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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR 03

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Aula 03
Direito Processual Penal Militar p/ Oficial PMDF
Professor: Paulo Guimarães
02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira
Direito Processual Penal Militar para PMDF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 
 
 
Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 28 
AULA 03: Questões prejudiciais. Exceções. 
Incidente de insanidade mental do acusado. 
Incidente de falsidade de documento. 
 
Observação importante: este curso é protegido por direitos 
autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, 
atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá 
outras providências. 
 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e 
prejudicam os professores que elaboram o cursos. Valorize o 
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SUMÁRIO PÁGINA 
1. Questões prejudiciais 2 
2. Exceções 6 
3. Incidente de insanidade mental do acusado 15 
4. Incidente de falsidade de documento 19 
5. Questões comentadas 21 
6. Questões sem comentários 26 
 
 
Olá, caros amigos! 
 
Hoje continuaremos a estudar mais alguns dispositivos do 
Código de Processo Penal Militar. Sempre estudaremos com foco nos 
dispositivos legais, pois todas ou quase todas as questões da prova 
devem cobrar o que está no CPPM, ok!? - 
 
Bons estudos! 
 
 
02214600124
02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira
Direito Processual Penal Militar para PMDF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 
 
 
Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 28 
1. QUESTÕES PREJUDICIAIS 
 
Decisão prejudicial 
Art 122. Sempre que o julgamento da questão de mérito depender de 
decisão anterior de questão de direito material, a segunda será 
prejudicial da primeira. 
 
Questão prejudicial, como você já deve saber, é aquela que 
precisa ser decidida antes da principal, pois esta depende daquela. Na 
YHUGDGH�D�SDODYUD�³SUHMXGLFLDO´�VLJQLILFD�DSHQDV�³DQWHV�GR�MXt]R´��RX�VHMD��
essa questão deve ser resolvida antes de ser proferida a decisão principal. 
Uma diferenciação importante que deve ser feita é entre a 
questão prejudicial e a questão preliminar. A questão prejudicial está 
diretamente relacionada ao mérito, enquanto a questão preliminar, 
apesar de também precisar ser resolvida antes da principal, diz respeito 
apenas ao processo ou ao seu procedimento. 
 
 
A questão preliminar está diretamente relacionada ao 
mérito, ao direito material. 
 
Há uma série de classificações que a doutrina traz acerca das 
questões prejudiciais, que não interessam para nós agora. Aqui o 
importante é compreendermos os dispositivos do CPPM, certo!? 
Lembre-se ainda de que as questões prejudiciais podem ser 
arguidas ou reconhecidas de ofício, e que a autoridade competente pode 
tomar as medidas que estudaremos a seguir também de ofício. 
 
02214600124
02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira
Direito Processual Penal Militar para PMDF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 
 
 
Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 28 
Estado civil da pessoa 
Art. 123. Se a questão prejudicial versar sobre estado civil de 
pessoa envolvida no processo, o juiz: 
a) decidirá se a arguição é séria e se está fundada em lei; 
 
Alegação irrelevante 
b) se entender que a alegação é irrelevante ou que não tem 
fundamento legal, prosseguirá no feito; 
 
Alegação séria e fundada 
c) se reputar a alegação séria e fundada, colherá as provas 
inadiáveis e, em seguida, suspenderá o processo, até que, no juízo cível, 
seja a questão prejudicial dirimida por sentença transitada em julgado, 
sem prejuízo, entretanto, da inquirição de testemunhas e de outras 
provas que independam da solução no outro juízo. 
 
A primeira hipótese trazida pelo CPPM diz respeito à questão 
preliminar relacionada ao estado civil da pessoa. 
Em primeiro lugar o juiz decidirá se a questão é séria (se não 
é irrelevante, ou seja, se realmente não pode ser desconsiderada), e se 
está fundada em lei (a questão prejudicial diz respeito ao direito 
material, lembra!?). 
Se o juiz entender que a questão levantada é irrelevante ou 
que não tem fundamento, não haverá suspensão. Se considerar que os 
fundamentos estão presentes, colherá as provas inadiáveis e suspenderá 
o processo até que a questão prejudicial seja definitivamente resolvida 
pelo juízo cível. Perceba que a suspensão é obrigatória nesse caso, e que 
não há prazo específico fixado pelo CPPM. 
 
 
02214600124
02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira
Direito Processual Penal Militar para PMDF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães ± Aula 02 
 
 
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Suspensão do processo. Condições 
Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução, 
pelo juízo cível, de questão prejudicial que se não relacione com o estado 
civil das pessoas, desde que: 
a) tenha sido proposta ação civil para dirimi-la; 
b) seja ela de difícil solução; 
c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei civil limite. 
 
Prazo da suspensão 
Parágrafo único. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá 
ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. 
Expirado o prazo sem que o juiz do cível tenha proferido decisão, o juiz 
criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para 
resolver de fato e de direito toda a matéria da acusação ou da defesa. 
 
