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16. Aula 16 Resumo 5º Semestre - Sentença

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Resumo – Direito Processual Civil – 5º Semestre
Processo de Conhecimento
Prof. Paulo Dimas
12ª Parte – maio/2015 – Sentença
		
SENTENÇA
Os pronunciamentos do juiz podem consistir em sentenças, decisões interlocutórias e despachos, desprovidos estes de conteúdo decisório. 
A sentença, de acordo com o disposto no artigo 162, § 1°, do CPC/73, é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do CPC.
“Dada a circunstância de a Lei nº 11.232/2005, que corporifica o que podemos chamar de Reforma da Execução, ter feito desaparecer o ‘processo’ de execução por quantia certa que seguia ao ‘processo’ de conhecimento condenatório (que objetivava o pagamento de quantia), transformado a ‘execução por quantia’ em mero prolongamento do ‘processo de conhecimento condenatório’ (art. 475-J, caput), é que surgiu a necessidade de alteração do conceito de sentença que vinha estampado no § 1º do art. 162. Se à luz do regime anterior, sentença era o ato pelo qual o juiz sempre punha ‘termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa’, a partir de 2006, sentença já não é necessariamente o ato que encerra o processo (como visto, após a sentença condenatória a pagar quantia, o processo entra na fase de execução, ou de ‘cumprimento da sentença’, como querem os arts. 475-I a 475-R), de sorte que pareceu bem ao legislador reformista afirmar que sentença é o ato judicial ‘que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei’. (...) O que se deve acentuar é que, com a Reforma, a sentença deixa de ser necessariamente ato judicial de encerramento do processo...” (v. “Código de Processo Civil Interpretado”, de Antônio Cláudio da Costa Machado, 6ª edição, Manole, 2007).
Isso porque, sempre que houver necessidade de execução ou cumprimento do julgado, ainda que apenas para perseguir o pagamento das verbas da sucumbência fixadas, a relação processual não se extingue; prossegue-se nesta com os atos coativos necessários para buscar a realização concreta do direito expresso no título judicial; fala-se então que a sentença não é mais ato de encerramento do feito em todos os casos, podendo representar ato de transição entre as fases cognitiva e executiva do processo de conhecimento.
Na verdade, não há, necessariamente, extinção da relação processual nem mesmo quando proferida sentença terminativa, em que não há resolução do mérito da causa; como já assinalado, a relação processual pode prosseguir na fase de execução, caso haja condenação da parte ao pagamento de honorários advocatícios e reembolso de custas e despesas processuais.
OBS.: essa diretriz se mantém no CPC/2015; apenas é de se observar que o CPC/73 para identificar a sentença, dentre os diversos pronunciamentos do juiz, adota o critério do conteúdo (configuração de alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269, que correspondem aos arts. 485 e 487 do CPC/2015); o CPC/2015 acrescenta outro critério, que é a função da sentença: por fim a fase cognitiva do procedimento comum ou extinguir a execução.
CPC/73 CPC/2015
	Dos Atos do Juiz
	Dos Pronunciamentos do Juiz
	Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
	Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
	§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.
	§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
	§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
	§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.
	§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
	§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
	§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. 
	§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Em suma, sentença no processo de conhecimento consubstancia ato do juiz que põe fim ao processo ou apenas a fase cognitiva, sendo que as que resolvem o mérito são denominadas definitivas (v. hipóteses do art. 269 do CPC/73 e 487 do CPC/2015) e as outras terminativas (v. hipóteses do art. 267 do CPC/73 e 485 do CPC/2015).
Registre-se que se extingue a execução por sentença, na forma dos artigos 794 do CPC/73 e 924 do CPC/2015; a extinção se dá quando a obrigação é satisfeita, quando se obtém, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida (transação ou remissão), quando o exequente renúncia ao crédito ou se ocorrer a prescrição intercorrente.
No processo de conhecimento a sentença é o ato culminante.
Normalmente a sentença, nesse tipo de processo, contém uma resposta do Estado-juiz aos pedidos formulados pelas partes; todavia, nem sempre se alcança a resolução de mérito, podendo ser declarada a extinção anômala do feito por motivos diversos.
Daí porque as sentenças são tradicionalmente classificadas em sentenças definitivas e sentenças terminativas. 
Terminativas: põem fim ao processo sem exame do mérito, presentes as causas extintivas previstas nos artigos 267 do CPC/73 e 485 do CPC/2015; via de regra o direito de ação permanece latente, podendo a pretensão do autor ser renovada em outro feito; nessas hipóteses o juiz reconhece a inadmissibilidade da tutela jurisdicional de mérito; a sentença tem conteúdo meramente processual, não atingindo a lide; extingue-se o processo se não houver condenação ao pagamento das verbas da sucumbência; carreadas estas verbas à parte, a relação processual poderá subsistir para a pertinente execução. 
CPC/73 CPC/2015
	Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
	Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
	I - quando o juiz indeferir a petição inicial;
	I – indeferir a petição inicial;
	Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
	II – o processo ficar parado durante mais de um ano por negligência das partes;
	III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
	III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de trinta dias;
	IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
	IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
	V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
	V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
	VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
	VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
	VII - pela convenção de arbitragem; 
	VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
	VIII - quando o autor desistir da ação;
	VIII – homologar a desistência da ação;
	IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;
	IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
	X - quandoocorrer confusão entre autor e réu;
	
