Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1a SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume 1 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO MÉDIO 1a SÉRIE VOLUME 1 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume 6 Tema 1 – Esporte coletivo: basquetebol 9 Situação de Aprendizagem 1 – Apreciar e analisar um jogo de basquetebol 14 Situação de Aprendizagem 2 – Os sistemas do basquetebol 16 Situação de Aprendizagem 3 – Nossas estratégias para jogar basquetebol são... 19 Atividade Avaliadora 21 Proposta de Situações de Recuperação 22 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 22 Tema 2 – Corpo, saúde e beleza 24 Situação de Aprendizagem 4 – Espelho, espelho meu... 29 Situação de Aprendizagem 5 – Balança energética 34 Atividade Avaliadora 39 Proposta de Situações de Recuperação 40 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 40 Tema 3 – Atividade rítmica: o ritmo no esporte, na luta, na ginástica e na dança 43 Situação de Aprendizagem 6 – Do ritmo próprio ao ritmo nas manifestações da Cultura de Movimento 46 Atividade Avaliadora 51 Proposta de Situações de Recuperação 51 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 52 Tema 4 – Esporte individual: ginástica rítmica 53 Situação de Aprendizagem 7 – Os aparelhos da ginástica rítmica 56 Situação de Aprendizagem 8 – Aprendendo a apreciar um espetáculo esportivo 59 Atividade Avaliadora 64 Proposta de Situações de Recuperação 64 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 64 Tema 5 – Corpo, saúde e beleza 65 Situação de Aprendizagem 9 – A construção histórica e cultural dos padrões estéticos e a minha beleza 72 Situação de Aprendizagem 10 – Tribunal da beleza 78 Atividade Avaliadora 81 Proposta de Situações de Recuperação 81 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 81 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 83 6 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME A Educação Física no Ensino Médio deve possibilitar que os alunos confrontem suas experiên cias de Se-Movimentar no âmbito da Cultura de Movimento juvenil com outras dimen- sões do mundo contemporâneo, gerando conteú- dos mais próximos de sua vida cotidiana. Assim, a Educação Física pode se tornar mais relevante para eles, não só durante o tempo e o espaço da escolarização, mas, e principalmente, auxiliando- -os a compreender a Cultura de Movimento de forma mais crítica. Isso lhes possibilitará parti- cipar e intervir nessa cultura com mais recursos e de forma mais autônoma. Vale lembrar que os alunos de Ensino Médio, ao longo dos ciclos anteriores de escolarização, já vivenciaram um amplo conjunto de experiências de Se-Movimen- tar, incluindo o contato com as codificações das culturas esportiva, gímnica, rítmica e das lutas. Podemos, então, definir como objetivos ge- rais da Educação Física no Ensino Médio: a compreensão do jogo, do esporte, da ginástica, da luta e da atividade rítmica como fenômenos socioculturais em sintonia com os temas do nosso tempo e com a vida dos alunos, amplian- do os conhecimentos no âmbito da Cultura de Movimento; e a ampliação das possibilidades de significados e sentido das experiências de Se-Movimentar em jogos, esportes, ginásticas, lutas e atividades rítmicas, rumo à construção de uma autonomia crítica e autocrítica. Tomando-se por base essas considerações, vislumbra-se o Currículo de Educação Física no Ensino Médio como uma rede de inter-relações que partem dos cinco grandes eixos de conteúdo (jogo, esporte, ginástica, luta e atividade rít- mica) e se cruzam com eixos temáticos inter- disciplinares relevantes na sociedade, gerando subtemas a serem tratados como conteúdos ao longo das três séries. Os eixos temáticos esco- lhidos (corpo, saúde e beleza; contemporanei- dade; mídias; e lazer e trabalho) justificam-se por estarem relacionados à construção da Cul- turade Movimento contemporânea e por se- rem importantes e atuais para a formação de um jovem no Ensino Médio. Neste volume da 1a série, discutem-se os temas “Esporte” e “Corpo, saúde e beleza”, os quais não se limitam a esta série ou vo- lume, pois aparecerão ao longo de todo o Ensino Médio. Em relação ao tema “Esporte”, pretende- -se considerar uma modalidade esportiva co- letiva conhecida pelos alunos, ou seja, que já tenha sido abordada em suas aulas de Educa- ção Física do Ensino Fundamental. Sugere-se que a escolha da modalidade leve em conta, entre outros fatores, os interesses dos alunos e o contexto local. O basquetebol será tomado como exemplo neste volume. O objetivo, neste momento, não é apenas repetir um conteú do já desen volvido, mas proporcionar conteúdos e atividades que facilitem aos alunos a com- preensão de que os sistemas de jogo e as táticas utilizadas pelas equipes permitem uma prática Entende-se por Cultura de Movimento o conjunto de significados ou sentidos, símbolos e códigos que se produzem e reproduzem dinamicamente em jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas, ginásticas etc., influenciando, delimitando, dinamizando e constrangendo o Se-Movimentar dos sujei- tos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros. O Se-Movimentar é a expressão individual e grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a re- lação que o sujeito estabelece com essa cultura com base em seu repertório (informações e conhecimentos, movimentos, condutas etc.), em sua história de vida, em suas vinculações socioculturais e em seus desejos. 7 Educação Física – 1ª série – Volume 1 mais qualificada, bem como contribuem para a apreciação do espetáculo esportivo. A importância do tema “Corpo, saúde e beleza” centra-se no fato de que as doenças relacionadas ao sedentarismo (hipertensão, diabetes, obesidade etc.) e, de outro lado, o insistente chamamento para que se alcancem determinados padrões de beleza corporal, em associação com produtos e práticas alimenta- res e de exercício físico, entre outros fatores, colocam os alunos do Ensino Médio na “linha de frente” dos cuidados com o corpo e a saúde. Esse tema aborda, também, a questão dos padrões e estereótipos de beleza corporal e oportuniza o reconhecimento de seus riscos e benefícios à saúde orgânica, com ênfase no cál- culo do balanço energético, relacionando-o ao consumo de alimentos, ao gasto com exercícios físicos e à obesidade. O exame dos indicadores que levam à construção das representações so- ciais, no que concerne aos estereótipos, permi- tirá que os alunos elaborem uma perspectiva crítica e autocrítica sobre esse fenômeno. Na sequência, são contempladas as re- lações desses padrões com os diferentes contextos histórico-culturais que os condi- cionam e com os interesses mercadológicos envolvidos. A finalidade é que os alunos per- cebam as representações da beleza em seu próprio grupo sociocultural, identifiquem e critiquem os recursos (exercícios físicos, produtos e práticas alimentares) voltados à busca de padrões de beleza. O tema “Atividade rítmica” partirá do pressuposto de que o ritmo, entendido como organização do tempo e considerado em sua eti- mologia original (aquilo que flui, que se move), está presente em todos os outros conteúdos e, ao mesmo tempo, é bem visível nas manifesta- ções da Cultura de Movimento, que se caracte- rizam pela intenção explícita de expressão por meio de movimentos e gestos coreografados na presença de sons, música e canções. Assim, a Situação de Aprendizagem proposta buscará fazer que os alunos percebam o ritmo como or- ganização expressiva do movimento, usando, para fins de exemplificação, algumas modali- dades esportivas coletivas. É também o ritmo que estará em destaque na retomada do tema “Esporte”, quando a gi- nástica rítmica será discutida como exemplo de modalidade individual conhecida dos alunos, tendo sido abordada nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental. O objetivo agora é evidenciar a importância das técnicas e táticas para o desempenho no esporte, como também para a apreciação do espetáculo espor- tivo. Pretende-se que os alunos possam, além de realizar os diferentes gestos e movimentos da ginástica rítmica, ser capazes de apreciar e analisar técnicas e táticas em uma sequência de exercícios. Contudo, o projeto político-pedagó- gico da escola poderá optar pelo atletismo ou pela ginástica artística, com o mesmo enfoque, levando em conta os interesses dos alunos e o contexto local. As estratégias escolhidas – que incluem a realização de gestos e movimentos, a participa- ção em jogos, a busca de informações, a assis- tência e análise de vídeos, o debate, a tomada de medidas corporais, o relato das próprias percepções e a resolução de situações-proble- ma – procuram ampliar as possibilidades de aprendizagem e compreensão por parte dos alunos no âmbito da Cultura de Movimento. A avaliação é proposta de modo integrado ao processo de ensino e aprendizagem, sem se restringir a procedimentos isolados e formais (como uma prova, por exemplo). Sugere-se pri- vilegiar a proposição de Atividades Avaliadoras que, vinculadas ao percurso da aprendizagem, favoreçam a elaboração de sínteses relacionadas aos temas e conteúdos abordados, bem como a aplicação, em situações-problema, das habilida- des e competências pretendidas para os alunos. 