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CS Fazenda Pública em Juízo

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2020.1
@cadernossistematizados contato@cadernossistematizado.com
Caderno Sistematizado
Fazenda Pública
em 
Juízo
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 1 
 
FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................ 4 
ADVOCACIA PÚBLICA ....................................................................................................................... 5 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................................... 5 
2. REGRAMENTO PRÓPRIO CONFORME ENTE FEDERADO.................................................... 6 
3. ATUAÇÃO ..................................................................................................................................... 6 
4. PRERROGATIVAS PROCESSUAIS ........................................................................................... 7 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................................ 7 
 INTIMAÇÃO PESSOAL ........................................................................................................ 8 
 ISENÇÃO DE CUSTAS ........................................................................................................ 8 
 PAGAMENTO DE DESPESAS PROCESSUAIS AO FINAL ............................................... 8 
 RECEBIMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ....................................................... 9 
 PRAZO EM DOBRO ........................................................................................................... 10 
 APLICABILIDADE ............................................................................................................... 11 
REMESSA NECESSÁRIA ................................................................................................................. 12 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 12 
2. NATUREZA JURÍDICA ............................................................................................................... 12 
3. CONCEITO ................................................................................................................................. 12 
4. HIPÓTESES DE CABIMENTO .................................................................................................. 13 
 DECISÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ...................................................................... 13 
 MANDADO DE SEGURANÇA ............................................................................................ 13 
 AÇÃO POPULAR ................................................................................................................ 14 
 DESAPROPRIAÇÃO........................................................................................................... 14 
5. HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO ......................................................................................... 15 
 AÇÕES ORIGINÁRIAS ....................................................................................................... 15 
 EM RAZÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO..................................................................... 15 
 EM RAZÃO DOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA ........................................................ 15 
 JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS E JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA ... 16 
 DECISÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO ...................................................................... 16 
6. PREPARO, RAZÕES E CONTRARRAZÕES ............................................................................ 16 
7. AVOCAÇÃO................................................................................................................................ 16 
8. RECURSO VOLUNTÁRIO DA PARTE ...................................................................................... 16 
9. RECURSO ADESIVO ................................................................................................................. 17 
10. JULGAMENTO MONOCRÁTICO ........................................................................................... 17 
11. AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO .............................................................................................. 17 
12. REFORMATIO IN PEJUS ....................................................................................................... 18 
COMPETÊNCIA ................................................................................................................................. 19 
1. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA ........................................................................................... 19 
2. INGRESSO DO ENTE FEDERAL EM DEMANDA EM CURSO NA JUSTIÇA ESTADUAL .... 19 
3. COMPETÊNCIA TERRITORIAL ................................................................................................ 20 
 ENTES FEDERAIS ............................................................................................................. 20 
 ENTES ESTADUAIS ........................................................................................................... 21 
 NA EXECUÇÃO FISCAL .................................................................................................... 21 
 NO MANDADO DE SEGURANÇA ..................................................................................... 22 
MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS (ADR’S) E FAZENDA PÚBLICA ......... 23 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 23 
2. ARBITRAGEM ............................................................................................................................ 23 
 PREVISÃO LEGAL E CONSIDERAÇÕES ......................................................................... 23 
 REQUISITOS ...................................................................................................................... 24 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 2 
 
3. NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL ....................................................................................... 24 
 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 24 
 REQUISITOS ...................................................................................................................... 25 
3.2.1. Capacidade .................................................................................................................. 25 
3.2.2. Objeto lícito .................................................................................................................. 25 
3.2.3. Forma ........................................................................................................................... 25 
3.2.4. Autonomia da vontade ................................................................................................. 25 
3.2.5. Partes capazes ............................................................................................................ 25 
3.2.6. Direitos que admitem autocomposição ....................................................................... 25 
 CASUÍSTICA ....................................................................................................................... 25 
3.3.1. Reexame necessário ................................................................................................... 26 
3.3.2. Prazos .......................................................................................................................... 26 
3.3.3. Renúncia antecipada a recursos ................................................................................. 26 
3.3.4. Renúncia à denunciação à lide.................................................................................... 26 
3.3.5. Dispensade vista pessoal por carga ou por remessa ................................................ 26 
3.3.6. Rateio de sucumbência ............................................................................................... 26 
4. CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO ................................................................................................... 26 
 CONCEITO .......................................................................................................................... 26 
 (DES) NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGAL ......................................................... 27 
 HIPÓTESES DE AUTORIZAÇÃO LEGAL.......................................................................... 27 
 CRITÉRIOS OBJETIVOS PARA CELEBRAÇÃO .............................................................. 28 
 LEI 13.140/2015 E A PREVISÃO DE MEIOS CONSENSUAIS PELA ADMINISTRAÇÃO
 28 
 DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO ................................. 32 
TUTELA PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ............................................................... 33 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 33 
2. PREVISÃO LEGAL ..................................................................................................................... 33 
3. CABIMENTO............................................................................................................................... 33 
4. LIMITES E CONSTITUCIONALIDADE ...................................................................................... 33 
5. TUTELA PROVISÓRIA EM ACP E MS COLETIVO .................................................................. 34 
6. ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA .......................................................................... 34 
SUCUMBÊNCIA ................................................................................................................................. 35 
1. REGRA GERAL .......................................................................................................................... 35 
2. CAUSAS DE VALOR IRRISÓRIO.............................................................................................. 35 
3. ISENÇÃO DE SUCUMBÊNCIA .................................................................................................. 36 
4. DESISTÊNCIA DE EXECUÇÃO FISCAL .................................................................................. 36 
5. MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................... 37 
6. DESAPROPRIAÇÃO .................................................................................................................. 37 
7. AÇÕES PREVIDENCIÁRIA E ACIDENTÁRIAS ........................................................................ 37 
8. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL .................................................................. 38 
9. RECONHECIMENTO JURÍDICO PELA FAZENDA PÚBLICA.................................................. 38 
10. EXECUÇÃO FISCAL .............................................................................................................. 38 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA .............................................. 39 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 39 
2. PROCEDIMENTO ...................................................................................................................... 39 
3. IMPUGNAÇÃO ........................................................................................................................... 40 
4. INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO .................................................................................................. 40 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ....................................................................................................... 42 
1. POSSESSÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ................................................................... 42 
2. POSSESSÓRIA E PETITÓRIAS DE CONFLITO COLETIVO PELA POSSE DA TERRA ....... 42 
3. AÇÃO MONITÓRIA .................................................................................................................... 43 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 3 
 
4. RECOLHIMENTO DE ITCMD NO INVENTÁRIO E ARROLAMENTO DE BENS .................... 43 
5. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA ........................................... 44 
6. EXECUÇÃO FISCAL .................................................................................................................. 44 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................. 44 
 IN (APLICABILIDADE) DA DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA .................... 44 
 RECURSOS CABÍVEIS ...................................................................................................... 46 
 EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL E GARANTIA DO JUÍZO........................................ 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 4 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente, gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. Quanto mais contato temos com uma mesma fonte de 
estudo, mais familiarizados ficamos, o que ajuda na memorização e na compreensão da matéria. 
O Caderno Sistematizado Fazenda Pública em Juízo possui como base as aulas da Prof. 
Fernando Gajardoni, do Curso G7 Jurídico. Com o intuito de deixar o material mais completo, 
utilizamos os Volumes 2, 3 e 5, da Coleção Curso de Direito Processual Civil – Fredie Didier Jr., 
Edição 2020, além do Código de Processo Civil – Daniel Neves, Edição 2020, todos da Editora 
Juspodivm. 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos: é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Ademais, no Caderno constam os principais artigos de lei, mas, ressaltamos, que é 
necessária leitura conjunta do seu Vade Mecum, muitas questões são retiradas da legislação. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você 
faça uma boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.dizerodireito.com.br/
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 5 
 
ADVOCACIA PÚBLICA 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A expressão “Fazenda Pública”, conforme ensina Leonardo Carneiro da Cunha, é “utilizada 
para designar as pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios 
e suas respectivas autarquias e fundações públicas) que figurem em ações judiciais, mesmo que a 
demanda não verse sobre matéria estritamente fiscal ou financeira ”. 
O Código de Processo Civil de 2015, no Título VI (arts. 182 a 184), trata da Advocacia 
Pública. Vejamos: 
Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover 
os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos 
federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a 
administração direta e indireta. 
 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal,os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em 
dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá 
início a partir da intimação pessoal. 
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei 
estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público. 
 
Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente 
responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções 
 
Segundo Gajardoni, a disciplina da Advocacia Pública no CPC é muito mais um efeito 
simbólico, que retrata a importância junto aos demais órgãos do Estado (Juízes, Ministério Público), 
do que um efeito prático, tendo em vista que há leis que regulam sua atuação. 
Por fim, os arts. 131 e 132 da CF referem-se à Advocacia Pública. Vejamos: 
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou 
através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, 
cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua 
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento 
jurídico do Poder Executivo. 
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, 
de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de 
trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. 
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata 
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. 
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da 
União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto 
em lei. 
 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 6 
 
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em 
carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e 
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as 
suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das 
respectivas unidades federadas. 
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada 
estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de 
desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das 
corregedorias. 
2. REGRAMENTO PRÓPRIO CONFORME ENTE FEDERADO 
A Advocacia Pública, diferentemente do que acontece com a Magistratura, não possui uma 
Lei Orgânica Nacional que regulamente todos os seus princípios e atribuições. Há leis setorizadas 
por carreiras, variáveis conforme a própria Procuradoria. 
Por exemplo, a Lei Complementar 73/1993 trata, exclusivamente, da Advocacia Pública da 
União, englobando a AGU e a PFN. Cada Estado possuirá uma lei complementar estadual que 
tratará de sua procuradoria, em São Paulo, por exemplo, a LCE 1.270/2015 regula o tema. O mesmo 
acontece com os Municípios que possuem procuradorias. 
Por isso, é importante que você estude a Lei da AGU ou Estado/Município que prestará 
concurso. 
3. ATUAÇÃO 
Irá atuar na representação extrajudicial e judicial, na consultoria e na assessoria jurídica da 
administração direta ou indireta 
REPRESENTAÇÃO EXTRAJUDICIAL REPRESENTAÇÃO JUDICIAL 
A Advocacia Pública irá provocar ou responder, 
extrajudicialmente, eventos ou fatos 
relacionados à Administração Pública. 
A Advocacia Pública irá atuar nos processos 
em que a Administração Pública Direta ou 
Indireta for autora ou ré. 
 
Igualmente, atuará na consultoria e assessoria jurídica, analisando a legalidade e ilegalidade 
de determinadas posturas (contratos administrativos, procedimento licitatório), emitindo pareceres. 
O art. 75, I a IV regula a representação da Administração Pública no âmbito judicial. 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão 
vinculado; 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente 
federado designar; 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 7 
 
 
Daniel Neves salienta que quando a parte se faz presente em juízo por meio de seus órgãos, 
não existe tecnicamente representação, mas sim presentação. Portanto, apesar do caput do art. 75 
do CPC mencionar representação, nos incisos I, II e III há uma presentação, no inciso IV há 
realmente representação. 
REPRESENTAÇÃO 
UNIÃO É representada pela AGU, diretamente ou mediante órgão 
vinculado (LC 73/1993 e Lei 9.028/1995) 
ESTADOS e DF Procuradores de Estados, organizados em carreira, ingressam 
mediante concurso público. 
MUNICÍPIOS Procuradores Municipais ou pelo Prefeito, quando não há 
Procuradoria Jurídica. 
Obs.: Conforme menciona Leonardo Carneiro da Cunha, “o 
advogado que for encarregado da defesa dos direitos do 
Município necessitará de procuração dada pelo Prefeito, como 
representante do Município. Mas onde existir o cargo de 
Procurador, com poderes expressos, a citação inicial será feita 
a esse, que não depende de mandato para atuar nas causas 
em que for parte o Município” 
AUTARQUIAS E 
FUNDAÇÃO DE DIREITO 
PÚBLICO 
A Lei de cada ente federado irá designar. Alguns possuem 
advocacia pública própria (procuradores autárquicos ou de 
procuradores de fundações), serão por ela representados. 
Quando não houver, a representação é feita pelo órgão a que 
esteja vinculado. 
 
Por fim, o advogado o público não precisa apresentar procuração para atuar nos processos 
judiciais, nos termos da Lei 9.469/1997 que trata da AGU (aplica-se para os demais). 
Lei 9.469/1997 Art. 9º A representação judicial das autarquias e fundações 
públicas por seus procuradores ou advogados, ocupantes de cargos efetivos 
dos respectivos quadros, independe da apresentação do instrumento de 
mandato. 
4. PRERROGATIVAS PROCESSUAIS 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
As prerrogativas da Fazenda Pública justificam-se, segundo Leonardo Carneiro da Cunha, 
“em razão da própria atividade de tutelar o interesse público, a Fazenda Pública ostenta condição 
diferenciada das demais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. (...) Ora, no momento em 
que a Fazenda Pública é condenada, sofre um revés, contesta uma ação ou recorre de uma decisão, 
o que se estará protegendo, em última análise, é o erário. É exatamente essa massa de recurso 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 8 
 
que foi arrecadada e que evidentemente supera, aí sim, o interesse particular. (...) Isso já seria o 
suficiente para demonstrar que a Fazenda Pública se apresenta em situação bastante diferenciada 
dos particulares, merecendo, portanto, um tratamento diverso daquele que lhes é conferido.” 
A seguir analisaremos as prerrogativas gerais que todo Advogado Público possuiu. Salienta-
se que as prerrogativas previstas no Estatuto da OAB também são aplicadas a eles, bem como é 
possível que a lei da carreira, por exemplo a Lei da AGU, confira prerrogativas específicas. 
 INTIMAÇÃO PESSOAL 
A Fazenda Pública possui a prerrogativa de ser intimada pessoalmente, por carga ou por 
remessa (no caso de processos físicos) e por meio eletrônico (processo eletrônico – Lei 11.419/06) 
para que tenha ciência ou para que se manifeste nos autos, nos termos do art. 183, §1º, do CPC, 
em qualquer processo inclusive nos que tramitam nos Juizados Especiais. 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em 
dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá 
início a partir da intimação pessoal. 
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico 
 
Além disso, a intimação será pessoal tanto quando a Fazenda Pública for parte comoquando 
for interessada ou atuar como amicus curiae. 
Em determinados locais, apesar da existência da Justiça Estadual e da Justiça Federal, os 
órgãos de representação (Procuradoria do Estado e AGU) não estão presentes. Diante disso, 
conforme decidiu o STJ (RESp. 1352882), é válida a intimação do representante da Fazenda 
Nacional por carta com aviso de recebimento, quando o respectivo órgão não possui sede na 
Comarca de tramitação do feito. 
 ISENÇÃO DE CUSTAS 
A Fazenda Pública, nos termos do art. 1.007, §1º do CPC, é isenta do pagamento de custas 
processuais, bem como do pagamento de prepara e do porte de remessa e retorno, tendo em vista 
que seria ilógico um órgão do Estado pagar para o próprio Estado. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, 
quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. 
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito 
Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos 
que gozam de isenção legal. 
 