	XI - nos demais casos prescritos neste Código.
	X – nos demais casos prescritos neste Código.
	§ 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e III, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.
	§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de cinco dias.
	§ 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28).
	§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
	§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e VI; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
	§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
	§ 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
	§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
	
	§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
	
	§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu.
	
	§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá cinco dias para retratar-se.
	Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
	Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
	
	§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
	Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
	§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
	Parágrafo único. Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo pelo fundamento previsto no no III do artigo anterior, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
	§ 3º Se o autor der causa, por três vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
Definitivas: são as sentenças que resolvem o mérito da causa, no todo ou em parte; outorga-se a prestação jurisdicional pretendida, extinguindo-se o direito de ação. 
Considera-se sentença de mérito tanto aquela que acolhe ou rejeita no todo ou em parte os pedidos das partes, como aquelas enunciadas com base no incisos II e seguintes dos artigos 269 do CPC/73 e 487 do CPC/2015, quando temos os chamados atos autocompositivos da lide e o reconhecimento de que se consumou a prescrição ou a decadência. 
Sentença definitiva em sentido estrito é apenas aquela em que se dá a solução da lide pelo magistrado; mas o CPC também cuidou de estabelecer, de forma casuística, que há sentença de mérito nas demais hipóteses dos arts. 269 do CPC/73 e 487 do CPC/2015; nestas se dá igualmente a solução definitiva da lide, embora muitas vezes o juiz simplesmente chancele a solução encontrada pelos próprios litigantes; pelo novo CPC esses atos autocompositivos da lide devem ser homologados pelo juiz, podendo referir-se a ação originária e/ou a reconvenção.
CPC/73 CPC/2015
	Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
	Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
	I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; 
	I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
	IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;
	II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
	
	III – homologar:
	II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
	a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
	III - quando as partes transigirem; 
	b) a transação;
	V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
	c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
	
	Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
OBS.: o art. 488 do CPC/2015 dá conta que: “desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485”; procura dar efetividade ao princípio pelo qual não há “nulidade sem prejuízo”; a ideia é dar relevância à vocação do processo de conhecimento de gerar sentença de mérito; diante do caso concreto, o juiz deverá verificar se pode ser superado o vício que conduziria à prolação de sentença sem resolução de mérito.
ESTRUTURA DA SENTENÇA
A eficácia da sentença depende do atendimento dos requisitos essenciais previstos nos arts. 458 do CPC/73 e 489 do CPC/2015.
	Art. 458. São requisitos essenciais da sentença:
	Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
	I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
	I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
	II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
	II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
	III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem.
	III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
	
	§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
	
	I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
	
	II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
	
	III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
	
	IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
	
	V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
	
	VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
	
	§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizama interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
	
