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Direito Administrativo PMBA

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Curso Preparatório Brasil 
cursopreparatoriobrasil@hotmail.com 
http://cursopreparatoriobrasil.blogspot.com/ 
0 
 
 
 
Direito 
Administrativo 
Curso Preparatório para o Concurso Público 
de Soldado da PMBA 2012 
 
Apostila preparatória específica para o concurso público da PMBA 2012 
 
 
Curso Preparatório Brasil 
Contato: cursopreparatoriobrasil@hotmail.com 
Curso Preparatório Brasil 
cursopreparatoriobrasil@hotmail.com 
http://cursopreparatoriobrasil.blogspot.com/ 
0 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
1. Administração pública 
1.1 Conceito 
1.2 Princípios. 
2. Poderes administrativos 
2.1 Poder vinculado; 
2.2 Poder discricionário; 
2.3 Poder hierárquico; 
2.4 Poder disciplinar; 
2.5 Poder regulamentar; 
2.6 Poder de polícia; 
2.7 Uso e abuso do poder. 
3. Atos administrativos 
3.1 Conceito; 
3.2 Atributos; 
3.3 Requisitos; 
3.4 Classificação; 
3.5 Extinção; 
4. Organização administrativa. 
4.1 Administração Direta, Indireta e Entidades Paraestatais 
4.2 Centralização, Descentralização e Desconcentração 
4.3 Órgãos públicos: conceito e classificação. 
4.4 Entidades administrativas: conceito e espécies. 
5. Agentes públicos 
5.1 Espécies 
5.2 Classificação; 
5.3 Poderes, Deveres e Prerrogativas; 
5.4 Cargo, Emprego e Função Pública; 
5.5 Regime Jurídico Único 
5.6 Provimento e Vacância 
5.7 Remoção, Redistribuição e Substituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório Brasil 
http://cursopreparatoriobrasil.blogspot.com/ 
1 
1.1 Conceito 
O Direito Administrativo, como ramo autônomo, é de criação 
recente. Essa é uma tendência que se cristalizou nas Constituições 
contemporâneas. No Brasil, portanto, gradativamente, a 
Administração Pública foi ganhando importância constitucional, 
tendo se consolidado com o advento da Constituição de 1988 que 
promoveu a constitucionalização dos preceitos e princípios básicos 
da Administração Pública, propiciando que se delineie o chamado 
Direito Constitucional da Administração Pública, balizado pelos 
métodos interpretativos constitucionais e caracterizado pelo 
aumento da presença do Poder Judiciário, em especial do STF, nos 
negócios da Administração Pública. 
É um dos ramos do Direito Publico, uma vez que rege a organização 
e o exercício de atividades do Estado voltadas para a satisfação do 
interesse publico. Nas palavras do Prof. Hely, o Direito 
Administrativo assim é sintetizado: 
“Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, 
os agentes e as atividades publicas tendentes a realizar concreta, 
direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Num sentido 
mais formal, conceitua-se como o conjunto de agentes, órgão e 
pessoas jurídicas destinadas à execução das atividades 
administrativas.” [Prof. Hely] 
Embora as atividades administrativas seja função típica do Poder 
Executivo, os outros Poderes (Legislativo e Judiciário) também 
praticam atos que, pela natureza, são tidos como objeto do Direito 
Administrativo. Nessa concepção, a expressão Administração 
Publica engloba todos os órgãos e agentes que, em qualquer dos 
poderes do estado (Legislativo, Executivo ou Judiciário), em 
qualquer das esferas politicas (União, Estados, Distrito Federal ou 
Municípios), estejam exercendo função administrativa. 
É importante saber que a administração não pode recorrer ao Poder 
Judiciário contra uma decisão administrativa que ela mesma haja 
proferido no exercício de seu poder-dever de autotutela. 
1.2 Princípios 
Os princípios são postulados fundamentais que informam todo o 
modo de agir da Administração Pública. A CF/88 foi à primeira 
constituição a consagrar um capítulo para a Administração Pública. 
Os princípios da Administração Pública podem ser explícitos ou 
implícitos. 
Princípios Explícitos ou Constitucionais 
Dentre esses princípios, avultam em importância aqueles expressos 
no caput do art. 37 da CF/1988, que são os princípios explícitos. 
Após a promulgação da Emenda Constitucional nº 19/1988, cinco 
passaram a serem estes princípios, a saber: 
LIMPE (Art. 37, CR/88) 
‒ Legalidade; 
‒ Impessoalidade; 
‒ Moralidade; 
‒ Publicidade; e 
‒ Eficiência. 
 
 
 Legalidade 
Administrar é a atividade subalterna à lei. A Legalidade 
Administrativa é voltada para Administração. Estabelece que a 
Administração Pública só pode fazer o que a Lei manda ou autoriza. 
Se a Lei se omite, a Administração Pública não poderá agir. Assim a 
atuação administrativa deve esta pautada na lei. Obs.: Exceções ao 
Princípio da legalidade: medida Provisória, Estado de Sítio e Estado 
de Defesa. 
 Impessoalidade (Finalidade) 
É vedada a existência de subjetivismos, quando do exercício da 
função/atividade administrativa. Trata-se de uma faceta do princípio 
da isonomia, pois se todos são iguais perante a Lei, não pode haver 
relação pessoal. A Administração Pública, então, não pode perseguir 
inimigos ou favorecer amigos. A impessoalidade da atuação 
administrativa impede, portanto, que o ato administrativo seja 
praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, devendo 
ater-se a vontade da lei, comando geral e abstrato por essência. 
Alguns autores, como Hely Lopes, chamam esse princípio de 
Princípio da Finalidade, ou seja, se Administração Pública perseguiu 
ou favoreceu alguém, ela desviou de sua finalidade. É a chamada 
Teoria do Desvio de Finalidade. Assim o administrador deve 
orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer disntições 
fundamentais em critérios pessoais. 
 Moralidade 
A Administração Pública deve, além de observar a Lei, observar os 
bons costumes, a boa fé, a ética, a probidade, etc. A moralidade 
integra o patrimônio público (gênero em que são espécies os 
patrimônios econômicos se todos os outros bens da Administração 
Pública). A moralidade enquanto princípio é igual à Probidade. 
Agora, enquanto ato ilícito, a imoralidade é diferente de 
improbidade, pois a expressão improbidade tem um conceito 
técnico um alcance mais amplo do que imoralidade. (Lei 8.429/92 – 
Lei de Improbidade Administrativa regulamenta o art. 37,§4°,CFB). A 
referida lei qualifica três condutas como sendo improbidade: 
I. São atos que causam enriquecimento ilícito; 
II. Que causam dano ao erário; 
III. Que atentam contra os princípios da Administração Pública; 
 Publicidade 
Decorre do princípio da indisponibilidade do interesse público, deve 
se agir com transparência. Os atos da Administração Pública devem 
ser divulgados oficialmente e amplamente, para que possam 
produzir efeitos externos. Não é sinônimo de Diário Oficial, pode ser 
publicado num site, ou jornais de grande circulação, ou até mesmo 
na própria repartição. Mas para o ato ter efeito precisa ser 
publicado. Esse princípio serve para que a Administração Pública 
seja controlada e fiscalizada por todos nós. Mas esse princípio não é 
absoluto. Existem atos da Administração Pública que não são 
públicos, como por exemplos os atos confidenciais. Obs.: A exceção 
ao princípio da publicidade esta no art.5º, XXXIII, CF. 
 Eficiência 
É a busca de qualidade total, no âmbito interno e externo da 
Administração Pública. Impõe a todo agente público a obrigação de 
realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento 
funcional. A ideia de eficiência aproxima-se da de economicidade. 
 
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2 
Visa-se atingir objetivos traduzidos por boa prestação de serviços, 
de modo mais simples, mais rápido, e mais econômico, melhorando 
a relação custo/beneficio do trabalho administrativo. É a idéia de 
maximizar resultados com o menor recurso possível. Passou de uma 
Administração burocrática(lenta, onerosa, insuficiente – foco na 
forma) para Administração Gerencial (focada no resultado), a forma 
ainda é importante, mas deixa de ser um fim em si mesmo. É 
importante saber que o princípio da eficiência deve estar em 
consonância com os outros princípios. O Poder judiciário não pode 
anular ato administrativo por considera-lo ineficiente. 
Como foi dito os princípios explícitos são aqueles expressamente 
declarados no texto constitucional, como os princípios básicos do 
Direito Administrativo, referidos no artigo 37. Mais além deles, a 
Constituição Federal estabelece também outros princípios explícitos 
do Direito Administrativo, dentre os quais, destacamos: 
 Contraditório e Ampla Defesa (art. 5º-LV); 
 Devido processo legal (art. 5º-LIV); e 
 Economicidade e legitimidade (art. 70). 
Princípios Implícitos ou Informativos 
Os princípios implícitos são aqueles que não estão expressamente 
previstos, mas que decorrem do texto constitucional. Os principais 
são: 
 Finalidade; 
 Indisponibilidade do Interesse e de Bens Público; 
 Razoabilidade; 
 Proporcionalidade; 
 Executoriedade ou Autoexecutoriedade; 
 Autotutela; 
 Motivação; e 
 Continuidade dos Serviços Públicos. 
 