Importante consignar que não há isenção para reembolso de custas e despesas pelo 
vencedor da ação. Em outras palavras, quando o Estado perder uma ação deverá reembolsar os 
valores despendido pelo vencedor. 
 PAGAMENTO DE DESPESAS PROCESSUAIS AO FINAL 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 9 
 
Entendem-se por despesas os valores que se destinam a remunerar terceiras pessoas 
acionadas pelo aparelho judicial, no desenvolvimento da atividade do Estado-juiz. Por exemplo, 
honorários do perito, transporte do oficial de justiça. 
Em regra, o Estado, se for vencido pagará no final do processo as despesas, conforme prevê 
o art. 91 do CPC. 
Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da 
Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas 
ao final pelo vencido. 
 
Salienta-se que quando a Fazenda Pública requerer perícia, esta poderá ser realizada por 
entidade pública ou, então, deve ser custeada com recursos previstos no orçamento para tal 
finalidade. Não sendo realizada por entidade pública nem havendo previsão orçamentária, o 
pagamento deve ser feito no exercício seguinte, depois da inclusão da previsão no respectivo 
orçamento. Nesse sentido, os §§ 1º e 2º do art. 91 do CPC. 
Art. 91, 
§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou 
pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, 
havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que 
requerer a prova. 
§ 2º Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para 
adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício 
seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do 
adiantamento a ser feito pelo ente público. 
 RECEBIMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
A sentença condenará o vencido a pagar os honorários advocatícios do vencedor, conforme 
prevê o art. 85 do CPC. 
 Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do 
vencedor. 
 
Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos 
privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso 
de sucumbência parcial (§14). 
Esse direito também é expressamente previsto para os advogados públicos pelo §19, do art. 
85 do CPC, in verbis: 
Art. 85, § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, 
nos termos da lei. 
 
Cada Ente Federado irá regular a forma de repasse e o percentual de honorários que o 
Advogado Público irá receber. 
A Procuradoria Geral da República ajuizou uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade 
(ADI 6053) sustentando a inconstitucionalidade do §19 do art. 85 do CPC, tendo em vista que o 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 10 
 
valor dos honorários sucumbências devem ser destinado ao Estado, uma vez que o Advogado 
Público aceita trabalhar pelos seus vencimentos. O STF, por maioria, declarou o §19 constitucional. 
O Tribunal, por maioria, declarou a constitucionalidade da percepção de 
honorários de sucumbência pelos advogados públicos e julgou 
parcialmente procedente o pedido formulado na ação direta para, conferindo 
interpretação conforme à Constituição ao art. 23 da Lei 8.906/1994, ao art. 
85, § 19, da Lei 13.105/2015, e aos arts. 27 e 29 a 36 da Lei 13.327/2016, 
estabelecer que a somatória dos subsídios e honorários de 
sucumbência percebidos mensalmente pelos advogados públicos não 
poderá exceder ao teto dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
conforme o que dispõe o art. 37, XI, da Constituição Federal, nos termos do 
voto do Ministro Alexandre de Moraes, Redator para acórdão, vencido o 
Ministro Marco Aurélio (Relator). O Ministro Roberto Barroso acompanhou o 
voto do Ministro Alexandre de Moraes com ressalvas. Falaram: pelos 
interessados Presidente da República e Congresso Nacional, o Ministro José 
Levi Mello do Amaral Júnior, Advogado-Geral da União; pelo amicus curiae 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – CFOAB, o Dr. 
Marcello Terto e Silva; pelo amcicus curiae Associação Nacional dos 
Procuradores e Advogados Públicos Federais – ANPPREV, o Dr. Hugo 
Mendes Plutarco; pela interessada Associação Nacional dos Procuradores 
Municipais – ANPM, o Dr. Cláudio Pereira de Souza Neto; pela interessada 
Associação Nacional dos Procuradores De Estado – ANAPE, o Dr. Raimundo 
Cezar Britto Aragão; pelo interessado Fórum Nacional de Advocacia Pública 
Federal, o Dr. José Eduardo Martins Cardozo; pela interessada Associação 
Nacional dos Advogados Públicos Federais – ANAFE, o Dr. Marcus Vinicius 
Furtado Coelho; pelo interessado Sindicato Nacional dos Procuradores da 
Fazenda Nacional –SINPROFAZ, o Dr. Gustavo Binenbojm; e, pelo 
interessado Conselho Curador dos Honorários Advocatícios – CCHA, o Dr. 
Bruno Corrêa Burini. Plenário, Sessão Virtual de 12.6.2020 a 19.6.2020. 
 PRAZO EM DOBRO 
A Fazenda Pública, inclusive para recorrer possui prazo em dobro, nos termos do art. 183 
do CPC. 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em 
dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá 
início a partir da intimação pessoal. 
 
Destaca-se que não se aplica em dobro os prazos próprios, ou seja, aqueles em que a 
própria lei prevê um prazo diferenciado para a Fazenda Pública, são eles: 
• Prazo para contestar a ação popular; 
• Prazo nos Juizados Federais e nos Juizados da Fazenda Pública; 
• Prazo para depósito do rol de testemunhas; 
• Prazo para impugnação ao cumprimento da sentença e para embargos à execução pela 
Fazenda Pública; 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 11 
 
• Prazos em ADI e ADC; 
• Prazo na suspensão de segurança; 
• Prazo para propor a ação rescisória; 
• Prazo para impetrar mandado de segurança 
Importante consignar que a prerrogativa da dobra legal do art. 183 do CPC não é cumulável 
com o prazo em dobro previsto no art. 229 do CPC. Segundo Leonardo da Cunha, “porque haveria 
uma extensão desarrazoada de prazo para a Fazenda Pública, cujo interesse já se encontra 
resguardado com a aplicação isolada do art. 183 do CPC, outorgando-lhe prazo em dobro para 
todas as suas manifestações no processo. Caso fosse possível cumular as duas regras, a Fazenda 
Pública teria prazo em quádruplo para suas manifestações, desbordando da finalidade a que se 
visa alcançar com a regra contida no aludido art. 183 do CPC. Assim, numa demanda proposta, por 
exemplo, em face da Fazenda Pública e, igualmente, em face de um particular, enquanto esse 
último dispõe de prazo de 30 dias para a prática de seus atos processuais (CPC, art. 229), a 
Fazenda Públicadesfruta da prerrogativa de igualmente praticar os atos nos prazos computados 
em dobro (CPC, art. 183)”. 
 APLICABILIDADE 
As prerrogativas analisadas acima serão aplicadas à administração indireta quando forem 
regidas por direito público. Portanto, as entidades paraestatais que possuem personalidade de 
pessoa jurídica de direito privado não fazem jus aos privilégios concedidos à Fazenda Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 12 
 
REMESSA NECESSÁRIA 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Inicialmente, pertinente considerar que houve mudança terminológica feita pelo Código de 
Processo Civil de 2015, o reexame necessário ou o duplo grau de jurisdição obrigatório passa a ser 
chamado de REMESSA NECESSÁRIA. 
2. NATUREZA JURÍDICA 
Contra os pronunciamentos do Estado-juiz há três mecanismos que podem ser utilizados 
para “atacar” as decisões judiciais, são eles: 
1º RECURSOS 
Estão previstos no art. 994 do CPC, são interpostos antes do trânsito em julgado e dentro 
da mesma relação jurídica processual. 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
 
2º AÇÕES IMPUGNATIVAS 
São instrumentos que exigem uma nova relação jurídica processual, ou seja, para atacar o 
pronunciamento do Estado-juiz é necessário o ajuizamento de outra ação, a exemplo da ação 
rescisória, do mandado de segurança contra ato judicial, dos embargos de terceiro (segundo 
Gajardoni), da reclamação. 
3º SUCEDÂNEOS RECURSAIS 
 São os instrumentos que acabam “fazendo as vezes” de recurso, mas não estão previstos 
no rol do art. 994 do CPC e, em alguns casos, não possuem previsão legal (pedido de 
reconsideração). 
É o caso da remessa necessária. 
3. CONCEITO 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 13 
 
O reexame necessário é uma condição de eficácia da sentença, ou seja, a sentença não 
produzirá efeitos e nem transitará em julgado quando a lei determinar que precisa ser revista por 
outra instância. 
Súmula 423 STF - Não transita em julgado a sentença por haver omitido o 
recurso ex officio, que se considera interposto ex lege. 
4. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 DECISÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
Sempre que a pessoa jurídica de direito público (administração direta e indireta) for 
sucumbente, nos termos do art. 496 do CPC. 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e 
suas respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução 
fiscal. 
 
