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1 Engenharia civil - PONTES – prof. Agnelli - Fontes de pesquisa: Apostila do Curso de Engenharia Civil do Mackenzie; Livro de Pontes de Concreto Armado de Osvaldemar Marchetti e sites da internet - AULA 1 – Conceitos e tipos de pontes 1. DEFINIÇÕES GERAIS Ponte é uma estrutura executada para vencer algum obstáculo sem interrompê-lo totalmente. Obstáculos: ➢ vias, ➢ depressões, ➢ cursos d’água. Quando na parte inferior da estrutura, predominantemente tivermos um lago ou um curso d’água, a estrutura é chamada, de um modo geral, de ponte. Ponte JK – Brasília, DF. Ponte JK – Brasília: ➢ 40.000 m³ de concreto submerso; ➢ 18.000 toneladas de aço (450 kg de aço/m³ de concreto); ➢ estacas com profundidade média de 58 metros, passando por 13 tipos diferentes de solo, desde turfa até quartzito; ➢ Os blocos de fundações foram feitos em concreto, executados fora d’água e posteriormente submersos, até alcançar 80 cm abaixo da cota básica do lago. ➢ comprimento total: 1.200 m ➢ largura total: 26 m (6 faixas) ➢ tabuleiro a 18 m do nível de água do lago ➢ 3 arcos com 240 m cada um, com 61 m de altura; ➢ 1.300 trabalhadores envolvidos ➢ custo aproximado da obra: R$ 160 milhões ➢ inaugurada em 2002, e eleita, já no ano seguinte, a mais bonita do mundo pela Sociedade de Engenharia do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. 2 ➢ Arcos feitos em uma central no canteiro e levados ao local do içamento por flutuantes e rebocadores. ➢ Para a montagem dos arcos foram executadas torres metálicas de sustentação e um gabarito metálico sob o tabuleiro, para cimbramento dos módulos enquanto não estivessem travados. ➢ Os módulos foram içados com o auxílio de um guindaste de 300 t e solidarizados por solda. ➢ Os tabuleiros dos vãos centrais, em aço, foram produzidos em canteiros nas duas margens do lago. As peças chegaram pré- fabricadas. ➢ Antes da montagem, foram executados os pilares de ambos os acessos com roletes, para facilitar o deslizamento. ➢ Os acessos são compostos por dois tabuleiros de 52 m, seis de 45 m e dois de 58 m de vãos em estrutura de concreto armado de alto desempenho de 50 MPa. Fundações da ponte JK ➢ estacas verticais e inclinadas nos vãos centrais, executadas por cravação de camisas metálicas, com perfuração em rocha e concretagem; ➢ tubulões a ar comprimido nos acessos. blocos de fundação em concreto executados acima do nível da água e depois rebaixados com o auxílio de macacos hidráulicos. 3 Propriedades fundamentais das pontes ➢ Funcionalidade ➢ Estabilidade (segurança) ➢ Durabilidade ➢ Estética (Beleza) ➢ Menor custo possível 2.1. Funcionalidade ➢ satisfazer às condições de uso para as quais foram projetadas e executadas. ➢ adaptar às condições de escoamento satisfatório de veículos e de pedestres. Canal-ponte sobre o rio Elba ➢ 918 metros de comprimento; ➢ 68.000 metros cúbicos de concreto; ➢ 24.000 toneladas de aço (353 kg de aço/m³ concreto); ➢ comporta 132 mil toneladas de água em sua calha de 34 metros de largura e 4,25 metros de profundidade; ➢ Projetada para resistir terremotos; ➢ 500 milhões de euros. Canal-ponte sobre o rio Elba ➢ Antes desta magnífica obra, os navios precisavam dar uma volta de 12 km pelo próprio rio, atravessando eclusas antiquadas, o que significava perda de horas nas viagens. Canal-ponte sobre o rio Elba 4 Ponte estaiada: great belt bridge, tendo como extremos Estocolmo (Suécia) e Copenhague (Dinamarca) – inaugurada em 2000 ➢ Para a construção desta ponte, foi necessária a criação de uma ilha artificial, com 4.055 m de