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crise do capital e mulheres encarceradas

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CRISE DO CAPITAL, TRABALHO E MULHERES ENCARCERADAS: os vários lados da moeda
Resumo: O paper ora descrito tem a pretensão de identificar a possibilidade de existência de formas de trabalho formal e informal (precário e subalterno) para as mulheres encarceradas no Brasil. Pensa-se estabelecer a relação da categoria trabalho e da ontologia do ser social, levando em consideração a metamorfose do mundo do trabalho, a divisão sexual do trabalho a partir da categoria gênero, e análise de conjuntura a partir mundialização do capital, da financeirização no intuito de demonstrar seus efeitos perversos nas legislações prisionais, na política de encarceramento pelo trafico de drogas e na superpopulação feminina encarcerada.
PALAVRAS CHAVE: cidadania, mulheres, mundialização do capital, trabalho e sistema prisional.
1. Introdução
O presente paper foi escrito a partir de leituras, discussões e debates de autores marxista e do próprio Karl Marx realizados em sala de aula através da disciplina Teoria da Política Social e da Cidadania, ministrada pelo Professor Dr.ª Ivanete Boschetti do Programa de Pós-Graduação em Política Social / Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília.
O texto possui como finalidade central à produção de conhecimentos no âmbito da temática do encarceramento no sistema prisional, de modo especial, às questões que dizem respeito à problemática contemporânea da mulher, do trabalho e da política social diante da crise do capital.
 Apontasse que este ensaio teórico quer apresentar a atualidade dos textos de Marx e de suas categorias no intuito de revelar a relação entre a política social e cidadania, no desvelamento da aparência e da imeaditicidade do fenômeno do encarceramento feminino para se alcançar a essência da realidade concreta, como também, debater a relação de temas como: Estado Social, direitos, emancipação humana e crise do capital, dentre outros.
Desse modo, compreender a categoria trabalho na contemporaneidade a partir de uma perspectiva histórico crítica exige a análise das relações contraditórias de produção e reprodução capitalista. O homem é um ser teleológico, ontológico em existência, em realidade e autoconstrução, tem no trabalho a categoria que possibilita a construção do ser emancipado e, portanto, uma busca pela autonomia de liberdade.
 Nestas condições, o trabalho para Marx (1998) é observado como uma atividade própria do homem, uma ação consciente, existente e projetada em sua mente, que utiliza a natureza para transformar algo, em um bem necessário coletivamente, como também a si próprio. 
Coadunando com o pensamento de Marx, Iamamoto e Carvalho (2008) reforçam que o trabalho é determinado historicamente por circunstâncias e relações sociais que se efetivam e que não produzem apenas bens materiais, mas ideias e representações na consciência humana. 
Na sociedade capitalista, a partir da ótica liberal, o trabalho exige a venda da força de trabalho para os detentores dos meios de produção. Esse movimento fundamentado a partir de uma liberdade liberal para o mercado cria a separação de duas classes sociais antagônicas: as dos proletários (despossuídos dos meios de produção) e dos capitalistas (donos dos meios de produção).
O trabalho visto a partir de um olhar critico-dialético faz do homem um ser criativo e criador através da transformação da natureza, esta ação, porém, foi subvertida pelo capital para favorecer a dominação e exploração em relação à estruturação de um modo de produção que necessitava da violência (ainda que velada) para manter a busca incessante do lucro e da mais valia.
Em outros modelos de sociedade (escravista e feudalista), o homem despossuído dos meios de produção aparece como um ser (quase) sem direito ou como um bem (coisa) pertencente a um senhor. Já na sociedade capitalista, o homem que se julga livre (de senhores e donos) é escravo de sua própria liberdade e da condição de ser no mundo pelo trabalho. Da relação mercantil de compra e venda da força de trabalho, é nessa relação que surge o ‘direito’ enquanto mediador de relação social entre indivíduos, sociedade e Estado.
Dessa maneira, o ‘ser de direito’ é destacado por Weffort (2006), a partir dos pensadores contratualistas modernos e traz a análise da renuncia do direito natural para o direito positivo e suas particularidades. Para Hobbes (1588) há que se considerar que a natureza fez os homens iguais (faculdade do corpo e espírito), porém, é na disputa de espaço que as relações relativas à competitividade surgem. Nesse caso,
Concebe o contrato sui generis no qual os homens firmam entre si um pacto de submissão, com o objetivo de preservar a vida, o homem transfere a outrem (homem ou assembleia), trocando com autonomia sua liberdade pela segurança do estado- leviatã. (WEFFORT, 2006, P.63)
 Já para Locke (1632) há divergência de tese, e destacamos a compreensão de que a natureza primitiva do homem, antes mesmo de grupos sociais e sistemas políticos, coexistirá em estado de liberdade e igualdade e será dotada pelo direito à propriedade. 
Para Rousseau (1712) os homens nascem livres e bons, mas estão presos pela vontade de outrem. E para que estes homens exerçam seus direitos de liberdade, não pode haver dominação de governos, mas domínio próprio, para serem virtuosos. O contrato social é um direito conquistado por pactuação e não de submissão entre os homens e o Estado.
Compreende-se que o direito se tornou uma baliza essencial para o sistema capitalista. E o ‘ser de direito’ abre espaço para o ‘direito de ser’, a partir da manutenção da ordem. A supremacia do homus ecconomicus, citado por Kosik em sua obra Dialética do Concreto (2002, p.91) afirma que “o homem é uma unidade determinada por sua própria função no sistema regido por leis”.
A partir destas visões clássicas, e entendendo o direito, não como um jurista em sua forma legalista, mas fundamentado em autores marxistas com uma leitura histórico crítica pode-se afirmar que, o homem enquanto ser livre e criador a partir do trabalho, só poderá alcançar a emancipação e a autonomia desconstruindo aquilo que ele denomina de ‘direito’ em um sistema capitalista que vive a ‘Era dos Direitos’ (Bobbio,1992).
A emancipação humana dentro da sociedade capitalista tem como lastro a constituição do direito e de contratos sociais fundamentados na igualdade, liberdade e fraternidade em contraposição ao período da Idade Média em que a sociedade era fundada na fé, no absolutismo e em dogmas religiosos. 
A liberdade para o trabalho restrita no feudalismo tornou-se a prisão no capitalismo. Porém, alguns países socialistas como China, Cuba, Antiga União Soviética (URSS) dentre outros, numa ótica de igualdade social puderam alcançar em alguns períodos uma emancipação humana real e equitativa.
Paradoxalmente, a aplicação prática da liberdade e da igualdade na ótica capitalista ocorre apenas de forma jurídica e não observa o aspecto social. Para tanto, o direito torna-se o elemento organizador de relações sociais utilizados pelo Estado para manter o controle social e regras morais e éticas que lhe convêm.