Salienta-se que estão excluídas da previsão da remessa necessária as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista, tendo em vista que são pessoas jurídicas de direito privado. 
Além disso, a regra é remessa necessária apenas de sentença. Portanto, não será cabível 
a remessa necessária da decisão concessiva de tutela antecipada, bem como de acórdão ou 
julgado originário. 
Destaca Leonardo da Cunha que “é possível que o juiz decida o mérito contra a Fazenda 
Pública por meio de uma decisão interlocutória. Com efeito, o juiz pode decidir parcialmente o 
mérito, numa das hipóteses previstas no art. 356. Tal pronunciamento, por não extinguir o processo, 
é uma decisão interlocutória, que pode já acarretar uma execução imediata, independentemente de 
caução (CPC, art. 356, § 2º). Conquanto seja uma decisão interlocutória, há resolução parcial do 
mérito, apta a formar coisa julgada material. Mesmo não sendo sentença, estará sujeita à remessa 
necessária. Isso porque a ela se relaciona com as decisões de mérito proferidas contra a Fazenda 
Pública; a coisa julgada material somente pode ser produzida se houver remessa necessária. Se 
houve decisão de mérito contra o Poder Público, é preciso que haja seu reexame pelo tribunal 
respectivo; é preciso, enfim, que haja remessa necessária. Significa, então, que há remessa 
necessária de sentença, bem como da decisão interlocutória que resolve parcialmente o mérito” 
 MANDADO DE SEGURANÇA 
No mandado de segurança procedente contra pessoa jurídica de direito público a sentença 
estará sujeita ao reexame necessário. 
Lei 12.016/20119, Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o 
mandado, cabe apelação. 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 14 
 
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao 
duplo grau de jurisdição. 
 
Segundo Leonardo da Cunha, “no mandado de segurança, haverá remessa necessária não 
porque a sentença foi proferida contra a União, o Estado, o Município, o Distrito Federal ou qualquer 
outro ente público, mas porque se trata de sentença concessiva da segurança. Concedida a 
segurança, ainda que se trate de sentença contra empresa pública ou sociedade de economia 
mista, haverá a remessa necessária. Numa demanda de procedimento comum, não há remessa 
necessária de sentença proferida contra um ente privado, mas, no mandado de segurança, proferida 
sentença de procedência, independentemente da condição da parte demandada, haverá remessa 
necessária”. 
Por fim, o STJ entende que as hipóteses de dispensa da remessa necessária não se aplicam 
ao mandado de segurança, eis que há de prevalecer a norma especial em detrimento da geral. 
 AÇÃO POPULAR 
Na ação popular a sentença que extingue o processo sem resolução do mérito ou da que 
julga improcedente o pedido estará sujeito ao reexame necessário. Trata-se de uma remessa 
necessária invertida, tendo em vista que é a favor da coletividade. 
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação 
está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois 
de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá 
apelação, com efeito suspensivo. 
 
Salienta-se que o art. 19 da Lei de Ação Popular, pelo microssistema, aplica-se aos casos 
de ação civil pública e de ação de improbidade administrativa. 
A 1ª Turma do STJ começou a manifestar entendimentos diferente, em que pese o 
julgamento da 1ª Seção sobre o tema. Dessa forma, justificando com base na presunção de 
inocência, cuja improcedência geraria uma situação favorável ao réu, bem como das prerrogativas 
do órgão acusador, que pode se conformar ou não com a sentença (quando o MP propõe a ação), 
decidiu-se afetar o tema sob o julgamento dos recursos repetitivos, conforme acórdão publicado no 
dia 02/04/2020 para: 
"Definir se há - ou não - aplicação da figura do reexame necessário nas ações 
típicas de improbidade administrativa, ajuizadas com esteio na alegada 
prática de condutas previstas na Lei 8.429/1992, cuja pretensão é julgada 
improcedente em primeiro grau; 
Discutir se há remessa de ofício nas referidas ações típicas, ou se deve ser 
reservado ao autor da ação, na postura de órgão acusador - frequentemente 
o Ministério Público - exercer a prerrogativa de recorrer ou não do desfecho 
de improcedência da pretensão sancionadora".(ProAfR no RECURSO 
ESPECIAL No 1.605.586 - DF (2016/0148114-2), 1ª Seção, Rel. Min. 
Napoleão Nunes, DJE 02/04/2020) 
 
 DESAPROPRIAÇÃO 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 15 
 
O art. 28, §1º do DL 3365/41 prevê que, no caso de desapropriação, quando a sentença 
condenar a Fazenda Pública a pagar o dobro do valor oferecido haverá remessa necessária. 
Art. 28. Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com 
efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado, e com 
ambos os efeitos, quando o for pelo expropriante. 
§ 1 º A sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior aodobro da oferecida fica sujeita ao duplo grau de jurisdição. 
5. HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO 
 AÇÕES ORIGINÁRIAS 
As ações originárias são aquelas que inicial nos Tribunais, não sendo cabível reexame 
necessário. Portanto, perceba que a remessa necessária é um instituto de primeira instância. 
Por exemplo, se a Fazenda Pública for sucumbente em uma ação originária do TJ, não 
haverá remessa necessária para o STJ. 
 EM RAZÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO 
O §3º do art. 496 do CPC fixa um teto de condenação da Fazenda Pública em que será 
dispensado o reexame necessário, os valores devem ser INFERIORES e não até. Observe: 
Art. 496, § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou 
o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e 
fundações de direito público; 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as 
respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que 
constituam capitais dos Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e 
respectivas autarquias e fundações de direito público. 
 
Importante consignar que mesmo que o valor atribuído à causa, quando proposta, seja 
superior aos respectivos limites, considera-se o valor da condenação no momento do julgamento. 
Além disso, não será possível quando a sentença for ilíquida. 
Súmula 490 STJ - A dispensa de reexame necessário, quando o valor da 
condenação ou do direito controvertido for inferior a sessenta (teto fixado no 
§3º) salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas. 
 
 EM RAZÃO DOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA 
O art. 496, §4º do CPC prevê hipóteses em que a remessa necessária será dispensada 
quando a sentença possuir como fundamento: 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 16 
 
• Súmula de tribunal superior 
• Acórdão preferido pelo STF ou pelo STJ em julgamentos de recursos repetitivos; 
• Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou assunção 
de competência; 
• Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo 
do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
 JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS E JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA 
Não cabe remessa necessária no JEF e no JEFP. 
Lei 10.259/2001 - Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá 
reexame necessário. 
 