8 As Atividades Avaliadoras devem permi- tir aos alunos a geração de informações ou indícios, qualitativos e quantitativos, verbais e não verbais, que serão interpretados pelo professor, nos termos das competências e habilidades que se pretende desenvolver em cada tema/conteúdo. Nesse sentido, professor, você pode valer-se de observações sistemáti- cas sobre interesse, participação e capacidade de cooperação do aluno, autoavaliação, tra- balhos e provas escritas, resolução de situa- ções-problema, elaboração e apresentação de situações táticas nos esportes coletivos, dramatizações, entre outros recursos. Por fim, é importante lembrar que a avalia- ção não tem como finalidade primeira atribuir conceitos e notas aos alunos, mas conscientizá- -los sobre suas aprendizagens, assim como pro- blematizar e aperfeiçoar a prática pedagógica para que essas expectativas sejam atingidas. A quadra é o tradicional espaço da aula de Educação Física, porém algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser desenvolvidas na sala de aula, no pátio exter- no, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo, bem como em espaços da comunidade local, desde que compatíveis com as atividades programadas. Algumas etapas podem ser tam- bém realizadas pelos alunos como atividade extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.). As orientações e sugestões a seguir ob- jetivam oferecer-lhe subsídios para o desen- volvimento dos temas apresentados. Não pretendem apresentar as Situações de Apren- dizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir a sua criatividade, como pro- fessor, para elaborar outras atividades ou va- riações de abordagem dos mesmos temas. As Situações de Aprendizagem aqui pro- postas também poderão ser enriquecidas com leitura de textos (adequados ao Ensino Médio) e exibição de filmes relacionados aos temas. Sugestões nesse sentido serão apresen- tadas ao longo deste volume. Isso posto, professor, bom trabalho! 9 Educação Física – 1ª série – Volume 1 TEMA 1 – ESPORTE COLETIVO: BASQUETEBOL O esporte é um conteúdo importante da Educação Física e talvez um dos que mais motivam os alunos. De fato, compreende- -se esse interesse pelo esporte em virtude da dimensão que esse fenômeno alcançou nas últimas décadas. As mídias (televisão, jor- nais, internet etc.) ocupam muito espaço e tempo para difundirnotícias do esporte, da vida dos atletas, dos recordes, das medalhas, das jogadas espetaculares. Há canais de te- levisão e jornais exclusivamente esportivos. Além disso, o esporte difundido pelas mí- dias tem gerado ídolos e mitos que passam a ser exemplos para jovens e crianças cujo sonho é repetir aqueles gestos, ascender na carreira esportiva e alcançar a desejada mo- bilidade social. Tratar do esporte a partir de seus sistemas de jogo e de suas táticas não significa que o ob- jetivo da aula deva ser o treinamento esportivo. Afinal, não é o propósito da Educação Física escolar especializar os alunos em nenhuma mo- dalidade esportiva. Pretende-se que eles sejam capazes de compreender que o esporte pode ser praticado com sistemas de jogo e táticas mais elaborados, e que isso faz o jogo ser mais bem estruturado. Ainda mais importante que isso é mostrar aos alunos que todos podem e devem praticar esporte e que podem fazer isso com mais autonomia, consciência e qualidade. Nes- se nível, a prática esportiva poderá gerar prazer em vez de frustração, fazendo as pessoas esta- belecerem contato em quadras, parques, clubes e escolas, em seus momentos de lazer. Figura 1 – Esporte coletivo. © W ils on D ia s/ A B r 10 Figura 2 – A compreensão das táticas nos esportes coletivos, como o futebol, permite uma prática mais qualificada. P ed ro R om a Z é C as tr o To ne l F ili pe A lv im D yd uc h P. H en ri qu es T ix ie r Á ko s B uz ek y M ar in es cu D av id N en ck D el m er Várias pessoas, em sua vida adulta, relatam dificuldades com a prática esportiva. Algumas até detestam qualquer atividade com bola, relatando traumas originários das aulas de Educação Física, como a exclusão por parte dos companheiros, a autoexclusão ou simples- mente a falta de oportunidade para experi- mentar tais atividades. Há quem relate o gosto pela prática espor- tiva, mas sem conseguir realizá-la com um ní- vel mínimo de organização e conhecimento, atribuindo essa capacidade aos atletas de alto rendimento. É óbvio que os atletas de nível elevado praticam alguma modalidade espor- tiva com mais destreza, em virtude do próprio tempo de treino, uma vez que a relação que eles mantêm com o esporte é de trabalho. É importante que os alunos compreendam, po- rém, que os sistemas de jogo e as formas tá- ticas de seu desenvolvimento também podem ser aprendidos, aperfeiçoados e exercitados nas aulas de Educação Física, gerando me- lhoria na prática. No Currículo de Educação Física, as mo- dalidades esportivas coletivas serão compreen- didas a partir da categoria esporte coletivo, que reúne o futsal, o handebol, o basquete- bol, o voleibol, o futebol de campo e outras atividades menos praticadas. De fato, em todas elas, duas equipes disputam um imple- mento (a bola), criando táticas para levá-lo a um alvo, ao mesmo tempo que devem pro- teger o próprio alvo das investidas da equipe adversária (BAYER, 1994). Nessa abordagem, a técnica não se restrin- ge à execução mecanicamente perfeita de um movimento específico para o jogo, mas se am- plia ao conjunto dos modos de fazer necessá- rios para sua prática; e a tática não se reduz ao sistema de jogo definido pelo professor, mas inclui razões do fazer, que orientam as ações exigidas pela própria situação. A técnica não existe sem a tática e o contrário é igualmente verdadeiro. O que deve ser feito numa situação de jogo (a técnica) é demandado pelas exigên- cias da situação (a tática). © C on ex ão E di to ri al 11 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Tradicionalmente, o basquetebol, por exem- plo, foi ensinado a partir de seus elementos téc- nicos, também chamados de fundamentos do jogo: o drible, o passe, a bandeja, o arremesso, o jump etc. O voleibol resumia-se à reunião dos fun- damentos de toque, manchete, cortada, bloqueio e saque. O futsal era dividido em recepção, passe, drible, chute etc. Uma modalidade esportiva era fragmentada em elementos técnicos, e o seu en- sino seguia hierarquicamente as partes do jogo, que deveriam ser reunidas ao final do processo. A execução técnica é requerida para se prati- car uma modalidade esportiva, mas não garante uma ação inteligente. É uma condição necessá- ria, porém não suficiente. A questão principal não é arremessar uma bola com precisão à cesta, ou chutar forte em direção ao gol, ou cortar uma bola com força no voleibol – a precisão pode ser alcançada com a prática repetitiva por aqueles que assim a desejarem. A questão principal é sa- ber para quê, quando e como executar determina- da ação, uma vez que as situações que ocorrem nas modalidades esportivas coletivas são impre- visíveis e exigem constantes adaptações. Portanto, cabe à Educação Física estimular os alunos a compreender a dinâmica tática do esporte coletivo, a fim de que saibam, numa situação real de jogo, o que taticamente se- ria melhor fazer, tanto em termos individuais como coletivos. Garganta (1998, apud SILVA e ROSE JR., 2005) define quatro fases de prática do esporte coletivo, denominadas em ordem de organização crescente: (1) jogo anárquico; (2) descentração; (3) estruturação; e (4) elabora- ção. Essa classificação não depende somente do nível técnico dos praticantes, mas de três va- riáveis indissociáveis: (a) comunicação entre os jogadores; (b) estruturação no espaço de jogo; e (c) relação com a bola. Dessa maneira, a for- ma mais simples de jogo, o anárquico, é aquela em que os praticantes se aglutinam em torno da bola, não utilizam adequadamente os espa- ços da quadra ou do campo, movimentam-se apenas em torno da bola e comunicam-se prio- ritariamente de forma verbal. A intenção é que os alunos possam avançar nas fases do jogo, compreendendo-o melhor e executando ações mais inteligentes. A forma mais elaborada de jogo prevê pra- ticantes mais afinados com a bola, que se mo- vimentam taticamente pelo espaço de jogo, mesmo que estejam sem a posse dela, já ante- cipando os passes, tentando se deslocar para onde ela deverá ir, além de não necessitarem tanto da linguagem verbal para pedir o objeto para si. Há uma comunicação e uma movimen- tação taticamente inteligente não só de cada jogador, mas do grupo como um todo. É importante ressaltar que essas quatro fa- ses estão relacionadas aos níveis de compreen- são do jogo. Dessa forma, pode haver grupos de crianças que consigam praticar essa mo- dalidade esportiva de forma mais elaborada e adultos que ainda estejam presos a modelos