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Direito Civil Aula 07

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Aula 07
Curso: Direito Civil p/ TRF 3ª Região (Analista Judiciário e Oficial de Justiça)
Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago
Direito Civil para o TRF 3ª Região - ANALISTA 
JUDICIÁRIO (ÁREA JUDICIÁRIA E OFICIAL DE JUSTIÇA). 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi 
Aula - 07 
 
 
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AULA 07: Modalidades das obrigações: 
Obrigações de dar, fazer e não fazer. 
Adimplemento e extinção das obrigações: 
Pagamento. 
 
 
 
Olá! Como vão os estudos? 
 
Esperamos que você esteja conseguindo estudar de forma adequada. 
Lembre-se que o sacrifício é momentâneo e quando você visualizar seu 
nome no diário oficial terá a certeza de que todo este esforço valeu a pena. 
Os temas da aula de hoje não são difíceis, mas, há uma grande 
carga teórica e o seu estudo pode ser um pouco cansativo principalmente 
devido à grande quantidade de informações que você terá pela frente, por 
isto vá com calma, sem afobações e entre em contato conosco em caso de 
dúvidas. 
O direito patrimonial é dividido em direito das coisas e direito 
das obrigações. 
Na aula de hoje veremos, então, o direito das obrigações, 
explanaremos a seguir sobre o tema e, novamente, nos colocamos à sua 
disposição, para ajudá-lo(a) em caso de dúvidas, por meio dos 
nossos e-mails ou do fórum. 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. 
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que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os 
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Sumário 
-Teoria Geral das Obrigações. ................................................................................................................. 3 
- Modalidades das obrigações (arts. 233 a 285). .................................................................................... 4 
Das obrigações de dar (obligationes dandi). ....................................................................................... 4 
Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi). ............................................................................... 9 
 Das Obrigações de Não Fazer. ......................................................................................................... 11 
- Adimplemento e extinção das obrigações: ......................................................................................... 11 
- Pagamento. ..................................................................................................................................... 11 
- Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330). ......................................................................................... 18 
- Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333). ....................................................................................... 20 
Pagamento Indireto. ............................................................................................................................. 22 
Do Pagamento em Consignação ....................................................................................................... 22 
Do Pagamento com Sub-Rogação ..................................................................................................... 25 
Da Imputação do Pagamento ........................................................................................................... 26 
Da Dação em Pagamento .................................................................................................................. 27 
Da Novação ....................................................................................................................................... 27 
Da Compensação .............................................................................................................................. 29 
Da Confusão ...................................................................................................................................... 30 
Da Remissão das Dívidas ................................................................................................................... 31 
QUESTÕES FCC E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS .......................................................................... 32 
LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO. ...................................................................................................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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-Teoria Geral das Obrigações. 
 
Não cabe, em um curso preparatório para um concurso público, ficar 
divagando muito sobre a teoria geral das obrigações. O assunto é extenso 
e permite uma ampla discussão doutrinária. Deste modo, falaremos o 
básico, aquilo que julgamos necessário para uma boa compreensão da 
matéria, focando o estudo nas obrigações jurídicas encontradas no código 
civil. 
A obrigação, objeto do nosso estudo, é, então, a obrigação jurídica, 
aquela que encontra respaldo em uma lei, mas que estará também 
relacionada a um negócio jurídico, como, por exemplo, um contrato. 
Por ter respaldo legal, esta obrigação está protegida pelo direito e 
tem garantia do Estado, por isto, se não for cumprida (em caso de 
inexecução), haverá consequências de cunho jurídico, trata-se da 
chamada responsabilidade contratual (assunto de outra aula). 
A obrigação estabelece um vínculo jurídico entre sujeitos (pessoas) e 
objeto. É, portanto, uma relação jurídica. Diz-se que esta relação tem 
caráter transitório, uma vez que já nasce com a finalidade de se extinguir 
(normalmente pelo seu cumprimento). 
 
³0DV o que é afinal XPD�REULJDomR�SDUD�R�PXQGR�MXUtGLFR"´� 
 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves1 a obrigação, no estudo do 
direito das obrigações, é empregada em seu sentido mais restrito, pois 
apenas os vínculos de conteúdo patrimonial estarão em sua 
abrangência, trata-se daquela relação direta entre as pessoas (que tem 
como objeto os direitos de natureza pessoal), onde uma pessoa é credora 
(aquela que pode exigir a prestação) e a outra é devedora (aquela que 
tem a incumbência de cumprir a prestação). 
 
E, segundo Flavio Tartuce2: ³$�REULJDomR�SRGH�VHU�FRQFHLWXDGD�FRPR�
a relação jurídica transitória existente entre um sujeito ativo (credor) e 
um sujeito passivo �GHYHGRU���WHQGR�FRPR�REMHWR�LPHGLDWR�D�SUHVWDomR�´ 
Deste modo, direitos de natureza pessoal, também denominados 
direitos de crédito, são aqueles em que há um vínculo entre o chamado 
sujeito ativo (que pode exigir a prestação) e o sujeito passivo (de quem 
se pode exigir o cumprimento da prestação). 
 
 
1 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva 2012, 2ª ed., pág. 441. 
2 Em, Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 236. 
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- Modalidades das obrigações (arts. 233 a 285). 
 
 As obrigações, levando em consideração a qualidade da prestação, 
ou seja, quanto ao objeto, serão classificadas em obrigações de dar, 
obrigações de fazer (estas duas são positivas) e obrigações de não fazer 
(esta é obrigação negativa). 
 
 
 
 
 
Das obrigações de dar (obligationes dandi). 
 
A prestação de dar consiste em ¹entregar ou, então, ²restituir algo 
ao credor. Mas o compromisso de entrega da coisa já constitui o que o 
nosso ordenamento jurídico chama obrigação de dar. Como exemplo 
tenha um contrato de compra e venda, o vendedor tem obrigação de dar 
a coisa e o comprador tem a obrigação de dar o preço acordado. 
Elementos que constituem uma obrigação:
(elemento 
subjetivo) 
sujeitos
ativo
(é para quem a 
prestação é 
devida)
passivo
(é quem deve 
cumprir a 
obrigação)
(elemento 
objetivo) objeto
é o elemento 
material (é a 
própria 
prestação)
vínculo 
obrigacional
As obrigações quanto ao objeto, classificam-se em
obrigações de dar obrigações de fazer obrigações de não fazer
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No direito brasileiro o contrato, por si só, não transfere o domínio, 
visto que apenas gera a obrigação de entregar a coisa alienada, enquanto 
não ocorrer à tradição, a coisa continuará pertencendo ao devedor3. A 
tradição da coisa poderá se dar por entrega ou restituição. Mas o direito 
real, ou seja, a transferência do domínio, ocorrerá somente quando houver 
a tradição (bens móveis) ou quando houver o registro (bens imóveis). 
 
