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ALMANAQUE DA 
ADVOCACIA PÚBLICA: 
ESTUDOS DE QUARENTENA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 João Pessoa/PB, junho 2020 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. CONCEITO DE FAZENDA PÚBLICA ................................................................... 15 
1 CONCEITO PROCESSUAL DE FAZENDA PÚBLICA ...................................... 16 
2 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 23 
 
2. PRERROGATIVAS DA FAZENDA PÚBLICA ....................................................... 24 
1 ASPECTOS INICIAIS .......................................................................................... 25 
2 PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DA FAZENDA PÚBLICA ......................... 26 
2.1. Aspectos gerais dos prazos e suas peculiaridades ............................................................26 
2.1.1. Dos prazos ..................................................................................................................26 
2.1.2. Da forma de aplicação dos prazos à Fazenda Pública .............................................27 
2.1.3. Da não aplicabilidade do prazo em dobro................................................................29 
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que 
concede prazo em dobro à Fazenda Pública. ...............................................................................31 
3 OUTRAS CARACTERÍSTICAS PROCESSUAIS ESPECÍFICAS ........................ 34 
3.1. Da intimação pessoal para Fazenda Pública .....................................................................35 
3.1.2. Intimação e prazo .............................................................................................................35 
3.1.2. Intimação pelo próprio advogado / negócio processual e intimação ..........................36 
3.2 Honorários advocatícios ..........................................................................................................36 
4 CONCLUSÃO: OUTROS INSTITUTOS ESPECÍFICOS ................................... 38 
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 39 
 
3. A FAZENDA PÚBLICA COMO AUTORA PROCESSUAL. PRINCIPAIS AÇÕES. 
ASPECTOS GERAIS ................................................................................................... 40 
1 ASPECTOS INICIAIS ........................................................................................... 41 
2 CONCEITO E ABRANGÊNCIA .......................................................................... 41 
3 REPRESENTAÇÃO JUDICIAL .......................................................................... 42 
4 A FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO .................................................................... 43 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 50 
 
4. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, CONTESTAÇÃO E REVELIA DA FAZENDA 
PÚBLICA ..................................................................................................................... 51 
1 AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ...................................................................... 52 
2 CONTESTAÇÃO ................................................................................................. 53 
 
 
3 REVELIA ............................................................................................................. 54 
4 BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 54 
 
5. INTERVENÇÃO ANÔMALA ................................................................................ 56 
1 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS .................................................................. 57 
2 NATUREZA JURÍDICA ...................................................................................... 58 
3 PROCEDIMENTO ............................................................................................... 61 
4 COMPETÊNCIA ................................................................................................. 62 
4.1. A Fazenda Pública como interveniente na causa .............................................................62 
4.2. Fazenda Publica como recorrente .........................................................................................63 
4.2.1. Processos em trâmite na justiça estadual ........................................................................63 
5 OBSERVAÇÕES .................................................................................................. 64 
5.1. Ação rescisória .........................................................................................................................64 
5.2. Mandado de segurança ...........................................................................................................64 
6 BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 65 
 
6. PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PODER PÚBLICO .............................................. 66 
1 CONCEITO ......................................................................................................... 67 
2 NATUREZA JURÍDICA ...................................................................................... 67 
3 LEGITIMADOS ................................................................................................... 67 
4 LEGISLAÇÃO PERTINENTE ............................................................................ 68 
5 APLICAÇÃO DO PEDIDO DE SUSPENSÃO .................................................... 70 
6 CONSIDERAÇÃO GENÉRICAS......................................................................... 70 
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 72 
 
7. TUTELA PROVISÓRIA CONTRA O PODER PÚBLICO ..................................... 73 
1 JURISDIÇÃO E TUTELA PROVISORIA ............................................................ 74 
2 TUTELA PROVISORIA ...................................................................................... 74 
3 TUTELA PROVISORIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA .............................. 75 
3.1 Das vedações legais ..................................................................................................................76 
3.2. Meios de impugnação contra a concessão de tutela provisória em face da Fazenda 
Pública .............................................................................................................................................80 
3.3 Estabilização da tutela satisfativa requerida em caráter antecedente contra a Fazenda 
Pública .............................................................................................................................................81 
3.4 Tutela de evidencia contra a Fazenda Pública. .......................................................................82 
 
 
 
8. PRESCRIÇÕES NAS AÇÕES QUE ENVOLVEM A FAZENDA PÚBLICA.......... 83 
1 ASPECTOS INICIAIS .......................................................................................... 84 
2 CONCEITO ......................................................................................................... 85 
3 NATUREZA JURÍDICA ...................................................................................... 85 
4 PRESCRIÇÕES NAS AÇÕES QUE ENVOLVEM A FAZENDA PÚBLICA ...... 86 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 89 
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 90 
 
9. DECADÊNCIA NAS AÇÕES QUE ENVOLVEM A FAZENDA PÚBLICA .......... 93 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 94 
2 ANÁLISE,PELO JUIZ, DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA EM FAVOR 
DA FAZENDA PÚBLICA ........................................................................................... 95 
3 PRAZO DA DECADÊNCIA EM FAVOR DA FAZENDA PÚBLICA ................. 96 
4 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 97 
 
10. REMESSA NECESSÁRIA...................................................................................... 98 
1 CONCEITO ......................................................................................................... 99 
2 NATUREZA JURÍDICA ...................................................................................... 99 
3 HIPÓTESES DE CABIMENTO ......................................................................... 99 
3.1 Prevista no CPC/2015 .............................................................................................................99 
3.1.1 Quando a sentença for “proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e as respectivas autarquias e fundações de direito público” ................................99 
3.1.2 Da “sentença que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução 
fiscal” ........................................................................................................................................ 100 
3.2 Casos especiais ....................................................................................................................... 101 
3.2.1 Decisão interlocutória de mérito proferida contra a Fazenda Pública ....................... 101 
3.2.2 Honorários de sucumbência .......................................................................................... 101 
3.2.3 Remessa necessária na ação popular ............................................................................. 102 
3.2.4 Remessa necessária na ação de improbidade administrativa e na ação civil pública . 102 
3.2.5 Remessa necessária em mandado de segurança ........................................................... 102 
3.2.6 Sentença proferida nos casos em que fazenda pública figura como assistente simples 
do réu ........................................................................................................................................ 103 
3.2.7 Remessa necessária e sentença arbitral ......................................................................... 103 
3.2.8 Remessa necessária e as decisões interlocutórias não agraváveis - aplicação do § 1º do 
art. 1.009 do CPC .................................................................................................................... 103 
4 PROCEDIMENTO ............................................................................................. 104 
5 HIPÓTESES DE DISPENSA DA REMESSA NECESSÁRIA ............................ 105 
 