anárquicos de prática. No caso dos alunos de Ensino Médio, espera-se que já tenham abandonado o jogo anárquico e mostrem-se capazes de praticar o esporte coletivo de forma mais organiza- da em termos táticos, tanto individual como coletivamente. Ao professor, cabe fazer que os alunos compreendam que são capazes de praticar o esporte em níveis mais qualificados, chegando a formas elaboradas de jogo, ainda que não venham a se tornar atletas. Em relação ao espetáculo esportivo, é im- portante garantir aos alunos de Ensino Médio a possibilidade de sua apreciação de forma mais tática. Isso lhes permitirá uma análise do jogo esportivo para além do ganhar ou perder ou do torcer de forma passional para seu time vencer e, assim, compreender que a dinâmica tática das equipes é importante para o resul- tado do jogo. 12 © P er W in bl ad h/ Iv y by C or bi s/ L at in st oc k Figura 3 – A compreensão das táticas permite uma apreciação mais qualificada do esporte televisivo. Figura 4 – Jovens jogando basquetebol ao ar livre ou na quadra da escola. Professor, para iniciar o tema, solici-te aos alunos que façam a leitura do texto reproduzido na seção “Para começo de conversa”, do Caderno do Aluno, e respondam às questões propostas. Este esporte não é inédito na escola, pois já foi trabalhado no Ensino Fundamental. Talvez você o pratique em parques, clubes e no interva- lo das aulas. Quem sabe até você seja um prati- cante de streetball (basquetebol de rua) ou um © B ill B ac hm an n/ A la m y/ G lo w I m ag es 13 Educação Física – 1ª série – Volume 1 espectador de jogos de basquete. Quase posso ouvir seu pensamento: “Tudo de novo...”. Mas você se engana! No Ensino Fundamental, você vivenciou diversas situações nas quais aprendeu noções de técnica e tática, desenvolveu a agilida- de (lembra-se dela?) e outras capacidades físicas relacionadas às diversas modalidades. Agora, vai dar continuidade à construção e à ressigni- ficação de conceitos para compreender mais e melhor o basquetebol. Você deve estar se per- guntando: “Para que eu deveria saber isso?” Vou lhe dar um exemplo: Você se lembra de como era o jogo nas séries iniciais? Aposto que todo mun- do se deslocava em direção à bola, sem aprovei- tar os espaços da quadra – é o que chamamos de jogo anárquico. Mas isso já faz tempo, não faz? Hoje você já compreende que deve se deslocar, mesmo não estando com a posse de bola, e que toda a equipe precisa se movimentar a fim de atingir o objetivo (cesta, gol etc.). Agora, nesta fase, você compreenderá as táticas defensivas e ofensivas do basquetebol. Mas, antes, responda a estas questões: 1. O que é marcação individual? Cada jogador marca um adversário específico. 2. O que é marcação por zona? Os defensores atuam em determinados setores. 3. O que caracteriza a ação ofensiva de uma equipe? A posse de bola por essa equipe. 4. Qual a diferença entre técnica e tática? Técnica é a execução de um movimento em que, para sua prática, se considera o conjunto dos modos de fazê-lo. Tá- tica é o conjunto de estratégias adotadas por meio dos sis- temas, orientadas segundo as razões do fazer exigidas pela situação de jogo. © W ils on D ia s/ A B r © I w an A hl im /G et ty I m ag es Figura 5 – Competição oficial. Figura 6 – Jogando no intervalo escolar. 14 As modalidades esportivas coletivas fazem parte da vida cotidiana dos alunos e estão na rua, no clube, na escola, nas matérias televisivas etc. No entanto, muitos alunos apresentam difi- culdades para compreender e analisar técnica e taticamente a partida de uma modalidade espor- tiva coletiva. Será que os alunos reconhecem os motivos que levam uma equipe a vencer outra em uma modalidade esportiva coletiva pelos aspectos técnico e tático? Quais são as características táticas defensivas e ofensivas em um jogo de basquete- bol? A sugestão nesta Situação de Aprendizagem é a apreciação, para posterior análise, de alguns princípios técnico-táticos de um jogo de basque- tebol. Essa apreciação pode ser feita pelos alunos em conjunto com você, professor. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1 Etapa 1 – Um jogo de basquetebol Apresente, em sala de aula, uma partida, um período ou um quarto de jogo de basquetebol previamente gravado e solicite aos alunos que procurem perceber os sistemas de jogo utilizados pelas equipes, bem como a relação de oposição entre os sistemas, uma vez que um tenta anular o outro. Solicite ainda aos alunos que procu- rem perceber a dinâmica tática apresentada pe- las equipes, em termos de ocupação do espaço, ritmo de jogo, comunicação entre os jogadores, domínio de bola, transição da defesa para o ata- que e retorno para a defesa. Se julgar necessário, divida a classe em grupos e estabeleça o que cada grupo pode observar durante o jogo. Etapa 2 – Registro das observações analisadas Com base nas observações dos alunos, resu- ma os sistemas de jogo verificados na etapa an- terior, destacando, posteriormente, os principais elementos a serem vivenciados na quadra. Pro- cure mostrar também as vantagens obtidas pelas equipes em cada momento do jogo, em decorrên- cia da realização de determinadas ações táticas. É importante sensibilizar os alunos para que percebam que um jogo de basquetebol se cons- titui em um conjunto de ações táticas, tanto no plano individual como no coletivo, e que nor- malmente vence a equipe que realiza essas ações de forma mais coordenada e elaborada. Para finalizar esta etapa, proponha aos alunos que, em grupos, registrem os aspectos considerados mais importantes referentes às ações táticas individuais e coletivas para uma modalidade coletiva. Vale ressaltar que todos os aspectos observados pelos alunos dos gru- pos precisam ser registrados. Conteúdos e temas: sistemas de jogo e táticas em modalidade esportiva coletiva; basquetebol. Competências e habilidades: analisar, do ponto de vista técnico-tático, um jogo de basquetebol assistido pela televisão ou presencialmente; valorizar o conhecimento dos sistemas de jogo e das táticas como fator importante para a apreciação do espetáculo esportivo. Sugestão de recursos: televisor, DVD; aparelho de DVD; computador. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 APRECIAR E ANALISAR UM JOGO DE BASQUETEBOL 15 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Professor, solicite que os alunos investiguem a classificação da equipe feminina brasileira de basquetebol nos Jogos Olímpi- cos. Para isso, sugira que realizem a ativida- de descrita na seção “Pesquisa individual”, do Caderno do Aluno. O basquetebol feminino brasileiro, que teve sua época de ouro com a dupla Hor- tência e Paula, esteve entre as oito melhores equipes nas Olimpíadas de 1992 a 2008, ex- ceto em uma. Pesquise, conforme o exem- plo dado na tabela, e assinale qual foi essa Olimpíada. Olimpíada (local) Ano Colocação Barcelona 1992 7o 1996 2000 2004 2008 Que avaliação você faz do desempenho da seleção brasileira feminina de basquetebol nesse período? A modalidade está progredin- do? Por quê? Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno perceba a que- da no desempenho da seleção feminina de basquetebol, o que possibilitaria a discussão sobre uma possível ausência de renovação na equipe, bem como pouco investimento nas categorias de base, além da precária organização da modali- dade, baixo investimento financeiro. 1. A seleção brasileira masculina de basquetebol teve um atleta apelida- do de “Mão Santa”, com os seguin- tes recordes: f Maior número de Olimpíadas: 5 f Mais pontos em Olimpíadas: 1 093 f Maior número de vezes considerado “cestinha” em Olimpíadas: 3 f Mais cestas de 3 pontos, 2 pontos e lan- ces livres em Olimpíadas f Mais minutos jogados em Olimpíadas f Mais pontos totais em campeonatos mundiais: 893 f Mais pontos em um jogo olímpico: 55, contra a Espanha em 1988 f Mais pontos em um jogo de campeo- nato mundial: 52, contra a Austrália em 1990 Quem é esse jogador? Oscar Schmidt. 2. Durante as aulas, você teve a oportunidade de analisar alguns sistemas de jogo. Con- siderando os conhecimentos abordados nessas aulas, você consegue lembrar por que determinados alunos tiveram mais ou menos facilidade para concretizar suas in- tenções táticas e técnicas no jogo? Espera-se que o aluno consiga perceber que, apesar de de- terminados alunos dominarem melhor a bola (por terem maior experiência no esporte), o desempenho desses joga- dores estará também diretamente relacionado a como ele age técnica e taticamente diante da equipe adversária, bem como perante sua própria equipe. 16 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 OS SISTEMAS DO BASQUETEBOL importância dos sistemas táticos no desem- penho esportivo e na apreciação do espor- te comoespetáculo. Os alunos vivenciarão algumas situações táticas analisadas na Si- tuação de Aprendizagem anterior com a in- tenção de perceber os sistemas defensivos e ofensivos no basquetebol. por todas as posições, tanto de ataque como de defesa, a fim de que compreendam me- lhor as características de cada uma delas. Agora, professor, peça aos alunos que atentem para a questão 3 da “Lição de casa”. Observando as imagens da marcação por zona, oriente-os a desenhar, no Caderno do Aluno, as movimentações do sistema 2-1-2 (para isso, é necessário que interpretem a legenda). 