em caráter individual seguirá o disposto nas regras aplicadas 
à moratória concedida em caráter individual. 
Vamos relembrar as regras da moratória, remetendo-as para a 
figura da remissão. 
> Não gera direito adquirido; 
> Caso os requisitos e condições não sejam atendidos e as 
condições deixem de ser satisfeitas a remissão será "revogada" de 
ofício; 
> Serão cobrados os tributos e acréscimos legais no caso da 
"revogação"; 
> Em caso "revogação" em que tenha havido dolo ou 
simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele, haverá 
imposição de penalidade. Nesse caso o tempo decorrido entre a 
concessão e a revogação não será computado para efeito de prescrição 
do direito à cobrança do crédito; 
> Caso não tenha havido dolo ou simulação do beneficiado, ou 
de terceiro em benefício daquele, não haverá penalidade aplicada e a 
"revogação" só pode ocorrer antes de prescrito o direito à cobrança do 
crédito. 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o 
crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: 
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I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que 
o lançamento poderia ter sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que 
houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente 
efetuado. 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo 
extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele 
previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a 
constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito 
passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao 
lançamento. 
No artigo 156, inciso V, estudamos que a decadência é a perda 
do direito em lançar o crédito tributário. Essa perda de direito ocorre no 
prazo legal de 5 anos em geral. 
O inciso I, acima, coloca uma regra geral para o início da

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