	§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
O relatório é o resumo do processo, devendo conter o histórico da relação processual; através do relatório o juiz delimita as questões controvertidas a resolver, preparando o julgamento. 
A fundamentação ou motivação consiste na exposição dos fundamentos de fato e de direito que geraram a convicção do juiz; serve de compreensão do dispositivo da sentença; nessa parte o juiz vai solucionar as questões preliminares e prejudiciais, bem como as questões de fato e de direito relevantes; em matéria de direito aplicável o juiz não fica adstrito aos fundamentos legais invocados pelas partes. 
O dispositivo ou conclusão é o fecho da sentença; o dispositivo será considerado complexo se o juiz tiver que julgar conjuntamente ações conexas, reconvenção, oposição, arguição de falsidade documental, etc. 
A inobservância dessas formalidades acarreta a nulidade da sentença. 
OBS.: o § 1º do art. 489 do CPC/2015 traz relevante inovação, indicando hipóteses em que qualquer decisão não será considerada fundamentada; exige que o julgador particularize o caso que está sendo examinado, enfrentando todos os argumentos trazidos pelas partes; não basta fazer referência à lei aplicável ou a precedentes jurisprudenciais; deve ser cumpridamente demonstrada a sua aplicação ao caso sob julgamento.
Na sentença o juiz deve compor a lide tal como posta pelas partes, ou seja, nos limites dos pedidos formulados na ação e na reconvenção.
 CPC/73 CPC/2015
	Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
	Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
	Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional. 
	Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
 
Assim, não se admite: 
Julgamento extra petita (matéria estranha à litiscontestatio) – corresponde à sentença que decide causa diferente daquela posta em juízo, ou seja, sentença de natureza diversa da pedida ou que condena o réu em objeto diverso do que foi demandado. Exemplos: juiz decreta a resolução do contrato quando a pretensão era de anulação por vício de vontade; embargos de terceiro em que o juiz desconstitui o título executivo. Nesses casos a sentença é considerada nula. 
Julgamento ultra petita (mais do que o pedido) – Exemplos: autor pede 100 e o juiz concede 200; o autor pede alimentos e o juiz também declara a paternidade. Nesses casos entende-se que ao invés de ser anulada a sentença, o tribunal deve reduzi-la aos limites do pedido.
Julgamento citra petita (julgamento sem apreciar todo o pedido) – exemplo: foi proposta ação de rescisão contratual cumulada com indenização por perdas e danos e apenas um dos pedidos é apreciado na sentença. Também é caso de nulidade do provimento.
O julgador, no entanto, deve tomar em consideração fato superveniente à propositura da ação (constitutivo, extintivo ou modificativo do direito em causa); afinal, a sentença deve refletir o estado de fato da lide no momento da decisão; é preciso que o fato novo tenha influência no deslinde da causa e não importe mudança da causa petendi. 
Ex.: a Prefeitura ingressa em juízo para postular a demolição de prédio construído ao arrepio da legislação vigente; surge, no entanto, lei anistiando construções irregulares; esse fato deve ser considerado pelo julgador. 
Outro exemplo: “A” impetra mandado de segurança objetivando unificação de imóveis independentemente da prévia liquidação de tributos em atraso; há declaração posterior de utilidade pública incidente sobre os imóveis, para fins de desapropriação, perecendo o objeto da impetração. 
OBS.: todas as regras supra mencionadas também se aplicam na prolação de acórdãos, que consubstanciam julgamentos de órgãos colegiados.
OBS.: o art. 491 do CPC/2015 veda a prolação de sentença ilíquida (condenação genérica), ainda que formulado pedido genérico, ressalvando apenas as hipóteses indicadas nos seus incisos:
“Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.” 
O CPC/73 dispõe, no particular, que, quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida (v. art. 459, parágrafo único); vedação à condenação genérica também se encontra no artigo 475-A, § 3º, do CPC/73. 
Formulado pedido genérico na petição inicial ou na reconvenção, o julgador deverá preferencialmente determinar na sentença o quantum devido ou a coisa devida.
Do julgamento das ações relativas às prestações de fazer, de não fazer e de entregar coisa. 
O artigo 461 do CPC/73 estabelece regras importantes em prol da efetividade do processo quando veiculadas ações relativas ao cumprimento de obrigações de fazer ou não fazer; referido dispositivo visa que se alcance na sentença de procedência um resultado prático equivalente ao do adimplemento espontâneo da prestação devida; dita regras para o conteúdo da sentença que acolher o pedido da parte; a conversão da execução específica da obrigação em perdas e danos ocupa o último lugar na preferência do legislador; essa conversão deve ser admitida quando impossível obter o resultado final desejado ou se for requerida pelo credor da obrigação; os meios de coerção psicológica (multa periódica) e demais medidas de apoio concebidas se prestam a alcançar o resultado final pretendido, podendo ser aplicados até mesmo de ofício pelo juiz.
O artigo 497 do CPC/2015 preserva a diretriz do artigo 461 do CPC/73, sendo que o seu parágrafo único dá conta que “para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo”; basta então a ilicitude da conduta comissiva ou omissiva, não sendo necessária a demonstração de dano, ou de culpa ou dolo do agente.
OBS.: o artigo 498 do CPC/2015 contempla as regras a serem observadas na decisão que determina a entrega de coisa, nos mesmos moldes do artigo 461-A do CPC/73; o artigo 501 do CPC/2015, com redação semelhante a do artigo 466-A do CPC/73, disciplina, conjuntamente, a regra estabelecida também no artigo 466-B, abrangendo-a: sempre que a ação tiver por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença de procedência transitada em julgado produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
 