Lei 12.153/2019 - Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá 
reexame necessário 
 DECISÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO 
Nos casos em que a Fazenda Pública for autora da demanda, quando o processo é extinto 
sem a resolução de mérito, não caberá remessa necessária, pois não houve pronunciamento em 
relação ao pedido. 
6. PREPARO, RAZÕES E CONTRARRAZÕES 
Como já mencionado, o reexame necessário não é um recurso, por isso não há preparo, 
muito menos apresentação de razões e de contrarrazões. 
7. AVOCAÇÃO 
O Presidente do Tribunal poderá avocar os autos de primeira instância nos casos em que o 
juiz deixar de fazer a remessa necessária, conforme prevê o art. 496, §1º: 
Art. 496, § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no 
prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, 
o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. 
8. RECURSO VOLUNTÁRIO DA PARTE 
Segundo Fredie Didier e Leonardo da Cunha, em entendimento minoritário, não haverá 
reexame necessário quando a Fazenda Pública interpuser apelação. Afirmam que “o § 1º do art. 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 17 
 
496 dispõe que só haverá remessa necessária se não houver apelação. Havendo apelação, não 
haverá remessa necessária. Haveria aí aplicação da regra da singularidade: não é possível a 
remessa necessária e a apelação ao mesmo tempo. Se não há apelação, há remessa necessária. 
Essa não é a explicação nem a causa para afirmar que a remessa necessária ostenta natureza 
recursal. Esse não é um detalhe que componha o conceito de recurso. Na verdade, essa é uma 
consequência da natureza recursal da remessa necessária, que se pode confirmar pelas normas 
do direito positivo brasileiro”. 
9. RECURSO ADESIVO 
Não se admite recurso adesivo de reexame necessário, tendo em vista que não é recurso e 
não está previsto nas hipóteses do art. 997, §§1º e 2º do CPC. 
 Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com 
observância das exigências legais. 
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles 
poderá aderir o outro. 
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe 
aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade 
e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o 
seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora 
interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; 
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso 
especial; 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for 
ele considerado inadmissível. 
10. JULGAMENTO MONOCRÁTICO 
O relator poderá monocraticamente julgar o reexame necessário, conforme entendimento da 
Súmula 253 do STJ. 
Súmula 253 STJ - O art. 557 (atual 932) do CPC, que autoriza o relator a 
decidir o recurso, alcança o reexame necessário. 
11. AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO 
Em razão do art. 942, §4º, II do CPC, não se admite ampliação do colegiado no caso de 
remessa necessária. 
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá 
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros 
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no 
regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 18 
 
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o 
direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. 
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: 
II - da remessa necessária; 
12. REFORMATIO IN PEJUS 
Conforme o enunciado da Súmula 45 do STJ, no reexame necessário não pode o tribunal 
agravar a condenação imposta à Fazenda Pública. Trata-se da proibição da reformatio in pejus 
Súmula 45 STJ - No reexame necessário, e defeso, ao tribunal, agravar a 
condenação imposta a Fazenda Pública 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 19 
 
COMPETÊNCIA 
1. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Antes das alterações promovidas pela EC 103/2019, o juiz estadual iria julgar causas de 
competência da Justiça Federal quando: 
• No foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte 
instituição de previdência social e segurado. Aplica-se sempre, norma de eficácia plena. 
• A comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei 
poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça 
estadual. Norma de aplicada contida, era necessária a previsão em lei, a exemplo do art. 
381, §4º do CPC 
Art. 381, § 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada de 
prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa 
pública federal se, na localidade, não houver vara federal. 
 
Em 2019, a EC 103 alterou a redação do art. 109, §3º da CF, não existe mais hipótese de 
delegação autoaplicável, todas as hipóteses devem estar previstas em lei. 
Art. 109, § 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça 
Federal em que forem parte instituição de previdência social e segurado 
possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do 
domicílio do segurado não for sede de vara federal.(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de2019) 
 
Atualmente, a Lei 5010/66 em seu art. 15, III, com redação dada pela Lei 13.876/2019, prevê 
que haverá delegação nas hipóteses de matéria previdenciária para a Justiça Estadual quando não 
houver sede da Justiça Federal em um raio de 70km de distância da Comarca Estadual. 
Art. 15. Quando a Comarca não for sede de Vara Federal, poderão ser 
processadas e julgadas na Justiça Estadual: (Redação dada pela Lei nº 
13.876, de 2019) 
III - as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado 
e que se referirem a benefícios de natureza pecuniária, quando a Comarca 
de domicílio do segurado estiver localizada a mais de 70 km (setenta 
quilômetros) de Município sede de Vara Federal; (Redação dada 
pela Lei nº 13.876, de 2019) 
 
Em relação ao art. 381, §4º do CPC, a doutrina afirma que houve uma inconstitucionalidade 
superveniente, uma vez que a produção antecipada de provas não é matéria previdenciária (única 
que pode ser delegada). 
2. INGRESSO DO ENTE FEDERAL EM DEMANDA EM CURSO NA JUSTIÇA ESTADUAL 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13876.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13876.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13876.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13876.htm#art3
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 20 
 
Nas ações em curso perante a Justiça Estadual, quando um ente federal intervém, o 
processo deve ser remetido à Justiça Federal. 
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos 
ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas 
públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de 
atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, 
exceto as ações: 
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; 
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. 
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de 
competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. 
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em 
razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito 
daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou 
de suas empresas públicas. 
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito 
se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. 
 
Salienta-se que a análise acerca do interesse do ente federado é feita pelo Juiz Federal, que 
poderá reconhecer o interesse (mantém os autos na JF) ou não reconhecer (autos retornam para a 
JE). Não poderá o juiz estadual, por exemplo, suscitar conflito de competência. 
Súmula 150 do STJ - Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência 
de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas 
autarquias ou empresas públicas. 
 
Súmula 224 STJ - Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o 
Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos 
e não suscitar conflito. 
3. COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
 ENTES FEDERAIS 
O art. 109, §§ 1º e 2º da CF disciplina a competência para os casos em que as pessoas 
jurídicas de direito público da União forem partes, não se aplicando para as pessoas jurídicas de 
direito privado. 
CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária 
onde tiver domicílio a outra parte. 
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção 
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato 
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, 
no Distrito Federal. 
 
CPC Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que 
seja autora a União. 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 21 
 
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta 
no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a 
demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal. 
 
NA CONDIÇÃO DE AUTORA: A ação será ajuizada no foro do domicílio do réu. 
NA CONDIÇÃO DE RÉ: É hipótese de foro concorrente, podendo ser demandada: 
o No domicílio do autor; 
o No local do fato ou do ato que justifica a ação; 
o No local do imóvel; 
Tratando-se de imóvel, parte da doutrina sustenta que se deve combinar com o regra 
do art. 47 do CPC, devendo ser ajuizada no foro da coisa (não haveria foro 
concorrente). 
o No DF 
o Na capital do Estado (seção judiciária). 
 ENTES ESTADUAIS 
Previsto no art. 52 do CPC. Vejamos: 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja 
autor Estado ou o Distrito Federal. 
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação 
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou 
fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do 
respectivo ente federado. 
 
Perceba que se o Estado ou DF forem autores a competência será do domicílio do réu. Por 
outro lado, quando forem réus, haverá competência concorrente entre: 
• Foro do domicílio do autor; 
• Foro de ocorrência do fato ou ato que originou a demanda; 
• Foro de situação da coisa; 
• Capital do respectivo ente federado. 
 NA EXECUÇÃO FISCAL 
Tratando-se de execução fiscal a ação deve ser ajuizada no foro do domicílio do réu, no de 
sua residência ou no lugar em que ele for encontrado. Salienta-se que não se trata de foro 
concorrente, mas sim de foro sucessivo, ou seja, deve seguir, necessariamente, a ordem do §5º do 
art. 46 do CPC. 
. 
 
CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 22 
 
Art. 46, § 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no 
de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. 
 
Salienta-se que eventual mudança de domicílio do executado, após a propositura da 
execução fiscal, não altera a competência já fixada. 
Súmula 58 STJ - Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de 
domicílio do executado não desloca a competência já fixada 
 NO MANDADO DE SEGURANÇA 
Tratando-se de autoridade coatora estadual, a competência territorial será definida pelo 
domicílio funcional (sede funcional), não importando o local em que o ato foi praticado. 
Tratando-se de autoridade coatora federal, conforme entendimento do STF e do STJ, aplica-
se o mesmo entendimento dos foros concorrentes. 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA. ARTIGO 
109, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. POSSIBILIDADE DE 
AJUIZAMENTO NO DOMICÍLIO DO AUTOR. FACULDADE CONFERIDA AO 
IMPETRANTE. PRECEDENTES. 1. O STJ, seguindo a jurisprudência 
pacificada do Supremo Tribunal Federal, entende que as causas intentadas 
contra a União poderão ser aforadas na Seção Judiciária em que for 
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu 
origem à demanda, ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito 
Federal. 2. Optando o autor por impetrar o mandamus no seu domicílio, e não 
naqueles outros previstos no § 2° do art. 109 da Constituição Federal, não 
compete ao magistrado limitar a aplicação do próprio texto constitucional, por 
ser legítima a escolha da parte autora, ainda que a sede funcional da 
autoridade coatora seja no Distrito Federal, impondo-se reconhecer a 
competência do juízo suscitado. 3. Nesse sentido: AgInt no CC 158.943/SP, 
Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Seção, DJe 17/12/2018; AgInt no CC 
154.470/DF, Rel. Ministro Og Fernandes, Primeira Seção, DJe 18/04/2018; 
AgInt no CC 153.724/DF, Rel. Ministra Regina Helena Costa,Primeira Seção, 
DJe 16/2/2018; AgInt no CC 148.082/DF, Rel. Ministro Francisco Falcão, 
Primeira Seção, DJe 19/12/2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 23 
 
MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS (ADR’S) 
E FAZENDA PÚBLICA 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
ADR’s (alternative dispute resolutions) são meios alternativos para a resolução de conflitos, 
a exemplo da arbitragem, mediação, conciliação e até negócios jurídicos processuais. 
Segundo Leonardo da Cunha, “estudos mais recentes demonstram que tais meios não 
seriam “alternativos”, mas sim adequados, formando um modelo de sistema de justiça multiportas. 
Para cada tipo de controvérsia, seria adequada uma forma de solução, de modo que há casos em 
que a melhor solução há de ser obtida pela mediação, enquanto outros, pela conciliação, outros, 
pela arbitragem e, os que se resolveriam pela decisão do juiz estatal. Há, ainda, outros meios, a 
exemplo da negociação direta e do dispute board” 
2. ARBITRAGEM 
 PREVISÃO LEGAL E CONSIDERAÇÕES 
A Lei 8.987/1995, em seu art. 23-A, foi a primeira norma a prever o uso da arbitragem nos 
casos de concessão e permissão de serviço público. 
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos 
privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, 
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos 
termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996 
 
Igualmente, havia a previsão de arbitragem para os contratos de parceria público privada, 
nos termos do art. 11, III da Lei 11.079/2004. 
Art. 11, III - o emprego dos mecanismos privados de resolução de disputas, 
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos 
termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, para dirimir conflitos 
decorrentes ou relacionados ao contrato. 
 
Em 2015, a Lei 13.129, alterou o art. 1º da Lei 9.307/96 a fim de permitir a arbitragem também 
nos processos que envolvam as pessoas jurídicas de direito público da administração direita e 
indireta. 
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para 
dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
§ 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem 
para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
§ 2o A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para 
a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de 
acordos ou transações. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 24 
 
 REQUISITOS 
a) Direitos patrimoniais disponíveis 
Tratando-se de atividades sancionatórias administrativas e penais não há possibilidade 
de arbitragem, a exemplo de questões que envolvam matéria tributária ou processo 
administrativo disciplinar. 
b) Competência da autoridade administrativa para a celebração da convenção 
As partes podem celebrar cláusula arbitral (antes do conflito) ou um compromisso arbitral 
(após o conflito), a competência será da autoridade administrativa competente para 
celebrar acordo. 
c) Arbitragem por direito 
Não pode ser julgada por equidade, nos casos que envolvam a Fazenda Pública. 
A regra de direito poderá ser tanto de direito interno quanto externo, deve-se analisar o 
caso concreto. 
d) Publicidade 
A arbitragem que envolve a Fazenda Pública deve ser pública, não se admite, aqui, a 
arbitragem sigilosa, em razão do princípio constitucional da publicidade. 
e) Língua portuguesa 
Trata-se de requisito específico, previsto nas Leis 8.987/1995 e 11.079/2004. Não está 
previsto na Lei 9.307/96, embora a doutrina entenda que o ideal é que esteja em língua 
portuguesa. 
3. NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL 
 PREVISÃO LEGAL 
O art. 190 do CPC, cláusula geral, disciplina o negócio processual atípico, ou seja, não estão 
previstos expressamente na lei. Deriva da vontade das partes. Vejamos: 
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, 
é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento 
para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus 
ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o 
processo. 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das 
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos 
casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que 
alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. 
 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 25 
 
 REQUISITOS 
3.2.1. Capacidade 
A Fazenda Pública só pode negociar sobre os seus direitos processuais. A negociação, 
portanto, não pode atingir terceiros fora do processo. 
Por exemplo, pode convencionar que não haverá denunciação à lide, mas não pode fazer o 
mesmo em relação à assistência. 
3.2.2. Objeto lícito 
O negócio jurídico processual não pode versar ofender garantias constitucionais do 
processo. Por exemplo, negociar que não haverá contraditório no processo, viola a CF, seria um 
objeto ilícito. 
3.2.3. Forma 
Em relação à forma do negócio jurídico processual, há na doutrina que entende que pode 
ser celebrado oralmente (minoria), outros apenas por escrito buscando maior segurança jurídica. 
Não se exige escritura pública, pode ser celebrado antes ou após o início do processo. 
3.2.4. Autonomia da vontade 
Todo negócio material e processual pressupõe a livre manifestação de vontade das partes. 
3.2.5. Partes capazes 
Segundo Gajardoni, trata-se de requisito específico, não se confunde com a o primeiro 
requisito (capacidade) que trata sobre a titularidade do direito. 
Obs.: Didier e Daniel Neves não fazem tal distinção. 
Para celebrar negócios processuais atípicos a Fazenda Pública deve ser representada 
(presentada) por aquele que tenha competência para celebrar acordos, será fixado pela legislação 
de cada ente. 
3.2.6. Direitos que admitem autocomposição 
É mais uma condição específica, segundo Gajardoni. 
A Fazenda Pública só poderá celebrar negócio jurídico processual em relação a direitos que 
admitem transação. 
 CASUÍSTICA 
A seguir iremos analisar cinco hipóteses em que é possível ou não a celebração de negócio 
jurídico processual. 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 26 
 
3.3.1. Reexame necessário 
A Fazenda Público pode perfeitamente um negócio jurídico processual para dispensar o 
reexame necessário, desde que se enquadre na hipótese do art. 496, §4º, IV da CF. 
Art. 496, 
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver 
fundada em: 
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito 
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer 
ou súmula administrativa. 
 
