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04 Resumo Direito Empresarial - Aula 04 (09.12.2011)

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D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Direito Societário / Sociedades Personificadas / Sociedade em Nome Coletivo / 
Sociedade em Comandita Simples / Sociedade em Comandita por Ações / 
Cooperativa / Sociedade Limitada / Responsabilidade dos Sócios / 
Responsabilidade Pessoal dos Sócios / Regência Subsidiária vs. Regência 
Supletiva 
2º Horário. 
 Capital Social / Cessão de Quotas / Exclusão de Sócio / Falecimento do Sócio / 
Retirada Espontânea do Sócio / Liquidação das Quotas 
 
1º Horário 
 
1. Direito Societário 
1.1. Sociedades Personificadas 
1.1.1. Sociedade em Nome Coletivo 
O Código Civil disciplina a sociedade em nome coletivo nos arts. 1.039 a 1.044. 
Primeiramente, insta observa que a doutrina diverge se seria a sociedade em 
nome coletivo ou a em comandita simples o mais antigo tipo societário. 
É mais fácil a assimilação das características próprias desse tipo societário se 
analisada a sua origem histórica. Na sua origem, a sociedade em nome coletivo nasce 
no âmbito familiar. Sua nomenclatura em nome coletivo se dá, justamente, pelo 
comum uso do nome familiar no seu nome empresarial, daí ser comum se deparar 
com nomes empresariais tal qual “Casa de Carnes de Fulano”, por exemplo. 
Hoje, não se exige mais que os sócios sejam integrantes de uma mesma família, 
mas essa lógica faz com que o art. 1.039 do CC ainda exija que sejam pessoas físicas. 
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome 
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. 
Como essas sociedades representavam comunidades familiares, a sociedade 
em nome coletivo manteve como característica central a responsabilidade solidária e 
ilimitada dos sócios. 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 
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O art. 1.039, parágrafo único faz uma ressalva, no sentido de ser possível a 
limitação da responsabilidade entre os sócios através de um fracionamento, de sorte 
que cada um responda por sua parcela, o que influirá apenas no direito de regresso 
interno. O dispositivo permite que essa opção conste no contrato social de modo 
original, ou seja, posteriormente acordada pelos sócios por unanimidade. 
Art. 1.039, Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, 
podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar 
entre si a responsabilidade de cada um. 
Assim como a maioria dos tipos societários, a sociedade em nome coletivo se 
sujeita à aplicação subsidiária das normas que regem as sociedades simples. 
Há de se reconhecer que a sociedade em nome coletivo não é comumente vista 
na prática. Porém, esse tipo societário se mostra como interessante instrumento de 
blindagem do patrimônio do sócio, na medida em que as quotas sociais de um sócio 
não podem ser liquidadas por dívidas particulares do sócio enquanto não for liquidada 
a própria sociedade. 
Impede-se a penhora das quotas sob o argumento de que o ingresso de 
terceiro na sociedade afrontaria a affectio societatis, razão por que se pode dizer que a 
quota da sociedade em nome coletivo consiste em bem inexequível. 
Destaca-se que a vedação à liquidação diz respeito apenas a dívidas pessoais do 
sócio. Em sentido contrário, se a liquidação é motivada por justificativa diversa desta, 
como no caso de sócio que pretende deixar a sociedade, de falecimento de sócio ou de 
exclusão do sócio, admite-se a liquidação das quotas. 
Vale observar que, se a sociedade em nome coletivo for prorrogada por prazo 
indeterminado, não se tem direito à blindagem do patrimônio do sócio quanto à 
liquidação das quotas. Desse modo, a proteção somente se opera se a sociedade é 
constituída por prazo determinado. 
Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a 
sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. 
Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando: 
I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; 
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do 
credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato 
dilatório. 
 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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1.1.2. Sociedade em Comandita Simples1 
A sociedade em comandita simples está prevista nos arts. 1.045 a 1.051 do CC. 
Viu-se que a sociedade em nome coletivo e a em comandita simples discutam o 
posto de tipo societário mais antigo da história. 
Há quem sustente que a sociedade em comandita simples nasce da 
necessidade de expansão da exploração da navegação além-mar. A sociedade em 
comandita simples representaria uma evolução da sociedade em nome coletivo, dada 
a necessidade de exploração off-shore das antigas entidades familiares que passavam a 
receber encomendas feitas por outros comerciantes. 
Têm-se dois tipos de sócios, os quais devem ser tratados de modo diverso, 
justamente por terem funções diversas, o que se dá por força do princípio da 
isonomia: 
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas 
categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente 
pelo valor de sua quota. 
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários. 
a. Comanditado: quem recebe as encomendas (encomendado), sendo ele 
que assume o risco da atividade, motivo pelo qual tem responsabilidade ilimitada. Por 
outro lado, havendo mais de um comanditado, a responsabilidade entre eles é 
solidária. 
Viu-se que a base da sociedade em comandita simples é a sociedade em nome 
coletivo, razão porque o comanditado só pode ser pessoa física. 
b. Comanditário: quem faz as encomendas, sendo mero investidor, de 
modo que sua responsabilidade será limitada ao seu investimento. Ao contrário dos 
comanditados, se houver mais de um sócio comanditário, não há maiores 
consequências. 
Ressalta-se que se pode ter apenas um ou mais de um sócio comanditado oucomanditário. 
 