 Finalidade 
Consiste no atendimento do interesse público, sendo, por este 
motivo, também chamado de “princípio da supremacia do interesse 
público”. O afastamento da Administração Pública da busca do 
interesse público acarreta o desvio de finalidade, uma das formas de 
abuso de poder. A finalidade ultima é o benéfico da coletividade; 
toda sua atuação deve esta voltada para o interesse público, sob 
pena de restar maculada pelo vicio do desvio de finalidade. Em fim, 
não é o individuo em si o destinatário da atividade da AP, mais sim a 
coletividade, o grupo social como um todo. Quando houver conflito 
entre interesse publico e interesse particular, deverá prevalecer o 
interesse público, tutelado pelo Estado, respeitados, entretanto, os 
direitos e garantias individuais expressos na CF. 
 Indisponibilidade do Interesse e Bens Públicos 
Presume-se nesse principio que a atuação do Estado sempre tenha 
por finalidade a tutela do interesse publico. Significa que, sendo 
indisponíveis os interesses públicos, não se encontram à disposição 
de quem quer que seja. São inapropriáveis, de modo que, nem o 
próprio órgão administrativo que os representa tem disponibilidade 
sobre eles, desde que confiados à sua guarda e realização. Logo, os 
bens e interesses públicos são indisponíveis, vale dizer, não 
pertencem a AP, tampouco a seus agentes públicos. A eles cabe, 
apenas a sua gestão, em prol da coletividade, verdadeira titular dos 
direitos e interesse públicos. A lei que regula estabelece que o 
“atendimento esta a fim de interesse geral, vedada a renúncia total 
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei, 
confirmando que o interesse público é irrenunciável pela autoridade 
administrativa”. 
 Razoabilidade 
Tal principio conduz às idéias de adequação e de necessidade. 
Assim, não basta que o ato da administração tenha uma finalidade 
legitima. É necessário que os meios empregados pela Administração 
sejam adequados à consecução do fim almejado e que sua 
utilização, especialmente quando de trata de medidas restritivas ou 
punitivas, seja realmente necessária. Tal tem por objetivo impor 
limites ao exercício do poder discricionário, que é aquele que traduz 
uma possibilidade legal de apreciação subjetiva por parte do 
administrador público, antes de tomar uma decisão. Deste modo, o 
que se pretende é considerar se determinada decisão de aplicar 
discricionariamente uma norma, vale dizer: de acordo com a 
apreciação subjetiva de quem vai aplicá-la, apreciação subjetiva que 
diz respeito ao seu senso de oportunidade e de conveniência, 
contribuirá efetivamente para um satisfatório atendimento dos 
interesses públicos. Portanto, a decisão discricionária do 
administrador será ilegítima, mesmo que sem transgressão da lei em 
que se fundamenta, quando não for razoável. 
 Proporcionalidade 
Tem o objetivo de coibir excessos, por meio da aferição da 
compatibilidade entre os meios e os fins da atuação administrativa, 
para evitar restrições desnecessárias ou abusivas. Por força deste 
princípio, não é lícito à Administração Pública valer-se de medidas 
restritivas ou formular exigências aos particulares além daquilo que 
for estritamente necessário para a realização da finalidade pública 
almejada. Visa-se, com isso, que haja adequação, proporcionalidade 
entre os meios e os fins, vedando-se a imposição de obrigações, 
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público. Assim, se a 
decisão administrativa for manifestamente inadequada para 
alcançar os fins que a lei determina, a Administração Pública terá 
exorbitado dos limites da discricionariedade e o Poder Judiciário 
poderá corrigir a ilegalidade. 
Os princípios implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade são 
apontados pela doutrina, sem exceção, como as maiores limitações 
impostas ao poder discricionário da Administração. 
 
 Executoriedade ou Autoexecutoriedade 
Consiste na aptidão jurídica, reconhecida à Administração Pública, 
de deflagrar a aplicação executiva, direta, imediata e concreta da 
vontade contida na lei, empregando seus próprios meios executivos, 
até mesmo a coerção, quando se faça necessária e com a devida 
proporcionalidade. 
 
 Autotutela 
Exprime o duplo dever da Administração Pública de controlar os 
seus próprios atos quanto à juridicidade (ocasiona a anulação) e a 
adequação ao interesse público (revogação). O poder-dever 
administrativo de autotutela possibilita à administração controlar 
seus próprios atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à 
legalidade. A Administração Pública, no desempenho de suas 
múltiplas atividades, esta sujeita a erros; nessas hipóteses, ela 
mesma pode (e deve) tomar iniciativa de repará-los, a fim de 
restaurar a situação de regularidade e zelar pelo interesse publico. 
 
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3 
 
 Motivação 
Significa a necessidade de fundamentação dos atos administrativos, 
pelos administradores que venham a editá-los. É a exposição ou a 
indicação por escrito dos fatos e fundamentos jurídicos que 
ensejaram a pratica do ato. 
 Continuidade dos Serviços Públicos 
A prestação dos serviços públicos deve ser adequada, não podendo 
sofrer interrupções, pois caso ocorra prejudicará toda coletividade. 
A lei restringe a possibilidade de um particular prestador de serviço 
publico por delegação interromper sua prestação, mesmo que a AP 
descumpra os termos do contrato celebrado com ele; tal restrição é 
denominada inoponibilidade da exceção do contrato não 
cumprido. Em tal caso o particular prejudicado só poderá reincidir o 
contrato e ter ressarcido seus prejuízos mediante sentença judicial 
transitada em julgado. 
O Prof. Jose dos Santos Carvalho Filho conceitua poderes 
administrativos como “o conjunto de prerrogativas de direito público 
que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim 
de permitir que o Estado alcance seus fins”. 
No desempenho de suas atribuições o administrador público passa a 
contar com poderes, denominados poderes administrativos, que lhe 
são atribuídos para que possa remover os interesses particulares 
que se oponham aos interesses públicos. Assim, o uso desses 
poderes administrativos pelo administrador público, só é razoável 
quando objetive atender aos interesses da coletividade. Cada 
agente público é investido da necessária parcela de poder público 
para o desempenho de suas atribuições. Esse poder deve ser usado 
normalmente, como atributo do cargo, do emprego ou da função 
que exerce,e não como privilégio pessoal. É esse poder que 
empresta autoridade ao agente público. Fora do exercício do cargo, 
do emprego ou da função, o agente público não pode usar de 
autoridade pública sob pena de cometer abuso de poder ou de 
autoridade. Assim, o uso de autoridade só é lícito quando vise a 
impedir que um indivíduo prejudique direitos alheios, tendo em 
vista que, em um Estado de Direito democrático, como o nosso, só 
são admitidas prerrogativas em razão da função. 
Desta forma, os poderes administrativos são conferidos ao agente 
público para remover os interesses particulares que se oponham ao 
interesse público. Assim, se no direito privado o poder de agir é uma 
faculdade, no direito público, especialmente no direito 
administrativo, é uma imposição, um dever para o agente que o 
detém, pois não se admite omissão diante de situações que exigem 
a atuação do agente público. Conclui-se daí que, sendo os poderes 
administrativos também um dever para o agente que os detém, em 
realidade, são verdadeiros poderes-deveres. 
Os poderes administrativos são os seguintes: 
2.1 Poder Vinculado 
Também denominado regrado, é aquele conferido à Administração 
Pública para a prática de atos em que não possa interferir com a sua 
apreciação subjetiva. Nesta espécie de atos a liberdade de atuação 
do administrador é mínima ou inexistente, porque tem que seguir a 
minuciosa enumeração da lei em todas as suas especificações. O 
poder vinculado apenas possibilita à AP executar o ato vinculado nas 
estritas hipóteses legais e observando o conteúdo rigidamente 
estabelecido na lei. Ex.: aposentadoria compulsória de servidor 
público aos 70 anos de idade; concessão de licença para construir 
imóvel. 
É importante saber que todos os atos administrativos são vinculados 
quanto aos requisitos de competência, finalidade e forma. Os atos 
ditos vinculados também o são quanto aos requisitos motivo e 
objeto. 
Caso a ato se desvie dos requisitos impostos pela Lei ele será nulo e 
caberá a Administração Pública ou ao Poder Judiciário declarar sua 
nulidade. 
2.2 Poder Discricionário 
Aquele concedido à Administração Pública para a prática de atos 
administrativos que exijam uma apreciação subjetiva por parte do 
administrador público. Esta apreciação subjetiva diz respeito à 
oportunidade e à conveniência da prática do ato administrativo, o 
que significa dizer “quando” e “se”, respectivamente, o ato deve ser 
praticado. Assim, a Administração Pública tem, neste caso, 
liberdade de decisão conferida pela lei que não pode ser 
extrapolada, o que significaria a prática de uma arbitrariedade. 
Há, portanto, evidente diferença entre arbitrariedade, que é ação 
contrária à lei, e discricionariedade, que é liberdade de ação 
administrativa segundo os limites da lei. Ex.: Promoção por escolha. 
2.3 Poder Hierárquico 
É aquele de que dispõe a Administração Pública para distribuir e 
escalonar as funções de seus órgãos, estabelecendo uma relação de 
subordinação, denominada hierarquia, entre os servidores do seu 
quadro de pessoal. O Poder Hierárquico tem por objetivos: Ordenar 
as atividades da Administração Pública. Coordenar as funções, para 
que haja funcionamento harmônico. Controlar a atuação dos 
agentes públicos, para que haja cumprimento das leis e para que se 
tenha um perfil profissional de cada agente e Corrigir erros 
administrativos pela ação revisora do superior hierárquico sobre os 
atos dos seus subordinados. 
Por outro lado, tem as seguintes faculdades implícitas: Dar ordens, 
da qual decorre o dever de obediência. Note-se, no entanto, que o 
subordinado não pode ser compelido à prática de ato ilegal, por 
força do art. 5º-ii da constituição federal. Fiscalizar, que significa 
vigiar os atos de seus subordinados. Delegar, ou seja, conferir a 
outrem atribuições que originariamente lhe competem. a delegação 
não pode ser recusada pelo subordinado. Avocar, que é chamar a si 
funções que originariamente competem ao seu subordinado e Rever 
os atos dos subordinados para mantê-los ou invalidá-los, de ofício 
ou mediante provocação do interessado. 
2.4 Poder Disciplinar 
Corresponde à faculdade de punir internamente as infrações de 
todos aqueles sujeitos à disciplina dos órgãos e serviços da 
Administração Pública. Não se confunde com o poder punitivo do 
Estado, realizado através da Justiça Penal. Só abrange, portanto, 
infrações relacionadas com o serviço administrativo. A aplicação da 
pena disciplinar tem o caráter de DEVER, uma vez que a 
condescendência é considerada crime contra a Administração 
Pública (art. 320 do Código Penal - CP). A sua apuração regular da 
falta disciplinar é indispensável para a legalidade da punição 
administrativa (princípio do devido processo legal – CF-5º, LIX), bem 
 