Agora estamos falando das questões prejudiciais que não 
dizem respeito ao estado civil das pessoas. 
Nesses casos o juiz poderá suspender o processo e aguardar a 
solução pelo juízo cível, desde que a prejudicial seja objeto de ação civil, 
seja de difícil solução e não envolva direito ou fato cuja prova seja 
limitada pela lei civil. 
Perceba que, por outro lado, aqui não há o requisito de que o 
juiz aguarde pelo trânsito em julgado. Na realidade a suspensão nesses 
casos não é obrigatória, e o próprio juiz é que determinará o prazo da 
suspensão, podendo prorroga-lo quando a demora não se der por culpa 
da parte. Se o prazo se esgotar e/ou não for prorrogado, o juiz fará 
prosseguir o processo. 
 
02214600124
02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira
Direito Processual Penal Militar para PMDF 
Teoria e exercícios comentados 
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Autoridades competentes 
Art. 125. A competência para resolver a questão prejudicial caberá: 
a) ao auditor, se arguida antes de instalado o Conselho de Justiça; 
b) ao Conselho de Justiça, em qualquer fase do processo, em 
primeira instância; 
c) ao relator do processo, no Superior Tribunal Militar, se arguida 
pelo procurador-geral ou pelo acusado; 
d) a esse Tribunal, se iniciado o julgamento. 
 
As questões prejudiciais arguidas antes da instalação do 
Conselho de Justiça, bem como aquelas levantadas no julgamento 
singular das Justiças Militares Estaduais, são resolvidas pelo próprio juiz 
auditor (ou juiz de direito do juízo militar, conforme o caso). 
Já as questões prejudiciais que surgirem no processo penal 
militar em primeira instância deverão ser resolvidas pelo Conselho de 
Justiça. Em segunda instância, as questões prejudiciais levantadas peloProcurador de Justiça ou pelo acusado deverão ser julgadas pelo Relator 
do processo no STM, TJM ou TJ, conforme o caso. Se já iniciado o 
julgamento na segunda instância, caberá ao próprio Tribunal resolve-las. 
 
Promoção de ação no juízo cível 
Art. 126. Ao juiz ou órgão a que competir a apreciação da questão 
prejudicial, caberá dirigir-se ao órgão competente do juízo cível, para a 
promoção da ação civil ou prosseguimento da que tiver sido iniciada, bem 
como de quaisquer outras providências que interessem ao julgamento do 
feito. 
 
Numa primeira leitura você poderia achar que esse dispositivo 
determina que caberia ao próprio juízo criminal promover a ação junto ao 
juízo cível, mas isso não faria o menor sentido. Na verdade o juízo 
02214600124
02214600124 - Agatha Aparecida Rodrigues Moreira
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criminal deve dirigir-se ao órgão competente para promover a ação civil, 
ou acompanhar a ação que já esteja em curso. 
Segundo Célio Lobão, esse órgão competente é a Defensoria 
Pública, apesar de haver quem discorde na Doutrina em razão do art. 92 
GR� &yGLJR� GH�3URFHVVR�3HQDO� FRPXP��VHJXQGR�R�TXDO� ³6H� IRU� FULme de 
ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação 
civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos 
LQWHUHVVDGRV´� 
 
A partir de agora estudaremos os incidentes (Título XII do 
CPPM), que têm como espécies as exceções, o incidente de sanidade 
mental do acusado, e o incidente de falsidade de documento. 
 
2. EXCEÇÕES 
 
2.1. Exceções em Geral 
 
Art. 128. Poderão ser opostas as exceções de: 
a) suspeição ou impedimento; 
b) incompetência de juízo; 
c) litispendência; 
d) coisa julgada. 
 
A exceção é uma espécie de defesa que busca apenas elidir a 
pretensão ou autor, ou mesmo postergar, transferir, dilatar o exercício 
dessa pretensão. Por isso chamamos essa via de defesa indireta, já que 
ela não tem por objetivo discutir diretamente a relação de direito material 
objeto da ação. 
A partir de agora estudaremos uma a uma as exceções 
previstas no Código de Processo Penal Militar. 
 
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2.2. Exceção de Suspeição e Exceção de Impedimento 
 
Precedência da arguição de suspeição 
Art. 129. A arguição de suspeição ou impedimento precederá a 
qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente. 
 
As causas de impedimento do juiz estão previstas no art. 37 
do CPPM, e os de suspeição no art. 38. Caso o juiz não se declare 
suspeito ou impedido de ofício, caberá à parte interpor a exceção, que 
deve preceder a qualquer outra, exceto quando seu fundamento for 
motivo superveniente, ou seja, motivo que surgiu depois do 
estabelecimento da relação processual. 
O juiz que se declarar impedido ou suspeito deve motivar o 
seu despacho (art. 130). Se for o caso de suspeição por motivo de foro 
íntimo, o juiz não precisará expor seus motivos a todos, podendo 
comunica-los em sigilo ao juiz corregedor. 
 
