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Apostila M01 Residuos solidos

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2 
Sumário 
 
Apresentação ...................................................................................................................................................................................... 3 
Aula 01 - Ampliando a visão: como as coisas estão na GRS no Brasil? ...................................................................... 5 
Alguns conceitos de GRS .............................................................................................................................................................. 5 
Gestão NÃO É Gerenciamento .................................................................................................................................................... 6 
GRS na PNRS .................................................................................................................................................................................... 7 
Aula 02 - Políticas públicas em diálogo com a Gestão de Resíduos Sólidos (GRS) ............................................ 17 
A PNRS e a Educares .................................................................................................................................................................... 20 
Educares ........................................................................................................................................................................................... 23 
 
 
 
3 
Apresentação 
 
Olá, caro(a) cursista, que alegria ter você aqui, na primeira etapa da nossa jornada. 
Bom, na Apresentação, vimos que no Módulo 01, falaremos sobre a gestão de resíduos, a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a Educares e outras políticas que se articulam com a GRS. 
Para tanto, neste módulo, teremos os seguintes objetivos: 
 
Objetivos do Módulo 
 
Objetivo geral: 
 Aprofundar o conhecimento sobre GRS e suas políticas relacionadas. 
 
Objetivos específicos: 
 Promover reflexão inicial sobre GRS. 
 Apresentar o panorama brasileiro geral da gestão de resíduos e seus desafios. 
 Trabalhar uma visão geral das políticas públicas ligadas a GRS, aprofundando na PNRS e Educares. 
 
Ao longo de todo o curso antes de começarmos um novo conteúdo faremos uma breve retomada do 
que já foi visto. Na aula passada, que foi a Apresentação, falamos da estrutura geral do curso e a forma como 
vamos passar por ele. 
Muito bem! Após esta pequena contextualização, já podemos dar início à Aula 01, que traz uma visão 
mais ampla da GRS brasileira. 
Mas antes de falarmos de gestão de resíduos, você sabe o que são resíduos sólidos e quais os tipos de 
resíduos existentes? 
Vamos ver? 
 
Segundo a PNRS, Lei nº 12.305 fala que resíduos sólidos: 
 
Capítulo II – Definições: 
XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades 
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, 
nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades 
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções 
técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010, on-line). 
 
Caro(a) cursista, além da classificação citada, o texto introdutório da PNRS propõe outra forma para 
agrupar tais resíduos, que considera o local ou atividade em que a geração ocorre, vejamos. 
 
 
 
4 
01) Resíduos Sólidos Urbanos: divididos em materiais recicláveis (metais, aço, papel, plástico, vidro 
etc.) e matéria orgânica. 
02) Resíduos da Construção Civil: gerados nas construções, reformas, reparos e demolições, bem 
como na preparação de terrenos para obras. 
03) Resíduos com Logística Reversa Obrigatória: pilhas e baterias; pneus; lâmpadas fluorescentes 
de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; produtos 
eletroeletrônicos e seus componentes; entre outros a serem incluídos. 
04) Resíduos Industriais: gerados nos processos produtivos e instalações industriais; normalmente, 
grande parte são resíduos de alta periculosidade. 
05) Resíduos de Serviços de Saúde: gerados em qualquer serviço de saúde. 
06) Resíduos Sólidos de Mineração: gerados em qualquer atividade de mineração. 
07) Resíduos Sólidos do Transporte Aéreo e Aquaviário: gerados pelos serviços de transportes, de 
naturezas diversas, como ferragens, resíduos de cozinha, material de escritório, lâmpadas, pilhas etc. 
08) Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris (orgânicos e inorgânicos): dejetos da criação de animais; 
resíduos associados a culturas da agroindústria, bem como da silvicultura; embalagens de agrotóxicos, 
fertilizantes e insumos. 
09) Resíduos Sólidos do Transporte Rodoviário e Ferroviário: gerados pelos serviços de 
transportes, acrescidos de resíduos sépticos que podem conter organismos patogênicos. 
 
Muito bem! Depois de vermos a definição e a classificação dos resíduos sólidos, vamos falar de gestão 
de resíduos sólidos. E vamos começar com uma reflexão. 
 
 
 
Lembre-se que mapear parcerias e construir soluções conjuntas! Comunicar habilidades, desafios e 
potenciais é a base para potencializar ações. 
Para começarmos o curso da melhor forma possível, pedimos que você reflita 
sobre as questões a seguir, pensando em como aplicá-las na sua realidade para 
criação e fortalecimento de redes de apoio (clique nas lixeiras para saber mais). 
1) Quais são as suas habilidades que julga relevantes para o processo de 
gestão de resíduos? 
2) Quais demandas enfrenta na sua realidade? Do que está precisando, o 
que está em falta? 
3) Como você poderia estabelecer contato com seus colegas para troca de 
conhecimentos, experiências e dúvidas? 
 
