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Informativo 928-STF (15/01/2019) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
 
Informativo comentado: 
 Informativo 928-STF 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
Processos ainda não concluídos em virtude de pedido de vista: RE 806339/SE, HC 134591/SP. Serão comentados assim 
que chegarem ao fim. 
 
ÍNDICE 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
 É constitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água e luz, em determinados dias, pelas empresas 
concessionárias, por falta de pagamento. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 Inconstitucionalidade das sanções decorrentes da negativa de expedição de CRP. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
É constitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água e luz, em determinados 
dias, pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento 
 
Importante!!! 
É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias façam o corte do 
fornecimento de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. 
Ex: lei do Estado do Paraná proíbe concessionárias de serviços públicos de água e luz de 
cortarem o fornecimento residencial de seus serviços por falta de pagamento de contas às 
sextas-feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia útil anterior a feriado. Também 
estabelece que o consumidor que tiver suspenso o fornecimento nesses dias passa a ter o 
direito de acionar juridicamente a concessionária por perdas e danos, além de ficar 
desobrigado do pagamento do débito que originou o corte. 
STF. Plenário. ADI 5961/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 19/12/2018 (Info 928). 
 
A situação concreta foi a seguinte: 
O Estado do Paraná editou a Lei 14.040/2003 proibindo concessionárias de serviços públicos de água e luz 
de cortarem o fornecimento residencial de seus serviços por falta de pagamento das contas às sextas-
feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia útil anterior a feriado. 
A Lei também estabeleceu que o consumidor que tiver suspenso o fornecimento nesses dias passa a ter o 
direito de acionar juridicamente a concessionária por perdas e danos, além de ficar desobrigado do 
pagamento do débito que originou o corte. 
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Veja a redação da Lei: 
Art. 1º Ficam, as empresas de concessão de serviços públicos de água e luz, proibidas de cortar o 
fornecimento residencial de seus serviços, por falta de pagamento de suas respectivas contas, às 
sextas-feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia útil anterior a feriado. 
Art. 2º Ao consumidor que tiver suspenso o fornecimento nos dias específicos no artigo anterior, 
fica assegurado o direito de acionar juridicamente a empresa concessionária por perdas e danos, 
além de ficar desobrigado do pagamento do débito que originou o referido corte. 
Art. 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. 
 
ADI 
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) ajuizou ADI contra esta Lei 
afirmando que ela ofenderia o art. 22, IV, da CF/88, que estabelece que a competência para legislar sobre 
os serviços de energia elétrica é privativa da União: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
(...) 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
 
Assim, haveria um vício formal. 
 
O STF concordou com o pedido? 
NÃO. O STF julgou improcedente o pedido e decidiu que a referida lei é constitucional: 
É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias façam o corte do fornecimento 
de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. 
STF. Plenário. ADI 5961/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 
19/12/2018 (Info 928). 
 
Direito do Consumidor 
O STF entendeu que a referida lei dispõe sobre Direito do Consumidor, de modo que não há vício formal. Isso 
porque Direito do Consumidor é matéria de competência concorrente, nos termos do art. 24, V e VIII, da CF/88: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
(...) 
V - produção e consumo; 
(...) 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 
DOD PLUS 
Vejamos algumas outras informações importantes sobre este tema: 
A relação entre a concessionária de energia elétrica e o consumidor final é uma relação de consumo? 
Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor para esse contrato? 
SIM. A relação entre concessionária de serviço público e o usuário final dos serviços públicos essenciais, 
tais como energia elétrica, é consumerista, sendo cabível a aplicação do Código de Defesa do Consumidor. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1061219/RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 22/08/2017. 
 
Serviços públicos essenciais devem ser contínuos 
O fornecimento de energia elétrica é considerado um serviço público essencial. 
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Os serviços essenciais são contínuos e, em regra, não podem ser interrompidos. 
A continuidade é uma das características do serviço público adequado (art. 6º, § 1º da Lei nº 8.987/95 e 
art. 4º da Lei nº 13.460/2017). 
 