A discussão da emancipação humana é vista com clareza através de um ensaio de Marx (1843), “Sobre a questão judaica”, que faz-nos refletir acerca do que é ser cidadão?. Para a compreensão da temática, em sala de aula, levantou-se a seguinte questão: somo cidadão apenas em nosso país? Ou somos cidadãos do mundo como afirma Bobbio?.
Será que algum aspecto subjetivo pode impedir, limitar e reduzir a nossa cidadania como para Bauer era a religião no Estado da Alemanha? Ou deve-se abolir escolhas personalíssimas como profissão, status, religião/credo, opção sexual, dentre outros, para ter direito a emancipação política? 
A cidadania como caminho para emancipação humana a partir de uma ótica marshalliana tem limitações. Dentro de aspectos da regulação formal-legal e participação nos direitos civis, políticos e sociais alcança-se apenas a uma emancipação política, e esta é antagônica a emancipação humana tão desejada pelo
cidadão.
A cidadania de Marshall observada por intelectuais como Boschetti (2016) é delimitada como abstrata que não transcende para o alcance de uma equidade social, mas, reforça premissas liberais de compra e venda de bens privados e que submete a cidadania à lógica burguesa.
O que realmente definiria o status de cidadão? Para responder tal questionamento utilizaremos a reflexão crítica de Barbalet (1989) que compreende a cidadania como um fenômeno burguês histórico de um determinado tempo e espaço que foi permeado por lutas de classe, todavia, este pertencimento a cidadania, aos direitos e políticas sociais não diminuiu e nem extinguiu a desigualdade dentro da sociedade capitalista. Sendo assim, deve-se transcender este modelo para se alcançar a cidadania. 
Acredita-se que na obra Questão Judaica (1843) Marx define com clareza que a relação entre cidadania e emancipação faz-nos refletir que existe uma diferenciação entre emancipação política e emancipação humana. E que numa sociedade de cunho capitalista nunca existirá a possiblidade da emancipação humana, pois o capitalismo se (re)estrutura através da desigualdade social, da exploração e da alienação do ser tanto pelo trabalho, quantos pelas leis e legislações.
Para justificar a luta pela legitimação da ordem social, a humanidade construiu instituições coercitivas e estabeleceu várias regras de convivência, e uma que carece explicação no intuito de adestrar o ser social ao trabalho é a relação sobre a pena.
1.1 A PENA E OS CASTIGOS COMPENSADOS PELOTRABALHO.
A pena em sua origem histórica está ligada a devolução de agressão sofrida, sem nela relaciona-se à reparação do dano. Entre os povos primitivos a penalidade era de igual proporção à sofrida. Para trazer equidade à medida da vingança privada, cita-se dentre tantas, uma regulação antiga denominada Código de Hamurabi, de 1780 A.C no reino da Babilônia, que tinha o principio do talião. “olho por olho, dente por dente”.
A lei do talião encontra-se também de forma similar ao contexto bíblico no livro do Êxodo 21 e por ser considerada justa pela sociedade da época, esta serviu de parâmetro para a lei civil proclamada pelo Estado, uma vez que buscava o equilíbrio entre crime e penalidade. Os valores, normas e costumes aceitos coletivamente são determinados por grupos hegemônicos e legitimados ou por maioria influente que criam regras de sociabilidade e convivência social.
Percebe-se que a pena estava imbuída sobre questões morais e éticas. Para Silva (2006) configurava-se uma acomodação da vingança privada, uma vez que consistia causar ao agressor, o mesmo dano sofrido pela vítima, porém, ao talião poder-se-ia negociar a pena através de bases econômicas.
Nesse sentido, adentramos no campo da relação entre pena e moral. A moral de acordo com Barroco (2003) são valores e costumes, que tomam corpo no seio da sociabilidade e que formam elementos suficientes de aceitação, seja por imposição, conscientização ou direcionamento ideológico.
O bem alvitado que merece penalidade possui fundamentação societária em regras e normas aceitas nas relações de produção e reprodução social. Em muitos casos, a penalidade era usado a vis corporalis. Este método usa o corpo como instrumento de purificação e a retificação pela dor. Existiram muitas modalidades de penas tais como: amputações, pena de morte, açoites, marcação com ferro quente, dentre outros. A aplicação da pena dependia da natureza do crime e status do condenado.[1: A violência física era usada como meio de intimidação para a sociedade.]
Na Europa do século XVII, o princípio de medidas evoluía ao passo que se compreendia a importância da força de trabalho. “A introdução da escravidão nas galés foi uma medida inteligente. Preserva os homens cujos crimes os conduziriam ao exílio ou a pena capital, mantendo-os a serviço do Estado”. Rusche e Kicrchheimer (2004, p.87).[2: As Galés eram embarcações de guerra, que usavam velas, necessitando do auxílio de muitos homens. Fonte: HTTP:www.revistadehistória.com.br/secao/artigos/condenadosgales acesso em 16/06/2017 as14:59.][3: A pena capital pela Wikipédia é um processo legal pelo qual uma pessoa é morta pelo estado como punição de um crime cometido.]
O caráter de crueldade presente na natureza da pena, trazida à mistificação do medo, à ordem social e era funcional ao controle social. Mesmo tendo também a resistência aos castigos cruéis e ao escravismo, que ao seu tempo trouxe significativa fonte de rendimentos. Mesmo em sociedades primitivas, a venda ou troca de escravos separava os que tinham riqueza e domínio e podiam pagar pela pena e os que sofreriam a pena.
Um elemento relevante trazido pelos estudos de Melossi (2006) é que as sociedades pré-capitalistas não conheceram o cárcere como o lugar de privação de liberdade e como pena, mas, como um espaço de espera para julgamento do réu, um lugar de custodia, diferentemente da sociedade capitalista. Só a partir da modernidade que a prisão tornou-se o lugar da pena e de trabalhos forçados e um instrumento de punição á transgressão das leis.
O sentido aqui desenvolvido lastreia a presença do trabalho no cárcere, como uma forma de penalidade e instrumento de dispositivo legal de punição, que se desenvolve com mais intensidade nas sociedades capitalistas, porém, mesmo com exemplos que se iniciam na Idade média. 
O trabalho como castigo também é abordado em relação às premissas do que seriam políticas sociais. Behring e Boschetti (2006) retratam que na Inglaterra do século XVII as workhouse (casas de trabalho) eram locais que os pobres e desamparados aptos recebiam caridade e benesse através de moradia, alimentação e trabalho forçado previsto como um amparo e proteção do Estado através da lei dos pobres. O assistencialismo e a violência eram formas de manutenção e controle social local.
As penas eram funcionais ao sistema vigente, segundo os apontamentos de Alvim (1991), o trabalho no sistema prisional inicia-se no século XVI, como uma forma e castigo dentro do aspecto das penas jurídicas, ele usado para endurecer a pena e a privação de liberdade. Como citados acima os principais modos de pena vigente eram morte e mutilação. Com a expansão das atividades econômicas de ultramarinas e de exploração de minérios, as penas corporais cedem lugar as penas minas. 