A obrigação de dar subdivide-se em: ¹dar coisa certa (arts. 233 
a 242) e ²dar coisa incerta (arts. 243 a 246). A coisa que se vai entregar 
pode ser certa (determinada) ou, então, incerta (que embora 
indeterminada, será ao menos determinável). 
 
Coisa certa (específica) é coisa que pode ser individualizada, ou 
seja, que possui características próprias que permitem a sua 
individualização. É prestação determinada. Exemplo muito comum é de 
um automóvel. Este possui características que são somente suas e de 
nenhum outro, tais como chassi, motor e placa. Outro exemplo, seria um 
determinado quadro de um artista famoso. 
 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora 
não mencionados, salvo se o contrário resultar ¹do título ou ²das circunstâncias 
do caso. 
 
Em regra a obrigação principal abrange os seus acessórios, mas 
poderá haver estipulação diferente em contrato ou, então, isto poderá 
ser determinado pelas circunstâncias do caso. Além disso, após assumir 
a obrigação (e até a entrega da coisa) o devedor (que ainda detém a coisa) 
deve ter o cuidado de conservá-la. Isto é o que observamos, por exemplo, 
com relação à compra e venda: 
 
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta 
do vendedor, e os do preço por conta do comprador. 
 
Se a coisa ¹se perder ou ²se deteriorar deve ser avaliado se 
houve ou não culpa do devedor. Havendo culpa do devedor este responde 
também pelas perdas e danos4. (conforme você verá logo à frente) 
 
 
3 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 2ª ed., pág. 473. 
4 CC Art. 402. ³Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos 
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu (DANO EMERGENTE), 
o que razoavelmente deixou de lucrar (LUCRO CESSANTE).´ (As observações ao texto 
da lei são nossas). 
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³3URIHVVRUHV��PDV�TXDQGR�LVWR�RFRUUHUi�VHP�FXOSD�GR�GHYHGRU"´ 
 
A ideia de ausência de culpa estará associada ao caso fortuito e a 
força maior. Estas situações são imprevisíveis, não cabendo 
responsabilização a pessoa se não lhe deu causa. Além disso, a questão da 
prova informará se houve ou não culpa. 
 
Continuando! 
 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, ¹sem culpa do 
devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica 
resolvida a obrigação para ambas as partes; ²se a perda resultar de culpa do 
devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. 
 
Se a coisa se perder (se houver perecimento ± perda total da coisa) 
antes da tradição: 
¹Sem culpa do devedor ± resolvida a obrigação, sem perdas e danos. 
As partes voltam ao statu quo ante, voltam à situação original. Portanto, 
se o devedor já recebeu o preço pela coisa, este deve ser restituído à 
outra parte. 
²Com culpa do devedor ± o devedor responde pelo equivalente (em 
dinheiro) e mais perdas e danos. 
 
 
Art. 235. Deteriorada a coisa, ¹não sendo o devedor culpado, poderá o 
credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que 
perdeu. 
Art. 236. ²Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou 
aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em 
outro caso, indenização das perdas e danos. 
 
Se a coisa se deteriorar (veja que a coisa ainda existe, apenas perdeu 
em parte seu valor ± é a perda parcial da coisa) 
¹Sem culpa do devedor ± se dá por resolvida a obrigação ou pode o 
credor aceitar a coisa, mas com abatimento do preço. 
²Com culpa do devedor ± o devedor reponde pelo equivalente ou pode 
o credor aceitar a coisa, mas nas duas situações caberá indenização das 
perdas e danos. 
 
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Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus 
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o 
credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os 
pendentes. 
 
Enquanto a tradição, a transferência de domínio, não ocorrer o 
devedor é o dono da coisa, sendo assim, se forem feitos melhoramentos 
e acréscimos, este poderá exigir aumento do preço, podendo, inclusive, 
resolver a obrigação caso não haja anuência do credor. Pelo §único do art. 
237 temos que os frutos percebidos (aqueles que já foram colhidos) são 
do devedor. Restando para o credor os frutos pendentes (aqueles 
que ainda não foram colhidos), justamente porque estes ainda integram a 
coisa e dela não estão separados. 
 
Com relação ao art. 237, há um termo que a doutrina costuma utilizar 
e que já foi cobrado em concursos públicos, trata-VH�GD�SDODYUD�³F{PRGRV´��
Cômodos são vantagens produzidas pela coisa, isto é, seus 
melhoramentos e acrescidos, pertencentes ao devedor, que poderá 
exigir por eles aumento no preço ou a resolução da obrigação, se o credor 
não concordar em pagar o quantum apurado. 
 
A obrigação de restituir (é um tipo de obrigação de dar) ocorre 
quando existe uma coisa alheia que está em poder do devedor, sendo que 
esta coisa deverá ser restituída ao seu verdadeiro dono em momento 
oportuno.Isto é o que ocorre, por exemplo, no contrato de comodato. Se 
você possui TV por assinatura, está diante desta obrigação perante a 
prestadora de serviço. Ao final do contrato terá que devolver o aparelho 
receptor (a coisa está em seu poder por estipulação contratual, comodato, 
no entanto não é de sua propriedade). Nestes casos, se não houver 
culpa o prejudicado será o credor. Vamos às situações possíveis: 
 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, ¹sem culpa do 
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação 
se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder ²por culpa do devedor, responderá este pelo 
equivalente, mais perdas e danos. 
 
 
 
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Se a coisa se perder (se houver perecimento ± perda total da coisa) 
antes da tradição: 
¹Sem culpa do devedor ± o credor sofre a perda e a obrigação se 
resolve. A ressalva diz respeito a se já tiver começado a correr o período 
de mora do devedor, 
²Com culpa do devedor ± o devedor responde pelo equivalente mais 
perdas e danos. 
 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar ¹sem culpa do devedor, recebê-
la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se ²por culpa do 
devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. 
 
