Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 03 Direito Processual Penal Militar p/ Oficial PMDF Professor: Paulo Guimarães 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 28 AULA 03: Questões prejudiciais. Exceções. Incidente de insanidade mental do acusado. Incidente de falsidade de documento. Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram o cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) SUMÁRIO PÁGINA 1. Questões prejudiciais 2 2. Exceções 6 3. Incidente de insanidade mental do acusado 15 4. Incidente de falsidade de documento 19 5. Questões comentadas 21 6. Questões sem comentários 26 Olá, caros amigos! Hoje continuaremos a estudar mais alguns dispositivos do Código de Processo Penal Militar. Sempre estudaremos com foco nos dispositivos legais, pois todas ou quase todas as questões da prova devem cobrar o que está no CPPM, ok!? - Bons estudos! 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 28 1. QUESTÕES PREJUDICIAIS Decisão prejudicial Art 122. Sempre que o julgamento da questão de mérito depender de decisão anterior de questão de direito material, a segunda será prejudicial da primeira. Questão prejudicial, como você já deve saber, é aquela que precisa ser decidida antes da principal, pois esta depende daquela. Na YHUGDGH�D�SDODYUD�³SUHMXGLFLDO´�VLJQLILFD�DSHQDV�³DQWHV�GR�MXt]R´��RX�VHMD�� essa questão deve ser resolvida antes de ser proferida a decisão principal. Uma diferenciação importante que deve ser feita é entre a questão prejudicial e a questão preliminar. A questão prejudicial está diretamente relacionada ao mérito, enquanto a questão preliminar, apesar de também precisar ser resolvida antes da principal, diz respeito apenas ao processo ou ao seu procedimento. A questão preliminar está diretamente relacionada ao mérito, ao direito material. Há uma série de classificações que a doutrina traz acerca das questões prejudiciais, que não interessam para nós agora. Aqui o importante é compreendermos os dispositivos do CPPM, certo!? Lembre-se ainda de que as questões prejudiciais podem ser arguidas ou reconhecidas de ofício, e que a autoridade competente pode tomar as medidas que estudaremos a seguir também de ofício. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 28 Estado civil da pessoa Art. 123. Se a questão prejudicial versar sobre estado civil de pessoa envolvida no processo, o juiz: a) decidirá se a arguição é séria e se está fundada em lei; Alegação irrelevante b) se entender que a alegação é irrelevante ou que não tem fundamento legal, prosseguirá no feito; Alegação séria e fundada c) se reputar a alegação séria e fundada, colherá as provas inadiáveis e, em seguida, suspenderá o processo, até que, no juízo cível, seja a questão prejudicial dirimida por sentença transitada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição de testemunhas e de outras provas que independam da solução no outro juízo. A primeira hipótese trazida pelo CPPM diz respeito à questão preliminar relacionada ao estado civil da pessoa. Em primeiro lugar o juiz decidirá se a questão é séria (se não é irrelevante, ou seja, se realmente não pode ser desconsiderada), e se está fundada em lei (a questão prejudicial diz respeito ao direito material, lembra!?). Se o juiz entender que a questão levantada é irrelevante ou que não tem fundamento, não haverá suspensão. Se considerar que os fundamentos estão presentes, colherá as provas inadiáveis e suspenderá o processo até que a questão prejudicial seja definitivamente resolvida pelo juízo cível. Perceba que a suspensão é obrigatória nesse caso, e que não há prazo específico fixado pelo CPPM. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 28 Suspensão do processo. Condições Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução, pelo juízo cível, de questão prejudicial que se não relacione com o estado civil das pessoas, desde que: a) tenha sido proposta ação civil para dirimi-la; b) seja ela de difícil solução; c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei civil limite. Prazo da suspensão Parágrafo único. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo sem que o juiz do cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver de fato e de direito toda a matéria da acusação ou da defesa. Agora estamos falando das questões prejudiciais que não dizem respeito ao estado civil das pessoas. Nesses casos o juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução pelo juízo cível, desde que a prejudicial seja objeto de ação civil, seja de difícil solução e não envolva direito ou fato cuja prova seja limitada pela lei civil. Perceba que, por outro lado, aqui não há o requisito de que o juiz aguarde pelo trânsito em julgado. Na realidade a suspensão nesses casos não é obrigatória, e o próprio juiz é que determinará o prazo da suspensão, podendo prorroga-lo quando a demora não se der por culpa da parte. Se o prazo se esgotar e/ou não for prorrogado, o juiz fará prosseguir o processo. