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CADERNO DE INFORMATIVOS STF

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Larissa Lemes º MATERIAL GRATUITO
CADERNO DE INFORMATIVOS E JURISPRUDÊNCIA DO STF 2021
Sumário	
INFORMATIVO 1018	2
1.	Direito Constitucional	2
Assunto: AUTONOMIA DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS	2
2.	Direito Administrativo	3
Assunto: CONTROLE ACIONÁRIO DE SUBSIDIÁRIAS	3
Assunto: TETO CONSTITUCIONAL REMUNERATÓRIO, EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA QUE NÃO RECEBEM RECURSOS PÚBLICOS	4
3.	Processo Civil	4
Assunto: EXECUÇÃO INVERTIDA; EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA	4
4.	Tributário	5
Assunto: SEQUESTRO DE VERBA PÚBLICA DE EMPRESA ESTATAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO SEM CONCORRÊNCIA E SEM INTUITO LUCRATIVO	5
INFORMATIVO 1017	6
1.	Direito Constitucional	6
Assunto: Conflito federativo; censo IBGE	6
Assunto: COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS; SUSPENSÃO DE PLANOS DE SAÚDE POR INADIMPLÊNCIA	8
Assunto: LEI ESTADUAL QUE REDUZ MENSALIDADE ESCOLAR; INCONSTITUCIONALIDADE	9
2.	Direito Administrativo	9
Assunto: PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE; FLEXIBILIZAÇÃO	9
3.	Direito Empresarial	11
4.	Processo Penal	13
Assunto: ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL; IMPOSIÇÃO PELO JUDICIÁRIO	13
5.	Direito Tributário	15
Assunto: IMPOSTO DE RENDA; PESSOA COM DEFICIÊNCIA ENQUADRADA COMO DEPENDENTE	15
Assunto: IMPOSTO DE RENDA; RENDIMENTOS DE AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES	16
Assunto: ICMS; INADIMPLÊNCIA; INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES	17
INFORMATIVO 1016	21
1.	Direito Constitucional	21
Assunto: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA; LEI ESTADUAL QUE PROÍBE ATIVIDADE DE DELIVERY DE GASOLINA É INCONSTITUCIONAL	21
Assunto: LEI ESTADUAL PODE PROIBIR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS FAÇAM PROPAGANDA DE EMPRÉSTIMOS PARA APOSENTADOS E PENSIONISTAS	21
2.	Processo Penal	22
Assunto: NÃO SE ADMITE CONDENAÇÃO BASEADA EXCLUSIVAMENTE EM DECLARAÇÕES INFORMAIS PRESTADAS A POLICIAIS NO MOMENTO DO FLAGRANTE; PROVAS	22
3.	Direito Tributário	24
Assunto: IPI; É CONSTITUCIONAL A TAXAÇÃO DE IPI SOBRE RECIPIENTES DE ÁGUA MINERAL	24
INFORMATIVO 1018 
Direito Constitucional
Assunto: AUTONOMIA DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS 
O STF decidiu que é inconstitucional o dispositivo estadual que conferiu a universidade estadual autonomia financeira e orçamentária, bem como autorizou a criação de procuradoria própria e a escolha de reitor participação do poder executivo. É constitucional o repasse de recursos orçamentários para universidade estadual na forma de duodécimos. O repasse de duodécimos não está constitucionalmente previsto, mas está dentro da discricionariedade do poder executivo e é constitucional. Dizer que a Universidade receberá seus recursos em forma de duodécimo significa que se dividirá o orçamento anual em 12 parcelas e, cada mês, ela terá direito a uma dessas parcelas. Duodécimo = uma das doze partes iguais em que se dividiu um todo.
O art. 207 da CF prevê autonomia às Universidades no que diz respeito aos âmbitos: didátito-científico, administrativo e de gestão financeira e patrimonial. NÃO SE FALA EM AUTONOMIA FINANCEIRA.
Quanto à procuradoria própria, tem-se que o art. 132 da CF estabeleceu o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do DF, por meio dos procuradores (PGE ou PGDF). Desse modo, não pode um estado estabelecer procuradoria própria para sua administração pública indireta (Universidade tem natureza de autarquia ou fundação). 
ATENÇÃO: cargo de procurador geral de universidade pode ser cargo em comissão, mediante lei, conforme entendimento do STF. O que não pode é uma procuradoria autônoma e exclusiva da Universidade. 
Direito Administrativo
Assunto: CONTROLE ACIONÁRIO DE SUBSIDIÁRIAS
	Da mesma forma que não se exige lei específica para criação de subsidiárias, pelo paralelismo das formas, o STF entendeu que também não se exige lei para alienar o seu controle acionário. Toda empresa estatal é criada mediante lei específica autorizando sua criação, conforme art. 37, XIX c/c art. 61, §1, II, “b” e “e” da CF. Para o STF, a alienação do controle das subsidiárias não precisa de autorização legislativa e nem de licitação, mas deve seguir os princípios do art. 37, CF.