3. Foram discutidas em aula vivências refe- rentes aos sistemas de defesa 2-1-2, 3-2 e 2-3. Na figura a seguir, observe as elipses em tor- no dos defensores. Cada uma delas indica a área que o respectivo jogador deve prote- ger, mas, como em todo sistema, sempre há pontos vulneráveis; do contrário, nenhum time converteria as cestas, não é? Este é um sistema de fácil execução e, por isso, é muito utilizado em campeonatos escolares. Atribuir aos alunos a responsabilidade de transferir alguns princípios de organiza- ção técnica e tática percebidos em um jogo de basquetebol para uma vivência torna-se uma tarefa extremamente desafiadora. Isso exigirá deles capacidade de organização e compreensão para valorizar e reconhecer a Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2 Etapa 1 – Vivência dos sistemas de jogo observados e analisados Procure “reproduzir” com os alunos algu- mas situações de jogo observadas por meio do vídeo apresentado durante a Situação de Aprendizagem 1 e que já tenham sido discu- tidas. Destaque algumas situações em que se observem os claros limites de reproduzir situa- ções de jogo de equipes de alto rendimento. Por exemplo, o momento em que uma equipe utili- zou a defesa por zona 2-1-2 ou a 3-2 ou a 2-3, a ocasião na qual uma equipe utilizou a defesa individual, as situações em que o ataque prio- rizou o jogo próximo à cesta, a transição da defesa para o ataque etc. Inicialmente, procure destacar as ações de defesa e, depois, as de ataque. É impor- tante garantir que todos os alunos passem Conteúdos e temas: importância dos sistemas táticos no desempenho esportivo e na apreciação do esporte como espetáculo. Competências e habilidades: vivenciar e compreender alguns sistemas de jogo e alguns preceitos táticos inerentes ao basquetebol; compreender os sistemas defensivos e ofensivos no basquetebol; reconhecer a importância dos sistemas de jogo e das táticas no desempenho esportivo. Sugestão de recursos: bolas de basquetebol. 17 Educação Física – 1ª série – Volume 1 © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s �ĞĨĞŶƐŽƌ� 1 2 3 4 5 Po nt o Vu ln er áv el Relembre a movimentação: © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s �ĞĨĞŶƐŽƌ� [�� [�� [�� [�� [�� 1 2 3 4 5 Agora observe: quando X1 passa a bola para X2, o defensor 1 sai para a marcação de X2; o defensor 3 se desloca do meio do garrafão para cobrir o defensor 1. © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s �ĞĨĞŶƐŽƌ� [�� [�� [�� [�� 1 2 3 4 5 [�� Legenda: – trajetória da bola X – jogador da equipe ofensiva – jogador da equipe defensiva Veja o que acontece quando X2 passa a bola para X5: © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s �ĞĨĞŶƐŽƌ� [�� [�� [�� [�� 1 2 3 4 5 [�� 18 Quando X5 recebe o passe, o defensor 1 volta para o seu lugar na cabeça do garrafão; X5 recebe a marcação do defensor 5 e o defensor 3 cobre a posição do 5. Veja como fica: © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s �ĞĨĞŶƐŽƌ� [�� [�� [�� 1 2 3 4 5 [�� [�� Veja agora os sistemas 3-2 e 2-3. © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s �ĞĨĞŶƐŽƌ� 1 2 3 4 5 Ponto Vulnerável Ponto Vulnerável Ponto de maior vulnerabilidade © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s �ĞĨĞŶƐŽƌ� 1 2 3 4 5 Ponto Vulnerável Pode-se observar que todos os sistemas apresentam pontos vulneráveis, e a escolha de um ou outro vai depender das caracte- rísticas de sua própria equipe e da equipe adversária. O importante é que você come- ce a identificar os sistemas ao assistir aos jogos ou quando participar deles. Você vivenciou em aula a movimentação do sistema 2-1-2. Agora, indique as movimen- tações nas imagens a seguir e, depois, confi- ra nas páginas anteriores se você acertou. © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s 19 Educação Física – 1ª série – Volume 1 © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s © L eo pé rc io d e O liv ei ra G ui m ar ãe s Professor, solicite aos alunos que respondam à atividade proposta na seção “Você aprendeu?”, disponível no Ca- derno do Aluno. Relativamente à questão 5 dessa atividade, peça-lhes que desenhem um sistema tático criado por eles e tragam na próxima aula para que o vivenciem na Situação de Aprendizagem 3 (relacione as respostas dos alunos com as etapas dessa situação). 1. O que indica se uma equipe está no ataque ou na defesa? A posse de bola. Como organizar um time na defesa? Como partir para o ataque após um bom posiciona- mento defensivo? As Situações de Aprendiza- gem anteriores mobilizaram os alunos para a apreciação, a análise e a “reprodução” de alguns princípios técnico-táticos no basquetebol. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 NOSSAS ESTRATÉGIAS PARA JOGAR BASQUETEBOL SÃO... A tarefa dos alunos nesta Situação de Apren- dizagem é organizar as próprias estratégias, com a intenção de valorizar e reconhecer a importância dos sistemas táticos. Em grupo, os alunos elaborarão sistemas táticos para vi- venciar diferentes situações no basquetebol. 2. Quais sistemas de defesa você conhece? Resposta pessoal. O aluno poderá responder: 2-1-2, 2-3 e/ou 3-2. 3. Quais dos sistemas citados você vivenciou? A resposta dependerá do conteúdo desenvolvido nas aulas. 4. O que você achou mais difícil nos sistemas? Resposta pessoal que depende das atividades desenvolvidas. 5. Desenhe um esquema tático que você tenha vivenciado ou crie outro e justifique cada posição da defesa ou do ataque. O aluno deverá representar um esquema tático de defesa ou de ataque que tenha vivenciado e justificar de modo coeren- te suas escolhas. 20 f situações de jogo na quadra toda, 5=5, que exijam ações para obter a rápida tran- sição da defesa para o ataque e o necessá- rio retorno para a defesa. É importante, nesta etapa, que os alunos possam se organizar em grupos e definir as estratégias para vivenciar as diferentes pos- sibilidades do basquetebol como modalida- de esportiva coletiva. Coloque à disposição dos alunos folhas de sulfite, canetas, lápis, giz etc., para que eles registrem as estraté- gias elaboradas. Etapa 1 – Três contra três, rotativo Organize os alunos em trios, divididos equitativamente, para cada meia quadra. Dois trios iniciam o jogo após definirem a posse da bola. As equipes tentarão converter a cesta após passar a bola entre os compo- nentes do grupo. A bola será recolocada em jogo sempre pelas laterais. O jogo poderá ser feito com troca de uma equipe a cada cesta convertida, a cada cesta não convertida, a cada duas ou três perdas da posse de bola ou qualquer outra convenção estabelecida entre professor e alunos. O jogo poderá ser realiza- doinicialmente apenas com passes para pos- terior introdução do drible. Etapa 2 – Três contra dois ou dois contra três? Organize a classe em grupos de cinco alu- nos, com uma bola para cada grupo. Divida os grupos equitativamente nos lados opostos Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 3 Com base nas observações feitas e discu- tidas em sala e nas aplicações realizadas na quadra, proponha aos alunos atividades que possam otimizar alguns elementos táticos pre- tendidos, como: f jogo de passes com marcação individual: o objetivo é a disputa de bola por parte de duas equipes, compostas de quatro joga- dores cada, que deverão realizar o maior número possível de passes num espaço pre- viamente delimitado. Esse jogo pretende dinamizar a marcação e a fuga da marca- ção, isolando nesse momento a finalização na cesta. Procure iniciar a atividade em um espaço maior, reduzindo-o em seguida, a fim de dificultar as ações de passe; f minijogos de basquetebol: jogos em meia quadra, com número reduzido de partici- pantes, em que algumas ações possam ser otimizadas. Por exemplo, 3=3, em que há possibilidade de demonstrar mais facil- mente alguns elementos, por haver equilí- brio entre as ações ofensivas e defensivas. Pode ser variado para 3=2, com vantagem para o ataque, ou 2=3, com vantagem da defesa; f minijogos de basquetebol 5=5: jogos com a composição normal de cinco jogadores, mas ainda realizados em meia quadra. A intenção, com esse tipo de jogo, é que os alunos atentem para a organização coleti- va da equipe, tanto na situação de defesa como na de ataque; Conteúdos e temas: elaboração de sistemas táticos. Competências e habilidades: elaborar estratégias táticas para o basquetebol; reconhecer a importância dos sistemas de jogo e das táticas no desempenho esportivo. Sugestão de recursos: bolas de basquetebol; folhas de papel sulfite; canetas; lápis; giz. 21 Educação Física – 1ª série – Volume 1 da quadra, conforme a Figura 7. Os integran- tes do grupo devem estar subdivididos em uma dupla e um trio. Inicialmente os trios fa- rão passes entre si, tentando chegar ao outro lado da quadra sem perder a