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4 
como a motivação (exposição dos motivos da pena) é imprescindível 
para a validade da pena. 
2.5 Poder Regulamentar 
É a faculdade de que dispõem os chefes de Poder Executivo para 
explicitar a lei, visando a sua correta execução. Ele a exerce através 
de Decretos, denominados decretos regulamentares, em razão de, 
em nosso sistema jurídico os Regulamentos não terem autonomia, 
isto é, dependerem de um ato normativo que os coloque em vigor. 
2.6 Poder de Polícia 
É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para 
condicionar ou restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais e liberdades, em benefício do interesse da coletividade 
ou do próprio Estado. O Código Tributário Nacional (CTN) conceitua 
o poder de polícia, em seu art. 78, da seguinte forma: 
“Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula 
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina 
da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos”. 
Desta forma, o Poder de Polícia pode ser: 
a) Preventivo ou Administrativo: quando exercido pelos órgãos 
de fiscalização da Administração Pública, especialmente no que 
diz respeito à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder 
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e 
aos direitos individuais ou coletivos. Que por sua pode ser: 
- Genérico ou fiscalizatório: quando atua visando prevenir 
ou reprimir os atos contrários ao interesse público, 
exercendo-se sobre os bens ou atividades das pessoas. EX.: 
Corpos de Bombeiros, Polícia Sanitária, Polícia de Costumes 
(censura, interdição de locais, etc.), Polícia de Viação 
(Trânsito), Polícia de Profissões (Conselhos Nacionais e 
Regionais, OAB), etc. 
- Específico, de segurança ou de manutenção da ordem 
pública: quando atua de modo a prevenir as infrações legais, 
exercendo-se em relação às pessoas. É desempenhado pelas 
Polícias Militares. O poder de polícia administrativo tende a 
ser preventivo porque procura atuar antes do cometimento 
do delito. 
Fazendo, por exemplo, um contraponto entre a atuação das 
Polícias Militares e das Polícias Civis, esta característica fica bem 
clara, porquanto vemos que estas deveriam agir 
repressivamente, isto é, após a prática do delito, enquanto 
aquelas deveriam atuar preventivamente, daí o motivo porque 
podem ser identificadas pelo uso de uniforme ou fardamento. 
b) Repressivo ou de polícia judiciária: quando exercido após a 
prática do delito. Cabe, portanto, às Polícias Civis, que são a 
polícia judiciária porque atuam comoauxiliares do Poder 
Judiciário, apurando os delitos cometidos, razão por que são 
também chamadas de polícia repressiva. 
Da mesma forma que o poder de polícia de manutenção da 
ordem pública, o poder de polícia repressivo exerce-se sobre as 
pessoas, ao passo que o Poder de Polícia Administrativo pode 
atuar também sobre os bens ou atividades das pessoas. Cabe 
ressaltar que a doutrina em sua maioria, não admite a delegação 
do poder de policia a pessoas da iniciativa privada, ainda que 
prestadores de serviço de titularidade do Estado, porque o 
poder de império é próprio e privativo do Poder Público. 
Atributos [do poder de polícia] 
Discricionariedade: que já tivemos oportunidade de abordar ao 
estudarmos o poder discricionário; 
Autoexecutoriedade: é faculdade de decidir e fazer cumprir a 
sua decisão, sem a interferência do Poder Judiciário, podendo, 
desta forma aplicar sanções tais como: multa, interdição de 
atividade, fechamento de estabelecimento, demolição de 
construção, etc. 
Coercibilidade: possibilidade de impor coativamente as decisões 
da Administração Pública. Justifica a força física, mas não 
legaliza a violência desnecessária ou desproporcional à 
resistência. 
2.7 Uso e Abuso de Poder 
Abusar do poder administrativo é empregá-lo em desacordo com a 
lei. Ocorre quando o administrador público, embora competente 
para praticar um ato administrativo, ultrapassa o limite legal das 
suas atribuições, exorbita no uso dos seus poderes administrativos, 
praticando um excesso de poder, ou se desvia da finalidade 
administrativa, que é o interesse público, ocasionando um desvio de 
finalidade. Desta forma, o abuso de poder, também denominado 
abuso de autoridade, será em razão de: 
Excesso de Poder: se caracteriza tanto pelo descumprimento 
frontal da lei, quando o agente público age claramente além da 
sua competência invadindo competência de outros agentes ou 
praticando atividades que a lei não lhe conferiu, como, também, 
quando ela contorna dissimuladamente as limitações da lei, para 
investir-se de poderes que não lhe são atribuídos legalmente. 
Ex.: Ministro de Estado editando um decreto, que é ato privativo 
dos chefes de Poder Executivo. 
Desvio de Finalidade: verifica-se quando, embora atuando nos 
limites da sua competência, o agente público, pratica o ato por 
finalidade diversa da exigida pelo interesse público. Ex.: 
Desapropriação alegando utilidade pública quando o fim real é o 
interesse pessoal do administrador; remoção de servidor como 
meio de vingança. 
Diversamente do excesso de poder, que decorre de violação ao 
requisito competência, o desvio de poder deriva de ofensa ao 
requisito finalidade. 
O abuso de poder pode ser omissivo ou comissivo. 
Uma forma omissiva é a que ocorre quando a Administração Pública 
procrastina, sem motivo, uma decisão relativa a uma pretensão do 
administrado. Se não houver prazo legal para a decisão, deve-se 
aguardar um tempo razoável, que, ultrapassado com a AP em 
silêncio, caracterizará o abuso, corrigível judicialmente. 
Nesta hipótese, entretanto, o administrado não perde o seu direito 
enquanto perdurar a omissão da Administração Pública. No direito 
 
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5 
privado, o silêncio é normalmente interpretado como uma 
concordância da parte que silencia; no direito público, porém, nem 
sempre é assim. 
3.1 Conceito 
Ato Administrativo é uma manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública, ou de particulares investidos em funções 
públicas, através de seus agentes, objetivando estabelecer, declarar, 
confirmar, alterar ou desconstituir uma relação jurídica entre ela e 
os seus administrados, ou entre os seus órgãos. 
Os atos são espécie do gênero ato jurídico, ou seja, decorrem 
diretamente da manifestação de vontade humana, dos quais 
resultam consequências jurídicas. Ex.: a certidão (nascimento, 
casamento) expedida por um órgão público através do agente 
competente. A Administração Pública pode praticar atos e contratos 
em regime de Direito Privado, igualando-se aos particulares, abrindo 
mão de sua supremacia de Poder Público, não se podendo falar, 
nessas circunstancias, em ato administrativo. 
O estudo do ato administrativo parte da sua inserção na Teoria 
Geral do Direito, com as distinções entre ato administrativo e fato 
jurídico. O fato jurídico é um acontecimento material involuntário 
(pode ser ordinário: nascimento ou morte; ou extraordinário: caso 
fortuito ou força maior), que produz efeitos no mundo jurídico. O 
ato jurídico é uma manifestação de vontade destinada a produzir 
efeitos jurídicos. 
3.2 Atributos [Características] 
Atributos são as qualidade dos atos administrativos e pode ser 
entendidos como as características inerentes a eles. São aqueles 
que os diferenciam dos demais atos jurídicos. 
- Presunção de Legitimidade; 
- Presunção de Veracidade; 
- Imperatividade; 
- Autoexecutoriedade; e 
- Tipicidade. 
Presunção de Legitimidade 
A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com 
a lei. É qualidade de todo e qualquer ato administrativo. Decorre, 
portanto, do princípio da legalidade. Significa dizer que o ato 
administrativo deve ser observado em toda a Administração Pública 
sem contestações por parte das pessoas a eles sujeitas. Portanto, 
até prova em contrário, ele é válido e legal. 
Presunção de Veracidade 
Já a presunção de veracidade diz respeito aos fatos alegados pela 
Administração Pública, que, em decorrência desse atributo, 
presumem-se verdadeiros. Existe, portanto, em relação a alguns 
atos administrativos, como as certidões, os atestados, as 
declarações ou quaisquer em que a Administração Pública preste 
informações. Até que seja provada a não veracidade de tais atos, 
eles são considerados verdadeiros. 
Imperatividade 
É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem aos seus 
destinatários, independentemente de concordância. Ele cria 
obrigações e impõe restrições, unilateralmente, aos administrados. 
Diz respeito, portanto, ao comando, presente em alguns atos 
administrativos (e não em todos), visto que, em atos de concessão 
de direitos ao administrado, por sua própria solicitação (como na 
licença, permissão, autorização, etc.) ou em atos apenas 
enunciativos (como a certidão, o atestado e o parecer), este atributo 
inexiste. Este comando é garantido pela coercibilidade, que é um 
dos atributos da norma jurídica e que significa a possibilidade de uso 
da coação pelo Poder Público para garantir o comando implícito no 
ato jurídico e, em consequência, no ato administrativo, que é uma 
espécie de ato jurídico. 
Autoexecutoriedade 
É o atributo do ato administrativo que possibilita ao administrador 
público decidir e fazer cumprir a sua decisão, sem a interferência do 
Poder Judiciário, podendo, desta forma, aplicar sanções, tais como: 
multas, interdições etc. Desta forma, traduz que a prática de um ato 
não depende de ordem ou mandado judicial. A autoexecutoriedade 
não é a regra, não existindo, portanto, em relação a todos os atos 
administrativos. Ela só é possível, desde que ocorra nas seguintes 
situações: 
‒ Quando prevista em lei, como acontece em caso de exercício do 
poder de polícia administrativo fiscalizatório; ou 
‒ Quando constituir a condição indispensável à eficaz garantia do 
interesse público confiado por lei à Administração Pública. É o 
caso de medidas urgentes, que devem ser adotadas de imediato 
para não ocasionar prejuízo maior para o interesse público, 
como acontece na demolição de um prédio que ofereça perigo, 
a internação de uma pessoa com doença contagiosa, etc. 
Tipicidade 
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a 
figura definidas previamente pela lei como aptas a produzir 
determinados resultados. Coroláriodo principio da legalidade, esse 
ato temo condão de afastar a possibilidade de a AP praticar atos 
inominados. A tipicidade só existe com relação a atos unilaterais; 
não existe nos contratos porque, não há imposição da vontade da 
Administração, que depende sempre da aceitação particular. 
3.3 Elementos ou Requisitos de Validade do Ato 
Para ter validade jurídica, o ato administrativo precisa conter 
determinados elementos estruturais. São eles: 
- Competência [Sujeito]; 
- Finalidade; 
- Forma; 
- Motivo [Causa]; e 
- Objeto [Conteúdo]. 
 