É possível o “corte” no serviço de energia elétrica em virtude de inadimplemento do consumidor? 
SIM. Mesmo sendo um serviço essencial, em caso de inadimplemento do consumidor é possível o corte 
do serviço de energia elétrica. Isso, no entanto, será feito com base em determinados critérios. 
 
Corte em caso de débitos decorrentes do consumo regular (atraso normal de pagamento) 
É possível a suspensão do serviço de energia elétrica pelo não pagamento de conta regular? 
A resposta é sim. 
É permitido o corte da energia elétrica do consumidor quando se tratar de inadimplemento de conta 
regular, relativa ao mês do consumo. Para isso, no entanto, antes de fazer o corte, a concessionária é 
obrigada a comunicar o consumidor, ou seja, exige-se aviso prévio. 
Essa possibilidade está prevista no art. 6º, § 3º, II, da Lei nº 8.987/95 (Lei das Concessões de Serviços 
Públicos): 
Art. 6º (...) 
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção (...) após prévio aviso (...): 
(...) 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 
Vale ressaltar que essa suspensão no fornecimento é permitida mesmo que o corte no serviço atinja um 
órgão ou entidade que preste serviços públicos à população. É o que diz a Lei nº 9.427/96 (Lei das 
Concessionários de Energia Elétrica): 
Art. 17. A suspensão, por falta de pagamento, do fornecimento de energia elétrica a consumidor 
que preste serviço público ou essencial à população e cuja atividade sofra prejuízo será 
comunicada com antecedência de quinze dias ao Poder Público local ou ao Poder Executivo 
Estadual. 
 
Duas observações quanto a isso: 
1) Não se admite o corte para débitos antigos (consolidados) 
Importante deixar claro que não é permitido que a concessionária suspenda o fornecimento do serviço se 
os débitos forem antigos (consolidados no tempo). Repito: o corte de serviços essenciais, como água e 
energia elétrica, pressupõe o inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do consumo: 
O corte de serviços essenciais, tais como água e energia elétrica, pressupõe o inadimplemento de conta 
regular, sendo inviável,portanto, a suspensão do abastecimento em razão de débitos antigos. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no Ag 1320867/RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/06/2017. 
 
Se o débito é antigo (ex: estamos em dezembro/2018) e a dívida é de janeiro/2018, a concessionária 
deverá buscar a satisfação de seu crédito pelas chamadas “vias ordinárias de cobrança” (exs: protestar o 
débito, inscrever nos cadastros restritivos, propor ação de cobrança etc.). 
O corte do serviço por dívidas antigas ofende o art. 42 do CDC: 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será 
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
 
 
 
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2) A obrigação de pagar a conta de energia elétrica é de natureza pessoal (não é propter rem) 
Ex: Carlos compra a casa de João. Ocorre que João vendeu a casa, mas deixou um débito de três meses da 
conta de energia. A concessionária ingressou com uma ação de cobrança contra Carlos alegando que, 
como comprou a casa, passou a ser o devedor, considerando tratar-se de obrigação propter rem. Para 
piorar o cenário, a concessionária suspendeu o fornecimento de “luz”. 
A concessionária não agiu corretamente neste caso. Isso porque o débito de energia elétrica (assim como 
o de água) é de natureza pessoal, não se vinculando ao imóvel. Não se trata, portanto, de obrigação 
propter rem. Desse modo, o consumidor não pode ser responsabilizado pelo pagamento de serviço de 
fornecimento de energia elétrica utilizado por outra pessoa (em nosso exemplo, João). 
A obrigação de pagar por serviço de natureza essencial, tal como água e energia, não é propter rem, mas 
pessoal, isto é, do usuário que efetivamente se utiliza do serviço. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 45.073/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 02/02/2017. 
 