 
6 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 106 
 
11. SISTEMA CONSTITUCIONAL DE PRECATÓRIOS ......................................... 108 
1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE PRECATÓRIOS ......................................... 109 
2 ORDEM E CRONOLOGIA ................................................................................ 109 
3 A NATUREZA DO CRÉDITO ........................................................................... 113 
3.1 Fracionamento ....................................................................................................................... 114 
4 PROCESSAMENTO DO PRECATÓRIO........................................................... 116 
5 SEQUESTRO ...................................................................................................... 120 
6 CORREÇÃO E JUROS DE MORA ..................................................................... 122 
7 ESTUDO DA ADI 4357 STF – PARTE 1 ............................................................. 124 
8 ESTUDO DA ADI 4357 STF – PARTE 2 ............................................................. 128 
8.1 RE 870.947 – Tema 810 ....................................................................................................... 128 
8.2 Jurisprudência do STJ – Tema 905 ...................................................................................... 129 
9 COMPENSAÇÃO, CESSÃO E FINANCIAMENTO .......................................... 133 
9.1 Compensação ......................................................................................................................... 133 
9.2 Cessão ..................................................................................................................................... 134 
9.3 Financiamento ....................................................................................................................... 135 
10 EC 94 E 99 E SISTEMA ESPECIAL ................................................................... 137 
10.1 EC 62 .................................................................................................................................... 137 
10.2 EC 94 e EC 99 ..................................................................................................................... 137 
11 RPV E LEI 13.463/17 ........................................................................................... 143 
12 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 146 
 
12. IMPUGNAÇÃO DE CUMPRIMENTO E PODER PÚBLICO ............................ 147 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 148 
2 LITISCONSÓRCIO ATIVO ............................................................................... 148 
3 INÍCIO DO PRAZO PARA IMPUGNAR (30 DIAS)........................................... 149 
4 DO EFEITO SUSPENSIVO DA IMPUGNAÇÃO .............................................. 149 
5 REJEIÇÃO LIMINAR DA IMPUGNAÇÃO ....................................................... 150 
6 DA RESPOSTA DO EXEQUENTE ................................................................... 151 
7 DO CONTEÚDO DA IMPUGNAÇÃO – ART. 535, CPC ................................... 152 
7.1 Da “falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia” 
(inciso I do art. 535 do CPC) ...................................................................................................... 153 
7.2 Da “ilegitimidade de parte” (inciso II do art. 535 do CPC) ............................................... 154 
 
 
7.3 Da “inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação” (inciso III do art. 535 do 
CPC) ............................................................................................................................................. 154 
7.4 Decisão fundada em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal (art. 535, § 5º do CPC) ................................................................................... 154 
7.5 Do “excesso de execução ou cumulação indevida de execuções” (inciso IV do art. 535 do 
CPC) ............................................................................................................................................. 156 
7.6 Da “incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução” (inciso V do art. 535 do 
CPC) ............................................................................................................................................. 158 
17.7 De “qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, 
compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da 
sentença” (inciso VI do art. 535 do CPC) ................................................................................. 159 
8 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 16013. EXECUÇÃO FISCAL............................................................................................ 161 
1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................ 162 
2 PROCEDIMENTO ............................................................................................. 163 
2.1. Termo de inscrição e certidão de dívida ativa .................................................................... 163 
2.2. Sujeito passivo ...................................................................................................................... 164 
2.3. Petição inicial ........................................................................................................................ 164 
2. 4 Citação e prazo para pagamento ......................................................................................... 165 
2. 5 Penhora e arresto .................................................................................................................. 166 
3 EMBARGOS À EXECUÇÃO .............................................................................. 168 
4 PEDIDO DE PARCELAMENTO ...................................................................... 169 
5 EXCEÇÃO DE PRE-EXECUTIVDADE ............................................................ 169 
6 PRESCRIÇÃO ..................................................................................................... 170 
7 RECURSOS ......................................................................................................... 172 
8 JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................ 172 
9 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 178 
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 178 
 
14. RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL NAS AÇÕES DA FAZENDA .................. 179 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................ 180 
2 CONCEITO ........................................................................................................ 180 
3 FUNDAMENTO................................................................................................. 181 
3.1 Hipóteses Constitucionais............................................................................................... 181 
3.2 Hipóteses Legais .................................................................................................................... 183 
4 NATUREZA JURÍDICA ..................................................................................... 184 
 
 
4.1 Cabimento nos tribunais e contra decisão do próprio tribunal ......................................... 185 
4.2 Decisão transitada em julgado .............................................................................................. 186 
5 PROCEDIMENTO ............................................................................................. 187 
6 LEGITIMIDADE ................................................................................................ 190 
6.1 Legitimidade ativa .................................................................................................................. 190 
6.2 Legitimidade passiva.............................................................................................................. 190 
7 INFORMATIVOS E ENUNCIADOS QUE TRATAM DA RECLAMAÇÃO ...... 191 
8 TÓPICO COBRANDO NA PROVA DA AGU 2015 – BANCA CESPE ............... 194 
9 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 195 
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 196 
 
15. MANDADO DE SEGURANÇA E FAZENDA PÚBLICA .................................... 198 
1 BREVE HISTÓRICO ......................................................................................... 199 
2 CONCEITO E FINALIDADE ............................................................................ 199 
3 NATUREZA JURÍDICA E OBJETO .................................................................. 199 
4 ESPÉCIES DE MANDADO DE SEGURANÇA ................................................. 200 
5 FORMAS DE TUTELA....................................................................................... 200 
6 DIREITO LÍQUIDO E CERTO ......................................................................... 201 
7 AUTORIDADE PÚBLICA E O ATO ILEGAL OU ABUSO DE PODER .......... 201 
8 PRAZO DE IMPETRAÇÃO ............................................................................... 202 
9 MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO LEGISLATIVO ...................... 203 
10 MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL .............................. 203 
11 MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DISCIPLINAR E POR 
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIO .............................................................................. 203 
12 PARTES NO MANDADO DE SEGURANÇA .................................................... 204 
13 COMPETÊNCIA ................................................................................................ 205 
14 PROCEDIMENTO ............................................................................................. 205 
15 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO...................................................... 207 
16 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 209 
 
16. AÇÃO POPULAR E FAZENDA PÚBLICA .......................................................... 210 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 211 
2 CONCEITO ........................................................................................................ 211 
3 OBJETO .............................................................................................................. 211 
4 COMPETÊNCIA ................................................................................................ 212 
5 LEGITIMIDADE ATIVA .................................................................................... 213 
 
 
6 LEGITIMIDADE PASSIVA ................................................................................ 214 
7 PESSOA JURÍDICA INTERESSADA ................................................................. 214 
8 ASPECTOS PROCEDIMENTAIS ...................................................................... 215 
8.1 Petição inicial ......................................................................................................................... 215 
8.2 Documentação pertinente .................................................................................................... 216 
8.3 Citação .................................................................................................................................... 216 
8.4 Prazo de defesa ...................................................................................................................... 216 
8.7 Sentença ................................................................................................................................. 217 
8.8 Coisa julgada .......................................................................................................................... 217 
8.9 Remessa necessária ................................................................................................................ 218 
8.10 Recursos ............................................................................................................................... 219 
8.11 Cumprimento de sentença .................................................................................................. 219 
9 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................219 
 
17. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E FAZENDA 
PÚBLICA ................................................................................................................... 221 
1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................ 222 
2 PARALELO ENTRE ACP E LIA ....................................................................... 223 
3 ESPÉCIES DE ATO DE IMPROBIDADE ......................................................... 223 
4 COMPETÊNCIA ................................................................................................ 228 
5 LEGITIMIDADE ATIVA .................................................................................... 229 
6 LEGITIMIDADE PASSIVA ................................................................................ 229 
7 PROCEDIMENTO ............................................................................................. 229 
8 PRESCRIÇÃO ..................................................................................................... 231 
9 JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................ 232 
10 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 235 
11 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 235 
 