5 
Aula 01 - Ampliando a visão: como as coisas estão na GRS no 
Brasil? 
 
Alguns conceitos de GRS 
 
Uma visão ampla implica em olhar para algo de vários ângulos, e é assim que abrimos esta aula, 
trazendo várias abordagens para a GRS. Cada educando deve também analisar a maior diversidade possível 
de visões (acessando os materiais aqui indicados e outros que julgue pertinente) e escolher a que mais se adapta 
a sua realidade e está adequada à legislação vigente em seu contexto. 
Existe uma diversidade de olhares sobre a gestão de resíduos – mais comumente chamada de Gestão 
Integrada de Resíduos Sólidos (GIRS)* – que variam de acordo com a atividade do setor envolvido, seus 
interesses socioeconômicos além, é claro, de seu conhecimento técnico e experiência. 
*A Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos (GIRS) inclui todas as ações voltadas à busca de soluções para os resíduos 
sólidos, incluindo os planos nacional, estaduais, microrregionais, intermunicipais, municipais e os de gerenciamento. 
Os planos de gestão sob responsabilidade dos entes federados – governos federal, estaduais e municipais – devem tratar de 
questões como coleta seletiva, reciclagem, inclusão social e participação da sociedade civil (BRASIL, [2017b], on-line). 
 
 
 
 
Trazemos a seguir alguns exemplos dos diversos olhares sobre a GRS. 
 
 
Da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 
A GIRS inclui todas as ações voltadas à implementação de soluções, procedimentos e regras para os 
resíduos sólidos. O maior desafio desse processo é a articulação entre os entes federativos e os demais atores 
sociais envolvidos no manejo dos resíduos sólidos (BRASIL, 2014a, p. 12). 
 
Da pesquisa de Sonia Maria Dias sobre Fóruns Lixo e Cidadania no Brasil 
A noção de GIRS reconhece três dimensões importantes que devem ser consideradas ao determinar e 
planejar um sistema de gestão de resíduossólidos: os atores envolvidos e afetados pela gestão dos resíduos; os 
elementos práticos e técnicos do sistema; os aspectos de sustentabilidade do contexto local (ANSCHULTZ, 2004 
apud DIAS, 2009, p. 02). 
Faça uma pesquisa na internet sobre estes temas: 
 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (GIRS); 
 Gestão de resíduos; 
 Gestão do lixo; 
 Lixo. 
 
 
 
6 
Do Manual de boas práticas no planejamento de resíduos sólidos elaborado pela Associação 
Brasileira de Empresas de Limpeza (ABRELPE) 
O conceito de GIRS difere bastante da abordagem convencional da gestão de resíduos, por buscar a 
participação dos interessados, cobrindo a prevenção de resíduos e a recuperação de recursos, incluindo as 
interações com outros sistemas e promovendo uma integração de diferentes escalas de habitat (cidade, bairro, 
unidade residencial). A GISR não trata a gestão de resíduos apenas como uma questão técnica, mas também 
reconhece o fator político e social como o mais importante (ABRELPE, 2013, p.16). 
 
Do site lixo.com.br - espaço para a troca de informações sobre práticas sustentáveis na área de 
resíduos sólidos no Brasil e principalmente no Estado do Rio de Janeiro 
GIRS é a maneira de conceber, implementar e administrar sistemas de Limpeza Pública considerando 
uma ampla participação dos setores da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. A 
sustentabilidade do desenvolvimento é vista de forma abrangente, envolvendo as dimensões ambientais, 
sociais, culturais, econômicas, políticas e institucionais. Isso significa articular políticas e programas de vários 
setores da administração e vários níveis de governo, envolver o legislativo e a comunidade local, buscar garantir 
os recursos e a continuidade das ações, identificar tecnologias e soluções adequadas à realidade local 
(GESTÃO..., [2017], on-line). 
 
Gestão NÃO É Gerenciamento 
 
Ao pensarmos em gestão de resíduos chamamos atenção para uma confusão comum entre os 
conceitos Gestão e Gerenciamento. Um olhar atento traz uma percepção importante de que, embora 
relacionados, GERENCIAMENTO e GESTÃO são processos diferentes. 
A gestão de resíduos sólidos tem ênfase na dimensão estratégica refere-se ao processo de criar, 
planejar, definir, organizar e controlar as ações que serão operacionalizadas por sistemas de gerenciamento de 
resíduos. 
O gerenciamento complementa e fornece ferramentas para que a gestão aconteça. Ocupa-se da 
operacionalização e da tecnologia, buscando soluções para a prevenção da geração, redução, segregação, 
acondicionamento, coleta, transporte, reutilização, reciclagem, tratamento, recuperação de energia e disposição 
final de rejeitos. 
 
Caro(a) cursista, esses conceitos complementares que vimos, envolvem diferentes ações e atores, e 
atendem à responsabilidades diversas. Saber esta distinção é essencial para o sucesso da gestão de resíduos. 
 
Ainda sobre as distinções desses dois termos, vamos pensar nas seguintes questões. 
 
No seu local existe esta distinção entre gestão e gerenciamento? Caso exista, quais os atores 
envolvidos e ações desenvolvidas em cada um dos processos? 
 
7 
Entre os diversos olhares apresentados sobre a GRS qual o que mais se aproxima do adotado no 
seu contexto de atuação? 
 
 
 
 
 
GRS na PNRS 
 
A PNRS define a GIRS como: 
 
[...] um conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a 
considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa 
do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2012c, p. 11). 
Como vemos para a PNRS, a gestão de resíduos traz a premissa da integração, apontando para a 
importância da articulação entre os atores que participam do processo, a dimensão das soluções técnicas e as 
características do contexto onde a gestão acontece. 
A abordagem da GIRS, adotada na PNRS, também traz para o processo a participação e controle 
social, peças indispensáveis para o envolvimento de toda a sociedade. 
Partindo desse movimento amplo, a gestão integrada se propõe a dar conta da redução do consumo 
de recursos e produtos, o que afeta diretamente a redução do volume de resíduos gerados. Na outra ponta do 
processo produtivo, a abordagem integrada leva a ações de recuperação dos recursos. 
Pensando em uma dimensão estratégica, você percebe que a GIRS amplia seu processo de gestão para 
além das soluções técnicas e operacionais, incluindo o fator político e social, colocando-os como origem e 
centro do processo. 
 