 
Se a suspeição do juiz for de natureza íntima, ele comunicará 
os motivos ao auditor corregedor, podendo fazê-lo sigilosamente. 
 
No Superior Tribunal Militar, o ministro que se julgar suspeito 
ou impedido deve declarar essa condição em sessão. Se ele for relator ou 
revisor de processo, a declaração será feita nos autos, e o feito será 
redistribuído (art. 135). 
Se o Procurador-Geral (ou o Procurador de Justiça que esteja 
oficiando no juízo militar, no caso dos estados) se der por suspeito ou 
impedido, delegará a sua função, no processo, ao seu substituto legal. 
 
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Recusa do juiz 
Art. 131. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, fa-
lo-á em petição assinada por ela própria ou seu representante legal, ou 
por procurador com poderes especiais, aduzindo as razões, 
acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas, que não 
poderão exceder a duas. 
 
Quando não houver essa declaração de ofício, a parte poderá 
opor a exceção de suspeição ou de impedimento por meio de petição 
assinada. O art. 131 autoriza ainda que a oposição seja feita pela própria 
parte ou por seu representante legal. 
Caso reconheça a suspeição, ou impedimento, o juiz sustará o 
andamento do processo, mandará juntar aos autos o requerimento da 
parte que opôs a exceção juntamente com os documentos que o 
acompanhem, e declarar-se-á suspeito ou impedido, ordenando que os 
autos sejam remetidos ao substituto (art. 132). 
Caso não reconheça a suspeição ou impedimento, o juiz 
mandará autuar o requerimento em separado, dará sua resposta no prazo 
de 3 dias, podendo inclusive oferecer testemunhas. O juiz então 
determinará a remessa dos autos em 24h ao STM ou ao Tribunal 
competente, a depender do caso (art. 133). O Tribunal então será 
competente para julgar definitivamente a exceção. 
O CPPM prevê ainda a possibilidade de a arguição ser 
considerada manifestamente improcedente. Nesse caso o juiz ou o relator 
deverá rejeita-la liminarmente. Se for reconhecida preliminarmente a 
relevância da arguição, o relator intimará as partes do dia e hora em que 
serão ouvidas as testemunhas. 
 
Nulidade dos atos praticados pelo juiz suspeito 
Art. 134. Julgada procedente a arguição de suspeição ou 
impedimento, ficarão nulos os atos do processo principal. 
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Embora o próprio CPPM reconheça que os atos praticados por 
juiz impedido são inexistentes (art. 37, parágrafo único), o art. 134 
determina que os atos praticados pelo juiz considerado suspeito ou 
impedido devem ser declarados nulos. Nesse caso há uma equiparação 
entre a suspeição e o impedimento, ao menos no que se refere às 
consequências práticas. 
 
Suspeição declarada de procurador, perito, intérprete ou auxiliar 
de justiça 
Art. 137. Os procuradores, os peritos, os intérpretes e os auxiliares 
da Justiça Militar poderão, motivadamente, dar-se por suspeitos ou 
impedidos, nos casos previstos neste Código; os primeiros e os últimos, 
antes da prática de qualquer ato no processo, e os peritos e intérpretes, 
logo que nomeados. O juiz apreciará de plano os motivos da suspeição ou 
impedimento; e, se os considerar em termos legais, providenciará 
imediatamente a substituição. 
 
O dispositivo menciona os procuradores, mas hoje os 
membros do MPM são chamados de promotores. Estes e os auxiliares da 
justiça podem dar-se por suspeitos ou impedidos antes da prática de 
qualquer ato do processo, enquanto os peritos devem fazê-lo logo que 
nomeados. 
Caberá então ao juiz analisar os motivos da suspeição ou 
impedimento e, se for o caso, providenciar a substituição desses 
profissionais. 
Caso sejaarguida a suspeição ou o impedimento de promotor 
de justiça (o CPPM fala em Procurador!), o juiz ouvirá o arguido e decidirá 
sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de 3 
dias. Não há, porém, previsão no CPPM para anulação dos atos praticados 
pelo membro do Ministério Público que seja considerado impedido ou 
suspeito, e nem previsão de suspensão do processo. 
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O CPPM menciona ainda a possibilidade de suspeição do 
encarregado do inquérito, mas proíbe que haja oposição da exceção de 
suspeição nesse caso. Por outro lado, há o dever posto ao encarregado de 
declarar-se suspeito quando ocorrer motivo previsto em lei para tal. 
 
 
O CPPM proíbe que haja oposição da exceção de suspeição 
contra o encarregado do inquérito. Por outro lado, há o dever posto ao 
encarregado de declarar-se suspeito quando ocorrer motivo previsto em 
lei para tal. 
 
 
2.3. Exceção de Incompetência 
 
Oposição da exceção de incompetência 
Art. 143. A exceção de incompetência poderá ser oposta 
verbalmente ou por escrito, logo após a qualificação do acusado. No 
primeiro caso, será tomada por termo nos autos. 
Declaração de incompetência de ofício 
Art. 147. Em qualquer fase do processo, se o juiz reconhecer a 
existência de causa que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos e os 
remeterá ao juízo competente. 
 