Competência [Sujeito] 
Diz respeito ao poder legal atribuído ou conferido ao agente publico 
(ou órgão) para o desempenho especifico das atribuições de seu 
cargo. Ex.: Multa aplicada pelo agente de trânsito. Assim, para que 
o ato administrativo seja válido tem que haver uma correspondência 
entre quem o pratica e a competência estabelecida na lei para a sua 
prática. A competência tem os seguintes pressupostos: 
- é exercício obrigatório para órgãos e agentes públicos. 
- é irrenunciável; 
- é limitada aos termos da lei que a institui; 
- é imodificável pela vontade do agente; 
- é própria do cargo (intransferível); e, 
- se for extrapolada, ocasiona abuso de poder. 
 
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Finalidade 
É sempre o interesse público. A prática de ato administrativo para 
satisfazer interesse pessoal constitui-se em desvio de finalidade, 
uma das formas de abuso de poder, que torna inválido o ato 
administrativo praticado, que terá então uma falha estrutural ou 
vício de finalidade. 
Forma 
É o modo pelo qual ele (o ato) se apresenta. Em geral, é sempre a 
escrita e sempre prevista em lei. No entanto, a prática de ato 
administrativo verbais pode ocorrer em casos de urgência ou em 
algumas hipóteses, tais como: 
- instruções de superior hierárquico a subordinado; 
- sinalização de trânsito pelo seu agente. 
 
Portanto, a expedição verbal de um ato administrativo, cuja forma 
exigida seja a escrita, acarretará a sua invalidade por vício de forma. 
O descumprimento do processo de elaboração (processo 
legislativo), previsto para as leis também enseja o vício de forma. 
Ex.: Certidão de casamento (escrita); Ordem verbal dada pelo 
policial a um cidadão. 
Motivo [Causa] 
São as razões que levam o administrador público à prática de um ato 
administrativo. Todo ato administrativo, para ser válido precisa de 
um motivo. No entanto, aquele que expede o ato administrativo, em 
regra não precisa dizer ou escrever quais são os motivos que 
levaram à prática do ato administrativo. É um poder discricionário 
dele, agente público. 
Objeto [Conteúdo] 
O objeto do ato administrativo identifica-se com seu próprio 
conteúdo, por meio do qual a Administração manifesta sua vontade, 
ou atesta simplesmente situações preexistentes. É o efeito que o 
ato administrativo produz; a alteração que, com a sua publicação, se 
pretende realizar no mundo exterior. Ex.: Qual o objeto de uma 
certidão? Para que serve? Para provar alguma coisa. Assim, o objeto 
da certidão é provar o fato. E da licença para construir? É permitir 
que a pessoa venha a construir legalmente. 
Assim, cada Ato Administrativo permite alcançar-se um 
determinado objeto. Importante ressaltar que o objeto de um ato 
administrativo deve ser sempre lícito (de acordo com as leis), 
possível e do interesse público. Quando utilizamos o ato 
administrativo adequado temos o objeto lícito e possível. Há 
ocasiões, no entanto, que o objeto pode ser ilícito, como no caso de 
um contrato para matar alguém, ou impossível (pelo menos no 
momento da prática do ato),como no caso de uma concessão para 
transportes coletivos entre a Terra e a Lua. 
Pelo exposto podemos notar que os requisitos de validade do ato 
administrativo podem ser vinculados (competência, finalidade e 
forma) ou discricionários (motivo e objeto). 
Mérito Administrativo: o que vem a ser? 
À análise dos motivos e da escolha do objeto, isto é, dos requisitos 
discricionários do ato administrativo, submetendo-os ao crivo da 
oportunidade e da conveniência da prática do ato administrativo, 
denomina-se mérito administrativo. Desta forma, o mérito tem a 
ver com o poder discricionário do administrador, não estando, desta 
forma, sujeito ao controle judicial. Não há, portanto, que se discutir 
mérito de ato vinculado. 
3.4 Classificação do Ato Administrativo 
Os Atos Administrativos podem ser classificados tendo-se em vista 
diversos critérios. 
Quanto aos destinatários 
Gerais ou Regulamentares: aqueles expedidos sem 
destinatários determinados, atingindo, portanto, todos aqueles 
administrados que estejam na mesma situação. Esses atos não 
possuem destinatários determinados. Ex.: Regulamentos, 
circulares, edital de concurso público, etc. 
Individuais ou Especiais: aqueles que têm destinatário certo 
criando uma situação jurídica particular. O mesmo ato pode 
abranger a um ou vários sujeitos, desde que individualizados. 
Ex.: Decreto de nomeação, exoneração ou desapropriação; 
Outorga de licença; etc. 
Quanto ao alcance ou abrangência dos efeitos 
Internos: os destinados a produzir efeitos somente no âmbito 
das repartições administrativas, incidindo diretamente sobre 
órgãos e agentes administrativos. Ex.: Memorandos, Ordens de 
Serviço, etc. 
Externos: os que produzem efeito fora do âmbito das 
repartições administrativas. Ex.: Decreto, licença, naturalização 
de estrangeiro, etc. 
Quanto às prerrogativas com que atua a Administração 
Atos de Império: os praticados pela Administração Pública no 
uso de sua supremacia sobre o administrado, impondo 
atendimento obrigatório independentemente de autorização 
judicial. Ex.: desapropriação; ordem de interdição de 
estabelecimento. 
Atos de Gestão: os praticados pela Administração Pública sem o 
uso de sua supremacia. Ex.: aquisição ou venda de um bem; etc. 
Atos de expediente: são atos internos da Administração que 
visam a dar andamento aos serviços desenvolvidos por uma 
entidade, um órgão ou uma repartição. 
Quanto ao regramento ou ao grau de liberdade para decidir 
Atos Vinculados: aqueles em que a lei estabelece todos os 
requisitos e condições para a sua realização, sem deixar 
qualquer margem de liberdade ao administrador. 
Atos Discricionários: aqueles que a administração pode praticar 
com certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei. 
Quanto à formação ou à composição da vontade 
Atos Simples: os que resultam da manifestação de vontade de 
um único órgão; seja este singular (também denominado 
unipessoal) ou colegiado. Ex.: Sentença de um magistrado; 
nomeação pelo chefe do Executivo; decisão de um Conselho; 
acórdão de um Tribunal; etc. 
Atos Complexos: os que se formam pela conjugação de 
vontades de mais de um órgão administrativo, seja eles 
singulares (também denominados unipessoais) ou colegiados. 
Ex.: investidura de um servidor público (nomeação pelo chefe do 
Executivo + posse e exercício pelo chefe da repartição). 
Atos Compostos: os que resultam da vontade única de um 
órgão, mas dependem da verificação ou homologação por outro 
órgão, para que se tornem exequíveis. Ex.: autorização; compra 
 
