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PROCESSO CIVIL III - 1 BIMESTRE - Waldemar

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PROCESSO CIVIL III – 1º BIMESTRE - 2018
PROFESSOR WALDEMAR ERNESTO FEIERTAG JUNIOR
EMAIL: waldemarfeiertag@terra.com.br
TELEFONE: 3025-7638
AULA 1 – 30/07/2018
Revisão
→Processo e Procedimento
· Processo: conjunto de atos coordenados visando à pacificação do conflito. Relação jurídica governada pelo Direito Processual.
· Procedimento: é a forma pela qual o processo caminha.
→Espécies de Processo
· Conhecimento: característica > todo o processo é voltado para buscar a verdade (acertamento do direito).
· Execução: o juiz satisfaz, concretiza a obrigação inserida no título executivo.
· Cautelar: processo voltado a garantir a atualidade do direito discutido.
→Atos processuais
· Ato jurídico praticado no processo para criar, modificar ou extinguir direitos/obrigações no processo.
· O juiz quando pratica um ato pratica pronunciamentos.
→Pronunciamentos do juiz
· Despachos.
· Decisão interlocutória.
· Sentença (art. 203, §1º): ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, ou dá fim a execução.
485: Sentenças terminativas > extinção do processo sem julgamento do mérito.
· Acórdãos.
	Requerimento: tudo que eu requeiro ao juiz que não é pedido.
Pedido: é a pretensão.
Obs: os atos ordinatórios independem de despachos e podem ser praticados pelos servidores de ofício, que podem ser revistos pelo juiz caso necessário.
AULA 2 – 01/08/2018
SENTENÇA
· Definição: é o ato de pronunciamento do juiz, que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (art. 203, §1º, CPC).
· Espécies:
└ Terminativas/Extintivas (art. 485, CPC): são chamadas de terminativas, porque há uma relação processual defeituosa, na qual o juiz julga improcedente sem julgamento do mérito, ou seja, sem julgamento da relação material. Exemplo: quando o autor não é parte legítima para propor a ação.
	Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
►De constituição: parte e juiz
►De desenvolvimento regular: juiz competente e imparcial, partes capazes, lide original (sem litispendência).
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
►Perempção (art. 486, §3º): Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
►Preempção: É o direito de preferência.
►Preclusão: É a extinção do direito de praticar o ato processual.
►Prescrição: É a perda da pretensão, pelo decurso de um prazo.
►Litispendência: é a repetição de uma ação que está em curso, que é verificada através dos elementos da ação (partes, causa de pedir, pedido).
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
►Fala das condições da ação.
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
►A arbitragem é a exclusão da lide do Poder Judiciário.
VIII - homologar a desistência da ação;
► A desistência da ação pode ser realizada até a apresentação da contestação sem a concordância do réu (§4º) e até a sentença com a concordância do réu (§5º).
► No CPC/73 podia desistir sem a concordância do réu até a citação. Atenção a mudança trazida pelo CPC/2015.
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
 
 └ Definitivas/De mérito (art. 487, CPC): 
	Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
► O juiz antes de declarar a prescrição ou decadência, deverá dar vista às partes para que se manifestem acerca do assunto (art. 10 e 487, § único).
► A exceção do §1º, art. 332 do CPC permite o julgamento antecipado, porque há o contraditório postergado no segundo grau.
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
· Classificação das sentenças:
Como se classificam as sentenças no Processo Civil? Segundo sua carga de eficácia.
a)Teoria Trinária: se dividiam em três tipos de sentença. Teoria superada.
b)Teoria Quinária: se dividem em cinco tipos de sentença:
►Declaratórias: declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica. Exemplo: ação para reconhecimento de paternidade.
►Constitutivas: quando o juiz cria, modifica, extingue uma relação jurídica ou uma situação jurídica. Exemplo: decisão que decreta a resolução de contrato bancário.
►Condenatórias: quando determina ao réu o cumprimento de uma obrigação (pagar, fazer, não fazer, entregar coisa, sob pena de alguma sanção), aperfeiçoada mediante um processo de execução. É o único tipo de sentença que exige um procedimento de execução.
O problema da sentença condenatória é que, às vezes, o réu opta por arcar com a sanção do que cumpri-la. Assim, criaram-se outros dois tipos, a saber: (a)executiva lato sensu e (b)mandamental.
►Executivas lato sensu/Executória: o juiz também determina ao réu o cumprimento de uma obrigação, mas ele, de ofício, realiza as diligências para o cumprimento da obrigação.