	CONCEITO: empresa subsidiária é uma empresa controlada pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista que é criada para atuar em ramos específicos, cuja criação também prescinde de lei específica segundo dispõe art. 37, XX da CF. 
	ATENÇÃO: o STF tem entendido que basta uma autorização genérica, que pode estar presente inclusive na lei de criação da matriz, para que haja a criação de uma subsidiária:(...) 2. É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. STF. Plenário. ADI 1649, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgado em 24/03/2004.
	ATENÇÃO: NÃO confundir com transferência de controle de sociedades de economia mista e empresa pública; o STF entende que trata-se de modalidade de privatização (extinção da sociedade ou empresa) e prescinde de autorização legislativa para tanto. O STF deu interpretação conforme ao art. 29, XVIII da Lei 13.303/2016. 
	Assunto: TETO CONSTITUCIONAL REMUNERATÓRIO, EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA QUE NÃO RECEBEM RECURSOS PÚBLICOS
	O STF decidiu que não se aplica o teto constitucional remuneratório em se tratando de sociedade de economia mista e empresa pública que não recebem remuneração por meio de recursos públicos. Aplicação do art. 37, §9º da CF. O teto remuneratório está previsto no art. 37, XI da CF e é aplicado aos agentes públicos, independentemente do vínculo (estatutário, celetista, temporário, comissionado ou político). Sempre se aplica aos agentes públicos da administração pública direta e indireta. Já aos empregados de empresa pública e sociedade de economia mista somente se aplica se a empresa receber recursos da Fazenda Pública. No julgado, o STF deu interpretação conforme ao art. 19, X da Lei Orgânica do DF de modo que a expressão “empregos públicos” ali contida se limita a tais empregados. 
Processo Civil
Assunto: EXECUÇÃO INVERTIDA; EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
O STF entendeu que é constitucional a chamada execução invertida. O CPC prevê que quando do cumprimento de sentença, deve o credor apresentar os cálculos do valor que entende devido (art. 534, CPC). Entretanto, nos JESPs nem sempre o credor tem recursos para realizar tais cálculos, de modo que a execução invertida ocorre quando há decisão judicial intimando a Fazenda Pública para que elabora a planilha de cálculos e apresente nos autos e, caso haja concordância, haja pagamento voluntário (inversão do ônus). Enunciado nº 129 do FONAJEF: Nos Juizados Especiais Federais, é possível que o juiz determine que o executado apresente os cálculos de liquidação. 
O STF entendeu que não ofende a ordem constitucional determinação judicial de que a União proceda aos cálculos e apresente os documentos relativos à execução nos processos em tramitação nos juizados especiais cíveis federais, ressalvada a possibilidade de o exequente postular a nomeação de perito. STF. Plenário. ADPF 219/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/5/2021 (Info 1018), inclusive em decorrência da própria legislação dos JESPs federais, que prevê que deve a administração pública agir no intuito de buscar a efetividade dos direitos dos administrados e dos princípios previstos no art. 37 da CF.
Tributário
Assunto: SEQUESTRO DE VERBA PÚBLICA DE EMPRESA ESTATAL PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO SEM CONCORRÊNCIA E SEM INTUITO LUCRATIVO
O STF entendeu que NÃO PODE HAVER (é inconstitucional) o sequestro de recursos públicos vinculados a orçamentos de estatais prestadoras de serviços públicos em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo para fins de pagamentos de dívidas. Fundamento: art. 100 da CF e princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, CF), separação de poderes (art. 2, art. 60, §4º, III, ambos da CF) e eficiência da administração pública (art. 37, CF). É inconstitucional o bloqueio ou sequestro deverba pública, por decisões judiciais, de empresa estatal prestadora de serviço público em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário. STF. Plenário. ADPF 616/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
Deve ser adotado o regime constitucional dos precatórios também para as empresas estatais que prestam serviço público em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário. 
Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de suas dívidas, em virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2°, 60, § 4°, III, da CF) e da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF). STF. Plenário. ADPF 616/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
INFORMATIVO 1017
1. Direito Constitucional
Assunto: Conflito federativo; censo IBGE
O conflito federativo ocorre quando há disputa judicial envolvendo a União contra Estado-membro e que, em razão da magnitude do tema discutido, pode gerar desestabilização do próprio pacto federativo. É julgado pelo STF (art. 102, I, f, CF/88). Já o mero conflito entre entes federados é julgado, em regra, pelo juiz federal de 1º instância. Compete ao STF julgar, com base no art. 102, I, “f”, da CF/88, ação cível originária que questiona a inércia da Administração Pública federal relativamente à organização, ao planejamento e à execução do Censo Demográfico do IBGE. STF. Plenário. ACO 3508 TA-Ref/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
O STF entendeu que a não realização do censo configurou uma escolha política ilegítima. A realização do censo é uma determinação legal contida na Lei 8.184/91: Art. 1º A periodicidade dos Censos Demográficos e dos Censos Econômicos, realizados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será fixada por ato do Poder Executivo, não podendo exceder a dez anos a dos Censos Demográficos e a cinco anos a dos Censos Econômicos. 
