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Lei de Improbidade Administrativa Comentada

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LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Prof. Rodrigo Cardoso
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LEI N. 8.429/1992
COMENTADA ARTIGO POR ARTIGO
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
MINISTÉRIO PÚBLICO – PE
Olá, Aprovado(a)!
Estou aqui para contribuir com sua aprovação no concurso do Ministério Público 
de Pernambuco. O presente material é bem dinâmico, não podemos perder tem-
po, pois, nesse momento, o tempo é o que temos de mais precioso. Se você ainda 
não me conhece, o nome é Rodrigo Cardoso, fui aprovado em alguns concursos e 
hoje sou servidor do TRT 10ª Região – órgão em que adoro trabalhar. Hoje, já não 
faço concurso como antes fazia, dedico meu tempo exclusivamente para o direito 
administrativo. Minha missão agora é aprovar você. Cursei Direito na UCB e fiz es-
pecialização em direito administrativo e constitucional. 
Iremos trabalhar com a Lei n. 8.429/92 (LIA). É certo que o examinador irá 
abordar essa Lei em sua prova, pois o MP é parte legítima para propor ação de Im-
probidade Administrativa.
É sua chance de se tornar servidor do MP-PE. Posso garantir para você que, no 
MP, você terá ótima remuneração e condições de trabalho. Com foco, planejamento 
e dedicação, sua vaga estará garantida. Confie em você, vai dar tudo certo!
RODRIGO CARDOSO
Rodrigo Cardoso é graduado em Direito pela Universidade Católica 
de Brasília e especialista em Direito Administrativo e Constitucional. 
Ministra aulas de Direito Administrativo. Servidor do Tribunal Regional 
do Trabalho da 10ª Região. Coautor do livro Direito Administrativo 
Simplificado – 6ª Edição. Palestrante.
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Cerca de 80% das questões realizadas pela banca FCC abordam o texto de Lei. 
Por esse motivo, é necessária a transcrição de alguns artigos durante nosso estudo. 
Os outros 20% são divididos entre doutrina e jurisprudência. Ao fim do material, 
inseri várias jurisprudências sobre o assunto. Quero que você chegue com conteú-
do de sobra no dia da prova. 
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INTRODUÇÃO
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servi-
dor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, 
de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Comentário
Agora vamos entender quem pode ser o sujeito passivo do ato de improbidade, ou 
seja, a vítima do ato. O art. 1º da Lei n. 8.429/92 enumera os sujeitos passivos 
dos atos de improbidade:
a) Administração direta ou indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios;
b) empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual;
c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja con-
corrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito 
sobre a contribuição dos cofres públicos.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de im-
probidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, be-
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nefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para 
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin-
quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a 
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Comentário
Sei que você entendeu, mas vamos memorizar para a prova: qualquer pessoa que 
integrar ou não a Administração Pública poderá ser vítima do ato de improbidade. 
Se for um órgão ou entidade da administração direta, não tem como errar, pois eles 
fazem parte do Estado. Entretanto, a pessoa jurídica sem fins lucrativos que receber 
qualquer benefício (crédito orçamentário, incentivo, benefício etc) do Estado poderá 
ser vítima do ato de improbidade. Onde tiver dinheiro público, e esse recurso for des-
viado, mal aproveitado ou dilapidado, haverá ato de improbidade.
Vamos exemplificar: considere que a União custeia em 80% os gastos de uma ONG 
que administra um hospital que atenda a população carente gratuitamente, sendo 
que os outros 20% da receita são originários de doações de particulares. Nesse 
caso, se houver algum desvio de recurso na parcela pública ou dos valores doados, 
o hospital será o sujeito passivo (vítima) do ato de improbidade. 
Atenção!
Para facilitar, você vai lembrar em sua prova que, onde houver dinheiro (bem) pú-
blico e o recurso publico for administrado de maneira indevida (for desviado, mal 
aproveitado etc), o gestor responderá por ato de improbidade administrativa. Não 
importa se o recurso (bem) público estiver “dentro” da administração (administra-
ção direta ou indireta) ou sendo gerido pelo particular (ex: ONG, OS, Fundação etc). 