bola, enquanto a dupla tentará interceptá-la. Na execução de volta, invertem-se os papéis, e o trio passa a defender enquanto a dupla ataca. Peça que os alunos façam um rodízio de formação entre os integrantes do grupo, de tal forma que haja um rearranjo das duplas e dos trios. Posterior- mente peça novas composições. Para variar a atividade, introduza o drible e a finalização do percurso com arremesso à cesta. Figura 7 – Posições ofensivas e defensivas. Proponha situações encontradas nos jo- gos oficiais de basquetebol, apresentadas como problemas a serem discutidos, viven- ciados e solucionados pelos alunos (divididos em grupos de cinco), por escrito ou median- te demonstração na quadra. Com isso, será possível avaliar, a princípio, a capacidade dos alunos de pensar taticamente o jogo de bas- quetebol e, posteriormente, realizar na quadra as ações pensadas. Não valorize a execução perfeita das ações específicas do basquetebol, ATIVIDADE AVALIADORA nem atente para o fato de a ação proposta ter culminado ou não na consecução de ponto. Avalie a compreensão, por parte dos alunos, da situa ção de jogo proposta e das iniciativas para solucioná-la. Alguns exemplos: f Como uma equipe de basquetebol deveria se comportar se estivesse perdendo o jogo por um ponto de diferença e tivesse de repor a bola em jogo numa lateral no ataque, faltando apenas cinco segundos para terminar o jogo? 22 f Como uma equipe de basquetebol deve- ria se comportar se estivesse perdendo o jogo por vinte pontos e restasse apenas um quarto de jogo para o seu final? f Como uma equipe de basquetebol deveria se comportar se estivesse vencendo o jogo e sofresse marcação individual? Durante o percurso pelas Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. Serão necessárias, portanto, outras Situações de Aprendizagem, que permitam ao aluno re- visitar o processo de maneira diferente. Tais situações podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individualmen- te ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentarem dificuldades. Por exemplo: f roteiro de estudos com perguntas nortea- doras elaboradas por você, professor, para Ao final de cada situação de jogo proposta, discuta com os alunos as alternativas apresen- tadas pelas equipes e realize as correções ne- cessárias. É importante garantir que os alunos atentem para a organização tática coletiva, em vez de recorrerem às iniciativas individuais para a solução das situações propostas. PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO posterior apresentação das respostas em registro escrito; f apreciação e registro, por parte do aluno, de seus próprios movimentos e dos colegas; f resolução de outras situações-problema não contempladas na Atividade Avalia- dora, referentes às técnicas e às táticas da modalidade em questão; f atividade-síntese relacionada a determina- do conteúdo, em que as várias atividades sejam refeitas numa única aula e discutidas posteriormente (por exemplo: circuito que contemple diferentes preceitos e sistemas táticos da modalidade em questão). Livros ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte: possi- bilidades da prática pedagógica. Campinas: Autores Associados, 2001. Relata o desenvol- vimento de uma pesquisa em que o autor teve por objetivo a “reinvenção” do esporte na es- cola, atribuindo outros valores à experiência. BAYER, Claude. O ensino dos desportos colec- tivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. Discute o pro- cesso de ensino dos esportes coletivos, apre- sentando os princípios operacionais comuns às modalidades esportivas. PAES, Roberto R.; BALBINO, Hermes F. Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. O livro é composto por nove capítulos que discu- tem a pedagogia do esporte sob vários aspectos, desde a iniciação em modalidades individuais e coletivas até o treinamento. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA 23 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Confederação Brasileira de Basketball. Dispo- nível em: <http://www.cbb.com.br>. Acesso em: 24 out. 2013. Confederação Brasileira de Futebol. Disponí- vel em: <http://www.cbf.com.br>. Acesso em: 29 maio 2013. Confederação Brasileira de Handebol. Dispo- nível em: <http://www.brasilhandebol.com. br>. Acesso em: 29 maio 2013. Confederação Brasileira de Voleibol. Disponí- vel em: <http://www.cbv.com.br>. Acesso em: 24 out. 2013. Confederação Brasileira de Futebol de Salão. Disponível em: <http://www.futsaldobrasil. com.br/2009/cbfs/index.php>. Acesso em: 29 maio 2013. O site do Comitê Olímpico Brasileiro e os sites das confederações esportivas brasileiras po- dem auxiliar tanto o aluno quanto o profes- sor em seus estudos e pesquisas, no sentido de aprofundar o tema esporte coletivo, com in- formações oficiais sobre competições e trans- missões pela televisão. Também apresentam as regras oficiais das modalidades, algumas informações históricas, as principais conquis- tas das seleções nacionais em diversas catego- rias e acesso para outros sites, bem como para alguns pequenos vídeos. Artigos DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coleti- vos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos. Modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciên- cia e Movimento, São Caetano do Sul, v. 10, n. 4, p. 99-103, 2002. Disponível em: <http:// portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/ article/view/478/503>. Acesso em: 28 maio 2013. O artigo parte das ideias deClaude Bayer sobre o esporte coletivo e propõe um modelo para seu tratamento pedagógico. SILVA, Thatiana A. F.; ROSE JR., Dante de. Iniciação nas modalidades esportivas coletivas: a importância da dimensão tática. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, ano 4, n. 4, p. 71-93, 2005. Disponível em: <http://mackenzie.br/fileadmin/ Graduacao/CCBS/Cursos/Educacao_Fisica/ REMEFE-4-4-2005/art5_edfis4n4.pdf>. Acesso em: 28 maio 2013. Neste artigo, defende-se a importância do desenvolvimento da dimensão tática na iniciação em modalidades esportivas, levando-se em consideração as características de cada modalidade e também das crianças. Sites Comitê Olímpico Brasileiro. Disponível em: <http://www.cob.org.br>. Acesso em: 29 maio 2013. 24 © F ab io C hi al as tr i/C on ex ão E di to ri al Figura 8 – Revistas dirigidas ao público jovem feminino prometem a “beleza-padrão” de modo excessiva- mente fácil e rápido: “Corpo novo em três meses”, “Emagreça e fique durinha com a dieta antiflacidez” etc. TEMA 2 – CORPO, SAÚDE E BELEZA Todo professor de Ensino Médio percebe o impacto que certos modelos de beleza corpo- ral, insistentemente propagados pelas mídias (televisão, revistas etc.), exercem sobre os alu- nos, que, com frequência, se julgam obesos, querem emagrecer e tornar-se musculosos. Para isso, aderem a regimes “milagrosos”, praticam exercícios de forma equivocada e eventualmente fazem uso de substâncias proi- bidas, como anabolizantes e remédios que ini- bem o apetite, com prejuízos para a própria saúde. Sabemos que muitas vezes os alunos comunicam tais práticas aos professores de Educação Física, os quais precisam estar pre- parados para lidar com isso. Basta prestar atenção às capas das revis- tas voltadas para o público adolescente e jo- vem (em especial para as meninas), à venda em qualquer banca de jornal, para constatar o que sugerem ou prometem explicitamente: “Emagreça comendo de tudo!”, “Defina seus músculos com apenas 15 minutos de ginás- tica!”, “Corpo novo em três meses!” etc. A personagem central das capas é sempre uma mulher jovem (raramente de etnia negra), bela, magra e sorridente, em geral trajando biquíni, fotografada das coxas para cima, em pose sensual. Também as figuras masculinas são, em geral, homens jovens e brancos, às vezes com o torso nu e pernas expostas, para exibir uma musculatura bem delineada. No interior dessas revistas sempre há progra- mas de exercícios ginásticos para diversos grupos musculares, com a promessa de “diminuir a bar- riga”, “endurecer o bumbum” etc., ou sugestões de corridas, caminhadas e prática de esportes para “perder calorias” e, portanto, emagrecer. Percebe-se aí como o exercício físico não é asso- ciado à saúde ou ao bem-estar, mas a um modelo estereo tipado de beleza corporal caracterizado pela extrema magreza. Se calcularmos o índice de massa corpórea – IMC (peso dividido pela altura ao quadrado) – das modelos e artistas es- tampadas nas capas, encontraremos valores mui- to baixos, que indicam magreza, às vezes abaixo do mínimo para que uma pessoa seja considera- da saudável, além de muito distantes da média nacional. 