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de material; escala de serviço (dependem de um visto da 
autoridade superior). 
Quanto à eficácia 
Válido: aqueles que possuem todos os requisitos necessários à 
sua validade. Provém da autoridade competente e está 
conforme todas as exigências legais para a sua regular produção 
e efeitos. 
Nulo: aqueles que são afetados por vício estrutural, insanável. 
Não produzem qualquer efeito válido, pela evidente razão de 
que não se pode adquirir direitos contra a lei. O ato nulo é 
ilegítimo, ilegal, não podendo ser convalidado,nem produzir 
efeito válido entre as partes. 
Inexistente: aquele que possui apenas aparência de 
manifestação de vontade da AP, mas que não chegou a 
aperfeiçoar-se como ato administrativo. Ex.: ato praticado por 
um usurpador de função pública que se passa pela condição de 
servidor. 
Quanto aos efeitos 
Constitutivo: aquele pelo qual a Administração Pública cria, 
modifica ou extingue um direito ou uma situação do 
administrado em relação à Administração. Ex.: permissão; 
autorização; dispensa; punição; revogação; etc. 
Extintivo ou desconstitutivo: é aquele que põe fim a situações 
jurídicas individuais existentes. Ex.: cassação de uma 
autorização, a demissão de um servidor etc. 
Declaratório: aquele em que a Administração Pública apenas 
reconhece ou declara um direito já existente antes do ato, 
visando preservar o direito do administrado. Ex.: homologação; 
isenção; anulação; etc. 
Alienativo: é aquele que tem por fim a transferência de bens ou 
de direitos de um titular a outro. 
Modificativo: é o que tem por fim alterar situações 
preexistentes, sem provocar a sua supressão. 
Abdicativo: é aquele por meio do qual o titular abre mão, 
abdica, de um determinado direito. 
Quanto à formação e à possibilidade de produção de efeitos 
Perfeito: é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, 
que já esgotou todas as fases necessárias à sua produção. 
Imperfeito: é aquele que não completou o seu ciclo de 
formação, que não se encerrou; que não esgotou todas as fases 
necessárias à sua produção. 
Pendente: é aquele que, embora perfeito, esta sujeito a 
condição ou termo para que comesse a produzir efeitos. 
Consumado (ou exaurido): é o que já exauriu os seus efeitos, 
que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir, que 
já esgotou sua possibilidade de produzir efeitos. Esse ato torna-
se definitivo, imodificável, não podendo ser impugnado, seja na 
esfera administrativa ou pelo Poder Judiciário. 
3.5 Extinção dos Atos 
O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante do 
reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios na sua formação, ou 
poderá simplesmente advir da necessidade de sua existência, isto é, 
mesmo legitimo o ato pode torna-se desnecessário e pode ser 
declarada inoportuna ou inconveniente a sua manutenção. 
Anulação ou Invalidação 
É a retirada do ato administrativo fundada em ilegalidade. Ocorre 
quando há um vicio no ato, relativo à legalidade ou legitimidade 
(ofensa à lei ou ao direito). Quando o vicio for insanável, o ato é 
nulo e a anulação é obrigatória; quando for sanável, o ato é 
anulável, e pode ser anulado ou convalidado. Quando atos desse 
tipo forem retirados do mundo jurídico, ela retroage seus efeitos ao 
momento da pratica do ato (ex tunc). 
Revogação 
É a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, legitimo e eficaz, 
mas que, segundo critérios discricionários da Administração, tornou-
se inconveniente e inoportuno. A revogação produz efeito produz 
efeitos prospectivos, ou seja, para frente (em nunc), devendo ser 
respeitado os direitos adquiridos. 
Convalidação ou Sanatória 
A convalidação é o processo de que se vale a Administração para 
aproveitar atos administrativos que possuam vícios sanáveis, de 
forma a confirma-los no todo ou em parte. É a pratica de um ato 
posterior que vai conter todos os requisitos de validade, inclusive, 
aquele que não foi observado no ato interior e determinar a sua 
retroatividade a data de vigência do ato tido como anulável. Os 
efeitos passam a contar da data do ato anterior (ex tunc); é editado 
um novo ato. 
Cassação 
É a retirada do ato administrativo fundada no descumprimento da 
lei. Ex.: se você conduzir embriagado um veículo, a Administração 
pode cassar a sua licença para dirigir. 
Caducidade 
Ocorre quando uma nova legislação impede a permanência da sua 
situação anteriormente consentida pelo Poder Publico. Surge uma 
nova norma jurídica que contraria aquela que respaldava a pratica 
do ato. Ex.: o Brasil nos anos 40 aceitava jogos de azar. Hoje não 
mais. O Poder Público não mais concede essa licença. Aqueles que 
tinham essa licença sofreram sua caducidade. 
Contraposição ou Derrubada 
É quando existem dois atos administrativos diferentes, mais de 
efeitos contrapostos, sendo que o efeito de um derruba o efeito de 
outro. Ex: ato administrativo de nomeação vs. Ato administrativo de 
demissão. Provimento vs. Nomeação. Obs.: se o ato for ineficaz, ele 
se extingue pela mera retirada ou pela recusa do destinatário. 
Mera Retirada 
É a revogação de um ato administrativo que ainda não começou a 
produzir efeitos. Não se confunde com a revogação propriamente 
dita, uma vez que não existem efeitos a serem preservador. Ex.: 
houve a nomeação para cargo publico e não houve posse. É retirado 
do mundo jurídico o ato de nomeação para que outro seja nomeado 
e tome posse. 
Conversão 
Aproveita-se com outro conteúdo, o ato que incialmente foi 
considerado nulo. Ex.: Nomeação de alguém para o cargo publico 
sem aprovação em concurso, mas poderá haver nomeação para 
cargo comissionado. A conversão dá ao ato conotação que deveria 
ter tido no momento de sua criação. Produz efeito ex tunc. 
Renuncia 
Consiste na extinção dos efeitos do ato ante a rejeição pelo 
beneficiário de uma situação jurídica favorável de que desfrutava 
em consequência daquele ato. Ex.: a renuncia de um cargo de 
 
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Secretário do município, um beneficiário de um titulo honorífico (de 
desinteressando e ele renuncia). Não investe o direito de o 
beneficiário ser indenizado nesse caso, visto que foi ele que 
renunciou o ato. 
Recusa 
Ao recusar o que o ato outorga, seu beneficiário o extingue, dando 
que a aceitação era elemento necessário para que o ato pudesse 
produzir efeitos para os quais estavam preordenados. A recusa não 
se confunde com a renúncia, pois na recusa rejeita o que não se 
possui, na renúncia rejeita o que já se possui. Não investe o direito 
de ser indenizado. 
Outras Formas de Extinção 
Desfazimento volitivo: resultante da manifestação expressa do 
administrador ou Poder Judiciário, relativamente ao ato que esteja 
sendo extinto. 
Extinção natural: desfaz um ato administrativo pelo mero 
cumprimento normal de seus efeitos. 
Extinção subjetiva: ocorre quando há o desaparecimento do sujeito 
que se beneficiou do ato. 
Extinção objetiva: ocorre quando desaparece o próprio objeto do 
ato praticado. 
Anulação VS. Revogação 
Anulação Revogação 
Fundada em ilegalidade 
Fundada em inconveniência 
e inoportunidade. 
Poder judiciário pode anular o ato 
(sistema inglês), a Administração 
Pública, também. 
Apenas a Administração 
Pública. 
Efeitos ex tunc (maioria da 
doutrina) 
Efeitos ex nunc. 
Atos Irrevogáveis 
São aqueles insuscetíveis de revogação. A saber: 
‒ Os atos consumados, que exauriram seus efeitos; 
‒ Os atos vinculados, porque não comportam juízo de 
oportunidade e conveniência; 
‒ Os atos que já geraram direitos adquiridos, gravados por 
garantia constitucional; 
‒ Os atos que integram um procedimento; 
‒ Os chamados meros atos administrativos, porque seus efeitos 
são previamente estabelecidos em lei. Ex.: certidão, atestado 
etc. 
Sendo o Brasil uma Federação, a Administração Pública brasileira se 
distribui em três níveis: a Federal; a Estadual, que engloba a do 
Distrito Federal; e a Municipal. De acordo com o art. 4º, incisos I e II, 
do Decreto-lei n.º 200, de 25/02/67, que trata da Reforma 
Administrativa em nosso país, a Administração Pública Federal está 
classificada em DIRETA e INDIRETA. 
4.1 Administração Direta, Indireta e Entidades Paraestatais 
 Administração Direta 
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas politicas do Estado 
(União, Estado, Distrito Federale Municípios), aos quais foi atribuída 
a competência par ao exercício, de forma centralizada, de 
atividades administrativas. Constitui-se dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos 
Ministérios e está presente nos três Poderes do Estado (Executivo 
Legislativo e Judiciário). Estes três poderes exercem, 
respectivamente, as funções administrativa, legislativa e 
jurisdicional. 
 Administração indireta 
É o conjunto de pessoas administrativas que vinculadas à 
Administração Direta, tem competência par ao exercício, de forma 
descentralizada, de atividades administrativas. Compreende as 
seguintes categorias de entidades pública, dotadas de personalidade 
jurídica própria: 
‒ Autarquias; 
‒ Empresas públicas; 
‒ Sociedades de Economia Mista; e, 
‒ Fundações públicas. 
 