Lei do PR não impediu o corte de forma absoluta 
Vale ressaltar que a Lei do Estado do Paraná não impediu, de forma absoluta, que a concessionária fizesse 
o corte dos serviços em caso de inadimplemento. Se a lei estadual tivesse feito isso, seria inconstitucional 
por afrontar o que prevê a lei federal a respeito do tema. 
O que a lei estadual fez foi estabelecer que esse corte não pode ser realizado em determinados dias nos 
quais ficaria difícil para o consumidor regularizar a situação, o que agravaria ainda mais a sua situação. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Inconstitucionalidade das sanções decorrentes da negativa de expedição de CRP 
 
Ao editar o art. 7º da Lei nº 9.717/98 e o Decreto nº 3.788/2001, a União extravasou a 
competência legislativa para a edição de normas gerais sobre previdência social. 
A União extrapolou os limites de sua competência legislativa na edição da Lei nº 9.717/98, ao 
impor sanções decorrentes da negativa de expedição de Certificado de Regularidade 
Previdenciária (CRP). 
STF. 1ª Turma. ACO 3134 TP-AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, red. p/ ac. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 18/12/2018 (Info 928). 
 
A situação concreta foi a seguinte: 
O Distrito Federal estabeleceu, para o sistema previdenciário do regime próprio, que, a partir de 
determinada data, haveria dois fundos: um por repartição simples e outro por capitalização. 
O primeiro fundo apresentou déficit e, por essa razão, o Distrito Federal utilizou recursos do segundo 
fundo para cobrir essas dívidas. 
A União considerou que essa providência foi indevida e, diante disso, inscreveu o Distrito Federal no 
Sistema de Informações dos Regimes Públicos de Previdência Social – CADPREV. 
Com essa inscrição, o Distrito Federal ficou impedido de emitir Certificado de Regularidade Previdenciária 
– CRP. 
Além disso, o DF foi inserido no Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC), que 
é um banco de dados restritivo no qual são inseridos os Estados-membros ou Municípios que estão com 
débitos ou outras pendências perante o Governo federal. Com a inscrição no CAUC, o ente devedor fica 
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impedido de contratar operações de crédito, celebrar convênios com órgãos e entidades federais e 
receber transferências de recursos. 
 
CRP 
O Certificado de Regularidade Previdenciária – CRP é um documento fornecido pela Secretaria de Políticas 
de Previdência Social (órgão do Ministério da Previdência Social), que atesta que o ente federativo está 
cumprindo as obrigações legais relacionadas com o regime próprio de previdência social. 
As obrigações legais para os regimes próprios estão disciplinadas na Lei nº 9.717/98. 
Em suma, o CRP atesta que o regime próprio da previdência social está cumprindo a Lei nº 9.717/98. 
 
Qual é a importância do CRP para o ente federativo? 
Caso o ente federativo não tenha o CRP, estará sujeito, em tese, às sanções previstas no art. 7º da Lei nº 
9.717/98: 
Art. 7º O descumprimento do disposto nesta Lei pelos Estados, Distrito Federal e Municípios e 
pelos respectivos fundos, implicará, a partir de 1º de julho de 1999: 
I - suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União; 
II - impedimento para celebrar acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como receber 
empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades da 
Administração direta e indireta da União; 
III - suspensão de empréstimos e financiamentos por instituições financeiras federais. 
IV - suspensão do pagamento dos valores devidos pelo Regime Geral de Previdência Social em 
razão da Lei no 9.796, de 5 de maio de 1999. 
 
Ação cautelar 
Diante dessa situação, o Distrito Federal e o Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal – 
IPREV/DF propuseram ação cível originária no STF com o objetivo de suspender a inscrição do Distrito 
Federal no CADPREV e, por consequência, permitir a emissão do CRP. 
Os autores alegaram, dentre outros argumentos, que o CRP não está previsto em lei, tendo sido criado 
pelo Decreto nº 3.788/2001 e regulamentado pela Portaria MPS nº 204/2008. Assim, argumentaram que 
foram impostas obrigações e restrições a direitos subjetivos por meio de “atos infralegais”, o que fere o 
princípio da legalidade e viola a autonomia administrativa. 
Além disso, argumentaram que a União teria extrapolado sua competência ao editar o art. 7º da Lei nº 
9.717/98 acima transcrito. 
 