18. DESAPROPRIAÇÃO DO PODER PÚBLICO ..................................................... 237 
1 ASPECTOS INICIAIS ......................................................................................... 238 
1.1 Pontos mais importantes ...................................................................................................... 238 
1.2 Legislação ............................................................................................................................... 238 
1.3 Etiqueta mental ...................................................................................................................... 238 
2 DIREITO DE PROPRIEDADE E FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS .. 238 
3 MODALIDADES DE INTERVENÇÃO E CONCEITO DE DESAPROPRIAÇÃO
 239 
 
 
4 OBJETO .............................................................................................................. 239 
5 DESAPROPRIAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ..................................................... 240 
6 PRESSUPOSTOS ................................................................................................ 240 
7 HIPÓTESES DE DESAPROPRIAÇÃO .............................................................. 241 
7.1 Desapropriação comum ........................................................................................................ 241 
7.2 Desapropriação especial urbana ........................................................................................... 241 
7.3 Desapropriação especial rural ............................................................................................... 243 
7.4 Desapropriação confisco ...................................................................................................... 243 
8 PROCEDIMENTO DA DESAPROPRIAÇÃO ................................................... 244 
8.1 Legislação ............................................................................................................................... 244 
8.2 Competência na desapropriação .......................................................................................... 244 
8.3 Fases do procedimento ......................................................................................................... 246 
8.3.1 Fase declaratória ............................................................................................................. 246 
8.3.2 Fase executória ............................................................................................................... 247 
9 AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO ......................................................................... 247 
9.1 Jurisdição e cognição judicial na desapropriação (aula disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=l3whenE9fi4) ............................................................... 247 
9.2 Imissão provisória na posse .................................................................................................. 248 
9.3 Desistência da desapropriação.............................................................................................. 249 
9.4 Sentença ................................................................................................................................. 249 
10 VALORES ACESSÓRIOS NA DESAPROPRIAÇÃO .......................................... 250 
10.1 Correção monetária ............................................................................................................. 250 
10.2 Juros compensatórios (aula disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=zys0SkqG8mI) ............................................................. 250 
10.3 Juros moratórios .................................................................................................................. 251 
10.4 Honorários advocatícios ..................................................................................................... 251 
11 AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO RURAL ........................................................... 252 
12 DESAPROPRIAÇÕES DIFERENCIADAS ........................................................ 254 
12.1 Desapropriação privada ...................................................................................................... 254 
12.2 Desapropriação indireta ...................................................................................................... 254 
13 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS NA DESAPROPRIAÇÃO ..................................... 256 
13.1 Direito de extensão ............................................................................................................. 256 
13.2 Tredestinação e retrocessão ................................................................................................ 257 
14 DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA ...................................................................... 258 
15 DESAPROPRIAÇÃO POR DOMÍNIO ÚTIL ..................................................... 259 
16 SÚMULAS SOBRE DESAPROPRIAÇÃO ........................................................... 259 
 
 
17 COMO O ASSUNTO FOI COBRADO EM PROVAS: ........................................ 260 
17.1 Objetivas .............................................................................................................................. 260 
17.2 Subjetivas.............................................................................................................................. 266 
18 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 267 
 
19. APELAÇÃO E PODER PÚBLICO ....................................................................... 268 
1 CONCEITO ........................................................................................................ 269 
2 CABIMENTO ..................................................................................................... 269 
3 APELAÇÃO COMO MEIO DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS ............................................................................................... 269 
4 EFEITOS DA APELAÇÃO ................................................................................. 269 
5 PROCEDIMENTO NA APELAÇÃO ................................................................. 270 
6 PRESSSUPOSTOS DE ADMISIBILIDADE ....................................................... 271 
6.1 TEMPESTIVIDADE ........................................................................................................... 271 
6.2 PREPARO .............................................................................................................................271 
7 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO DE APELAÇÃO ................... 272 
8 JURISPRUDÊNCIA EM DESTAQUE ............................................................... 273 
9 DAS ATRIBUIÇÕES DO RELATOR NA APELAÇÃO ...................................... 274 
10 TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO................................................ 274 
11 JURISPRUDÊNCIA EM DESTAQUE ............................................................... 275 
12 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 275 
 
20. RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO E PODER PÚBLICO ............ 276 
1 RECURSO EXTRAORDINÁRIO ....................................................................... 277 
1.1 Cabimento .............................................................................................................................. 277 
1.1.1 Pressupostos genéricos cumulativos ............................................................................. 277 
1.1.1.1 Decisão de única ou última instância ..................................................................... 277 
1.1.1.2 Prequestionamento .................................................................................................. 277 
1.1.1.3 Repercussão geral .................................................................................................... 278 
1.2 Requisitos específicos ............................................................................................................ 281 
1.2.1. Decisão que contrariar dispositivo constitucional (art. 102, III, a CF). .................... 281 
1.2.2 Decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal (art. 102, III, b, 
CF) – RExt e o controle difuso de constitucionalidade ....................................................... 282 
1.2.3 Decisão que julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição 
Federal (art. 102, III, c, CF) .................................................................................................... 282 
 
 
1.2.4 Decisão que julgar válida lei de governo local contestado em face de lei federal (art. 
102, III, d, CF). ........................................................................................................................ 282 
1.3 Jurisprudência ........................................................................................................................ 282 
2 RECURSO ESPECIAL ........................................................................................ 285 
2.1 Cabimento .............................................................................................................................. 285 
2.1.1 Pressupostos cumulativos .............................................................................................. 285 
2.1.1 Decisão de única ou última instância ........................................................................ 285 
2.1.2. Decisão proferida por tribunal ................................................................................. 285 
2.1.3 Prequestionamento ..................................................................................................... 286 
2.2 Pressupostos alternativos ...................................................................................................... 287 
2.2.1. Decisão que contrariar ou negar vigência a tratado ou lei federal (art. 105, III, a CF).
 ................................................................................................................................................... 287 
2.2.2 Decisão que julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal (Art. 
105, III, b, CF). ........................................................................................................................ 287 
2.2.3 Decisão que der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro 
tribunal (Art. 105, III, c, CF). ................................................................................................. 287 
2.3 Jurisprudência ........................................................................................................................ 288 
3 ASPECTOS COMUNS ........................................................................................ 290 
3.1 Tempestividade. Dispensa de preparo. Procedimento ....................................................... 290 
3.1.1 Interposição .................................................................................................................... 291 
3.1.2 Dissídio jurisprudencial e comprovação ....................................................................... 291 
3.2 Admissibilidade ...................................................................................................................... 291 
3.3 Hipóteses de cabimento e mérito – conflito ....................................................................... 293 
3.4 Efeitos dos recursos federais ................................................................................................ 294 
3.4.1 Efeito devolutivo ............................................................................................................ 294 
3.4.2 Efeito suspensivo ............................................................................................................... 295 
4 JULGAMENTO POR AMOSTRAGEM .............................................................. 295 
4.1 Cabimento .............................................................................................................................. 295 
6.2 Instauração ............................................................................................................................. 295 
6.3 Suspensão dos processos que versem sobre a mesma controvérsia jurídica .................... 296 
6.4 Procedimento ......................................................................................................................... 299 
6.5 Eficácia ultra partes e vinculante do julgamento ................................................................ 301 
5 PRÁTICA ............................................................................................................ 302 
5.1 Estrutura do REsp/RExt ..................................................................................................... 302 
6 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 303 
 