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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, man-
dato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Comentário
Sujeito ativo é aquele que pratica o ato de improbidade, concorre para sua prática 
ou obtém vantagens indevidas. Sujeito ativo é o autor da conduta de improbidade. 
A Lei de improbidade administrativa descreve os sujeitos ativos capazes de come-
terem crime de improbidade: 
1) os agentes públicos, que são definidos pela referida lei como sendo todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nome-
ação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que recebam subvenção, bene-
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público (art. 2° da Lei n. 8.429/92). 
A doutrina classifica como sendo ato de improbidade próprio.
Qualquer pessoa que estiver administrando recurso (bem) público poderá ser sujei-
to ativo do ato de improbidade. Desse modo, qualquer pessoa que estiver gerindo a 
coisa pública é considerado AGENTE PÚBLICO para efeitos da Lei n. 8.429/92.
Exemplificando: considere que a União faça convênio com instituição sem fins lu-
crativos (ONG) para alfabetizar idosos e o recurso público repassado a entidade 
seja desviado. O gestor do dinheiro é considerado agente público.
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Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mes-
mo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de impro-
bidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Comentário
O terceiro que, “mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prá-
tica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indi-
reta” (art. 3° da Lei n. 8.429/92). A doutrina classifica como sendo ato de impro-
bidadeimprópria.
Exemplificando: considere que o dono de uma construtora, com ajuda de um servi-
dor membro de comissão de licitação, seja favorecido para realizar o contrato. Nesse 
caso, o dono da empresa é o terceiro que concorreu para o ato de improbidade.
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a 
velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, morali-
dade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
Comentário
Temos a noção comum de que os agentes públicos devem ser honestos e éticos. 
Vale dizer que tais comportamentos estão previstos em lei (moralidade objetiva). 
A probidade, honestidade, ética, boa-fé e justiça fazem parte da função adminis-
trativa. Não basta o administrador ser apenas moral, ele deve atender também aos 
princípios da legalidade, impessoalidade, publicidade e todos os demais princípios 
que orientam a atividade administrativa.
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Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou 
culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Comentário
O agente ou o terceiro tem a obrigação de reparar o prejuízo causado ao erário, afinal 
o recurso público pertence a todos nós. Perceba que o prejuízo poderá ocorrer por 
ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente público. Para entender melhor o artigo 
já citado, é necessário entender a diferença entre dolo e culapa.
Na “culpa”, a intenção do agente é praticar ato lícito, de acordo com as normas, 
mas não toma os cuidados necessários e, por imprudência, negligência ou imperí-
cia, provoca um dano que não era o seu desejo.
No “dolo”, desde o início, o agente quer causar resultado contrário às normas. Dolo 
é a conduta intencional do indivíduo que objetiva causar algum tipo de dano ou 
resultado ilícito.
Vamos exemplificar: considere que determinado agente receba de uma construtora 
valor para contratar obra superfaturada. Nesse caso, o agente teve a intenção de 
realizar o superfaturamento para receber a quantia prometida. É fácil identificar o 
dolo do agente, pois ele teve a intenção de praticar a ilegalidade. Agora, considere 
que determinado agente faça transferência de dinheiro público a uma ONG que está 
em débito com o erário, sendo que a lei não autoriza a destinação de recurso público 
nessa condição. O agente não teve a intenção de causar prejuízo ao erário, mas, por 
falta de cuidado, acabou causando. Fica fácil de identificar, no segundo exemplo, a 
conduta culposa, pois não houve a intenção do agente em praticar o ato ilícito.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro 
beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
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Comentário
O agente público ou o terceiro que se enriquecer ilicitamente perderá todos os bens 
e valores acrescidos indevidamente em seu patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ense-
jar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inqué-
rito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Comentário
Percebe-se que, se a comissão do processo administrativo identificar ato de impro-
bidade que causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, 
deverá representar ao MP para que este peça ao Poder Judiciário a indisponibilidade 
dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá 
sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo 
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enrique-
cer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.
Comentário
No caso de o agente ou terceiro vir a falecer e for condenado a indenizar o Estado 
pela prática de ato de improbidade administrativa, o sucessor estará sujeito a inde-
nizar o Estado até o limite do valor da herança. Note que o herdeiro não responderá 
com seu patrimônio pessoal e, sim até o limite da herança recebida.