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 28 Autoridades competentes Art. 125. A competência para resolver a questão prejudicial caberá: a) ao auditor, se arguida antes de instalado o Conselho de Justiça; b) ao Conselho de Justiça, em qualquer fase do processo, em primeira instância; c) ao relator do processo, no Superior Tribunal Militar, se arguida pelo procurador-geral ou pelo acusado; d) a esse Tribunal, se iniciado o julgamento. As questões prejudiciais arguidas antes da instalação do Conselho de Justiça, bem como aquelas levantadas no julgamento singular das Justiças Militares Estaduais, são resolvidas pelo próprio juiz auditor (ou juiz de direito do juízo militar, conforme o caso). Já as questões prejudiciais que surgirem no processo penal militar em primeira instância deverão ser resolvidas pelo Conselho de Justiça. Em segunda instância, as questões prejudiciais levantadas peloProcurador de Justiça ou pelo acusado deverão ser julgadas pelo Relator do processo no STM, TJM ou TJ, conforme o caso. Se já iniciado o julgamento na segunda instância, caberá ao próprio Tribunal resolve-las. Promoção de ação no juízo cível Art. 126. Ao juiz ou órgão a que competir a apreciação da questão prejudicial, caberá dirigir-se ao órgão competente do juízo cível, para a promoção da ação civil ou prosseguimento da que tiver sido iniciada, bem como de quaisquer outras providências que interessem ao julgamento do feito. Numa primeira leitura você poderia achar que esse dispositivo determina que caberia ao próprio juízo criminal promover a ação junto ao juízo cível, mas isso não faria o menor sentido. Na verdade o juízo 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 28 criminal deve dirigir-se ao órgão competente para promover a ação civil, ou acompanhar a ação que já esteja em curso. Segundo Célio Lobão, esse órgão competente é a Defensoria Pública, apesar de haver quem discorde na Doutrina em razão do art. 92 GR� &yGLJR� GH�3URFHVVR�3HQDO� FRPXP��VHJXQGR�R�TXDO� ³6H� IRU� FULme de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos LQWHUHVVDGRV´� A partir de agora estudaremos os incidentes (Título XII do CPPM), que têm como espécies as exceções, o incidente de sanidade mental do acusado, e o incidente de falsidade de documento. 2. EXCEÇÕES 2.1. Exceções em Geral Art. 128. Poderão ser opostas as exceções de: a) suspeição ou impedimento; b) incompetência de juízo; c) litispendência; d) coisa julgada. A exceção é uma espécie de defesa que busca apenas elidir a pretensão ou autor, ou mesmo postergar, transferir, dilatar o exercício dessa pretensão. Por isso chamamos essa via de defesa indireta, já que ela não tem por objetivo discutir diretamente a relação de direito material objeto da ação. A partir de agora estudaremos uma a uma as exceções previstas no Código de Processo Penal Militar. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 28 2.2. Exceção de Suspeição e Exceção de Impedimento Precedência da arguição de suspeição Art. 129. A arguição de suspeição ou impedimento precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente. As causas de impedimento do juiz estão previstas no art. 37 do CPPM, e os de suspeição no art. 38. Caso o juiz não se declare suspeito ou impedido de ofício, caberá à parte interpor a exceção, que deve preceder a qualquer outra, exceto quando seu fundamento for motivo superveniente, ou seja, motivo que surgiu depois do estabelecimento da relação processual. O juiz que se declarar impedido ou suspeito deve motivar o seu despacho (art. 130). Se for o caso de suspeição por motivo de foro íntimo, o juiz não precisará expor seus motivos a todos, podendo comunica-los em sigilo ao juiz corregedor. Se a suspeição do juiz for de natureza íntima, ele comunicará os motivos ao auditor corregedor, podendo fazê-lo sigilosamente. No Superior Tribunal Militar, o ministro que se julgar suspeito ou impedido deve declarar essa condição em sessão. Se ele for relator ou revisor de processo, a declaração será feita nos autos, e o feito será redistribuído (art. 135). Se o Procurador-Geral (ou o Procurador de Justiça que esteja oficiando no juízo militar, no caso dos estados) se der por suspeito ou impedido, delegará a sua função, no processo, ao seu substituto legal. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 28 Recusa do juiz Art. 131. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, fa- lo-á em petição assinada por ela própria ou seu representante legal, ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as razões, acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas, que não poderão exceder a duas. Quando não houver essa declaração de ofício, a parte poderá opor a exceção de suspeição ou de impedimento por meio de petição assinada. O art. 131 autoriza ainda que a oposição seja feita pela própria parte ou por seu representante legal. Caso reconheça a suspeição, ou impedimento, o juiz sustará o andamento do processo, mandará juntar aos autos o requerimento da parte que opôs a exceção juntamente com os documentos que o acompanhem, e declarar-se-á suspeito ou impedido, ordenando que os autos sejam remetidos ao substituto (art. 132). Caso não reconheça a suspeição ou impedimento, o juiz mandará autuar o requerimento em separado, dará sua resposta no prazo de 3 dias, podendo inclusive oferecer testemunhas. O juiz então determinará a remessa dos autos em 24h ao STM ou ao Tribunal competente, a depender do caso (art. 133). O Tribunal então será competente para julgar definitivamente a exceção. O CPPM prevê ainda a possibilidade de a arguição ser considerada manifestamente improcedente. Nesse caso o juiz ou o relator deverá rejeita-la liminarmente. Se for reconhecida preliminarmente a relevância da arguição, o relator intimará as partes do dia e hora em que serão ouvidas as testemunhas. Nulidade dos atos praticados pelo juiz suspeito Art. 134. Julgada procedente a arguição de suspeição ou impedimento, ficarão nulos os atos do processo principal. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 28 Embora o próprio CPPM reconheça que os atos praticados por juiz impedido são inexistentes (art. 37, parágrafo único), o art. 134 determina que os atos praticados pelo juiz considerado suspeito ou impedido devem ser declarados nulos. Nesse caso há uma equiparação entre a suspeição e o impedimento, ao menos no que se refere às consequências práticas. Suspeição declarada de procurador, perito, intérprete ou auxiliar de justiça Art. 137. Os procuradores, os peritos, os intérpretes e os auxiliares da Justiça Militar poderão, motivadamente, dar-se por suspeitos ou impedidos, nos casos previstos neste Código; os primeiros e os últimos, antes da prática de qualquer ato no processo, e os peritos e intérpretes, logo que nomeados. O juiz apreciará de plano os motivos da suspeição ou impedimento; e, se os considerar em termos legais, providenciará imediatamente a substituição. O dispositivo menciona os procuradores, mas hoje os membros do MPM são chamados de promotores. Estes e os auxiliares da justiça podem dar-se por suspeitos ou impedidos antes da prática de qualquer ato do processo, enquanto os peritos devem fazê-lo logo que nomeados. Caberá então ao juiz analisar os motivos da suspeição ou impedimento e, se for o caso, providenciar a substituição desses profissionais. Caso sejaarguida a suspeição ou o impedimento de promotor de justiça (o CPPM fala em Procurador!), o juiz ouvirá o arguido e decidirá sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de 3 dias. Não há, porém, previsão no CPPM para anulação dos atos praticados pelo membro do Ministério Público que seja considerado impedido ou suspeito, e nem previsão de suspensão do processo. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 28 O CPPM menciona ainda a possibilidade de suspeição do encarregado do inquérito, mas proíbe que haja oposição da exceção de suspeição nesse caso. Por outro lado, há o dever posto ao encarregado de declarar-se suspeito quando ocorrer motivo previsto em lei para tal. O CPPM proíbe que haja oposição da exceção de suspeição contra o encarregado do inquérito. Por outro lado, há o dever posto ao encarregado de declarar-se suspeito quando ocorrer motivo previsto em lei para tal. 2.3. Exceção de Incompetência Oposição da exceção de incompetência Art. 143. A exceção de incompetência poderá ser oposta verbalmente ou por escrito, logo após a qualificação do acusado. No primeiro caso, será tomada por termo nos autos. Declaração de incompetência de ofício Art. 147. Em qualquer fase do processo, se o juiz reconhecer a existência de causa que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos e os remeterá ao juízo competente. As regras acerca da distribuição da jurisdição dentro do próprio Poder Judiciário devem ser respeitadas pelo julgador. Isso significa que, se um juiz for incompetente para julgar determinada ação, deve declarar essa condição, ou seja, deve declinar da competência, remetendo o feito ao juízo competente. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 28 Quando isso não ocorre, o acusado ou o Ministério Público podem opor a exceção de incompetência. Isso deve ocorrer logo após a qualificação do acusado. Além disso, a exceção pode ser oposta verbalmente ou por escrito, devendo no primeiro caso ser reduzida a termo. Quando se tratar de competência relativa, se a exceção não for oposta no momento adequado haverá a preclusão para a parte. Isso significa dizer que a partir desse momento o juiz passará a ser competente, mediante o fenômeno da prorrogação de competência. Se estivermos falando em competência absoluta, a alegação pode dar-se em qualquer fase do processo por meio de preliminar nas razões escritas, por meio de habeas corpus, etc. Uma vez oposta a exceção de incompetência, será dada vista dos autos à parte contrária, para que se manifeste no prazo de 48h. Interessante notar que nem sempre a parte contrária desejará contrapor- se ao questionamento da competência do juízo, podendo inclusive reforçar os argumentos trazidos. Se a alegação for aceita, os autos serão remetidos ao juízo competente. Se for rejeitada, o juiz continuará presidindo o processo, mas há a possibilidade de ajuizamento de recurso dirigido ao Superior Tribunal Militar (no caso da União), Tribunal de Justiça Militar ou Tribunal de Justiça (no caso dos Estados). Se a exceção for rejeitada, portanto, não há previsão de suspensão do processo, mas o Tribunal competente poderá, ao dar provimento ao recurso, tornar nulos os atos praticados. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 28 Alegação antes do oferecimento da denúncia. Recurso nos próprios autos Art. 146. O órgão do Ministério Público poderá alegar a incompetência do juízo, antes de oferecer a denúncia. A arguição será apreciada pelo auditor, em primeira instância; e, no Superior Tribunal Militar, pelo relator, em se tratando de processo originário. Em ambos os casos, se rejeitada a arguição, poderá, pelo órgão do Ministério Público, ser impetrado recurso, nos próprios autos, para aquele Tribunal. O Ministério Público pode alegar a incompetência do juízo antes mesmo de oferecer a denúncia. A arguição então será apreciada pelo juiz ou pelo relator (caso o processo corra originariamente no Tribunal). Se a alegação for rejeitada, o MP também pode interpor recurso dirigido ao STM, TJM ou TJ, nos mesmos termos que já estudamos. Uma vez tendo recebido o feito, o novo juízo pode se considerar competente, dando prosseguimento ao processo, ou pode suscitar conflito de competência negativo, caso não se considere competente. O novo juízo pode aproveitar os atos não decisórios praticados pelo juízo considerado incompetente, mas os atos decisórios precisam ser praticados novamente, pois são considerados nulos. Isso não se aplica, porém, ao recebimento da denúncia, que, embora tenha alguma carga decisória, não é considerado pelo STF como ato decisório (HC 88.262, 2ª Turma, rel Min Gilmar Mendes). 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 28 2.4. Exceção de Litispendência Litispendência, quando existe. Reconhecimento e processo Art. 148. Cada feito somente pode ser objeto de um processo. Se o auditor ou o Conselho de Justiça reconhecer que o litígio proposto a seu julgamento já pende de decisão em outro processo, na mesma Auditoria, mandará juntar os novos autos aos anteriores. Se o primeiro processo correr em outra Auditoria, para ela serão remetidos os novos autos, tendo-se, porém, em vista, a especialização da Auditoria e a categoria do Conselho de Justiça. Arguição de litispendência Art. 149. Qualquer das partes poderá arguir, por escrito, a existência de anterior processo sobre o mesmo feito. Os elementos da ação são as partes, o pedido e a causa de pedir. Uma vez que estes elementos existam numa determinada ação penal militar, não pode haver uma outra com exatamente os mesmos elementos. Quando isso acontece estamos diante do fenômeno da litispendência, decorrência do princípio do ne bis in idem. Se o juiz ou o Conselho de Justiça (ou o juiz singular, no caso da Justiça Militar Estadual) reconhecer que existe outro processo idêntico na mesma Auditoria, mandará juntar os novos autos aos que já estão tramitando. Se o processo mais antigo correr em outra Auditoria, os novos autos serão a ela remetidos. Por outro lado, se o juízo responsável pela ação falhar em verificar que já existe uma outra com os mesmos elementos, terá lugar a exceção de litispendência, que pode ser arguida por qualquer das partes, por escrito. Se a parte que opôs a exceção não tiver condições de apresentar provas da alegação, o juiz poderá conceder prazo para que o 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarãeswww.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 28 faça, podendo também neste caso decretar a suspensão do curso do processo. Em seguida o juiz ouvirá a parte contrária e decidirá de plano. Dessa decisão não cabe recurso. Da decisão da exceção de litispendência não cabe recurso. 