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Fazenda Pública em Juizo e o NCPC

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Fazenda Pública em Juízo e NCPC
PROFESSOR : NAYRON TOLEDO
ADVOGADO, PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA, PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSO CIVIL DA UNIP, MEMBRO DA COMISSÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL DA OABGO, PÓS-GRADUADO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL PELA UCAM, PÓS-GRADUADO EM TRIBUTÁRIO PELA UNIDERP.
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1. FAZENDA PÚBLICA E SUA REPRESENTAÇÃO JUDICIAL
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Fazenda Pública
Seguindo o mesmo padrão utilizado desde o CPC/39 o NCPC (Lei 13.105/15) manteve essa expressão “Fazenda Pública” para designar a presença em juízo de pessoa jurídica de Direito Público Interno, a qual gozará de prerrogativas processuais próprias.
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Representação (Art. 131 e 132 da CF)
União – Até a CF88 era representado pelo MPF
 AGU – Causas em que a União figure como autora, Ré ou terceira interessada.
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – Execução de dívida ativa de natureza tributária
Procuradoria Geral Federal – A representação judicial e extrajudicial das Autarquias (exceto BaCen) e Fundações Públicas Federais.
Estados e DF
Por suas Procuradorias Estaduais
Municípios
Pelo Prefeito ou procurador (art. 75 do NCPC)
Ausência de Previsão Constitucional
PEC 17 e a Emenda dos 100.000
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Novidade!!!
Advocacia Pública no NCPC
TÍTULO VI
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (NOVIDADE), por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.
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O NCPC disciplinou cada uma dessas carreiras que fazem parte das funções essenciais à justiça, já que no CPC/73 só havia previsão do MP.
TÍTULO V - DO MINISTÉRIO PÚBLICO (art. 176/181)
TÍTULO VI - DA ADVOCACIA PÚBLICA (182/184)
TÍTULO VII - DA DEFENSORIA PÚBLICA (185/187)
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2. PRERROGATIVAS PROCESSUAIS
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Justificativa
Não se trata de Privilégios mas sim Prerrogativas.
“quando a Fazenda Pública está em juízo, ela está defendendo o erário. Na realidade, aquele conjunto de receitas públicas que pode fazer face às despesas não é de responsabilidade, na sua formação, do governante do momento. É toda a sociedade que contribui para isso. (...) Ora, no momento em que a Fazenda Pública é condenada, sofre um revés, contesta uma ação ou recorre de uma decisão, o que se estará protegendo, em última análise, é o erário. É exatamente essa massa de recurso que foi arrecadada e que evidentemente supera, aí sim, o interesse particular. Na realidade, a autoridade pública é mera administradora.” “MORAES, José Roberto de. “Prerrogativas Processuais da Fazenda Pública”.São Paulo: Malheiros, 2000, p. 69.”
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Prerrogativas Processuais Prazos Diferenciados
Constitucionalidade? 
Regimes diferentes (burocracia natural da Administração pública)
A contagem no NCPC será em dias úteis.
Art. 219.  Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
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Não aplicação do prazo em dobro
Art. 183 § 2o do NCPC - Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.
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Outras hipóteses 
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Controle Concentrado de Constitucionalidade
“Não há Prazo Recursal em Dobro no Processo de Controle Concentrado de Constitucionalidade. Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva.”
