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Aulas de Direito Constitucional 
 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
PONTOS DO LIVRO “AULAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
PARA CONCURSOS” QUE FORAM MODIFICADOS OU 
ACRESCENTADOS NA 2ª EDIÇÃO DA OBRA, ESPECIALMENTE 
EM VIRTUDE DE ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS OU 
JURISPRUDENCIAIS OCORRIDAS DESDE A 1ª EDIÇÃO. 
OS TEXTOS EM VERMELHO REPRESENTAM SUPRESSÕES E 
OS TEXTOS EM VERDE CORRESPONDEM A INCLUSÕES. OS 
TEXTOS EM AZUL SÃO DESTAQUES PRESENTES NO 
PRÓPRIO LIVRO. 
OS TEXTOS EM FONTE PRETA NÃO SOFRERAM ALTERAÇÃO 
E SERVEM APENAS PARA FACILITAR A LOCALIZAÇÃO DOS 
TRECHOS MODIFICADOS, ACRESCENTADOS OU 
SUPRIMIDOS. 
 
CAPÍTULO 1 – CONSTITUIÇÃO E DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
1) No item 4.10 (pág. 27) 
Empregando toda a terminologia por nós estudada, podemos classificar a nossa 
Constituição Federal de 1988 como: democrática, escrita, codificada, dogmática, eclética, 
formal, rígida, normativa, analítica, dirigente, social, expansiva, principiológica e plástica – 
além de se enquadrar perfeitamente na denominação de Constituição ideal, concebida por J. 
J. Canotilho (já que é escrita, assegura direitos fundamentais individuais, adota o sistema 
democrático e prevê o princípio da separação de Poderes). 
É importante que você consiga diferenciar, ainda, as características da Constituição 
brasileira de 1988 (prolixa, analítica, dirigente e social) daquelas da Constituição dos Estados 
Unidos (sintética, negativa e liberal). Por outro lado, ambas são escritas e rígidas. 
Devemos conhecer, também, as principais características da Constituição inglesa. Trata-
se de uma Constituição não escrita, histórica e consuetudinária. 
Sobre o tema, veja esta questão da Esaf, da prova de Auditor-Fiscal da Receita Federal do 
Brasil de 2012: 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é do tipo histórica, rígida, outorgada e a dos Estados 
Unidos rígida, sintética. 
A Constituição Federal de 1988 não é histórica (é dogmática), tampouco outorgada (é democrática). A dos 
Estados Unidos realmente é rígida e sintética. Assertiva errada. 
 
CAPÍTULO 7 – DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
1) No item 3 (pág. 197) 
                                    Aulas de Direito Constitucional 
 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
(...) 
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, 
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
A extradição é o ato de entrega de um indivíduo a outro país, no qual praticou um crime, 
para que lá seja julgado. Existem dois tipos de extradição: 
a) ativa: requerida pelo Brasil a outros países; 
b) passiva: é a que outros Estados requerem ao Brasil. 
Em direito constitucional, nós cuidamos da extradição passiva, que é a modalidade a que 
se referem os dispositivos da Constituição Federal, ora em estudo. 
 Observe que a Constituição estabelece uma hierarquia entre brasileiro nato, naturalizado e 
estrangeiro, no que diz respeito à proteção contra a extradição passiva. Objetivamente, para 
acertar as questões de concursos, você precisa saber que: 
 
A extradição é o ato de entrega de um indivíduo a outro país, no qual praticou um crime, 
para que lá seja julgado. Observe que a Constituição estabelece uma hierarquia entre brasileiro 
nato, naturalizado e estrangeiro no que diz respeito à proteção contra extradição. Objetivamente, 
para acertar as questões de concursos, você precisa saber que: 
a)  o brasileiro nato não será extraditado em nenhuma circunstância; 
b)  o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado apenas nos casos de: 
  b.1. crime comum cometido antes da naturalização; 
  b.2. comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas; 
c)  os estrangeiros poderão ser extraditados pela prática de crimes diversos, mas não em razão de 
crimes políticos e de opinião. 
 
Segundo o STF, o crime de terrorismo não se inclui entre os crimes políticos para fins de 
vedação à extradição de estrangeiro, uma vez que a Constituição consagra o repúdio ao 
terrorismo como princípio fundamental. Assim, se ainda estivesse vivo e fosse encontrado em 
solo brasileiro, Bin Laden não poderia alegar ter cometido crime político a fim de escapar da 
extradição para os Estados Unidos da América. 
 
Dois detalhes precisam ser destacados. Caso haja possibilidade de o país solicitante 
condenar o extraditado a: 
a) pena de morte (salvo na hipótese de guerra declarada): a extradição só ocorrerá mediante 
compromisso de que a penalidade seja comutada por pena privativa de liberdade; 
b) prisão perpétua: a extradição fica condicionada à redução da pena ao limite máximo de 
prisão admitido no Brasil (30 anos). 
 
Competência para extradição – Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o pedido 
de extradição (CF, art. 102, I, “g”). Julgado o pedido pelo STF, cabe ao Presidente da 
República, na condição de chefe de Estado, entregar o extraditando ao Estado requerente. 
Indaga-se: caso o STF autorize a extradição, por entender preenchidos os requisitos para 
tanto, o Presidente da República estará obrigado a entregar o extraditando ao Estado requerente, 
ou ele dispõe de discricionariedade? 
O Presidente da República não está vinculado à decisão do STF que autoriza a 
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 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
extradição, vale dizer, ele poderá entregar, ou não, o extraditando ao Estado requerente. O 
Presidente da República só se vincula à decisão do STF que indefere o pedido de extradição 
(isto é, se o STF indeferir o pedido de extradição, por reconhecer irregularidade no processo, o 
Presidente da República não poderá entregar o estrangeiro ao Estado requerente). 
Veja como a Esaf cobrou esse assunto no concurso para ATRFB de 2009: 
Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes ou 
depois da naturalização. 
Nos termos da Constituição Federal (art. 5.°, LI), a extradição de brasileiro naturalizado só poderá ocorrer: (i) 
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização (depois não); ou (ii) em caso de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Assertiva errada. 
A Esaf novamente abordou esse tema na prova de Analista de Finanças e Controle da CGU 
(2012): 
As restrições constitucionais e legais pátrias incidem sobre os pedidos de extradição ativa, que consiste naqueles 
requeridos por Estados soberanos à República Federativa do Brasil. 
Extradição ativa é aquela requerida pelo Brasil a outros Estados. Quando um Estado soberano requer ao Brasil 
a entrega de um indivíduo, temos a extradição passiva, que é a espécie tratada no texto constitucional. 
Assertiva errada. 
(...) 
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
Trata-se do chamado princípio da presunção da inocência, de que decorre a máxima in 
dubio pro reo (havendo dúvida, adota-se a solução mais favorável ao réu). 
Em matéria criminal, empate na votação beneficia o réu – Por força do postulado da 
presunção da inocência, temos que, no julgamento de matéria criminal pelos tribunais do Poder 
Judiciário, havendo empate na votação, a decisãobeneficiará o réu, que restará absolvido . 
 