A instituição prisional teve como inspiração as penas eclesiásticas da igreja católica, que separavam as pessoas em celas isoladas para as fazerem refletirem, como também realizarem trabalhos de manufatura. 
 Para Melossi (2002), bem antes do citado, no século XIII, em 1215, um grupo de religiosos dentro da Igreja, começaram a punir todos os que cometessem heresias e transgredissem as suas doutrinas através de torturas. As ações violentas cometidas por religiosos tinham como locais de julgamento os tribunais de santo oficio, dando início a inquisição em alguns países da Europa. 
Quaisquer atos místicos ou rituais que atentassem contra os princípios católicos, após julgados e condenados eram penalizados com a morte e muitas mulheres consideradas feiticeiras foram queimadas em praça pública. Foi o chamado “caça as bruxas”.
 Anos depois, já no período de industrialização e de desenvolvimento do capitalismo, comportamentos tidos como ‘desviantes’ eram reprimidos, dentre tais comportamentos temos a vagabundagem, a prostituição, a mendicância e a recusa a trabalhar, o devedor. Sobre a ótica funcionalista, o Estado capitalista reprimia com violência em específico à população rural que migrava para a cidade em busca de emprego.
A evolução do capitalismo na sociedade em formação vai criar desenvolvimento e também um contexto que vai propiciar o aparecimento da questão social. De acordo com Netto (2001, p.42) “pela primeira vez na história registrada, a pobreza crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de criar riqueza”. Sobre este aspecto na América Latina e em específico no Brasil, aprofundaremos no item a seguir a relação entre trabalho, capitalismo e encarceramento.[4: A "expressão
“ questão social”, começou a ser utilizada na terceira década do século XIX,  surge para nomear o fenômeno do  pauperismo. A pauperização da população trabalhadora   é  o resultado  do capitalismo industrial  e crescia  da mesma maneira que aumentava a produção”. (NETTO, 2001 p.42 ).]
1.2 CRISES DO CAPITAL: relações do trabalho e da pena na América Latina e no Brasil 
Com o desenvolvimento do capitalismo no século XVIII, a classe burguesa já tinha constituído-se como dominante devido seu poder econômico e projetava direitos (civil, político, penal) que serviriam para garantir sua própria segurança e de seu patrimônio. De acordo com Rusche e Kirchheimer (2004) o interesse classista burguês serviu de guia para um novo projeto punitivo relacionado ao modo de produção capitalista.
A sistematização das leis e normas sociais de convivência impostas pela industrialização em específico do Direito Penal ocorreu para doutrinar o corpo ao trabalho a fábrica e para torna-lo subserviente as requisições trabalhistas da época. De acordo com Foucault (2005, 195) “a forma geral de uma aparelhagem para tornar os indivíduos dóceis e úteis, através de um trabalho preciso sobre seu corpo, criou a instituição-prisão antes que a lei a definisse como a pena por excelência”.
No aspecto estrutural, a reprodução ampliada da dependência econômica na América Latina é fruto da expropriação e dominação capitalista. Especificamente, o Brasil sofreu exploração de suas riquezas naturais desde o seu descobrimento e foi colocado á segundo plano, seu povoamento e desenvolvimento socioeconômico. 
Seus habitantes foram transformados em escravos, realizando trabalhos forçados sem salário para os estrangeiros colonizadores e suas matérias primas e metais preciosos foram exportados. As novas terras eram vistas apenas como mais uma fonte de riqueza para seus descobridores.
	A situação de dependência e subordinação orgânica e funcional da economia brasileira com relação ao conjunto internacional de que participa, é um fato que se prende às raízes da formação do país [...]. Economia de exportação, constituída para o fim de fornecer gêneros alimentícios e matérias-primas tropicais aos países e populações das regiões temperadas da Europa e mais tarde também da América, ela se organizará e funcionará em ligação íntima e estreita dependência do comércio ultramarino em função do qual se formou e desenvolveu. Será essencialmente uma economia colonial, no sentido mais preciso, em oposição ao que denominamos economia "nacional", que seria a organização da produção em função das necessidades próprias da população que dela participa. Esta é a circunstância principal que tornará o Brasil tão vulnerável à penetração do capital financeiro internacional quando o capitalismo chega a esta fase de desenvolvimento (PRADO JÚNIOR, 1945. p. 270).
Percebe-se na análise de um clássico da formação brasileira como Caio Prado (1945) que o autor analisa a modernização industrial brasileira trazendo uma forte influencia tanto para perpetuação do sistema colonial através do liberalismo e do imperialismo, quanto de dependência econômica que era bastante lucrativa para os países desenvolvidos.
 A baixa produtividade através da monocultura e a vulnerabilidade ao comércio exterior através da industrialização tardia são elementos importantes de compreensão da economia brasileira desde a colonização até a industrialização. O autor acima citado demonstrou historicamente que com a presença do capitalismo, a estrutura econômica brasileira foi fundamentada através do mercantilismo e do imperialismo.
Caio Prado Júnior (1945) refere-se que á crise capitalista após a II Guerra Mundial impulsionou uma reforma estrutural necessária á economia nacional e demonstrou a fragilidade da formação econômica brasileira e de uma estrutura produtiva heterogênea que vivencia o moderno e o arcaico numa mesma fase conjunta.
Nos países latinos e de capitalismo dependente, um dos impeditivos relevante para o desenvolvimento sócio econômico foram os períodos ditatoriais e a constituição de políticas sociais tidas como ‘hibridas’, ou ‘mix’ em relação aos países centrais, que serviram para ampliação do imperialismo, do capitalismo monopolista e da atual fase do capitalismo .[5: Para Pereira (2000) “Denominada de pluralismo de bem-estar, quanto de bem-estar misto ou “Welfare Mix”, esta nova modalidade de atendimento às demandas sociais parte do pressuposto da divisão de responsabilidades entre Estado, sociedade civil e mercado, onde a ação se dá de forma compartilhada entre as três esferas”. (PEREIRA, 2000, p. 128)]
Outro intelectual, Celso Furtado (2005) foi um teórico do desenvolvimentismo e trabalhou na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) e na Superintendência de Desenvolvimento para o Nordeste (SUDENE). Para ele muitos questionamentos também se faziam a nível externo e mundial como: porque o Brasil é bastante atrasado se é tão vasto em território e possui tantas riquezas; se possui recursos potenciais porque não alimenta adequadamente a sua população? E porque o Brasil é tão atrasado se comparado com outros países da América Latina.[6: Para Ianni (2004), o desenvolvimentismo é uma ideologia de industrialização retardatária e dependente dos países de capitalismo central. Uma Ideologia de transição dos países latino-americanos sobre o processo de conversão do capital agrícola, comercial e bancário em capital Industrial. Já Plinio Júnior (2012) afirma que é um termo vago utilizado para designar o desenvolvimento nacional nas economias da América Latina, atreladas a um círculo vicioso da dependência e do subdesenvolvimento.]