 
 
 
1
 A banca que ordinariamente cobra sociedade em comandita simples e em nome coletivo é a CESPE. 
 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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1.1.3. Sociedade em Comandita por Ações 
A lógica da sociedade em comandita por ações é a mesma da sociedade em 
comandita simples, tendo-se duas qualidades distintas de sócios. Porém, na comandita 
por ações, os sócios não recebem o nome de comanditado ou comanditário, sendo os 
sócios chamados apenas de sócios de responsabilidade limitada e de sócio de 
responsabilidade ilimitada. 
No Código Civil, a sociedade em comandita por ações está nos arts. 1.090 a 
1.092. 
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, 
regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das 
modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação. 
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, 
como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da 
sociedade. 
§ 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de 
esgotados os bens sociais. 
§ 2o Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação 
de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que 
representem no mínimo dois terços do capital social. 
§ 3o O diretor destituído ou exonerado continua, durante dois anos, responsável 
pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. 
Art. 1.092. A assembléia geral não pode, sem o consentimento dos diretores, 
mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração, 
aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias. 
Como determina o art. 1.090 do CC, esse tipo societário é regido, 
subsidiariamente, pela lei de sociedades anônimas (Lei 6.404) e não pelas normas da 
sociedade simples, ao contrário do que se observa na maioria das sociedades. 
 
1.1.4. Cooperativa 
A cooperativa vem regulada pelos arts. 1.093 a 1.096 do CC, bem como pela Lei 
5.764/71. 
A cooperativa é o único tipo societário que dispensa capital social, sendo 
facultativo tê-lo ou não. Por isso, os sócios podem participar exclusivamente com 
serviços, sem qualquer contribuição patrimonial. 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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Observação: A sociedade simples pura é o único outro tipo que admite 
contribuições em serviços. Mas, como esta não dispensa capital social, 
necessariamente, deve ter sócio capitalista. 
Nota-se que, em uma cooperativa, é de extrema importância a pessoa do sócio, 
razão pela qual é o único tipo societário em que os votos são contados por cabeça. 
Diante disso, Tavares Borba sustenta interessante posicionamento, embora 
minoritário, que a cooperativa estaria muito mais próxima de uma associação do que 
de um tipo societário. 
A responsabilidade dos sócios de uma cooperativa é limitada ou ilimitada, de 
acordo com a vontade dos cooperados. Ao que parece, os cooperados teriam maior 
interesse em constituir cooperativa sob a forma de responsabilidade limitada, porém, 
há de reconhecer que podem preferir a responsabilidade ilimitada a fim de conferir 
maior confiabilidade àqueles que com ela contratam. 
Ressalta-se que, mesmo no caso de responsabilidade limitada, o sócio que tiver 
participado da operação que gerou dano ficará responsável pessoalmente, consoante 
art. 1.095 do CC. 
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser 
limitada ou ilimitada. 
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, 
guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. 
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
Exemplo: A cooperativa de taxi deve responder com o seu patrimônio por 
acidente causado pelo seu motorista, sendo que este motorista também será 
pessoalmente responsável. 
Além do mais, no caso de optar-se pela responsabilidade ilimitada, esta será 
também solidária. 
 