As regras acerca da distribuição da jurisdição dentro do 
próprio Poder Judiciário devem ser respeitadas pelo julgador. Isso 
significa que, se um juiz for incompetente para julgar determinada ação, 
deve declarar essa condição, ou seja, deve declinar da competência, 
remetendo o feito ao juízo competente. 
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Quando isso não ocorre, o acusado ou o Ministério Público 
podem opor a exceção de incompetência. Isso deve ocorrer logo após a 
qualificação do acusado. Além disso, a exceção pode ser oposta 
verbalmente ou por escrito, devendo no primeiro caso ser reduzida a 
termo. 
Quando se tratar de competência relativa, se a exceção não 
for oposta no momento adequado haverá a preclusão para a parte. Isso 
significa dizer que a partir desse momento o juiz passará a ser 
competente, mediante o fenômeno da prorrogação de competência. Se 
estivermos falando em competência absoluta, a alegação pode dar-se em 
qualquer fase do processo por meio de preliminar nas razões escritas, por 
meio de habeas corpus, etc. 
Uma vez oposta a exceção de incompetência, será dada vista 
dos autos à parte contrária, para que se manifeste no prazo de 48h. 
Interessante notar que nem sempre a parte contrária desejará contrapor-
se ao questionamento da competência do juízo, podendo inclusive 
reforçar os argumentos trazidos. 
Se a alegação for aceita, os autos serão remetidos ao juízo 
competente. Se for rejeitada, o juiz continuará presidindo o processo, 
mas há a possibilidade de ajuizamento de recurso dirigido ao Superior 
Tribunal Militar (no caso da União), Tribunal de Justiça Militar ou Tribunal 
de Justiça (no caso dos Estados). Se a exceção for rejeitada, portanto, 
não há previsão de suspensão do processo, mas o Tribunal competente 
poderá, ao dar provimento ao recurso, tornar nulos os atos praticados. 
 
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Alegação antes do oferecimento da denúncia. Recurso nos 
próprios autos 
Art. 146. O órgão do Ministério Público poderá alegar a 
incompetência do juízo, antes de oferecer a denúncia. A arguição será 
apreciada pelo auditor, em primeira instância; e, no Superior Tribunal 
Militar, pelo relator, em se tratando de processo originário. Em ambos os 
casos, se rejeitada a arguição, poderá, pelo órgão do Ministério Público, 
ser impetrado recurso, nos próprios autos, para aquele Tribunal. 
 
O Ministério Público pode alegar a incompetência do juízo 
antes mesmo de oferecer a denúncia. A arguição então será apreciada 
pelo juiz ou pelo relator (caso o processo corra originariamente no 
Tribunal). Se a alegação for rejeitada, o MP também pode interpor 
recurso dirigido ao STM, TJM ou TJ, nos mesmos termos que já 
estudamos. 
Uma vez tendo recebido o feito, o novo juízo pode se 
considerar competente, dando prosseguimento ao processo, ou pode 
suscitar conflito de competência negativo, caso não se considere 
competente. 
O novo juízo pode aproveitar os atos não decisórios praticados 
pelo juízo considerado incompetente, mas os atos decisórios precisam ser 
praticados novamente, pois são considerados nulos. Isso não se aplica, 
porém, ao recebimento da denúncia, que, embora tenha alguma carga 
decisória, não é considerado pelo STF como ato decisório (HC 88.262, 2ª 
Turma, rel Min Gilmar Mendes). 
 
 
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2.4. Exceção de Litispendência 
 
Litispendência, quando existe. Reconhecimento e processo 
Art. 148. Cada feito somente pode ser objeto de um processo. Se o 
auditor ou o Conselho de Justiça reconhecer que o litígio proposto a seu 
julgamento já pende de decisão em outro processo, na mesma Auditoria, 
mandará juntar os novos autos aos anteriores. Se o primeiro processo 
correr em outra Auditoria, para ela serão remetidos os novos autos, 
tendo-se, porém, em vista, a especialização da Auditoria e a categoria do 
Conselho de Justiça. 
 
Arguição de litispendência 
Art. 149. Qualquer das partes poderá arguir, por escrito, a 
existência de anterior processo sobre o mesmo feito. 
 
Os elementos da ação são as partes, o pedido e a causa de 
pedir. Uma vez que estes elementos existam numa determinada ação 
penal militar, não pode haver uma outra com exatamente os mesmos 
elementos. Quando isso acontece estamos diante do fenômeno da 
litispendência, decorrência do princípio do ne bis in idem. 
Se o juiz ou o Conselho de Justiça (ou o juiz singular, no caso 
da Justiça Militar Estadual) reconhecer que existe outro processo idêntico 
na mesma Auditoria, mandará juntar os novos autos aos que já estão 
tramitando. Se o processo mais antigo correr em outra Auditoria, os 
novos autos serão a ela remetidos. 
Por outro lado, se o juízo responsável pela ação falhar em 
verificar que já existe uma outra com os mesmos elementos, terá lugar a 
exceção de litispendência, que pode ser arguida por qualquer das 
partes, por escrito. 
Se a parte que opôs a exceção não tiver condições de 
apresentar provas da alegação, o juiz poderá conceder prazo para que o 
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faça, podendo também neste caso decretar a suspensão do curso do 
processo. 
Em seguida o juiz ouvirá a parte contrária e decidirá de plano. 
Dessa decisão não cabe recurso. 
 