Se a coisa se deteriorar (novamente destacamos, a coisa ainda existe, 
apenas perdeu em parte seu valor ± é perda parcial da coisa) 
¹Sem culpa do devedor ± o credor recebe a coisa tal qual se ache. 
²Com culpa do devedor ± o devedor responde pelo equivalente mais 
perdas e danos. 
 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à 
coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de 
indenização. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho 
ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às 
benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, 
o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
 
Uma observação importante: não se pode entregar coisa diversa, 
mesmo que seja mais valiosa (art. 313). Se a obrigação é de coisa certa, a 
troca da coisa, se consentida pelas partes, implica a chamada novação 
objetiva (modifica-se a obrigação). Lembre-se que a convenção é lei entre 
as partes. 
 
Na obrigação de dar coisa incerta (genérica), diferentemente do 
que ocorre na prestação anterior, o objeto não é individualizado, mas sim 
genérico. Determina-se apenas o gênero e a quantidade (por sinal, estes 
são requisitos mínimos necessários, porque a coisa, embora seja 
indeterminada, deverá ser ao menos determinável, não se trata de uma 
indeterminação absoluta) a determinação da qualidade será decidida 
quando da entrega da coisa. 
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Exemplos: 10kg (quantidade) de arroz (gênero), 30 (quantidade) 
canetas (gênero), 55 litros de água. (veja que sempre sem especificar a 
sua qualidade, falta a sua individualização) 
 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela 
quantidade. 
 
Quando da escolha da coisa ocorrerá a sua individualização e o que 
até então era apenas determinável passará a ser determinado. Esta 
escolha em regra caberá ao devedor, mas poderá ser do credor se o 
contrato assim estipular. 
No entanto, quando da escolha (ato que também pode se denominar 
concentração), o devedor não poderá dar coisa pior nem ser obrigado a 
dar coisa melhor (art.244). Outro ponto importante é que a alegação da 
perda ou da deterioração da coisa somente poderá ocorrer depois da 
escolha, estando assim já individualizada. 
 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; 
mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção 
antecedente. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
 
Uma informação importante é a que diz respeito à obrigação 
pecuniária. Obrigação pecuniária é uma espécie de obrigação de dar, 
mas o cumprimento da obrigação ocorre com o pagamento em dinheiro. 
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda 
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. 
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda 
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da 
moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. 
 
 
Das Obrigações de Fazer (obligationes faciendi). 
 
A obrigação de fazer está relacionada a atos positivos ou 
prestação de serviços, consiste na confecção de algo (é claro que esta 
coisa, em determinados casos, deverá posteriormente ser entregue, mas 
isto não tira a qualificação de obrigação de fazer). A doutrina tem colocado 
três tipos de obrigação de fazer: a ¹personalíssima (ou infungível); a 
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²impessoal (ou fungível); e ³a que consiste em emitir declaração de 
vontade. 
 
¹A personalíssima (intuitu personae, infungível) é aquela que, ¹por 
convenção contratual ou ²por qualificações da pessoa, só pode ser realizada 
pessoalmente pelo devedor; 
²a impessoal (fungível) é aquela em que não há exigências, podendo o 
serviço ser realizado por terceiro; e 
³a consistente em emitir declaração de vontade, que deriva de um 
contrato preliminar. 
 
Se a prestação for personalíssima (infungível), o inadimplemento 
(o seu descumprimento) pode acarretar indenização por perdas e danos 
(art.247). 
 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que 
recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. 
 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível ¹sem culpa do 
devedor, resolver-se-á a obrigação; se ²por culpa dele, responderá por perdas 
e danos. 
No artigo 2���� ³Se a prestação do fato tornar-se impossível´� 
novamente devemos analisar se houve ou não culpa do devedor, isto 
quando a prestação se tornar impossível: 
¹Sem culpa do devedor ± resolve-se a obrigação, sem perdas e danos. 
²Por culpa do devedor ± o devedor responde por perdas e danos. 
 
O art. 249 traz a possibilidade de a prestação ser executada por 
terceiro, se assim for possível (obrigação impessoal, fungível), e à custa 
do devedor, quando houver recusa ou mora (atraso) por parte deste. Além 
disso, poderá ser devida indenização. 
 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor 
mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem 
prejuízo da indenização cabível. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de 
autorização judicial, executar ou mandar executar ofato, sendo depois ressarcido. 
 
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Das Obrigações de Não Fazer. 
 
 Agora estamos diante de uma obrigação negativa, o não fazer, é 
o ato de se abster. Nesta situação é preciso que você tenha o 
entendimento de que a pessoa poderia livremente praticar o ato, mas não 
o pratica porque está obrigada a não praticá-lo. Se praticar o ato 
caracteriza-se o inadimplemento. 
 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do 
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não 
praticar. 
 
O artigo seguinte, traz a situação do inadimplemento: 
 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o 
credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, 
ressarcindo o culpado perdas e danos. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar 
desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do 
ressarcimento devido. 
 
- Adimplemento e extinção das obrigações: 
 
- Pagamento. 
 
 A obrigação tem papel fundamental na nossa sociedade, faz circular 
a riqueza. Mas uma vez cumprida à obrigação, ocorre o seu adimplemento 
e o sujeito passivo fica liberado da obrigação. Exaure-se esta obrigação, 
ainda que outra obrigação idêntica venha a surgir posteriormente entre as 
mesmas partes. Normalmente a obrigação se extingue pelo 
pagamento, o meio normal ou ordinário de extinção das obrigações. E 
neste sentido, entende-se por pagamento, como toda forma de 
cumprimento da obrigação. 
 Portanto, há pagamento, para ambas as partes: na compra e venda, 
R�FRPSUDGRU�GHYH�SDJDU� ³GLQKHLUR´��H�R�YHQGHGRU�GHYH�SDJDU�D� ³FRLVD´��
entregando-a ou colocando-a a disposição do comprador. 
 Justamente por poder o pagamento assumir as mais variadas formas, 
se torna difícil sua classificação quanto à natureza jurídica, pois é 
impossível compreender o pagamento como sendo de natureza unitária. 
 
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Um dos requisitos essenciais do pagamento é a intenção, daquele que 
paga, de extinguir a obrigação assumida. O que importa no pagamento é a 
realização real da prestação. Normalmente, quem paga é o próprio 
devedor. Porém, pode acontecer de outros fazerem o pagamento e o credor 
deve aceitar o pagamento ainda que provenha de terceiros. É neste sentido 
o art. 304: 
 
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, 
se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome 
e à conta do devedor, salvo oposição deste. 
 