►Mandamentais: “é a mais forte das sentenças”. O juiz também determina ao réu o cumprimento de uma obrigação, todavia, dá a ordem como ato de autoridade, sendo que o seu não cumprimento gera crime de desobediência. Este tipo só é cabível nas ações mandamentais (derivadas de lei), mandado de segurança, habeas corpus, liminares.
Art. 488: Sempre que do julgamento, o juiz poder julgar o mérito, sem extinguir o processo sem mérito nos termos do 485, quando essa decisão de mérito aproveitar a parte que aproveitaria a decisão do 485. Exemplo: petição que não preenche os requisitos com pedido certo, mas for possível verificar a prescrição da pretensão.PROVA
AULA 3 – 06/08/2018
· Decisão de mérito:
· Natureza Jurídica: 
a)Sentença é um mero ato de inteligência do juiz. O juiz não cria direito, só traz do abstrato para o concreto, sendo a sentença mero silogismo, ou seja, mero ato de interpretação.
Silogismo: “raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma terceira (conclusão) [p.ex.: “todos os homens são mortais; os gregos são homens; logo, os gregos são mortais”]”.
b)Outra corrente diz que sentença é um ato de vontade do juiz, criadora do direito para o caso concreto.
· Elementos da sentença:
a)Relatório: o juiz faz um breve resumo dos principais acontecimentos do processo, sendo obrigatório. O STJ permite que ocorra o relatório per relatione, em que o juiz dá o relatório fazendo menção a outro julgamento.
b)Fundamentação/Motivação (art. 93, IX, CF e art. 11, CPC): o STJ permite, com base no Código Anterior, que nos tribunais pode-se utilizar a fundamentação da sentença monocrática per relatione.
Art. 489, § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ouà paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
Obs: Quando houver conflitos entre princípios, o juiz aplica, no caso concreto, o que seja mais importante.
Obs2: em conflito de norma, se analisa: a de maior hierarquia > lei posterior revoga a anterior > lei especial derroga lei geral.
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
AULA 4 – 08/08/2018
c)Dispositivo
É o comando do juiz para o caso concreto, a resolução do litígio. É a única parte da sentença que transita em julgado e faz coisa julgada.
A ausência do dispositivo gera a inexistência da sentença.
· Proibições:
a)Sentenças “ultra petita” e “extra petita” (art. 492) : são vícios intrínsecos da sentença. Decorre do error in procedendo, que é um vício da sentença, na maneira de proceder, e não do julgamento (error in judicendo).
b)Sentenças “citro petita”: o juiz dar menos do que a parte pediu. Não foi abordada pelo Código, pois há a possibilidade da parte interpor recurso e o tribunal poder reformar a decisão. Assim, recai sobre o erro in judicendo.
· Publicidade da sentença: 
É a publicação da sentença que gera efeitos no processo, antes disso, é mero ato do juiz.
Depois de publicada, só pode ser alterada em caso de erro material ou embargos de declaração.
No entanto, há casos em que a publicidade é restrita as partes.
· Momento da sentença:
1ª - O juiz pode dar a sentença ao receber a petição inicial, com extinção sem resolução do mérito, quando faltar os requisitos mínimos.
2ª – O juiz pode julgar improcedente o pedido, nos termos do art. 332, ao receber o pedido, quando contrariar os enunciados dos tribunais, sendo decisão de mérito.
3ª - O juiz pode julgar antecipadamente o mérito quando não houver necessidade de produção de outras provas ou o réu for revel, sendo revel (art. 355).
4ª – Quando encerrada a instrução, na audiência de instrução e julgamento (art. 366).
5ª – Quando a sentença não ocorrer na audiência, haverá 30 dias para proferir sentença (prazo impróprio – pode haver dilação).
· Prazo: em regra, 30 dias.
· Efeitos:
A sentença gera efeitos indiretos e diretos.
Os efeitos diretos da sentença são aqueles inerentes ao comando do dispositivo, gerando efeitos somente entre as partes.
Os efeitos indiretos da sentença são aqueles próprios da normatização do caso concreto e terceiros. Ex: reconhecimento de paternidade julgado procedente, o qual gerará efeitos no Cartório de Registro de Imóveis, no INSS, etc.
· Recursos:
O princípio da unicidade diz que há um recurso para cada decisão.
Desse princípio, deriva o da adequação, devendo ser adequado ao caso concreto.
Do princípio da adequação deriva o da legalidade, ou seja, deriva do Código.