“Pleno do STF, ADI 2.130-AgR/SC, rel. Min. Celso de Mello”
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Novidade do CPC – Intimação Pessoal dos Advogados Públicos
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
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RECURSO REPETITIVO. INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DE CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL 
O representante judicial de conselho de fiscalização profissional possui a prerrogativa de ser intimado pessoalmente no âmbito de execução fiscal promovida pela entidade. Incide, nessa hipótese, o disposto no art. 25 da Lei 6.830/1980 (LEF). Deve-se ressaltar, a propósito do tema, que o STF consolidou o entendimento de que os referidos conselhos possuem natureza jurídica autárquica, pois exercem atividade típica de Estado, de modo a abranger, no que concerne à fiscalização de profissões regulamentadas, o poder de polícia, o de tributar e o de punir. Nesse contexto, os créditos dos conselhos de fiscalização profissional devem ser cobrados por execução fiscal, pois a expressão “Fazenda Pública” constante do § 1º do art. 2º da LEF – “Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.” –, deve ser interpretada de maneira a abranger as autarquias. Dessa forma, existindo regra específica sobre a intimação pessoal dos representes da Fazenda Pública em execução fiscal (art. 25 da LEF), essa prerrogativa deve ser observada no caso dos representantes dos conselhos de fiscalização profissional. REsp 1.330.473-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/6/2013.
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3. PRESCRIÇÃO E A FAZENDA PÚBLICA
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Prescrição
Segundo lição de Humberto Theodoro Jr. 
“Enquanto a decadência significa a perda do direito potestativo, a prescrição afeta a pretensão, ou seja, perde-se o direito de exigir em juízo a prestação inadimplida, perde-se o poder de reagir contra a violação do direito.” (THEODORO, 2012, p. 158).
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Prescrição e a Fazenda Pública – Prazo para reparação de danos
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Qual prazo deve prevalecer?
A Fazenda Pública entendia que o prazo deveria ser reduzido para 3 anos por duas razões:
Previsão expressa do art. 10 do Dec. 20.910/32, onde se previa que aquele prazo de 5 anos não alteraria prescrições de menor prazo.
Pela própria razão da existência do Dec. 20.910/32, que foi criado exatamente para conceder ao ente público um regime jurídico mais favorável.
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Em sede de Recurso Repetitivo a 1ª Seção do STJ assim definiu:
DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRAZO PRESCRICIONAL DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. PRAZO QUINQUENAL DO DEC. N. 20.910/1932. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). Aplica-se o prazo prescricional quinquenal– previsto no art. 1º do Dec. n. 20.910/1932 – às ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, e não o prazo prescricional trienal – previsto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002. REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012. (INFO 512 do STJ)
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Tipos de Prescrição
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Súmula 85 do STJ 
Súmula 85-STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação.
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Reenquadramento de Servidor. Entendimento do STJ
 O Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido de que o enquadramento ou reenquadramento de servidor público constitui ato único de efeitos concretos que não caracteriza relação de trato sucessivo, de modo que a prescrição incide sobre o próprio fundo de direito. Precedente. (AgRg no REsp 1528387/MT, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/06/2015, DJe 23/06/2015)
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Prescrição quinquenal para revisão de aposentadoria de servidor público.
Nos casos em que o servidor público busque a revisão do ato de aposentadoria, ocorre a prescrição do próprio fundo de direito após o transcurso de mais de cinco anos - e não de dez anos - entre o ato de concessão e o ajuizamento da ação. Trata-se da aplicação do art. 1º do Decreto 20.910/1932, segundo o qual as "dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem". A existência de norma específica que regula a prescrição quinquenal, nos feitos que envolvem as relações de cunho administrativo - tais como aquelas que envolvem a Administração Pública e os seus servidores -, afasta a adoção do prazo decenal previsto no art. 103, caput, da Lei 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Ressalte-se, ademais, que os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social - cuja adoção não poderá ser diferenciada tão somente para efeito de aposentadoria - serão aplicáveis aos regimes de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo "no que couber", conforme determina a redação do art. 40, § 12, da CF. Precedentes citados: AgRg no AREsp 86.525-RS, Primeira Turma, DJe 16/5/2014; e AgRg no REsp 1.242.708-RS, Segunda Turma, DJe 14/4/2014.