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Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimen-
to Ilícito
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento 
ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício 
de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no 
art. 1° desta lei, e notadamente:
Comentário
Esse artigo estabelece uma conduta genérica de enriquecimento ilícito, já os inci-
sos de I a XII trazem as condutas específicas. Para esse dispositivo, é irrelevante 
se vai ou não haver dano ao erário, isso significa que o autor da conduta ímproba 
tenha vantagens sem que haja lesão aos cofres públicos. Tem-se, como exemplo, 
o servidor que recebe propina de terceiros para dar andamento a um processo 
administrativo. O enriquecimento ilícito tem como elemento subjetivo da conduta 
do agente o dolo, já que não se consegue visualizar o recebimento de vantagens 
indevidas por culpa (imprudência, negligência e imperícia).
É importante fazer a leitura dos incisos abaixo:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra 
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-
ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou 
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, 
permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas 
entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, 
permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal 
por preço inferior ao valor de mercado;
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IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou 
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das 
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores 
públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para 
tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de 
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa 
de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer 
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro ser-
viço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias 
ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou 
função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolu-
ção do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessora-
mento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido 
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, 
durante a atividade;IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de 
verba pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, 
para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
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Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário 
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, des-
vio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entida-
des referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
Comentário
Para que seja caracterizado o ato de improbidade nessa conduta, é necessário o 
dano ao erário. Entendemos que o dano ao erário não alcança apenas o patrimônio 
econômico, mas também, em sentido amplo, o moral, o artístico, o histórico etc. 
Essa modalidade admite dolo ou culpa, pois pode ser que o agente, por culpa (im-
perícia, imprudência ou negligência), venha a causar dano ao erário.
É importante fazer a leitura dos incisos abaixo:
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio par-
ticular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades men-
cionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regu-
lamentares aplicáveis à espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que 
de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio 
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das 
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do pa-
trimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a pres-
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tação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por 
preço superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamen-
tares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalida-
des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebra-
ção de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá–los indevidamen-
te; (Redação dada pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regu-
lamento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz 
respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou in-
fluir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de 
servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de 
serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades pre-
vistas na lei (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dota-
ção orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela 
Lei n. 11.107, de 2005)
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XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio 
particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos 
transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração 
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá-
veis à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, 
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a enti-
dade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalida-
des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 
2014) (Vigência)
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (In-
cluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de 
contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; (In-
cluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) 
XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entida-
des privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qual-
quer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, 
com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entida-
des privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer 
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
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Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou 
Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão 
para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que 
dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho 
de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito)
Comentário
O artigo visa punir o agente que dispensar ou aplicar de forma irregular benefício 
financeiro ou tributário. Desse modo, se o agente praticar ato irregular na gestão 
do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, será processado na forma da Lei 
para apurar possível irregularidade.
Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios 
da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin-
cípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
Comentário
A violação aos princípios da administração pública caracteriza-se como ato de im-
probidade administrativa. Para Carvalho Filho, “o pressuposto exigível é somente 
a vulneração em si dos princípios administrativos.Consequentemente, são pres-
supostos dispensáveis o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. A improbidade, 
portanto, cometida com base no art. 11 pode não provocar lesão patrimonial às pes-
soas mencionadas no art. 1º nem permitir o enriquecimento indevido de agentes e 
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terceiros. É o caso em que o agente retarda a prática de ato de ofício (art. 11, II)”. 
O elemento subjetivo da conduta do agente é sempre o dolo (a lei não se refere à 
culpa).
É importante fazer a leitura dos incisos abaixo, são poucos:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele pre-
visto, na regra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e 
que deva permanecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da res-
pectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o 
preço de mercadoria, bem ou serviço;
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de 
contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; 
(Redação dada pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na le-
gislação; (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na 
área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento con-
gênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setem-
bro de 1990. (Incluído pela Lei n. 13.650, de 2018)
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Para lembrar na prova, veja os verbos das infrações:
ATOS QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART 9°):
 – RECEBER
 – PERCEBER
 – UTILIZAR
 – ADQUIRIR
 – ACEITAR
 – INCORPORAR
 – USAR
ATOS QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO (ART. 10):
 – FACILITAR
 – PERMITIR
 – DOAR
 – REALIZAR
 – CONCEDER
 – FRUSTRAR LICITUDE DE LICITAÇÃO
 – ORDENAR
 – AGIR
 – LIBERAR
 – CELEBRAR
ATOS QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS (ART. 11):
 – PRATICAR
 – RETARDAR
 – REVELAR
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 – NEGAR
 – FRUSTRAR LICITUDE DE CONCURSO PÚBLICO
 – DEIXAR
 – DESCUMPRIR
Das Penas
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previs-
tas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às 
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de 
acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei n. 12.120, de 2009).