2) No item 4.1 (pág. 235) 
(...) 
XXXIV  –  igualdade  de  direitos  entre  o  trabalhador  com  vínculo  empregatício 
permanente e o trabalhador avulso. 
Parágrafo  único.  São  assegurados  à  categoria  dos  trabalhadores  domésticos  os 
direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a 
sua integração à previdência social. 
 
Parágrafo  único.  São  assegurados  à  categoria  dos  trabalhadores  domésticos  os 
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, 
XXIV,  XXVI,  XXX,  XXXI  e  XXXIII  e,  atendidas  as  condições  estabelecidas  em  lei  e 
observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e 
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos 
nos  incisos  I,  II,  III,  IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua  integração à previdência 
social. 
Art. 8.º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
(...) 
 
Vejamos, agora, como a provas tratam esses incisos. Observe que as questões que versam 
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 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
sobre  direitos  sociais,  geralmente,  limitam‐se  a  cobrar  o  conhecimento  da  literalidade  dos 
dispositivos constitucionais, em especial os incisos do art. 7.° da CF/1988. 
 
Vejamos,  agora,  como  as  provas  tratam  esses  incisos.  Observe  que  as  questões  que 
versam sobre direitos sociais, geralmente, limitam‐se a cobrar o conhecimento da literalidade 
dos dispositivos constitucionais, em especial os incisos do art. 7.° da CF/1988. 
 
1) FCC, Analista Judiciário do TRT9 (PR), 2010: 
Sobre os direitos sociais, ao trabalhador doméstico é assegurado o direito de gozo de férias anuais 
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. 
As férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário 
normal constituem direito social dos trabalhadores urbanos e rurais estendido aos 
trabalhadores domésticos (CF, art. 7.°, XVII, e parágrafo único). Assertiva certa. 
Com a promulgação da Constituição Federal, em 5/10/1988,  foram conferidos ao 
trabalhador doméstico os  seguintes direitos  sociais  (CF,  art. 7º, parágrafo único, 
em sua redação originária): 
• salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a 
suas  necessidades  vitais  básicas  e  às  de  sua  família  com  moradia, 
alimentação,  educação,  saúde,  lazer,  vestuário,  higiene,  transporte  e 
previdência  social,  com  reajustes  periódicos  que  lhe  preservem  o  poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
• irredutibilidade  do  salário,  salvo  o  disposto  em  convenção  ou  acordo 
coletivo; 
• décimo terceiro salário com base na remuneração  integral ou no valor da 
aposentadoria; 
• repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
• gozo de  férias anuais remuneradas com, pelo menos, um  terço a mais do 
que o salário normal; 
• licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração 
de cento e vinte dias; 
• licença‐paternidade, nos termos fixados em lei; 
• aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta 
dias, nos termos da lei; 
• aposentadoria; 
• integração à previdência social. 
Posteriormente, em  abril de 2013, os direitos  sociais do  trabalhador doméstico 
foram significativamente ampliados pela EC 72/2013, a qual deu nova redação ao 
parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal, que passou a ser a seguinte: 
 
Parágrafo  único.  São  assegurados  à  categoria  dos  trabalhadores 
domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, 
XVI,  XVII,  XVIII,  XIX,  XXI,  XXII,  XXIV,  XXVI,  XXX,  XXXI  e  XXXIII  e, 
atendidas  as  condições  estabelecidas  em  lei  e  observada  a 
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e 
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, 
os previstos nos  incisos  I,  II,  III,  IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua 
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 e Frederico Dias 
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integração à previdência social. 
 
Como se vê, a EC 72/2013 acrescentou ao rol dos direitos que foram originalmente 
assegurados pela Constituição de 1988 ao  trabalhador doméstico diversos outros 
direitos, enumerados em grande parte dos incisos do art. 7º da Carta Política.  
Entretanto, ao efetivar esse acréscimo, a EC 72/2013 classificou os novos direitos, 
por  ela  reconhecidos  ao  doméstico,  em  dois  grupos,  a  saber:  (a)  direitos  de 
exercício  imediato  (eficácia  plena)  e  (b)  direitos  de  exercício  diferido  (eficácia 
limitada),  dependente  do  atendimento  de  condições  estabelecidas  em  lei,  bem 
como da observância à  simplificação do cumprimento das obrigações  tributárias, 
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades.  
Foram  os  seguintes  os  direitos  reconhecidos  ao  trabalhador  doméstico  pela  EC 
72/2013: 
a) de exercício imediato: 
• garantia  de  salário,  nunca  inferior  ao  mínimo,  para  os  que  percebem 
remuneração variável; 
• proteção  do  salário  na  forma  da  lei,  constituindo  crime  sua  retenção 
dolosa; 
• duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro  semanais,  facultada  a  compensação  de  horários  e  a  redução  da 
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
• remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta 
por cento à do normal; 
• redução dos  riscos  inerentes ao  trabalho, por meio de normas de  saúde, 
higiene e segurança; 
• reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 
• proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
• proibição  de  qualquer  discriminação  no  tocante  a  salário  e  critérios  de 
admissão do trabalhador portador de deficiência; 
• proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito 
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de 
aprendiz, a partir de quatorze anos. 
 
b) de exercício diferido, condicionado ao atendimento de condições estabelecidas 
em  lei,  e  observada  a  simplificação  do  cumprimento  das  obrigações  tributárias, 
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades: 
• relação  de  emprego  protegida  contra  despedida  arbitrária  ou  sem  justa 
causa,  nos  termos  de  lei  complementar,  que  preverá  indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
• seguro‐desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
• fundo de garantia do tempo de serviço; 
• remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
• salário‐família  pago  em  razão  do  dependente  do  trabalhador  de  baixa 
                                    Aulas de Direito Constitucional 
 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
renda nos termos da lei; 
• assistência  gratuita  aos  filhos  e  dependentes  desde  o  nascimento  até  5 
(cinco) anos de idade em creches e pré‐escolas; 
• seguro contra acidentes de trabalho,a cargo do empregador, sem excluir a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
 
Optamos  por  apresentar  os  direitos  constitucionalmente  reconhecidos  ao 
trabalhador  doméstico  em  três  grupos  distintos  –  (a)  reconhecidos  pelo  texto 
originário  da  Constituição;  (b)  reconhecidos  pela  EC  72/2013,  de  exercício 
imediato; e  (c)  reconhecidos pela EC 72/2013, de exercício diferido, dependente 
de regulamentação por  lei – porque acreditamos que, daqui por diante, esse será 
o  tratamento  conferido  ao  assunto  pelas  diferentes  bancas  examinadoras  de 
concursos. Vale dizer, para acertar as questões de provas envolvendo os “direitos 
constitucionalmente assegurados ao  trabalhador doméstico”, o candidato deverá 
enquadrar o direito apresentado pela banca em um desses três grupos. 
Atenção! Não  é  correto  dizer, mesmo  depois  da  EC  72/2013,  que  o  empregado 
doméstico tenha todos os direitos sociais previstos no art. 7º da Constituição. De 
fato, não estão na  lista do parágrafo único desse artigo, com a redação dada pela 
EC 72/2013, os incisos V, XI, XIV, XX, XXIII, XXVII, XXIX, XXXII e XXXIV; vale dizer, as 
normas do art. 7º da Constituição estabelecidas em tais  incisos continuam não se 
aplicando ao trabalhador doméstico. 
 