AULA 5 – 13/08/2018
HIPOTECA JUDICIÁRIA
· Definição: 
É aquela oriunda das sentenças condenatórias. Evita futura fraude a execução.
Pode ser efetuada ainda que a decisão esteja pendente de julgamento de recurso.
· Conceito:
É a garantia judicial, de direito real, sobre bens imóveis do réu devedor, condenado em sentença que determine o pagamento de pecúnia, ainda que não transitada em julgado à decisão.
· Requisitos (art. 495):
1º - Que o credor tenha uma sentença condenatória em seu favor.
2º - Que esta sentença condenatória tenha condenado o réu ao pagamento de pecúnia (dinheiro).
· Procedimento:
O próprio credor leva a sentença para o cartório de registro para registrar a hipoteca. Tem o prazo de 15 dias para informar ao juiz, que dará vista a outra parte (art. 495, §3º).
§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor;PROVA
III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
A hipoteca judiciária é considera pela doutrina como um efeito anexo, secundário.
§ 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
§ 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.
§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.PROVA
REMESSA NECESSÁRIA – ART. 496 (REEXAME NECESSÁRIO - CPC/73)
· Definição: 
É uma garantia conta fraude. Nas decisões que onerem a fazenda pública, devem necessariamente passar por um duplo grau de jurisdição.
Assim, as decisões contra a fazenda pública só geram efeitos após a decisão do tribunal, independentemente de recurso da própria fazenda.
Conceito: “é a condição de eficácia das sentenças proferidas contra a fazenda pública, que determina sua análise e confirmação pelo tribunal de segundo grau de jurisdição”.
PROVA
Atenção aos casos de remessa necessária e as exceções de aplicação.
· Casos
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
· Dispensa da remessa
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
· Suspensão da eficácia
A sentença enquanto pendente de análise não gera efeitos, apesar de existente e válida.
Obs: § 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
JULGAMENTO DAS AÇÕES DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZERE DE ENTREGAR COISA
· Definição:
► Obrigação de fazer: se caracteriza quando a prestação é de um fato (atividade física, intelectual ou manifestação de uma vontade). Ex: outorgar escritura; expedir guia de liberação de exame; assinar o recibo de transferência do veículo.
► Obrigado de não fazer: abster-se de qualquer atividade física, intelectual ou de manifestação de vontade. Ex: não revelar o segredo da fórmula/empresa.
► Entregar coisa: obrigação de entregar um bem físico determinado (gênero, qualidade e quantidade) ou determinável (gênero e qualidade).
· Tutela específica:
As tutelas podem ser específicas ou substitutivas.
A tutela específica é quando o juiz presta a tutela nos exatos termos da obrigação.
A tutela substitutiva é quando o juiz presta a tutela de modo diverso da obrigação, quando não for possível prestar a tutela nos termos da obrigação.
· Poderes do juiz:
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
· Indenização por perdas e danos
Se a obrigação se tornou impossível ou o autor requerer, pode-se transformar a obrigação em perdas e danos, através de um processo que se chama liquidação.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
COISA JULGADA
· Definição:
A doutrina entende que é uma qualidade que a sentença judicial atinge, gerando uma situação jurídica quando esgotados todos os recursos.
É a qualidade das sentenças não mais sujeitas a recurso, adquirindo situação jurídica de imutabilidade.
AULA 6 – 15/08/2018
· Espécies:
└ Formal: Coisa julgada formal é aquela que ocorre somente naquele processo em que ela se verificou e somente para as partes, gerando apenas preclusão quanto à decisão, mas não extrapola os limites objetivos do processo. Própria das decisões terminativas.
Como a lide não está resolvida pode-se adentrar novamente com a ação.
└ Material: torna imutável o comando da sentença. É a coisa julgada própria das sentenças definitivas, ou seja, que julgam mérito.
O CPC/2015 adotou a teoria da coisa julgada material, pois a coisa julgada formal seria “preclusão máxima”.
A doutrina diz: “a coisa julgada material é uma qualidade que a sentença atinge, tornando-a imutável, em qualquer processo”.
Conceito: é a situação jurídica ou qualidade da sentença de mérito não mais sujeita a recurso, que a torna imutável (art. 502 do CPC).
· Coisa julgada total e parcial:
Coisa julgada parcial: é aquela que abrange capítulos da sentença não impugnados por recurso.
Coisa julgada total: é aquela que o recurso abrange todos os capítulos da sentença.