Acreditava-se que seria benéfica a abertura do capital estrangeiro americano, pois levaria os países latinos a saírem do atraso e do subdesenvolvimento através da Industrialização e com isso, se promoveria uma maior distribuição de renda, uma maior aceleração industrial no capitalismo monopolista vigente. 
Já Marini (2012) refere-se ao período do desenvolvimentismo e expansão da industrialização nos países centrais, após as crises, com o suporte de políticas sociais de pleno emprego que trouxeram estabilidade econômica, conquistas de direitos sociais e maior consumo de mercadorias. 
Diferentemente, na América Latina, o subdesenvolvimento e a dependência advinda desde o descobrimento de cada país latino trouxe um período de industrialização tardia e urbanização desordenada, como também uma politica ditatorial diversa que levou a superexploração do trabalho.
Diante das afirmativas dos autores marxistas e não marxistas (Celso furtado) acima citados compreende-se que diante das necessidades do capital foi necessário o estabelecimento de políticas sociais nos países de capitalismo avançado e de um Estado Social com medidas protetivas de pleno emprego como uma saída para a crise. Porém, a América Latina e o Brasil foi sempre usado como suporte de exploração para equilíbrio de crises.
Mas porque relacionar pena e crises do sistema capitalista?. A resposta para tal indagação encontra-se também na forma como o Estado cooptado pelo capital utiliza seus aparatos legais para manter a ordem social de forma antagônica e contraditória. O sistema prisional, como um braço do Estado em relação a pena, por exemplo, se torna um lugar degradante e ineficiente se observado como espaço de reintegração social (sociedade, família, trabalho), pois seus dados revelam altos índices de reincidência ao crime e a violência, principalmente, em momentos de crise socioeconômica e politica.
Para compreender essas transformações no sistema capitalista, vale destacar as teorias de Mandel (1982) ao se reportar sobre o Capitalismo Tardio, as suas três funções do Estado Social. A primeira é garantir a manutenção do sistema capitalista, a segunda é coercitiva / repressiva e a terceira Integradora.
A função integradora deveria ser a função dentro do Capitalismo Tardio de grande importância para a classe trabalhadora, pois garante a reprodução social desta classe e
é nela que identificamos as políticas sociais como educação, saúde, previdência, dentre outros. 
Entretanto, as políticas sociais materializadas pela conquista dos direitos são antagônicas e contraditórias e foram conquistas de muitas lutas e embates entre proletários e capitalistas. Estas foram (e são) determinadas pelas condições objetivas de desenvolvimento das forças produtivas. Isto implica que, podem ser (mais ou menos) ofertadas a população e a classe trabalhadora a partir das necessidades do capital de produção e reprodução social na busca por criar mais valia e riqueza social. 
Já a função de manutenção do capital está ligada a circulação da mercadoria, através da construção de aparelhos estatais junto com o capital internacional, como hidrelétricas, rodovias, estradas, dentre outros. Para o capitalismo tardio está função é estratégica uma vez que beneficiará o desenvolvimento do capital internacional em detrimento do capital nacional.
E por fim, a função repressora possui em si os mecanismos de inibição e de violência na busca pelo controle e ordem social. Esta função está totalmente ligada á função de produção da riqueza uma vez que quer disciplina a sociedade as regras do capital. Mandel (1982) faz uma análise crítica e bastante realista a partir destas três funções e afirma em sua tese que, com as lutas de classe, a classe trabalhadora alcança benefícios e direitos sociais, mas que estes não alteram e superam a desigualdade no modo de produção capitalista.
As três funções do Capitalismo Tardio podem ser encontradas em diferentes medidas em todos os âmbitos do estado inclusive no sistema prisional. A busca incessante por acumulação do capital faz com que a reificação e o fetiche da mercadoria façam diluir a cidadania e a emancipação daqueles que cometem delito a ações pontuais. A não distribuição da riqueza social desumaniza o humano e humaniza a mercadoria, assim como apontada em Marx no seu livro o Capital.
A partir dos argumentos trazidos caminha-se para conclusões de que inexiste estado de direito, emancipação politica e resquícios de cidadania mínima para os que cometem delito, mas a barbárie e ausência de todas as funções do Estado no sistema prisional contemporâneo. Mesmo não sendo marxista, Foucault (1998) critica essa lógica e afirma que este modelo traz um (des) sujeitamento do que uma reestruturação nesses espaços repressivos.
 O agravamento da questão estrutural a partir do aspecto socioeconômico na América Latina ocorreu nos períodos ditatoriais. Plinio Junior (2012) retrata que a falência do desenvolvimentismo foi fruto do declínio da industrialização por substituição de importações e dos golpes militares que iniciam na América Latina em 1964 no Brasil e encerram no Chile de 1973 e que propiciou brutal desiquilíbrio entre capital e trabalho e controle da economia pelo capital estrangeiro levando ao aumento da dívida externa
No período ditatorial, a função repressora foi muito usada pelos estados nacionais, para adequação da classe trabalhadora e da população a ordem social. Muitos homens e mulheres foram espancados, encarcerados e até mortos (penalizados com sua própria vida). No período de dominação político-econômico dos regimes ditatoriais na América Latina entre 1976-1983 assassinou mais de 30 mil civis entre crianças e Idosos, segundos dados de Organizações Não Governamentais e Organismos Internacionais na Argentina.[7: Segundo dados da Revista Liberdade. Disponível em http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rcon_id=159, acesso em 01/08/2017.]
As décadas de 1970-1980 foram marcadas diferentemente nos países de capitalismo central e periférico pelos efeitos da crise orgânica do capital na busca pelo seu equilíbrio econômico. A substituição do fordismo-keynesianiamo pelo toyotismo combinando com programas de ajuste fiscal trouxeram uma revolução tecnológica e organizacional do trabalho que subjugou a classe trabalhadora a perda de direitos.
Para Rodrigo Castelo (2013) em tempos de fragilidade de acumulação capitalistas muitas foram ás transformações ocorridas neste período, desde o retorno de processos de trabalhos artesanais, familiares, informais, autônomos e de mercado negro, como o retorno da força de trabalho baseado no trabalho infantil, escravo, feminino e de imigrantes ilegais.[8: O autor refere-se não em relação à raça/etnia, mas a forma no caso, ao tráfico de pessoas.]
Para controlar a classe trabalhadora organizada e reduzir as ameaças de greves e ocupações operárias.
A revolução tecnológica contemporânea constitui-se como uma das táticas do grande capital dentro de sua estratégia neoliberal em mais uma rodada pelo aumento dos graus de alienação e subsunção real do trabalho à burguesia, reforçando o caráter predatório do desenvolvimento das forças produtivas sob a égide do capitalismo, que continua a consumir destrutivamente o ser humano e a natureza em sua constante busca pela acumulação. (CASTELO, 2013, p. 177)
	Castelo (2012) coadunando com Harvey (2004) enfatiza que a reprodução ampliada do capital como um processo de superação de crise, encarcera (ainda que não de forma material) e oprime trabalhadores, retirando-lhe direitos e garantias sociais cotidianamente. A instabilidade econômico-politica sujeita e joga para a marginalidade e dependência socioeconômica grupos que estão geograficamente delimitados, como também, elege locais estratégicos de ordenação espaço temporal.