 
3) No item 4.1 (pág. 238) – (Supressão de questões) 
Devido à promulgação a EC 72/2013, que estendeu ao trabalhador doméstico diversos 
direitos assegurados aos demais empregados, algumas questões tornaram-se 
prejudicadas. 
Por isso foram suprimidas na 2ª edição do livro as questões de número (a partir da p. 
238): 2, 12, 19, 20. 
 
4) No item 6 (pág. 254) 
(...) 
 
Objetivamente: 
 
Plebiscito → antes de adotada a medida. 
Referendo → depois de ser adotada a medida. 
 
A FCC cobrou esse assunto na prova de Analista de Controle Externo do TCE/AP (2012): 
O mecanismo de participação popular que possibilita uma consulta prévia da opinião pública sobre questão 
política ou institucional a ser resolvida antes da elaboração de legislação a seu respeito é o referendo. 
Na verdade, o instrumento que apura a vontade popular antes da decisão é o plebiscito (e não o 
referendo). Assertiva errada. 
                                    Aulas de Direito Constitucional 
 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
 
O sufrágio é um direito público de natureza política, previsto no caput do art. 14 da 
Constituição. Ele se relaciona ao direito de votar e de ser votado, e também ao direito de 
participar da organização e da atividade do poder estatal. 
A doutrina classifica o sufrágio em universal e restrito. 
É universal quando o direito é concedido a todos os nacionais, independentemente de 
condições especiais. Evidentemente, a existência de certos requisitos de forma não o 
descaracterizam, isto é, o sufrágio não deixa de ser universal pelo simples fato de serem 
impostas exigências formais, tais como a necessidade de alistamento e a estipulação de idade 
mínima. A Constituição de 1988 adota o sufrágio universal (art. 14). 
Já o sufrágio restrito pode ser segmentado em: 
a) censitário, quando o nacional tiver que preencher qualificação econômica (bens e 
rendas); e 
b) capacitário, quando exigida alguma característica especial, como de natureza intelectual, 
por exemplo. 
Quanto ao direito de votar e ser votado, é importante saber distinguir os seguintes 
conceitos: 
O direito ao sufrágio, previsto no caput do art. 14 da Constituição, relaciona-se à 
capacidade de votar e de ser votado. 
Podemos distinguir: 
 
a)  capacidade eleitoral ativa (alistabilidade): direito de votar (de se alistar como eleitor); e 
b)  capacidade eleitoral passiva (elegibilidade): direito de ser votado (de se candidatar e ser eleito 
para um cargo). 
 
5) No item 6.2 (pág. 259) 
(...) 
b) Inelegibilidade por motivos funcionais. 
Assim dispõem os §§ 5.º e 6.º do art. 14 da Constituição Federal: 
 
§ 5.º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, 
os Prefeitos e quem os houver  sucedido, ou  substituído no  curso dos mandatos 
poderão ser reeleitos para um único período subsequente. 
§  6.º  Para  concorrerem  a  outros  cargos,  o  Presidente  da  República,  os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos 
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 
 
Temos, nesses dispositivos constitucionais, a inelegibilidade por motivos funcionais, que 
apresenta as seguintes características: 
 
a)  só se aplica aos cargos de chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito); nada 
impede que um deputado ou senador venha a ser eleito para um  terceiro, quarto  (ou mais) 
mandatos subsequentes; 
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 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
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b)  não veda um terceiro mandato, desde não seja subsequente; enfim, o que não se admite é a 
terceira  candidatura  subsequente,  sucessiva;  por  exemplo:  Fernando  Henrique  Cardoso  foi 
Presidente  da  República  por  dois mandatos  seguidos  (1994  e  1998);  logo,  ele  não  pôde  se 
candidatar em 2002, pois não se admite a terceira candidatura sucessiva; mas, mesmo já tendo 
exercido dois mandatos seguidos, ele poderia se candidatar novamente já em 2006; 
c)  a regra vale, também, para os “vices”, que poderão ser reeleitos para o mesmo cargo apenas 
uma  vez;  todavia,  eles  poderão  candidatar‐se  ao  cargo  do  titular,  mesmo  se  o  tiverem 
substituído no curso do mandato; ou seja, se a pessoa foi eleita por duas vezes seguidas para 
o  cargo de Vice‐Governador, não poderá  reeleger‐se  como Vice‐Governador mais uma  vez, 
mas poderá candidatar‐se ao cargo de Governador, mesmo que durante o segundo mandato 
de Vice‐Governador tenha sucedido o titular; 
d)  não  pode  o  chefe  do  Executivo  que  tenha  exercido  o  cargo  por  dois  mandatos  sucessivos 
candidatar‐se, no período subsequente, ao cargo de vice; 
e)   não  pode  o  prefeito  que  já  esteja  exercendo  o  segundo  mandato  sucessivo  candidatar‐se 
novamente ao cargo de prefeito, ainda que, dessa vez, em município diferente (essa situação, 
mesmo  que  envolvendo  municípios  diferentes,  caracterizaria  um  terceiro  mandato,  vedado 
pela Constituição). 
  
Por fim, cabe destacar que, caso queira se candidatar a qualquer outro cargo, o chefe do 
Poder Executivo necessita desincompatibilizar-se antes (afastando-se do cargo seis meses 
antes do pleito); entretanto, se ele for se candidatar à reeleição (para o mesmo cargo, portanto), 
não se exige a referida desincompatibilização. 
 