I – na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pú-
blica, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil 
de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o 
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
joritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens 
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, 
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pa-
gamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar 
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta 
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da 
função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de 
multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proi-
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bição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica 
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos 
direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o 
valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei Complemen-
tar n. 157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei, o juiz levará em conta 
a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
Quadro que indica as penalidades a partir da prática do ato de improbidade
Suspensão dos 
direitos políticos Multa civil
Proibição de 
contratar com a 
Administração ou 
receber benefícios 
ou incentivos fiscais 
ou creditícios
Atos de improbidade que 
importam enriquecimento 
ilícito (art. 9°). 
► Ocorre apenas por dolo.
8 a 10 anos.
Até 3 vezes o 
valor do acréscimo 
patrimonial.
10 anos.
Atos de improbidade que 
causam prejuízo ao erário 
(art. 10).
► Ocorre por dolo ou culpa.
5 a 8 anos.
Até 2 vezes o 
valor do dano. 5 anos.
Atos de improbidade 
que atentam contra os 
princípios da Administração 
Pública (art. 11).
► Ocorre apenas por dolo.
3 a 5 anos.
Até cem vezes 
o valor da 
remuneração 
percebida pelo 
agente.
3 anos.
Dos Atos de Improbidade 
Administrativa Decorrentes 
de Concessão ou Aplicação 
Indevida de Benefício 
Financeiro ou Tributário 
(art. 10-A).
5 a 8 anos.
Multa civil de até 
3 (três) vezes o 
valor do benefício 
financeiro ou 
tributário concedido.
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Da Declaração de Bens
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresen-
tação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a 
fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Regulamento)
Comentário
No momento da posse, você deverá apresentar declaração dos bens que compõem 
seu patrimônio. Se você ainda não declara Imposto de Renda, apenas faça a indi-
cação por meio de declaração dos bens que compõem seu patrimônio, como, por 
exemplo, um carro que você possui, um imóvel etc.
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, 
ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou 
no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do côn-
juge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência 
econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agen-
te público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
Comentário
Você deverá entregar, todos os anos, cópia da declaração de Imposto de Renda ao 
órgão ao qual trabalha, ou, então, autorizar que o próprio órgão acesse sua declara-
ção perante a Receita Federal. Isso é necessário, pois o inciso VII do art. 9º estabe-
lece que constitui ato de improbidade que gera enriquecimento ilícito: adquirir, para 
si ou para outrem, no exercíciode mandato, cargo, emprego ou função pública, bens 
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de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à 
renda do agente público.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem pre-
juízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar decla-
ração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa com-
petente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato 
de improbidade.
Comentário
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa para que seja 
iniciado processo administrativo para investigar a possível prática de ato de impro-
bidade. Tudo se inicia no órgão que tenha sido vítima do ato de improbidade. Já 
falamos sobre isso antes, mas vamos relembrar. 
Considere que você fique sabendo que um vizinho está enriquecendo de forma 
ilícita, desviando dinheiro público do órgão em que trabalha. Ainda por cima, você 
tem provas de que ele adquiriu alguns imóveis com custo muito superior à remune-
ração recebida (evolução patrimonial superior à que possui). Nessa situação hipo-
tética, você poderá representar ao órgão no qual ele exerce suas funções. Recebida 
a representação, o órgão irá constituir uma comissão para investigar a possível 
prática do ato de improbidade.
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A lei exige que a representação deverá ser escrita ou reduzida a termo, ou seja, 
o representante poderá levá-la digitada ou poderá relatar o fato verbalmente en-
quanto algum servidor digita o que for falado. A apresentação deverá ser assinada e 
conterá a qualificação do representante, como por exemplo, nome completo, ende-
reço para correspondência, RG etc. Também devem-se indicar as provas possuídas.