A GRS no Brasil 
 
A conscientização e preocupação ambiental no país vêm crescendo nos últimos anos, acompanhando 
um movimento mundial. Os reflexos podem ser observados nas legislações recentes tais como: 
• Lei Federal de Saneamento Básico (Lei n° 11.445/07, disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm) 
Foco do material: conceito de GIRS e desenvolvimento sustentável. 
Trecho sugerido: recomenda-se a leitura das páginas 13 e 14. 
Fonte: MESQUITA JÚNIOR, J. M., SEGALA, K. (coord). Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2007. 
(Disponível na plataforma digital do curso). 
 
 
 
8 
• PNRS (Lei n° 12.305/10, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm) 
 
A gestão de resíduos é um desafio para a sociedade e para a gestão pública em razão do volume e 
diversidade dos resíduos, do crescimento populacional, do ritmo do consumo, da ampliação das áreas urbanas 
e da forma histórica de gestão que se mostra ineficiente e errônea. 
Uma relação que chama atenção é o crescimento da população X volume de resíduos gerados. Segundo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2010), a população brasileira cresceu 12% na última década 
e a geração de resíduos cresceu 90%. 
 
O volume de geração de resíduos por pessoa está muito acima do sustentável e reforça a 
urgência da revisão dos padrões de produção, consumo e descarte. 
 
Em outra pesquisa divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), segundo dados de 2008 
divulgados pelo IBGE, por meio da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), temos: 
“”[...] 99,96% dos municípios brasileiros têm serviços de manejo de Resíduos Sólidos, mas 50,75% deles 
dispõem seus resíduos em vazadouros; 22,54% em aterros controlados; 27,68% em aterros sanitários. Esses 
mesmos dados apontam que 3,79% dos municípios têm unidade de compostagem de resíduos orgânicos; 
11,56% têm unidade de triagem de resíduos recicláveis; e 0,61% têm unidade de tratamento por incineração. A 
prática desse descarte inadequado provoca sérias e danosas consequências à saúde pública e ao meio ambiente 
e se associa ao triste quadro socioeconômico de um grande número de famílias que, excluídas socialmente, 
sobrevivem dos ‘lixões de onde retiram os materiais recicláveis que comercializam’” (SRHU, [2017], on-line). 
 
Para visualizar melhor os dados sobre locais de disposição dos resíduos nos municípios veja os gráficos 
a seguir: 
 
As formas ambientalmente corretas e sanitariamente seguras da destinação final dos resíduos têm sido 
pouco utilizadas no Brasil. 
Segundo o CEMPRE/IPT (2000), estimativa do IBGE indica que 76% dos municípios do país despejam os 
resíduos gerados a céu aberto, constituindo os vazadouros. 
 
 
9 
 
 
 
Neste gráfico, vemos formas menos utilizadas de destinação final dos resíduos. As usinas de triagem 
se destacam neste grupo, mas não ocorriam em mais de 12% dos municípios, à época do levantamento das 
informações. 
 
 
 
 
 
 
Uma estratégia importante para reverter o quadro de formas irregularese insustentáveis de disposição 
dos resíduos é a classificação destes materiais. Os resíduos são classificados em grandes grupos com 
características comuns segundo a PNRS. 
Caro(a) cursista, mais a diante falaremos mais sobre isso, mas por enquanto, vamos ver alguns dados 
da situação de geração, coleta e disposição final partindo de alguns grupos desta classificação. 
No lixão, os resíduos sólidos são depositados a céu aberto; no aterro 
controlado, o solo recebe uma cobertura; e no aterro sanitário, o solo é 
impermeabilizado (Jennifer Rocha Vargas Fogaça - Formação em Química 
Ambiental). Leia na íntegra: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/diferenca-entre-lixao-aterro-
controlado-aterro-sanitario.htm 
Unidade de 
compostagem de 
resíduos 
orgânicos 
Unidade de 
triagem resíduos 
recicláveis 
Tratamento por 
incineração 
 
 
10 
Uma das últimas pesquisas que temos sobre resíduos sólidos em geral, e em particular sobre a questão 
da disposição final dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), foi desenvolvida pela ABRELPE (2014) comparando os 
dados de 2013 e 2014. Os resultados obtidos nos mostram um pouco da dinâmica de avanços e retrocessos em 
aspectos ligados à gestão de resíduos no país. 
Segundo relatório ABRELPE de 2014, o país gerou aproximadamente 78,6 milhões de toneladas de 
RSU. Os dados de geração anual e per capita em 2014, comparados com 2013 são estes: 
 
 
Olhando para a coleta temos que entre os anos 2013 e 2014 houve um aumento no total coletado de 
3,20%. Veja os detalhes na figura abaixo: 
 
Pensando em um panorama nacional, vemos ao lado a participação das regiões no total de 
resíduos sólidos urbanos coletados. 
 