O recenseamento influencia na repartição de receitas tributárias, sobretudo por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Fundo de Participação dos Estados (FPE) e salário educação. A divisão de receitas por meio desses fundos está regulada em diplomas normativos diversos, mas que visam a concreção de direitos constitucionais. 
ATENÇÃO: trata-se de uma proibição de intervenção e também um postulado de proteção. Ainda, há não apenas a proibição do excesso, mas também a proibição de proteção insuficiente. Ou seja, leis dotadas de substrato constitucional não podem ser deixadas ao livre arbítrio do gestor público (discricionariedade). 
Assunto: DIREITO À SAÚDE; APLICAÇÃO DE RECURSOS MÍNIMOS PELOS ESTADOS E MUNICÍPIOS 
O STF entendeu que é possível condenar judicialmente Estado ou Município a investir na saúde os valores mínimos que não foram aplicados em anos anteriores. Trata-se de espécie de controle judicial. É compatível com a Constituição Federal controle judicial a tornar obrigatória a observância, tendo em conta recursos orçamentários destinados à saúde, dos percentuais mínimos previstos no artigo 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, considerado período anterior à edição da Lei Complementar nº 141/2012. STF. Plenário. RE 858075/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 14/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 818) (Info 1017).
Fundamentos constitucionais: art. 198, §2º, III da CF e art. 77, §1º do ADCT. Ainda, art. 160, parágrafo único, II da CF (incluído pela EC 29/2000). Antes do advento da LC 141/2012, não pode aplicar a sanção de restrição de transferência voluntária federal em razão do descumprimento do percentual com gastos em saúde.
A regra instituidora da sanção imputável ao ente federativo que descumpre o mínimo constitucional só sobreveio com a edição dos arts. 25 e 26 da LC 141/2012, mas a exigência de aplicação de um percentual mínimo em ações e serviços públicos de saúde decorre diretamente da Constituição, desde a edição da EC 29/2000. 
Assunto: COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS; SUSPENSÃO DE PLANOS DE SAÚDE POR INADIMPLÊNCIA 
Não pode lei estadual legislar sobre direito civil e política de seguros, especialmente no que diz respeito à suspensão de plano de saúde por falta de pagamento. Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de seguros, é formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder Executivo proibir a suspensão ou o cancelamento de planos de saúde por falta de pagamento durante a situação de emergência do novo coronavírus (Covid-19). STF. Plenário. ADI 6441/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017). 
Trata-se de competência privativa da União (art. 22, I e VII, CF). A previsão do art. 22, VII “seguros” abrange também os planos de saúde. Não trata-se de norma de direito do consumidor (que seria competência concorrente) de modo que tratou de disposições que interferiram nas relações contratuais, que é de direito civil (competência da União). Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de seguros, é formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder Executivo proibir a suspensão ou o cancelamento de planos de saúde por falta de pagamento durante a situação de emergência do novo coronavírus (Covid-19). STF. Plenário. ADI 6441/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017)
ATENÇÃO: POR OUTRO LADO, é constitucional lei estadual que obrigue plano de saúde a justificar recusa de tratamento! O STF entendeu que essa norma não viola competência privativa da União, considerando que ela trata sobre proteção ao consumidor, matéria inserida na competência concorrente (art. 24, V, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4512/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/2/2018 (Info 890). 
Assunto: LEI ESTADUAL QUE REDUZ MENSALIDADE ESCOLAR; INCONSTITUCIONALIDADE 
De igual modo, o STF entendeu que é inconstitucional lei estadual que reduziu o valor das mensalidades escolares durante a pandemia, por violação da competência privativa da União para legislar sobre direito civil (contratos educacionais). Os efeitos da pandemia sobre os negócios jurídicos privados, inclusive decorrentes de relações de consumo, foram tratados pela Lei federal nº 14.010/2020. Ao estabelecer o Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado (RJET) para o período, a norma reduziu o espaço de competência complementar dos estados para legislar e não contém previsão geral de modificação dos contratos de prestação de serviços educacionais. STF. ADI 6575, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/12/2020 (Info 1003).