CPC/73 CPC/2015
	Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. 
	Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurema obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
	§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
	
	§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
	
	§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. 
	
	§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. 
	
	
	Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.
	Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. 
	Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
	§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. 
	Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
	§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. 
	
	§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461. 
	
	Art. 461.
§ 1o A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
	
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
	Art. 461.
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287). 
	
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
	Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
	Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
	Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado. 
	
	Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível. 
	
PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA E SEUS EFEITOS
Publicada a sentença, o juiz somente poderá alterá-la nas hipóteses dos artigos 463 do CPC/73 e 494 do CPC/2015; poderá ainda reformá-la, a partir da interposição de apelação do autor, nas hipóteses dos artigos 285-A, § 1º e 296, do CPC/73 e 332, § 3º e 331 do CPC/2015; o CPC/2015 ainda inovou no particular, permitindo que o juiz também possa retratar-se quando interposta a apelação em qualquer dos casos em que profere sentença sem resolução do mérito (v. art. 485, § 7º). 
Enquanto não publicada, a sentença não será ato processual e, portanto, não produzirá qualquer efeito; publicar a sentença quer dizer torná-la pública. 
Quando proferida em audiência, a publicação consiste na leitura da sentença; estando presentes as partes, saem elas já intimadas da decisão, passando a fluir o prazo para interposição de recurso. 
Proferida fora da audiência, a publicação será feita em Cartório, pelo escrivão, mediante termo nos autos, seguindo-se a intimação dos advogados das partes na forma usual; com a entrega da sentença em cartório e sua juntada aos autos ela se torna pública; de igual modo, em se tratando de processo eletrônico, a sua juntada aos autos faz com que ela se torne pública. 
Da publicação decorre um efeito importante: a sentença torna-se em princípio inalterável e o juiz que a proferiu não pode mais revogá-la ou modificá-la na sua substância, ressalvadas as exceções legais.
O CPC, nos artigos 463 do CPC/73 e 494 do CPC/2015, prevê duas situações em que a sentença poderá ser corrigida:
- o inciso I trata da correção de erros de cálculo ou inexatidões materiais; essa correção pode ser feita de ofício ou a requerimento das partes (exemplos: erros aritméticos, erros de grafia, omissão ou troca de nomes, etc.).
- de acordo com o inciso II, o juiz pode ainda explicitar ou integrar a sentença por meio de embargos de declaração, que têm natureza recursal; a finalidade dos embargos é então sanar eventuais obscuridades, contradições ou omissões da sentença (ou de acórdão); acolhidos os embargos declaratórios, o juiz complementa ou esclarece a sentença proferida, afastando os vícios apontados pela parte (omissão, obscuridade ou contradição).
Prazo para interposição dos embargos: 05 dias; os embargos de declaração não estão sujeitos a preparo, interrompendo, no Juízo Comum, o prazo para interposição do recurso de apelação. 
Essas regras também têm aplicação nas sentenças terminativas. 
OBS.: como já realçado, a interposição do recurso de apelação em face da sentença normalmente não permite o juízo de retratação, ou seja, o juiz não pode reformar a sentença ainda que se convença do desacerto da decisão proferida; todavia, o Código de Processo Civil, em situações excepcionais, permite que o juiz reforme a sua sentença, diante da apelação interposta:
1 – v. arts. 296 do CPC de 1973 e 331 do CPC de 2015: 
	Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. 
	Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se.
	Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente.
	§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
	
