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CONTEUDO ECA

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INTRODUÇÃO
JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE NO ECA E NA PARAÍBA.
A melhoria do acesso à justiça não se faz apenas em função de alterações da legislação processual em sentido estrito, estendendo-se a preocupação para a administração judiciária. A análise se dá, em especial, quanto à atuação das Varas Especializadas da Infância e da Juventude.  A eficiência da prestação jurisdicional dessa Justiça especializada se dará através da atuação de magistrados com afinidades e interesses mais intimamente ligadas às responsabilidades da Vara da Infância e da Juventude, o que constitui instrumento de garantia às crianças e adolescentes do pleno exercício de sua cidadania.
 A temática do acesso à justiça é extremamente rica, de modo que é sempre possível retomar alguma de suas inúmeras vertentes para fundamentar uma nova abordagem ou um novo olhar sobre pontos que permanecem sem muita discussão no direito processual, seja em termos de doutrina, seja em termos de jurisprudência, ou mesmo no campo de propostas legislativas.
O tema a que nos propomos discutir insere-se nesse contexto, mais especificamente no âmbito da atuação das Varas da Infância e da Juventude, buscando-se suas características, peculiaridades e necessidades, visando a ampliação do acesso à justiça, garantindo, assim, às crianças e adolescentes o pleno exercício da cidadania.
ECA – Sancionada pela Presidência da República no dia 13 de julho de 1990, a Lei nº 8.069 dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. O artigo primeiro da referida Lei tem a seguinte redação: “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. No artigo segundo, a Lei esclarece: “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”.
A paraíba desde o início do ECA e as políticas que veem propondo meios capazes de proteger e assegurar os direitos das nossas crianças e dos nossos adolescentes, o estado paraibano teve uma postura de acolhimento com os direitos e garantias dos nossos jovens.
Já em 1995 a Paraíba, com intuito de fortalecer e aprimorar a justiça da criança e do adolescente sanciona a seguinte lei 6.085 de 29 de junho (em anexo); criando o cargo em comissão de coordenador da infância e juventude no quadro instituído pela lei n° 5.634 de 15 de Agosto de 1992(em anexo), além do cargo de comissão essa lei da outras providências muito importante.
Como também em 29 de Abril de 1996 é criada uma portaria que dispõe sobre a regulamentação da coordenadoria da infância e da juventude, criada pela lei n° 6084, de 29 de junho de 1995(em nexo), além de dispor de outras providências. Sendo a coordenadoria da infância e da juventude um órgão de atuação programática do tribunal de justiça, vinculado ao gabinete da presidência e tem como objetivo o planejamento, a sistematização e o desenvolvimento de políticas e ações sociais na área da infância e da juventude; atitudes como essas demonstram o quanto a Paraíba sempre teve empenhada, comprometida com a segurança e o desenvolvimento desse público.
PROCEDIMENTOS PARA ATOS INFRACIONAIS.
PROCEDIMENTO DO ECA - LEI 8069/90
O menor de 18 anos, seja adolescente (até 18 anos incompletos), seja criança (até 12 anos incompletos) não praticam delitos; praticam, sim, atos infracionais. Você não vai dizer que criança não pratica ato infracional, está errado. O que acontece é o seguinte, adolescente é merecedor de medida socioeducativa; criança, medida protetiva.
1 - O menor é conduzido ao Delegado de Polícia ou Delegacia especializada;
2 - O Delegado verificará se o ato infracional foi cometido com violência ou grave ameaça à pessoa.
3 - Se foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa (roubo, por exemplo), o Delegado lavrará o auto de apreensão do menor (art. 173).
3.1 – Se foi praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa (furto, por exemplo), o Delegado poderá optar entre a lavratura do auto de apreensão do menor e boletim de ocorrência circunstanciada (art. 173, parágrafo único).
4 – O Delegado decidirá se libera ou não o menor apreendido.
4.1 – Se houver por bem liberá-lo, o entregará aos pais que assumirão o compromisso de apresentá-lo, imediatamente, ao Promotor de Justiça.