2.5. Exceção de Coisa Julgada Existência de coisa julgada. Arquivamento de denúncia Art. 153. Se o juiz reconhecer que o feito sob seu julgamento já foi, quanto ao fato principal, definitivamente julgado por sentença irrecorrível, mandará arquivar a nova denúncia, declarando a razão por que o faz. Arguição de coisa julgada Art. 154. Qualquer das partes poderá arguir, por escrito, a existência de anterior sentença passada em julgado, juntando-lhe certidão. Neste caso também temos uma coincidência em relação aos elementos de duas ações, só que o julgamento da mais antiga já foi concluído, ou seja, a decisão já transitou em julgado. Neste caso, se o juiz reconhecer a pendência em relação à coisa julgada, deverá ele arquivar a nova denúncia, declarando suas razões. Diante da falta da atuação de ofício pelo juiz, qualquer das partes pode arguir a existência de decisão anterior transitada em julgado, desde que o faça por escrito. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 28 Se a exceção for oposta pelo acusado, o juiz ouvirá o Ministério Público e decidirá de plano. Aí então se o juiz reconhecer a coisa julgada, haverá remessa necessária (na realidade o CPPM chama de recurso de ofício) para o STM, TJM ou TJ, a depender da esfera de julgamento. O CPPM determina ainda que a coisa julgada opera somente em relação às partes, não alcançando quem não foi parte no processo. Se fosse de outro modo, não haveria identidade em relação às partes do processo, e por isso não haveria litispendência, não é mesmo!? - 3. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO Dúvida a respeito de imputabilidade Art. 156. Quando, em virtude de doença ou deficiência mental, houver dúvida a respeito da imputabilidade penal do acusado, será êle submetido a perícia médica. A constatação da inimputabilidade no Código Penal Militar segue o critério biopsicológico, e por isso a insanidade mental do acusado, quando houver supressão de entendimento, pode impossibilitar a aplicação da pena ou a aplicação de medida de segurança. Por essa razão, sempre que houver indícios de que o acusado não se encontra no total gozo de suas faculdades mentais, é cabível o incidente de insanidade mental. No processamento do incidente a perícia poderá ser ordenada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do acusado, em qualquer fase do processo. É possível ainda que a perícia seja ordenada ainda na fase de inquérito, por iniciativa do encarregado ou em atenção a requerimento das pessoas mencionadas. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 28 No âmbito do incidente de insanidade mental do acusado, é possível que a perícia seja ordenada em qualquer fase do processo ou mesmo na fase do inquérito policial militar, por iniciativa do seu encarregado ou em atenção a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do acusado. Internação para a perícia Art. 157. Para efeito da perícia, o acusado, se estiver preso, será internado em manicômio judiciário, onde houver; ou, se estiver solto e o requererem os peritos, em estabelecimento adequado, que o juiz designará. Desde 1984 não se utiliza mais no Brasil a nomenclatura manicômio judiciário. O que existe hoje são hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico. Infelizmente, apesar da mudança de nome, esses lugares não mudaram tanto assim, desde então, sendo ainda em sua grande maioria ambientes altamente insalubres, onde pessoas são verdadeiramente esquecidas num triste regime fechado. O laudo pericial deve ser apresentado em 45 dias, podendo esse prazo ser prorrogado por decisão do juiz, se os peritos demonstrarem a necessidade da medida. Os quesitos são, em regra, formulados pelas partes, devendo o Ministério Público formular primeiramente os seus e mostra-los à defesa, que só então formulará os seus. Além desses quesitos, alguns devem ser obrigatoriamente respondidos pelos peritos: 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 28 a) se o indiciado, ou acusado, sofre de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado; b) se no momento da ação ou omissão, o indiciado, ou acusado, se achava em algum dos estados referidos na alínea anterior; c) se, em virtude das circunstâncias referidas nas alíneas antecedentes, possuía o indiciado, ou acusado, capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento; d) se a doença ou deficiência mental do indiciado, ou acusado, não lhe suprimindo, diminuiu-lhe, entretanto, consideravelmente, a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de autodeterminação, quando o praticou. Lembre-se ainda de que também é inimputável o agente que comete o ato típico em razão de embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior quando era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. No caso de embriaguez decorrente de caso fortuito ou força maior, serão formulados quesitos congêneres, pertinentes ao caso. Inimputabilidade. Nomeação de curador. Medida de segurança Art. 160. Se os peritos concluírem pela inimputabilidade penal do acusado, nos termos do art. 48 (preâmbulo) do Código Penal Militar, o juiz, desde