 Entidades Paraestatais 
São pessoas jurídicas privadas que, sem integrarem a estrutura da 
Administração Pública Direta ou Indireta, colaboram com o Estado 
no desempenho de atividades não lucrativas e às quais o Poder 
Público dispensa especial proteção. Ex.: serviços sociais autônomos 
(SESI, SENAI, SESC), organizações sociais, OSCIP, as “entidades de 
apoios”. 
4.2 Centralização, Descentralização e Desconcentração 
Como dito anteriormente o Estado realiza a administração por meio 
de órgãos, agentes e pessoas jurídicas. Para o desempenho de suas 
atribuições, o Estado adota duas formas básicas de organização e 
atuação administrativa: centralização e descentralização. 
 Centralização administrativa 
Ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio 
dos órgãos e agentes integrantes da Administração Direta. 
 Descentralização administrativa 
Ocorre quando o Estado desempenha algumas de suas funções por 
meio de outras pessoas jurídicas. A descentralização pode ser feita 
por meio de outorga e delegação. Na outorga o estado cria uma 
entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço publico. 
Geralmente o prazo é indeterminado. Na delegação o Estado 
transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do 
serviço para que seja prestado ao publico por conta e risco do ente 
delegado, sob a fiscalização do Estado. Normalmente é por prazo 
determinado. 
 Desconcentração 
Quando a entidade da administração, encarregada de executar um 
ou mais serviços, distribui competências, no âmbito de sua própria 
estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos 
serviços. 
 4.3 Órgãos Públicos 
A Administração Direta brasileira é constituída de órgãos públicos, 
enquanto Administração Indireta brasileira constitui-se de 
entidades públicas, que também contam na sua estrutura com 
órgãos públicos. 
 
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Conceito 
Órgão público é um elemento despersonalizado, ou seja, sem 
personalidade jurídica própria, integrando a estrutura da União, 
dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal, que são os entes 
federativos, ou seja, os entes públicos que integram a estrutura da 
Federação Brasileira, mas que também integram a estrutura das 
entidades públicas. E não tendo, portanto, personalidade jurídica, os 
órgãos públicos não têm vontade própria, de modo que, como parte 
das entidades que integram, são meros instrumentos de ação dessas 
pessoas jurídicas. Assim, na Administração Direta Federal, somente 
a UNIÃO possui personalidade jurídica. O órgão público, portanto, 
é um centro de competência despersonalizados instituído para o 
desempenho das funções administrativas pelos agentes públicos; já 
a entidade pública é pessoa jurídica, de direito público (Autarquia) 
ou de direito privado (Associações, Sociedades Civis ou Comerciais, 
Fundações). Logo: 
Órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da 
Administração direta e indireta; 
Entidade: unidade de atuação dotada de personalidade 
jurídica. 
Essas entidades públicas, como já foi frisado, vinculam-se ao 
Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua 
principal atividade. 
Características 
‒ integram a estrutura de uma pessoa jurídica; 
‒ não possuem personalidade jurídica; 
‒ são resultados da desconcentração; 
‒ alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira; 
‒ podem firmar contrato de gestão com outros órgãos ou com 
pessoas jurídicas; 
‒ não tem capacidade pra representar em juízo a pessoa jurídica 
que integram; 
‒ apenas alguns tem capacidade processual para a defesa em juízo 
de suas prerrogativas funcionais; 
‒ não possuem patrimônio próprio. 
 
Classificação 
Sendo os órgãos públicos elementos despersonalizados, ou seja, 
sem personalidade jurídica própria, integrando a estrutura da 
Administração Pública brasileira, tanto na União, como nos Estados, 
nos Municípios e no Distrito Federal, podem ser classificados da 
seguinte forma: 
Quanto à sua posição estatal 
Independentes: são aqueles originários da Constituição, sendo 
representativos dos Poderes de Estado (Poder Legislativo; Poder 
Executivo e Poder Judiciário). Por este motivo, são também 
denominados órgãos primários do Estado. Não possuem qualquer 
subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições são exercidas 
por agentes políticos. Ex.: No Poder Legislativo temos o Congresso 
Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados), Assembleias 
Legislativas, Câmaras de Vereadores; no Poder Executivo: 
Presidência da República, Governadorias dos Estados e do Distrito 
Federal, Prefeituras Municipais; no Poder Judiciário: Tribunais 
(Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores Federais e demais 
Tribunais Federais e Estaduais), Juízes (Federais e dos Estados); no 
Ministério Público: (federal e estadual); e Tribunais de Contas. 
Autônomos: são aqueles localizados na cúpula da Administração 
Pública, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e 
diretamente subordinados a seus chefes. Têm autonomia 
administrativa, financeira e técnica. Participam das decisões 
governamentais segundo as diretrizes dos órgãos independentes, 
que expressam as opções políticas do governo. Seus dirigentes, em 
regra, são agentes políticos nomeados em comissão. Ex.: 
Ministérios, Secretarias de Estado e de Município, Consultoria-Geral 
da República, Procuradorias-Gerais de Estado, dentre outros. 
Superiores: são aqueles que possuem o poder de direção, chefia ou 
comando dos assuntos de sua competência específica, mas estão 
sempre subordinados a uma chefia mais alta. Situam-se entre os 
órgãos autônomos e os subalternos, e não gozam de autonomia 
administrativa, nem financeira, que são atributos dos órgãos 
independentes e autônomos a que pertencem. Ex.: Gabinetes, 
Secretárias-gerais, Coordenadorias, Divisões, Inspetorias-Gerais, 
Inspetorias, Procuradorias Administrativas e Judiciais, 
Departamentos, Divisões dentre outros. 
Subalternos: são todos aqueles que se acham subordinados a 
órgãos mais elevados. Têm atribuições de execução. Destinam-se à 
realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos 
administrativos, cumprimento de decisões superiores e 
atendimento ao público, prestando-lhe informações e 
encaminhando seus requerimentos. Ex.: Protocolos, Portarias, 
Seções de Expediente, Serviços, dentre outros. 
Quanto à sua estrutura 
Simples: quando não possuem outros órgãos em sua estrutura; 
possui um só centro de competência. Não são subdivididos em sua 
estrutura interna. 
Compostos: quando reúnem em sua estrutura outros órgãos 
menores, como resultado da desconcentração administrativa. Ex.: 
Um protocolo ou uma portaria são exemplos de órgãos simples, 
enquanto um Ministério é um órgão composto. 
Quanto à sua atuação funcional: singulares e colegiados 
Singulares ou Unipessoais: são aqueles que atuam e decidem 
através de um único titular, que é seu chefe e representante (Ex.: 
Presidênciada República, Governadorias de Estados, Prefeituras 
Municipais, dentre outros); 
Colegiados: são aqueles que atuam e decidem pela manifestação 
conjunta e majoritária da vontade de seus vários titulares (Ex.: 
Congresso Nacional, Tribunais, Assembleias Legislativas, dentre 
outros). 
 4.4 Entidades Administrativas 
As entidades configuram a Administração Pública Indireta e sua 
criação pode ser estabelecida através de duas formas: (i) por meio 
de lei especifica, diretamente; e (ii) mediante ato do Poder 
Executivo, autorizado por lei específica. A criação de entidades da 
Administração Indireta realizada diretamente pela edição de lei 
especifica somente se aplica, hoje, à criação de autarquias. A 
emenda nº 19/1988 passou a exigir autorização de lei especifica 
para a criação das demais entidades da Administração Indireta – 
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações 
públicas. 
 
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Espécies Entidades Administrativas 
 Autarquias 
É a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com a 
capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço 
publico descentralizado, mediante controle administrativo exercido 
nos limites da lei. Ex.: BACEN; USP; ANATEL; ANEEL; ANAC etc. 
‒ são entidades administrativas autônomas; 
‒ são criada somente por lei específica; 
‒ com personalidade jurídica de direito publico interno; 
‒ possuem patrimônio próprio; 
‒ possuem atribuições estatais próprias; e 
‒ integram a Administração Indireta. 
 
 Fundações Públicas 
Figura oriunda do Direito privado caracteriza-se pela atribuição de 
personalidade jurídica a um determinado patrimônio destinado a 
um fim especifico. Ex.: Funai; IBGE; FNS; Fundação Escola de 
Administração Pública etc. 
‒ São características especificas: 
‒ são criadas por ato do Poder Executivo, mediante 
autorização em lei especifica; 
‒ são assemelhadas as fundações privadas; 
‒ possui natureza não-lucrativa; 
‒ possui finalidade social (assistência social, medica e 
hospitalar, educação e ensino, pesquisa, atividades 
culturais); 
‒ são integrantes da Administração Indireta; e 
‒ dotadas de personalidade jurídica de direito. 
 
 Empresas Públicas 
As empresas públicas são as pessoas jurídicas de direito privado. Ex.: 
ECT (Correios) e CEF (Caixa Econômica Federal) etc. 
‒ Integram a Administração indireta; 
‒ Criada a partir da autorização de lei especifica; 
‒ Criada sob qualquer forma jurídica (Ltda., S/A etc); 
‒ Criada com capital exclusivamente publico; 
‒ Explora atividades de natureza econômica ou execução de 
serviços públicos; e 
‒ Regime pessoal: CLT (Consolidação das Lei do Trabalho). 
 
  Sociedade de Economia Mista 
‒ São pessoas jurídicas de direito privado; 
‒ Integram a Administração indireta; 
‒ Criada mediante lei especifica autorizativa; 
‒ Criada sob a forma de sociedade anônima (S/A); 
‒ Criada com capitais públicos e privados; 
‒ Explora atividades de natureza econômica ou prestação de 
serviços públicos; e 
‒ Regime pessoal: CLT (Consolidação das Lei do Trabalho). 
 