Existiam duas teorias:
Teoria unicidade da sentença: a sentença transita em um único momento, assim, se tivermos uma parte que foi recorrida, não haverá o transito de nenhuma parte até que seja julgado o recurso e inexistam outros a serem interpostos.PROVA
Segunda teoria: a sentença tem capítulos e os capítulos não recorridos transitam em julgado imediatamente.
Hoje a teoria que é aceita é a mista.
Na coisa julgada total/parcial se verifica a divisão da sentença em capítulos, conforme as questões discutidas, podendo os capítulos ser autônomos e dependentes entre si ou autônomos e independentes.
Se os capítulos da sentença forem autônomos e dependentes entre si, aplica-se a teoria da unicidade do trânsito em julgado. Ex: recurso para mudar o valor da condenação, os juros não podem ser executados, pois pode ser que o valor da condenação sofra alteração, o que irá influenciar no valor dos juros.
Por sua vez, se os capítulos forem autônomos e independentes entre si, ocorre a coisa julgada sobre os capítulos não recorridos. Ex: recurso para majorar valor de alimentos, que não irá influenciar no capítulo da sentença que concedeu o divórcio.
· Elementos da sentença e a coisa julgada.
	Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
A parte da sentença que transita em julgado, portanto, é o dispositivo.
· O problema da questão prejudicial.
	Questão prejudicial de mérito faz coisa julgada se (art. 503, §1º) – requisitos cumulativos:
I - de essa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
Comentários
I – Na ação de cobrança, a alegação de prescrição da dívida, por exemplo, pois para avaliar a cobrança deve avaliar. 
II – Se sobre tal fato, o juiz oportunizou ao autor a possibilidade de manifestação e ele tenha se manifestado sobre a prejudicial arguida. Se não se manifestou, não ocorrerá a coisa julgada.
III – a questão prejudicial deve ser da mesma matéria do mérito, pois se não for, não vai ocorrer a coisa julgada da questão prejudicial.
Obs: Nas relações jurídicas continuativas, pode ocorrer mudança na situação fática entre as partes como, por exemplo, na prestação de alimentos, em que uma parte pode pedir a revisão dos alimentos. Assim, haverá a coisa julgada da sentença originária, mas podem ocorrer mudanças por ser uma relação jurídica continuativa.
AULA 7 – 20/08/2018
COISA JULGADA (CONTINUAÇÃO)
· Limites Objetivos:
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.
Os limites, portanto, são as questões prejudiciais e o dispositivo.
· Questão prejudicial:
É uma questão que não atinge o processo, mas o direito da parte que está em pretensão.
a)Conceito:
Não está na questão de fundo propriamente dito, mas na questão que antecede ao fundo. Exemplo: quando o agente concorda que deve, mas a dívida está prescrita.
Também chamada de questões incidentais.
Técnica de defesa: questões processuais > questões de mérito (1º questões prejudiciais de mérito e 2º questões de fundo).
Previsto no art. 350: “Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova”.
A doutrina diz que a questão prejudicial é uma questão de direito material, alegada incidentalmente no processo, que possui três características: (a)autonomia, (b)antecedência lógica, (c)Superordinação.
b)Características:
└ Autonomia: pode ser alegada em ação própria.
└ Antecedência lógica: suspende o mérito até a sua decisão.
└ Superordinação: deixa o mérito dependente do seu resultado, em relação ao mérito propriamente dito.
c)Espécies
└ Autônomas: significa que as questões prejudiciais são do mesmo ramo do direito das questões de fundo. Exemplo: o mérito é de Direito Civil e a questão prejudicial também.
└ Heterônomas: quando a questão prejudicial e o mérito propriamente dito são de matérias diferentes. Exemplo: a questão prejudicial é de Constitucional e a de mérito de Tributário.
d)Questão prejudicial como defesa
As partes chamam de preliminar de mérito, defesa pré-mérito.
Obs: Existe coisa julgada das questões prejudiciais?
Para que haja a coisa julgada da questão prejudicial, depende (§1º, art. 503, CPC):PROVA
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo (a parte tem que necessariamente efetuar o contraditório), não se aplicando no caso de revelia; 
III - o juízo tivercompetência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial (ou seja, quando não for possível a produção de provas no processo).
· Relativização da coisa julgada
1ª Hipótese: quando há sentença com transito em julgado de sentença com vício grave, a qual pode ser desfeita por meio da ação rescisória (art. 966).
2ª Hipótese: quando a sentença é declarada inconstitucional.
3ª Hipótese: quando a sentença viola preceitos constitucionais.
a)Coisa Julgada Inconstitucional
A sentença viola frontalmente a Constituição. 