que concorde com a conclusão do laudo, nomear-lhe-á curador e lhe declarará, por sentença, a inimputabilidade, com aplicação da medida de segurança correspondente. Inimputabilidade relativa. Prosseguimento do inquérito ou de processo. Medida de segurança Parágrafo único. Concluindo os peritos pela inimputabilidade relativa do indiciado, ou acusado, nos termos do parágrafo único do artigo 48 do Código Penal Militar, o inquérito ou o processo prosseguirá, com a 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 28 presença de defensor neste último caso. Sendo condenatória a sentença, será aplicada a medida de segurança prevista no art. 113 do mesmo Código. Caso conclua pela inimputabilidade penal do acusado, concordando com a conclusão do laudo, o juiz declarará essa condição e nomeará um curador, aplicando a medida de segurança adequada. Esse curador, como regra, será o próprioadvogado, mas pode ser outra pessoa capaz e diligente (art. 72 do CPPM). O art. 160, segundo Célio Lobão, não foi inteiramente recepcionado pela Constituição Federal de 1988, pois, se o juiz aplicar a medida de segurança imediatamente, estará negando ao acusado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Essa visão também já foi corroborada pelo próprio Superior Tribunal Militar, que já determinou por mais de uma vez a aplicação do contraditório nesses casos. Por outro lado, é importante notar que há vozes dissonantes na doutrina, como é o caso de Antonio Carlos da Ponte. Para provas de concurso, porém, recomendo que seja seguido o entendimento de Célio Lobão, ok!? - Doença mental superveniente Art 161. Se a doença mental sobrevier ao crime, o inquérito ou o processo ficará suspenso, se já iniciados, até que o indiciado ou acusado se restabeleça, sem prejuízo das diligências que possam ser prejudicadas com o adiamento. Este é o caso em que a inimputabilidade vem posteriormente ao cometimento do crime. Se houver perspectiva de que o acusado se reestabeleça, o processo deve ser suspenso. Há ainda a previsão de internação em manicômio judiciário ou estabelecimento congênere. Quando o acusado estiver reestabelecido o processo seguirá seu curso normal, sendo possível inclusive a reinquirição de testemunhas 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 28 e a repetição de diligências que tenham sido feito sem sua presença, quando esta for considerada necessária. Por fim, temos o art. 162, segundo o qual a verificação de insanidade mental deverá correr em autos apartados, que serão apensos ao processo principal sempre após a apresentação do laudo. 4. INCIDENTE DE FALSIDADE DE DOCUMENTO Este é o último incidente especificamente previsto pelo CPPM. Seu objetivo é verificar a autenticidade de documento que faça parte dos autos quando houver indícios de falsidade. A arguição pode se basear na falsidade ideal (relacionada ao conteúdo do documento) ou na falsidade material (relacionada à forma do documento). Além da possibilidade de arguição, obviamente é dever do magistrado desentranhar do processo, de ofício, documentos faltos. O procedimento é bastante simples: em primeiro lugar lembre-se de que a arguição pode ser feita oralmente (caso em que deverá ser reduzida a termo), e que o incidente deve correr em autos apartados. O juiz pode também sustar o andamento do processo, até a apuração da falsidade, se isso for imprescindível para a condenação ou absolvição do acusado. Se houver, porém, diligências que não dependam dessa apuração, elas podem ser realizadas normalmente. Uma vez arguida a falsidade, o juiz, se considerar necessário, tomará as seguintes medidas: a) mandará autuar em apartado a impugnação e, em seguida, ouvirá a parte contrária, que, no prazo de quarenta e oito horas, oferecerá a resposta; b) abrirá dilação probatória por três dias, dentro dos quais as partes aduzirão a prova de suas alegações; 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 28 c) conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias, decidindo a final; d) reconhecida a falsidade (a decisão é irrecorrível), mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público. Se o documento considerado falso tiver se originado de repartição ou órgão com sede em lugar sob jurisdição de outro juízo, nele se procederá à verificação da falsidade, salvo se esta for evidente, ou puder ser apurada por perícia no juízo do feito criminal. Chegamos ao fim da nossa aula de hoje. A seguir estão as questões sobre os assuntos tratados. Se tiver alguma dúvida, utilize o nosso fórum. Estou também disponível no e-mail e nas redes sociais! Grande abraço! Paulo Guimarães professorpauloguimaraes@gmail.com Não deixe de me seguir nas redes sociais! www.facebook.com/pauloguimaraesf @pauloguimaraesf @pauloguimaraesf (61) 9607-4477 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 28 