 
CAPÍTULO 8 – ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA 
1) No item 4.6 (pág. 333) 
(...) 
O federalismo acentua o seu caráter de assimétrico naqueles Estados marcados pela 
diversidade econômica, social, política, cultural e de língua falada, como é o caso do Canadá, 
país bilíngue e multicultural. 
São exemplos de federalismo assimétrico presentes na Constituição Federal, dentre 
outros: art. 45, § 1.º (que fixa limites mínimo e máximo de deputados federais por estado-
membro); art. 43 (que prevê ações destinadas a reduzir as desigualdades regionais, tais como 
juros favorecidos, isenções, reduções ou diferimento de tributos federais etc.); art. 151, I (que 
permite à União conceder incentivos fiscais regionais, destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País); art. 155, § 2.º, VI e XII, 
“g” (que disciplina a concessão de incentivosfiscais relativos ao ICMS); e art. 159, I, “c” 
(que fixa critérios para a repartição de receitas tributárias da União a programas regionais de 
desenvolvimento do setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste). 
Vejamos como foi que esse assunto foi cobrado pelo Cespe no concurso de Analista 
Judiciário do TJ/AL, em 2012. 
Segundo a doutrina, o federalismo nacional é simétrico, dada a homogeneidade dos entes 
federativos. 
Embora não haja consenso sobre o assunto, o Cespe considerou, nessa questão, que o 
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 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
Estado brasileiro caracteriza-se como um federalismo do tipo assimétrico, tendo em vista a 
falta de homogeneidade existente entre os entes componentes da Federação. Assertiva errada. 
 
São exemplos de federalismo assimétrico presentes na Constituição Federal, dentre 
outros: art. 45, § 1.º (que fixa limites mínimo e máximo de deputados federais por estado-
membro); art. 43 (que prevê ações destinadas a reduzir as desigualdades regionais, tais como 
juros favorecidos, isenções, reduções ou diferimento de tributos federais etc.); art. 151, I (que 
permite à União conceder incentivos fiscais regionais, destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País); art. 155, § 2.º, VI e XII, 
“g” (que disciplina a concessão de incentivos fiscais relativos ao ICMS); e art. 159, I, “c” 
(que fixa critérios para a repartição de receitas tributárias da União a programas regionais de 
desenvolvimento do setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste). 
 
CAPÍTULO 11 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
1) No item 3 (pág. 432) 
A criação, a transformação e a extinção de cargos, empregos e funções públicas serão 
feitas por meio de lei, observada a iniciativa privativa do Presidente da República quando se 
tratar de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica federal (CF, 
art. 48, X, e art. 61, § 1.°, II, “a”). 
 
O Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de explicitar que se exige lei formal não só 
para a definição das atribuições de cargo público, mas também para eventuais alterações dessas 
atribuições. Por outras palavras, as competências inerentes e caracterizadoras de um cargo público 
somente podem ser estabelecidas e modificadas por meio de lei formal (ou de ato com força de lei, 
como é o caso da medida provisória), sendo inválida a pretensão de utilizar, para tanto, meros atos 
administrativos, a exemplo de um decreto ou uma portaria. 
 
Da mesma forma, depende de lei, de iniciativa privativa do Presidente da República, a 
criação e a extinção de Ministérios e órgãos da Administração Pública federal (CF, art. 48, 
XI, e art. 61, § 1.°, II, “e”). 
 
2) No item 4 (pág. 434) 
(...) 
a)  a  lei  estabelecerá  quais  requisitos  são  necessários  para  os  brasileiros  ocuparem  cargos, 
empregos e funções públicas; 
Em primeiro lugar, os requisitos devem ser estabelecidos em lei (não podendo o edital de 
concurso inovar na criação de exigências). Ademais, qualquer brasileiro que se enquadre nos 
requisitos poderá ocupar cargos, empregos e funções (isso vale para brasileiros natos e 
naturalizados, com exceção apenas das hipóteses de cargos privativos de brasileiros natos, 
previstas no art. 12, § 3.º, da Constituição). Por fim, os requisitos devem ser razoáveis e 
proporcionais. 
 
Portanto, se não decorrerem de previsão legal, serão inválidas as exigências criadas por 
editais de concursos (por exemplo, exigência de exame psicotécnico ou limitação de idade 
previstas exclusivamente em editais). Ademais, mesmo a exigência prevista em lei deve ser 
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 1.ª para 2.ª edição 
 
razoável e proporcional (por exemplo, eventuais limites de idade devem ser justificados pela 
natureza das atribuições do cargo a ser ocupado). 
 
Portanto, se não decorrerem de previsão legal, serão inválidas as exigências criadas 
meramente por editais de concursos (por exemplo, exigência de exame psicotécnico ou 
imposição de limite de idade com base exclusivamente no edital do concurso). 
E mesmo a exigência prevista em lei deve ser razoável e proporcional. Exemplo dessa 
orientação temos na Súmula 683 do STF, segundo a qual o limite de idade para a inscrição em 
concurso público só se legitima quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do 
cargo a ser preenchido. 
 
(...) 
 
Como decorrência do princípio da impessoalidade, a Constituição estabelece que, em regra, 
a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo 
ou emprego, na forma prevista em lei (art. 37, II). Essa regra aplica-se tanto à Administração 
Direta quanto à Indireta. 
 
Como decorrência do princípio da impessoalidade, a Constituição estabelece que a 
investidura em cargo e emprego público efetivos depende de aprovação prévia em 
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade 
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei (art. 37, II). Portanto, não é válida a contratação 
para cargos ou empregos públicos efetivos com base exclusivamente em análise de títulos ou 
currículos, ou quaisquer outros procedimentos que não incluam a realização de provas. Essa 
regra aplica-se tanto à Administração Direta quanto à Indireta. 
É tradicional a afirmação de que “o edital é a lei do concurso”. Quer-se dizer, com isso, 
simplesmente, que tanto a administração quanto os candidatos estão obrigados à observância 
estrita das disposições contidas no edital (e não, por óbvio, que o edital tenha a força de criar 
restrições ou obrigações não previstas lei). Assim, por ser o edital a “lei do concurso”, o 
Supremo Tribunal Federal admite que o Poder Judiciário, desde que provocado, anule questões 
de concursos quando nelas seja cobrada matéria que não estivesse prevista no conteúdo 
programático especificado no edital respectivo. 
(...) 
Atenção! Alguns entendimentos do STF sobre o assunto que estamos estudando têm sido 
cobrados em concurso. Portanto, é importante ter em mente que, segundo nossa Corte Suprema: 
 
a)  a prorrogação do prazo de validade do concurso só poderá ser  feita até o término do prazo. 
Significa dizer que, encerrado o prazo inicial sem que tenha havido a prorrogação, ela não mais 
será possível; 
 
b)  dentro do prazo de  validade do  concurso, o  candidato  aprovado  tem o direito  à nomeação, 
quando o cargo for preenchido sem observância da classificação; 
 
b)  o  candidato  aprovado que  for preterido na nomeação  adquire direito de  ser nomeado. Por 
outras  palavras,  dentro  do  prazo  de  validade  do  concurso,  o  candidato  aprovado  adquire 
direito à nomeação caso o cargo seja preenchido sem observância da classificação, houvesse 
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ou não número certo de vagas estipulado no edital; 
 
c)   dentro  do  prazo  de  validade  do  concurso,  também  configura  preterição  a  nomeação  ou  a 
contratação de pessoal a  título precário  (por exemplo, como comissionados,  temporários ou 
terceirizados), havendovaga para provimento de  cargo  efetivo  com  as mesmas  atribuições. 
Nessa hipótese, os candidatos aprovados no concurso e ainda não nomeados adquirem direito 
à nomeação, em substituição àqueles agentes precariamente admitidos; 
 
d)  dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o momento no qual 
serão  realizadas  as  nomeações.  Mas  a  nomeação  no  prazo  de  validade  do  concurso  é  um 
direito do candidato que tenha sido aprovado dentro do número de vagas previsto no edital. 
(...) 
Os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de 
direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). 
 