4.2 – Se não liberá-lo, o apresentará imediatamente ao Promotor de Justiça (art. 175). Na ausência de Promotor de Justiça, à entidade de atendimento (art. 175, § 1º) e está tem o prazo de 24h para apresentá-lo ao Promotor. Na ausência de entidade, o menor poderá ficar na delegacia em sala separada, porém o Delegado deverá encaminhá-lo ao Promotor de Justiça no mesmo prazo, isto é, 24h (art. 175, § 2.º).
5 – Encaminhado ao Ministério Público o Promotor de Justiça fará uma oitiva informal (art. 179), e poderá:
5.1 – Propor o arquivamento dos documentos e peças. O juiz concordando, arquivará; discordando, encaminhará ao Procurador Geral de Justiça (art. 181, § 2º).
5.2 – Conceder a remissão (arts. 126 e 188).
5.3 – Ofertar a representação (equivale à denúncia). Não confunda com a representação, condição específica de procedibilidade. A representação pode ser oral ou escrita. Ofertando a representação, inicia-se a ação socioeducativa (art. 182, § 1.º).
6 – O juiz marcará uma audiência de apresentação do adolescente.
6.1 – Quem deve estar presente? R: o menor, os pais e, se necessário, o defensor público. Se o menor não comparecer, o juiz expedirá mandado de busca e apreensão do menor. Se os pais não comparecerem, o juiz nomeará um curador.
6.2 – Em audiência podem ocorrer duas coisas: 1) remissão; e 2) audiência de continuação.
6.3 – Não sendo o caso de remissão, a audiência prosseguirá na seguinte ordem: i) defesa prévia; ii) oitiva das testemunhas arroladas pela acusação; iii) oitiva das testemunhas arroladas pela defesa; iv) debates orais em 20 minutos, prorrogáveis por mais 10; e v) sentença.
6.4 – A sentença pode ser improcedência da representação (art. 189, I a IV) ou procedência da representação (arts. 112 + 101).
6.5 Julgada procedente, o juiz imporá ao adolescente alguma das medias socioeducativas.
Parte inferior do formulário
ATO INFRACIONAL FLAGRANTE - MENOR DE IDADE
O menor de idade em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
O menor de idade apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
Ato infracional
Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial deverá:
a) lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
b) apreender o produto e os instrumentos da infração;
c) requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração.
Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentaçãoao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações e demais documentos.
O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
Ministério Público
Adotadas as providências, o representante do Ministério Público poderá:
a) promover o arquivamento dos autos;
b) conceder a remissão;
c) representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa.
Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.
Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.
Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais adequada.
A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação.
O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
Internação
Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
Inexistindo na comarca entidade com as características, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.
Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.
O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe inter profissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coercitiva.
A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença:
a) estar provada a inexistência do fato;
b) não haver prova da existência do fato;
c) não constituir o fato ato infracional;
d) não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Estando o adolescente internado, será imediatamente colocado em liberdade.
Intimação da sentença
A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semiliberdade será feita:
a) ao adolescente e ao seu defensor;
b) quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
RECURSOS 
Primeiramente, saliente-se que nos procedimentos afetos à Vara da Infância e Juventude devem ser observados, além dos princípios processuais constitucionais, as garantias processuais específicas contidas no ECA , previstas em seus artigos 110 e 111 :
"Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias: I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado; IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento ."
Importante também destacar as matérias de competência desta Justiça Especializada, as quais estão previstas no artigo 148 e 149 do Estatuto da Criança e do Adolescente:
"Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para: I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder, perda ou modificação da tutela ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio poder;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo. § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral ."
Conforme previsão do artigo 152 do ECA , as legislações processuais pertinentes poderão ser aplicadas subsidiariamente aos procedimentos regulados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente .
Quanto ao sistema recursal, o artigo 198 do ECA prevê expressamente que será adotado o sistema do Código de Processo Civil , com algumas adaptações, quais sejam:
"I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo ;
II - em todos os recursos, salvo o de agravo de instrumento e de embargos de declaração , o prazo para interpor e para responder será sempre de dez dias ;
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor ;
IV - o agravado será intimado para, no prazo de cinco dias , oferecer resposta e indicar as peças a serem trasladadas;
V - será de quarenta e oito horas o prazo para a extração, a conferência e o conserto do traslado;
VI - a apelação será recebida em seu efeito devolutivo . Será também conferido efeito suspensivo quando interposta contra sentença que deferir a adoção por estrangeiro e , a juízo da autoridade judiciária, sempre que houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação; VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância , no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias ; VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar , a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação. "
"Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude fica adotado o sistema recursal do Código de Processo Civil , aprovado pela Lei n.º 5.869 , de 11 de janeiro de 1973, e suas alterações posteriores, com as seguintes adaptações:
II - em todos os recursos, salvo o de agravo de instrumento e de embargos de declaração, o prazo para interpor e para responder será sempre de dez dias; "
Embora a renúncia ao direito de o adolescente recorrer venha expressa no parágrafo 2º do artigo 190 do ECA [ 1 ], há quem diga que tal regra é inconstitucional, uma vez violaria princípios constitucionais, tais como o da ampla defesa.
Nesse sentido, OLIVEIRA: "Dessa feita, mais uma razão se encontra em destaque de modo a evidenciar a real necessidade da interposição do recurso de apelação em favor do adolescente infrator não apenas porque não possui as condições necessárias para avaliar o que pode ou não ser favorável a sua pessoa, mas principalmente em obediência aos princípios constitucionais da mais ampla defesa e da presunção de inocência, reconhecidos quando da instauração do devido processo legal ."(OLIVEIRA, Maria Cristina Cardoso Moreira de. Estatuto da Criança e do adolescente e o sistema recursal no processo para apuração de infração penal: um processo garantista ? Disponível em: http://www.mp.rs.gov.br/infancia/doutrina/id206.htm)
A possibilidade de renúncia ao direito de recorrer pelo adolescente também viola os princípios da proteção integral e do melhor interesse da criança e adolescente.
Vejamos um julgado sobre o assunto:
"RESP 440359 . RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL. MENOR. RECURSO. APELO NÃO CONHECIDO. ART. 190 , I , ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE . Menor que manifesta o desejo de não recorrer. Apelo do advogado não conhecido. Deve prevalecer a vontade que melhor consulte os direitos do menor, no caso em pauta, a vontade do advogado que interpôs o apelo . Contrariedade ao art. 190 , I , do ECA . RECURSO conhecido e provido."
1. "Art. 190. § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença."
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
A PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS.
O artigo examina a proteção judicial dos interesses individuais, difusos e coletivos das crianças e adolescentes disciplinada nos artigos 208 a 224 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como instrumentos extrajudiciais de proteção de interesses coletivos (Inquérito Civil Público e o Termo de Ajustamento de Conduta) e a Ação Civil Pública.
A proteção judicial dos interesses individuais, difusos e coletivos das crianças e adolescentes encontra-se disciplinada nos artigos 208 a 224 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Referidos dispositivos trazem normas específicas para o procedimento judicial nos Juízos da Infância e da Juventude, partindo da premissa de que é necessário tratamento diferenciado no plano processual, à luz das especificidades do direito material assegurado, que tem como elemento nuclear o princípio da proteção integral e da absoluta prioridade dos interesses do menor.
Neste estudo, analisam-se pormenorizadamente os dispositivos mencionados, com vista a uma compreensão adequada das regras específicas em torno da tutela judicial dos direitos individuais e coletivos das crianças e adolescentes. No ensejo, são examinados instrumentos extrajudiciais de proteção de interesses coletivos (Inquérito Civil Público e oTermo de Ajustamento de Conduta) e a Ação Civil Pública, como forma especial de procedimento judicial apto à defesa de direitos difusos e coletivos stricto sensu.