 Pet 9.156-RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 28/5/2014. (INFO 542 STJ)
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Prescrição da multa por infração Ambiental
Súmula 467 do STJ - Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula 467, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/10/2010, DJe 25/10/2010)
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Ações reparatórias em razão da Ditadura Militar - Imprescritibilidade
1. São imprescritíveis as ações de reparação de dano ajuizadas em decorrência de perseguição, tortura e prisão, por motivos políticos, durante o Regime Militar, afastando, por conseguinte, a prescrição qüinqüenal prevista no art. 1º do Decreto 20.910/32. Isso, porque as referidas ações referem-se a período em que a ordem jurídica foi desconsiderada, com legislação de exceção, havendo, sem dúvida, incontáveis abusos e violações dos direitos fundamentais, mormente do direito à dignidade da pessoa humana. 2. "Não há falar em prescrição da pretensão de se implementar um dos pilares da República, máxime porque a Constituição não estipulou lapso prescricional ao direito de agir, correspondente ao direito inalienável à dignidade" (REsp 816.209/RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 3.9.2007). 3. "No que diz respeito à prescrição, já pontuou esta Corte que a prescrição qüinqüenal prevista no art. 1º do Decreto-Lei n. 20.910/32 não se aplica aos danos morais decorrentes de violação de direitos da personalidade, que são imprescritíveis, máxime quando se fala da época do Regime Militar, quando os jurisdicionados não podiam buscar a contento as suas pretensões" (REsp 1.002.009/PE, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 21.2.2008). (AgRg no Ag 970.753/MG, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 21/10/2008, DJe 12/11/2008)
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4. ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA
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Ônus da Impugnação especificada
Há certa divergência doutrinária sobre o tema.
Parte entende que por se tratar de Direitos Indisponíveis, não há necessidade de impugnação especificada pelos advogados públicos. Ex. Leonardo Cunha
Outra parte entende que tal ônus pode sim incidir sobre o Poder Público. Ex. Fredie Didier
“A Fazenda Pública submete-se ao ônus da impugnação especificada (neste sentido, STJ, 2ª T., REsp n. 635.996/SP, rel. Min. Castro Meira, j. em 06.12.2007, publicado no DJ de 17.12.2007). Não há razão para dispensar os advogados públicos deste ônus, até mesmo por uma questão ética: ao advogado particular cabe a tarefa de manifestar-se precisamente sobre o que afirma a parte adversária; o advogado público, qualificado após a aprovação em concursos públicos concorridíssimos, poderia, simplesmente, não manifestar-se sobre as afirmações da parte adversária, sem qualquer consequência... O papel do advogado na construção da decisão judicial justa não pode ser desprezado; a incidência da regra aos advogados entes públicos seria verdadeira capitis deminutio desses profissionais..” (DIDIER Jr, Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Introdução ao Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. 13 ed. p. 514)
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5. REVELIA
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Revelia gera dois efeitos: 
Material
Consiste em se presumirem verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. 
Não se aplica a Fazenda Pública.
“é pacífico o entendimento de que os atos administrativos gozam da presunção de legitimidade, de forma que não há de presumir legítima a pretensão do autor, na hipótese de ser revel a Fazenda Pública. Vale dizer que os atos administrativos gozam da presunção de legitimidade, de maneira que cabe ao autor, numa demanda proposta em face da Fazenda Pública, demonstrar, e comprovar, as alegações contidas em sua petição inicial. Não o fazendo, mediante a produção de qualquer prova, só restará a consequência da improcedência” Cunha, Leonardo Carneiro. “A Fazenda Pública em Juízo - 12ª edição
Processual 
Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial (art. 346).
Aplica-se a Fazenda Pública.
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6. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E O NCPC
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Honorários Advocatícios no NCPC (art. 85)
Titularidade
CPC73 X Estatuto da Advocacia (Lei 8906/94)
Titularidade expressa no caput do art. 85
Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
Natureza Jurídica
Natureza alimentar
Art. 85, § 14 do NCPC
§ 14.  Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.
Súmula Vinculante 47
Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principaldevido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.		
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Proibição de Compensação
Art. 85, § 14, in fine do NCPC
“sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial."
Superação da Súmula 306 do STJ
“os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte”.