 
Da decisão da exceção de litispendência não cabe recurso. 
 
2.5. Exceção de Coisa Julgada 
 
Existência de coisa julgada. Arquivamento de denúncia 
Art. 153. Se o juiz reconhecer que o feito sob seu julgamento já foi, 
quanto ao fato principal, definitivamente julgado por sentença irrecorrível, 
mandará arquivar a nova denúncia, declarando a razão por que o faz. 
 
Arguição de coisa julgada 
Art. 154. Qualquer das partes poderá arguir, por escrito, a 
existência de anterior sentença passada em julgado, juntando-lhe 
certidão. 
 
Neste caso também temos uma coincidência em relação aos 
elementos de duas ações, só que o julgamento da mais antiga já foi 
concluído, ou seja, a decisão já transitou em julgado. 
Neste caso, se o juiz reconhecer a pendência em relação à 
coisa julgada, deverá ele arquivar a nova denúncia, declarando suas 
razões. Diante da falta da atuação de ofício pelo juiz, qualquer das partes 
pode arguir a existência de decisão anterior transitada em julgado, desde 
que o faça por escrito. 
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Se a exceção for oposta pelo acusado, o juiz ouvirá o 
Ministério Público e decidirá de plano. Aí então se o juiz reconhecer a 
coisa julgada, haverá remessa necessária (na realidade o CPPM chama de 
recurso de ofício) para o STM, TJM ou TJ, a depender da esfera de 
julgamento. 
O CPPM determina ainda que a coisa julgada opera somente 
em relação às partes, não alcançando quem não foi parte no processo. Se 
fosse de outro modo, não haveria identidade em relação às partes do 
processo, e por isso não haveria litispendência, não é mesmo!? - 
 
3. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO 
 
Dúvida a respeito de imputabilidade 
Art. 156. Quando, em virtude de doença ou deficiência mental, 
houver dúvida a respeito da imputabilidade penal do acusado, será êle 
submetido a perícia médica. 
 
A constatação da inimputabilidade no Código Penal Militar 
segue o critério biopsicológico, e por isso a insanidade mental do acusado, 
quando houver supressão de entendimento, pode impossibilitar a 
aplicação da pena ou a aplicação de medida de segurança. 
Por essa razão, sempre que houver indícios de que o acusado 
não se encontra no total gozo de suas faculdades mentais, é cabível o 
incidente de insanidade mental. 
No processamento do incidente a perícia poderá ser ordenada 
pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, 
do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do 
acusado, em qualquer fase do processo. É possível ainda que a perícia 
seja ordenada ainda na fase de inquérito, por iniciativa do encarregado ou 
em atenção a requerimento das pessoas mencionadas. 
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No âmbito do incidente de insanidade mental do 
acusado, é possível que a perícia seja ordenada em qualquer fase do 
processo ou mesmo na fase do inquérito policial militar, por iniciativa do 
seu encarregado ou em atenção a requerimento do Ministério Público, do 
defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão 
do acusado. 
 
Internação para a perícia 
Art. 157. Para efeito da perícia, o acusado, se estiver preso, será 
internado em manicômio judiciário, onde houver; ou, se estiver solto e o 
requererem os peritos, em estabelecimento adequado, que o juiz 
designará. 
 
Desde 1984 não se utiliza mais no Brasil a nomenclatura 
manicômio judiciário. O que existe hoje são hospitais de custódia e 
tratamento psiquiátrico. Infelizmente, apesar da mudança de nome, esses 
lugares não mudaram tanto assim, desde então, sendo ainda em sua 
grande maioria ambientes altamente insalubres, onde pessoas são 
verdadeiramente esquecidas num triste regime fechado. 
O laudo pericial deve ser apresentado em 45 dias, podendo 
esse prazo ser prorrogado por decisão do juiz, se os peritos 
demonstrarem a necessidade da medida. 
Os quesitos são, em regra, formulados pelas partes, devendo 
o Ministério Público formular primeiramente os seus e mostra-los à 
defesa, que só então formulará os seus. Além desses quesitos, alguns 
devem ser obrigatoriamente respondidos pelos peritos: 
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a) se o indiciado, ou acusado, sofre de doença mental, de 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado; 
b) se no momento da ação ou omissão, o indiciado, ou 
acusado, se achava em algum dos estados referidos na alínea anterior; 
c) se, em virtude das circunstâncias referidas nas alíneas 
antecedentes, possuía o indiciado, ou acusado, capacidade de entender o 
caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse 
entendimento; 
d) se a doença ou deficiência mental do indiciado, ou acusado, 
não lhe suprimindo, diminuiu-lhe, entretanto, consideravelmente, a 
capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de 
autodeterminação, quando o praticou. 
Lembre-se ainda de que também é inimputável o agente que 
comete o ato típico em razão de embriaguez completa decorrente de caso 
fortuito ou força maior quando era, ao tempo da ação ou omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
No caso de embriaguez decorrente de caso fortuito ou força 
maior, serão formulados quesitos congêneres, pertinentes ao caso. 
 