 
 
21. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NAS AÇÕES DA 
FAZENDA ................................................................................................................. 305 
1 CONCEITO ........................................................................................................ 306 
2 REQUISITOS...................................................................................................... 306 
2.1 Direito civil (Lei 10.406/2002) ............................................................................................. 306 
2.2 Direito do consumidor (Lei 8.078/90) ................................................................................ 307 
2.3 Direito tributário (Lei 5.172/66) .......................................................................................... 307 
2.4. Direito econômico (Lei 12.529/2011) ................................................................................ 307 
2.5. Direito ambiental (Lei 9.605/1998) .................................................................................... 307 
2.6. Direito do trabalho (Decreto-Lei 5.452/43) ...................................................................... 307 
3 REGULAMENTO PROCESSUAL ..................................................................... 308 
3.1. Cabimento .............................................................................................................................308 
3.2. Legitimados ........................................................................................................................... 308 
3.3 Procedimento ......................................................................................................................... 308 
4 JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................ 308 
4.1. Direito civil ........................................................................................................................... 308 
4.2. Direito processual civil ......................................................................................................... 312 
5 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. 313 
 
22. PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DA FAZENDA PÚBLICA NA JUSTIÇA DO 
TRABALHO .............................................................................................................. 315 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 316 
2 FAZENDA PÚBLICA ......................................................................................... 316 
2.1 Isonomia material e formal ................................................................................................... 317 
2.2 Prerrogativas processuais ...................................................................................................... 318 
2.3 Interpretação e alcance das prerrogativas ............................................................................ 320 
3 As prerrogativas processuais da Fazenda Pública na Justiça do Trabalho ............ 320 
3.1 Formas de comunicação dos atos processuais trabalhistas ................................................ 321 
3.2 Recursos ................................................................................................................................. 321 
4 JURISPRUDÊNCIA SOBRE O TEMA ............................................................... 321 
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 322 
 
23. TERCEIRIZAÇÃO E PODER PÚBLICO ........................................................... 323 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 324 
2 TERCEIRIZAÇÃO NO ÂMBITO DO PODER PÚBLICO ................................ 325 
 
 
3 RESPONSABILIDADE DO ENTE PÚBLICO ANTE A TERCEIRIZAÇÃO 
ILÍCITA ..................................................................................................................... 327 
4 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 329 
 
24. CONTESTAÇÃO DO PODER PÚBLICO NA JUSTIÇA DO TRABALHO ........ 330 
1 ASPECTOS GERAIS ........................................................................................... 331 
2 CONTESTAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO ........................................ 332 
3 PRAZO ................................................................................................................ 332 
4 REVELIA ............................................................................................................ 333 
5 PRELIMINARES ................................................................................................ 334 
6 MÉRITO ............................................................................................................. 335 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 336 
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 336 
 
25. RECURSO ORDINÁRIO DO PODER PÚBLICO NA JUSTIÇA DO TRABALHO
 ................................................................................................................................... 337 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 338 
2 CONCEITO E CABIMENTO ............................................................................ 338 
3 JUÍZO DE RETRATAÇÃO ................................................................................. 339 
4 EFEITOS ............................................................................................................ 339 
5 PROCEDIMENTO NO RITO ORDINÁRIO .................................................... 339 
6 PRIVILÉGIOS DA FAZENDA PÚBLICA NO RECURSO ORDINÁRIO ......... 339 
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 340 
 
26. RECURSO DE REVISTA DO PODER PÚBLICO NA JUSTIÇA DO TRABALHO
 ................................................................................................................................... 341 
1 NATUREZA DO RECURSO DE REVISTA ....................................................... 342 
2 COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO .......................................................... 342 
3 CABIMENTO ..................................................................................................... 343 
4 PRESSUPOSTOS RECURSAIS ESPECÍFICOS ................................................. 347 
4.1 Prequestionamento ................................................................................................................ 347 
4.2 Transcendência ...................................................................................................................... 351 
4.3 Necessidade de impugnar todos os fundamentos do acórdão recorrido .......................... 353 
4.4 Ausência de jurisprudência contrária à tese de revista........................................................ 354 
5 SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE FATOS E PROVAS ......... 354 
6 RECURSOS DE REVISTA REPETITIVOS ....................................................... 355 
 
 
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 355 
 
27. JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE E PODER PÚBLICO. PRINCIPAIS DECISÕES 
JURISPRUDÊNCIAIS ............................................................................................... 357 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 358 
2 RESERVA DO POSSÍVEL .................................................................................. 358 
3 JULGADOS SOBRE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO 
ÂMBITO DA SAÚDE ................................................................................................ 360 
4 RESPONSABILIDADE DOS ENTES PÚBLICOS ............................................ 361 
5 FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS NÃO CONTIDOS NA LISTA DO 
SUS 361 
6 FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS NÃO REGISTRADOS PELA A 
ANVISA ...................................................................................................................... 363 
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 364 
 
28. MEDIDA CAUTELAR FISCAL ........................................................................... 365 
1 ASPECTOS INICIAIS ......................................................................................... 366 
2 CONCEITO ........................................................................................................ 366 
3 NATUREZA JURÍDICA ..................................................................................... 366 
4 PROCEDIMENTO ............................................................................................. 367 
4.1 Legitimados passivos ............................................................................................................. 368 
4.2 Requisitos da petição inicial e competência ........................................................................368 
5 CONSIDERAÇÕES GENÉRICAS ..................................................................... 369 
6 POSICIONAMENTO JURISPRUDENCIAL ..................................................... 370 
7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 372 
8 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 372
 
 
15 
 
 
CONCEITO DE FAZENDA PÚBLICA 
 
 
 
 
1. CONCEITO DE FAZENDA 
PÚBLICA 
 
 
 
 
 
ALMANAQUE DA ADVOCACIA PÚBLICA por Ubirajara 
Casado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em quarentena, João Pessoa/ PB, 10 de junho de 2020 
 
 
16 
 
1 CONCEITO PROCESSUAL DE FAZENDA PÚBLICA 
Chamo de conceito processual justamente porque, para que se tenha ideia da utilização 
racional da expressão, necessário se faz analisar que o termo Fazenda Pública não se confunde 
com o conceito de Administração seja em sentido subjetivo, seja em sentido objetivo. O nome 
Fazenda relaciona-se às finanças, dinheiro, Erário que, ao final, é quem sofre as consequências 
econômicas decorrentes de eventuais condenações processuais. A expressão foi utilizada nos 
códigos processuais de 1939, 1973 e é trinta e cinco vezes repetida no de 2015, razão pela qual o 
termo é consagrado na doutrina e na legislação. 
O renomado José dos Santos Carvalho Filho disse: 
Em algumas espécies de demanda, as pessoas de direito público têm sido nominadas de 
Fazenda Pública, e daí expressões decorrentes, como Fazenda Federal, Fazenda Estadual e 
Fazenda Municipal. Trata-se de mera praxe forense, usualmente explicada pelo fato de que o 
dispêndio com a demanda é debitado ao Erário da respectiva pessoa. Entretanto, Fazenda 
Pública igualmente não é pessoa jurídica, de modo que, encontrando-se tal referência no 
processo, deverá ela ser interpretada como indicativa de que a parte é a União, o Estado, o 
Município e, enfim, a pessoa jurídica a que se referir a Fazenda1. 
Assim, Fazenda Pública é a expressão que se emprega sempre que a pessoa jurídica de 
direito público estiver ocupando o polo de uma ação judicial. Entende-se, por pessoa jurídica de 
direito público as que integram a Administração Pública Direta e Indireta, com exceções, dos 
entes federados, de forma que não temos como deixar de analisar o art. 4º do Decreto-lei nº 
200/1967 que organiza a Administração Federal, vejamos: 
 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
 
I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa 
da Presidência da República e dos Ministérios. 
 