Importante saber! 
Vale dizer atualmente que empresas públicas e sociedade de 
economia mista, qualquer que seja seu objeto, não estão sujeita à 
falência. Três são as principais diferenças entre a empresa pública e 
sociedade de economia mista, a saber: 
A forma jurídica: as sociedades de economia mista tem a forma 
de Sociedade Anônima (S/A); já a empresa pública reveste-se de 
qualquer das formas admitidas em direito (Sociedades Civis, 
Sociedades Comerciais, Ltda., S/A, etc.). 
A composição do capital: as sociedades de economia mista são 
formadas pela conjugação de recursos públicos e privadas; já a 
empresa pública é integralmente público. 
O foro processual: as empresas públicas federais terão suas 
causas processadas e julgadas na justiça federal. As empresas 
públicas federais estaduais e municipais terão suas causas 
processadas e julgadas na justiça Estadual. Já as sociedades de 
economia mista federais, estaduais e municipais terão suas 
causas processadas e julgadas na justiça Estadual. 
A expressão “agente público” tem sentido amplo, alcançando todas 
as pessoas que, a qualquer titulo, exercem uma função pública, 
remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, politica ou 
jurídica, como preposto do Estado. 
5.1 Espécies 
Agente Público 
Considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer foram de investidura ou 
vínculo, mandado, cargo, emprego ou função publica. 
Servidor público 
São aqueles agentes que mantem uma relação permanente com o 
Estado, em regime estatutário, por integrarem o quadro funcional 
das pessoas politicas e de suas autarquias e fundações públicas. 
Empregado Público 
São aqueles agentes que, sob regime celetista, mantinhas vinculo de 
trabalho permanente com as entidades de natureza privada da 
Administração Indireta. Mais com o fim da obrigatoriedade de 
instituição de Regime Jurídico Único para as entidades federativas 
tornou-se possível a contratação de empregados públicos, regidos 
pela Consolidação das leis de Trabalho, até mesmo na 
Administração Direta. 
5.2 Classificação 
Os agentes públicos se classificam da seguinte forma: 
‒ Agentes Políticos; 
‒ Agentes Administrativos; 
‒ Agentes Honoríficos; 
‒ Agentes Delegados; 
‒ Agentes Credenciados; 
‒ Agentes Temporários; 
‒ Servidores Governamentais; 
‒ Agentes de Colaboração; e 
‒ Militares. 
Agentes Políticos 
São os detentores dos cargos do governo do Estado. Situam-se, 
portanto, no ápice dos Poderes do Estado. Tem as funções de dirigir, 
orientar e estabelecer diretrizes para o Poder Público. 
Características: competência é haurida da própria constituição; não 
se sujeitam a regras comuns aplicadas a servidores públicos; são 
investidos em cargos por meio de eleição, nomeação e designação; 
não são hierarquizados, sujeitando-se, tão somente, às regras 
constitucionais. Ex.: Chefes de Executivo (Presidente da República, 
Governadores e Prefeitos); seus auxiliares imediatos (Ministros e 
Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporação 
Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do 
Poder Judiciário (Magistrados); os Membros do Ministério Público 
 
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(Procuradores da República, Procuradores e Promotores de Justiça); 
os Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os 
representantes diplomáticos; etc. 
Os agentes políticos não têm necessariamente vínculo profissional 
com a Administração Pública. Assim, o Ministro dos Transportes 
pode não ser um engenheiro; o Ministro da Justiça pode não ser um 
advogado; ou, o Ministro da Fazenda pode não ser um economista. 
Isto acontece porque o vínculo deles não é profissional, mas político. 
Agentes Administrativos [Servidores Públicos] 
Aqueles que têm com o Poder Público uma relação de trabalho 
remunerado, de natureza profissional e de caráter permanente, sob 
vínculo de dependência. Características principais: profissionalidade; 
relação de trabalho remunerado (estatutário ou CLT); não 
eventualidade (permanência); e dependência do relacionamento (as 
entidades a que se vinculam prescrevem-lhes o comportamento nos 
mínimos detalhes). 
Não devemos confundir servidor público e funcionário público. Este 
último, é considerado aquele que, para efeitos penais, exerça cargo, 
emprego ou função pública, embora transitoriamente ou sem 
remuneração (Código Penal, art.327). Funcionário Público, portanto, 
é expressão mais ampla do que servidor público, identificando-se 
melhor, desta forma, com o próprio conceito de agente público.Nessa categoria enquadram-se: os servidores públicos concursados 
em geral; ocupantes de cargo ou função em comissão, ocupantes de 
emprego publico, servidores contratados temporariamente para 
atender a necessidade de excepcional interesse público etc. 
Agentes Honoríficos 
Também conhecidos como agentes de Colaboração por Compulsão, 
são aqueles cidadãos chamados para, transitoriamente, 
colaborarem como Estado, na prestação de serviços específicos, em 
razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua 
notória capacidade profissional. Não possuem qualquer vinculo 
funcional como Estado e normalmente atuam sem remuneração. 
São exemplos de agentes honoríficos os jurados, mesários eleitorais, 
comissários de menores; escrutinadores etc. 
Agentes Delegados 
São particulares que recebem a incumbência da execução de 
determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em 
nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização 
do poder delegante. Assim, a Administração Pública entrega a 
execução de certos serviços a estas pessoas, mas é ela quem 
estipula as regras e quem realiza a fiscalização. Não são servidores 
públicos, tampouco representantes do Estado, mais apenas 
colaboradores do Poder Público. São os concessionários, 
permissionários e autorizatários de serviços públicos; os leiloeiros; 
os tradutores públicos e intérpretes públicos etc. Os agentes 
delegados respondem civil e criminalmente sob as mesmas normas 
da Administração Pública de que são delegados, ou seja, com 
responsabilidade objetiva pelo dano, pois, de acordo com o art. 37, 
§ 6° da CF, as empresas de D. Público e as de D. Privado e os agentes 
que prestam serviços em seu nome respondem diretamente pelos 
danos causados a terceiros. 
Agentes credenciados 
São aqueles que recebem a incumbência da Administração para 
representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade 
especifica, mediante remuneração do Poder Público credenciante. 
Ex.: Um médico ao ser credenciado pelo Poder Público para atender 
a população não terá vínculo com o mesmo, ficando sem as 
vantagens de um servidor público. Da mesma forma ocorre com o 
advogado credenciado para emitir Parecer Jurídico. 
Agentes Temporários 
Aqueles contratados por tempo determinado para que a 
Administração Pública possa atender a necessidade temporária do 
interesse público. O vínculo destes agentes é celetista (contratação 
por prazo certo: art.479, da CLT). Segundo esta legislação são 
consideradas como de “excepcional interesse público” as seguintes 
contratações, dentre outras: assistência a situações de calamidade 
pública (por seis meses); combate a surtos epidêmicos (por seis 
meses); realização de recenseamentos (por doze meses); admissão 
de professor substituto e professor visitante (por doze meses); 
admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro (por até 
quatro anos); e atividades especiais nas organizações das Forças 
Armadas para atender a área industrial ou a encargos temporários 
de obras e serviços de engenharia (por até quatro anos). 
Servidores Governamentais 
Aqueles que sob o regime de dependência ligam-se às chamadas 
empresas governamentais, ou seja, às sociedades de economia 
mista, empresas públicas e fundações privadas mantidas pelo Poder 
Público. Têm as mesmas características dos servidores públicos 
celetistas, sendo regidos, portanto, pelo regime jurídico privado. 
Agentes de Colaboração 
São as pessoas, físicas ou jurídicas, que prestam serviço à 
Administração Pública, podendo ser: 
‒ Agentes de Colaboração por vontade própria (Voluntários 
ou Servidores Públicos de Fato ou Agentes Putativos): os que 
assumem a gestão de negócios públicos em momentos de 
emergência. Ex.: Prisão de um criminoso; Assunção de 
atividade pública em razão de abandono por seu titular, em 
razão de guerra, calamidade pública, rebelião, etc. 
‒ Agentes de Colaboração por Concordância: os que prestam 
serviços à Administração Pública ante sua expressa 
concordância. Podem ser delegados ou credenciados. 
Militares 
São todos aqueles que, permanente ou temporariamente, 
desempenham atividade militar no âmbito federal ou estadual. Até 
a promulgação da Emenda Constitucional n.º 18, de 5 de fevereiro 
de 1998, eram considerados servidores públicos, visto que estes 
podiam ser civis ou militares. A partir da referida emenda, no 
entanto, os militares passaram a ter um regime constitucional 
próprio. Esses agentes públicos têm hoje suas prerrogativas e 
obrigações definidas na Constituição Federal, principalmente pelos 
artigos 42 e 142, além de estarem sujeitos também ao regime do 
Estatuto dos Militares, estabelecido pela Lei Federal n.º 6.880, de 9 
de dezembro de 1980, no caso dos militares federais. Segundo a 
Constituição Federal, os militares são integrantes das Forças 
Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) ou das Polícias Militares 
e Corpos de Bombeiros Estaduais ou do Distrito Federal. Não são, 
portanto, militares os demais agentes eventualmente lotados nas 
referidas instituições. 
5.3 Cargos, Funções e Empregos Públicos 
Os órgãos públicos necessitam de pessoas incumbidas exercício das 
competências do que lhes estão afetas. Estas pessoas, físicas ou 
jurídicas, que sob qualquer vínculo jurídico e, às vezes, até mesmo 
sem ele, venham a prestar serviços à Administração Pública, ou 
 