5. QUESTÕES COMENTADAS 1. DPU ± Defensor Público ± 2010 ± Cespe. Considere que, em processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha alegado não possuir idade para o serviço militar, pois seu registro de nascimento é ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida deverá ser decidida no próprio processo, porquanto está ligada ao mérito da causa. COMENTÁRIOS: A questão prejudicial aqui é a falsidade ideológica da certidão de nascimento. Podemos concluir, portanto, que a questão diz respeito ao estado civil da pessoa, e por isso, entendendo que a alegação é séria e fundada em lei, o juiz colherá as provas inadiáveis e suspenderá o andamento do processo para aguardar a decisão do juízo cível. GABARITO: E 2. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Dentre as exceções opostas, a solução da exceção de incompetência do juízo deve preceder às demais. COMENTÁRIOS: A arguição de suspeição ou impedimento precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente, nos termos do art. 129 do CPPM. GABARITO: E 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 28 3. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Aceitando a arguição de sua suspeição, o juiz autuará em separado o requerimento e, havendo recurso da parte contrária, remeterá os autos ao STM. COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 132 do CPPM, uma vez tendo reconhecido a suspeição ou impedimento, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos autos o requerimento do recusante com os documentos que o instruam e, por despacho, se declarará suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto. GABARITO: E 4. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A exceção de suspeição ou impedimento do promotor será decidida em última instância pelo Procurador-Geral de Justiça Militar. COMENTÁRIOS: Não faz sentido o próprio MPM decidir se o Promotor é suspeito ou impedido, não é mesmo? O MPM não é órgão decisório! Essa decisão cabe ao próprio juiz, sem possibilidade de recurso, nos termos do art. 138 do CPPM. GABARITO: E 5. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A exceção de incompetência poderá ser oposta oralmente. COMENTÁRIOS: O art. 143 do CPPM determina que a exceção de incompetência pode ser oposta verbalmente ou por escrito, logo após a qualificação do acusado. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoriae exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 28 GABARITO: C 6. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Incidente de insanidade mental poderá ter por base exame de insanidade mental determinado na fase do inquérito pelo seu Encarregado. COMENTÁRIOS: É verdade! A perícia pode ser determinada pelo juiz ou pelo encarregado do IPM, nos termos do art. 156, §2º do CPPM. GABARITO: C 7. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Durante a realização do exame de insanidade mental, o processo ficará sustado para todos os efeitos. COMENTÁRIOS: O art. 158 do CPPM deixa bem claro que a determinação da perícia não tem o condão de sustar a prática de diligências que possam ficar prejudicadas com o adiamento, sustando o processo apenas no que se refere à produção de prova em que seja necessária a presença do acusado. GABARITO: E 8. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Arguida a falsidade de documento, o juiz determinará seu desentranhamento dos autos. COMENTÁRIOS: Não faz sentido o juiz determinar o desentranhamento apenas porque a falsidade do documento foi arguida, não é mesmo? O 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 28 desentranhamento obviamente só será determinado depois da decisão que reconhecer a falsidade, nos termos do art. 163 do CPPM. GABARITO: E 9. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Reconhecida a falsidade, o recurso inominado, se houver, subirá ao STM em autos apartados. COMENTÁRIOS: A decisão que reconhece a falsidade do documento é irrecorrível, de acordo com o art. 163, ³d´, do CPPM. GABARITO: E 10. DPU ± Defensor Público ± 2007 ± Cespe. Na esfera do direito processual penal militar, acolhida a arguição de coisa julgada, deverá o magistrado recorrer de ofício para o Superior Tribunal Militar. COMENTÁRIOS: Para que haja o recurso de ofício ao STM é necessária a conjugação de dois fatores: a exceção deve ter sido oposta pelo acusado, e a decisão do juiz deve ser no sentido de acolhê-la. Aí então haverá recurso de ofício, ou remessa necessária, nos termos do art. 154, parágrafo único, do CPPM. GABARITO: E 11. PM-MG ± Oficial da Polícia Militar ± 2011 ± FUMARC. Em se tratando de exceções interpostas no curso do processo penal militar, é CORRETO inferir que 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 28 a) a exceção de coisa julgada não atinge o fato, sendo limitada às pessoas envolvidas na