1.1.5. Sociedade Limitada 
O Código Civil a trata nos arts. 1.052 a 1.087. 
 
 
 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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1.1.5.1. Responsabilidade dos Sócios 
A responsabilidade dos sócios aqui é limitada ao valor de suas quotas, 
conforme art. 1.052 do CC. Frisa-se que esse valor corresponde ao valor em Reais e 
não em percentuais. 
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao 
valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do 
capital social. 
Dessa forma, diante da ausência de bens suficientes à quitação das dívidas da 
sociedade, é o credor quem deve suportar os prejuízos. 
Todavia, todos os sócios são solidariamente responsáveis pelos valores 
faltantes na integralização do capital social. Deve ficar claro que, nesse caso, os sócios 
não respondem por toda a quantia devida pela sociedade, mas apenas no limite do 
capital faltante. 
Exemplo: Havendo dívida de 20 milhões e capital faltante de 200 mil, os sócios 
podem ser demandados em 200 mil. 
Ademais, todos os sócios são solidariamente responsáveis pela correta 
avaliação do valor do bem dado na integralização do capital, nos termos do art. 1.055, 
§1º do CC. 
Art. 1.055, § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social 
respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do 
registro da sociedade. 
Exemplo: Se o valor atribuído a determinado bem é de 400 mil, mas o valor real 
é de 30 mil, todos os sócios são solidariamente responsáveis pela diferença entre estes 
valores, que corresponderá a 370 mil. 
A responsabilidade pela exata estimação desses bens é ilimitada, respondendo 
o sócio com os seus bens pessoais, pelo prazode até 5 anos, a partir do qual o valor 
atribuído ao bem convalesce. Por outro lado, se houver aumento de capital, o prazo de 
5 anos é contado a partir da averbação desse aumento. 
Frisa-se que a responsabilidade por essa diferença do valor é objetiva, sendo 
irrelevante a verificação de dolo ou culpa. 
Vale observar que a desvalorização do bem não se enquadra como errônea 
avaliação do bem, tendo em vista que o sócio só pode ser responsabilizado pelos vícios 
da coisa. 
 
 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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1.1.5.1.1. Responsabilidade Pessoal dos Sócios 
Nem todos os atos de abuso de poder importam, necessariamente, na 
desconsideração da personalidade jurídica da sociedade. Isso porque, existem algumas 
hipóteses em que o sócio é tido pela lei como pessoalmente responsável, quando não 
se mostra necessária a desconsideração da personalidade. 
Nesse sentido, o art. 1.080 trata de hipótese de responsabilidade pessoal do 
sócio que incorre em abuso do direito de voto, que se dá nas decisões que infrinjam a 
lei ou o contrato social. 
Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a 
responsabilidade dos que expressamente as aprovaram. 
 
1.1.5.2. Regência Subsidiária vs. Regência Supletiva 
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas 
normas da sociedade simples. 
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da 
sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. 
A sociedade limitada será regida pelo Código Civil no seu capítulo próprio (arts. 
1.052 a 1.087), bem como pelo seu contrato. 
Como a maioria das sociedades, a limitada terá regência subsidiária pelas 
normas da sociedade simples, conforme art. 1.053 caput. 
Entretanto, o parágrafo único permite a regência supletiva pelas normas das 
sociedades anônimas se assim previsto no contrato, o que conferirá um caráter mais 
capitalista à sociedade limitada. Assim, tendo-se optado pela regência pelas normas da 
sociedade anônima, dispensa-se a aplicação das normas das sociedades simples. 
 
2º Horário 
 
Admite-se a opção pela aplicação parcial das normas da lei de sociedades 
anônimas, não havendo obrigação pela aplicação em bloco. 
A aplicação da regência supletiva demanda a análise da compatibilidade entre 
as normas das sociedades anônimas e a natureza da limitada. A lei de sociedades 
anônimas traz disposições completamente incompatíveis com as da sociedade 
limitada, as quais devem ser rechaçadas, tal qual ocorre acerca das ações postas à 
venda em mercados de capitais. 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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No entanto, a análise do que seria ou não compatível é um tanto quanto 
subjetiva. Por exemplo, as normas das sociedades anônimas falam em ações em 
tesouraria, ao passo que as disposições acerca das limitadas são silentes quanto às 
quotas em tesouraria. Os autores divergem a respeito da aplicação dessa matéria às 
limitadas, tendo em vista que Tavares Borba, com um entendimento mais amplo, as 
estende às limitadas, enquanto Campinho, numa visão mais restrita, não admite a 
extensão. Nesse contexto, importa analisar que o CJF admite que a limitada adquira 
suas próprias quotas. 
 