II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas 
de personalidade jurídica própria: 
 
a) Autarquias; 
 
b) Empresas Públicas; 
 
c) Sociedades de Economia Mista. 
 
d) Fundações Públicas. 
 
 
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 22. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 
2009. p. 1044. 
 
 
17 
 
Assim, pelo modelo do Decreto-lei nº 200/1967, pode-se concluir que a Administração 
Direta compreende a União, os Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios bem como 
todos os órgãos que compõem essa estrutura, contudo, referidos órgãos não são dotados de 
personalidade jurídica, justamente por isso que não se admite o ingresso de ação judicial para 
demandar contra o Ministério do Planejamento ou a Secretaria de Saúde de determinado Estado 
ou Município. 
Em legislação mais atual, o Código Civil em seu artigo 41, diz que as pessoas jurídicas de 
direito público interno são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, os Municípios, 
as autarquias, inclusive as associações públicas e as demais entidades de caráter público criadas 
por lei. 
Por Administração Indireta entende-se tratar das autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista. Contudo, as empresas públicas e sociedades 
de economia mista representam justamente as pessoas jurídicas dotadas de personalidade de 
direito privado. 
Se Fazenda Pública é a pessoa jurídica de direito público em juízo, por óbvio, temos que 
afastar do conceito processual as empresas públicas e sociedades de economia mista. Assim, 
adverte o Leonardo Carneiro da Cunha2 quando diz: 
À evidência, estão excluídos do conceito de Fazenda Pública as sociedades de economia mista 
e as empresas públicas. Embora integrem a Administração Pública indireta, não ostentam 
natureza de direito público, revestindo-se da condição de pessoa jurídica de direito privado, a 
cujo regime estão subordinadas. Então, quando se alude à Fazenda Pública, na expressão não 
estão inseridas as sociedades de economia mista nem as empresas públicas, sujeitas que são ao 
regime geral das pessoas jurídicas de direito privado. 
Nos termos da Constituição Federal, as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado (art. 173, 
parágrafo 2º, CF/88). Assim, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, por exemplo, não 
integram o conceito de Fazenda Pública e não podem lançar mão das prerrogativas processuais 
das pessoas jurídicas de direito público. 
Por “demais entidades de caráter público criadas por lei” citadas no art. 41 do Código 
Civil, podemos incluir as Agências Reguladoras e Agências Executivas, as quais são verdadeiras 
autarquias, razão pela qual integram o conceito de Fazenda Pública. 
Percebe-se que o que distingue, nitidamente, a pessoa jurídica que integra o conceito de 
Fazenda Pública é a sua natureza pública, dessa natureza decorre a vinculação e com ela todas as 
 
2 CUNHA, Leonardo José Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo.7. ed. São Paulo: Dialética, 2009. p. 18. 
 
 
18 
 
prerrogativas que carregam referidos entes em juízo. Não há nenhum ato adicional, processual 
ou não, para a possibilidade de utilização dessas prerrogativas. 
Assim, teríamos o seguinte: 
Fazenda Pública 
Integram o conceito processual Não integram o conceito processual 
Pessoa jurídica de direito público Pessoa jurídica de direito privado 
União; 
Estados, Distrito Federal e Territórios; 
Municípios; 
Autarquias; 
Fundações Públicas; 
ECT (STF, ACO-QO 765 RJ). 
Empresas públicas; 
Sociedades de Economia Mista. 
 
Há, contudo, uma exceção legal. Veja o art. 12 do Decreto-lei nº 09/1969: “Art. 12 – A 
ECT gozará de isenção de direitos de importação de materiais e equipamentos destinados aos 
seus serviços, dos privilégios concedidos à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade 
tributária, direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no 
concernente a foro, prazos e custas processuais.” 
Perceba que esse dispositivo legal concede à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
as mesmas prerrogativas inerentes à Fazenda Pública, assim temos uma empresa pública que 
integra o conceito de Fazenda Pública. Veja que há conflito normativo entre o disposto no art. 
173, parágrafo 2º, CF/88 com o art. 12 do Decreto-lei nº 09/1969, já que a Constituição impede 
que a empresa pública tenha privilégios não extensivos ao setor privado. 
A questão foi decidida, em último grau, pelo Supremo Tribunal Federal3 assim: 
1. A prestação do serviço postal consubstancia serviço público [art. 175 da CB/88]. A Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos é uma empresa pública, entidade da Administração Indireta 
da União, como tal tendo sido criada pelo decreto-lei nº 509, de 10 de março de 1969. 
2. O Pleno do Supremo Tribunal Federal declarou, quando do julgamento do RE 220.906, 
Relator o Ministro MAURÍCIO CORRÊA, DJ 14.11.2002, à vista do disposto no artigo 6o do 
decreto-lei nº 509/69, que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é “pessoa jurídica 
equiparada à Fazenda Pública, que explora serviço de competência da União“.(CF, artigo 21, 
X). 
 
3 ACO-QO 765 RJ, Trbunal Pleno, MinistroMarco Aurélio, DJe-211 DIVULG 06-11-2008 PUBLIC 07-11-2008 
EMENT VOL-02340-01 PP-00141. 
 
 
19 
 
O STF, com isso, entende recepcionado pela CF/88 o art. 12 do Decreto-lei nº 09/1969 
permitindo com que a ECT, embora empresa pública, seja considerada pessoa jurídica de direito 
público, tenha prerrogativas de Fazenda Pública e se submeta ao regime de precatórios4. 
Sobre o regime de precatórios e empresa pública, importante destacar a decisão do STF, 
1ª Turma, no RE 627242 AgR5 que explicita “embora, em regra, as empresas estatais estejam 
submetidas ao regime das pessoas jurídicas de direito privado, a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal é no sentido de que “entidade que presta serviços públicos essenciais de 
saneamento básico, sem que tenha ficado demonstrado nos autos se tratar de sociedade de 
economia mista ou empresa pública que competiria com pessoas jurídicas privadas ou que teria 
por objetivo primordial acumular patrimônio e distribuir lucros. Nessa hipótese, aplica-se o 
regime de precatórios” (RE 592.004, Rel. Min. Joaquim Barbosa). 2. É aplicável às companhias 
estaduais de saneamento básico o regime de pagamento por precatório (art. 100 da Constituição), 
nas hipóteses em que o capital social seja majoritariamente público e o serviço seja prestado em 
regime de exclusividade e sem intuito de lucro. 3. Provimento do agravo regimental e do recurso 
extraordinário.” 
A informação sobre a excepcionalidade da ECT é relevante para as provas objetivas e 
especialmente se o candidato estiver prestando concurso para o cargo de advogado da ECT já 
que, em termos processuais, sua atuação se assemelhará a dos procuradores das demais pessoas 
jurídicas de direito público que integram o conceito de Fazenda Pública, inclusive no processo do 
trabalho6. 
Perceba-se, em última análise, que a ECT presta serviço público essencial e, portanto, foi 
integrada ao conceito de Fazenda Pública, contudo, essa matemática não funciona de forma 
automática a permitir que, por exemplo, Estados e Municípios criem empresas públicas 
prestadoras de serviço público essencial com prerrogativas inerentes à Fazenda Pública. O caso 
da ECT é exceção isolada que não serve de parâmetro reprodutor para Estados, Distrito Federal 
e Municípios, não obstante, o STF tenha entendido estender o regime de precatórios as empresas 
públicas quando o capital social seja majoritariamente público e o serviço seja prestado em regime 
de exclusividade e sem intuito de lucro. 
A jurisprudência, portanto, nos força a atualizar o quadro de integrantes do conceito 
processual de Fazenda Pública além de destacar a hipótese na qual as empresas públicas gozam 
do regime de precatórios: 
 