 
11 
Observe a figura e veja qual é a contribuição da sua região no volume de resíduos sólidos 
urbanos gerados. 
 
 
Em 2014, o Brasil apresentou um índice de 58,4% de massa coletada com disposição final adequada. 
Porém, a quantidade de RSU destinada a locais inadequados (lixões e aterros controlados) ainda é alta. Em 2014, 
geramos 29.659.170 toneladas de resíduos urbanos, que seguiram para lixões ou aterros controlados. Temos 
uma visão deste quadro na figura abaixo que permite uma comparação entre os dados de 2013 e 2014: 
 
 
 
 
Caro(a) cursista, outro fator que trazemos aqui para análise é o acesso e bom uso dos recursos 
financeiros provenientes, tanto do setor público como do privado. Sabemos que muitos dos desafios para a 
gestão de resíduos sólidos passam por esta questão. 
 
 
12 
A dimensão municipal é a instância onde as políticas de todas as esferas (federal, estadual e municipal) 
tomam forma. Se analisarmos a soma em dinheiro que cada município destina a uma determinada linha de ação, 
podemos ter um indicativo de seu comprometimento e valor percebido para a área onde a ação se destina. Isto 
se aplica à GRS. 
No Brasil, em 2014 os municípios aplicaram na coleta de resíduos urbanos em média, R$ 119,76 por 
habitante/ano na coleta de RSU e demais serviços de limpeza urbana, como vemos na figura a seguir: 
 
 
Vejamos agora alguns aspectos ligados a outras categorias de resíduos que compõe uma parcela 
significativa dos resíduos sólidos: os Resíduos de Construção e Demolição (RCD), também conhecidos como 
Resíduos da Construção Civil (RCC), e os Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS). 
Nas figuras a seguir, temos algumas informações sobre estes dois tipos de resíduos mantendo a 
apresentação de seu comportamento em 2013 e 2014: 
 
 
 
 
 
13 
Em virtude da legislação atribuir aos geradores a responsabilidade pelo tratamento e destino final dos 
RSS, grande parte dos municípios coletam e dão destinação final apenas para os resíduos gerados em unidades 
públicas de saúde (ABRELPE, 2014, p 33). 
É sob esta ótica que devem ser interpretados os dados apresentados a seguir: 
 
 
 
Na pesquisa da ABRELPE se identificou que a coleta de RSS executada pela maioria dos municípios é 
parcial, o que contribui significativamente para o desconhecimento sobre a quantidade total gerada, e o destino 
real dos RSS no Brasil (2014, p 34). 
Esta figura apresenta a destinação dos municípios para estes resíduos coletados em 2014, onde 
“Outros” compreende a destinação para aterros, valas sépticas e lixões. 
 
 
 
 
14 
Para enriquecermos mais o quadro geral sobre a situação dos resíduos sólidos no país, apresentamos 
a seguir alguns dados da publicação do IBGE de 2015, sobre indicadores de desenvolvimento sustentável. 
Primeiramente uma relação entre o número de domicílios e o acesso a coleta de lixo. 
 
A situação que apresentamos aqui é ao mesmo tempo efeito e causa do quadro institucional que temos 
no país. Existe uma fragilidade das prefeituras no que se refere a recursos técnicos e financeiros aplicados à GRS. 
Observa-se pouca articulação com segmentos que dividem a responsabilidade compartilhada pelas 
atividades na gestão, gerenciamento, busca e implementação de soluções. A criação de acordos e parcerias 
de cooperação entre entes federados necessita ser fortalecida para que se colham as vantagens antevistas nos 
consórcios públicos previstos pela Lei de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007), Lei de Consórcios Públicos 
(Lei nº 11.107/2005) e de seus respectivos decretos de regulamentação (Decreto nº 7217/2010 e Decreto nº 
6.017/2007). 
 
 
 
 
 
 
Faça um panorama da gestão de resíduos no país, por meio do artigo 
intitulado: Três anos após a regulação da PNRS: seus gargalos e superações. 
Sugiro que você leia o trecho entre as páginas 12 a 19. (Disponível na plataforma 
digital do curso) 
Fonte: PWC. Três anos após a regulação da Política Nacional de resíduos sólidos 
(PNRS): seus gargalos e superações. PWC, 2014. 
 
15 
 
 
 
 
A cada dia surgem novos desafios e soluções na GRS no país. Para qualificar o panorama atual, faça 
uma busca por notícias e vídeos na internet e opte pelos conteúdos mais recentes. Vamos construir uma foto 
do momento agora! 
 
 
 
 
Ao final de cada aula, vamos te convidar a refletir sobre os temas tratados, buscando sempre uma 
relação com a sua realidade. 
Para que você aproveite da melhor forma os assuntos que escolhemos para cada encontro e também 
o tempo que está conectado ao curso, é importante estabelecer um diálogo entre a teoria e os desafios, 
descobertas e acertos que vivencia no seu cotidiano como participante da GRS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trazemos para você uma indicação de vídeo sobre GRS no país e os impactos da 
antes e depois da PNRS: https://www.youtube.com/watch?v=yh2itUQ4K0A 
Acontecendo agora! Faça uma busca de notícias e vídeos usando as seguintes 
palavras-chave: 
• Cenário gestão resíduos; 
• Panorama resíduos Brasil; 
• Situação resíduos sólidos; 
• Diagnóstico resíduos sólidos. 
 