Inimputabilidade. Nomeação de curador. Medida de segurança 
Art. 160. Se os peritos concluírem pela inimputabilidade penal do 
acusado, nos termos do art. 48 (preâmbulo) do Código Penal Militar, o 
juiz, desde que concorde com a conclusão do laudo, nomear-lhe-á 
curador e lhe declarará, por sentença, a inimputabilidade, com aplicação 
da medida de segurança correspondente. 
 
Inimputabilidade relativa. Prosseguimento do inquérito ou de 
processo. Medida de segurança 
Parágrafo único. Concluindo os peritos pela inimputabilidade 
relativa do indiciado, ou acusado, nos termos do parágrafo único do artigo 
48 do Código Penal Militar, o inquérito ou o processo prosseguirá, com a 
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presença de defensor neste último caso. Sendo condenatória a sentença, 
será aplicada a medida de segurança prevista no art. 113 do mesmo 
Código. 
 
Caso conclua pela inimputabilidade penal do acusado, 
concordando com a conclusão do laudo, o juiz declarará essa condição e 
nomeará um curador, aplicando a medida de segurança adequada. Esse 
curador, como regra, será o próprioadvogado, mas pode ser outra pessoa 
capaz e diligente (art. 72 do CPPM). 
O art. 160, segundo Célio Lobão, não foi inteiramente 
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, pois, se o juiz aplicar a 
medida de segurança imediatamente, estará negando ao acusado o 
direito ao contraditório e à ampla defesa. Essa visão também já foi 
corroborada pelo próprio Superior Tribunal Militar, que já determinou por 
mais de uma vez a aplicação do contraditório nesses casos. 
Por outro lado, é importante notar que há vozes dissonantes 
na doutrina, como é o caso de Antonio Carlos da Ponte. Para provas de 
concurso, porém, recomendo que seja seguido o entendimento de Célio 
Lobão, ok!? - 
 
Doença mental superveniente 
Art 161. Se a doença mental sobrevier ao crime, o inquérito ou o 
processo ficará suspenso, se já iniciados, até que o indiciado ou acusado 
se restabeleça, sem prejuízo das diligências que possam ser prejudicadas 
com o adiamento. 
 
Este é o caso em que a inimputabilidade vem posteriormente 
ao cometimento do crime. Se houver perspectiva de que o acusado se 
reestabeleça, o processo deve ser suspenso. Há ainda a previsão de 
internação em manicômio judiciário ou estabelecimento congênere. 
Quando o acusado estiver reestabelecido o processo seguirá 
seu curso normal, sendo possível inclusive a reinquirição de testemunhas 
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e a repetição de diligências que tenham sido feito sem sua presença, 
quando esta for considerada necessária. 
 
Por fim, temos o art. 162, segundo o qual a verificação de 
insanidade mental deverá correr em autos apartados, que serão apensos 
ao processo principal sempre após a apresentação do laudo. 
 
4. INCIDENTE DE FALSIDADE DE DOCUMENTO 
 
Este é o último incidente especificamente previsto pelo CPPM. 
Seu objetivo é verificar a autenticidade de documento que faça parte dos 
autos quando houver indícios de falsidade. A arguição pode se basear na 
falsidade ideal (relacionada ao conteúdo do documento) ou na 
falsidade material (relacionada à forma do documento). Além da 
possibilidade de arguição, obviamente é dever do magistrado 
desentranhar do processo, de ofício, documentos faltos. 
O procedimento é bastante simples: em primeiro lugar 
lembre-se de que a arguição pode ser feita oralmente (caso em que 
deverá ser reduzida a termo), e que o incidente deve correr em autos 
apartados. 
O juiz pode também sustar o andamento do processo, até 
a apuração da falsidade, se isso for imprescindível para a condenação ou 
absolvição do acusado. Se houver, porém, diligências que não dependam 
dessa apuração, elas podem ser realizadas normalmente. 
Uma vez arguida a falsidade, o juiz, se considerar necessário, 
tomará as seguintes medidas: 
a) mandará autuar em apartado a impugnação e, em seguida, 
ouvirá a parte contrária, que, no prazo de quarenta e oito horas, 
oferecerá a resposta; 
b) abrirá dilação probatória por três dias, dentro dos quais as 
partes aduzirão a prova de suas alegações; 
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c) conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que 
entender necessárias, decidindo a final; 
d) reconhecida a falsidade (a decisão é irrecorrível), mandará 
desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo 
incidente, ao Ministério Público. 
Se o documento considerado falso tiver se originado de 
repartição ou órgão com sede em lugar sob jurisdição de outro juízo, nele 
se procederá à verificação da falsidade, salvo se esta for evidente, ou 
puder ser apurada por perícia no juízo do feito criminal. 
 