A exigência de concurso público também não se aplica às funções públicas: (i) de 
confiança; e (ii) temporárias (CF, art. 37, IX). 
 
A exigência de concurso público também não se aplica às funções públicas: (i) de 
confiança; e (ii) exercidas pelos agentes contratados por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX). 
 
As funções de confiança serão exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo e destinam‐se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, 
V). Ou seja, assim como os cargos em comissão, não se admite que as  funções de confiança 
possuam atribuições meramente técnicas. 
(...) 
 
13 – A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou 
por  afinidade,  até  o  terceiro  grau,  inclusive,  da  autoridade  nomeante  ou  de 
servidor  da  mesma  pessoa  jurídica,  investido  em  cargo  de  direção,  chefia  ou 
assessoramento,  para  o  exercício  de  cargo  em  comissão  ou  de  confiança,  ou, 
ainda,  de  função  gratificada  na  Administração  Pública  direta  e  indireta,  em 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, 
compreendido  o  ajuste  mediante  designações  recíprocas,  viola  a  Constituição 
Federal. 
 
 
No que se refere às funções temporárias, a Constituição estabelece regra diversa, ao prever 
que a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX). Tais contratações 
também não são feitas mediante concurso público, mas, em regra, por meio de processo 
seletivo simplificado. 
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Em suma, são quatro os requisitos para a contratação temporária: (i) tempo determinado; 
(ii) necessidade temporária; (iii) excepcional interesse público; e (iv) hipóteses expressamente 
previstas em lei. Importa frisar ainda que a lei mencionada no dispositivo constitucional deve 
ser uma lei editada pelo próprio ente federado contratante (União, estados, DF e municípios). 
Por fim, cabe destacar que a Constituição estabelece a necessidade de reserva de vagas para 
portadores de deficiência. Assim, a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para 
essas pessoas e definirá os critérios de sua admissão (CF, art. 37, VIII). 
 
No que se refere às funções exercidas pelos assim chamados “agentes temporários”, a 
Constituição estabelece regra diversa, ao prever que a lei estabelecerá os casos de contratação 
por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público (CF, art. 37, IX). Essas contratações temporárias também não são feitas mediante 
concurso público, mas, em regra, por meio de processo seletivo simplificado. 
Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, para ser válida a contratação 
temporária, quatro requisitos devem ser observados: (i) tempo determinado; (ii) necessidade 
temporária; (iii) excepcional interesse público; e (iv) hipóteses expressamente previstas em 
lei. Importa frisar ainda que a lei mencionada no dispositivo constitucional deve ser uma lei 
editada pelo próprio ente federado contratante (União, estados, DF e municípios). 
Por fim, cabe destacar que a Constituição estabelece a obrigatoriedade de reserva de vagas 
para pessoas portadoras de deficiência nos concursos públicos. Cada ente federado, 
mediante lei sua, deve prever que seja reservado a candidatos que tenham deficiências um 
percentual de vagas nos concursos para preenchimento dos respectivos cargos e empregos 
públicos, e definir os critérios de sua admissão (CF, art. 37, VIII). 
 
3) No item 5.2 (pág. 444) 
Trataremos como “remuneração”, genericamente considerada, todas as formas de 
retribuição pelo trabalho de agentes públicos, o que inclui: subsídios, vencimentos e salários. 
A remuneração dos agentes públicos só pode ser fixada ou alterada por lei específica, 
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na 
mesma data e sem distinção de índices (CF, art. 37, X). 
Portanto, hoje, a remuneração dos agentes públicos deve estar prevista em lei. Com efeito, 
foi extinta a possibilidade de fixá-la por ato próprio sem a chancela do Congresso Nacional (na 
aprovação do texto) e do Presidente da República (na sanção). 
 
Empregamos neste tópico a expressão “remuneração” em um sentido amplo, abrangendo 
basicamente a retribuição pecuniária percebida pelos servidores públicos (estatutários) – 
vencimentos ou subsídio, dependendo do cargo – e a que recebem os empregados públicos 
(celetistas) – salário. Quando quisermos nos referir às prestações pagas aos inativos – 
aposentados e pensionistas – falaremos em proventos. 
A remuneração dos servidores públicos só pode ser fixada ou alterada por lei específica, 
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na 
mesma data e sem distinção de índices (CF, art. 37, X). 
Portanto, a remuneração dos servidores públicos deve estar prevista em lei. Não se admite, 
por exemplo, que fixação de vencimentos de servidores públicos seja objeto de convenção 
coletiva, instrumento aplicável a relações trabalhistas (regidas pela CLT), e não estatutárias 
(Súmula 679 do STF). Não é cabível, tampouco, tratar de remuneração de servidores públicos 
por meio de atos tais quais resoluções da Câmara dos Deputados, resoluções do Senado Federal, 
resoluções de Assembleias Legislativas, resoluções de Câmaras Municipais, resoluções de 
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tribunais do Poder Judiciário, resoluções de tribunais de contas etc. 
Enfim, nenhum instrumento jurídico que não seja a lei propriamente dita, aprovada pelo 
Poder Legislativo e sancionada pelo Chefe do Poder Executivo, tem possibilidade de 
validamente fixar ou alterar a remuneração de servidores públicos. 
 
Quanto à iniciativa dessas leis, a Constituição traz as seguintes regras: 
(...) 
Enfim, caberá à lei, de iniciativa privativa de cada Poder, definir o valor e os componentes 
da remuneração (ou subsídio) dos agentes públicos. Todavia, a lei não é totalmente livre para 
tanto, devendo respeitar diversas regras constitucionais. A seguir, veremos quais são elas. 
 
A Constituição Federal contém diversas outras regras sobre o tema “remuneração dos 
agentes públicos”, a maioria delas estabelecendo vedações e restrições cuja finalidade última é 
proteger o equilíbrio das contas públicas. Exporemos, em seguida, aquelas mais importantes 
para concursos públicos. 
 