 
16 
 
 
 
Muito bem! Chegamos ao final da primeira aula. 
Nesta aula, você viu que existem diversas abordagens de GRS, e que nós aqui no curso vamos sempre partir da 
GIRS, de acordo com a PNRS. Vimos também a diferença entre gestão e gerenciamento e suas implicações na 
esfera do planejamento e da implementação. 
Por fim, viu um breve panorama dos resíduos sólidos no país, da gestão adotada, alguns fatores que 
implicam nesta gestão e os seus resultados. 
Na Aula 02, Políticas públicas em diálogo com a Gestão de Resíduos Sólidos (GRS), você verá 
políticas que dialogam com a gestão de resíduos, aprofundará a visão sobre a PNRS e a Educares. 
 
Espero por você lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para ajudá-lo(a) nesta tarefa, trazemos algumas provocaçõesque você pode 
responder sempre pensando em como aplicá-las na sua realidade ou no processo 
de GRS que você esteja estudando: 
1) Qual o conceito de gestão de resíduo aplicado no seu contexto? O que 
você acha dele? 
2) Qual a sua opinião sobre a forma como a PNRS entende gestão de 
resíduos? O que você apontaria como fator(es) positivo e fator(es) 
negativo? 
3) O que você destaca na situação atual da gestão de resíduos no país? 
Quais pontos fortes e fracos você percebe? 
 
 
 
 
17 
Aula 02 - Políticas públicas em diálogo com a Gestão de Resíduos 
Sólidos (GRS) 
 
Olá! É um prazer enorme ter você na segunda aula deste módulo. Antes de mais nada, que tal fazermos 
algumas retomadas? 
Bom, na aula passada, ampliamos nossa visão sobre conceitos e práticas de GRS, passando para um 
olhar sobre a situação brasileira, seus potenciais e desafios. 
Nesta aula, falaremos dos seguintes assuntos: Políticas que dialogam com a gestão; A PNRS e a 
Estratégia Educares. 
 
O atual padrão de produção e consumo tem acentuado problemas e conflitos em todas as dimensões 
da sustentabilidade – social, econômica, ambiental e cultural/pessoal. A verdade é que o Desenvolvimento 
Sustentável* tem sido posto em cheque e precisa evoluir. 
*Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a 
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. 
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir 
e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental (WWF, [2017], on-line). 
 
A sociedade tem demandado mudanças motivadas pelos elevados custos socioeconômicos e 
ambientais que o atual estilo de vida demanda, o que demonstra que o modelo de desenvolvimento, mesmo 
quando dito sustentável, não tem funcionado a contento. 
A esfera política, que rege a convivência e seus acordos, precisa fazer seu papel, buscando além de 
produzir resultados setoriais, contribuir para uma mudança de paradigma que efetivamente dê conta do desafio 
da gestão de resíduos. 
Nas políticas públicas têm-se uma grande oportunidade de estabelecer um marco regulatório para a 
gestão de resíduos, induzindo o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Para que isso funcione todos 
os atores sociais devem se envolver, identificando e assumindo a sua responsabilidade no processo. 
 
A visão de política pública deve trazer essa percepção ampla, definindo formas efetivas de participação 
social, dialogando e trabalhando em sinergia com outras políticas de temas correlatos (saneamento, saúde, 
educação, desenvolvimento urbano, entre outros), prevendo recursos e soluções financeiras. Enfim, para 
alterarmos os rumos do consumo e geração de resíduos é preciso fortalecer políticas e tirá-las do papel. 
 
Em resumo, seja qual for o ângulo por meio do qual se analise tanto a questão do controle social na 
gestão de resíduos como na formulação de políticas transversais de meio ambiente, estas não se revelam nem 
um pouco triviais. Os desafios de ordem institucional, político, social e até mesmo cultural são, sem dúvida, 
complexos e de difícil superação. 
De qualquer modo, considerando-se todos esses aspectos em seu conjunto, salta aos olhos a 
importância de um mínimo de vontade política para enfrentar a crise ambiental. Mas essa "vontade política" não 
pode e não deve ser confundida com um ato voluntário de um déspota esclarecido (como indivíduo ou como 
 
 
18 
membro da elite). Por vontade política leia-se a construção de alianças políticas que permitam avançar não só 
no tratamento de problemas ambientais contingentes, mas principalmente na construção de uma sociedade 
socioambientalmente viável. Uma sociedade a um só tempo mais humana e com um relacionamento mais sadio 
e menos prepotente com relação a seus sócios no mundo natural (BRASIL, 2013, p. 12). 
 
Para a gestão de resíduos sólidos é claro que a PNRS desempenha o papel central. No entanto, como 
colocado antes, outras políticas públicas setoriais também são relevantes: 
 
Política Federal de Saneamento Básico Lei n° 11.445/07 
Estabelece diretrizes nacionais para o conjunto de serviços de abastecimento público de água potável; 
coleta, tratamento e disposição final adequada dos esgotos sanitários; drenagem e manejo das águas pluviais 
urbanas, além da limpeza urbana e o manejo dos resíduos sólidos (BRASIL, 2007, on-line). 
 
Política Nacional de Educação Ambiental Lei n° 9795/99 
A PNRS estabelece um papel de destaque a educação ambiental que é tida como instrumento a ser 
contemplado nos planos de gestão de resíduos (BRASIL, 1999, on-line). 
 
Lei Federal de Consórcios Públicos Lei n° 11.107/05 
Os consórcios públicos recebem, no âmbito da PNRS, prioridade no acesso aos recursos da União ou 
por ela controlados (BRASIL, 2005, on-line). 
 
Política Nacional sobre Mudança do Clima Lei nº 12.187/09 
Oficializa o compromisso do Brasil para redução de emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 
38,9% das emissões projetadas até 2020. Aponta ações diretas de gestão de resíduos sólidos tais como 
recuperação de metano de locais de tratamento e ampliação da reciclagem (BRASIL, 2009, on-line). 
 