1.1.5.3. Capital Social 
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma 
ou diversas a cada sócio. 
§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem 
solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da 
sociedade. 
§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços 
Na limitada, o capital deve ser formado por bens ou dinheiro (caráter 
patrimonial), sendo vedada a contribuição por meio de serviços. 
Esse capital é divido em quotas, que podem ser iguais ou desiguais. Não é à toa 
que os votos da limitada são colhidos com base na participação no capital e não por 
quota. 
Exemplo: Sócio detentor de 1 quota de 50 mil e outro detentor de 50 mil 
quotas de 1 real têm o mesmo poder de voto. 
Observação: Na sociedade anônima, o capital é divido em ações, que consistem 
em frações idênticas do capital; por isso, cada ação vale um voto. 
Destaca-se que o capital social pode ser aumentado. Além do mais, os sócios 
possuem direito de preferência para subscrever novas quotas, desde que respeitado o 
percentual participativo que os sócios detêm no negócio. Esse direito de preferência 
pode ser negociado, observadas as mesmas regras para a cessão de quota previstas no 
art. 1.057 do CC. 
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou 
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou 
a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital 
social. 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive 
para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo 
instrumento, subscrito pelos sócios anuentes. 
Também é possível a redução do capital social, a qual pode ocorrer apenas nas 
duas hipóteses do art. 1.082 do CC: 
Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente 
modificação do contrato: 
I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis; 
II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade. 
a. Prejuízos irrecuperáveis, desde que o capital esteja integralizado (inciso 
I). 
b. Quando o capital se mostra excessivo para o objeto social (inciso II). Tal 
se mostra possível tanto no caso de capital social já integralizado como no de capital 
ainda não integralizado, caso em que se dispensa que os sócios integralizem o valor 
faltante. 
Finalmente, o capital social é protegido pelo princípio da intangibilidade, 
embasado em uma lógica utópica que de que o valor correspondente ao capital social 
se manteria intocável para a garantia dos credores da sociedade. 
Nessesentido, a sociedade deve ser mantida com o patrimônio líquido pelo 
menos igual ao valor correspondente ao capital social. Por outro lado, se se mostra 
excessivo o capital social, deve-se fazer a redução do capital, afinal essa quantia não se 
confunde com lucro. 
Por força desse princípio, o art. 1.059 do CC determina que a distribuição ficta 
de lucro implica na obrigação de restituição do valor pelos sócios. 
Art. 1.059. Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias 
retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato, quando tais 
lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital. 
 
1.1.5.4. Cessão de Quotas 
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou 
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou 
a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital 
social. 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive 
para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo 
instrumento, subscrito pelos sócios anuentes. 
É livre a cessão de quotas feita de sócio para sócio, não dependendo da 
anuência ou sequer da audiência dos demais, nos termos do art. 1.057 do CC. 
Porém, a cessão de quotas para terceiro alienígena à sociedade depende da 
não rejeição de mais de ¼ do capital social, de modo que a omissão mostra-se 
suficiente. 
Vale observar que nada obsta que o contrato estipule condição diversa da que 
indica o dispositivo para que haja a cessão de quotas, podendo-se exigir, por exemplo, 
a unanimidade dos sócios ou fração diversa. 
Como se viu, a mesma lógica da cessão de quotas prevista no art. 1.057 se 
aplica no caso de aumento de capital para transferência do direito de preferência. 
 