Direito Administrativo
Assunto: PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE; FLEXIBILIZAÇÃO 
A impessoalidade é princípio administrativo previsto no art. 37 da CF e possui três aspectos: a) dever de isonomia: a AP deve apresentar tratamento impessoal e isonômico aos particulares; b) conformidade ao interesse público: não pode o agente público se valer do cargo para alcançar interesses pessoais; c) imputação dos atos praticados pelo agente público diretamente ao órgão: o agente público age em nome do órgão público da AP. 
Art. 37, §1º, CF: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Proibição de promoção pessoal dos agentes públicos. 
Lei do DF previu que não caracterizaria promoção pessoal a divulgação feita por autoridade de ato, programa, obra ou serviço públicos de sua iniciativa, incluídos os decorrentesde emendas à lei orçamentária anual, desde que atenda os critérios previstos em norma interna de cada poder. 
O STF entendeu que essa lei é inconstitucional, tratando-se de delegação que vai de encontro com a CF. O princípio da supremacia do interesse público permeia a publicidade estatal, sob pena de se ter por configurado o desvio de finalidade e contrariados os princípios da impessoalidade e da probidade.
Está em desconformidade com a Constituição Federal a previsão contida na Lei Orgânica do Distrito Federal que autoriza que cada Poder defina, por norma interna, as hipóteses pelas quais a divulgação de ato, programa, obra ou serviço públicos não constituirá promoção pessoal. Essa delegação conferida viola o § 1º do art. 37 da CF/88, que não admite flexibilização por norma infraconstitucional ou regulamentar. STF. Plenário. ADI 6522/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
ATENÇÃO: nesse julgado, o STF conferiu interpretação conforme à CF ao dispositivo da LODF. Importante destacar também que a LODF possui a mesma natureza jurídica de uma Constituição Estadual. “(...) muito embora não tenha o constituinte incluído o Distrito Federal no art. 125, § 2º, que atribui competência aos Tribunais de Justiça dos Estados para instituir a representação de inconstitucionalidade em face das constituições estaduais, a Lei Orgânica do Distrito Federal apresenta, no dizer da doutrina, a natureza de verdadeira Constituição local, ante a autonomia política, administrativa e financeira que a Carta confere a tal ente federado. (...)” (STF. Plenário. RE 577.025, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 11/12/2008).
Direito Empresarial
Assunto: PATENTE; ART. 40 DA LEI 9.279/96 É INCONSTITUCIONAL 
O STF entendeu que é inconstitucional o parágrafo único do art. 40 da Lei 9.279/96 (Lei de Propriedade Industrial), que estabelecia o prazo de vigência não inferior a 10 anos para “patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior”.
Ficou consignado que o dispositivo contraria o princípio da segurança jurídica, a temporalidade da patente, a função social da propriedade intelectual, a duração razoável do processo, a eficiência da AP, a livre concorrência e a defesa do consumir bem como o direito à saúde.
INPI: autarquia federal que tem como função a concessão e garantia dos direitos de propriedade intelectual para a indústria.
PATENTE: título de propriedade temporária concedido pelo INPI para pessoa que inventou um novo produto, processo ou para quem fez aperfeiçoamentos destinados à aplicação industrial. Direito temporário de explorar economicamente. A proteção da patente (proteção patentária) retroage ao momento inicial do processo de requerimento. 
PRAZO DE VIGÊNCIA: Em regra, a vigência da patente observará os prazos fixos de 20 anos para invenções e de 15 anos para modelos de utilidade, contados da data de depósito, conforme o caput do art. 40 da Lei. O parágrafo único prevê que em caso de o INPI demorar 10 anos para deferir um requerimento de patente de invenção, essa patente vigorará por mais 10 anos, de modo a violar o prazo do caput e acabando por estabelecer prazo variável de proteção, a depender do tempo de duração do procedimento administrativo. Findo o prazo de vigência da patente, a proteção extingue-se e seu objeto passa a ser considerado de domínio público, conforme o art. 78, I e parágrafo único, da Lei. 
Fundamento constitucional: art. 5º, XXIX da CF, que determina que seja assegurada por lei a proteção à propriedade industrial mediante um privilégio temporário, com observância do interesse social e do desenvolvimento tecnológico e econômico do País. Ainda, o art. 5º, XXII c/ art. 170 da CF, que estabelecem a função social da propriedade. Busca-se prevenir a dominação dos mercados, eliminação da concorrência e aumento arbitrário dos lucros. Ainda, tem fundamento também na livre concorrência e na defesa do consumidor, pois o adiamento da entrada da concorrência no mercado possui sérios impactos sobre os preços dos produtos e, consequentemente, sobre o acesso dos consumidores a tais produtos.
É inconstitucional o parágrafo único do art. 40 da Lei nº 9.279/96, segundo o qual os prazos de vigência de patentes e de modelos de utilidade podem ser prorrogados na hipótese de o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior. STF. Plenário. ADI 5529/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/5/2021 (Info 1017).