Política Federal de Saneamento Básico e Política Nacional de Educação Ambiental 
Essas duas políticas possuem estreita relação com a PNRS, sendo citadas em seu texto como políticas 
articuladas, demarcando a convergência de objetivos, o potencial de compartilhamento de estruturas e a 
realização de ações conjuntas. 
Ambas as políticas se desdobram em planos, estratégias e programas que estabelecem o caminho entre 
a dimensão teórica e ações concretas. Podemos citar, por exemplo, o Programa de Educação Ambiental e 
Mobilização Social no Saneamento (PEAMSS) e o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA). 
Outra legislação de âmbito nacional que se articula com a PNRS é a Lei Federal de Consórcios 
Públicos, sendo que a PNRS dá prioridade a esse tipo de arranjo entre municípios para o acesso a incentivos 
destinados pelo governo federal para gestão de resíduos. 
 
 
19 
Do diálogo entre a educação ambiental, comunicação social e a PNRS surgiu a Estratégia Nacional de 
Educação Ambiental e Comunicação Social na Gestão de Resíduos Sólidos (Educares)*, trazendo para a 
gestão de resíduos sólidos importantes contribuições do campo da educação ambiental. 
*Apoia a implementação da PNRS, atuando para transversalizar a educação ambiental e comunicação social na gestão de 
resíduos, buscando um continuado processo de aprendizado social. A Educares traz para a gestão de resíduos diversas ferramentas que 
planejam, avaliam e dão capilaridade à gestão na sociedade, entre elas, os planos de resíduos sólidos dos estados e municípios. 
 
A Educares é um dos temas centrais de nosso curso, e retomaremos esse tema até o final desta aula! 
De uma forma mais indireta surgem várias outras políticas que convergem e compartilham objetivos 
com a PNRS, pois a temática resíduos sólidos é ampla e permeia muitos aspectos da vida atual. 
Desse grupo, destacamos a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que compartilha 
com a PNRS o regramento da etapa de disposição final dos resíduos, buscando alternativas que reduzam os 
impactos nocivos ao ambiente e à sociedade. 
 
Uma das articulações entre a PNRS e a PNMC se dá por meio do Plano de Ação para Produção e 
Consumo Sustentáveis (PPCS) que é um documento que orienta ações do governo, do setor produtivo e da 
sociedade para padrões mais sustentáveis de produção e consumo.Esse Plano, portanto, norteia-se pelos seguintes princípios: 
 
 Do desenvolvimento sustentável; 
 Da responsabilidade compartilhada; 
 Da liderança governamental por meio do exemplo; 
 Da precaução; 
 Da prevenção; 
 Da participação da sociedade civil e transparência; 
 Da cooperação; 
 Da educação ambiental. 
 
Posteriormente, veremos com mais detalhes outros pontos de contato entre a PNRS e demais políticas 
públicas. Falaremos mais a frente dos Planos de Resíduos Sólidos, um instrumento da PNRS que detalha o 
processo de gestão e traz para o diálogo outros tantos instrumentos, planos e estratégias de áreas que dividem 
o ambiente com a gestão de resíduos sólidos. 
Estamos falando aqui, por exemplo, dos planos municipais de saneamento, do plano diretor municipal, 
dos planos de resíduos estaduais, municipais e intermunicipais, das políticas de gestão territorial, dos 
licenciamentos ambientais, da gestão de recursos hídricos. 
 
 
 
 
 
 
 
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É sempre bom lembrar que ao longo de toda a atividade, tome nota do que achar importante. Nada 
muito longo, um parágrafo para cada reflexão, colocando os pontos-chave! Dessa forma, você, caro(a) cursista, 
estará ampliando os resultados do curso e de seu esforço em participar desta formação! 
 
A PNRS e a Educares 
 
A PNRS, Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, é um marco legal na gestão de resíduos. Essa afirmação 
surge de diversas fontes de setores variados. Trazemos aqui trechos de publicações que ilustram a importância 
da PNRS. 
 
“[...] após vinte e um anos de discussões no Congresso Nacional marcou o início de uma forte articulação 
institucional envolvendo os três entes federados – União, Estados e Municípios -, o setor produtivo e a 
E por aí como é? 
Algumas questões para refletir e pesquisar que vão dar mais clareza na relação 
entre os diversos setores envolvidos no processo de gestão e as políticas a eles 
ligadas. Lembrando que o foco aqui é na sua realidade. Vamos pensar nas 
questões seguintes, clique nas setas a seguir: 
 Quais são as políticas públicas que dialogam com o processo de gestão de 
resíduos no seu local de atuação? 
 Quais as leis municipais, estaduais e federais que estão influenciando o 
processo de gestão? 
Leia o texto: Planos de gestão de resíduos sólidos: manual de orientação 
Dê ênfase as políticas que dialogam com a gestão de resíduos. Então, sugiro a 
você, caro(a) cursista, a leitura das páginas 17 a 22. 
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, ICLEI – Brasil. Planos de gestão de 
resíduos sólidos: manual de orientação. Brasília, 2012. 
(Disponível na plataforma digital do curso) 
 
21 
sociedade em geral, na busca de soluções para os problemas na gestão de resíduos sólidos que comprometem 
a qualidade de vida dos brasileiros. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos qualificou e deu novos 
rumos à discussão sobre o tema. 
A partir de agosto de 2010, baseado no conceito de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, a sociedade como um todo – cidadãos, governos, setor privado e sociedade civil organizada – passou 
a ser responsável pela gestão ambientalmente adequada dos resíduos sólidos” (BRASIL, 2016, p. 04-05). 
 