Deste modo, temos três categorias de pessoas aptas a figurar como 
solvens (termo jurídico que designa aquele que paga). O primeiro, como 
vimos, é o próprio devedor, por si mesmo, ou seu representante. Pode 
também pagar, o terceiro, interessado ou não. O terceiro interessado é 
o que está no caput do art. 304, e como exemplo temos o fiador. O art.304 
§único, fala em terceiro não interessado, que também tem o direito de 
pagar se o fizer em nome e por conta do devedor (como exemplo, temos 
um pai que paga a dívida de seu filho). Neste último caso não há 
representação, autorização ou mesmo ciência do devedor. 
 
O pagamento deve ser aceito e o solvens tem a mesma legitimidade 
de consignar5, que tinha o devedor original, se houver resistência por parte 
do credor em receber o pagamento. 
 
Se o terceiro não interessado pagar em seu próprio nome, tem direito 
a reembolsar-se do que pagar, mas não adquire os direitos do credor. Há 
somente direito a uma ação simples de cobrança. Deste modo está no art. 
305: 
 
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem 
direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. 
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso 
no vencimento. 
 
Se, porém, o terceiro pagar sem que o devedor tome conhecimento 
ou diante de sua oposição, sendo que havia meios para que o devedor 
 
5 O termo consignar vem de uma medida chamada consignação em pagamento, que ocorre 
quando o credor se recusa a receber o pagamento, e o devedor, para não ficar 
inadimplente, faz esta consignação em pagamento, ou seja, deposita em juízo o valor. O 
devedor não ficará inadimplente até que se decida a questão. 
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pudesse ilidir (impedir) a ação de cobrança do credor, não caberá 
reembolso do pagamento ao terceiro. Neste sentido temRV�R�DUW�������³O 
pagamento feito por terceiro, ¹com desconhecimento ou ²oposição do 
devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor 
WLQKD�PHLRV�SDUD�LOLGLU�D�DomR´� 
 
O art. 307 trata do pagamento que importe em transmissão de 
propriedade: 
 
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, 
quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. 
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais 
reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente 
não tivesse o direito de aliená-la. 
 
Para a transmissão do domínio deverão estar presentes todos os 
requisitos do negócio jurídico. Se porém tratar-se de coisa fungível6, já 
consumida pelo credor de boa-fé, não se pode mais reclamar a coisa. O 
assunto se resolverá por indenização. 
Para que se configure a situação do art.307 §único são necessárias 
três condições: ¹que o pagamento seja de coisa fungível; ²que tenha 
havido boa-fé por parte do accipiens (termo jurídico para designar quem 
recebe); e ³que tenha sido consumida a coisa. Enquanto não consumida, 
haverá direito à repetição, no todo ou em parte da coisa. 
 
A regra geral sobre quem recebe é a do art. 308. 
O pagamento deve ser feito ¹ao credor ou ²a quem de direito o 
represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto 
reverter em seu proveito. 
 
No entanto, podem ocorrer exceções. Tanto o credor poderá estar 
inibido de receber, como o devedor poderá, em certas situações especiais, 
pagar validamente a quem não seja credor. Como também podem os 
contraentes, no momento de fazer o contrato, estipular que o accipiens 
seja um terceiro, que não tenha nenhuma relação material com a dívida, 
mas está intitulado para recebê-la. 
 
Atenção: Em regra, se o pagamento não for efetuado ao credor ou ao seu 
representante, será ineficaz. Entretanto, da leitura do art. 308, vimos que 
 
6 Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. 
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o pagamento pode ser feito a pessoa não intitulada e mesmo assim valer 
se houver ratificação do credor ou de seu representante. 
 
No art. 311 temos outro caso de pagamento à pessoa que não o 
credor, trata-se do portador de recibo de quitação. 
Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se 
as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. 
 
A presunção é a de que quem se apresenta com um recibo firmado 
por terceiro possui mandato específico para receber, é portador de 
quitação. 
 
Já no art. 309 temos a figura do credor putativo, que é a pessoa 
que tenha a mera aparência de credor ou de pessoa autorizada a 
receber. 
 
O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois 
que não era credor. 
 
A lei condiciona a validade do pagamento ao fato de o accipiens ter a 
aparência de credor e estar o solvens de boa-fé. Restará ao verdadeiro 
credor haver o pagamento do falso accipiens. 
 
Há casos em que o devedor pode ver-se livre da obrigação, mesmo tendo 
pagado a terceiro não intitulado. Isso ocorrerá em três situações: 
 
1. Na hipótese que estudamos em que ocorre a ratificação, pelo credor, 
do pagamento recebido (art. 309). 
2. Na hipótese em que o pagamento reverterá em benefício do credor 
(art. 308, visto acima, a prova será do solvens). 
3. E, por fim, na hipótese do credor putativo. 
 
O art. 310 refere-se ao pagamento feito à pessoa incapaz de 
quitar. 
Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o 
devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. 
 
 Outra situação que inibe o credor de receber é a do art. 312. 
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Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, 
ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra 
estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado 
o regresso contra o credor. 
 
Quanto ao pagamento, este deve compreender quanto ao seu objeto 
àquilo que foi acordado. Não sendo obrigado a receber nem mais, e nem 
menos que o acordado. 
 Quanto ao objeto do pagamento, começaremos com o art. 313: 
O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, 
ainda que mais valiosa. 
 
Como regra geral, só existirá solução da dívida, com a entrega do 
objeto. Se a prestação é complexa, constantes de vários itens, não se 
cumprirá a obrigação enquanto não atendidos todos. 
 
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda 
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. 
 
E o artigo 317 admite a intervenção judicial para a correção do valor 
QR� SDJDPHQWR� GR� SUHoR� TXDQGR� ³por motivos imprevisíveis, sobrevier 
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do 
momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, 
de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação´��Neste 
caso temos a aplicação da Teoria da Imprevisão7, que traz exceção ao tema 
quanto ao objeto do pagamento, é a correção judicial do contrato. 
 
E, neste mesmo tema, temos o art. 316, que diz que: 
É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 
 
Este artigo está relacionado aos índices de correção monetária, 
portanto cláusula móvel das prestações, algo que, sem dúvida, converte-
se em terreno acidentado para o interessado. 
 