3.3.2. Prazos 
Nada impede a celebração de negócio jurídico processual para a alteração de prazo, 
ampliando ou diminuindo, havendo concordância da outra parte. 
3.3.3. Renúncia antecipada a recursos 
Em relação à renúncia antecipada a recursos, não há consenso na doutrina. 
1ªC – Sim, adota-se o mesmo raciocínio da arbitragem. 
2ªC – Não. É ilógico renunciar a algo que ainda não possui vício. Por exemplo, as partes 
convencionam que não vão apelar da sentença. Conduto o juiz profere uma decisão extra petita, 
pelo acordo, a parte vencida não poderia recorrer. Não há lógica. 
3.3.4. Renúncia à denunciação à lide 
Como já mencionado, pode-se celebrar negócio jurídico processual em que haja a renúncia 
à denunciação à lide. 
3.3.5. Dispensa de vista pessoal por carga ou por remessa 
Por ser uma prerrogativa da Fazenda Pública não há óbice para que seja dispensada. 
3.3.6. Rateio de sucumbência 
Desde que os advogados concordem, é possível celebrar negócio jurídico processual paraque seja feito rateio dos honorários de sucumbência. 
4. CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
 CONCEITO 
A conciliação e a mediação são técnicas para que se alcance a autocomposição no 
processo, que será feita através de uma transação, de uma renúncia ou de um reconhecimento. 
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 (DES) NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGAL 
Tratando-se de renúncia de direitos, alienação de bens e aumento de despesas, em razão 
da indisponibilidade do interesse público, é necessária autorização legal (análise de cada lei 
específica). 
 HIPÓTESES DE AUTORIZAÇÃO LEGAL 
No âmbito federal, inúmeras leis autorizam a Fazenda Pública a transacionar, 
consequentemente, poderá haver mediação e conciliação. 
a) TAC 
Art. 5º, § 6° da Lei 7.347/85 Os órgãos públicos legitimados poderão tomar 
dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências 
legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo 
extrajudicial 
 
b) JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS E DA FAZENDA PÚBLICA 
Lei 12.153/09, Art. 8º Os representantes judiciais dos réus presentes à 
audiência poderão conciliar, transigir ou desistir nos processos da 
competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses previstas 
na lei do respectivo ente da Federação. 
 
 Lei 10.259/01 Art. 10. Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, 
autarquias, fundações e empresas públicas federais, bem como os indicados 
na forma do caput, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos 
processos da competência dos Juizados Especiais Federais 
 
Parcela da doutrina sustenta que a autorização, prevista no JEF e no JEFP, dispensa a 
necessidade de autorização em lei própria para celebração no âmbito das Procuradorias dos 
Estados e dos Municípios. 
Enunciado 62 - Os representantes judiciais da União, autarquias, fundações 
e empresas públicas federais têm autorização legal, decorrente da Lei n. 
10.259, de 12 de julho de 2001 para, diretamente, conciliar, transigir ou 
desistir de recursos em quaisquer processos, judiciais ou extrajudiciais, cujo 
valor da causa esteja dentro da alçada equivalente à dos juizados especiais 
federais. 
 
c) TERMO DE COLABORAÇÃO DA CVM 
 Lei 6.385/76, Art. 11 § 5º “A Comissão de Valores Mobiliários, após análise 
de conveniência e oportunidade, com vistas a atender ao interesse público, 
poderá deixar de instaurar ou suspender, em qualquer fase que preceda a 
tomada da decisão de primeira instância, o procedimento administrativo 
destinado à apuração de infração prevista nas normas legais e 
regulamentares cujo cumprimento lhe caiba fiscalizar, se o investigado 
assinar termo de compromisso no qual se obrigue a: (Redação dada pela Lei 
nº 13.506, de 2017) 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 28 
 
I - cessar a prática de atividades ou atos considerados ilícitos pela Comissão 
de Valores Mobiliários; e 
II - corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos. 
 
d) TC DE CESSAÇÃO DE PRÁTICA E ACORDO DE LENIÊNCIA DO SBDC 
Lei 12.529/11, 
Art. 85. Nos procedimentos administrativos mencionados nos incisos I, II e III 
do art. 48 desta Lei, o Cade poderá tomar do representado compromisso de 
cessação da prática sob investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre 
que, em juízo de conveniência e oportunidade, devidamente fundamentado, 
entender que atende aos interesses protegidos por lei. 
 
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, poderá celebrar 
acordo de leniência, com a extinção da ação punitiva da administração 
pública ou a redução de 1 (um) a 2/3 (dois terços) da penalidade aplicável, 
nos termos deste artigo, com pessoas físicas e jurídicas que forem autoras 
de infração à ordem econômica, desde que colaborem efetivamente com as 
investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resulte: 
 
e) ACORDO DE LENIÊNCIA DA LEI ANTICORRUPÇÃO 
Lei 12.846/13, Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade 
pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas 
responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem 
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que 
dessa colaboração resulte: 
 
f) ACORDOS E CONCILIAÇÃO EM SETORES REGULADOS 
Anatel, Lei 9.472/97, art. 93, XV – o foro e o modo para solução extrajudicial 
das divergências contratuais. 
 
ANP, Lei 9.478/97, art. 43, X – as regras sobre solução de controvérsias, 
relacionadas com o contrato e sua execução, inclusive a conciliação e a 
arbitragem internacional; 
 CRITÉRIOS OBJETIVOS PARA CELEBRAÇÃO 
A Fazenda Pública, desde que haja previsão legal, pode autorizar seus procuradores a 
celebrarem acordo. Ressalta-se que é necessário que a lei fixe critérios objetivos, sob pena de violar 
o princípio da isonomia. 
Importante consignar que o Pacote Anticrime alterou o art. 17, §1º da Lei de Improbidade 
Administrativa, autorizando o acordo de não persecução cível. 
LIA Art. 17, 
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de 
não persecução cível, nos termos desta Lei. 
 LEI 13.140/2015 E A PREVISÃO DE MEIOS CONSENSUAIS PELA ADMINISTRAÇÃO 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 29 
 
Os artigos 32 a 40 da Lei de Mediação estabelecem que os entes federados poderão criar 
Câmaras de Mediação gerenciadas pela advocacia pública. 
Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar 
câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, no âmbito dos 
respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com competência 
para: 
I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio 
de composição, no caso de controvérsia entre particular e pessoa jurídica de 
direito público; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de 
conduta. 
§ 1º O modo de composição e funcionamento das câmaras de que trata 
o caput será estabelecido em regulamento de cada ente federado. 
§ 2º A submissão do conflito às câmaras de que trata o caput é facultativa e 
será cabível apenas nos casos previstos no regulamento do respectivo ente 
federado. 
§ 3º Se houver consenso entre as partes, o acordo será reduzido a termo e 
constituirá título executivo extrajudicial. 
§ 4º Não se incluem na competência dos órgãos mencionados no caput deste 
artigo as controvérsias que somente possam ser resolvidas por atos ou 
concessão de direitos sujeitos a autorização do Poder Legislativo. 
§ 5º Compreendem-se na competência das câmaras de que trata o caput a 
prevenção e a resolução de conflitos que envolvam equilíbrio econômico-
financeiro de contratos celebrados pela administração com particulares. 
 
Art. 33. Enquanto não forem criadas as câmaras de mediação, os conflitos 
poderão ser dirimidos nos termos do procedimento de mediação previsto na 
Subseção I da Seção III do Capítulo I desta Lei. 
Parágrafo único. A Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, onde houver, poderá instaurar, de ofício ou 
mediante provocação, procedimento de mediação coletiva de conflitos 
relacionados à prestação de serviços públicos. 
 
