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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANEAMENTO BÁSICO Resenha Crítica de Caso Julia Bravo Trabalho da disciplina: Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos Tutor: Prof. Maria Cecilia Trannin SERRA/ES 2020 http://portal.estacio.br/ 2 RESÍDUOS NO BRASIL: UM GRANDE MERCADO EMERGENTE Referências: ZERIO, John M.; CONEJERO, Marco A. Resíduos no Brasil: Um Grande Mercado Emergente. Thunderbird School of Global Management, 2010. O artigo inicia-se apresentando o processo de desenvolvimento da geração de resíduos sólidos no Brasil. Marcado no passado pela inflação descontrolada e desgoverno econômico, o Brasil experimentou um grande crescimento nas últimas décadas. Desde a Revolução Industrial, o país apresenta uma contínua ascensão econômica e demográfica, além do maior consumo e a expansão das atividades industriais, fatores determinantes que contribuíram para o aumento significativo de resíduos sólidos. Os autores procuram destacar as consequências que a emergente geração desses resíduos tem provocado, não somente ao meio ambiente, mas também à sociedade. Um dos maiores desafios na gestão brasileira é o investimento em infraestrutura de serviços, aspirando o direito da população de obter serviços básicos dignos e suficientes (como saúde, educação e saneamento). Posto isso, os autores traçaram um panorama de como os municípios alocam os resíduos sólidos no Brasil. De acordo com a pesquisa, a maioria é de forma inadequada, majoritariamente em lixões, também conhecidos como campo aberto. Estes são os que mais causam impacto, pois ficam expostos sem nenhum tipo de controle ambiental. Ademais, o estudo foi além. Trouxeram de maneira dinâmica, didática e exemplificativa os efeitos da intensificação da geração de resíduos, abordando o conceito, função e implicações do efeito estufa, com relação a interferência antropogênica no clima; além de tratar dos efeitos do aquecimento global, expondo os impactos sociais, econômicos e ambientais. De acordo com a Abrelpe, associação voltada à ampliação, desenvolvimento e criação do mercado de gestão de resíduos, vários estudos documentaram que os lixões podem provocar efeitos graves à saúde e ao bem estar da população. Pelo fato de a disposição de resíduos se da de forma descontrolada, uma série de substâncias tóxicas pode ser liberada no meio ambiente (como dióxido de carbono e metano), e estudos epidemiológicos constataram que o câncer e malformações congênitas são algumas das consequências à saúde que se encontram estatisticamente ligadas à maneira como os resíduos estão expostos nos lixões. Com isso, o contexto permite assegurar o quão importante é a disposição dos resíduos adequadamente para garantir a saúde e a manutenção do meio ambiente. 3 Além disso, é interessante o modo como é apresentado o modelo de gestão integrada de resíduos sólidos, uma vez que, no passado, a forma de destinação desses resíduos se baseava em duas escolas de pensamento, o Princípio da Hierarquia ou uma interpretação mais livre. Assim, à medida que a tecnologia avança, o processamento de resíduos sólidos passou a ser visto como recurso, isto é, com o tratamento adequado os resíduos podem ser vistos como provedores de materiais e de energia, beneficiando a economia e o meio ambiente, fazendo uso do resíduo até o esgotamento de sua eficiência. O artigo explicita que são diversos os meios de disposição e tratamento, cada um com suas especificidades, como a incineração, aterros com recuperação de gás, compostagem e o tratamento biológico mecânico. No Brasil, embora já tenha uma Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 de 2010, ainda não há uma consciência generalizada da real necessidade de cumprir as normas, porém essa política é considerada um instrumento de suma importância para o enfrentamento do revés da gestão e manejo dos resíduos sólidos, pois em seu dispositivo traz a destinação e a disposição final ambientalmente adequada, observando normas específicas a fim de minimizar os impactos ambientais diversos e evitar riscos ou danos à segurança e à saúde pública. A PNRS foi instituída no intuito de reduzir o impacto dos resíduos sólidos no meio ambiente, como lei federal passa a pensar na gestão e no gerenciamento desses, não somente em reciclagem, mas sim como uma ordem de prioridade que deve ser observada “não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada aos rejeitos”, como trata o Art. 9º da Lei nº 12.305 de 2010. Todo resíduo (seja da construção civil, saúde, perigosos, agropecuários etc.) deve ser processado de forma correta antes de sua destinação final e dentre as soluções pode-se citar a educação ambiental e sanitária em todos os níveis de ensino, reciclagem, logística reversa, compostagem e coleta seletiva. Desse modo, a responsabilidade pelo gerenciamento de resíduos é compartilhada entre o setor privado e público, onde com a implementação da PNMA define um instrumento de fiscalização e monitoramento ambiental a fim de que os deveres sejam cumpridos. Como já citado, o Brasil possui um déficit na infraestrutura, e para mudar esse cenário surge a Parceria Público-Privada (PPP) como proposta de lei federal. Os autores destacam que além de ser uma maneira de o setor privado prestar serviços essenciais para atender as necessidades 4 públicas, a implantação dessa parceria colaborará com a população das pequenas e médias cidades que apresentam maior déficit de serviços. Inclusive, participantes globais estão apostando nesse campo, visando um ambiente novo, com normas justas, éticas e transparentes. A parceria vem como forte oportunidade comercial para empresas mais eficientes e inovadoras. Sendo assim, fazendo a análise de todo o conteúdo disponível nesse artigo, inclusive levando em consideração as diversas referências abordadas pelos autores (tanto em dados, leis e outros autores), é possível agregar um entendimento geral dos resíduos sólidos a respeito do tratamento, gestão, processo de evolução e impactos negativos em âmbitos diversos. A forma como esse conteúdo é passado, de maneira clara e didática, alcança um público geral, contribuindo para a compreensão que tanto no Brasil, como em diversos países emergentes, possuem o compromisso de processar e gerir seus resíduos de maneira adequada e menos impactante possível, garantindo condições seguras e justas para toda a população. Nesse contexto, algumas soluções são abordadas, como a implementação de novas políticas, investimento de capital, um pensamento inovador e a busca de meios de acelerar o fornecimento de serviços de gestão de resíduos em ampla escala e com a qualidade que a sociedade exige. Referências Bibliográficas BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 03 de agosto de 2010. ABRELPE. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. São Paulo, 2013. Entenda a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e como aplicá-la em sua empresa. A Tera Ambiental, ago. 2019. Disponível em: <https://www.teraambiental.com.br/blog-da- tera-ambiental/entenda-a-politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-e-como-aplica-la-em- sua-empresa>. Acesso em: 14 jul. 2020. https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/entenda-a-politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-e-como-aplica-la-em-sua-empresa https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/entenda-a-politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-e-como-aplica-la-em-sua-empresa https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/entenda-a-politica-nacional-de-residuos-solidos-pnrs-e-como-aplica-la-em-sua-empresa
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