O STF, ao apreciar a liminar desta ação, concordou com o pedido dos autores? 
SIM. A 1ª Turma do STF, por maioria, deferiu a medida liminar e determinou que a União expeça o 
Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) em favor do Distrito Federal. 
Determinou, ainda, a retirada do ente federado do Cadastro Único de Exigências para Transferências 
Voluntárias (CAUC) até o julgamento definitivo da ação. 
 
Competência para legislar sobre previdência social 
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar, concorrentemente, sobre previdência social, 
nos termos do art. 24, XII, da Constituição Federal: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
(...) 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
 
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No campo da legislação concorrente, a competência da União fica limitada aestabelecer normas gerais 
(art. 24, § 1º, da CF/88). 
 
Inconstitucionalidade do art. 7º da Lei nº 9.717/98, do Decreto 3.788/2001 e da Portaria MPS 204/2008 
O STF possui alguns julgados reconhecendo que o art. 7º da Lei nº 9.717/98, o Decreto 3.788/2001, que 
instituiu o CRP, e a Portaria MPS 204/2008, que o regulamentou, seriam inconstitucionais. 
Quanto ao art. 7º, o STF entendeu que a União extrapolou sua competência. Isso porque, a pretexto de 
estabelecer normas gerais, este dispositivo previu inúmeras sanções aos Estados, DF e Municípios, 
violando, assim, o pacto federativo. 
Sendo o art. 7º da Lei inconstitucional, o Decreto nº 3.788/2001 e a Portaria MPS 204/2008 não teriam 
fundamento de validade, sendo, portanto, igualmente inválidos. 
 
Veja outros julgados do STF no mesmo sentido: 
A União extrapolou os limites de sua competência legislativa na edição da Lei nº 9.717/98, ao impor 
sanções decorrentes da negativa de expedição de Certificado de Regularidade Previdenciária. 
STF. 1ª Turma. RE 933138 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 26/08/2016. 
 
A jurisprudência do Supremo Tribunal está orientada no sentido de que, ao editar a Lei nº 9.717/1998 e o 
Decreto nº 3.788/2001, a União extravasou a competência legislativa para a edição de normas gerais sobre 
previdência social. 
STF. 2ª Turma. ACO 2490 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 05/02/2018. 
 
Assim, entende-se que o certificado de regularidade previdenciária fornecido pelo MPS aos órgãos e 
entidades da Administração Pública direta e indireta da União, atestando ou não a regularidade de regime 
próprio dos demais entes federativos, não se constitui em estabelecimento de parâmetros e diretrizes 
gerais previstos na lei, representando uma medida que desequilibra o pacto federativo, sem amparo 
constitucional. 
Logo, não pode a União, sob o pretexto de descumprimento da referida Lei e do citado Decreto, aplicar 
sanções, deixar de expedir repasses ou mesmo abster-se quanto à expedição de Certificado de 
Regularidade Previdenciária – CRP. 
 
Em suma: 
Ao editar o art. 7º da Lei nº 9.717/98 e o Decreto nº 3.788/2001, a União extravasou a competência 
legislativa para a edição de normas gerais sobre previdência social. 
A União extrapolou os limites de sua competência legislativa na edição da Lei nº 9.717/98, ao impor 
sanções decorrentes da negativa de expedição de Certificado de Regularidade Previdenciária. 
STF. 1ª Turma. ACO 3134 TP-AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, red. p/ ac. Min. Marco Aurélio, julgado 
em 18/12/2018 (Info 928). 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
Julgue os itens a seguir: 
1) É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias façam o corte do fornecimento 
de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. ( ) 
2) A União extrapolou os limites de sua competência legislativa na edição da Lei nº 9.717/98, ao impor 
sanções decorrentes da negativa de expedição de Certificado de Regularidade Previdenciária. ( ) 
 
Gabarito 
1. C 2. C 
 
 Informativo 
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Informativo 928-STF (15/01/2019) – Márcio André Lopes Cavalcante | 7 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
 
 
 
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS 
17 A 31 DE DEZEMBRO DE 2018 
 
Lei Complementar nº 164, de 18.12.2018 - Acrescenta §§ 5º e 6º ao art. 23 da Lei Complementar nº 101, de 4 de 
maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), para vedar a aplicação de sanções a Município que ultrapasse o limite 
para a despesa total com pessoal nos casos de queda de receita que especifica. Publicado no DOU em 18.12.2018, Seção 
1 - Extra, Edição nº 242-A, p. 1. 
 