A autoridade administrativa rejeitará a representação se não estiverem presen-
tes as formalidades exigidas acima. No entanto, a rejeição não impede que seja 
realizada nova representação, agora ao Ministério Público. Assim, se o órgão não 
aceitar sua representação ou julgá-la improcedente, você poderá fazer outra repre-
sentação, desta vez ao Ministério Público. 
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá 
a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indi-
cação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamen-
tado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição 
não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a ime-
diata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será proces-
sada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 
1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regula-
mentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao 
Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para 
apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, 
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a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento admi-
nistrativo.
Comentário
A comissão criada para apurar os fatos dará conhecimento ao Tribunal ou Conselho 
de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de 
ato de improbidade. Assim, a comissão criada pelo órgão é obrigada a informar da 
existência do processo administrativo que visa apurar possível prática de ato de im-
probidade. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a reque-
rimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão represen-
tará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo 
competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha 
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 
822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio 
de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exte-
rior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Comentário
Sendo a representação julgada procedente, a comissão criada para apurar os fatos 
dará conhecimento ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedi-
mento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Assim, a comis-
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são criada pelo órgão é obrigada a informar da existência do processo administra-
tivo que visa apurar possível prática de ato de improbidade. O Ministério Público ou 
Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante 
para acompanhar o procedimento administrativo. 
Se a comissão processante identificar fundados indícios de ato de improbidade, 
deverá representar ao MP ou à Procuradoria (na esfera federal, é a AGU) para que 
requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou 
terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
O sequestro dos bens é uma medida cautelar para evitar que o indiciado ven-
da ou mesmo dilapide seu patrimônio, dificultando a reparação ao erário. O que é 
sequestro? É a apreensão de bens pertencentes ao patrimônio do indiciado, para 
garantir o ressarcimento dos danos por ele causados.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério 
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da 
medida cautelar.
Comentário
A ação principal será instruída com documentos ou justificação que contenham indí-
cios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas 
da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.
Estando a inicial (ação principal) em devida forma, o juiz mandará autuá-la e orde-
nará a notificação do requerido para oferecer manifestação por escrito, que poderá 
ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
Recebida a manifestação do requerido, o juiz, no prazo de trinta dias, rejeitará a 
ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da 
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ação ou da inadequação da via eleita. Assim, o juiz tem o prazo de trinta dias para 
confrontar as acusações constantes na inicial com a manifestação do réu e aceitar 
ou rejeitar a ação. 
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à 
complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-
-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei n. 4.717, de 29 de junho de 
1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996)
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuaráobri-
gatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações 
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo ob-
jeto (Incluído pela Medida provisória n. 2.180-35, de 2001)
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham in-
dícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamen-
tadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a 
legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de 
Processo Civil (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a 
notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser 
instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. (Incluído 
pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fun-
damentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, 
da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida 
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Provisória n. 2.225-45, de 2001)
Comentário
estando o juiz convencido de indícios de ato de improbidade, será o réu citado para 
apresentar contestação. Daqui para frente, a ação será processada conforme o Có-
digo de Processo Civil.
O término do processo judicial na primeira instância ocorre com a sentença. É fácil 
de identificar que, sendo constatado na sentença ato de improbidade, a pessoa ju-
rídica que sofreu o dano será ressarcida dos prejuízos sofridos.
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. 
(Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de 
improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Incluído pela 
Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou de-
cretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a rever-
são dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente 
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Comentário
Se alguém fizer representação contra agente público para prejudicá-lo, ou seja, 
sabendo que é inocente, responderá por crime.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
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Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar 
o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se 
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Comentário
A sentença deverá transitar em julgado (aquela que não cabe mais recurso) para o 
agente perder o cargo público ou ter seus direitos políticos suspensos. 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá de-
terminar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou fun-
ção, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução 
processual.
Comentário
Se a autoridade administrativa ou judicial entender que se o agente público conti-
nuar exercendo suas funções no órgão poderá atrapalhar as investigações, poderá 
determinar seu afastamento por prazo estabelecido na própria decisão – a Lei não 
estabelece prazo máximo, ficará a critério da autoridade.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de 
ressarcimento; (Redação dada pela Lei n. 12.120, de 2009).