Fixação independentemente de pedido expresso
Pedido implícito – Art. 322 §1º do NCPC
Art. 322.  O pedido deve ser certo.
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
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Da Possibilidade de manejo em ação autônoma
Art. 85 § 18 do CPC
§ 18.  Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
Superação da Súmula 453 do STJ
“Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria”
Cabimento 
Art. 85, § 1 do NCPC
São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
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Honorários advocatícios para causas que não envolvam a Fazenda Pública
Art. 85 § 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
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Honorários Advocatícios nas causas em que a Fazenda Pública for parte (art. 85, §3º)
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*Deverá ser considerado o salário mínimo vigente a época da prolação da sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação. (art. 85, § 4º , inciso IV )
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Momento da Fixação
§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o:
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
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Impossibilidade de condenação de Honorários Advocatícios contra a Fazenda Pública
§ 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.
Justificativa:
"o cumprimento da sentença sob a forma de precatório não permite que o pagamento espontâneo da condenação se dê de imediato após a sentença. Assim, a Fazenda Pública é forçada a passar por todos os estágios do procedimento de cumprimento da sentença, mesmo quanto não tenha matéria para se defender por meio de embargos.” (THEODORO, JR. 2015, p. 314)
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Da aplicação da tabela de honorários de forma regressiva
No que tange a aplicação da referida tabela o NCPC assim dispôs.
§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.
Desta forma se houver uma condenação em 250 salários mínimos, será feita da seguinte forma:
OS 200 SALÁRIOS MÍNIMOS – SEGUIRÃO A REGRA DO INCISO I (ENTRE 10 E 20%)
OS 50 SALÁRIOS MÍNIMOS RESTANTES – SEGUIRÃO A REGRA DO INCISO II (8 E 10%)
TAL SISTEMA LEMBRA A REGRA DO IMPOSTO DE RENDA.
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OUTRO EXEMPLO
No momento de fixação dos horários sobre uma causa de
 R$ 1.576.000,00 (correspondente a 2000 salários mínimos):
Nesse caso o magistrado não deverá ir direto no segundo inciso para aplicar percentagens entre 8% e 10%, mas deverá:
1º Passo (Faixa 1)
Condeno em 10% o valor correspondente até 200 salários mínimos. 
R$ 788,00 X 200 SM = R$ 157.600,00 
R$ 157.600,00 X 10% = R$15.760,00
2º Passo (Faixa 2)
Condeno Iainda em 8% o valor que está entre 200 e 2000 salários-mínimos
 2000 SM – 200 SM (já calculados no 1º passo) = 1800 SM
R$ 788,00 X 1800 SM = R$ 1.418.400,00
R$ 1.418.400,00 X 8% = R$ 113.472,00
Total dos honorários devidos= Faixa 1 + Faixa 2 = R$ 129.232,00
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Titularidade dos honorários advocatícios dos advogados públicos
§ 19.  Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei.
Superação do entendimento do STJ:
A jurisprudência desta Corte tem apontado no sentido de que a titularidade dos Honorários Advocatícios de sucumbência, quando vencedora a Administração Pública direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ou as autarquias, as fundações instituídas pelo Poder Público, ou as empresas públicas, ou as sociedades de economia mista, não constituem direito autônomo do procurador judicial, porque integram o patrimônio público da entidade. Precedentes. (REsp 1213051/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/12/2010, DJe 08/02/2011)
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 7. REMESSA NECESSÁRIA
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Histórico do instituto
Também conhecido como Duplo Grau de Jurisdição Obrigatório, Remessa Ex Officio, Reexame Necessário.
Tem sua origem no Direito Português, onde recebia o nome de RECURSO DE OFÍCIO.
No CPC/39 veio com o nome de Apelação necessária, recebendo críticas pela falta de voluntariedade, requisito essencial para recursos.
No CPC/73 não foi incluído no Rol de Recursos. Foi previsto no art. 475 sob a denominação de Reexame necessário.