Lei nº 13.767, de 18.12.2018 - Altera o art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a fim de permitir a ausência ao serviço para realização de exame preventivo 
de câncer. Publicado no DOU em 18.12.2018, Seção 1 - Extra, Edição nº 242-A, p. 1. 
 
Lei nº 13.769, de 19.12.2018 - Altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), 
as Leis n os 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), e 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes 
Hediondos), para estabelecer a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar da mulher gestante ou que for mãe 
ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência e para disciplinar o regime de cumprimento de pena privativa de 
liberdade de condenadas na mesma situação. Publicado no DOU em 20.12.2018, Seção 1, Edição nº 244, p. 1. 
 
Lei nº 13.771, de 19.12.2018 - Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal). Publicado no DOU em 20.12.2018, Seção 1, Edição nº 244, p. 1. 
 
Lei nº 13.772, de 19.12.2018 - Altera a Lei n o 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), e o Decreto-
Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para reconhecer que a violação da intimidade da mulher 
configura violência doméstica e familiar e para criminalizar o registro não autorizado de conteúdo com cena de nudez ou 
ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado. Publicado no DOU em 20.12.2018, Seção 1, Edição nº 244, p. 2. 
 
Lei nº 13.775, de 20.12.2018 - Dispõe sobre a emissão de duplicata sob a forma escritural; altera a Lei nº 9.492, 
de 10 de setembro de 1997; e dá outras providências. Publicado no DOU em 21.12.2018, Seção 1, Edição nº 245, p. 1. 
 
Lei nº 13.777, de 20.12.2018 - Altera as Leis n os 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e 6.015, de 31 
de dezembro de 1973 (Lei dos Registros Públicos), para dispor sobre o regime jurídico da multipropriedade e seu 
registro. Publicado no DOU em 21.12.2018, Seção 1, Edição nº 245, p. 2. 
 
Lei nº 13.778, de 26.12.2018 - Altera a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço (FGTS), para possibilitar a aplicação de recursos em operações de crédito destinadas às entidades 
hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem fins 
lucrativos que participem de forma complementar do Sistema Único de Saúde (SUS). Publicado no DOU em 21.12.2018, 
Seção 1, Edição nº 248, p. 1. 
 
Lei nº 13.786, de 27.12.2018 - Altera as Leis n os 4.591, de 16 de dezembro de 1964, e 6.766, de 19 de dezembro de 
1979, para disciplinar a resolução do contrato por inadimplemento do adquirente de unidade imobiliária em incorporação 
imobiliária e em parcelamento de solo urbano. Publicado no DOU em 28.12.2018, Seção 1, Edição nº 249, p. 1. 
 
Medida Provisória nº 869, de 27.12.2018 - Altera a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, para dispor sobre a 
proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, e dá outras providências. Publicado 
no DOU em 28.12.2018, Seção 1, Edição nº 249, p. 8. 
 
 
Decreto nº 9.631, de 26.12.2018 - Altera o Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017, que regulamenta a Lei 
nº 13.445, de 24 de maio de 2017, que institui a Lei de Migração. Publicado no DOU em 27.12.2018, Seção 1, Edição nº 
248, p. 18. 
Decreto nº 9.637, de 26.12.2018 - Institui a Política Nacional de Segurança da Informação, dispõe sobre a 
governança da segurança da informação, e altera o Decreto nº 2.295, de 4 de agosto de 1997, que regulamenta o disposto 
no art. 24, caput, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e dispõe sobre a dispensa de licitação nos casos que 
possam comprometer a segurança nacional. Publicado no DOU em 27.12.2018, Seção 1, Edição nº 248, p. 23. 
 
Supremo Tribunal Federal - STF 
Secretaria de Documentação – SDO

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