	A mudança do modo de produção e as (contra)reformas estruturais após as décadas de 1980- 1990 preconizadas pelo Consenso de Washington e mediadas por organismos internacionais como Banco mundial e o Fundo mundial internacional fizeram surgir um novo modelo de saída voltado para o crescimento econômico e desenvolvimento social diferente do ‘desenvolvimentismo’ e das medidas ditatoriais impostas na América Latina que subordinou de forma violenta, direitos sociais e políticos em detrimento aos direitos penais e de controle social.[9: Reformas nos países de capital periférico como privatização das empresas públicas, redução dos gastos sociais, liberalização financeira e comercial, taxa de Juros elevados, dentre outros.]
 O esgotamento do padrão fordista–keynesiano e das políticas de Bem-Estar que segundo Netto (2012) foi o “único ordenamento sociopolítico, que na ordem do capital, visou expressamente compatibilizar a dinâmica da acumulação capitalista com a garantia de direitos políticos e sociais mínimos” (NETTO, 2012, p.75). É acusado segundo os neoliberais causar déficits fiscais e gastos sociais, devendo ser substituído por um novo modelo de desenvolvimento de enfretamento á pobreza.
Refletindo novamente sobre pena e seu local de cumprimento, no caso, a prisão, percebe-se que nos moldes capitalistas avilta a condição humana, não é um local propício e adequado nem para homens e dentre as especificidades reprodutivas, nem para as mulheres. Porém, no período ditatorial foi muito usado para reprimir a população e na contemporaneidade tem uma nova roupagem de aprisionamento de raça/ etnia, condição social e de gênero. 
A prisão tida como o lócus de cumprimento da pena e da privação da liberdade de locomoção, torna-se um cenário perigoso, pois estigmatizadas os sujeitos como ‘ex-detentos’ e este termo pejorativo possivelmente pode prejudicar a reinserção social através do mercado de trabalho. 
Segundo Beccaria (2001) a perda da liberdade individual, afastaria o infrator de estímulos ruins, e com a punição, alcançaria- se a sua regeneração. Mas, diante da crise do capital e o aumento da violência, o alcance das políticas sociais neste espaço é mínimo e a prisão seria também um local de disputas e poder.
Percebe-se que o sistema carcerário de fato, segue a função pela qual foi criado, como citado acima por Mandel (1982) repressora de punição e retribuição penal, porém, os órgãos de defesa dos direitos humanos buscam meios para uma operacionalização da legislação vigente, no intuito de proteção da pessoa em detrimento de qualquer
outro valor.
Na modernidade, a privação de liberdade como sansão penal revela as funções de retribuição da utilização do tempo como forma de punição. Para Melossi e Pavarini (2006), essa transição da idade média para o capitalismo vigente em relação ao cárcere, trouxe uma transformação nessa instituição. A prisão deixar de ser apenas o espaço para a espera do julgamento da pena e da custódia, para tornar-se o local de punição e em muitos países da Europa, esse modelo e sua funcionalidade nunca foi alterado.
Outro elemento a se considerar é que no sistema capitalista, o trabalho é mensurado pelo tempo, e “times is money”, e como a pena de privação de liberdade segrega o ser social da possibilidade de buscar status, dinheiro, subsistência, capacitação e emancipação política e “humana”, retira deste o maior bem proclamado pela modernidade e medido pelo tempo: a sua liberdade para o trabalho e o direito de convivência familiar e social.
Porém, concerne destacar que a mulher que cometeu um delito e encontra-se penalizada e privada de sua liberdade, vivencia complexos tipos de violência social e de retribuição penal como: a falta ou ausência de companheiro, filhos e parentes, rompimentos de laços familiares, das ações do Estado, negligências de vários órgãos públicos e privados com suas políticas públicas e sociais e seus serviços e ações. 
Além de cotidianamente possuir uma má-alimentação e ter acesso de forma clandestina ao uso de drogas e todos estes fenômenos se tornam perigos potenciais ao direito à vida e aos direitos fundamentais de vida com dignidade em unidade prisional. No intuito de aprofundar a temática do aprisionamento feminino na contemporaneidade, daremos ênfase no item a seguir.
2. Mulheres Encarceradas e Relações de Gênero: os reflexos da mundialização do Capital.
Aponta-se um caminho teórico que para se compreender a relação entre o trabalho e as mulheres na sociedade capitalista vigente. Neste percurso é necessário articular as relações sociais de gênero dentro da história e o desenvolvimento do capitalismo através de estratégias de mundialização e financeirização do capital.
A partir da categoria gênero pode se compreender historicamente que a desigualdade e a assimetria de papéis sociais desencadearam um maior ou menor poder de decisão tanto no aspecto individual, público e familiar para ambos os gêneros. Esta desigualdade social trouxe para mulher uma inferioridade e uma aceitação de subordinação.
Existia no Brasil até no início do século XX, um modelo tradicional baseado através de papéis sociais de gênero definidos. O espaço público era reservado ao gênero masculino e o privado era o feminino. Em relação aos seguros sociais, ao homem cabia o papel de provedor, já a mulher era a cuidadora de todos os integrantes da família e do lar, cabendo a ela ser apenas pensionista em caso de morte de seu conjugue, isto é se este tivesse carteira assinada, levando a cidadania ser considerada regulada como afirma Santos (1987). 
Mas ao passar dos anos, as mulheres foram buscando sua emancipação econômica e após a década de 1960 com o movimento feminista e o uso do anticoncepcional houve maior participação feminina em muitas profissões, nas Universidades e Academias e no mercado de trabalho.
Na contemporaneidade, a mundialização do capital financeiro através da globalização, do neoliberalismo e do modelo toyotista trouxeram transformações a nível mundial que redimensionaram as noções de espaço e tempo, ao mesmo tempo em que contrapôs ‘global’ e ‘local’. 
Na América Latina, após 1990, o neoliberalismo surge como resposta à reestruturação produtiva do capital e como uma saída para a decadência do modo de produção fordista-keynesiano nos países de capitalismo central. Este defende a mínima participação estatal, políticas de privatização e abertura de capitais estrangeiros e de multinacionais, dentre outros aspectos, sobre este fenômeno Castelo (2013) acrescenta que:
 A ideologia neoliberal não conduziu as reformas restauradoras dos aparatos governamentais a uma simples reedição do liberalismo econômico e político do século XIX, nem muito menos o Estado Neoliberal é uma reatualização do Estado guarda-noturno; o que existe de fato é uma refuncionalização do Estado ampliado burguês diante da emergência da mais recente etapa do capitalismo [...] (CASTELO, 2013,p. 223)
	O aspecto ideológico do neoliberalismo quer remodelar a vida humana, transformando cidadãos em meros consumidores e fazendo-se acreditar que existe uma ineficiência e uma falência do Estado e uma necessidade de reforma trabalhista. Para tanto, o mercado (antigo liberalismo) teria a saída para os problemas sociais, podendo proporcionar através das privatizações públicas o gerenciamento dos órgãos e serviços com qualidade.