25 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Todavia, para esculpir esse modelo cor- poral definido pelas mídias (para mulheres e homens), não basta apenas o exercício físico, nem mesmo conjugado com dieta. Exige-se também a intervenção cirúrgica (lipoaspiração, cirurgia plástica propriamente dita, próteses de silicone). Tudo isso, com o devido suporte de supostas evidências científicas, aumenta o oferecimento de produtos e serviços associados à busca desse ideal de beleza corporal – mas- sagens, cosméticos, equipamentos de ginásti- ca domésticos, alimentos light e diet etc. – no contexto do chamado “mercado do corpo e do fitness”. Contraditoriamente, esse mercado convive em nossa realidade com bolsões sociais de pobreza e miséria, nos quais há ainda mui- tos brasileiros que passam fome! Esse bombardeio de informações verbais e visuais fixa um modelo de beleza (o qual con- tribui decisivamente para a construção das re- presentações sociais do corpo) e, ao propor os meios para alcançá-lo com facilidade ilusória, não mais nos dizem: “Você pode...”, mas “Você deve!”. É muito difícil resistir a essa pressão e, a partir de certo grau de adesão às práticas ali- mentares e de exercitação física sugeridas, pode haver comprometimento da saúde, bem como constrangimento social decorrente da sensação de não atingir o padrão idealizado. Referências desse tipo dificultam o autoco- nhecimento, o reconhecimento das possibili- dades do ser humano e seus limites tal como é, e restringem as possibilidades do Se-Movi- mentar em jogos, esportes, ginásticas, lutas e atividades rítmicas a certos objetivos muito específicos (emagrecer, delinear a musculatura etc.), empobrecendo seu potencial formativo. Em todos os canais de comunicação, e também nos espaços públicos, ditam-se as regras de cultivo do corpo. Dentre os exercícios físicos, difundiram- -se a musculação, o fisiculturismo, as atividades de fitness. O corpo belo é aquele sempre “superdefi- nido”, “durinho”, sem celulite ou estrias. É importante que os alunos compreen- dam as relações entre os contextos históricos e culturais que estabelecem padrões de bele- za inalcançáveis pela maioria da população. Não temos de buscar um “corpo perfeito” ou ideal. Temos de aprender a cuidar de nosso “corpo possível”! Apesar dos avanços em relação à compreen- são dos mecanismos pelos quais a alimentação e o exercício físico podem contribuir para a aqui- sição e a manutenção de níveis adequados de saúde, a busca por um determinado padrão de perfectibilidade da beleza impulsiona o consumo de produtos, práticas e recursos nem sempre compatíveis com esse propósito. Diante da possibilidade (ou ilusão) de ob- ter resultados expressivos em curto espaço de tempo, muitos jovens passam a adotar con- dutas por vezes enganosas ou mesmo preju- diciais à saúde, entre as quais se encontram as dietas “milagrosas” e o uso inadequado de suplementos alimentares. Modificações drásticas na dieta que resul- tam em perdas acentuadas de peso em curto espaço de tempo são difíceis de serem man- tidas. Além disso, a perda de peso observada decorre principalmente da redução hídrica (perda de água), bem como da perda de tecido magro, permanecendo as reservas de gordura quase inalteradas, especialmente em virtude da diminuição na taxa metabólica de repouso (energia gasta para manter o funcionamento orgânico durante o estado de repouso). Em verdade, programas saudáveis de ema- grecimento preconizam que a perda ponderal não exceda 1% do peso corporal total por semana, evitando-se assim prejuízos na regu- lação metabólica, na função imunológica, na integridade óssea e na manutenção da capaci- dade funcional ao longo do envelhecimento. 26 Outros problemas que afetam frequen- temente os alunos do Ensino Médio, diante do forte apelo social em favor de padrões de beleza caracterizados pela magreza corporal, são distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia. A anorexia nervosa, mais comum entre as meninas, caracteriza-se pelo desejo obsessivo de manter o peso corporal abaixo dos níveis normais para a faixa etária e a estatura em virtude da preocupação excessiva com a ima- gem corporal, que se encontra distorcida, pois pessoas anoréxicas se percebem gordas apesar de sua magreza. Visando à “magreza”, essas pessoas se mantêm em jejum por longos perío- dos e ingerem menos alimento que o necessá- rio para manter o balanço energético, além de estimularem compulsivamente o maior gasto energético possível em sessões de exercícios. A bulimia nervosa caracteriza-sepor epi- sódios frequentes de ingestão alimentar em excesso num curto período de tempo, quase sempre seguidos por jejum, uso abusivo de laxantes ou diuréticos, vômitos autoinduzi- dos ou prática compulsiva de exercícios, numa tentativa de evitar o aumento de peso após o exagero alimentar. Controle ponderal, níveis de atividade física e obesidade A manutenção do nosso peso corporal obe- dece a um mecanismo regulador encarregado de equilibrar a ingestão alimentar (influxo e consumo calórico) com o custo energéti- co (gasto calórico ou produção de energia). Quando, por qualquer motivo, esse equilíbrio é rompido, ocorre modificação no peso cor- poral. Se a quantidade de calorias adquiridas pela alimentação ultrapassar aquela utilizada para atender às necessidades diárias de fun- cionamento do organismo (gastos com meta- bolismo basal, termogênese e atividade física), esse excesso será armazenado sob a forma de gordura no tecido adiposo, ocasionando au- mento ponderal (ganho de peso corporal). Uma ingestão reduzida, por sua vez, associa- da a um maior gasto energético, promove a redução ponderal (perda de peso corporal). A obesidade (acúmulo excessivo de gordura corporal, acima dos limites de normalidade es- perados) é um fenômeno multifatorial comple- xo, mas se sabe que a alimentação e a falta de atividade física são fatores importantes, espe- cialmente por sua relação com condições am- bientais e aspectos comportamentais diversos. A redução dos níveis de atividade física (hipocinesia) é um dos principais responsá- veis pelo aumento excessivo de peso a partir do acúmulo de gordura nas reservas corpo- rais. Muitos estudos sustentam que o aumen- to da adiposidade, normalmente associado ao processo de envelhecimento, decorre princi- palmente do baixo nível de atividade física, uma vez que, com o passar dos anos, as pes- soas apresentam sedentarismo progressivo. A condição mais adequada para que se possa estabelecer um controle efetivo sobre o fenômeno da obesidade requer a associação entre exercícios e dieta. Em crianças e adul- tos moderadamente obesos, essa combinação oferece maior possibilidade de atingir balanço calórico negativo e, consequentemente, redu- ção da gordura e do peso corporal, compara- da ao exercício ou à dieta isoladamente. Anorexia e bulimia Quando não tratadas, cerca de 6% a 20% das pessoas diagnosticadas com anorexia têm morte prematura por suicídio, por car- diopatia ou por infecções. A orientação a ser dada aos alunos do Ensino Médio é que estes vejam com ressal- vas a divulgação de estratégias que propo- nham, em curto espaço de tempo, perda de peso, redução de medidas, hipertrofia e de- finição muscular e busquem supervisão ade- quada antes de modificar hábitos alimenta- res ou relativos à prática de exercícios físicos. 27 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Professor, para iniciar o tema, soli- cite aos alunos que leiam a seção “Para começo de conversa”, no Ca- derno do Aluno, e respondam às questões 1 e 2. Nas bancas de jornal existem dezenas de revistas com dicas de dietas, exercícios físicos para emagrecer e definir a musculatura e algu- mas delas abordam até cirurgias estéticas. Na capa, uma “atriz-cantora-modelo-dançarina” ou um “bonitão”. Essas publicações sugerem implicitamente que, seguindo as recomenda- ções nelas descritas, é possível alcançar aquele corpo magro e definido, aquele cabelo sempre liso e quase sempre loiro, dentes brancos e perfeitos etc. Antes das tecnologias da imagem (fotogra- fia, infografia, vídeo), as figuras humanas eram retratadas pela pintura, ou seja, o artista pro- curava reproduzir a imagem da pessoa retra- tada. E hoje? Existem sessões de maquiagem, cabelo, fotos (sempre do melhor ângulo) e pro- gramas de computador que corrigem qualquer “imperfeição” do rosto ou do corpo. Aí a ima- gem está pronta para a capa da revista e para nos indicar o que é belo. Antes, o desafio era reproduzir uma imagem fiel ao corpo; hoje, é transformar o corpo nas imagens produzidas artificialmente. Não há mal algum em querer um corpo bonito, o problema é quando isso se torna Possibilidades interdisciplinares Os temas “Produtos e práticas alimentares e de exercícios físicos associados à busca de padrões de be- leza” e “Consumo e gasto calórico: alimentação, exercício físico e obesidade” poderão ser desenvolvidos de modo integrado com Ciências (organismo humano, composição e estrutura química dos nutrientes) e Matemática (cálculo do consumo e do gasto calórico). Converse com os professores que ministram essas disciplinas e auxilie os alunos a refletir sobre os temas de forma multidimensional. © W or ld w id e F ea tu re s/ B ar cr of t M ed ia /G et ty I m ag es Figura 9 – Imagem de menina anoréxica. uma obsessão e prejudica a saúde. Nas au- las de Educação Física, será abordada uma patologia que vem crescendo, especialmen- te entre as adolescentes, chamada anorexia. Existem muitos blogs e sites que dizem que a anorexia não é uma patologia, mas um esti- lo de vida. Não se engane! As estatísticas in- formam que 6% a 20% das pessoas com esse transtorno alimentar, se não tratadas, sofrem morte prematura por infecção, suicídio ou al- guma cardiopatia. Preste atenção se você ou alguém do seu convívio apresenta as seguin- tes características: 28 f perda de peso autoinduzida por abstenção de alimentos; f vômitos e purgação autoinduzidos, exercí- cios excessivos, uso de anorexígenos (remé- dios para tirar o apetite) e/ou diuréticos; f distorção da imagem corporal (a pessoa se julga gorda, embora não o seja), pavor de engordar e amenorreia (suspensão da menstruação). Se você se identificou ou conhece alguém nessas condições, converse com o professor de Educação Física. Ele lhe dará as informações necessárias sobre esse assunto e sobre emagre- cimento saudável, se necessário. 