O Professor Eros Grau sintetiza os desdobramentos do parágrafo único do art. 40: “(i) prolonga, injustificadamente, o privilégio de exploração exclusiva de produtos e processos industriais, em prejuízo de quantos possam concorrer como titulares da patente e, ainda, dos consumidores, beneficiários da livre concorrência nos mercados; (ii) impede que virtuais concorrentes do depositante do pedido de patente tenham conhecimento da data a partir da qual poderão explorar economicamente os produtos ou processos objeto da patente, o que compromete calculabilidade e previsibilidade indispensáveis à atuação dos agentes econômicos no mercado, vale dizer, certeza e segurança jurídica; e (iii) permite, viabiliza, incita comportamentos adversos à livre concorrência da parte de depositantes de pedidos de patente, comportamentos voltados, tanto quanto isso se torne possível, ao retardamento do processo de exame do pedido de patente conduzido pelo Poder Executivo; quanto mais lento for esse exame, mais extenso será o privilégio de utilização exclusiva dos produtos e processos patenteados”.
Processo Penal
Assunto: ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL; IMPOSIÇÃO PELO JUDICIÁRIO 
 O STF decidiu que não pode o poder judiciário impor ao MP a obrigação de ofertar ANPP. 
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar acordo de não persecução penal (ANPP). Não cabe ao Poder Judiciário, que não detém atribuição para participar de negociações na seara investigatória, impor ao MP a celebração de acordos. Não se tratando de hipótese de manifesta inadmissibilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame de sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP, não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário controle o ato de recusa, quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. Isso porque a redação do art. 28-A, § 14, do CPP determina a iniciativa da defesa para requerer a sua aplicação. STF. 2ª Turma. HC 194677/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2021 (Info 1017). 
ANPP: inserido pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019), é um acordo celebrado entre o MP e o investigado, que necessita de homologação judicial. Trata-se de acordo pré-processual (ou seja, deve se realizado antes do oferecimento da denúncia) e é permitido somente para certos tipos de crimes e, cumpridas suas condições, haverá a extinção da punibilidade. Exceção ao princípio da obrigatoriedade da ação penal e corolário da justiça penal consensual, que se trata de instrumento para otimização dos recursos públicos e a efetivação da chamada Justiça multiportas, com a perspectiva restaurativa (HC 607003-SC). Aplica-se a retroatividade penal benéfica para permitir a celebração de ANPP para os fatos anteriores à lei, desde que não recebida a denúncia. São requisitos:
a. não ser caso de arquivamento 
b. o investigado deve ter confessado a prática da infração penal.
c. infração penal foi cometida sem violência ou grave ameaça a pessoa, mas é cabível quando praticada com violência contra coisa.
d. a pena mínima da infração penal é menor que 4 anos (causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso devem ser levadas em consideração)
e. deve ser suficiente para reprovação e prevenção do crime
f. não ser o caso de transação penal (art. 76 da Lei 9.099/95), que é benefício maisvantajoso ao investigado. ATENÇÃO: mesmo se cabível a suspensão condicional do processo, pode o MP oferecer ANPP.
g. o investigado deve ser primário (não pode ser reincidente genérico ou específico).
h. não pode haver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual (reiterada ou profissional), exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas
i. o agente não pode ter se beneficiado da ANPP nos 5 anos anteriores, bem como outra transação penal ou suspensão condicional do processo
j. a infração não pode estar submetida à Lei Maria da Penha 
	No caso de recusa do MP em oferecer ANPP, o investigado pode requerer a remessa dos autos a órgão superior (art. 28 CPP). Ainda, pode o juiz recursar a homologação caso a proposta não atender aos requisitos legais. “Não se tratando de hipótese de manifesta inadmissibilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame de sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP, não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário controle o ato de recusa, quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. Isso porque a redação do art. 28-A, § 14, do CPP determina a iniciativa da defesa para requerer a sua aplicação.”
Direito Tributário
Assunto: IMPOSTO DE RENDA; PESSOA COM DEFICIÊNCIA ENQUADRADA COMO DEPENDENTE 
O STF entendeu que a pessoa com deficiência pode ser enquadrada como dependente em Imposto de Renda, mesmo que seja apta a trabalhar mas desde que não receba remuneração que exceda as deduções legalmente autorizadas. 
Na apuração do imposto sobre a renda de pessoa física, a pessoa com deficiência que supere o limite etário e seja capacitada para o trabalho pode ser considerada como dependente quando a sua remuneração não exceder as deduções autorizadas por lei. STF. Plenário. ADI 5583/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
DEPENDENTES: a inclusão de dependentes no IR gera um abatimento no cálculo do tributo que será pago (art. 4º, III, da Lei nº 9.250/95). 