Um aspecto relevante destacado por Virginia Fontes (2010), são as transformações políticas e econômicas, através de um viés imperialista e que ela o relaciona desde o Keynesianismo até os dias atuais:
A categoria de neoliberalismo continha um teor fortemente descritivo, aplicando-se a uma política, a uma ideologia e a práticas econômicas que reivindicavam abertamente o ultraliberalismo, porém com forte viés de denúncia. Tem como núcleo o contraste fundamental com o período anterior, considerado por muitos como “áureo” (keynesiano ou Estado de Bem-estar Social), o que reduz a percepção do conteúdo similarmente capitalista e imperialista que liga os dois períodos, assim como apaga a discrepância que predominara entre a existência da população trabalhadora nacional nos países imperialistas e nos demais. Já a categoria de mundialização do capital é mais elaborada. Procura dar conta do duplo fenômeno (globalização e neoliberalismo), com viés fortemente crítico, associando-a a expansão de um certo tipo de capitalismo (financeirizado), a um certo tipo de política e de ideologia (neoliberal) sem eliminar as características do imperialismo. (FONTES,2010,p.154)
O processo de mundialização do capital financeiro é assimilado como uma nova revolução fundada na microeletrônica, na informática, na biotecnologia, biomedicina e no avanço das telecomunicações, somando a isto alguns elementos trazidos por Chenais (1994, 1997) como: taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) muito baixo, inclusive no Japão, país acelerador do modelo vigente do modo de produção do capital; deflação rastejante, conjuntura mundial instável e sobressaltos monetários e financeiros; alto índice de desemprego estrutural; marginalização de regiões inteiras em relação ao sistema de trocas; concorrência internacional intensa, dentre outros. 
Na fase atual da mundialização do capital financeiro e precarização do trabalho, os desempregados e os excluídos tornam-se incapazes de se adequar as normas rígidas do mercado. Segundo Castel (1998), o excluído é de fato um ‘desfiliado’ e sua trajetória profissional é feita por uma série de rupturas passando a ser considerado inválido pela própria conjuntura e atualmente com a reforma trabalhista os trabalhos serão temporários e temporais.
O desemprego de longa duração, os empregos temporários de curta duração (subcontratação- são instáveis e não possuem garantia dos direitos trabalhistas), e as baixas qualificações são as causas dos déficits de lugares, que afetam uma grande parcela da população formada por jovens e velhos como já citamos acima. 
O modelo neoliberal na contemporaneidade tornou as políticas sociais com um perfil compensatório e residual, que segundo Mioto (2009) são partes de reformas minimalistas de respostas para o crescimento econômico em específico para os países na América Latina. 
. Este fenômeno é expresso através da dialética da dependência e de trocas desiguais de mercadoria. Foram inúmeras produção de mercadorias em diferentes países, como exemplo no Brasil, aonde a troca de valor era mediada através de bens primários agrícolas trocados por tecnologia.
Percebe-se que estas transformações socioeconômicas e político-ideológicas alcançou público tantos os países
de capitalismo central e periférico, porém, destaca-se que as mulheres latinas sãos bastante alcançadas pelo universo da pobreza e da exclusão social, pois se submetem a trabalhos escravos e sub-humanos, por não terem qualificação e experiência para entrar no mercado de trabalho formal e por precisarem ajudar na complementação da renda familiar.
Não se quer afirmar que as mulheres latinas são as ‘mais atingidas’ pelas transformações do capital em curso, uma vez que se compreende a situação caótica das mulheres africanas e de outros países asiáticos. Porém, percebe-se o aumento das mulheres latinas na condição de chefes de família, um crescente esvaziamento do caráter universal das políticas sociais, que esconde uma barbárie velada, onde se tem perdido a noção de igualdade de oportunidade para todos e de justiça social, onde trabalhadores (as) ficam a mercê de sua própria sorte, em detrimento de tantas mudanças no mundo do trabalho.
Na precarização do trabalho e na desestruturação da família, as mulheres e os adolescentes são as que mais sofrem porque são os mais instáveis e vulneráveis em conjunturas de desemprego. Especificamente, o trabalho feminino é visto como ajuda ainda que traga mais dinheiro que o homem ou companheiro. Para as das classes pobres, a baixa escolarização faz com que sofram discriminação devido a hierarquias institucionais e familiares.
No processo econômico, ser mulher é ser discriminada e considerada mão de obra barata. O trabalho normalmente é irregular, sem carteira assinada, legitimado como uma ‘ajuda’, não são percebidas como ‘trabalhadores reais’, são vistas como experimentais e provisórias. Diante dessa situação Castel (1998, p.546) “traz uma saída para as mulheres buscar melhorar as condições de escolarização e de formação cuja ausência de qualificação, mas do que ausência de trabalho torna-as não empregáveis”.
A feminização da pobreza se deve a uma multiplicidade de fatores, alguns relativos ao gênero e outros aos padrões de crescimento que geram profundas diferenças de classe e hierarquias sociais. Dai que, mais do que uma condição de vida econômica com menos recursos materiais, a pobreza qualifica-se como uma experiência real e como uma identidade ser mulher e pobre. 
De acordo com Iamamoto (2008, 1998), ‘muitas pessoas estão se tornando sobrantes e desnecessários e essa é a raiz de uma nova pobreza de amplos seguimentos da população, cuja à força de trabalho não tem preço, porque não tem mais lugar no mercado de trabalho’.
 E essa realidade apresentada pela autora acima também inclui mulheres, principalmente das classes subalternas, que com a não inserção no mercado de trabalho e com a falta de recursos materiais, a sua maior preocupação, direciona se para a subsistência, deixando de lado o cuidado até com outros aspectos da vida como a saúde.
Segundo Bruschini (2000) analisando o contexto feminino como um todo, houveram mudanças de rotinas, ganhos e perdas em relação ao mercado de trabalho. Ocorreu um aumento real da força de trabalho feminina no Brasil após 1985-1995, pois as mulheres desempenharam um trabalho significativo no âmbito do desenvolvimento econômico; mudanças nos padrões socioculturais como a diminuição da fecundidade, aumento da escolaridade, acesso a universidade, sobretudo nas regiões mais desenvolvidas. 
A inserção feminina até 2008 segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres eram 43,1% da população economicamente ativa, e em 2010 esse dado subiu para 45,9%, entretanto, dentro dessa divisão sexual do trabalho não ocorreu à redução das desigualdades de gênero e equiparação salarial para ambos os sexos, pois este aumento ocorreu devido à inserção de uma parcela de mulheres com baixa escolaridade no emprego doméstico remunerado.