	§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.
	
	§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.
Nessa primeira hipótese, o juiz indefere liminarmente a petição inicial, ou seja, antes da citação do réu; 
se o autor apelar, o juiz poderá reformar a sentença proferida e determinar o prosseguimento da ação (no CPC de 1973 a retratação deve se dar no prazo de 48 horas, enquanto no CPC de 2015 esse prazo passou a ser de cinco dias); 
no CPC de 1973, se o juiz não reformar suasentença, determinará a imediata remessa dos autos ao Tribunal para julgamento da apelação; não há previsão de citação do réu para responder ao recurso; já no CPC de 2015, se não houver retratação, o réu deverá ser citado para responder ao recurso; por via de consequência, se a sentença for reformada pelo Tribunal, com determinação de prosseguimento da ação, o prazo para o réu contestar começará a correr automaticamente da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334;
2 – v. arts. 285-A do CPC de 1973 e 332 do CPC de 2015: 
	
	CAPÍTULO III
	
	DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
	Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.
	Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
	
	I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
	
	II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
	
	III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
	
	IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
	
	§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
	
	§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241.
	§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.
	§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em cinco dias.
	§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.
	§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu; se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de quinze dias.
Temos julgamento liminar de mérito nessas hipóteses, ou seja, ocorrerá o julgamento de plano da causa, prescindindo-se da citação do réu; isso é possível quando a matéria controvertida for exclusivamente de direito, ou seja, quando a causa dispensa a fase instrutória; 
no CPC de 1973, para que ocorra esse julgamento liminar de mérito, basta que naquele juízo já tenha sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, reproduzindo-se então o teor da anteriormente prolatada; 
já no CPC de 2015, tem lugar a improcedência liminar do pedido do autor se ele contrariar a jurisprudência consolidada no âmbito dos tribunais superiores ou enunciado de súmula de Tribunal de Justiça sobre direito local; cabe também o julgamento liminar de improcedência se o juiz verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou prescrição;
o autor pode então apelar dessa sentença de improcedência, no prazo de quinze dias; diante da apelação do autor, o juiz poderá reformar essa sentença em cinco dias, determinando o prosseguimento da ação; mantida a sentença, o réu deverá ser citado para responder o recurso, em quinze dias; na sequência, os autos são remetidos ao tribunal competente para julgamento do apelo.
3 – v. art. 485, § 7º, do CPC/2015, sem correspondência com o CPC/73.
Nas hipóteses em que o juiz profere sentença sem resolução do mérito, passou-se a admitir o chamado juízo de retratação, ou seja, interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos do artigo 485, o juiz terá 5 dias para proferir outra sentença, apreciando então o mérito da causa; se não houver retratação, o recurso será então processado e encaminhado oportunamente ao tribunal competente.
CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS
Tendo em vista o seu conteúdo, as sentenças se classificam em terminativas ou processuais e definitivas ou de mérito. 
No que tange a espécie de tutela jurisdicional concedida à parte, as sentenças, no processo de conhecimento, podem ser declaratórias, constitutivas e condenatórias. Essa classificação leva em consideração a natureza do bem jurídico visado pelo julgamento. 
Em se tratando de sentença que julga improcedente a ação, a doutrina entende que os seus efeitos são sempre declaratórios negativos; dar pela improcedência significa negar, na parte dispositiva, o direito afirmado pelo autor. 
Sentença meramente declaratória 
A função declarativa é inerente à jurisdição, ou seja, em todas as sentenças, mesmo as com pedido constitutivo ou condenatório, o juiz declara quem tem razão. 
Mas, em se tratando de sentença meramente declaratória, o seu único efeito é declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica e a autenticidade ou falsidade de um documento (v. art. 4º do CPC). 
Busca o autor, nesses casos, apenas remover a incerteza reinante numa relação jurídica ou a incerteza quanto a higidez de um documento. A simples declaração judicial já esgota a finalidade da ação. 