O art. 318 traz uma proibição: 
São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem 
como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, 
excetuados os casos previstos na legislação especial. 
 
7 Quando imprevistos alheios ao contrato e vontade das partes autorizam a revisão do 
contrato pelo juiz. 
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Assim, negócios em moeda estrangeira somente são permitidos, por 
exceção, nos contratos de importação e exportação; nos contratos de 
compra e venda de câmbio e nos contratos celebrados com pessoa 
residente e domiciliados no exterior. Trata também da proibição da 
chamada cláusula de ouro, que está mais relacionada à legislação especial 
de natureza financeira. 
Os pagamentos contratados em medida ou peso devem 
obedecer aos costumes do lugar. Os termos arroba, braças, alqueires 
podem variar de acordo com as regiões em que as obrigações houverem 
de ser cumpridas. 
 
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-
á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. 
 
A prova do pagamento é a demonstração material, é manifestação 
externa de um acontecimento. Quem paga tem direito a prova desse 
pagamento, que é a quitação. 
 
Vamos ver os artigos 319 e 320 conjuntamente: 
 
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o 
pagamento, enquanto não lhe seja dada. 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, 
designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por 
este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do 
seu representante. 
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a 
quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a 
dívida. 
 
 Aí estão os requisitos do recibo, instrumento da quitação. Trata-se 
de prova cabal de pagamento, porque em juízo não se aceitará prova 
exclusivamente testemunhal para provar o pagamento, se o valor exceder 
ao teto legal. Este é o conteúdo do art. 227: 
 
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se 
admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário 
mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. 
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova 
testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. 
 
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 A quitação, contendo os requisitos do art. 320, não necessita ter 
a mesma forma do contrato. É dever do credor dar a quitação, uma vez 
recebido o pagamento. Se o credor se recusar a conceder a quitação ou 
não a der na forma devida, pode o devedor acioná-lo, e a sentença 
substituirá a regular quitação. 
 
 Há débitos literais, isto é, representados por um título. 
 
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido 
este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que 
inutilize o título desaparecido. 
 
A posse do título pelo credor é presunção de que o título não foi pago. 
Daí a necessidade da declaração. 
 
 A partir do art. 322 o código civil trata das presunções de 
pagamento, que são relativas, admitindo, portanto, prova em contrário. 
Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece,até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. 
 
Pois seria lógico que se entende que o credor não receberia a última 
prestação se as anteriores não houvessem sido pagas. Porém, admite-se 
prova em contrário. Um exemplo disso são nossas contas de luz, gás, 
WHOHIRQH��HP�TXH�VH� Or�� ³D�TXLWDomR�GD�~OWLPD�FRQWD�QmR� ID]�SUHVXPLU�D�
TXLWDomR�GH�GpELWRV�DQWHULRUHV´� 
 
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se 
pagos. 
 
Outro caso de presunção de pagamento. 
 
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. 
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, 
em sessenta dias, a falta do pagamento. 
 
A presunção é relativa porque o título pode ter sido obtido com 
violência, ou a remessa do título pode ter sido efetuada por engano, por 
exemplo. 
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Esse prazo é decadencial. Qualquer que seja o meio, o instrumento 
de quitação, nesse prazo decadencial, pode o credor provar a falta de 
pagamento. 
 As despesas com o pagamento e a quitação correm por conta do 
devedor, salvo estipulação em contrário. 
 
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a 
quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa 
acrescida. 
 
Deste modo, qualquer fato imputável ao credor que gere acréscimo 
de despesa deverá ser a ele imputado. A regra geral é a de que não é justo 
que o devedor arque com as despesas por fatos supervenientes para os 
quais não concorreu. 
 
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-
se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. 
 
Deste modo, se as partes acordaram o pagamento de terra em 
alqueires no Mato Grosso, entende-se que a medida utilizada será a 
daquela região, se não houver ressalva expressa. 
 
- Do Lugar do Pagamento (arts. 327 a 330). 
 
A regra geral, quanto ao lugar do pagamento, está no art. 327: 
 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da 
obrigação ou das circunstâncias. 
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre 
eles. 
 
A regra geral, portanto, é ser a dívida quérable ± ou seja, quando o 
credor procurar o devedor para pagamento da dívida. Em caso de 
disposição contratual em contrário, quando o devedor é quem deve 
procurar o credor em seu domicílio, ou em outro local por ele indicado, para 
o pagamento da dívida, diz-se que a dívida é portable. 
 As regras deste art. 327 são supletivas a vontade das partes. Quanto 
à regra do parágrafo único, deve o credor, notificar em tempo hábil ao 
devedor sua escolha, para que este possa fazer o pagamento. Se ocorrer 
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de o devedor mudar de endereço, e o pagamento tiver, necessariamente, 
de ser feito em outro lugar, arcará o devedor com as custas acarretadas ao 
credor, como por exemplo, as taxas de remessa bancária. 
 A importância de se estipular um lugar para ser realizado o 
pagamento ± se quérable ou portable, reside na ocorrência da mora. Pois 
pode acontecer de o devedor achar que o credor virá cobrar a dívida ± 
quérable, mas na verdade é o devedor quem deve procurar o credor para 
realizar o pagamento ± portable. Assim, um fica na espera do outro, e o 
credor pode concluir que o devedor não irá realizar o pagamento, 
constituindo-o em mora. 
 O art. 328 trata de pagamento consistente na tradição8 de um imóvel. 
 
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações 
relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. 
 
$�H[SUHVVmR�³SUHVWDo}HV�UHODWLYDV�D�LPyYHO´, não significam aluguéis, 
são referentes a serviços a serem realizados no local do imóvel, como 
reparos por exemplo. 
 Agora, imaginemos que o local estipulado, em contrato, para 
pagamento da dívida, se encontre isolado ou em estado de calamidade 
pública. Tendo em vista tal fato, o pagamento terá de ser realizado em 
outro local, estranho ao contrato. Este pagamento deverá ser feito sem 
prejuízos para o credor. Este é o teor do art. 329. 
 
Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar 
determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. 
 
Em regra o caso fortuito e a força maior não autorizam 
indenizações. 
 