4) No item 5.4 (pág. 452)(...) 
  II)  mandato de Prefeito: será afastado do cargo, emprego ou função, sendo‐lhe facultado 
optar pela sua remuneração; 
 
Nesse caso, o servidor se afasta do exercício de suas funções para exercer o mandato de 
Prefeito. Todavia, poderá optar pela remuneração do cargo de Prefeito ou pela do cargo, 
emprego ou função de que se afastou. 
 
Nesse caso, o servidor se afasta do exercício de suas funções para exercer o mandato de 
Prefeito. Todavia, poderá optar pela remuneração do cargo de Prefeito ou pela do cargo, 
emprego ou função de que se afastou. É interessante anotar que o Supremo Tribunal Federal 
possui firme jurisprudência segundo a qual essas regras se aplicam igualmente, por analogia, 
ao servidor público investido no mandato de Vice-Prefeito. 
 
5) No item 5.6 (pág. 459) 
(...) 
 
XXX  –proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo 
de sexo, idade, cor ou estado civil. 
 
Além desses direitos, o Supremo Tribunal Federal entende ser aplicável a todas as 
servidoras públicas, inclusive às ocupantes de cargo em comissão (e também às agentes 
públicas vinculadas ao poder público mediante contratação temporária), a estabilidade 
provisória prevista no art. 10, II, “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
(ADCT), a saber: “fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, 
desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto”. 
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 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
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Veja, agora, como  isso é cobrado em concurso. Resolva esta questão do Cespe, da prova de 
Promotor do MPE/SE, de 2010: 
 
CAPÍTULO 12 – PODER LEGISLATIVO 
1) No item 2.6.7 (pág. 512) 
(...) 
É importante você atentar para o fato de que em alguns casos a perda será simplesmente 
declarada pela Mesa, enquanto em outras hipóteses a perda dependerá de juízo dos demais 
parlamentares, por voto secreto e maioria absoluta. 
São as seguintes as hipóteses de perda de mandato do deputado ou senador declarada pela 
Mesa da Câmara ou do Senado, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus 
membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: 
Segundo o art. 55, § 3°, da Constituição Federal, são as seguintes as hipóteses de perda de 
mandato do deputado ou senador declarada pela Mesa da Câmara ou do Senado, de ofício ou 
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: 
 
a)  quando  o  congressista  deixar  de  comparecer,  em  cada  sessão  legislativa,  à  terça  parte  das 
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; 
b)  quando o congressista perder ou tiver suspensos os direitos políticos; e 
c)  quando  a  Justiça  Eleitoral  decretar  a  perda  do  mandato,  nos  casos  previstos 
constitucionalmente. 
 
São as seguintes as hipóteses de perda de mandato decidida pela Câmara dos Deputados 
ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da 
respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla 
defesa: 
 
Ainda de acordo com a Constituição Federal (art. 55, § 2°), são as seguintes as hipóteses de 
perda de mandato decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto 
secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político 
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa: 
 
 
a)  quando houver  infração a qualquer das proibições estabelecidas no art. 54  (impedimentos a 
partir da diplomação ou a partir da posse); 
b)  quando  o  procedimento  do  parlamentar  for  declarado  incompatível  com  o  decoro 
parlamentar; 
c)  quando o congressista sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. 
 
A quebra de decoro envolve, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso 
das prerrogativas asseguradas aos membros do Congresso Nacional ou a percepção de 
vantagens indevidas (CF, art. 55, § 1.°). 
                                    Aulas de Direito Constitucional 
 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
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 1.ª para 2.ª edição 
 
 
Veja só! Mesmo com a condenação criminal transitada em julgado do deputado ou 
senador, a perda do mandato não é automática. Haverá, ainda, um juízo de conveniência e 
oportunidade a partir do julgamento dos pares (por voto secreto e maioria absoluta), tendo o 
condenado direito à ampla defesa! 
 
CAPÍTULO 13 - PROCESSO LEGISLATIVO 
1) No item 5 (pág. 552) 
O processo legislativo de produção das leis pode ser classificado como direto, indireto 
(representativo), autocrático e semidireto. 
O processo legislativo direto é aquele no qual uma lei é discutida e aprovada diretamente 
pelo povo, sem intermediação. 
No processo legislativo representativo ou indireto, a lei é produzida pelos representantes 
do povo (ou seja, indiretamente). É o que ocorre no Brasil. 
Há o chamado processo legislativo autocrático quando a atividade legiferante é exercida 
exclusivamente pelo governante, sem nenhum tipo participação do povo ou de representantes 
legítimos. 
E existe, por fim, o processo legislativo semidireto, quando a lei decorre da concordância 
entre as vontades do órgão representativo e do povo – este se manifesta por meio de referendo 
popular. 
Essa classificação foi cobrada pela Esaf na prova de Analista de Finanças e Controle da 
CGU, em 2012. Resolva a questão: 
Considera-se processo legislativo direto aquele que é discutido e votado pelo próprio povo. 
Certa. No processo legislativo direto, a lei é discutida e aprovada diretamente pelo povo, sem intermediação 
de representantes. 
 
Passemos, agora, ao estudo do processo legislativo das leis ordinárias e complementares. A 
exposição que faremos nos subitens seguintes vale para essas duas espécies de normas, porque 
no texto constitucional não há diferença no procedimento previsto para a elaboração de uma e 
de outra. 
Na verdade, a única distinção no tratamento constitucional do processo legislativo de lei 
ordinária e de lei complementar diz respeito à deliberação. Com efeito, a Constituição exige 
deliberação de maioria absoluta para a aprovação das leis complementares (CF, art. 69), mas 
permite que as leis ordinárias sejam aprovadas por voto da maioria simples ou relativa, desde 
que esteja presente na sessão a maioria absoluta dos parlamentares da Casa ou da Comissão em 
que a votação vá ocorrer (CF, art. 47). 
 
Nos subitens seguintes, estudaremos o processo legislativo das leis ordinárias e 
complementares, já que, no texto constitucional, não há diferença de procedimento para a 
elaboração dessas duas espécies. 
Na verdade, a única distinção constitucional no tratamento constitucional de aprovação de 
lei ordinária e lei complementar diz respeito à deliberação. Com efeito, a Constituição exige 
deliberação de maioria absoluta para a aprovação das leis complementares (CF, art. 69), mas 
permite que as leis ordinárias sejam aprovadas por voto da maioria simples ou relativa, desde 
                                    Aulas de Direito Constitucional 
 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
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 1.ª para 2.ª edição 
 
que esteja presente a maioria absoluta dos parlamentares (CF, art. 47). 
 
Resolvaa questão abaixo, elaborada pela FGV para a prova da OAB (2010): 
(...) 
 