 
 
Chegamos ao fim da nossa aula de hoje. A seguir estão as 
questões sobre os assuntos tratados. Se tiver alguma dúvida, utilize o 
nosso fórum. Estou também disponível no e-mail e nas redes sociais! 
 
Grande abraço! 
 
Paulo Guimarães 
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5. QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. DPU ± Defensor Público ± 2010 ± Cespe. Considere que, em 
processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha alegado não 
possuir idade para o serviço militar, pois seu registro de nascimento é 
ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida 
deverá ser decidida no próprio processo, porquanto está ligada ao mérito 
da causa. 
 
COMENTÁRIOS: A questão prejudicial aqui é a falsidade ideológica da 
certidão de nascimento. Podemos concluir, portanto, que a questão diz 
respeito ao estado civil da pessoa, e por isso, entendendo que a alegação 
é séria e fundada em lei, o juiz colherá as provas inadiáveis e suspenderá 
o andamento do processo para aguardar a decisão do juízo cível. 
 
GABARITO: E 
 
 
2. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Dentre as exceções opostas, a solução da exceção de incompetência do 
juízo deve preceder às demais. 
 
COMENTÁRIOS: A arguição de suspeição ou impedimento precederá a 
qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente, nos 
termos do art. 129 do CPPM. 
 
GABARITO: E 
 
 
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3. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Aceitando a arguição de sua suspeição, o juiz autuará em separado o 
requerimento e, havendo recurso da parte contrária, remeterá os autos 
ao STM. 
 
COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 132 do CPPM, uma vez tendo 
reconhecido a suspeição ou impedimento, o juiz sustará a marcha do 
processo, mandará juntar aos autos o requerimento do recusante com os 
documentos que o instruam e, por despacho, se declarará suspeito, 
ordenando a remessa dos autos ao substituto. 
 
GABARITO: E 
 
 
4. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A 
exceção de suspeição ou impedimento do promotor será decidida em 
última instância pelo Procurador-Geral de Justiça Militar. 
 
COMENTÁRIOS: Não faz sentido o próprio MPM decidir se o Promotor é 
suspeito ou impedido, não é mesmo? O MPM não é órgão decisório! Essa 
decisão cabe ao próprio juiz, sem possibilidade de recurso, nos termos do 
art. 138 do CPPM. 
 
GABARITO: E 
 
 
5. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A 
exceção de incompetência poderá ser oposta oralmente. 
 
COMENTÁRIOS: O art. 143 do CPPM determina que a exceção de 
incompetência pode ser oposta verbalmente ou por escrito, logo após a 
qualificação do acusado. 
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GABARITO: C 
 
 
6. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Incidente de insanidade mental poderá ter por base exame de insanidade 
mental determinado na fase do inquérito pelo seu Encarregado. 
 
COMENTÁRIOS: É verdade! A perícia pode ser determinada pelo juiz ou 
pelo encarregado do IPM, nos termos do art. 156, §2º do CPPM. 
 
GABARITO: C 
 
 
7. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Durante a realização do exame de insanidade mental, o processo ficará 
sustado para todos os efeitos. 
 
COMENTÁRIOS: O art. 158 do CPPM deixa bem claro que a 
determinação da perícia não tem o condão de sustar a prática de 
diligências que possam ficar prejudicadas com o adiamento, sustando o 
processo apenas no que se refere à produção de prova em que seja 
necessária a presença do acusado. 
 
GABARITO: E 
 
 
8. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Arguida a falsidade de documento, o juiz determinará seu 
desentranhamento dos autos. 
 
COMENTÁRIOS: Não faz sentido o juiz determinar o desentranhamento 
apenas porque a falsidade do documento foi arguida, não é mesmo? O 
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desentranhamento obviamente só será determinado depois da decisão 
que reconhecer a falsidade, nos termos do art. 163 do CPPM. 
 
GABARITO: E 
 
 
9. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Reconhecida a falsidade, o recurso inominado, se houver, subirá ao STM 
em autos apartados. 
 
COMENTÁRIOS: A decisão que reconhece a falsidade do documento é 
irrecorrível, de acordo com o art. 163, ³d´, do CPPM. 
 
GABARITO: E 
 
 
10. DPU ± Defensor Público ± 2007 ± Cespe. Na esfera do direito 
processual penal militar, acolhida a arguição de coisa julgada, deverá o 
magistrado recorrer de ofício para o Superior Tribunal Militar. 
 
COMENTÁRIOS: Para que haja o recurso de ofício ao STM é necessária a 
conjugação de dois fatores: a exceção deve ter sido oposta pelo acusado, 
e a decisão do juiz deve ser no sentido de acolhê-la. Aí então haverá 
recurso de ofício, ou remessa necessária, nos termos do art. 154, 
parágrafo único, do CPPM. 
 
