Prévia do material em texto
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS FACULDADES INTEGRADAS DOS CAMPOS GERAIS MEDICINA VETERINÁRIA AMANDA AVELAR DOS SANTOS CAROLINE CORRÊA ALTERAÇÕES GENÉTICAS EM CÃES PONTA GROSSA-PR 2019 A alteração ou mutação genética é a fonte básica de toda a variabilidade genética. A recombinação apenas rearranja a variabilidade em novas combinações. A seleção (natural ou artificial) simplesmente preserva as combinações mais bem adaptadas às condições ambientais existentes, ou às desejadas pela espécie humana. Sem essas alterações, todos os genes existiriam apenas em uma forma, sem alelos alternativos. O planejamento da criação de cães teve como objetivo desenvolver programas para produzir linhagens de animais com físico específico e traços de saúde que causou o desenvolvimento de aproximadamente 300 raças distintas de cães. Essa diversidade se dá através dos inúmeros cruzamentos entre raças diferentes realizados ao longo dos anos. Todas as características fenotípicas dos cães são determinadas por dois ou mais pares de alelos e que, estes, comportam-se de maneira independente e segregam uns dos outros, chegando assim a explicação do porque temos tanta variabilidade dentro das ninhadas de cães. Cães geneticamente alterados As primeiras cruzas selecionadas e outras interferências humanas acabaram sendo realizadas para melhorar o desempenho físico das raças de cachorros em suas funções originais. Ao longo de séculos, essas mudanças acabaram atribuindo a esses cães uma aparência completamente diferente da original e acarretando problemas de saúde por conta das mutações fisiológicas, por causa das diversas alterações genéticas, que podem prejudicar bastante a vida do animal. Cada raça carrega problemas em potencial, característicos da sua linhagem: Pastor-de-shetland: maiores chances de problemas oculares, como a atrofia da retina, aumento de chances de sofrer fraturas nas patas. Buldogue inglês: uma das raças de cachorro mais alteradas pelo homem. Podem sofrer de cardiopatias, sensibilidade ao calor, monorquidia, criptorquidia, displasia coxofemoral, entre outros. Bull terrier: A maior transformação com relação à raça original está no crânio mais alongado. O abdômen do cachorro também ficou maior. Essas mudanças físicas trouxe à raça uma série de doenças, como de pele; além de dentes em excesso, agitação e uma perseguição compulsiva da cauda. Boxer: A cabeça dessa raça ficou alta e o pescoço, mais alongado. A face do animal também foi modificada, proporcionando um nariz mais arrebitado. Eles ficaram com sérios problemas para controlar a temperatura corporal, especialmente nos dias quentes, e são mais propensos a ter câncer. Dachshund: antigamente essa raça tinha pernas mais funcionais e o pescoço era proporcional ao corpo. Hoje eles têm as costas mais alongadas, o peito é mais projetado para frente e as pernas são extremamente curtas. Eles, com isso, podem sofrer com sérios problemas nas vértebras e estão propensos até à paralisia, artrite, hérnia de disco, cálculos renais, otites entre outros. Pug: são propensos ao desenvolvimento de pressão arterial elevadas, problemas cardíacos e respiratórios, baixa oxigenação, e dificuldade em manter a temperatura corporal. Shar-pei: cão especialmente sensível, podendo desenvolver entrópio, displasia de quadril, luxação da patela, displasia do cotovelo, dermatites, alergias. Poodle: propensa a desenvolver doenças endócrinas, tumores de mama, hidrocefalia, epilepsia, entre outras. Cocker americano: catarata, glaucoma, problemas nos rins, displasia coxofemoral, entre outras. Rotweiller: displasia coxofemoral, parvovirose e problemas no aparelho gastroentérico, entre outras. Labrador: displasia coxofemoral, catarata, criptorquidia, entre outros. Schnauzer: hipotireoidismo, catarata, criptoquirdismo, glaucoma, entre outros. Pastor-alemão: epilepsia, displasia coxofemoral, ataxia, entre outros. Yorkshire: hidrocefalia, problemas nos rins, catarata, atrofia da retina, câncer de testículo, entre outros. Cadela Wendy Wendy, cadela da raça Whippet, possui uma aparência forte e imponente por causa de uma condição que ficou conhecida como Bully Whippet. É uma mutação genética da mioastina, que é principalmente associada ao desempenho atlético do animal. Quando o gene da miostatina é bloqueado, o organismo deixa de produzir a proteína que inibe a fabricação de músculos pelo gene. O resultado disso é a massa muscular extra. Com 30 kg, o peso de Wendy representa quase o dobro de um cão de corrida da mesma raça, 16 kilos, e o triplo de um cão não atlético, com 10 kilos. A condição é muito rara e só foi observada em cães da raça Whippet. Felizmente, não acarreta em nenhum problema específico de saúde além dos já comuns à raça, no máximo o cachorro será mais propenso à câimbras. REFERÊNCIAS - OTTO, P. G. Genética básica para veterinária 5 ed. Rio de Janeiro: Roca, 2012. - MASON, W. E. Dogs of all nations, Panama-pacifc Internacional Exposition. San Francisco: 1915 - portaldodog.com.br/cachorros/noticias/cadela-wendy-possui-condicao-rara-co nhecida-como-bully-whippet/