1.1.5.5. Exclusão de Sócio 
A exclusão de sócio nas limitadas pode ocorrer, especificamente, por quatro 
causas: 
a. Sócio que comete falta grave (art. 1.030 caput do CC): representa 
conduta que coloque em risco a execução do objeto social. 
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio 
ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por 
falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade 
superveniente. 
Observação: A mera quebra de affectio societatis não é causa suficiente para a 
exclusão do sócio. Vide Informativo 479 do STJ. 
EXCLUSÃO. SÓCIO. QUEBRA. AFFECTIO SOCIETATIS. 
A Turma negou provimento ao recurso especial por entender que, no pedido de 
dissolução parcial de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, a alegação 
de quebra da affectio societatisnão é suficiente para a exclusão de sócios. De 
acordo com a Min. Relatora, deve ser demonstrada a justa causa, ou seja, os 
motivos que ocasionaram essa quebra, comprovando-se o inadimplemento do 
dever de colaboração social e especificando-se os atos que teriam prejudicado a 
consecução do fim social da sociedade empresária. REsp 1.129.222-PR, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 28/6/2011. 
Como bem destaca o CJF, o caput do art. 1.030 fala equivocadamente em 
maioria dos “sócios”, pois a correta redação deveria indicar maioria da “participação”. 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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Em sequência, quando o dispositivo faz referência à maioria “dos demais 
sócios”, quis o legislador excluir o cômputo do voto do sócio a ser excluido. Desse 
modo, é plenamente possível a exclusão de sócio majoritário por falta grave. 
Note-se que a motivação da exclusão pode ser analisada pelo Judiciário, a fim 
de verificar a efetiva ocorrência da falta grave. 
Ademais, a palavra “iniciativa” do art. 1.030 caput possui cunho processual, 
atribuindo a legitimidade ativa ordinária da ação em que se pretenda a exclusão do 
sócio por falta grave à maioria dos demais sócios e não à sociedade. 
b. Justa causa (art. 1.085 do CC): não se trata de falta grave, mas apenas 
em justa causa, o que representa causa mais branda do que aquela, na medida em que 
consiste em falta justificada. 
Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, 
representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais 
sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de 
inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do 
contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa. 
Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou 
assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo 
hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. 
A lei exige a maioria do capital social para exclusão por justa causa, o que se 
distingue da falta grave, que exige maioria dos demais sócios. Dessa forma, não se 
admite a exclusão do sócio majoritário por justa causa, pois é ele o detentor da 
maioria do capital. 
Além disso, a exclusão por justa causa é extrajudicial, desde que haja previsão 
contratual nesse sentido. Mas, para que o sócio seja excluído, ele deve ser convocado 
a participar de assembleia, a fim de ter ciência da falta que lhe é imputada, em 
cumprimento ao contraditório e à ampla defesa. 
Vê-se que o art. 1.030 (falta grave) do CC está localizado no capítulo da 
sociedade simples pura, ao passo que o art. 1.085 (justa causa) está alocado no 
capítulo das limitadas. Isso leva a concluir que a exclusão do sócio por falta grave se 
refere também aos demais tipos societários (menos sociedades por ações), enquanto a 
que se dá por justa causa e de modo extrajudicial se restringe às limitadas. 
Destaca-se ainda a ressalva feita expressamente pelo art. 1.085 ao art. 1.030 
expressamente permite a exclusão do sócio por falta grave nas limitadas, mesmo que 
haja cláusula de aplicação supletiva das normas da sociedade anônima. 
 D. Empresarial 
Data: 09/12/2011 
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www.enfasepraetorium.com.brc. Sócio que se torna incapaz (art. 1.030 caput do CC): a sociedade não se 
vê compelida a excluir o sócio nesse caso, sendo mera faculdade sua. 
Nesse caso, a iniciativa processual é da maioria dos demais sócios, motivo pelo 
qual o sócio majoritário que se torne incapaz pode ser excluído. 
d. Sócio remisso (art. 1.004, parágrafo único e art. 1.058 do CC): consiste 
naquele que subscreve o capital social, mas não integraliza suas quotas. 
Art. 1.004, Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais 
sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota 
ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do 
art. 1.031. 
Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem, 
sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá-la para si ou 
transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver 
pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais 
as despesas. 
A mora do remisso é ex persona e não ex re, o que significa que ele deve ser 
notificado e tem o prazo de 30 dias para purgar a mora. Não a purgando, o sócio 
remisso está sujeito à exclusão. 
Para a expulsão do sócio, exige-se a aprovação da maioria dos demais sócios, o 
que representa, na verdade, participação. 
O art. 1.004, parágrafo único, ao referir-se a preferir e não à iniciativa, deixa 
claro que o legislador condicionou a exclusão do sócio remisso à vontade dos sócios, 
de modo que esta não precisa ser judicial, além do que a purgação da mora é critério 
objetivo e dispensa maiores dilações probatórias. 
Ressalte-se que a exclusão do sócio não é a única alternativa apresentada 
diante de sócio remisso, podendo-se optar, por exemplo, pela cobrança da quantia 
faltante, inclusive com as perdas e danos, ou ainda pela redução de suas quotas ao 
montante já integralizado. 
Existem ainda duas hipóteses em que a exclusão do sócio ocorre de pleno 
direito, ou seja, de forma automática. Acerca do assunto, recomenda-se a leitura dos 
seguintes dispositivos: 
Art. 1.030, Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio 
declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do 
parágrafo único do art. 1.026. 
Art. 1.026, Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor 
requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 
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1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após 
aquela liquidação. 
CPC, Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
VI - ações e quotas de sociedades empresárias; (Redação dada pela Lei nº 11.382, 
de 2006). 
CPC, Art. 685-A, § 4o No caso de penhora de quota, procedida por exeqüente 
alheio à sociedade, esta será intimada, assegurando preferência aos sócios. 
(Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
São elas: 
a. Quando o sócio perde suas quotas por dívidas particulares (execução 
individual): tanto no caso de expropriação, como no de penhora de quotas, de 
alienação em juízo ou liquidação, deixa-se de ser sócio automaticamente. Como se viu, 
a única exceção à penhorabilidade das quotas é a da sociedade em nome coletivo. 
O STJ tem esboçado entendimento de que as quotas devem ser vistas como 
último bem suscetível de expropriação. 
b. Quando há a falência (execução concursal) de sociedade com 
responsabilidade ilimitada dos sócios, o sócio também será declarado falido, tal qual 
ocorre na sociedade em nome coletivo. Desse modo, as quotas, assim como os demais 
bens particulares do sócio, passam a pertencer à massa falida. 
Além disso, a falência de sócio implica a dissolução parcial de todas as 
sociedades das quais ele faça parte. 
 