O capitalismo atual quer o Estado forte apenas como facilitador de suas transações comerciais e econômico-financeiras. A Mundialização e a financeirização faz com que o indivíduo seja culpabilizado pela sua falta de condição social e aceite políticas sociais mínimas que camuflem a não socialização das riquezas produzidas, a exclusão de grande parte da população e repassem mínimos sociais apenas para os que se enquadram em condicionalidades de miserabilidade.
No caso brasileiro em específico, autores como Boito (2012), Castelo (2013) e Sampaio Junior (2012) afirmam que ocorreu uma tentativa de um fenômeno com várias designações como: novo desenvolvimentismo, social-liberalismo ou neodesenvolvimentismo, no período do segundo mandato do governo Lula, porém, cada teórico o verifica com sua particularidade.
Sobre este debate teórico a incidência do novo desenvolvimentismo ocorreu entre 2007/2010, uma vez que se percebeu neste período um crescimento econômico aliado a uma maior distribuição de renda. Na Concepção de Boito Junior (2012) verificam-se algumas diferenças entre o desenvolvimentismo e o novo desenvolvimentismo como:
a) taxas de crescimento econômico bem mais modestas;
b) confere importância menor ao mercado interno;
c) dispõe de menor capacidade de distribuir renda; 
d) aceita a antiga divisão internacional do trabalho, promovendo uma reativação, em condições históricas novas, da função primário-exportadora do capitalismo brasileiro;
e) é dirigido politicamente por uma fração burguesa, a qual nós denominamos burguesia interna, que perdeu a veleidade de agir como força anti-imperialista. (s/n)
Para Boito (2012), dois elementos relevantes fizeram ocorrer o crescimento econômico e foram responsáveis por esse fator: ás políticas de transferências de renda do ‘Bolsa Família’ e o ‘Benefício de Prestação Continuada’- BPC que é destinada para idosos e pessoas com necessidades especiais. O novo desenvolvimento aparece como uma concha de retalhos e tenta maquiar a situação de perpetuação da pobreza que só beneficia o grande capital.
Já para Castelo (2012) as recomendações do desenvolvimentismo foram abandonadas e se adaptaram ao neoliberalismo, dai não seria um neodesenvolvimentismo, mas, um social-liberalismo, uma vez que, as agências reguladoras multilaterais deveriam intervir apenas em casos graves da questão social, no caso, da pobreza extrema. Essas mudanças rebateriam no papel do Estado que operaria com o setor privado a partir de politicas sociais mínimas emergenciais.
Para a supremacia neoliberal, O estado não deixaria de ter uma participação ativa no modo de capitalista; em verdade ocorreria uma modificação nas suas funções, ou melhor, é a refuncionalização dos seus mecanismos ampliados de manutenção e legitimação do bloco histórico vigente, sela pelo consenso, seja pela coerção, conservando a sua natureza classista. Na atual fase do capitalismo, o Estado não pode retroceder a um simples aparelho policial de repressão e defesa da propriedade privada. [...] Desde então, a estratégia da supremacia burguesa conjuga o uso alternado e complementar dos distintos aparelhos socioinstitucionais do estado ampliado, tendo como regra a busca do consenso via os aparelhos privados de hegemonia, sempre encouraçados pelos aparelhos de coerção. (CASTELO, 2012, p.245)
	Sampaio Jr. (2012) diferentemente dos dois autores citados, faz uma crítica ao que se designa por ‘neodesenvolvimentismo’ como uma utopia burguesa no intuito de subordinar o desenvolvimento nacional ao capitalismo vigente. Ele chama de capitalismo ‘domesticado’, acalentado pela CEPAL, sendo considerado como sonho ou uma fantasia.	Críticos cepalinos acreditavam ser possível conciliar industrialização e modernização, como também capitalismo, democracia e soberania nacional. Todavia, no capitalismo atual a falta de competitividade subordina e precariza cada vez mais as situações trabalhistas no Brasil.
Sem competitividade dinâmica para enfrentar a concorrência dos países desenvolvidos e sem competitividade espúria para disputar mercado com os países da periferia industrializada que recorrem a relações de exploração ainda mais primitivas (China, por exemplo), só resta à burguesia brasileira uma posição ainda
mais subalterna na divisão internacional do trabalho. (SAMPAIO Jr, 2012, p, 684)
			
	Não obstante, com a crise do capital cotidianamente o que se percebe independente da conceituação seja neodesenvolvimentismo ou social-liberalismo é que a conjuntura brasileira diante da dependência econômica e sociopolítica tem levado a perda de direitos, fragilização das legislações trabalhistas, desemprego estrutural e de longa duração, aumento da violência e violação aos direitos humanos em relação à cidadania seja ao cidadão comum ou ao apenado.
	Conjecturando a realidade atual, de transformações estruturais e relacionando sobre o sistema prisional, será que na implementação prática de sua função como descrita por Mandel (1982), função repressora, este dispõe de recursos materiais e humanos para ofertar a todo encarcerado condições laborais que o capacitem para uma experiência de convívio social, de acordo com as prerrogativas da Lei de Execução Penal? 
Será que a reintegração social deste público está ligada ao número de horas e da jornada de trabalho oferecida pelo poder público? E será que o Estado acreditar ter o controle do sistema prisional após a intervenção interna e externa de facções criminosas?
A sociedade tem dificuldade de aceitar o apenado como cidadão. E o trabalho no sistema prisional é recompensado dentro da venda da força de trabalho de forma irrisória, sem contar que transgride as normas da segurança do trabalho, uma vez que é realizado sem o mínimo de proteção, seja ele social e físico.
O trabalho no sistema prisional fica entre o dever e o direito da pessoa privada de liberdade. A partir de um ordenamento jurídico, a categoria trabalho encontra-se no artigo primeiro da Constituição Cidadã de 1988, e estabelece o trabalho como pressuposto da dignidade humana. Para tanto é rechaçado todo sentido de trabalho enquanto uma penalidade ou um castigo, mas uma necessidade de sobrevivência dentro da sociedade capitalista.
De acordo com a Lei de Execução Penal (LEP) em seu Capítulo III artigo n.28 “o trabalho do condenado como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva”. Essa lei prevê para o interno e egresso a importância do trabalho no intuito de garantir convívio social e sustento após remissão de pena.
A remissão de pena pelo trabalho é abordada no artigo 126 da LEP, tanto para os que estão em regime fechado ou semiaberto, que prever que um dia de remissão da pena é correspondente a três dias de trabalho. Sendo assim a oferta de trabalho deve ser ofertada pelo Estado. Este benefício de atividade laboral está ligado ao valor de liberdade, pois esta atividade abreviará a pena de privação de liberdade em que o condenado está sujeito. 
Em relação à criminalidade feminina através do trafico de drogas, esta prática cria gastos para o Estado e problemas de desenvolvimento social, pois pode dizimar famílias, parte da sociedade e de seus patrimônios.