4 “Os bens, as rendas e os serviços da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos são impenhoráveis, e a execução 
deve observar o regime de precatórios. 2. Nas comarcas onde não há Vara da Justiça Federal, os Juízes Estaduais são 
competentes para apreciar a execução fiscal.” RE 393032 AgR, 1ª Turma, Min. Cármen Lúcia, 27/10/2009. 
5 RE 627242 AgR, 1ª Turma, Min. Marco Aurélio, 02/05/2017. 
6 PROC. Nº TST-RR-782/2002-411-04-00.1. 
 
 
20 
 
Fazenda Pública 
Integram o conceito processual Não integram o conceito processual 
Pessoa jurídica de direito público Pessoa jurídica de direito privado 
União; 
Estados, Distrito Federal e Territórios; 
Municípios; 
Autarquias; 
Fundações Públicas; 
ECT (STF, ACO-QO 765 RJ). 
Empresas públicas; 
Sociedades de Economia Mista. 
 
Gozam da prerrogativa de precatórios da Fazenda Pública 
As empresas públicas quando o capital social seja majoritariamente público e o serviço seja 
prestado em regime de exclusividade e sem intuito de lucro. 
RE 627242 AgR, 1ª Turma, Min. Marco Aurélio, 02/05/2017. 
 
Um ponto que sempre é levantado quando se trata do conceito de Fazenda Pública é 
sobre a Ordem dos Advogados do Brasil, é natural a curiosidade sobre a possibilidade ou não do 
uso das prerrogativas inerentes às pessoas jurídicas de direito público. 
Como já vimos, é a natureza jurídica de direito público, com exceção da ECT, que 
determina o ingresso da pessoa jurídica no conceito de Fazenda Pública. Nesses termos, é 
necessário indagar qual a natureza jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil. 
O STF respondeu essa indagação quando do julgamento da ADI 3026. Nela, o STF foi 
levado a decidir se os quadros administrativos da OAB deviam ser preenchidos somente mediante 
concurso público. Para adentrar na análise dessa exigência o Supremo teve, necessariamente, que 
definir a natureza jurídica da Ordem. Assim disse a Suprema Corte7: 
Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública 
Direta e Indireta. 
A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço 
público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no 
direito brasileiro. 
A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como 
“autarquias especiais” para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas 
“agências”. 
 
7 ADI 3026 DF, Tribunal Pleno, Min. Eros Grau, DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-00478, 8 de 
Junho de 2006. 
 
 
21 
 
Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a 
controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação 
é formal e materialmente necessária. 
A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função 
constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da 
Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e 
seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão 
público. 
Resta claro que o STF entendeu ter a OAB natureza jurídica sui generis, considerando-a 
única e especial eis que suas atividades não se restringem à esfera corporativa, mas alcançam feição 
institucional. Para o STF, a OAB não se sujeita ao controle do TCU nem à exigência 
constitucional do concurso público para provimento de cargos. Não sendo pessoa jurídica de 
direito público, não integra o conceito de Fazenda Pública para fins processuais. Por fim, é sempre 
bom lembrar que a OAB possui suas causas julgadas pela Justiça Federal nos termos do art. 58, § 
8º da Lei nº 9.649/1998. 
Até o fechamento do presente post, pende de análise no STF a ADI 5367, apensa a ADC 
36, por meio da qual o Ministério Público Federal quer ver declarada inconstitucional norma que 
permite com que os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas admitam pessoas sem 
a necessidade de realizar concurso público. No julgamento, a exemplo do que aconteceu com a 
OAB na ADI 3026, o Supremo terá que necessariamente firmar a natureza jurídica dos conselhos 
de fiscalização profissional para decidir sobre a obrigatoriedade ou não do concurso. De todo 
modo, embora pendente de julgamento, é preciso analisar a manifestação da Advocacia-Geral da 
União que defende a natureza jurídica de autarquias peculiares aos conselhos de fiscalização de 
profissões regulamentadas, ou seja, “alheias à estrutura da Administração Pública indireta, 
sobretudo em razão da ausência de vinculação e de supervisão ministerial8 
Assim, forçoso concluir que se estão os conselhos de fiscalização de profissões 
regulamentadas alheios à estrutura da Administração Pública Indireta, não integram o conceito 
de Fazenda Pública para fins processuais. 
Mais uma vez, completemos nosso quadro que sintetiza as pessoas que integram o 
conceito processual de Fazenda Pública: 
Fazenda Pública 
Integram o conceito processual Não integram o conceito processual 
Pessoa jurídica de direito público Pessoa jurídica de direito privado 
União; Empresas públicas; 
 
8 Retirado do Parecer do Ministério Público Federal No 155.397/2016-AsJConst/SAJ/PGRna ADI 5367. 
 
 
22 
 
Estados, Distrito Federal e Territórios; 
Municípios; 
Autarquias; 
Fundações Públicas; 
ECT (STF, ACO-QO 765 RJ). 
Sociedades de Economia Mista; 
OAB (natureza jurídica sui generis – ADI 
3026, STF); 
Conselhos de fiscalização de profissões 
regulamentadas (ADI 5367, pendente de 
julgamento, mas segundo manifestação da 
AGU na ADI são autarquias peculiares 
alheias à estrutura da Administração Pública 
indireta). 
 
Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas (ADI 5367, pendente de 
julgamento, mas segundo manifestação da AGU na ADI são autarquias peculiares alheias à 
estrutura da Administração Pública indireta). 
Encerro o post com uma curiosidade sobre o nome “Fazenda” na seara processual. No 
caso da União, como veremos a seguir, a representação processual se dá de forma bifurcada, ou 
seja, as causas que envolvem matéria fiscal, nos termos da Lei Complementar 73/93, são de 
atribuição da Procuradoria da Fazenda Nacional e as demais, residualmente, são de atribuição dos 
Procuradoria-Geral da União a cargo dos Advogados da União. 
Ora, imagine, por exemplo, que João, militar, ingressa com a ação judicial para discutir 
duas situações de decorrem da sua situação de saúde: a. sua reforma militar; e b. a isenção de 
imposto de renda. Percebe-se que para a situação a, a representação da União se dá por meio de 
um Advogado da União (PGU), enquanto que para a situação b a representação da União se dá 
por meio de um Procurador da Fazenda Nacional (PGFN), assim, a representação da União, na 
mesma ação, se dará por duas contestações, cada qual assinada pelo procurador competente e 
discutindo apenas a situação que lhe cabe representar nos termos da Lei Complementar 73/93. 
A curiosidade está justamente no fato de que, ao nominar as partes do processo, a Justiça 
Federal tem o costume de informar UNIÃO para os processos representados pelos Advogados 
da União e FAZENDA NACIONAL para os processos representados pelos Procuradores da 
Fazenda Nacional. Assim, na situação hipotética apresentada, embora haja um único réu na ação, 
temos duas denominações para a União, a UNIÃO em si e a FAZENDA NACIONAL, 
obviamente, cada qual sendo devidamente e pessoalmente intimado dos atos processuais para a 
devida manifestação nos termos do art. 183 do CPC/2015. 
Assim, da próxima vez que se deparar com processo judicial cuja parte seja a FAZENDA 
NACIONAL, saiba tratar-se da União sendo representada pela PGFN em matéria fiscal. 
 