1.1.5.6. Falecimento do Sócio 
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: 
I - se o contrato dispuser diferentemente; 
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; 
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido. 
A morte de sócio não acarreta a sucessão automática, tendo em vista que a 
affectio societatis se dá entre os sócios e não com os seus herdeiros. 
No entanto, se houver cláusula de sucessão no contrato social, admite-se a 
sucessão por herdeiro (inciso I). Também nada impede que haja acordo superveniente 
no sentido de permitir a sucessão pelo herdeiro (inciso III). Não há óbice ainda no caso 
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de sociedade que opte por dissolver-se como um todo por conta da morte do sócio 
(inciso II). 
 
1.1.5.7. Retirada Espontânea do Sócio 
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode 
retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos 
demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo 
determinado, provando judicialmente justa causa. 
Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais 
sócios optar pela dissolução da sociedade. 
Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, 
incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de 
retirar-se da sociedade, nos trinta dias subseqüentes à reunião, aplicando-se, no 
silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031 
Pelo princípio da livre associação previsto no art. 5º, XX da CRFB, ninguém é 
obrigado a associar-se ou manter-se associado. 
CRFB, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
 
1.1.5.8. Liquidação das Quotas 
Na hipótese de resolução da sociedade em relação a um sócio, as quotas 
devem ser liquidadas, a que se atribui o nome de apuração de haveres. 
Para tanto, deve ser observado o percentual participativo efetivamente 
integralizado, conforme art. 1.031 do CC. Deve-se apurar o percentual em cima do 
patrimônio líquido do momento em que houver a apuração dos haveres, o que não se 
confunde com o valor efetivamente integralizado pelo sócio. 
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o 
valor da sua quota, consideradapelo montante efetivamente realizado, liquidar-
se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial 
da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente 
levantado. 
§ 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios 
suprirem o valor da quota. 
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§ 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir 
da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. 
Observação1: A Súmula 265 do STF determina que não prevalece a apuração de 
haveres feita sem a vontade do sócio que saiu ou dos seus herdeiros. Costuma-se dizer 
que a assembleia é soberana, mas, nesse caso, essa iniciativa estaria viciada. 
Súmula 265 do STF - Na apuração de haveres, não prevalece o balanço não 
aprovado pelo sócio falecido ou que se retirou. 
Observação2: No Informativo 485 do STJ, entendeu-se que a apuração de 
haveres deve levar em consideração também os bens intangíveis, ou seja, o fundo de 
comércio em sua totalidade, sob pena de haver enriquecimento sem causa da 
sociedade. 
DISSOLUÇÃO. SOCIEDADE. INCLUSÃO. FUNDO DE COMÉRCIO. 
A Turma reiterou o entendimento de que o fundo de comércio – também chamado 
de estabelecimento empresarial (art. 1.142 do CC/2002) – integra o patrimônio da 
sociedade e, por isso, deve ser considerado na apuração de haveres do sócio 
minoritário excluído de sociedade limitada. O fundo de comércio é o conjunto de 
bens materiais (imóveis, bens, equipamentos, utensílios etc) e imateriais (marcas 
registradas, invenções patenteadas etc), utilizados por empresário individual ou 
sociedade empresária no exercício de sua atividade empresarial. O fato de a 
sociedade ter apresentado resultados negativos nos anos anteriores à exclusão do 
sócio não significa que ela não tenha fundo de comércio. Precedentes citados: 
REsp 52.094-SP, DJ 21/8/2000; REsp 271.930-SP, DJ 25/3/2002; REsp 564.711-RS, 
DJ 20/3/2006, e REsp 130.617-AM, DJ 14/11/2005. REsp 907.014-MS, Rel. Min. 
Antônio Carlos Ferreira, julgado em 11/10/2011

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