demanda. b) a decretação do incidente de sanidade mental sustará o processo durante seu processamento, bem como o IPM, se ocorrida na fase inquisitorial, e a juntada do laudo determinará seu recomeço imediato, do ponto em que parou. c) a incompetência deve ser alegada pela parte, ainda quando o juiz a conheça, pois é possível sua prorrogação, para que não haja prejuízo à instrução processual. d) o Juiz sobre o qual foi alegada a suspeição, não a aceitando, de ofício reterá a exceção junto aos autos, em procedi- mento apartado, visando análise em recurso pela instância superior, caso ele seja suscitado pela parte condenada ou pelo Ministério Público. COMENTÁRIOS: A nossa resposta é a alternativa A, que invoca a regra do art. 155 do CPPM, segundo a qual a coisa julgada opera somente em relação às partes, não alcançando quem não foi parte no processo. A alternativa B está incorreta porque o incidente de insanidade mental não é suficiente para suspender o processo. Na realidade a decretação da perícia suspende o andamento do feito, mas apenas em relação à produção de prova em que seja indispensável a presença do acusado (art. 158). A alternativa C está incorreta porque quando o juiz reconhece sua incompetência ele deve declarar essa condição nos autos e remetê-los ao juízo competente, não sendo necessário que a incompetência seja arguida pela parte (art. 147). A alternativa D está incorreta porque, quando o juiz não reconhece a suspeição ou incompetência, continua julgando o feito. Acontece que nesse caso cabe recurso em autos apartados ao STM, TJM ou TJ, a depender do caso (art. 145). GABARITO: A 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 28 4. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1. DPU ± Defensor Público ± 2010 ± Cespe. Considere que, em processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha alegado não possuir idade para o serviço militar, pois seu registro de nascimento é ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida deverá ser decidida no próprio processo, porquanto está ligada ao mérito da causa. 2. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Dentre as exceções opostas, a solução da exceção de incompetência do juízo deve preceder às demais. 3. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Aceitando a arguição de sua suspeição, o juiz autuará em separado o requerimento e, havendo recurso da parte contrária, remeterá os autos ao STM. 4. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A exceção de suspeição ou impedimento do promotor será decidida em última instância pelo Procurador-Geral de Justiça Militar. 5. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A exceção de incompetência poderá ser oposta oralmente. 6. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Incidente de insanidade mental poderá ter por base exame de insanidade mental determinado na fase do inquérito pelo seu Encarregado. 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 28 7. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Durante a realização do exame de insanidade mental, o processo ficará sustado para todos os efeitos. 8. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Arguida a falsidade de documento, o juiz determinará seu desentranhamento dos autos. 9. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). Reconhecida a falsidade, o recurso inominado, se houver, subirá ao STM em autos apartados. 10. DPU ± Defensor Público ± 2007 ± Cespe. Na esfera do direito processual penal militar, acolhida a arguição de coisa julgada, deverá o magistrado recorrer de ofício para o Superior Tribunal Militar. 11. PM-MG ± Oficial da Polícia Militar ± 2011 ± FUMARC. Em se tratando de exceções interpostas no curso do processo penal militar, é CORRETO inferir que a) a exceção de coisa julgada não atinge o fato, sendo limitada às pessoas envolvidasna demanda. b) a decretação do incidente de sanidade mental sustará o processo durante seu processamento, bem como o IPM, se ocorrida na fase inquisitorial, e a juntada do laudo determinará seu recomeço imediato, do ponto em que parou. c) a incompetência deve ser alegada pela parte, ainda quando o juiz a conheça, pois é possível sua prorrogação, para que não haja prejuízo à instrução processual. d) o Juiz sobre o qual foi alegada a suspeição, não a aceitando, de ofício reterá a exceção junto aos autos, em procedi- mento apartado, visando 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira Direito Processual Penal Militar para PMDF Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 28 análise em recurso pela instância superior, caso ele seja suscitado pela parte condenada ou pelo Ministério Público. GABARITO 1. E 2. E 3. E 4. E 5. C 6. C 7. E 8. E 9. E 10. E 11. A 02214600124 02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira
Compartilhar