Já o NCPC o prevê no art. 496 sob o título de REMESSA NECESSÁRIA.
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Natureza Jurídica
A doutrina atribui de forma quase unânime, a natureza jurídica de condição de eficácia da sentença, o que pode ser confirmado pelo entendimento sedimentado na súmula 423 do STF:
SÚMULA 423
NÃO TRANSITA EM JULGADO A SENTENÇA POR HAVER OMITIDO O RECURSO "EX OFFICIO", QUE SE CONSIDERA INTERPOSTO "EX LEGE”.
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Justificativa
Sua existência é justificada com base no interesse público, já que a derrota do Estado em juízo pode gerar vários prejuízos para a sociedade, evitando se assim condenações equivocadas.
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Remessa Necessária art. 496 NCPC
Art. 496.  Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
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EXCEÇÕES A REMESSA NECESSÁRIA
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
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§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
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O Que é assunção de competência?
Art. 947.  É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
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Enunciado 311 do Fórum Permanente de Processualistas Civis
A regra sobre remessa necessária é aquela vigente ao tempo da prolação da sentença, de modo que a limitação de seu cabimento no CPC não prejudica os reexames estabelecidos no regime do art. 475 CPC/1973. (Grupo: Direito intertemporal e disposições finais e transitórias) 
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Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis
Enunciado 164 A sentença arbitral contra a Fazenda Pública não está sujeita à remessa necessária. (Grupo: Arbitragem) 
Enunciado 311 A regra sobre remessa necessária é aquela vigente ao tempo da prolação da sentença, de modo que a limitação de seu cabimento no CPC não prejudica os reexames estabelecidos no regime do art. 475 CPC/1973. (Grupo: Direito intertemporal e disposições finais e transitórias) 
Enunciado 432 A interposição de apelação parcial não impede a remessa necessária. (Grupo: Impacto do novo CPC e os processos da Fazenda Pública) 
Enunciado 433 Cabe à Administração Pública dar publicidade às suas orientações vinculantes, preferencialmente pela rede mundial de computadores. (Grupo: Impacto do novo CPC e os processos da Fazenda Pública) 
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Nayron Toledo 
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Remessa Necessária e Sentenças Ilíquidas 
SÚMULA n. 490
A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a sessenta salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas. 
Doutrinadores entendem que essa Súmula ainda se mantém devendo apenas ser adaptada para os valores trazidos pelo NCPC.
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E possível Reformatio in pejus?
Apesar de não ser um recurso, prevalece largamente o entendimento de que à remessa necessária é aplicável o princípio processual da Proibição da Reformatio in pejus, conforme pode-se depreender da leitura da Súmula 45 do STJ, vejamos: 
Súmula 45 do STJ - No reexame necessário é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. REFORMATIO IN PEJUS EM REEXAME NECESSÁRIO. O Tribunal, em remessa necessária, inexistindo recurso do segurado, não pode determinar a concessão de benefício previdenciário que entenda mais vantajoso ao segurado (...) Precedentes citados: EDcl no REsp 1.144.400-SC, Sexta Turma, DJe 27/8/2012; e REsp 1.083.643-MG, Quinta Turma, DJe 3/8/2009REsp 1.379.494-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 13/8/2013.
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Cabe Remessa Necessária nos Juizados ?
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RECURSO ESPECIAL EM REMESSA NECESSÁRIA
Se a Fazenda Pública deixa de recorrer, há preclusão lógica para ingressar com Recurso Especial quando a sentença é mantida pelo Tribunal?