 
23 
 
2 REFERÊNCIAS 
[1] CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 22. ed. Rio de 
Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 1044. 
[2] CUNHA, Leonardo José Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo.7. ed. São Paulo: Dialética, 
2009. p. 18. 
[3] ACO-QO 765 RJ, Trbunal Pleno, Ministro Marco Aurélio, DJe-211 DIVULG 06-11-2008 
PUBLIC 07-11-2008 EMENT VOL-02340-01 PP-00141. 
[4] “Os bens, as rendas e os serviços da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos são 
impenhoráveis, e a execução deve observar o regime de precatórios. 2. Nas comarcas onde não 
há Vara da Justiça Federal, os Juízes Estaduais são competentes para apreciar a execução fiscal.” 
RE 393032 AgR, 1ª Turma, Min. Cármen Lúcia, 27/10/2009. 
[5] RE 627242 AgR, 1ª Turma, Min. Marco Aurélio, 02/05/2017. 
[6] PROC. Nº TST-RR-782/2002-411-04-00.1. 
[7] ADI 3026 DF, Tribunal Pleno, Min. Eros Grau, DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-
02249-03 PP-00478, 8 de Junho de 2006. 
[8] Retirado do Parecer do Ministério Público Federal No 155.397/2016-AsJConst/SAJ/PGR na 
ADI 5367. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRERROGATIVAS DA FAZENDA PÚBLICA 
 
 
 
 
2. PRERROGATIVAS DA 
FAZENDA PÚBLICA 
 
 
 
 
ALMANAQUE DA ADVOCACIA PÚBLICA por Lilian 
Poliane Nunes e Luciana Patrícia de Andrade Amorim 
Madruga 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quarentena - João Pessoa/ PB, 10 de abril de 2020
 
 
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1 ASPECTOS INICIAIS 
 Por: Luciana Amorim 
A Fazenda Pública ostenta condição diferenciada das demais pessoas físicas ou 
jurídicas de direito privado, em razão da própria atividade de tutelar o interesse público. 
Quando em juízo, por atuar no processo, em virtude da existência de interesse público, está 
defendendo o erário e para que possa, contudo, atuar de maneira melhor e mais ampla 
possível, é preciso que se lhe confiram condições necessárias e suficientes para tanto. 
Dessa feita, as “vantagens” processuais conferidas à Fazenda Pública revestem o 
matiz de prerrogativas que decorrem do princípio da igualdade, no sentido aristotélico de 
tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual. Como corolário dessa 
isonomia formal e material as prerrogativas processuais da Fazenda Pública se predestinam 
a conferir-lhe alguns “privilégios” necessários a defesa do interesse público. 
Assim, entre os quais podemos trazer à tona os prazos processuais, que para 
manifestação nos autos, de forma geral, são contados em dobro. De igual modo, temos: a 
competência, os honorários advocatícios, a remessa necessária (diante da qual as decisões de 
primeiro grau contra a Fazenda Pública devem se submeter às instâncias superiores para que 
se tornem efetivas), entre outros. 
Por outro lado, há prerrogativas que decorrem do direito material envolvido ou da 
própria natureza das pessoas jurídicas de direito público, vejamos, por exemplo: o ônus da 
prova que é, em regra, atribuído ao particular, em razão da presunção de legitimidade dos 
atos administrativos. 
Enfim, neste mesmo norte, as execuções contra a Fazenda Pública somente se 
processam através de requisitório de pequeno valor (RPV) ou através de precatórios, ambos 
possuindo rito próprio. Ademais, contra o Poder Público não se operam os efeitos da revelia, 
a intimação deve ser pessoal e a garantia estendida a toda Advocacia Pública, Ministério 
Público e Defensoria Pública, respondendo estes, de forma pessoal, desde que ajam com 
dolo ou fraude no exercício de suas funções. 
 
 
 
 
 
 
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2 PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DA FAZENDA PÚBLICA 
Por: Lilian Nunes 
O Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015) traz na sua essência a Supremacia 
do Interesse Público, base axiológica inerente das prerrogativas da Fazenda Pública, em razão 
dos direitos de ordem coletiva e suas especificidades, sendo pressuposto para as demandas 
envolvendo o Poder Público, além de outros princípios a serem observados. 
 Assim, citaremos algumas características específicas voltadas à Fazenda Pública que 
devem ser observadas, e estas não devem destoar da aplicação da razoabilidade e da busca 
efetiva do interesse público. 
 
2.1. Aspectos gerais dos prazos e suas peculiaridades 
 
2.1.1. Dos prazos 
 Os prazos processuais em seu sentido “lato sensu” dividem-se em próprios ou 
impróprios. Os prazos próprios são aqueles fixados para as partes envolvidas na demanda 
processual, a não observância acarretará como consequência, a preclusão. Os prazos 
impróprios são firmados na lei, servem de norteadores para aplicabilidade na relação 
processual, em regra, seus destinatários são os magistrados e serventuários da justiça, porém, 
sua inobservância não ocorrerá qualquer tipo de preclusão. 
 No tocante aos prazos legais, estes são postos na lei e presentes na maioria dos atos 
processuais, apesar da previsão, a parte interessada pode praticar atos antes do término do 
lapso temporal, observado o art.225. De igual modo, podem ser expandidos pelo juiz (art. 
139,IV); convencionado entre as partes (art. 190); como reduzidos nos casos de prazos 
peremptórios (art. 222,§1º), todos CPC/2015. 
 Não menos importante, os prazos judiciais são aqueles que envolvem a atuação do 
juiz, em busca de sanar alguma omissão legislativa, nos casos de complexidade de algum ato 
processual, pontua-se, não da causa per si. Outrossim, em situações que a lei indique cases 
específicos (art. 76),bem como quando delimita indicativos de prazos como parâmetro a ser 
observado pelo magistrado. 
 Ademais, a doutrina faz menção ao prazo misto que seria nos casos em que a lei não 
fixa prazo certo, determinado pelo juízo competente, desde que estabelecido dentro dos 
limites impostos na própria lei, ou seja, engloba os prazos: legais/próprios e 
judiciais/impróprios. Exemplo: Art. 970 CPC/2015, que compele ao Relator a fixação 
 
 
27 
 
mínima de 15 dias e máximo de 30 dias após a citação do réu, para, querendo, se manifestar 
em ação rescisória. 
 No entanto, Leonardo da Cunha defende que esse prazo deve ser considerado como 
judicial (impróprio), em razão da determinação posta pelo juízo, tendo em vista que a lei é 
mero parâmetro fixador. 
 Após essas considerações, ressalta-se que os prazos da Fazenda Pública são 
próprios, uma vez que ao demandar em juízo, passa à condição de parte, sem prejuízo da 
preclusão temporal, nos casos de desobediência ao prazo prescrito. 
 