1. O que você pensa das afirmações desse texto? Espera-se que os alunos percebam que as imagens ofere- cidas pelas diversas mídias não são reais, uma vez que tais imagens são sempre manipuladas para atender ao padrão de beleza vigente. Espera-se também que eles, a partir do texto, conheçam as condutas patológicas relacionadas à imagem corporal e reflitam sobre elas. 2. Você lê esse tipo de publicação descrita no texto? Com que frequência? Por quê? Esta questão pretende verificar se os alunos se identificam com esse tipo de publicação e questioná-los em caso afir- mativo ou negativo. Também busca saber os motivos por que procuram esse tipo de leitura. O importante é fazer uma análise criteriosa desses motivos, evitando-se qualquer tipo de constrangimento nos alunos. Professor, antes de desenvolver a Situação de Aprendizagem 4, oriente a turma para que realize a “Pesquisa em grupo”, descrita no Caderno do Aluno. Identificando os padrões de beleza Procurem imagens de revistas, jornais ou internet, destinadas ao público jovem femini- no e masculino, que mostrem os padrões de beleza veiculados na sociedade e as estratégias para alcançá-los. Com base nas imagens que vocês pesquisa- ram, respondam às seguintes questões: 1. Quais são os modelos de beleza corporal predominantes em nossa sociedade? 2. O que vocês pensam sobre esses modelos? 3. Qual é o impacto que esses modelos cau- sam em vocês? 4. Como vocês se percebem em relação a tais modelos? 5. Vocês julgam que é possível alcançar esses modelos? 6. De que maneira e por quais meios esses modelos podem ser alcançados? 7. Observem as respostas dos outros grupos e vejam se coincidem com as suas. Elaborem uma síntese das opiniões de todos os grupos. As respostas são de cunho pessoal; no entanto, espera-se uma associação lógicaentre os padrões de beleza vigentes e o modo como os alunos se sentem em relação a esses padrões. Também se espera que os alunos comparem o im- pacto desses modelos sobre a sua vida às alternativas saudá- veis para a manutenção da saúde e do bem-estar. Por fim, os grupos deverão confrontar suas respostas com as das outras equipes para enriquecer o debate. 29 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Esta Situação de Aprendizagem focaliza o tema com base na questão: “Como me percebo em relação aos modelos de beleza corporal predominantes na sociedade em que vivo?”. Inicia-se com a identificação prévia de tais modelos em material prove- niente de diversas mídias, acompanhada da devida discussão sobre o tema. Posterior- mente, entre as várias formas de mensura- ção dos dados corporais, sugere-se o índice de massa corporal, por exigir a tomada de medidas simples (peso e estatura) e pela facilidade de cálculo e utilização. A men- SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 ESPELHO, ESPELHO MEU... suração objetiva de certas características corporais poderá indicar os critérios que presidem à construção de representações sociais sobre beleza corporal em nossa so- ciedade, com base na percepção e na avalia- ção, por parte dos alunos, de suas próprias medidas corporais em comparação com tabelas de referência e com os padrões propostos pelas mídias. Nesse sentido, as técnicas de medidas e avaliação e seus re- sultados não devem ser vistos como fins em si mesmos, mas como estratégias para pro- vocar reflexões sobre o tema. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 4 Etapa 1 – Quais são os padrões de beleza predominantes em nossa sociedade? Solicite previamente aos alunos que, di- vididos em grupos, em horário extra-aula, procurem, em revistas ou em sites, imagens destinadas ao público jovem que sugiram os padrões de beleza predominantes em nossa sociedade e revelem os diversos artifícios re- comendados para alcançar esse estereótipo. Posteriormente, estando os alunos de posse do material, já em aula, e divididos em pequenos grupos, estimule-os a identificar as característi- cas corporais mais frequentes nas pessoas suge- ridas no material coletado (peso, estatura, etnia, cor e tipo de cabelos, musculatura etc.). Solicite também que identifiquem as práticas associadas à busca desse padrão de beleza (dietas, exercícios físicos, cosméticos, cirurgias etc.). Em seguida, discuta com os alunos as questões a seguir, objetivando debater o tema: Conteúdos e temas: padrões e estereótipos de beleza corporal; indicadores que levam à construção de re- presentações sobre corpo e beleza; medidas e avaliação da composição corporal; índice de massa corporal. Competências e habilidades: identificar padrões e estereótipos de beleza presentes nas mídias; reconhe- cer e criticar o impacto dos padrões e estereótipos de beleza corporal sobre si próprio e sobre seus pa- res; identificar os indicadores que levam à construção de representações culturais sobre corpo e beleza; selecionar, relacionar e interpretar informações e conhecimentos sobre padrões e estereótipos de beleza e indicadores de composição corporal para construir argumentação consistente e coerente. Sugestão de recursos: papéis; canetas; cartolinas; fita métrica ou estadiômetro (balança toesa); calculadoras. 30 f Quais são os modelos de beleza corporal predominantes em nossa sociedade? f O que vocês pensam disso? f Reconhecem o impacto que causam em si próprios e em seus pares? f Como se percebem em relação a tais mo- delos? f Julgam que é possível alcançar tais mode- los? Por que meios? Cada grupo anotará os principais pon- tos resultantes da discussão, os quais serão apresentados para o restante da classe em forma de plenária, na qual se estimulará o debate entre os alunos. Ao final, busque elaborar uma síntese, destacando os pontos comuns e contrastando as diferentes mani- festações e opiniões surgidas. Proponha aos alunos que elaborem car- tazes com base nas conclusões a que che- garam, com imagens (pode-se utilizar as já coletadas) e pequenos textos, procurando chamar a atenção dos leitores para o apelo à busca do padrão de traços e formas cor- porais que representam estereótipos de be- leza impostos pela sociedade de consumo. O material elaborado poderá ser exposto para toda a escola ou apresentado em formato eletrônico, de acordo com as condições da instituição de ensino. Peça aos alunos que tragam, para a aula seguinte, a medição do seu peso (tomada em uma balança de farmácia ou de casa) e uma calculadora. A tomada do peso em aula po- derá causar constrangimento em alguns, o que deverá ser evitado. Etapa 2 – Como calculo as minhas medidas? Utilize uma ou mais fitas métricas pre- gadas em uma parede ou um estadiômetro (balança toesa) para realizar a mensuração da estatura dos alunos. Proponha que cada um calcule o próprio IMC. Informe-os so- bre a fórmula a ser utilizada e apresente a tabela de classificação. Se houver quanti- dade insuficiente de calculadoras, os alu- nos poderão se organizar em grupos para efetuar o cálculo. Como calcular o IMC O índice de massa corporal (IMC) é calculado por meio de uma fórmula matemática que relaciona peso e altura e, a partir da localização do resultado do cálculo em uma tabela de classificação, indica se uma pessoa está obesa, acima do peso, abaixo do peso ou no peso ideal, considerado saudável e reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de obesidade. A vantagem de trabalhar com esse sistema, utilizado pela Organização Mundial da Saúde, é sua simplicidade, com números redondos e fáceis de utilizar. Para calcular o IMC, basta dividir o peso (em quilogramas) pela estatura ao quadrado (em metros): IMC = peso (estatura × estatura) 31 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Por exemplo: qual é o IMC de uma pessoa que tenha 1,80 m de estatura e pese 80 kg? IMC = 80 kg (1,80 m × 1,80 m) = 24,69 O índice obtido permite a classificação da pessoa segundo a tabela: CATEGORIA IMC Abaixo do peso Abaixo de 18,5 Peso normal Entre 18,5 e 24,9 Acima do peso Entre 25 e 29,9 Obesidade grau I Entre 30,0 e 34,9 Obesidade grau II Entre 35,0 e 39,9 Obesidade grau III 40,0 e acima Alertas sobre o IMC O IMC é apenas um indicador e não determina de forma inequívoca se uma pessoa está acima do peso ou obesa. Por relacionar apenas peso e estatura, pessoas musculosas podem ter um índice de massa corporal elevado e não serem gordas. O mesmo pode acontecer com aquelas que visualmente são magras e apresentam um alto percentual de gordura. É recomendável, então, comparar o IMC com a porcentagem de gordura da pessoa, que pode ser estimada por medidas da “circunferência corporal”, uma mensuração mais complexa, mas que pode ser realizada com fita métrica. A esse respeito, consulte os sites da Cooperativa do Fitness. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/avalia1.htm>. Acesso em: 29 maio 2013. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/protocolos2.htm>. Acesso em: 29 maio 2013. Outro problema é a influência, ainda não suficientemente estudada, das diferenças raciais e étnicas sobre o IMC. Por exemplo, especialistas apontam que pessoas de origem asiática poderiam ser consi- deradas acima do peso com um IMC de apenas 23. As categorias do IMC aqui apresentadas não são aplicáveis para menores de 12 anos, para os quais existe uma tabela especial. Depois de os alunos finalizarem os cálcu- los, recolha as informações de todos e calcule a média da classe. Deve-se evitar a divulgação de dados individuais à classe para não causar constrangimentos. Sugira a comparação dos dados individuais com a tabela de classificação já apresenta- da, com a média da classe e com os padrões de beleza propostos nas matériase imagens já mostradas pelos alunos. Pode-se, por exemplo, 32 vista da saúde, e não da estética) e que há mé- todos para identificá-las. De um modo abrangente, podemos dizer que nossa composição corporal é formada por massa gorda, representada por todos os lipídios (gorduras) do corpo, e de massa magra, isto é, tudo o que estiver livre de gor- dura, como músculos, ossos, água, órgãos internos etc. Medir a porcentagem de mas- sa gorda e de massa magra requer procedi- mentos mais complexos; portanto, deve-se utilizar o IMC. Veja bem, o Índice de Mas- sa Corporal não avalia as porcentagens de gordura e massa muscular; trata-se apenas de um indicador utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para classificar o grau de gordura corporal individual. De acordo com a tabela, a pessoa citada está com o peso normal. 1. Pese-se em uma farmácia, posto de saúde ou em algum lugar que ten ha uma balança. Dê preferência às balanças do tipo A e B. calcular o IMC das modelos que posam para as capas das revistas pesquisadas e verificar como muitas vezes essas mulheres estão abaixo do peso mínimo recomendado. Ao final da Situação de Aprendizagem, apre- sente uma síntese do tema, levando em conta as atividades realizadas e as conclusões parciais já obtidas. Procure estimular, entre os alunos, a re- flexão sobre as questões dos padrões e ideais de beleza difundidos pelas mídias, de modo que ob- tenham mais autonomia para compreender essas mensagens. Estimule a discussão em pequenos grupos sobre as seguintes questões: f As pessoas perseguem um ideal de beleza por escolha própria? f É possível a todas as pessoas alcançarem tal ideal? f Quais os significados dessa busca pela beleza? f Quais os riscos dessa busca? Professor, uma vez desenvolvida a Situação de Aprendizagem 4, orien- te os alunos para que façam a “Li- ção de casa”, sugerida no Caderno do Aluno. Como calculo as minhas medidas? “Eu me acho gordo, eu me acho magro, acho que estou num peso bom (me dá um autógrafo?).” Será que não estamos conside- rando o ideal de beleza que vemos na mídia para fazer essas avaliações? Você sabia que em alguns países, para poder desfilar, as mo- delos devem apresentar um Índice de Massa Corporal (IMC) mínimo? Como saber então qual é o peso saudável? Há alguns métodos de aferição da porcentagem de gordura corporal e há também padrões percentuais de gordura corporal para homens e mulheres. Isso quer dizer que existem faixas de porcentagem de gordura corporal que indicam se estamos aci- ma ou abaixo do peso desejável (do ponto de A. © F er na nd o F av or et to 33 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Calcule também o IMC dos seus amigos e fa- miliares. Além do peso e da altura, pergunte aos entrevistados se eles praticam alguma ati- vidade física regular, especialmente muscula- ção. Essa investigação é importante porque B. C. © F er na nd o F av or et to © G ar y V ol ge lm an n/ A la m y/ G lo w I m ag es Meça agora a sua altura e calcule o seu IMC, usando a fórmula anteriormente descrita: Nome Peso Altura Classificação © C ub ol m ag es s rl / A la m y/ G lo w I m ag es Anote aqui seu IMC e a sua classificação © F er na nd o F av or et to tais pessoas podem ser classificadas como obesas, de acordo com a tabela do IMC, em função da quantidade de massa muscular, uma vez que a balança não faz distinção en- tre massa gorda e massa magra no peso total. 34 2. Quantos dos entrevistados apresentaram índice normal? 3. Comente os resultados obtidos, conside- rando a relação entre IMC e saúde. 4. Calculando o gasto calórico: A manutenção do nosso peso corporal de- pende do equilíbrio entre o consumo caló- rico (ingestão alimentar) e o gasto calórico. Quando se consome mais do que se gasta, há o que chamamos de balanço energético positivo, e esse excedente será armazenado sob a forma de gordura. De maneira inver- sa, se consumimos menos do que gastamos, temos um balanço energético negativo e, consequentemente, perda de peso. Hoje é consenso que, a fim de mantermos um peso saudável, é recomendada uma dieta balan- ceada associada a exercícios físicos. Repare, nas embalagens de alimentos que você costuma consumir (suco em caixinha, biscoito etc.), um campo intitulado “infor- mação nutricional”. Nele você encontrará a quantidade de calorias de uma porção daquele alimento, ou seja, a quantidade de calorias que você vai ingerir se consumi-lo. Para saber o gasto calórico numa corrida ou caminhada, leve em conta que, em mé- dia, gasta-se uma caloria por quilograma de peso corporal por quilômetro percorri- do, ou seja, uma aluna de 50 kg que corre três quilômetros tem um gasto calórico de 150 kcal (1 × 50 × 3). Ah! Isso se a corri- da acontecer num terreno plano. Você deve estar pensando: “Credo! Eu preciso correr três quilômetros para gastar as calorias de um iogurte!” Calma! Além do gasto calórico dos exercí- cios físicos, também queimamos calorias com o metabolismo basal, com a manu- tenção da temperatura do corpo, entre outras coisas. Uma mulher adulta conso- me em média 2 200 kcal/dia, e um homem, 2 500 kcal/dia; os homens podem comer mais porque têm mais massa muscular. Leve para a escola uma embalagem de ali- mento em que se possa verificar a quanti- dade de calorias na informação nutricio- nal. Durante a aula, será proposta uma prática de corrida. Após a prática, faça o cálculo do gasto energético da corrida e es- tabeleça uma relação entre o gasto ocorri- do e o alimento ingerido. Aqui serão feitos os registros da coleta de dados realizada pe- los alunos. A intenção é que eles estabeleçam se há ou não algum risco de saúde para os entrevistados, a partir do IMC. Na última questão, espera-se que a turma compreenda o mecanismo do balanço energético por meio da observação da relação entre gasto e consumo de calorias. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 BALANÇA ENERGÉTICA Os alunos devem calcular o gasto calórico em uma corrida ou caminhada e comparar esse resultado com o valor calórico conhecido de um alimento – um pequeno lanche trazido pelos alunos ou a merenda da escola, no todo ou em partes. Com base nisso, o professor apresentará informações e conceitos sobre ba- lanço energético, exercício físico e obesidade. 35 Educação Física – 1ª série – Volume 1 Conteúdos e temas: balanço energético, valor calórico dos alimentos e custo calórico do exercício físico; alimentação, exercício físico e obesidade. Competências e habilidades: identificar aspectos referentes à participação da alimentação e do exercício no desenvolvimento e no controle da obesidade; estimar valores calóricos relacionados ao consumo de alimentos e ao gasto com exercícios físicos. Sugestão de recursos: balança; tabela de calorias de alimentos; cones. 0,6 kcal × distância (km) × peso corporal (kg) Por exemplo, um aluno com 60 kg, ao cami- nhar 1,5 km, consumirá 54 kcal: 0,6 × 1,5 × 60 = 54. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 5 Etapa 1 – Quantas calorias ingeri? Inicialmente, no máximo até um dia antes da aula, cada aluno deverá registrar seu peso corporal (em quilogramas), medido em ba- lanças de farmácia ou na própria escola, caso haja uma balança antropométrica. Oriente os alunos para que, de preferência, pesem-se com as roupas que normalmente usam nas aulas de Educação Física. Essa medida será utilizada na etapa seguinte. Calcule o número de calorias de algum alimento que os alunos possam trazer e con- sumir na aula (um chocolate, bolachas, suco em caixinha etc.) ou da merenda da escola (de
Compartilhar