“A aprovação da PNRS, em 2010, é um marco histórico para a gestão ambiental do Brasil. Após 20 anos de 
discussão entre governo, universidades, setor produtivo e entidades civis, a Política e o PNRS se constituem em 
um grande potencial de transformação do comportamento da sociedade como um todo, especialmente em 
relação aos modos de produção, consumo e destinação do que até agora era denominado lixo. 
O ponto central da PNRS é transformar o que era visto como uma reta em um ciclo onde as pontas se juntam. 
É o princípio da gestão integrada na qual quem legisla, quem produz, quem consome, quem recicla e quem 
cuida do destino final são corresponsáveis porque tudo o que vai, volta” (BRASIL, [2017a], on-line). 
 
Um dos aspectos que retrata os avanços da PNRS são seus 11 princípios, sendo que alguns destes 
serão abordados ao longo do curso. São eles: 
I – a prevenção e a precaução; 
II – o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; 
III – a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, 
cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; 
IV – o desenvolvimento sustentável; 
V – a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens 
e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do 
impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de 
sustentação estimada do planeta; 
VI – a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos 
da sociedade; 
VII – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
VIII – o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor 
social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; 
IX – o respeito às diversidades locais e regionais; 
X – o direito da sociedade à informação e ao controle social; 
XI – a razoabilidade e a proporcionalidade. 
 
Outro passo importante foi a demarcação explícita da articulação com as políticas de educação 
ambiental e saneamento básico. Isto permite a abordagem sistêmica sem a qual a gestão de resíduos fica 
limitada, e gera, como vimos anteriormente, convergência e complemento no planejamento e implementação 
de ações. 
 
 
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Fruto dessa articulação, a educação ambiental assume o papel de instrumento da PNRS e sua inserção 
é um dos aspectos inovadores da Política. A educação ambiental ocupa então o centro do planejamento das 
ações que vão tirar a PNRS do papel e trazê-la para a prática. 
Pela via da educação ambiental crescem as chances de permear o cotidiano do poder público, do setor 
privado e da sociedade em geral (consumidores passivos ou cidadãos engajados) com ações que promovam 
não só a informação, mas principalmente o sentido de pertencimento e mobilização permanente. 
Condição indispensável para o exercício da responsabilidade necessária à gestão de resíduos. 
Questionar nosso modo de reagir aos apelos do consumo, as mensagens tentadoras das propagandas 
são desafios que podem ser superados com a contribuição da educação ambiental, na medida em que ela tiver 
êxito em promover um olhar crítico sobre o processo de produção-consumo e seus reflexos na sociedade 
e no ambiente. 
A educação ambiental, na perspectiva transformadora e emancipatória adotada na Educares, tem 
a missão de dialogar com os cidadãos em seus variados contextos auxiliando na adoção de atitudes coerentes 
com o papel que cada um desempenha no processo de gestão dos resíduos. 
Por outro lado, é necessário exercitar o olhar crítico e realista e identificar qual é o seu papel (indo além 
do consumidor passivo) e qual seu espaço de ação dentro de nossa sociedade complexa, desigual e muito 
diversa. 
A relação da educação ambiental com a Educares e a PNRS permeia todo o conteúdo de nosso curso, 
pois ele por si só é uma ação que surge do encontro desses três elementos, colocando-se como estratégia de 
formação e de comunicação social. Estamos buscando aqui no curso o exercício da educação ambiental 
transformadora e emancipatória com os mesmos objetivos descritos no a seguir: 
 
“À EA cabe, em uma perspectiva transformadora e emancipatória, permitir que a sociedade, 
entendendo os processos e seus desdobramentos, possa decidir melhores formas de agir, de intervir ativamente, 
identificando suas consequências.Mais que a mera difusão de informação, deve haver um chamamento às 
atitudes das pessoas, realçando o papel de cada um, insubstituível. Sem ela, corre-se o risco de apenas seguir o 
instrumental legalista da legislação brasileira que, apesar de ser vanguardista e exemplo de construção social e 
democrática, não dá conta de enfrentar e resolver, sozinha, os problemas sociais e ambientais relacionados à 
gestão dos resíduos sólidos. A complexidade desses problemas e suas causas são históricas e transcendem o 
arcabouço legal e as estruturas institucionais de gestão” (BRASIL [2], 2013, p. 12). 
 
 
A redação da PNRS traz muitas inovações e conceitos importantes, sua leitura pode 
contribuir muito para o entendimento da GRS no Brasil. Convidamos você, caro(a) 
cursista, para aproveitar este momento de estudo e olhar com mais detalhes o texto da 
PNRS, mais precisamente as páginas 1-37. (Disponível na plataforma digital do curso) 
Fonte: BRASIL. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Política nacional de resíduos sólidos 
[recurso eletrônico]. – 2. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2012. 
 