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realizar atividades estatais sob sua responsabilidade, são 
denominados agentes públicos. 
São os agentes públicos que desempenham as competências dos 
diversos órgãos públicos, ocupando os cargos, empregos ou funções 
neles existentes. Desta forma, fixemos a distinção entre cargos 
públicos, funções públicas e empregos públicos. 
Cargos 
Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional da Administração que devem 
ser cometidas a um servidor. São lugares criados nos diversos 
órgãos públicos para serem providos por agentes públicos 
estatutários, ou seja, aqueles regidos por estatutos que, hoje em 
dia, são também denominados de regimes jurídicos. Os cargos 
públicos podem ser de provimento efetivo, sempre exigindo 
aprovação previa em concurso publico para seu preenchimento, ou 
de provimento de comissão, declarados em lei de livre nomeação e 
exoneração. 
Os militares, que também exercem cargos públicos, são estatutários 
e mantiveram a denominação tradicional do seu estatuto: o Estatuto 
dos Militares, embora não mais sejam enquadrados como servidores 
públicos, de vez que, após a Emenda Constitucional nº 18/98, 
passaram a ter um regime constitucional próprio. 
Funções 
Por sua vez, funções são encargos ou competências atribuídas aos 
cargos, órgãos ou agentes. As funções podem ser autônomas, que 
são funções provisórias destinadas a atender necessidades 
temporárias ou transitórias, como as desempenhadas no caso de 
contratação por tempo determinado. Também podem ser funções 
de confiança que obrigatoriamente devem ser exercidas por 
servidores de cargos efetivos. Ex.: jurados, mesários eleitorais, etc. 
Importante saber! 
As funções de confiança, assim como os cargos em comissão, 
destinam-se exclusivamente a atribuições de direção, chefia e 
assessoramento e o servidor ocupante submete-se a regime de 
dedicação integral ao serviço, podendo ser convocado sempre que 
houver interesse da administração. 
 
 
 
Empregos públicos 
Já os empregos, destinam-se aos servidores regidos pelas normas da 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Em nossa Administração 
Pública vamos encontrar agentes públicos que poderão não estar 
investidos de cargos públicos ou empregos públicos, mas que têm 
funções públicas. 
Os cargos, para fins de progressão funcional e controle, são 
agrupados em classes (Ex.: Professor-Auxiliar,Assistente, Adjunto, 
Associado, Titular) e estas constituem as carreiras (Ex.: pessoal 
docente; pessoal técnico-administrativo, etc.), cujo conjunto 
denomina-se quadro. 
 
Assim, o quadro de servidores de uma universidade, por exemplo, 
tem a carreira do pessoal docente, que é constituída por professores 
das cinco classes acima citadas, ocupando os cargos de professor. 
Os cargos podem ser de três espécies: 
I. Cargo Efetivo 
Quando é ocupado por concurso público, da forma como dispõe a 
CF, podendo, neste caso, ser: 
Estável 
Quando após 03 (três) anos de efetivo exercício confere ao seu 
titular a garantia de que só será demitido (mediante ampla defesa) 
em virtude de: 
i. Decisão judicial transitada em julgado; 
ii. Processo administrativo disciplinar; ou 
iii. Processo de avaliação periódica de desempenho. 
Embora a estabilidade, em princípio, diga respeito aos ocupantes de 
cargos públicos, o Tribunal Superior do Trabalho confirmou o direito 
dos servidores celetistas da administração direta, das autarquias e 
das fundações à estabilidade prevista na Constituição. 
Vitalício 
Quando após dois anos de efetivo exercício confere ao seu titular a 
garantia de que só será demitido em razão de sentença judicial 
transitada em julgado, proferida em foro privilegiado, isto é, em um 
dos tribunais do Poder Judiciário. Ex.: os cargos efetivos vitalícios 
são próprios de integrantes do Poder Judiciário - os magistrados; 
membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. 
 
O estágio probatório 
É o período inicial de exercício do cargo efetivo durante o qual são 
apreciados a assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; 
produtividade e responsabilidade por um período três anos (trinta e 
seis meses. Durante o estágio probatório o servidor está sujeito ao 
desligamento do serviço público através da exoneração; após o 
estágio probatório, a modalidade adequada de desligamento, a 
título de punição por falta disciplinar cometida, é a demissão, uma 
das penalidades previstas para transgressões cometidas por 
servidores públicos. À exoneração estão sujeitos, também, os 
ocupantes de cargos em comissão. 
 
II. Cargo em Comissão 
Quando ocupado sem concurso público, em caráter precário (sem 
dar garantias aos seus ocupantes, que podem ser exonerados ad 
nutum, ou seja, a qualquer tempo). Não precisam de motivação 
para ser preenchidos ou ocupados. Estão previstos na CF-37(V). 
III. Cargo Eletivo 
Quando seu ocupante é escolhido por eleição. Aquele que 
temporariamente, por um tempo indeterminado, ocupa um cargo 
público que não tem titular, o faz interinamente. Se esta ocupação 
for por tempo determinado, o exercício será eventual, como 
acontece, por exemplo, quando o titular de um cargo é substituído 
para que goze férias, por motivo de saúde ou outro motivo que não 
implique no seu afastamento definitivo da titularidade do cargo. 
A localização dos cargos públicos, na estrutura administrativa dos 
órgãos públicos, é denominada lotação. 
 
 
5.4 Regime Jurídico Único 
A Função de Confiança e Cargo de comissão destina-se à Direção, 
Chefia e Assessoramento 
Cargo → Classe → Carreira → Quadro 
A lotação corresponde à localização do cargo. 
 
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Com a promulgação da CF/1988 deixou de ser prevista a obrigatória 
adoção de um regime jurídico único para os agentes da 
Administração Direta, das autarquias e fundações públicas dos entes 
federativos. Os servidores públicos podem ser de dois tipos: 
 Servidores Estatutários 
Nos termos da CF-39, são os servidores civis da Administração 
Direta, Autárquica e Fundacional, que têm vínculo estatutário com a 
Administração Pública. São encontrados nos três níveis de Governo 
(Federal, Estadual e Municipal), bem como nos Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário e estão sujeitos ao Regime Jurídico 
estabelecido pela Lei Federal n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990. 
Ocupam cargos públicos efetivos, como já tivemos oportunidade de 
referir anteriormente. São também denominados agentes 
administrativos, da mesma forma que os ocupantes de cargos 
públicos em comissão ou de funções de confiança, que Direito 
Administrativo ingressam no serviço público sem concurso, assim 
como os agentes temporários, porque todos têm vínculo 
profissional, permanente ou temporário, com a Administração 
Pública da qual recebem contraprestação financeira. 
 Servidores Celetistas 
Aqueles que têm com a Administração Pública um regime celetista. 
Ocupam, portanto, empregos públicos. Como vimos, são 
encontrados em maior número na Administração Indireta onde são 
classificados como servidores governamentais. Hoje em dia, como já 
foi salientado, gozam da estabilidade conferida aos estatutários e 
têm direitos trabalhistas que não são conferidos a estes, como, por 
exemplo, o fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS). 
5.5 Provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição 
Provimento 
Provimento é o ato administrativo por meio do qual é preenchido 
cargo público, com a designação de seu titular. Os cargos públicos 
podem ser de provimento efetivo ou de provimento em comissão 
(cargos de confiança). São formas de provimento dos cargos 
públicos: nomeação; reintegração; readaptação; promoção; 
reversão; aproveitamento; e recondução. Já a vinculação de 
qualquer pessoa ao serviço público se faz através de um ato 
denominado investidura. Assim, o ato de investidura em um cargo 
ou emprego pública pode se por (i) admissão: ocupar cargo efetivo; 
(ii) designação: ocupar cargo em comissão; (iii) diplomação: ocupar 
cargo eletivo e por (iv) contratação: quando se vincular pelo regime 
da CLT. 
Importante saber! 
Podem ingressar na Administração Pública brasileira, tanto os 
nacionais (brasileiros natos ou naturalizados), como os portugueses 
(Constituição Federal – art. 12,§1º). Em função do disposto nesse 
dispositivo constitucional, os estrangeiros não podem ingressar na 
Administração Pública brasileira. 
 
Quando a investidura em um cargo público é denominada 
provimento, que pode ser originário ou derivado. 
Provimento originário: é o tipo de provimento que diz respeito ao 
ingresso no serviço público por qualquer pessoa habilitada, daí ser 
denominado também provimento exterior ou exógeno. Na verdade 
é o preenchimento de classe inicial de cargo nos decorrente de 
qualquer vinculo anterior entre o servidor e a Administração. Pode 
ser através de nomeação e, para cargos efetivos, pela aprovação 
prévia em concursos públicos de provas ou de provas e títulos. (CF 
37, II). 
Provimento derivado: é aquele que diz respeito aos que já ocupam 
cargo público, no qual há vinculo entre o servidor a e a 
Administração. Daí ser chamado também de provimento endógeno. 
A transferência, que implicava na movimentação de um para outro 
quadro funcional, não se confunde com a remoção ou com a 
redistribuição, formas de movimentação do servidor público, mas 
não formas de provimento. Na remoção o servidor é deslocado, no 
âmbito do mesmo quadro, para outro local de trabalho, com ou sem 
mudança de sede, conforme dispõe o art. 36, da Lei 8.112. 
Nesses casos pode ser: de Ofício: ex officio = contra a vontade; a 
pedido: do servidor, a critério da Administração; ou a pedido do 
servidor, para outra localidade, independentemente do interesse da 
Administração, nas seguintes hipóteses: (i) para acompanhar 
cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; 
(ii) Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou 
dependente que viva às suas expensas e conste do seu 
assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta 
médica oficial;

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