Quando o STF declara inconstitucional a lei que baseou a condenação do réu, podendo ele discutir novamente a questão, em razão disso.
Exemplo é o art. 525, §12:
“Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”.
b)Coisa Julgada Injusta Inconstitucional
O STF não declarou nada inconstitucional, mas a sentença viola os princípios constitucionais (proporcionalidade, razoabilidade, moralidade, etc), os valores da CF.
· Limites subjetivos da coisa julgada
A coisa julgada não atinge a parte que não está na relação, quando se tenha efeitos prejudiciais. Mas se os efeitos forem benéficos, podem atingir os credores solidários.PROVA
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
AULA 8 – 27/08/2018
DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA
· Definição:
O pedido deve ser certo (claro, sem obscuridade) – art. 322.
O pedido determinado é aquele que é quantificado no seu alcance e qualidade – art. 334.
· Pedido Genérico:
É o pedido ilíquido/indeterminado. São as hipóteses previstas no art. 324, § 1º:
I – São as que compreendem uma gama de bens em que o autor não pode individualizar cada um deles. Ex: a compra de uma biblioteca, pois não se pode saber quantos livros estão neles.
II – Exemplo é o acidente de transito, na qual o dano será apurado no decorrer do processo.
III – Exemplo é a ação de cobrança para receber o valor dos alugueis, na qual quando você entre com a ação e ele deve apenas um mês, mas até o efetivo pagamento ele pode dever mais.
Conceito: é o pedido fundamentado no art. 324, §1º, do CPC, na qual o autor deixa para o momento posterior, sua delimitação.
· Sentença genérica:
Sempre que for possível, o juiz deverá determinar sentença líquida (art. 491 do CPC). Em alguns casos, será possível sentença genérica quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração de o valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
Conceito: é a sentença que não delimita seu objeto, autorizada nas hipóteses do art. 491, incisos I e II, do CPC, ficando a delimitação para um procedimento posterior, denominado liquidação de sentença.
· Procedimento de liquidação (art. 509):
É o procedimento previsto no CPC para se determinar o alcance, qualidade e quantidade do objeto determinado na sentença para fins de habilita-la para o procedimento de cumprimento de sentença.
Faz parte do processo de cognição, não é um novo processo. Excepcionalmente, será um processo novo quando se tratar de uma sentença proveniente de uma decisão arbitral, de um juízo criminal ou de sentença estrangeira homologada pelo STJ.
A sentença poderá ser liquidada pelo requerimento de qualquer das partes.
· Espécies:
a)Arbitramento (art. 509, I)
Quando a natureza da obrigação assim determinar, quando estiver determinado na própria sentença transitada em julgado ou quando for convencionado pelas partes em acordo.
No arbitramento, com o requerimento a parte apresenta estudos e pareceres, na qual o juiz intima em 15 dias a outra parte para concorda ou impugnar o arbitramento feito pelo requerente. Se ela impugnar, deve trazer estudos e pareceres para impugnar o valor.
Se o juiz, com esses documentos, puder fixar o valor, o fará. Se não puder, arbitrará perícia, possuindo as partes 15 dias para apresentação dos quesitos.
b)Pelo procedimento comum
No código de 73, revogado em 2015, era chamado de liquidação por artigos, ou seja, por itens.
Quando se tem por objetivo alegar ou provar fatos novos.
Faz-se uma nova instrução para chegar ao valor. Não se podem discutir as questões já decididas no processo, mas se podem trazer fatos novos que ajudem a chegar ao valor.
Pelo procedimento comum, a parte interessada apresenta o requerimento ao juiz com os itens que devem ser provados e os meios de prova que ela utilizará. O juiz intimará a outra parte para se pronunciar, apresentando outras provas, rebatendo os argumentos, posteriormente, decidindo o juiz sobre o saneamento. Dever-se-á observar o limite da liquidação, que é a impossibilidade de se discutir aquilo que já fora fixado em sentença, sob pena de violação da coisa julgada.
	ATENÇÃO! Pergunta de prova!
	Quem tem legitimidade para propor o procedimento de liquidação?
Tanto autor quanto o réu. 
· Decisão:
Terminada a produção da prova, o juiz profere uma decisão (decisão interlocutória), fixando o valor.
Tem sucumbência (art. 85) nessa decisão? A jurisprudência entende que sim, mas a sistemática do novo CPC entende que só fixação de sucumbência quando houver sentença, e nesse caso se trata de decisão interlocutória.
· Recurso.