Sentença meramente declaratória não comporta, em princípio, execução forçada ulterior. 
Exemplos: sentenças proferidas em ação de investigação de paternidade, de usucapião, declaratória de nulidade de ato ou negócio jurídico, etc.
Sentença condenatória
Nela é reconhecido o direito da parte vencedora acrescentando-se uma sanção. Tem função sancionadora. 
Evidentemente tem função declaratória da existência de uma relação jurídica, acrescentando-se então uma carga condenatória.
O juiz aprecia e declara o direito existente e adiciona um comando, determinando que o vencido cumpra obrigação de pagar quantia, entregar coisa, fazer ou não fazer. 
Atribui ao vencedor um título executivo, possibilitando que ele possa se valer da execução forçada caso o vencido não cumpra voluntariamente a obrigação. 
Sentença constitutiva
Também não se limita à mera declaração do direito da parte. Apresenta, cumulativamente, carga constitutiva. 
Atesta o direito da parte vencedora e traz para o universo jurídico uma inovação específica. 
Destarte, a sentença constitutiva cria, modifica ou extingue um estado ou uma relação jurídica. 
O seu efeito opera-se instantaneamente dentro do processo, não comportando posterior execução. 
Exs.: Sentença que decreta a separação judicial ou divórcio, rescisão de contrato, anula negócio jurídico por vício de consentimento, etc. 
Anote-se que a providência do registro civil da separação ou divórcio não se confunde tecnicamente com execução propriamente dita. É mera providência posterior, de formalização do comando judicial.
Diante dessa classificação os efeitos principais ou primários das sentenças são declaratórios, constitutivos ou condenatórios.
Qual o momento de eficácia desses efeitos?
As sentenças declaratórias e condenatórias produzem efeito “ex tunc”.
O efeito declaratório retroage à época em que se formou a relação jurídica ou em que se verificou o ato jurídico declarado. Ex.: ação declaratória de nulidade de ato jurídico- declarado nulo o ato, o efeito da sentença retroage à data em que foi praticado. 
Nas sentenças condenatórias a retroação dos seus efeitos se dá até a data em que o devedor foi constituído em mora; normalmente a data da citação (v. arts. 219 do CPC/73 e 240 do CPC/2015).
Já o efeito das sentenças constitutivas é via de regra ex nunc – opera para o futuro, após o trânsito em julgado.
Existem no entanto casos especiais, que representam exceções à regra:
sentença que anula negócio jurídico por incapacidade relativa do agente ou em razão de vícios do consentimento; nesses casos, o Código Civil, em seu artigo 182, determina que as partes sejam restituídas ao estado em que se achavam antes do ato invalidado;
sentença de interdição: produz efeitos ex nunc a partirda sentença, mas antes do trânsito em julgado (art. 1184 do CPC). 
Observação: na prática as sentenças não se limitam a um provimento meramente declaratório ou constitutivo, visto que sempre haverá condenação do vencido nas verbas da sucumbência (arts. 20 do CPC/73 e 82, § 2º e 85, estes do CPC/2015).
Logo, numa sentença pode haver: parte meramente declaratória e parte condenatória; parte constitutiva e parte condenatória.
Efeitos secundários da sentença
A sentença de mérito também pode produzir efeitos secundários, sendo impossível categorizá-los. Por exemplo: a sentença que decreta a separação judicial pode acarretar a volta do uso do nome de solteira pela mulher, acarreta a partilha dos bens comunicáveis, etc. 
O CPC trata de modo específico de um desses efeitos secundários, que é a constituição de hipoteca judiciária. 
O CPC/2015 disciplinou de modo mais detalhado esse instituto; essa constituição tem lugar diante de sentença condenatória a pagamento de prestação em dinheiro e de decisão que converte prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária (v. arts. 466 do CPC/73 e 495 do CPC/2015).
Inscrita essa hipoteca, os bens do devedor passam a garantir, de forma privilegiada, a futura execução; esse efeito independe do trânsito em julgado da decisão condenatória; é admissível ainda que a sentença seja ilíquida, exista arresto de bens do devedor ou seja possível a execução provisória.
CPC/73 CPC/2015
	Art. 466. A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.
	Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não-fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
	Parágrafo único. A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária:
	§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
	I - embora a condenação seja genérica;
	I – embora a condenação seja genérica;
	II - pendente arresto de bens do devedor;
	II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor;
	III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença.
	