A Lei em questão estabelece em seu art. 35, incisos III e V, que poderá ser enquadrado como dependente “a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho” e “o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até 21 anos, desde que o contribuinte detenha a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho”. Pelos dispositivos, se a pessoa tiver mais de 21 anos e for apta a trabalhar, ela não poderá ser enquadrada como dependente no IR. 
ATENÇÃO: o STF conferiu interpretação conforme a CF aos dispositivos e estabeleceu que a pessoa com deficiência, mesmo que esteja capacitada para o trabalho, pode, sim, ser considerada como dependente, mas, para isso, a sua remuneração não pode exceder as deduções autorizadas por lei. A norma confere tratamento não isonômico à pessoa deficiente e, ainda, viola o direito ao trabalho da pessoa com deficiência, posto que hoje em dia podemos pensar em situações em que elas possam exercer atividade laborativa, trazendo então um desestímulo a que a pessoa com deficiência busque alternativas para se inserir no mercado de trabalho.
Fundamentos constitucionais: arts. 5º, I, 6º, 153, I e 145, § 1º, da CF/1988 e à Convenção Internacional de Direitos das Pessoas com Deficiência, principalmente aos seus arts. 2º, 4º, 5º, 8º, 19 e 27.
Na apuração do imposto sobre a renda de pessoa física, a pessoa com deficiência que supere o limite etário e seja capacitada para o trabalho pode ser considerada como dependente quando a sua remuneração não exceder as deduções autorizadas por lei. STF. Plenário. ADI 5583/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
Assunto: IMPOSTO DE RENDA; RENDIMENTOS DE AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES
O STF entendeu que “é dos Estados e Distrito Federal a titularidade do que arrecadado, considerado Imposto de Renda, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por si, autarquias e fundações que instituírem e mantiverem”. STF. Plenário. RE 607886/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 364) (Info 1017).
Fundamento constitucional: art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem.
Assunto: ICMS; INADIMPLÊNCIA; INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
As vendas inadimplidas não podem ser excluídas da base de cálculo do tributo, pois a inadimplência do consumidor final — por se tratar de evento posterior e alheio — não obsta a ocorrência do fato gerador do ICMS-comunicação. STF. Plenário. RE 1003758/RO, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 705) (Info 1017).
O art. 155, II da CF prevê que o ICMS incide sobre serviços de telecomunicações (é um fato gerador, portanto). Do mesmo modo o art. 2º da Lei Kandir (LC 87/96).
A empresa alegou que o ICMS não incidiria no caso de inadimplência do consumidor final, de modo que a cobrança do ICMS em tais casos teria natureza confiscatória e atentaria contra o princípio da capacidade contributiva, pois se cobra o tributo sem que haja a manifestação de riqueza. Entendimento do STF: A inadimplência do usuário não afasta a incidência ou a exigibilidade do ICMS sobre serviços de telecomunicações. STF. Plenário. RE 1003758/RO, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 705) (Info 1017). Entendeu-se que a inadimplência é um evento posterior e alheio e não obsta a ocorrência do fato gerador do ICMS-comunicação. Ou seja, a inadimplência não retira o caráter oneroso da comunicação, mas sim gera crédito à empresa, o qual pode ser pleiteado tanto pela via administrativa quanto pela via judicial. 
RELAÇÕES JURÍDICAS: uma entre a empresa (contribuinte de direito) e o respectivo consumidor/usuário (contribuinte de fato), de natureza civil; e outra, de caráter estritamente tributário, entre a empresa (sujeito passivo) e o Fisco (sujeito ativo). 
O pagamento do ICMS é uma obrigação que decorre da lei (pois incidente o fato gerador), enquanto que a inadimplência decorre da obrigação contratual. Seria repassar ao Estado os riscos da atividade econômica. 
Fundamentos constitucionais: além do art. 155, II; princípio da legalidade tributária, art. 150 §6º e art. 155, §2º, XII, g, ambos da CF.
Assunto: ICMS; COBRANÇA ANTECIPADA DE DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA DE ICMS 
É constitucional a imposição tributária de diferencial de alíquota do ICMS pelo Estado de destino na entrada de mercadoria em seu território devido por sociedade empresária aderente ao Simples Nacional, independentemente da posição desta na cadeia produtiva ou da possibilidade de compensação dos créditos. STF. Plenário. RE 970821/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11/5/2021 (Info 1017). 