Outra situação que pode ocorrer é quando no contrato conste um local 
de pagamento, mas este ocorre reiteradamente em local diverso, 
presume-se a renúncia do credor ao local previsto no contrato. 
 
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia 
do credor relativamente ao previsto no contrato. 
 
Entenda, no entanto, que esta presunção é relativa. 
 
8 Termo jurídico que quer dizer entrega. Entrega de bem imóvel. 
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- Do Tempo do Pagamento (arts. 331 a 333). 
 
O momento em que uma obrigação deve ser cumprida é muito 
importante para a identificação do inadimplemento total e da mora. 
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para 
o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
 
Este artigo se aplica as chamadas obrigações puras, pois as 
obrigações ditas a termo são aquelas que, por sua própria natureza, não 
podem ser exigidas de imediato, como, por exemplo, os empréstimos. 
 Quando existe um prazo, a obrigação só pode ser exigida pelo 
credor com o advento do termo desse prazo. Entre nós o prazo presume-
se estipulado em benefício do devedor. 
 
É o que está no art. 133: 
Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em 
proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das 
circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os 
contratantes. 
 
Se a obrigação consistir em prestações periódicas, cada prestação 
deve ser estudada isoladamente. Se por um lado a prestação pode ser 
cumprida antecipadamente, por outro lado não pode ser cumprida além do 
prazo marcado. Se de um lado, o devedor pode antecipar o cumprimento, 
inclusive com medida judicial, não pode pedir dilação de prazo ao juiz, 
ressalvada as situações de caso fortuito ou de força maior. 
 O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento, 
sob pena de ficar obrigado a esperar o tempo que faltava para o 
vencimento; a descontar os juros correspondentes, embora estipulados; e 
a pagar as custas em dobro. 
Isso de acordo com o art. 939: 
O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos 
em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o 
vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar 
as custas em dobro. 
 
Já o devedor que se antecipa e paga antes do termo,o faz por sua 
conta e risco. 
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Quando a obrigação não possui termo certo, o credor pode 
interpelar o devedor para que cumpra a obrigação num prazo razoável, que 
poderá ser fixado pelo juiz. 
No dia de pagar a dívida, esta pode ser paga até a expiração das 24h. 
Mas tem que se ter atenção quanto aos horários bancários, de comércio, 
ou forense. 
 
O art. 332 trata das obrigações condicionais: 
As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, 
cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. 
 
As obrigações condicionais são aquelas que ficam suspensas até o 
implemento desta condição. 
 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da 
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e 
incerto. 
 
Como vimos o credor não pode exigir a dívida antes do prazo 
estipulado, mas o art. 333, em determinados situações, autoriza esta 
cobrança antecipada. Vamos a ele: 
 
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o 
prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: 
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por 
outro credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, 
fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade 
passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes. 
 
Portanto, este artigo autoriza a cobrança antecipada pelo credor 
em três situações: 
 
1. A primeira é no caso de falência do devedor, e no concurso 
creditório, que é caracterizado pela insolvência civil, 
semelhante à falência da pessoa jurídica. Essa insolvência 
ocorrerá quando as dívidas do devedor forem maiores que seu 
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patrimônio hábil para pagamento, e não tenha condições de 
mudar esta situação. 
 
2. O segundo caso é quando há garantia real representado por 
hipoteca ou penhor, os bens dados em garantia sofram 
penhora por outro credor. Presume-se, pela ocorrência deste 
fato, que se este outro credor não encontrou outros bens livres 
e desembaraçados é porque a situação do devedor não é boa. 
 
3. O terceiro caso é quando há uma diminuição na garantia 
pessoal ou real ou mesmo sua perda. Por exemplo, quando 
morre o fiador. Neste caso o devedor deve ser intimado a 
reforçar sua garantia, em prazo razoável. Se assim não o fizer, 
a lei autoriza como nos demais casos, a cobrança antecipada 
da dívida. 
 
Estes casos são taxativos. Não há outros dentro do ordenamento civil. 
 
O pagamento direto é, sem dúvida, a forma mais importante de 
adimplemento de obrigações, porém este pagamento pode ser realizado de 
forma indireta. 
 
A seguir traremos, então, os demais artigos (arts. 334 a 388) que 
também tratam do adimplemento das obrigações, das regras 
especiais de pagamento e das formas de pagamento indireto. 
Atenção: o assunto é bastante extenso, e de certo modo sua cobrança em 
provas acaba sendo literal. Para você não ter que ficar consultando o código 
civil, faremos o seguinte: daremos a definição conceitual de cada forma de 
adimplemento e transcreveremos todos os artigos, comentando os mais 
importante. 
 
Pagamento Indireto. 
 
Do Pagamento em Consignação 
 
A primeira regra especial sobre o pagamento que aparece no 
CC/2002 é o do pagamento feito em consignação. Nas palavras de Flávio 
Tartuce9: ³2�SDJDPHQWR�HP�FRQVLJQDomR�� UHJUD� HVSHFLDO� GH�SDJDPHQWR��
pode ser conceituado como o depósito feito pelo devedor, da coisa devida, 
 
9 Manual de Direito Civil, pg.356. 
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para liberar-se de uma obrigação assumida em face de um credor 
determinado´� 
O art. 334 nos informa que tal depósito pode ocorrer de forma judicial 
ou extrajudicial. 
 
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial 
ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. 
 
Atenção: A consignação em pagamento está relacionada a uma 
obrigação de dar (o pagamento). Não pode estar relacionada a 
obrigações de fazer ou não fazer. 
 
O artigo seguinte (art.335) normatiza em quais situações que poderá ser 
feito este tipo especial de pagamento ± a consignação. 
 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar ¹receber o pagamento, 
ou ²dar quitação na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e 
condição devidos; 
III - se o credor for ¹incapaz de receber, ²for desconhecido, ³declarado ausente, 
ou 4residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do 
pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
 Para que a consignação tenha força de pagamento, ou seja, para que 
seja válida e eficaz para o adimplemento da obrigação, esta consignação 
deverá respeitar todas as condições do pagamento direto. 
Este é o conteúdo do art. 336: 
Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, 
em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os 
quais não é válido o pagamento. 
 
Quanto ao lugar em que será efetivado o depósito, temos o art. 337: 
O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se 
efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado 
improcedente. 
 