	
	III – mesmo que seja impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
	
	§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
	
	§ 3º No prazo de até quinze dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
	
	§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.
	
	§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.
Observação importante: Pontes de Miranda e outros juristas pátrios acrescentam à classificação das sentenças, tendo em vista seus efeitos distintos, as mandamentais e as executivas lato sensu. Essas sentenças não passam, porém, de subespécies de tutela condenatória. 
Na sentença mandamental, o juiz emite uma ordem, um comando (ato de império do órgão jurisdicional), impondo ao réu a observância do direito material reconhecido ao autor. 
O exemplo clássico de sentença mandamental é aquela proferida em mandado de segurança. Tal sentença envolve uma ordem do órgão jurisdicional a outro órgão, normalmente ligado ao Poder Executivo. 
Outros exemplos seriam as sentenças proferidas nas ações que têm por objeto obrigação de fazer ou não fazer, de entrega de coisa, de interdito proibitório, etc.
A sentença executiva lato sensu também ostenta natureza condenatória, prescindindo-se, no entanto, de uma fase de execução para que seu comando seja observado. Há satisfação do direito material reconhecido de modo imediato, com a expedição de mandado judicial, a ser cumprido independentemente de citação do obrigado. Essas sentenças são cumpridas, portanto, sem a instauração de um processo subseqüente de execução.
Na atualidade as sentenças normalmente devem ser cumpridas independentemente da instauração de processo autônomo de execução, ou seja, as atividades jurisdicionais de cognição e de execução são realizadas na mesma relação processual.
Da Remessa Necessária
CPC/73 CPC/2015
	Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
	Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
	I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
	I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
	II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). 
	II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
	
	
	§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. 
	§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. 
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária.
	§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. 
	§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
	
	I – mil salários mínimos para União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
	
	II – quinhentos salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público, e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
	
	III – cem salários mínimos para todos os demais municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
	§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.
	§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
	
	I – súmula de tribunal superior;
	
	II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
	
	III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
	
	IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Os dispositivos supra transcritos cuidam do chamado duplo grau de jurisdição obrigatório; não se trata de recurso, mas de condição de eficácia da sentençaproferida contra a Fazenda Pública (que é a dimensão financeira dos entes políticos, de suas autarquias e fundações), ou que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal; assim, enquanto não ocorrer o reexame necessário, quando ele é cabível, a sentença não transitará em julgado.
O novo CPC aumentou o valor da condenação apto a dispensar a remessa necessária, diferenciando os diversos entes federados; e melhor sistematizou outros casos em que esse reexame necessário é dispensado, dando eficácia aos “precedentes” (v. § 4º do art. 496).

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