2.1.2. Da forma de aplicação dos prazos à Fazenda Pública 
a) Prazo em dobro: Diferentemente do preconizado no código de 1973, o CPC/ 2015 
em seu art. 183, unificou o prazo em dobro para todas as manifestações da Fazenda Pública, 
in verbis: 
 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de 
forma expressa, prazo próprio para o ente público. 
 
 
 No entanto, observa-se que o próprio dispositivo traz a ressalva da não aplicação do 
prazo em dobro (§2º), quando a lei de forma expressa fixar prazo próprio “stricto sensu”, como 
vislumbramos no próprio CPC (ex: art. 535 e art.910, entre outros), além das leis esparsas 
(ex: prazos da Lei de Ação Popular, etc.). Portanto, o Poder Público deve observância a esses 
regramentos e a seguir outras situações serão postas. 
 
b) Contagem em dias úteis: O art. 219 CPC/2015 prevê que a contagem é feita apenas 
dos dias úteis (exclui-se o primeiro dia e inclui-se o final), tanto dos prazos legais, quanto dos 
judiciais, não contam os feriados. Contudo, aplica-se essa contagem apenas aos prazos 
processuais, ou melhor, aqueles contados dentro do processo. Vide: Enunciado 89 – I 
Jornada de Direito Processual Civil e do Conselho da Justiça Federal. 
 
 
28 
 
Observa-se que o código não conceitua especificamente o que são dias úteis, o art. 
216 CPC é um norteador que, por exclusão, o que não for feriado será dia útil para fins 
forense. 
Acrescenta-se que só serão considerados feriados os declarados em lei, não sendo 
praticados atos processuais nesses dias, exceto em casos urgentes e nos atos prescritos no 
art. 212, § 2º c/c art. 214 CPC/2015. Frisa-se que os atos processuais serão praticados em 
dias úteis, com fulcro no art. 212 CPC, porém, observar a ressalva do §2º. 
Ademais, não são considerados feriados os dias de pontos facultativos ou nos casos 
circunstanciais de fechamento do fórum ou tribunal. Vide: Lei 1.408/1951 (art. 1º, 2º, 5º); Lei 
9.093/1995 (trata dos feriados civis e religiosos); Lei 662/1949 (redação dada pela Lei 
10.607/2002 – art. 1º); Lei 6.802/1980 (menciona dia 12 de outubro como feriado nacional); 
Lei 5.010/1966 (art. 62, II a IV). 
Por fim, O STJ exarou entendimento que a quarta-feira de cinzas será considerada 
como dia útil. (EDcl no AgRg no AResp 69.665/RO). 
 
c) Litisconsórcio: O prazo posto no art. 229 para esse instituto, não se aplica 
cumulativamente com o art. 183, ambos CPC/2015. Os preceitos têm aplicabilidades 
diversas de acordo com Guilherme Barros, ou seja, a prerrogativa do prazo em dobro do art. 
183 não é duplicada novamente quando a Fazenda Pública é litisconsorte em demanda 
processual. Exemplo: Proposta ação de conhecimento tendo a Fazenda Pública como um 
dos litisconsortes, o prazo para contestação do ente público é de 30 dias (art. 183 c/c 219), 
de igual modo, 30 dias para outra parte da demanda processual litisconsorcial (art. 229 c/c 
art. 335 c/c art. 219). 
Além do mais, destaca-se, o prazo em dobro para o litisconsórcio não será aplicado 
nos autos de processo eletrônico (art. 229, §2º). 
 
d) Recesso forense (20 de dezembro a 20 de janeiro): Durante esse lapso temporal, 
nos moldes do art. 220 CPC, o prazo processual é suspenso, não são férias coletivas, apenas 
sua suspensão. No entanto, os atos processuais são executados normalmente, não correndo 
o prazo, voltando após o primeiro dia útil posterior a 20 de janeiro. 
Quanto às atribuições dos Magistrados, dos auxiliares da Justiça, dos membros da 
Advocacia Pública, Ministério Público, Defensoria Pública serão exercidas normalmente, 
ressalvados: os recessos locais, feriados previstos em lei, as férias individuais e o recesso da 
Justiça Federal que se aplica aos tribunais superiores. No caso dos Juizados Especiais, a 
 
 
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suspensão também é aplicada. Vide En. 269 (art.220) do Fórum Permanente de 
Processualistas Civis. 
Leonardo da Cunha defende que neste ínterim, surgindo algum ato a ser consumado 
pelo Ente Fazendário, deverá ser intimado e o prazo correrá dentro da normalidade, uma 
vez que a Advocacia Pública continua atuando nesse período, exceto os advogados que estão 
em período de férias, mesmo nos processos judiciais sob a responsabilidade deles, outros 
procuradores darão continuidade aos atos da demanda processual. 
Não obstante, entende o doutrinador que se na lide estiver composta com os entes 
do §1º do art. 220, por exemplo, uma Ação Civil Pública contra União ou Estado, além das 
práticas dos atos processuais, o transcurso do prazo é legítimo, bem como a realização de 
audiências. 
Diferentemente, aponta Guilherme Barros quando faz menção em sua obra à 
doutrina de Daniel Amorim que defende, em suma, nos casos em que os atos não carecem 
da presença das partes nesse intervalo, ficam retardados para contagem a partir do primeiro 
dia útil depois de findar o recesso. 
Portanto, apesar da divergência doutrinária, na prática, a suspensão do prazo nesse 
período não afetará a Fazenda Pública, salvo nos recessos supracitados e nos feriados 
ocorridos durante esse percurso temporal. 
 
2.1.3. Da não aplicabilidade do prazo em dobro 
 
Inicialmente, cumpre registrar a ressalva do art. 183, §2º do CPC/2015 “Não se aplica 
o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente 
público”, ou melhor, existem os prazos próprios expressos no referido código, além dos 
previstos em leis esparsas, não se aplicando contagem em dobro à atuação da Fazenda 
Pública, vejamos algumas situações a seguir: 
 
a) Prazos judiciais: São aqueles prazos fixados pelo próprio juízo (como já dito) para 
o cumprimento de determinado ato ou manifestação processual determinado por prazo fixo. 
A doutrina de Guilherme Barros entende que nesses casos, se o despacho for genérico (“x” 
dias) e posto ao cumprimento para ambas as partes, uma delas sendo o Poder Público, o 
caput do art. 183 caberia ser observado, isto é, o prazo em dobro. 
 
 
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No entanto, existem algumas ponderações que pairam dúvidas, vejamos o exemplo: 
“comprove o Estado em 5 (cinco) dias o cumprimento da liminar”, nesse caso, o despacho 
judicial foi direcionado à Fazenda Pública. 
Então, se diante de uma exegese estrita do dispositivo, essa situação teria prazo em 
dobro para Fazenda. Porém, se apreciado de forma ampla, ao se tratar de prazo fixado para 
o ente público praticar o ato posto pelo poder judiciário, não teria sentido aplicar a contagem 
em dobro, considera-se o prazo simples. 
Desse modo, a última interpretação exarada parece a mais acertada, segundo 
Guilherme

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