Poderá ser proposto contra o valor fixado, agravo de instrumento (art. 1.0515, § único). Não existe revelia na liquidação (confissão), só há preclusão do ato.
· Liquidação igual a zero e frustrado.
A liquidação igual a zero é aquela que na hora de apurar o montante, o valor chega a uma quantia igual a zero. Se o valor da liquidação chegar ao valor zero, será encerrado o processo.Diferença entre uma e outra será objeto de questão da prova
Na liquidação frustrada, se após o procedimento de liquidação, ainda não for possível determinar o objeto, o juiz julgará a liquidação como frustrada (o juiz considera que não há elementos para fixar o valor).
A diferença é que na igual há zero ele conseguiu chegar a um valor (que é igual a zero) e na outra não foi possível chegar ao valor.
Não obstante, nos dois casos a parte pode entrar novamente com o pedido.
DA EXECUÇÃO
· Definição:
Conceito: a execução é um procedimento próprio, voltado ao cumprimento da obrigação prevista no título executivo.
Refere-se ao processo ou procedimento cujos atos processuais são voltados a satisfação da obrigação inserida no título executivo.
· Espécies:
a)De título extrajudicial
É aquela execução voltada ao cumprimento dos títulos executivos extrajudiciais (art. 784 – rol taxativo). É um novo processo.
b)De título judicial
Também conhecida como cumprimento de sentença, voltada ao cumprimento dos títulos que a lei considera judicial (art. 515 – rol taxativo). Não gera novo processo, é apenas um procedimento do processo de conhecimento. 
Exceção que gera novo processo: cumprimento de titulo executivo judicial fixado fora do processo de conhecimento. Ex: indenização fixada na sentença criminal e a estrangeira homologada pelo STJ.
AULA 9 – 29/08/2018
PROCESSO DE EXECUÇÃO
· Definição:
Processo ou processo de execução é a relação jurídica formada entre credo e devedor (assim reconhecidos no título) para o fim de cumprir a obrigação inserida em um título executivo extrajudicial ou judicial.
O que é um título executivo?
O título executivo é sempre um documento escrito, que contém uma obrigação e essa obrigação está reconhecida ou qualificada pela lei. A execução só é possível diante de um título executivo, porque se assim não for reconhecido, deverá ocorrerum processo de conhecimento.
O rol que a lei prevê é taxativo, prevendo duas hipóteses: judiciais e extrajudiciais.
· Espécies:
a)Título judicial – cumprimento de sentença (art. 513 e seguintes)
São os formados pelo crivo de um processo (normalmente uma sentença) ou naqueles meios extrajudiciais pacíficos de solução de conflitos que a lei autoriza.
São os formados sob o crivo do Poder Judiciário ou através dos meios extrajudiciais previstos em lei como, por exemplo, a sentença arbitral.
	Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
Acordo feito no curso do processo.
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
Acordo feito na seara extrajudicial, requerendo-se a homologação do acordo pelo juízo.
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
Quando prevê indenização à vítima.
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
b)Título extrajudicial – execução civil (art. 771 e seguintes)
São documentos públicos ou particulares criados no âmbito particular das relações jurídicas, ou seja, nesses títulos não há intervenção do juiz.
Cheque, nota promissória, letra de câmbio e duplicata são títulos executivos extrajudiciais passíveis de execução civil.
	Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
Se tiver uma testemunha só, deve entrar com processo de conhecimento.
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
É uma espécie de tributo que é pago em algumas regiões que eram capitais do império.
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
O contrato de locação é executável, mesmo sem a presença de testemunhas, desde que assinado pelas partes.
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Obs1: Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.
Obs2: O título estrangeiro pode ser executado no Brasil, não necessitando preencher os requisitos do título brasileiro, devendo, apenas, comprovar a vigência das regras estrangeiras e o documento ser traduzido para o vernáculo.PROVA
	Art. 784
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados.
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos deformação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
ESPÉCIES PROCEDIMENTAIS DE EXECUÇÃO APLICAVEIS A EXECUÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
I - Execução de pagar quantia certa (art. 523 e 824)
II - Execução de pensão alimentícia (art. 528 e 911)
III - Execução contra a fazenda pública (art. 534 e 910)
IV - Execução de obrigação de fazer e não fazer (art. 536 e 814)
V - Execução de obrigação de entregar coisa (art. 538 e 806)
Obs: essas cinco espécies procedimentais se aplicam a ambas as espécies (judicial e extrajudicial). Há previsão no Código dessas cinco espécies, tanto na parte corresponde a judicial, quanto a correspondente na extrajudicial.