extensão que abriga a boca dos túneis submarinos que ligam a ponte à Planície dinamarquesa. ➢ usados 1,6 milhões de m³ de pedras e 7,5 milhões de m³ de areia. As pedras foram usadas para formar o contorno da ilha, formando um enrocamento protetor contra as marés. ➢ Além da ilha, foi também criada uma península artificial com 900 m², destinada a acomodar o portal de entrada do túnel submarino. ➢ Para cruzar a baía, atravessando o canal de navegação, foi construída uma ponte estaiada, suportada por quatro pilares (204 m acima do nível do mar), ➢ cada par de pilares foi apoiado sobre um caixão de concreto, apoiado em estacas enterradas de 13 a 28 m abaixo do nível do mar e com ilhas artificiais protetoras, destinadas a prevenir colisões de navios. ➢ O trecho do vão principal é suspenso por 80 pares de cabos, ligados aos pilares a intervalos de 12 metros. ➢ O maior vão livre é de 490 m de comprimento e 55 m de altura, para o canal de navegação ➢ As paredes do túnel são à prova de fogo e há saídas de emergência a intervalos de 88m. 5 Corte de uma seção do túnel próximo à costa dinamarquesa Entrada do túnel na ilha Peberholm, tendo Copenhague no horizonte 2.2. Estabilidade (segurança) É um requisito de vital importância não só para a integridade de veículos e pessoas, mas também pelas conseqüências desastrosas de uma interrupção temporária ou definitiva do obstáculo. A obra deve apresentar certo conforto quando da passagem de cargas dinâmicas, ou seja, as vibrações devem ser pequenas. 2.3. ESTÉTICA A ponte é considerada uma obra de arte e como tal deve se inserir e se adaptar ao meio em que for executada, não apresentando contraste com elementos naturais existentes no local. A estética é sem dúvida, um aspecto bastante subjetivo, dependendo evidentemente de cada projetista. No entanto, alguns aspectos podem ser aqui mencionados: ➢ esbeltez da estrutura; ➢ detalhes simples e harmoniosos; ➢ utilização de materiais de características diferentes. 6 Tower Bridge – Londres A estética e a funcionalidade se destacam nessa ponte, ➢ Construída em 1890, levou 8 anos para ser executada. ➢ É elevadiça, para não interromper o fluxo de barcos. ➢ 43 m de altura e 286 m de comprimento Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira sobre o rio Pinheiros, em São Paulo – vista noturna 7 Outra vista da ponte estaiada sobre o Rio Pinheiros – São Paulo, SP. ➢ Escadas de aço internas à torre, com patamares a cada 6 metros, dão acesso ao mastro para serviços de manutenção. ➢ mastro com 138 metros de altura; ➢ possui 144 estais com 18 cordoalhas de aço cada; ➢ é a única ponte estaiada do mundo com duas pistas curvas ➢ ligadas a um mesmo mastro. Inaugurada em 10 de maio de 2008, ➢ após três anos de construção; ➢ 230 milhões de reais, equivalente ao custo de 3 km de um metrô ➢ 58.700 m³ de concreto; ➢ As pontes foram projetadas para suportar ventos de até 250 km/h. Ponte estaiada sobre o Rio Pinheiros em construção usando técnica de avanço do tabuleiro (aduelas) 8 Vista dos estais monitorados periodicamente para checar as tensões Ponte sobre o rio Sena – Paris: pont neuf Construída de 1578 a 1604, esta ponte possui 238 m e uma largura de 20m. 2.4. ECONOMIA A economia é um requisito sempreperseguido pelo “engenheiro”. Para isso realizam-se estudos a fim de se escolher a estrutura mais econômica que atenda a funcionalidade, a estabilidade e a estética da obra. 3. ÁREAS DO CONHECIMENTO ENVOLVIDAS O projeto e a execução de uma ponte envolvem um grande número de conhecimentos e informações auxiliares: ➢ Teoria das estruturas; ➢ Concreto armado e protendido; ➢ Mecânica dos solos; ➢ Geologia; ➢ Hidráulica e hidrologia; ➢ Materiais; ➢ Topografia; ➢ Estradas; ➢ Fundações. 