GABARITO: E 
 
 
11. PM-MG ± Oficial da Polícia Militar ± 2011 ± FUMARC. Em se 
tratando de exceções interpostas no curso do processo penal militar, é 
CORRETO inferir que 
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a) a exceção de coisa julgada não atinge o fato, sendo limitada às 
pessoas envolvidas na demanda. 
b) a decretação do incidente de sanidade mental sustará o processo 
durante seu processamento, bem como o IPM, se ocorrida na fase 
inquisitorial, e a juntada do laudo determinará seu recomeço imediato, do 
ponto em que parou. 
c) a incompetência deve ser alegada pela parte, ainda quando o juiz a 
conheça, pois é possível sua prorrogação, para que não haja prejuízo à 
instrução processual. 
d) o Juiz sobre o qual foi alegada a suspeição, não a aceitando, de ofício 
reterá a exceção junto aos autos, em procedi- mento apartado, visando 
análise em recurso pela instância superior, caso ele seja suscitado pela 
parte condenada ou pelo Ministério Público. 
 
COMENTÁRIOS: A nossa resposta é a alternativa A, que invoca a regra 
do art. 155 do CPPM, segundo a qual a coisa julgada opera somente em 
relação às partes, não alcançando quem não foi parte no processo. A 
alternativa B está incorreta porque o incidente de insanidade mental não 
é suficiente para suspender o processo. Na realidade a decretação da 
perícia suspende o andamento do feito, mas apenas em relação à 
produção de prova em que seja indispensável a presença do acusado (art. 
158). A alternativa C está incorreta porque quando o juiz reconhece sua 
incompetência ele deve declarar essa condição nos autos e remetê-los ao 
juízo competente, não sendo necessário que a incompetência seja arguida 
pela parte (art. 147). A alternativa D está incorreta porque, quando o juiz 
não reconhece a suspeição ou incompetência, continua julgando o feito. 
Acontece que nesse caso cabe recurso em autos apartados ao STM, TJM 
ou TJ, a depender do caso (art. 145). 
 
GABARITO: A 
 
 
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4. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
 
1. DPU ± Defensor Público ± 2010 ± Cespe. Considere que, em 
processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha alegado não 
possuir idade para o serviço militar, pois seu registro de nascimento é 
ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida 
deverá ser decidida no próprio processo, porquanto está ligada ao mérito 
da causa. 
 
2. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Dentre as exceções opostas, a solução da exceção de incompetência do 
juízo deve preceder às demais. 
 
3. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Aceitando a arguição de sua suspeição, o juiz autuará em separado o 
requerimento e, havendo recurso da parte contrária, remeterá os autos 
ao STM. 
 
4. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A 
exceção de suspeição ou impedimento do promotor será decidida em 
última instância pelo Procurador-Geral de Justiça Militar. 
 
5. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). A 
exceção de incompetência poderá ser oposta oralmente. 
 
6. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Incidente de insanidade mental poderá ter por base exame de insanidade 
mental determinado na fase do inquérito pelo seu Encarregado. 
 
 
 
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7. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Durante a realização do exame de insanidade mental, o processo ficará 
sustado para todos os efeitos. 
 
8. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Arguida a falsidade de documento, o juiz determinará seu 
desentranhamento dos autos. 
 
9. MPM ± Promotor de Justiça Militar ± 2013 ± MPM (adaptada). 
Reconhecida a falsidade, o recurso inominado, se houver, subirá ao STM 
em autos apartados. 
 
10. DPU ± Defensor Público ± 2007 ± Cespe. Na esfera do direito 
processual penal militar, acolhida a arguição de coisa julgada, deverá o 
magistrado recorrer de ofício para o Superior Tribunal Militar. 
 
11. PM-MG ± Oficial da Polícia Militar ± 2011 ± FUMARC. Em se 
tratando de exceções interpostas no curso do processo penal militar, é 
CORRETO inferir que 
 
a) a exceção de coisa julgada não atinge o fato, sendo limitada às 
pessoas envolvidasna demanda. 
b) a decretação do incidente de sanidade mental sustará o processo 
durante seu processamento, bem como o IPM, se ocorrida na fase 
inquisitorial, e a juntada do laudo determinará seu recomeço imediato, do 
ponto em que parou. 
c) a incompetência deve ser alegada pela parte, ainda quando o juiz a 
conheça, pois é possível sua prorrogação, para que não haja prejuízo à 
instrução processual. 
d) o Juiz sobre o qual foi alegada a suspeição, não a aceitando, de ofício 
reterá a exceção junto aos autos, em procedi- mento apartado, visando 
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análise em recurso pela instância superior, caso ele seja suscitado pela 
parte condenada ou pelo Ministério Público. 
 
 
 
 
 GABARITO 
1. E 
2. E 
3. E 
4. E 
5. C 
6. C 
7. E 
8. E 
9. E 
10. E 
11. A 
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