REEXAME NECESSÁRIO. FAZENDA PÚBLICA. RESP. A Corte Especial, ao prosseguir o julgamento, por maioria, entendeu que a Fazenda Pública, mesmo que não tenha apresentado recurso de apelação, pode interpor recurso especial (ou recurso extraordinário) contra acórdão que, julgando reexame necessário, manteve a sentença de primeiro grau contrária aos seus interesses. O comportamento omissivo da Fazenda, ao não apelar, não configura a preclusão lógica para um futuro recurso às instâncias extraordinárias. Precedentes citados do STF: RE 330.007-RO, DJ 23/8/2002; RE 396.989-7-GO, DJ 3/3/2006; do STJ: AgRg nos REsp 1.063.425-RS, DJe 9/12/2008; AgRg no REsp 588.108-PE, DJ 20/6/2005, e AgRg no EDcl no REsp 1.036.329-SP, DJe 18/6/2008. REsp 905.771-CE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 29/6/2010.
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8. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
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Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública no NCPC
Art. 534.  No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
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Exclusão da multa de 10% 
Art. 534 § 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
Justificativa – “o §2º exclui expressamente a multa no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública, o que é medida correta na perspectiva constitucional. A Fazenda não é – e não pode ser, sem agressão ao art. 100 da CF – intimada para pagar ( mas sim para impugnar v. Art. 535) e portanto, não tem sentido sujeitá-la àquela multa, visando compeli-la à adoção de um comportamento que, desde o art. 100 da CF, lhe é vedado." (SCARPINELLA BUENO, 2015, p. 354/365)
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Impugnação pela Fazenda Pública
Art. 535.  A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
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Excesso de execução
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. (PRINCÍPIO DA BOA-FÉ – Pressuposto para recebimento da impugnação)
§ 3o Não impugnada a execuçãoou rejeitadas as arguições da executada:
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal; (ART. 100 DA CF)
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.
§ 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento.
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Obrigação inexigível 
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica.
§ 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5o deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
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Execução fundada em título extrajudicial contra a Fazenda Pública
Art. 910.  Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
§ 1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal.
§ 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento.
§ 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535.
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Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
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Sistema de Pagamento de Débitos do Ente Público
Sistema de Pagamentos
Precatórios (art. 100 da CF) Sendo condenada a Fazenda Pública a pagar dinheiro, deverá o Judiciário requisitar à pessoa jurídica de direito público que inclua em seu orçamento valor suficiente para fazer frente à condenação, realizando-se o pagamento a medida da disponibilidade financeira da entidade para exercícios futuros. Os valores requisitados serão incluídos no orçamento e pagos conforme ordem de apresentação. (MARINONI, 2015, p. 1041)
Requisição de Pequeno Valor (RPV) – Créditos pequenos que serão pagos diretamente pela entidade devedora, por meio de expedição de ofício requisitório.
União – 60 Salários Mínimos 
Estados – 40 Salários Mínimos (art. 87 do ADCT)
Municípios – 30 Salários Mínimos (art. 87 do ADCT)
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Observação
EC 62/2009 – Alterou boa parte desse Regime. 
ADI 4357 – Julgada procedente para declarar inconstitucionalidade de boa parte da EC 62/2009, mas houve modulação de efeitos pelo prazo de 5 anos, a contar de 2016.
Ver material complementar.
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Ação Monitória contra a Fazenda Pública
Inicialmente dentro do Regime do CPC/73 existia certa divergência doutrinária e jurisprudencial sobre a aplicação da Ação monitória contra a Fazenda Pública.
Tal divergência só foi sanada com a Súmula 339 do STJ:
É cabível ação monitória contra Fazenda Pública.
Já sob a tutela do NCPC, o tema foi tratado nos art. 700/702, sendo que agora há previsão legal no mesmo sentido da súmula supremencionada, vejamos:
Art. 700 § 6o É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
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9. Juizado Especial da Fazenda Pública
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Juizado Especial da Fazenda Pública
Evolução dos juizados Especiais no Brasil
Lei 7244/84 (cria juizados de pequenas causas)
CF 88 (art. 98) Dispõe sobre os juizados especiais.
Lei 9099/95 (Cria Juizados Especiais Cíveis e Criminais)
EC 22/97 (Inclui o parágrafo único do art. 98 da CF, possibilitando a criação dos Juizados Especiais Federais).