 
 
 
CAPÍTULO 16 – PODER EXECUTIVO 
1) No item 5 (pág. 663) 
Determina a Constituição que cabe ao Vice-Presidente substituir o Presidente, nos casos de 
impedimento, e suceder-lhe no caso de vaga (art. 79). 
Os impedimentos são os afastamentos temporários do Presidente, como a hipótese de 
ausência do País, situações em que caberá ao Vice-Presidente substituí-lo no exercício pleno da 
Presidência. 
 
O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso 
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo 
(CF, art. 83). Entende o STF que essa regra, no âmbito dos estados-membros, estende-se aos 
respectivos Governadores, devendo ser observado o princípio da simetria. Assim, já decidiu nossa 
Corte Suprema que a Constituição estadual não pode estabelecer a perda do cargo para o 
Governador e o Vice-Governador que se ausentem do País por até quinze dias, não sendo 
necessária, nesse caso, prévia licença da Assembleia Legislativa. 
 
O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso 
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo 
(CF, art. 83). Entende o STF que essa regra, no âmbito dos estados-membros, estende-se aos 
respectivos Governadores, devendo ser observado o princípio da simetria. Assim, já decidiu nossa 
Corte Suprema que a Constituição estadual não pode estabelecer a perda do cargo para o 
Governador e o Vice-Governador que se ausentem do País, sem prévia licença, por até quinze dias. 
Ou seja, não pode a Constituição estadual estabelecer regra mais rígida (necessidade de licença 
prévia para ausência por prazo igual ou inferior a quinze dias) do que a adotada pela Constituição 
Federal. 
 
CAPÍTULO 17 – PODER JUDICIÁRIO 
1) No item 4.2 (pág. 725) 
(...) 
II – julgar, em recurso ordinário: 
a) o “habeas‐corpus”, o mandado de segurança, o “habeas‐data” e o mandado de 
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a 
decisão; 
                                    Aulas de Direito Constitucional 
 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
 e Frederico Dias 
 1.ª para 2.ª edição 
 
b) o crime político; 
III  –  julgar,  mediante  recurso  extraordinário,  as  causas  decididas  em  única  ou 
última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
2) No item 6 (pág. 754) – Substituição de todo o item 
6. PRECATÓRIOS JUDICIAIS 
O regime dos precatórios está previsto, especialmente, no art. 100 da Constituição Federal, 
dispositivo que foi substancialmente alterado pela EC 62/2009. 
Os precatórios são a forma de cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado 
que condenam os entes públicos ao pagamento de importâncias pecuniárias. Cuida-se, em 
verdade, da criação de uma regra para o pagamento das obrigações pecuniárias estatais, 
decorrentes de decisões judiciais transitadas em julgado, homenageando o princípio da 
impessoalidade, ao não deixar à escolha do administrador qual crédito deverá ser satisfeito 
primeiro. 
Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, estaduais, Distrital e municipais, 
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de 
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de 
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim 
(CF, art. 100). 
Portanto, é obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de 
verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, 
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1.º de julho, fazendo-se o pagamento 
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente (CF, 
art. 100, § 5.°). 
Entretanto, nem todo pagamento decorrente de decisão judicial obedecerá ao regime dos 
precatórios. Segundo o § 3.° do art. 100 da Constituição, estão excluídos do regime de 
precatórios os pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as 
Fazendas Públicas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
Ou seja, cada ente federado deverá fixar, para si mesmo, a quantia que será considerada 
“pequeno valor”, desde que cumprido o teto mínimo equivalente ao valor do maior benefício 
do regime geral de previdência social (CF, art. 100, § 4.°). 
Há exceções também quanto à ordem de pagamento. Os débitos de natureza alimentícia 
cujos titulares tenham 60 anos de idade ou mais, ou sejam portadores de doença grave, 
serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo da 
quantia fixada em lei como “pequeno valor” (podemos dizer que essa prioridade de 
pagamento configura uma “superpreferência”). Será admitido o fracionamento para essa 
finalidade, caso em que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do 
precatório (CF, art. 100, § 2.°). 
Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, 
vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e 
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de 
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 Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino 
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sentença judicial transitada em julgado (CF, art. 100, § 1.°). 
Esses créditos de natureza alimentícia terão preferência sobre todos os demais débitos, 
exceto sobre aqueles que gozam da acima referida “superpreferência” (os de natureza 
alimentícia cujo titular tenha 60 anos de idade ou mais, ou seja portador de doença grave). 
Portanto, há uma escala na ordem de precedência para o pagamento dos precatórios: 
1.° → débitos de natureza alimentícia “especiais” (ou seja, aqueles que gozam de 
“superpreferência, cujos titulares já completaram 60 anos, ou têm mais do que essa 
idade, ou são portadores de doença grave, até o limite do triplo da obrigação de 
“pequeno valor”); 
2.° → demais débitos de natureza alimentícia (os “não especiais”); 
3.° → débitos que não sejam de natureza alimentícia. 
 
E as obrigações definidas em leis como de pequeno valor? Essas não entram na regra dos 
precatórios, isto é, podem ser pagas pelo Poder Público de imediato, sem necessidade de 
obediência a todo esse regramento aqui estudado. 
O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar 
frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e 
responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça (CF, art. 100, § 7.°). 
Segundo o § 8.º do art. 100 da Constituição, é vedada a expedição de precatórios 
complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou 
quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total no conceito de 
obrigação de pequeno valor. 
Ademais, o não pagamento de débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado 
constantes de precatórios judiciais regularmente inscritos pode configurar desobediência a 
ordem judicial (desde que seja o descumprimento injustificado, doloso, desarrazoado). Isso 
poderá ensejar, inclusive, intervençãofederal, nos termos do art. 34, VI, da Constituição. 
 
– Sequestro de verba pública 
Regra importantíssima diz respeito à possibilidade de sequestro da quantia necessária para 
pagamento dos precatórios. Trata-se de medida excepcional, já que se trata de sequestro de verba 
pública, que ocorrerá em apenas duas hipóteses: 
 
(i) preterimento do direito de precedência; e 
(ii) não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do débito. 
 
Com efeito, o § 6.º do art. 100 da Constituição estabelece que as dotações 
orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, 
cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o 
pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos 
de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor 
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. 
A Constituição faculta ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa 
devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo 
ente federado (CF, art. 100, § 11). 
Ademais, o credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a 
terceiros, independentemente da concordância do devedor (CF, art. 100, § 13). Nesse caso, 
não se aplicam ao cessionário os critérios de preferência para recebimento do valor devido (ou 
seja, crédito que, na origem, tivesse natureza alimentícia, perde esse caráter quando é cedido). 
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A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de 
precatórios, de estados, Distrito Federal e municípios, refinanciando-os diretamente (CF, art. 
100, § 16). 
 