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 A consignação é um meio oferecido pela lei, para que se cumpra uma 
obrigação e assim se evite as consequências de um inadimplemento. Se a 
consignação for realizada de forma extrajudicial, através de um depósito 
bancário, o credor será notificado deste depósito para, no prazo de dez 
dias, impugná-lo ou declarar sua aceitação. 
Assim, enquanto o credor não se manifestar poderá o devedor 
levantar o depósito, de acordo com o art. 338: 
 
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o 
impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas 
despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito. 
 
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, 
embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. 
 
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer 
no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiamcom 
respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e 
fiadores que não tenham anuído. 
 
Aquiescer é consentir. 
 
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue 
no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar 
recebê-la, sob pena de ser depositada. 
 
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado 
para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que 
o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo 
antecedente. 
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à 
conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor. 
 
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante 
consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo 
conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento. 
 
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem 
mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação. 
 
 
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Do Pagamento com Sub-Rogação 
 
 O pagamento feito com sub-rogação é aquele em que o credor 
originário será pago por devedor estranho a relação obrigacional originária. 
Ou seja, terceira pessoa efetuará o pagamento perante o credor 
originário. 
 Observem que a obrigação neste tipo especial de pagamento 
não será extinta. Somente haverá uma mudança no polo ativo, uma vez 
que o credor originário será substituído pelo terceiro que pagou a dívida, 
pois o devedor originário continuará a dever, agora para o terceiro. 
 
Existe a sub-rogação legal ± que é aquela determinada por lei, caso do 
art. 346, e a sub-rogação convencional, art. 347, que são os 
pagamentos realizados por pessoas que não possuem um interesse direto 
na dívida. 
 
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: 
I - do credor que paga a dívida do devedor comum; 
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem 
como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre 
imóvel; 
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser 
obrigado, no todo ou em parte. 
 
Art. 347. A sub-rogação é convencional: 
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere 
todos os seus direitos; 
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a 
dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do 
credor satisfeito. 
 
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto 
à cessão do crédito. 
 
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, 
privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal 
e os fiadores. 
 
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos 
e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar 
o devedor. 
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Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência 
ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não 
chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. 
 
 
 
Da Imputação do Pagamento 
 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, 
a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se 
todos forem líquidos e vencidos. 
 
 Do artigo acima podemos concluir, que a imputação do 
pagamento, é uma faculdade atribuída ao devedor que possui vários 
débitos, na qual, este poderá escolher dentre os diversos débitos, a 
obrigação que será extinta através do pagamento. Desde que estes débitos 
sejam perante o mesmo credor, de mesma natureza, líquidos10 e vencidos. 
 
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e 
vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá 
direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele 
cometido violência ou dolo. 
 
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros 
vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar 
a quitação por conta do capital. 
 
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa 
quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em 
primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, 
a imputação far-se-á na mais onerosa. 
 
 O artigo 355 será utilizado, quando o devedor não indicar a qual 
das dívidas quer imputar o pagamento, e nem o credor indicar na hora 
da quitação. Assim sendo a lei ordena que a imputação seja feita nas 
dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. 
 
 
 
10 Obrigação líquida é aquela sobre a qual não existem dúvidas sobre sua existência, e que 
é determinada quanto ao seu objeto. 
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Da Dação em Pagamento 
 
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é 
devida. 
 
 Da leitura do art. 356 já podemos intuir o que seja a dação em 
pagamento. Assim, ocorre a dação em pagamento quando o devedor, com 
a anuência do credor, entrega, como pagamento, prestação diversa 
da que foi acordada. 
A dação em pagamento pode então ser corretamente definida como 
um acordo entre o credor e o devedor, com o objetivo de extinguir a 
obrigação, no qual consente o credor em receber coisa diversa da 
devida, em substituição à prestação que lhe era originalmente objeto do 
pacto. 
Se a coisa oferecida em pagamento tiver seu preço especificado, as 
relações entre as partes serão reguladas pelas normas do contrato de 
compra e venda, de acordo com o art. 357. 
 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações 
entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. 
 
Agora, se o valor da coisa dada em pagamento não for especificado, 
as relações serão reguladas pela dação. 
 
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência 
importará em cessão. 
 
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-
se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os 
direitos de terceiros. 
 
Evicção é a perda total ou parcial de uma coisa, através de sentença 
judicial que atribui a terceiro sua propriedade. Se isto vier a acontecer com 
uma coisa que foi dada em pagamento, a dação ficará sem efeito 
restaurando-se a obrigação primitiva. 
 
 
Da Novação 
 
 A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a 
substituição de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, 
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que é diferente da anterior. Por este motivo, a novação não produz a 
satisfação imediata do crédito. É considerada novo negócio jurídico, que 
possui os seguintes requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; 
²que exista uma nova obrigação; e ³que exista a intenção de fazer a 
novação. 
 
Existem três espécies de novação: a novação objetiva onde se altera o 
objeto da obrigação; a novação subjetiva onde serão alterados os sujeitos, 
ou seja, as pessoas da relação obrigacional; e novação mista onde serão 
alterados o objeto e as pessoas ao mesmo tempo. 
 
Art. 360. Dá-se a novação: 
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir 
a anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; 
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao 
antigo, ficando o devedor quite com este. 
 
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a 
segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. 
 
 Deste modo, podemos observar que o ânimo de novar pode ser 
expresso ou tácito, mas deve ser sempre inequívoco, ou seja, que sobre 
ele não restem dúvidas. 
 
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada 
independentemente de consentimento deste. 
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, 
ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. 
 
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que 
não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor 
ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia 
pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. 
 
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, 
somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências 
e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato 
exonerados. 
 
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o 
devedor principal. 
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Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de 
novação obrigações nulas ou extintas. 
 
 
Da Compensação 
 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da 
outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de 
coisas fungíveis. 
 
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas 
prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, 
quando especificada no contrato. 
 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; 
mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
 
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a 
compensação. 
 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: 
I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; 
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. 
 
Art. 374 (Revogado pela Lei nº 10.677, de 22.5.2003) 
 
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a 
excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas. 
 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida 
com a que o credor dele lhe dever. 
 
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a 
terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que 
antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver 
sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes 
tinha contra o cedente. 
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Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem 
compensar sem dedução das despesas necessárias à operação. 
 
Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão 
observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do 
pagamento. 
 
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O 
devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, 
não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor 
disporia. 
 