Art. 34. A instauração de procedimento administrativo para a resolução 
consensual de conflito no âmbito da administração pública suspende a 
prescrição. 
§ 1º Considera-se instaurado o procedimento quando o órgão ou entidade 
pública emitir juízo de admissibilidade, retroagindo a suspensão da prescrição 
à data de formalização do pedido de resolução consensual do conflito. 
§ 2º Em se tratando de matéria tributária, a suspensão da prescrição deverá 
observar o disposto na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código 
Tributário Nacional. 
 
Art. 35. As controvérsias jurídicas que envolvam a administração pública 
federal direta, suas autarquias e fundaçõespoderão ser objeto de transação 
por adesão, com fundamento em: 
I - autorização do Advogado-Geral da União, com base na jurisprudência 
pacífica do Supremo Tribunal Federal ou de tribunais superiores; ou 
II - parecer do Advogado-Geral da União, aprovado pelo Presidente da 
República. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 30 
 
§ 1º Os requisitos e as condições da transação por adesão serão definidos 
em resolução administrativa própria. 
§ 2º Ao fazer o pedido de adesão, o interessado deverá juntar prova de 
atendimento aos requisitos e às condições estabelecidos na resolução 
administrativa. 
§ 3º A resolução administrativa terá efeitos gerais e será aplicada aos casos 
idênticos, tempestivamente habilitados mediante pedido de adesão, ainda 
que solucione apenas parte da controvérsia. 
§ 4º A adesão implicará renúncia do interessado ao direito sobre o qual se 
fundamenta a ação ou o recurso, eventualmente pendentes, de natureza 
administrativa ou judicial, no que tange aos pontos compreendidos pelo 
objeto da resolução administrativa. 
§ 5º Se o interessado for parte em processo judicial inaugurado por ação 
coletiva, a renúncia ao direito sobre o qual se fundamenta a ação deverá ser 
expressa, mediante petição dirigida ao juiz da causa. 
§ 6º A formalização de resolução administrativa destinada à transação por 
adesão não implica a renúncia tácita à prescrição nem sua interrupção ou 
suspensão. 
 
Art. 36. No caso de conflitos que envolvam controvérsia jurídica entre órgãos 
ou entidades de direito público que integram a administração pública federal, 
a Advocacia-Geral da União deverá realizar composição extrajudicial do 
conflito, observados os procedimentos previstos em ato do Advogado-Geral 
da União. 
§ 1º Na hipótese do caput , se não houver acordo quanto à controvérsia 
jurídica, caberá ao Advogado-Geral da União dirimi-la, com fundamento na 
legislação afeta. 
§ 2º Nos casos em que a resolução da controvérsia implicar o reconhecimento 
da existência de créditos da União, de suas autarquias e fundações em face 
de pessoas jurídicas de direito público federais, a Advocacia-Geral da União 
poderá solicitar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a 
adequação orçamentária para quitação das dívidas reconhecidas como 
legítimas. 
§ 3º A composição extrajudicial do conflito não afasta a apuração de 
responsabilidade do agente público que deu causa à dívida, sempre que se 
verificar que sua ação ou omissão constitui, em tese, infração disciplinar. 
§ 4º Nas hipóteses em que a matéria objeto do litígio esteja sendo discutida 
em ação de improbidade administrativa ou sobre ela haja decisão do Tribunal 
de Contas da União, a conciliação de que trata o caput dependerá da 
anuência expressa do juiz da causa ou do Ministro Relator. 
 
Art. 37. É facultado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, suas 
autarquias e fundações públicas, bem como às empresas públicas e 
sociedades de economia mista federais, submeter seus litígios com órgãos 
ou entidades da administração pública federal à Advocacia-Geral da União, 
para fins de composição extrajudicial do conflito. 
 
Art. 38. Nos casos em que a controvérsia jurídica seja relativa a tributos 
administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ou a créditos 
inscritos em dívida ativa da União: 
I - não se aplicam as disposições dos incisos II e III do caput do art. 32; 
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 31 
 
II - as empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias 
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens 
ou de prestação de serviços em regime de concorrência não poderão exercer 
a faculdade prevista no art. 37; 
III - quando forem partes as pessoas a que alude o caput do art. 36: 
a) a submissão do conflito à composição extrajudicial pela Advocacia-Geral 
da União implica renúncia do direito de recorrer ao Conselho Administrativo 
de Recursos Fiscais; 
b) a redução ou o cancelamento do crédito dependerá de manifestação 
conjunta do Advogado-Geral da União e do Ministro de Estado da Fazenda. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta a competência do 
Advogado-Geral da União prevista nos incisos VI , X e XI do art. 4º da Lei 
Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993 , e na Lei nº 9.469, de 10 de 
julho de 1997 . (Redação dada pela Lei nº 13.327, de 2016) (Produção de 
efeito) 
 
Art. 39. A propositura de ação judicial em que figurem concomitantemente 
nos polos ativo e passivo órgãos ou entidades de direito público que integrem 
a administração pública federal deverá ser previamente autorizada pelo 
Advogado-Geral da União. 
 
Art. 40. Os servidores e empregados públicos que participarem do processo 
de composição extrajudicial do conflito, somente poderão ser 
responsabilizados civil, administrativa ou criminalmente quando, mediante 
dolo ou fraude, receberem qualquer vantagem patrimonial indevida, 
permitirem ou facilitarem sua recepção por terceiro, ou para tal concorrerem. 
 
Em relação à regra de confidencialidade, segundo Leonardo da Cunha “o que é confidencial 
não é o processo no qual se realiza a sessão de mediação ou de conciliação. É preciso que se 
divulguem sua existência e os atos nele praticados. O conteúdo das sessões de mediação ou de 
conciliação que é sigiloso. E deve ser mesmo; para que viabilize a autocomposição, as partes 
precisam ter a garantia de que tudo o que disserem não poderá servir para a defesa da parte 
contrária. O princípio da publicidade não tem a amplitude que fundamenta a destacada 
preocupação. Fosse assim, todas as reuniões realizadas por autoridades públicas deveriam ser 
públicas, devendo toda conversa, negociação, diálogo ser divulgado e publicizado. O conteúdo das 
sessões de mediação e conciliação é sigiloso, mas o resultado e a motivação da Administração 
Pública são públicos e devem ser divulgados. O processo judicial é público. Todos os atos são 
públicos. Mas as conversas, os debates, a negociação travada na sessão de mediação são 
confidenciais. Não obtida a autocomposição, segue o procedimento, todo público, mas as conversas 
não podem ser divulgadas, sob pena de inviabilizar qualquer negociação. Obtida a autocomposição, 
aí serão divulgados o resultado e a motivação do Poder Público. O que importa é o resultado: houve 
ou não autocomposição. Se não houve, é irrelevante saber o que se conversou. Se houve, devem 
ser divulgados o resultado e a motivação, como, aliás, está no enunciado 36 do Fórum Nacional do 
Poder Público. A sessão de mediação ou de conciliação é confidencial, tal como estabelece o art. 
30 da Lei 13.140, de 2015. Se as conversas ou informações forem registradas de algum modo e 
apresentadas em processo judicial ou arbitral, não devem ser admitidas (Lei 13.140/2015, art. 30, 
§ 2º). É ilícita a prova que atente contra a confidencialidade. Não estão abrigadas pela 
confidencialidade as informações relativas à ocorrência de crime de ação pública; a 
confidencialidade não afasta o dever de prestação de informações às autoridades fazendárias. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp73.htm#art4vi
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp73.htm#art4x
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp73.htm#art4xi
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp73.htm#art4xi
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9469.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13327.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13327.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13327.htm#art44
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CS – FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO 32 
 
Enfim, a confidencialidade é medida que se impõe durante as sessões de mediação e conciliação 
de que participa a Fazenda Pública.” 
 DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA

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