Obs2: Título executivo sempre será um documento escrito e assinado, a que a lei confere essa atribuição.
Pergunta de prova?
Posso entrar com processo de execução para reconhecer título executivo? Depende. Se for titulo executivo judicial não, pois ofenderá a coisa julgada.
AULA 10 – 03/09/18
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
· Definição:
São os fundamentos, o alicerce do qual se funda o processo de execução, servindo como baliza ao aplicador do direito para a correta subsunção da norma legal à espécie.
· Princípios gerais do processo
· Princípios da execução:
a) Tipicidade ou atipicidade da execução:
A execução só pode ser praticada dentro de sua tipicidade.
Por esse princípio, a doutrina entende que as espécies de execução são típicas, ou seja, vinculadas à norma legal. Porém, os atos executivos são discricionários, tendo o juiz poderes para determinar medidas executivas necessárias ao cumprimento da obrigação, ainda que não previstas em lei, ex vi o art. 139, IV; 536 e §1; e 782, CPC.
b) Autonomia da execução:
A execução se aprimorou e passou de um processo totalmente autônomo para uma mera fase de processo de conhecimento.
Hoje, o processo só é autônomo nas cautelares antecedentes e na execução de título extrajudicial.
Quando se fala em autonomia do processo de execução, se refere unicamente a execução de título extrajudicial, pois inaugura uma nova relação jurídica processual, enquanto que o cumprimento de sentença reside como fase do processo de conhecimento, servindo-lhe como continuação, ex vi os arts. 513 e 771, CPC.
c) Nula execução sem título executivo:
Toda execução está baseada na existência de um título executivo. Por esse princípio, não poderei iniciar ou conseguir uma execução sem o título executivo (arts. 515 e 784, CPC). Sem ele, a execução é absolutamente nula.
Art. 783 – Sempre será fundada em título executivo.
Art. 798, I, “a” – Ao propor a execução, incumbe ao exequente o título executivo extrajudicial.
Art. 803, I – É nula a execução se o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível.
Por este princípio, não pode existir execução se não estiver fundamentada em título executivo judicial ou extrajudicial, bem como, este título deve preencher seus três requisitos legais, a saber: liquidez, certeza e exigibilidade.
└ Liquidez: determina quanto ao seu alcance.
└ Certeza: aquele que traduz a existência de uma obrigação.
└ Exigibilidade: a obrigação será exigível quando não deixa dúvida em torno de sua atualidade.
d) Tipicidade dos títulos executivos:
Por esse princípio somente são títulos executivos aqueles que a lei expressamente reconhece, pois, a enumeração legal dos títulos executivos é taxativa.
e) Patrimonialidade:
Por este princípio, o executado responde pela execução com o seu patrimônio e não com seu corpo, conforme prevê expressamente o art. 789, CPC. Ainda que preso, como prevê a execução de alimentos,tal medida é meramente coercitiva e não satisfativa, daí que não muda o princípio da patrimonialidade.
f) Exato adimplemento:
A execução não é um objeto de vingança. Por este princípio, a execução se limita aos termos constantes do título executivo, não se exigindo maior sacrifício do devedor do que os exatos termos da obrigação prevista no título executivo e seus eventuais consectários.
Exemplo disso é que está escrito no art. 781: “A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios”.
Desse princípio decorre mais dois: dignidade humana do devedor e menor onerosidade da execução.
AULA 11 – 05/09/18
a) Desfecho único:
A execução só tem uma forma normal de terminar, que é com o cumprimento da obrigação, ou seja, só termina por sentença que determine sua extinção.
A sentença que declara extinta a coisa não faz coisa julgada (sem mérito), é meramente extintiva.
Art. 924.  Extingue-se a execução quando:
I - A petição inicial for indeferida;
II - A obrigação for satisfeita;
III - O executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
IV - O exequente renunciar ao crédito;
V - Ocorrer a prescrição intercorrente.
Art. 925.  A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.
b) Disponibilidade da execução:
O exequente tem ampla disponibilidade sobre a execução, podendo desistir de toda ou de parte dela, independentemente da concordância do executado. Porém, se a execução tiver sido impugnada ou embargada, a desistência se dividirá em duas hipóteses:PROVA
└ 1) se a impugnação ou os embargos versarem unicamente sobre matéria processual, a desistência é plena desde que o exequente pague a sucumbência dos embargos ou da impugnação
└ 2) se a impugnação ou os embargos atacarem o título executivo, a desistência só ocorrerá com a concordância do executado. 