 
Da Confusão 
 
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam 
as qualidades de credor e devedor. 
 
 Portanto, ocorrerá a confusão quando na mesma pessoa se 
confundirem as qualidades de credor e devedor, em decorrência de um ato 
inter vivos ou mortis causa11. Assim, a obrigação também poderá ser 
extinta na mesma pessoa, quando através de um fato jurídico estranho à 
relação obrigacional, as figuras do devedor e do credor se reúnem na 
mesma pessoa. 
 
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de 
parte dela. 
 
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue 
a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, 
subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
 
Deste modo, a confusão não possui o poder de acabar com a 
solidariedade. 
 
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus 
acessórios, a obrigação anterior. 
 
 
11 Flavio Tartuce, Manual de Direito Civil, ed. Método, 2ª ed., pag. 377. 
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Da Remissão das Dívidas 
 
 Na remissão de dívidas, o credor por sua vontade abre mão do seu 
direito de crédito, com o objetivo de extinguir a relação obrigacional. (É o 
perdão da dívida). 
 Ainda sobre este assunto, QDV� SDODYUDV� GH� )OiYLR� 7DUWXFH�� ³$�
remissão é o perdão de uma dívida, constituindo um direito exclusivo do 
FUHGRU�GH�H[RQHUDU�R�GHYHGRU´12. 
 
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas 
sem prejuízo de terceiro. 
 
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito 
particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for 
capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir. 
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do 
credor à garantia real, não a extinção da dívida. 
Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte 
a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade 
contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. 
 
 
 
 
Chegamos ao final da parte teórica da aula, procure fazer os exercícios e 
entre emcontato conosco em caso de dúvidas. 
 
Forte abraço e bons estudos. 
 
Aline e Jacson. 
 
 
 
 
 
 
12 Flavio Tartuce, Manual de Direito Civil, Método, 2ª ed., pág. 378. 
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QUESTÕES FCC E SEUS RESPECTIVOS COMENTÁRIOS 
 
01. FCC 2012/TRT 11ª/Analista Judiciário. Considere as seguintes 
assertivas a respeito da obrigação de dar coisa certa e da obrigação de dar 
coisa incerta: 
 
I. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com seus melhoramentos e 
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço. Os frutos 
percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
II. Em regra, a obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela 
embora não mencionados. 
III. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração 
da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
IV. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero. Nas coisas 
determinadas pelo gênero, em regra, a escolha pertence ao credor. 
 
De acordo com o Código Civil brasileiro está correto o que se afirma APENAS 
em 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) I e III. 
d) II, III e IV. 
e) II e IV. 
 
Comentário: 
Afirmativa I correta. 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos 
e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, 
poderá o devedor resolver a obrigação. 
Afirmativa II correta. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não 
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. 
Afirmativa III correta. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da 
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
Afirmativa IV errada. 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
E também art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a 
escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; 
mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
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Gabarito letra A. 
 
02. FCC 2012/TRT 11ª/Analista Judiciário. De acordo com o Código 
Civil brasileiro, o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é 
 
a) Inválido, desde que seja arguida a nulidade no prazo decadencial de 
dois anos contados do pagamento. 
b) Válido, exceto se provado depois que não era credor. 
c) Inválido em qualquer hipótese podendo ser arguida a qualquer 
momento. 
d) Válido, ainda provado depois que não era credor. 
e) Inválido, desde que seja arguida a nulidade no prazo decadencial de 
um ano contado do pagamento. 
 
Comentário: 
Este artigR�p�EDVWDQWH�³EDWLGR´�HP�SURYDV� 
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado 
depois que não era credor. 
Gabarito letra D. 
 
03. FCC 2011/TRT 20ª/Analista Judiciário. A compensação 
 
a) Pode ocorrer entre dívida proveniente de esbulho e dívida decorrente 
de comodato. 
b) Efetua-se entre dívidas líquidas e vencidas de coisas infungíveis. 
c) Não pode ser feita se o credor concedeu prazo de favor ao devedor. 
d) Da dívida do fiador pode ser feita com a de seu credor ao afiançado. 
e) De dívida de pessoa que se obrigou por terceiro pode ser feita com a 
que o credor dele lhe deve. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD. 
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: I 
- se provier de esbulho, furto ou roubo; 
$OWHUQDWLYD�³E´�HUUDGD. 
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas 
fungíveis. 
$OWHUQDWLYD�³F´�HUUDGD. 
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Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a 
compensação. 
$OWHUQDWLYD�³G´�FRUUHWD. 
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; 
mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. 
$OWHUQDWLYD�³H´�HUUDGD. 
Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida 
com a que o credor dele lhe dever. 
Gabarito letra D. 
 
04. FCC 2011/TRT 20ª/Analista Judiciário. João é devedor das 
quantias de RS 2.000,00 e RS 5.000,00 para um estabelecimento bancário, 
relativas a débitos da mesma natureza, ambos líquidos e vencidos. O direito 
que a lei lhe assegura de indicar a qual deles oferece pagamento denomina-
se 
 
a) Dação em pagamento. 
b) Imputação do pagamento. 
c) Pagamento com sub-rogação. 
d) Novação. 
e) Compensação. 
 
Comentário: 
Denomina-se imputação do pagamento. 
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um 
só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem 
líquidos e vencidos. 
Gabarito letra B. 
 
05. FCC 2011/TRE-RN/ANALISTA - ADMINISTRATIVA. Nas 
obrigações de dar coisa 
 
a) Incerta, nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a 
escolha pertence ao credor, se o contrário não resultar do título da 
obrigação. 
b) Incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
c) Certa, até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus 
melhoramentos e acrescidos, pelos quais não poderá exigir aumento 
no preço. 
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d) Certa, os acessórios dela não mencionados não estão abrangidos 
pela obrigação, salvo se o contrário resultar do título ou das 
circunstâncias do caso. 
e) Certa, deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, o credor 
deverá aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu, não 
podendo resolver a obrigação. 
 
Comentário: 
$�DOWHUQDWLYD�³D´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha 
pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não 
poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
$�DOWHUQDWLYD�³E´�HVWi�FRUUHWD. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da 
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
$�DOWHUQDWLYD�³F´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos 
e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não 
anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. 
$�DOWHUQDWLYD�³G´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora 
não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias 
do caso. 
$�DOWHUQDWLYD�³H´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado,

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