Em operações realizadas entre pessoas situadas em Estados diferentes, tem-se a discussão em relação a qual Estado-membro caberá a arrecadação do ICMS. Existem três regras para solução, que foram alteradas pela EC 87/2015:
a. Se a pessoa adquiriu o produto como consumidor final e for contribuinte do ICMS (ex: supermercado adquire computadores como consumidor final e paga ICMS por outras operações que realiza) = divide-se a arrecadação entre o Estado de orgiem e o de destino. Cobra-se o ICMS duas vezes (quando sair da origem e quanto der entrada no destino, sendo que no estado de origem cobra-se a alíquota de 7% de comércio interestadual e no estado de destino cobra-se a diferença entre a alíquota estadual e a alíquota interestadual). art. 155, §2º, VII e VIII da CF.
b. Se a pessoa adquiriu o produto como consumidor final mas não é contribuinte do ICMS (ex: advogado compra computador)= aplica-se a alíquota INTERNA do Estado de origem (art. 155, §2º, VII, b) + a diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna. 
c. Se a pessoa que adquiriu o produto não for consumidor final = aplica-se a líquota INTERESTADUAL, mas o valor fica todo com o Estado de origem.
O que o STF decidiu é que aplica-se o diferencial de alíquota mesmo quando a empresa for aderente ao SIMPLES Nacional, independente de o contribuinte estar na condição de consumidor final no momento da aquisição.
SIMPLES NACIONAL: regime de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos, aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte (LC 123/2006). A empresa que aderir ao Simples desfruta da vantagem de recolher quase todos os tributos (federais, estaduais e municipais) mediante um único pagamento, calculado sobre um percentual de sua receita bruta. Fundamento: art. 146, III, art. 10, IX e art. 179, todos da CF.
A cobrança do diferencial não viola o SIMPLES e está prevista no art. 13, §1º, XIII, g da LC 123/2006 e não viola também a regra da não cumulatividade, já que o art. 23 da LC 123/2006 veda a apropriação ou compensação de créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples. 
É constitucional a imposição tributária de diferencial de alíquota do ICMS pelo Estado de destino na entrada de mercadoria em seu território devido por sociedade empresária aderente ao Simples Nacional, independentemente da posição desta na cadeia produtiva ou da possibilidade de compensação dos créditos. STF. Plenário. RE 970821/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11/5/2021 (Info 1017).
INFORMATIVO 1016
1. Direito Constitucional
Assunto: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA; LEI ESTADUAL QUE PROÍBE ATIVIDADE DE DELIVERY DE GASOLINA É INCONSTITUCIONAL 
O STF entendeu que lei estadual que proiba a venda de gasolina por delivery é INCONSTITUCIONAL, posto que a competência para legislar sobre energia é privativa da União. É inconstitucional norma estadual que vede ao consumidor, pessoa física, o abastecimento de veículos em local diverso do posto de combustível. STF. Plenário. ADI 6580/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).
Fundamento constitucional: art. 22, IV da CF; art. 238, CF. 
Fundamento legal: Lei 9.478/97 trata sobre as normas gerais sobre a política energética nacional e dá outras disposições a respeito. ATENÇÃO: existe resolução da ANP que proíbe a venda de combustível em local diverso do estabelecimento mas, mesmo assim, a lei estadual é inconstitucional por usurpar competência legislativa! 
Assunto: LEI ESTADUAL PODE PROIBIR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS FAÇAM PROPAGANDA DE EMPRÉSTIMOS PARA APOSENTADOS E PENSIONISTAS 
É constitucional a proibição — por lei estadual — de que instituições financeiras, correspondentes bancários e sociedades de arrendamento mercantil façam telemarketing, oferta comercial, proposta, publicidade ou qualquer tipo de atividade tendente a convencer aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo. 
Essa lei trata sobre defesa do consumidor, matéria que é de competência concorrente (art. 24, V, da CF/88), servindo para suplementar os princípios e as normas do CDC e reforçar a proteção dos consumidores idosos, grupo em situação de especial vulnerabilidade econômica E social. (STF. Plenário. ADI 6727/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).
Fundamentos constitucionais: proteção ao consumidor e ao idoso (art. 5º, XXXII); competência concorrente para legislar sobre produção e consumo (art. 24, V, CF). Proteção ao idoso no art. 230 da CF.
Fundamentos legais: o próprio CDC, enquanto norma principiológica, que deve-se promover e assegurar o pleno direito à informação e proteção do consumidor c contra publicidade abusiva e enganosa. Fundamento também na vulnerabilidade do consumidor idoso.
Outros precedentes correlatos: Ausente a instituição de obrigações relacionadas à execução contratual da concessão de serviço de telecomunicações, surge constitucional norma estadual a vedar a realização de “cobranças e vendas de produtos via telefone, fora do horário comercial, nos dias de semana, feriados e finais de semanas”, ante a competência concorrente dos Estados para legislar sobre proteção aos consumidores – artigo 24, inciso V, da Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 6087, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/08/2019.
Processo Penal
Assunto: NÃO SE ADMITE CONDENAÇÃO BASEADA EXCLUSIVAMENTE EM DECLARAÇÕES INFORMAIS PRESTADAS A POLICIAIS NO MOMENTO DO FLAGRANTE; PROVAS 
A CF/88 determina que as autoridades estatais informem aos presos que eles possuem o direito de permanecer em silêncio (art. 5º, LXIII). Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas pelo Delegado, durante o interrogatório formal, mas também pelos policiais responsáveis pela voz de prisão em flagrante. Isso porque a todos os órgãos estatais impõe-se o dever de zelar pelos direitos fundamentais.