Art. 775.  O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
c) Menor onerosidade:
Havendo mais de uma forma de se efetivar a execução, deve-se escolher a menos gravosa.
Art. 805.  Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único.  Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
No entanto, se o executado alegar que a media é mais gravosa, incumbe a ele provar.
d) Contraditório:
O contraditório é o princípio geral de todo e qualquer processo (art. 5, IV, CF), entretanto, na execução não é tão amplo quanto o do processo de conhecimento. 
Está limitado a cognição que o juiz está habilitado a usar na execução. 
Cognição provisória é a que o juiz faz nas liminares e a exauriente é a que ele faz no fim do processo, onde já teve conhecimento de tudo que deveria conhecer para dar a decisão. Na horizontal o juiz não pode se aprofundar e na vertical pode se aprofundar. Na execução, o juiz não pode se aprofundar, precisa só saber se aquilo é um título executivo, então pode apenas exauriente horizontal. É um contraditório limitado.
e) Respeito à dignidade humana:
A execução tem limites, não podendo reduzir a dignidade humana do devedor. Não pode trazer ofensas à personalidade do executado. 
Ex. Oficial de justiça não pode tirar minha aliança para pagar a dívida. 
Art. 833.  São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
f) Utilidade:
A execução deve ser útil ao exequente. Não se pode transformar a execução em uma mera vingança.
Art. 788.  O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.
Art. 836.  Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
g) Lealdade e boa-fé:
É importante, principalmente, por parte do executado.
Art. 772.  O juiz pode, em qualquer momento do processo:
I - ordenar o comparecimento das partes;
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça;
III - determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações em geral relacionadas ao objeto da execução, tais como documentos e dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável.
Art. 774.  Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
h) Princípio da transparência patrimonial: 
Este princípio é abordado por Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart. 
Hoje o devedor, quando executado, já deve apresentar os bens livres e desimpedidos.
Art. 523.  No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1. Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
AULA 12 – 10/09/18
SUJEITOS DA EXECUÇÃO
 O art. 771 é a base da execução.
1. Definição: 
A disposição legal do processo de execução contempla as duas formas processuais da execução de título judicial e extrajudicial, sendo esta última a base geral de todas as soluções, e, por sua vez, subsidiariamente as regras gerais do processo de conhecimento.
1. Poderes do Juiz:
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IV - Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
Art. 772.O juiz pode, em qualquer momento do processo:
I - Ordenar o comparecimento das partes;
1. Fraude à execução e Fraude contra credores:
	Fraude à execução:
	Fraude contra credores:
	Processo já em andamento
	Existe só o crédito
	Torna ineficaz o ato
	Anula o ato
 Fraude à execução
Hipóteses:
Art. 792.  A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.PROVA
└ Ônus de comprovar boa-fé.
└ Este § se aplica para quando não houver registro do bem.
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
PROVA
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
└ Mediante decisão interlocutória.
Art. 774.  Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
1. Das partes na execução:
1. Legitimidade ativa e passiva:
a.1) Legitimidade Ativa:
Art. 778.  Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
§1. Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§2.  A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado.
a.2) Legitimidade Passiva:
Art. 779.  A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
Existem 3 tipos de legitimidade na execução:
└ Legitimidade Ordinária:
O dono da pretensão é o credor (ativo) ou devedor (passivo).
Art. 778, caput, CPC.
Art. 779, I, CPC.
└ Legitimidade Extraordinária:
Substituto processual da parte (pede em nome próprio direito alheio).
Ex. MP
- Art. 779, V e VI, CPC.
└ Legitimidade Derivada Superveniente:
Art. 779, II, III e IV, CPC.
1. Denominação das partes na execução:
└ Exequente: autor
└ Executado: réu
1. Da Competência na Execução:
1. Título Extrajudicial:
Art. 781.  A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
Ex. Aluno da UDC agrediu aluno da Unioeste na Wood’s. O juiz condenou a 3 anos de prisão + danos morais.
Uma das varas cíveis da Justiça Estadual de Foz do Iguaçu. 
PROVA
Execução no juízo que deu a sentença: competência funcional.
≠ 
Cumprimento de sentença (Art. 516, CPC)
1. Título Judicial:
Art. 516.  O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Obs. A regra geral das execuções começa no art. 771 do CPC.
Obs. Para reconhecer competência:
1. Qual a justiça?
1. Qual o grau de jurisdição?
1. Onde? 
1. Qual o juízo?
1. Qual o juiz?

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