 
6.1. Declaração de inconstitucionalidade pelo STF 
Conforme expusemos anteriormente, o regime de precatórios foi substancialmente 
modificado pelo poder constituinte derivado, por meio da aprovação da EC 62/2009, que 
deu nova redação e(ou) introduziu dispositivos ao art. 100 da Constituição Federal e, ainda, 
acrescentou o art. 97 ao Ato da Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). 
Em março de 2013, porém, o Supremo Tribunal Federal declarou a 
inconstitucionalidade de algumas dessas novas regras introduzidas pela EC 62/2009, com o 
que, em relação a tais matérias, o texto constitucional teve a sua vigência afastada (ADIs 
4357 e 4425, rel. Min. Ayres Britto, 14.3.2013). Em suma, foram os seguintes os 
dispositivos constitucionais, resultantes da EC 62/2009, atingidos pela declaração de 
inconstitucionalidade pelo STF: 
a) art. 100, § 2º – esse dispositivo estabelecia que os débitos de natureza alimentícia 
cujos titulares tivessem 60 anos de idade ou mais na data de expedição do 
precatório, ou fossem portadores de doença grave, seriam pagos com preferência 
sobre todos os demais débitos; nele, o STF declarou a inconstitucionalidade apenas 
da expressão “na data de expedição do precatório”, por entender que tal 
disposição contraria os princípios da isonomia, da dignidade da pessoa humana e 
da proteção aos idosos; dessa forma, também a pessoa que venha a completar 
sessenta anos depois da expedição do precatório (se ainda não tiver recebido, é 
claro), entrará automaticamente na regra de “superpreferência”; 
b) art. 100, §§ 9º e 10 – esses dispositivos estabeleciam o direito de o Poder Público, 
no momento do pagamento dos precatórios, efetuar a compensação de eventuais 
débitos do credor privado, bem como estabeleciam regras para a realização dessa 
compensação; o STF declarou esses dois dispositivos integralmente 
inconstitucionais, sob o fundamento de ofensa ao princípio da isonomia (já que tal 
direito de compensação não é assegurado ao credor privado); 
c) art. 100, § 12 – nesse dispositivo, o STF declarou a inconstitucionalidade da 
expressão que estabelecia como taxa para atualização monetária dos precatórios o 
“índice da caderneta de poupança”, por entender que esse índice não é suficiente 
para recompor as perdas com a inflação; 
d) art. 100, § 15 – esse dispositivo – que autorizava lei complementar a estabelecer 
regime especial para pagamento de precatórios pelos estados, Distrito Federal e 
municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo 
de liquidação – foi declarado integralmente inconstitucional pelo STF; 
e) art. 97 do ADCT – esse dispositivo – que criava um regime transitório (até que 
fosse editada a lei complementar que estava prevista no § 15 do art. 100, também 
declarado inconstitucional) de pagamento de precatórios pelos estados, Distrito 
Federal e municípios – foi declarado integralmente inconstitucional pelo STF. 
 
 
CAPÍTULO 18 – FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
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1) No item 1.11 (pág. 800) 
(...) 
c) Membros do Ministério Público da União  (ou dos estados) que atuam perante os 
tribunais do Poder Judiciário: Superior Tribunal de Justiça (STJ); 
c) Membros do Ministério Público da União que atuam perante os tribunais do Poder 
Judiciário: Superior Tribunal de Justiça (STJ); 
 
 
CAPÍTULO 19 – CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS 
1) No item 10.7 (pág. 844) 
(...) 
c) Quórum 
A aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante exige decisão de dois terços 
dos membros do STF (oito ministros). 
 
d) Alcance da força vinculante 
 
A força da súmula vinculante alcança os demais órgãos do Poder Judiciário (excluído o 
próprio STF) e a Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal. 
 
e) Início da eficácia 
 
3) No item 11.2.10 (pág. 867) 
(...) 
Cuidado! Nem todo mundo é alcançado pelo efeito vinculante! O Poder Legislativo e o 
próprio STF não são alcançados pela força vinculante das decisões proferidas pelo STF. Com 
isso, temos que a concessão de medida cautelar pelo STF suspendendo a eficácia da Lei “A” 
não impede que o Legislativo edite outra norma de igual teor, nem que o próprio STF reveja 
posteriormente esse seu entendimento. 
 
É importante esclarecer que, quando afirmamos que o efeito vinculante não alcança o Poder 
Legislativo, estamos nos referindo à atuação típica desse Poder, qual seja, a função legislativa. 
Quando órgãos do Poder Legislativo exercem função atípica administrativa (contratação de 
pessoal e serviços, por exemplo), tal atuação sujeita-se à força vinculante das decisões do 
STF. 
De outro lado, nas situações em que o Poder Executivo desempenha, de modo atípico, 
função legislativa (edição de medida provisória pelo Chefe do Executivo, por exemplo), essa 
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atuação não é alcançada pelo efeito vinculante das decisões do STF. 
Veja como esse aspecto foi abordado na prova do exame para a OAB, aplicada pela FGV em 
2012: 
O Presidente da República pode editar medida provisória contrária à súmula vinculante editada pelo STF, 
pois ele estaria, nesse caso, exercendo função legislativa. 
Exatamente. Conforme comentado, o efeito vinculante não alcança o Presidente da República quando edita 
medida provisória, no exercício de função atípica legislativa. Assertivacerta. 
 
 
CAPÍTULO 22 – ORDEM SOCIAL 
1) No item 3 (pág. 1002) 
(...) 
A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os 
diferentes segmentos étnicos nacionais (CF, art. 215, § 2.º). 
No intuito de reforçar a participação dos diferentes entes federativos na promoção da 
cultura, o texto constitucional passou a dispor sobre o Sistema Nacional de Cultura 
(SNC), a ser organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e 
participativa, instituindo um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas 
de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a 
sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico 
com pleno exercício dos direitos culturais (CF, art. 216-A, incluído pela EC 71/2012). 
 
	PONTOS DO LIVRO “AULAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL PARA CONCURSOS” QUE FORAM MODIFICADOS OU ACRESCENTADOS NA 2ª EDIÇÃO DA OBRA, ESPECIALMENTE EM VIRTUDE DE ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS OU JURISPRUDENCIAIS OCORRIDAS DESDE A 1ª EDIÇÃO. 
	OS TEXTOS EM VERMELHO REPRESENTAM SUPRESSÕES E OS TEXTOS EM VERDE CORRESPONDEM A INCLUSÕES. OS TEXTOS EM AZUL SÃO DESTAQUES PRESENTES NO PRÓPRIO LIVRO.
	OS TEXTOS EM FONTE PRETA NÃO SOFRERAM ALTERAÇÃO E SERVEM APENAS PARA FACILITAR A LOCALIZAÇÃO DOS TRECHOS MODIFICADOS, ACRESCENTADOS OU SUPRIMIDOS.

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