A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita a prova obtida a partir dessa confissão. STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/5/2021 (Info 1016).
Não se admite condenação baseada exclusivamente em declarações informais prestadas a policiais no
momento da prisão em flagrante. STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/5/2021 (Info 1016).
Fundamentos constitucionais: art. 5º, LXIII (o preso deve ser informado de seus direitos no momento da prisão).
Deve-se analisar se houve a informação ao preso de que pode permanecer calado! 
ATENÇÃO: a falta da advertência causa nulidade absoluta? O STJ e o STF possuem julgados de que a ausencia de advertência seria causa de nulidade relativa e, portanto, depende de comprovação do prejuízo no caso concreto, além de estar sujeita à preclusão. Veja: (...) A aventada nulidade, por não observância ao direito ao silêncio, e sua repercussão em toda cadeia processual, não se afigura evidente de plano, tanto por incidência, à espécie do princípio da pas de nulitte sans grief, como por demonstrada a preclusão da tese arguida. (...) STF. 2ª Turma. RHC 182519 AgR, Rel. Edson Fachin, julgado em 08/04/2021. 
Ainda: (...) A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça é firme no sentido de que a ausência de informação quanto ao direito ao silêncio constitui nulidade relativa, dependendo da comprovação de efetivo prejuízo. (...) STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 608.751/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 23/03/2021.
Outros precedentes correlatos: (...) 3. Aviso de Miranda. Direitos e garantias fundamentais. A Constituição Federal impõe ao Estado a obrigação de informar ao preso seu direito ao silêncio não apenas no interrogatório formal, mas logo no momento da abordagem, quando recebe voz de prisão por policial, em situação de flagrante delito. 4. Inexistência de provas independentes no caso concreto. Nulidade da condenação. (...) STF. 2ª Turma. RHC 192798 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 24/02/2021.
Direito Tributário
Assunto: IPI; É CONSTITUCIONAL A TAXAÇÃO DE IPI SOBRE RECIPIENTES DE ÁGUA MINERAL
Tese fixada pelo STF: “É constitucional a fixação de alíquotas de IPI superiores a zero sobre garrafões, garrafas e tampas plásticas, ainda que utilizados para o acondicionamento de produtos essenciais”. STF. Plenário. RE 606314/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 501) (Info 1016).
O IPI é incidente sobre a produção e a circulação de produtos industrializados (Lei 4.502/64 e Decreto 7.212/2010). As alíquotas dos impostos devem ser fixadas e alteradas por meio de lei (princípio da legalidade tributária - art. 150, I, CF); as alíquotas do IPI constituem exceção a esse princípio, posto que podem ser alteradas por meio de ato do Poder Executivo (art. 153, §1º, CF). Ainda em sede constitucional, tem-se o princípio da seletividade, de forma que suas alíquotas devem ser fixadas de acordo com a essencialidade do produto, sendo menores para os generos considerados essenciais e maiores paraos supérfluos. (art. 153, §3º, CF). Relação com a capacidade contributiva e extrafiscalidade do IPI (impositiva para IPI e facultativa para o ICMS).
Autorização do Decreto Lei 1.199/71 de o Presidente reduzir a zero a alíquota de IPI relacionada com determinados produtos essenciais e também majorar essas alíquotas até 30%. 
O STF entendeu que não é impositivo que a alíquota do IPI seja zerada quando de tratar de embalagem de água mineral; é possível, portanto, que se estabeleçam alíquotas reduzidas, mas superiores a zero, a produtos
considerados essenciais, sem que isso afronte o princípio da seletividade. Argumento: a fixação das alíquotas na TIPI (tabela de incidência do IPI) trata-se de ato discricionário, desde que pautados pela capacidade contributiva, proporcionalidade e razoabilidade. 
TESE FIXADA: É constitucional a fixação de alíquotas de IPI superiores a zero sobre garrafões, garrafas e tampas plásticas, ainda que utilizados para o acondicionamento de produtos essenciais. STF. Plenário. RE 606314/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 501) (Info 1016).
Outros precedentes correlatos:
Notem o alcance do caráter seletivo do tributo, em função da essencialidade do produto. Implica variação de alíquotas consoante a própria mercadoria. Longe fica de revelar imunidade. Cumpre ter presente que o fato de o açúcar integrar a cesta básica e outros produtos desta não terem a incidência do IPI é insuficiente a concluir-se pela impossibilidade da cobrança do tributo. STF. Plenário. RE 592145/SP, Rel. Min Marco Aurélio, julgado em 05/04/2017.
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