Lei 10.259/01 (Cria os Juizados Especiais Federais)
Lei 12.153/09 (Cria os Juizados Especiais das Fazendas Públicas)
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Competência específica para causas cíveis
Lei 9099/95 – Juizados Especiais Estaduais
- Causas Cíveis
- Causas Criminais
Lei 10259/01 – Juizados Especiais Federais
- Causas Cíveis
- Causas Criminais
Lei 12153/11 – Juizados Especiais das Fazendas Públicas
- Causas Cíveis
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Critérios concomitantes para a competência dos JEFP
Econômico - Causas até 60 salários Mínimos
Material-Todas causas cíveis, excluídas as elencadas no rol taxativo.
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Art. 2º § 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta. 
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Ausência de prazo diferenciado e prazo para audiência
Art. 7o  Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
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Alteração da Lei 9099/95 pelo NCPC
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Embargos de Declaração no NCPC
Art. 1.022.  Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - supriromissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único.  Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.
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Não é fundamentada decisão...
Art. 489 § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
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Cumprimento de sentença
Art. 12.  O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.
Art. 13.  Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado:
I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art. 100 da Constituição Federal; ou
II – mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como obrigação de pequeno valor.
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§ 1o  Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro do numerário suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda Pública.
(...)
§ 6o  O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em qualquer agência do banco depositário, independentemente de alvará.
§ 7o  O saque por meio de procurador somente poderá ser feito na agência destinatária do depósito, mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem o valor originalmente depositado e sua procedência.
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9. RECLAMAÇÃO
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Reclamação
Natureza Jurídica – Ação
Matéria já era prevista na CF e nas leis 8038/90 (Processos no STJ e STF) e 11.417/06 (súmulas vinculantes); Regimento Interno do STF – Art. 156/162; Regimento Interno do STJ – 187/192.
Novo CPC em seu artigo 1.072.  
Revogam-se:
IV – os arts. 13 a 18 (RECLAMAÇÃO), 26 a 29 e 38 da Lei no 8.038, de 28 de maio de 1990;
O NCPC regulamenta a Reclamação Constitucional em seus artigos 988/993.
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Hipóteses de cabimento
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EXEMPLOS DE PRESERVAÇÃO DA COMPETÊNCIA
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§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível.
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam. (TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES???)
§ 5o É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão. 
SÚMULA 734 DO STF  Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.
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Art. 989.  Ao despachar a reclamação, o relator:
I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;
II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável;
III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação.
Art. 992.  Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia.
Art. 993.  O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.
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Questão 1
João, 70 anos, vai até o shopping e estaciona vaga de idoso. Um carro da SMT ao fazer o trabalho de fiscalização, verifica que o carro de João não possui o cartão de idoso e por isso o aplica multa.
Inconformado com tal situação, João ingressa com ação anulatória na Vara de Fazendas Públicas Municipais a fim de anular o auto de infração.
O procedimento foi correto? Caso tenha sido equivocado, aponte o erro e a estratégia que deve ser adotada pelo procurador do município.
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Questão 2
Em uma ação de natureza tributária o Estado de Goiás foi condenado em 788 mil reais. Seguindo os ditames do NCPC, demonstre um exemplo de como o magistrado pode arbitrar os honorários advocatícios a esta causa.
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Questão 3.
Ana, professora da rede pública municipal, ingressa com uma ação judicial a fim de receber as diferenças salariais referentes aos últimos 5 anos, tendo em vista desde o ano de 2000 seu salário está defasado pois não foi realizado o devido reequadramento do seu cargo na carreira.
Esta pretensão está prescrita ou não?
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Questão 4.
O município de Caldas Novas foi condenado no valor de 100 mil reais em uma ação de indenização por danos sociais ingressada pelo Ministério Público. Ao final da sentença o magistrado dispôs que caso não haja apelação pelas partes, que o tal ação deveria ser remetida ao tribunal em sede remessa necessária. O magistrado agiu corretamente? Justifique.
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