O tráfico de drogas na América Latina envolve uma complexa cadeia econômica e o Brasil é uma importante rota, ele além de ser o segundo pais no mundo que mais consome drogas, outro elemento relevante é que devido à bacia amazónica e a falta de controle fiscalização as rotas de distribuição das drogas ficam mais fáceis e por fim é o quarto pais no mundo (ICPS, 2013) com maior população carcerária ficando atrás de Estados Unidos, China e Rússia. E o tráfico de drogas está se tornando o seu maior motivo de aprisionamento, junto com o homicídio.[10: Dados do Centro Internacional de Estudos Penitenciários (ICPS). Disponível em: http://www.mundodse.com/2013/12/top-10-paises-com-mais-presos-no-mundo.html. Acesso em 02/08/2016]
 Segundo pesquisa no ano de 2007 da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional, um apenado custa 11 vezes mais que um estudante da rede pública. Em 2014, o DEPEN cancelou 36 convênios em regime de parceria público-privada para ampliação, reforma e construção de unidades prisionais em 11 estados brasileiros, dentre estes os destinado às unidades prisionais femininas. [11: Departamento Penitenciário Nacional]
Sabe-se que a LEP preconiza a utilização de mão de obra para remissão da Pena, mas a política penitenciária vivencia também os efeitos perversos da crise do capital e que a lutar contra a criminalidade é um grande desafio. Mas a política prisional de trabalho e renda em específico para as mulheres, talvez seja uma saída para reinseri-las a sociedade, a família e ao mercado de trabalho.[12: Lei de Execução Penal]
A desigualdade de gênero é uma realidade no sistema prisional, especificamente, para as mulheres. Fomentar a discussão sobre as ações de políticas de trabalho e renda poderá despertar olhares sobre a necessidade de mudanças de estratégias para adequar o sistema prisional as especificidades femininas, de diminuição de estigma pelos vínculos empregatícios e minimização do retorno destas ao mundo do crime.
3. CONSIDERAÇÕES
	Com a crise do capital e a superexploração do trabalho por mais valia na contemporaneidade ocorreu um aumento exacerbado do desemprego estrutural e da precarização das formas de trabalho e renda formal e informal (pontuais, terceirizados, manuais, familiares, dentre outros), acarretando com isso o aumento da pobreza, da violência e do encarceramento.
 Na contemporaneidade, com o advindo do neoliberalismo, da financeirização e da mundialização do capital no intuito de equilíbrio da crise, é necessário refletir sobre o encarceramento feminino, uma vez que este esta ocorrendo o aumento exacerbado de privação de liberdade de uma grande número de mulheres, sendo estas formadas segundo perfil do DEPEN e do MJ (2010-2016) pela classe social pobre, que sofre a ausência estatal através das políticas sociais e encontram no tráfico de drogas, uma forma fácil de renda para sobrevivência destas e de sua prole.[13: Ministério da Justiça. ]
Tais protagonistas do crime, antes de receber a privação de liberdade pelo delito cometido sofrem a partir da pobreza e de relações sociais de gênero desigual: violência familiar, conjugal e sexual, como também rompimento de laços familiares e fome. Tais situações não quer justificar o crime, mas, descrever fatos reais que são consequências da ausência do Estado e das políticas sociais ainda que mínimas.
	Dentro do sistema prisional, existem lutas constantes sobre ações de repressão/ expansão do mundo do crime. As teorias acima citadas demonstram toda a historicidade do trabalho, da pena, do sistema prisional e do percurso feminino criminoso e sua relação com o mundo das drogas.	Mulheres de várias camadas dão continuidade á comercialização de entorpecentes e buscam renda e lucro através de trabalho ilícito pela venda de drogas, justificando ser o meio mais fácil para subsistência destas e de suas famílias.
	No âmbito da tutela do Estado, uma forma para se alcançar a reinserção social destas mulheres privadas de liberdade, seria uma junção de trabalho e Educação. No caso, ações conjuntas e integradas do Estado, da sociedade civil, do poder público e da iniciativa privada, no intuito de criar estratégias empreendedoras de aproveitamento desta mão de obra carcerária, não como mão-de-obra-barata, mas profissionalizando-as para o retorno a sociedade.
	Desde a criação do primeiro presídio feminino no Brasil, os casos de contravenção que levavam a mulher ao cárcere eram casos isolados de infanticídio, prostituição, agressões e destruição do lar, porém o perfil feminino foi mudando e atualmente a grande maioria advém do comando, venda e transporte de entorpecentes (maconha, crack, cocaína e outros).
 Antes a mulher não tinha o estereótipo de assassina, traficante, mandante de crime, mas de vítima. Dentro das facções criminosas elas seriam no máximo transportadoras de celular e drogas para os apenados e usuários ou outra função subalterna. Nas relações sociais de gênero dentro do crime as mulheres ainda são submissas aos homens, no caso existe um império masculino no crime e no tráfico de drogas.
 Porém, em toda
a sociedade após a década de 1960, com o movimento feminista, a pílula e abertura do mercado de trabalho para as mulheres esse paradigma de inferioridade nos espaço público-privado tem demostrado uma mudança. E a invisibilidade feminina tem deixado de existir em vários setores, infelizmente de forma negativa, a mulher tem ganhado destaque no sistema prisional e nos crimes referentes ao tráfico de drogas.
Longe de demonstrar mudança de perfil, o texto teve a pretensão de problematizar a relação do trabalho na sociedade atual que atravessa crises estruturais, analíticas e conceituais e que alcança as mulheres em privação de liberdade através das relações desigual de gênero e de sua inserção através do trabalho e da renda. 
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, entre os anos de 2000-2010 ocorreu um maior número de envolvimento com o trafico de drogas que passou de 9%o para 22% da população carcerária e mesmo com o rigor da lei e elevação da pena, tem crescido o número de mandatos de prisão que foram expedidos e aprisionamento de mulheres.
Este mesmo período marca o período dos efeitos deletérios advindos da financeirização, da mundialização do capital e do novo desenvolvimentismo na América Latina e no Brasil que tem trazido efeitos nas legislações trabalhistas, minimização nas politicas sociais, na violação dos direitos humanos, aumento do desemprego, da informalidade, da insegurança e da violência sócio institucional.
 A ausência das funções do Estado Social direcionadas para a focalização das políticas sociais e pobreza extrema tem levado muitos a preferirem entrar no tráfico de drogas, como forma de renda e sustento de suas famílias, em específico, as mulheres, arriscando as suas vidas e a liberdade, na busca por renda e status no mundo do crime.
Apontasse neste texto que o sistema prisional não dispõe de mecanismos para cumprir as legislações em relação ao trabalho e o retorno à sociedade. Uma vez que as propostas de ativação de políticas de trabalho e renda oferecem trabalhos paliativos de cursos de artesanato ou outras profissionalizações (manicure, padeiro, encanador, dentre outras.) que necessitem de pouca qualificação e que possibilitam um retorno financeiro baixo, abrindo janelas para a reincidência e retorno ao tráfico de drogas.
 
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