 
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Educares 
Como já comentamos anteriormente, a Estratégia Nacional de Educação Ambiental e Comunicação 
Social (Educares) na GRS surge desse contexto favorável de articulação entre a PNRS e a PNEA. 
Enquanto estratégia, a Educares enfrenta o desafio de transpor a resolução dos complexos problemas 
da gestão de resíduos promovendo o necessário processo continuado de aprendizado social, integrando as 
contribuições da educação ambiental e da comunicação social de forma complementar. 
Uma forma de apresentar a Educares é apresentada na seguinte forma: 
“A Educares é uma ação do Governo Federal para apoiar a implementação da PNRS. Além da 
plataforma, há duas matrizes de transversalização da EA e CS, um plano integrado de avaliação e materiais 
pedagógicos fazem parte da Estratégia.A Estratégia busca um continuado processo de aprendizado social, no 
qual a EA e a CS assumem papéis complementares e indispensáveis no desafio da sociedade de desencadear 
processos capazes de transformar realidades por meio da GRS. Ela visa contribuir para a transversalidade da EA 
e da CS com as diversas ferramentas que planejam, avaliam e dão capilaridade à gestão na sociedade, entre elas, 
os planos de resíduos sólidos dos estados e municípios” (BRASIL, [2017b], on-line e BRASIL, 2014b, on-line). 
 
A estratégia aprofunda o aporte da EA e da CS na transformação cultural necessária para que a gestão 
de resíduos aconteça em toda a sociedade. A PNRS já traz essa percepção do papel da EA como vetor de 
transformação e emancipação da sociedade, que se torna capaz de escolher como agir ciente das 
consequências de suas intervenções. 
A Educares traz também, formas de concretizar o chamamento das pessoas para uma atuação cidadã, 
tornando real a responsabilidade compartilhada. Fica explícita a relação entre a ação individual e seus 
reflexos no coletivo, e partindo disto são trabalhadas formas de mudança de atitude pessoais, de redes 
e organizações. 
 
Outro chamamento feito é para a reconexão entre indivíduo, sociedade e natureza, novamente 
remetendo para inter-relação e interdependência entre natural e cultural, levando a reflexão sobre produção e 
consumo. 
Trazemos para você uma sugestão de vídeo com uma entrevista com o promotor 
de justiça do Ministério Público do DF, Roberto Carlos Batista, para o programa 
Antes & Depois da Lei, que fala sobre a PNRS e a GRS: 
https://www.youtube.com/watch?v=9CCXQBrDm9o 
 
 
24 
Na figura a seguir, mostramos de forma esquemática a estrutura geral da Educares que traz um 
conjunto de conceitos que traduzem as visões conceituais e operacionais da Educares, e a forma como se 
relacionam entre si. 
 
As relações indicadas na figura descrita anteriormente são entendidas desta forma: 
 
O Conceito Integrador corresponde ao Ator: ambos são responsáveis pela integração do processo 
dos resíduos sólidos. O conceito integrador da Educares é Resíduo é Recurso, e com essa afirmação busca-se 
reverter o princípio fragmentador ao gerar nos atores um conjunto de reflexões necessárias à mudança cultural 
desejada na PNRS. 
Os Conceitos Geradores correspondem à Posição no Processo: são eles os responsáveis por manter 
claras as culturas que precisam ser mudadas: de resíduos sólidos para recursos sólidos; da irresponsabilidade à 
responsabilidade compartilhada; da fragmentação à unidade na diversidade; da atitude consumidora para a 
atitude cidadã. 
Os Conceitos Multiplicadores correspondem às Responsabilidades: referem-se ao exercício de 
compartilhar responsabilidades e remetem à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. 
Os Conceitos Operativos correspondem às Ações: são a interface direta entre a Visão Conceitual e a 
Visão Operacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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De tudo que trouxemos até agora da Educares, é importante perceber que o ponto de partida para a 
transformação de hábitos, valores e, consequentemente, do ciclo produção-consumo, passa pela mudança da 
percepção de resíduo para recurso. 
 
O conceito integrador trabalha para uma mudança de postura diante dos resíduos de se 
“esquecer o que vai” passando a perceber que “o que vai volta”. Partindo dessa mudança cultural, as 
demais acontecem em cascata e, dessa forma, a Educares contribui para os objetivos da PNRS. 
 
Muito bem! Chegamos ao final da nossa aula, e também chegou o momento de reservar as últimas 
energias para refletir sobre os temas tratados buscando sempre uma relação com a sua realidade. 
Lembramos que esta ação final aumenta suas possibilidades de melhor aproveitar o curso 
estabelecendo um diálogo entre a teoria e os desafios, descobertas e acertos que você, caro(a) cursista, vivencia 
no seu cotidiano como participante da GRS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nesta aula, você viu algumas políticas públicas importantes que dialogam com a PNRS e reforçam os 
processos de GRS. Falamos também da PNRS, da Educares e da forma como elas se relacionam. 
No Módulo 02, estudaremos alguns conhecimentos-chave para a GRS e apresentaremos alguns 
conceitos para a gestão de resíduos partindo da abordagem da Educares. 
 
Espero por você! Até mais. 
 
Como suporte à esta tarefa, trazemos algumas provocações que você pode 
responder sempre pensando em como aplicá-las na sua realidade ou no processo de GRS 
que você esteja estudando. 
01) Quais políticas são articuladas com a gestão de resíduos no seu contexto? Você percebe 
que está faltando diálogo com alguma política setorial? 
02) Quais os desafios e potencialidades que você percebe para incrementar o diálogo entre 
a PNRS e outras políticas públicas? 
03) Como você percebe a relação entre a gestão de resíduos no seu local e ações de 
educação ambiental e comunicação social? O que faria para melhorar? O que já está 
trazendo bons resultados?

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