1. Os direitos individuais, difusos e coletivos na ordem jurídica de 1988
A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu título II, trata dos chamados Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Tais direitos não se restringem aos constantes no art. 5º da Carta Magna, podendo ser encontrados ao longo do texto constitucional, expressos ou decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição, ou ainda, provenientes de tratados e convenções internacionais de que o Brasil seja parte. (LENZA, 2014, p. 1055)
“Os direitos individuais correspondem aos direitos diretamente ligados ao conceito de pessoa humana e de sua própria personalidade, como, por exemplo, o direito à vida, à dignidade, à liberdade” (PAULO; ALEXANDRINO, 2012, p. 111). Tais direitos estão previstos no art. 5º da Constituição, que abrange os direitos fundamentais, inclusive os coletivos, dos quais são exemplos o direito de reunião, o direito de associação e o mandado de segurança coletivo.
Acerca dos direitos individuais, difusos e coletivos, Adão Bonfim Bezerra (2010, p. 1) traz a seguinte diferenciação:
a)      Interesse individual – é o que se refere a um só indivíduo e, por essa razão, sujeita-se, quase sempre, à manifestação do próprio interessado diretamente em juízo. Os interesses individuais relativos à infância e à adolescência são indisponíveis, por isso compreendidos na esfera de atribuição. O Ministério Público, à luz do art. 201, V, do ECA, e  veja-se com exclusividade, porquanto o ECA, em seu art. 210, ao elencar os legitimados para a ação civil concorrentemente com o Ministério Público, limitou-se às ações fundadas em interesses coletivos e difusos, coerentemente com a linha adotada pela Lei 7.347, de 24.7.85. Isto faz concluir que a única legitimação para a ação civil fundada em direito individual relativo à infância e à juventude é estabelecida com exclusividade para o Ministério Público, ao cotejo da regra de legitimação do art. 210 c/c o art. 201, V,do ECA, consonantemente com o art. 127, caput, da CF, mesmo que a indisponibilidade seja por inferência legal; isto é, se algum interesse relativo à infância e à juventude não for indisponível conceitualmente, sê-lo-á por ficção legal.
b)      Interesse difuso – diz respeito a uma pluralidade de pessoas, sem que uma só delas tenha legitimação para defendê-lo em seu próprio nome. Por natureza, o interesse difuso é imensurável em termos de manifestação de seus destinatários. Não se pode determinar com precisão quais os indivíduos que se encontram concretamente em situação de interesse comum. É o que se dá no art. 220, § 311,lI, da CF quanto à produção e programação das emissoras de rádio e televisão, atendendo aos princípios de preferência e finalidades, promoção da cultura nacional e regional e respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, consagrados no art. 221 da mesma CF. O interesse difuso, sobre o individual e o coletivo, é o que mais se avulta como interesse público, porque não se contém no universo de um grupo determinado.
c)      Interesse coletivo – a soma de interesses individuais faz o interesse coletivo, o que equivale a poder ser definido em relação a um só indivíduo como em relação a qualquer de seus beneficiários. Contrariamente ao interesse difuso, o interesse coletivo é de possível quantificação quanto a quem o possa invocar individualmente. Antes do advento da Constituição Federal de 1988, o exercício da defesa do interesse coletivo se dava pela ação das várias individualidades a quem assistia.
O art. 5º da CF/88 em seu caput enumera cinco direitos fundamentais que são básicos, dos quais os demais direitos são desdobramentos, a saber: a) direito à vida; b) direito à igualdade; c) direito à liberdade; d) direito à segurança; e, e)  direito à propriedade. Esses direitos são assegurados aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Brasil.
CONCLUSÃO
 
 O ECA garante que todas as crianças e adolescentes, 
independentemente de cor, etnia ou classe social, sejam tratados como pessoas que precisam de atenção, proteção e cuidados especiais para se desenvolverem e serem adultos saudáveis. Todos são sujeitos de direitos e devem viver a  infância  como  crianças,  sendo  protegidos entendo seus direitos garantidos com igual acesso.

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