9 4. CLASSIFICAÇÃO 4.1. QUANTO À SUA UTILIZAÇÃO ➢ PONTES RODOVIÁRIAS: São aquelas em que a carga acidental é definida na NBR 7188. ➢ PONTES FERROVIÁRIAS: São aquelas em que a carga acidental é definida na NBR 7189. ➢ PASSARELAS: São aquelas em que a carga acidental corresponde à multidão de pessoas. Adota-se de um modo geral, a carga de 5 KN/m² (0,5 tf /m²). Ponte rodoviária – estrada dos Imigrantes (São Paulo / Santos) Ponte ferroviária em Verona, Itália Ponte rodoferroviária em Tocantins 10 Passarela na rodovia dos Bandeirantes PLANO DE ENSINO CURSO: Engenharia Civil DISCIPLINA: Pontes e Grandes Estruturas SÉRIE: 9o Semestre I - EMENTA Tipos de pontes e viadutos. Trem-tipo e Veículo-tipo. Normas técnicas de projeto de pontes. Pontes em arco, estaiadas, suspensas e treliçadas. Cálculo estrutural da infraestrutura, megaestrutura e superestrutura das pontes. Aparelhos de apoio. Aparelhos de apoio. Manutenção das pontes. Estruturas de aeroportos, usinas hidrelétricas e metrôs. II - OBJETIVOS GERAIS Apresentar os conceitos básicos necessários à elaboração dos projetos básicos executivos de estruturas de grande porte em obras civis, abrangendo pontes e viadutos, lajes das pistas de aeroportos internacionais, estruturas de Usinas Hidrelétricas e de estações de metrôs. III - OBJETIVOS ESPECÍFICOS Capacitar o aluno para a elaboração de projetos estruturais de pontes, viadutos, aeroportos, usinas hidrelétricas e metrôs, habilitando-o a responder profissionalmente pelas suas estruturas. IV - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Projeto geométrico das pontes e viadutos. Cálculo estrutural da infraestrutura das pontes: Tubulões, Estacas e Sapatas. Cálculo estrutural da meso-estrutura das pontes. Cálculo estrutural do tabuleiro das pontes rodoviárias e ferroviárias. Dimensionamento dos encontros e dos aparelhos de apoio. Dimensionamento de lajes protendidas de aeroportos internacionais. Dimensionamento estrutural de tomadas d’água, casas de força e vertedouros de usinas hidrelétricas. Dimensionamento estrutural de obras subterrâneas de estações de metrôs. V - ESTRATÉGIA DE TRABALHO Explanação em sala de aula utilizando quadro negro e giz como recursos audiovisuais tais como “Datashow”, filmes, projetor de slides, retroprojetor, etc. Visitas técnicas à obras envolvendo construção de pontes, estradas, etc. VI - AVALIAÇÃO 11 O desempenho do aluno será avaliado de acordo com o regulamento vigente na Instituição. VII - BIBLIOGRAFIA Básica FREITAS, MOACYR; “Infraestrutura de Pontes de Vigas”, Editora Edgard Blucher, São Paulo. 2001. LEONHARDT, “Princípios Básicos da Construção de Pontes de Concreto”, Editora Interciência, Rio de Janeiro, 1979. MARCHETTI, OSVALDEMAR, “Pontes de Concreto Armado”, Editora Edgard Blucher, São Paulo, 2000. Complementar: SANTOS, A. “Estruturas Metálicas. Projeto e Detalhes para Fabricação”, EditoraMc Graw-Hill, São Paulo, 1977. SORIANO, HUMBERTO LIMA; “Análise das Estruturas: Método”, Editora Ciência Moderna”, Editora Ciência Moderna, São Paulo, 2006. SORIANO, HUMBERTO LIMA; “Método de Elementos Finitos em Análise de Estruturas”, Editora Ciência Moderna, São Paulo, 2003. CARVALHO, R.C.; PINHEIROS, L.M.; “Cálculo e Detalhamento de Estruturas de Concreto Armado”, Volumes 1 e 2, Editora PINI, São Paulo, 2004. PFEIL, W, PFEIL, M. “Estruturas de Aço - Dimensionamento Prático”, Editora LTC, Rio de Janeiro, 2000.
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