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo 
Tribunal ou Conselho de Contas.
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Comentário
Para haver aplicação das penalidades pelo cometimento de ato de improbidade, 
independe da efetiva ocorrência de dano ao erário. Desse modo, pode ser que o 
ato venha a gerar enriquecimento ilícito ao agente público e não cause prejuízo 
direto ao erário. Vamos exemplificar para ficar mais claro: sabemos que a decisão 
de processo na administração pública é realizada conforme a data que foi proposto 
– ordem cronológica. No entanto, determinado servidor recebe uma “propina” para 
decidir determinado processo com urgência, sendo que pela ordem cronológica 
seria decido daqui a seis meses. É certo que não ocorreu prejuízo ao erário (perda 
patrimonial), mas o servidor teve enriquecimento ilícito mesmo assim. 
O outro ponto importante é que, mesmo se ocorrer a aprovação de contas pres-
tadas pelo do gestor público ao Tribunal de Contas, a ação de improbidade poderá 
ser proposta normalmente. Vamos à redação do respectivo artigo.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de 
ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação 
formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de 
inquérito policial ou procedimento administrativo.
Da Prescrição
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei po-
dem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comis-
são ou de função de confiança;
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II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas discipli-
nares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de 
cargo efetivo ou emprego.
III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da pres-
tação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta 
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
Comentário
Prescrição é um instituto que visa a regular a perda do direito de acionar judicial-
mente, devido ao decurso de determinado período de tempo. Logo, a prescrição 
corre em favor do agente que causou o ato de improbidade. Se a ação de impro-
bidade não for proposta em determinado prazo, não será processada segundo a 
Lei n. 8.429/92, ou seja, não terá seus direitos políticos suspensos, não receberá 
multa civil etc.
Importante: os débitos contra o erário por condenação de ato de improbidade 
praticado com dolo são imprescritíveis. É esse o entendimento do STF ao julgar 
o RE 852475, com repercussão geral. Isso significa que, ocorrendo ato de impro-
bidade administrativa, como, por exemplo, desvio de recurso público, a qualquer 
momento poderá ser proposta ação de ressarcimento para reparar o prejuízo ao 
Estado. Isso não significa que a ação de improbidade seja imprescritível. 
Primeiro, o artigo faz referência ao ímprobo que tiver relação transitória com o Es-
tado, como os ocupantes de cargo em comissão e ocupantes de mandato eletivo. 
Nesse caso, o prazo de prescrição é de cinco anos, contados do rompimento do 
vínculo com a Administração. Considere que um agente público que exerce cargo 
exclusivamente em comissão tenha desviado recurso público em 2010 e que, em 
10/03/2012, ele tenha sido exonerado do cargo. A ação de improbidade poderá ser 
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30 de 43www.grancursosonline.com.brproposta em até cinco anos da data da exoneração, ou seja, até 10/03/2017. Não 
sendo proposta até a referida data, ocorre a prescrição, que representa a perda do 
direito de ação – não será mais processado segunda a Lei n. 8.429/92, mas a ação 
de ressarcimento é imprescritível. 
Depois, o artigo faz referência ao ocupante de cargo efetivo ou emprego. Nesse caso, 
o prazo prescricional ficará vinculado ao prazo prescricional previsto no estatuto ao 
qual o servidor é vinculado, tendo como base a prescrição da demissão. Assim, a Lei 
n. 8.429/92 não estabeleceu um prazo fixo, mas fez menção ao prazo de prescrição 
da demissão do servidor dos diversos regimes jurídicos existentes. Nesse caso, a 
prescrição se inicia do descobrimento do fato e não do dia que o fato ocorreu.
Chegamos ao fim do curso da Lei n. 8.429/1992. Espero que você tenha enten-
dido todos os propósitos e que acerte todas as questões da prova sobre a LIA. O 
próximo passo é resolver os exercícios que seguem. Força sempre! Confie em você, 
sua capacidade é imensa… Felicidades.
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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (FCC 2016/TRT 14º REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVA-
LIADOR/2015) José, servidor público do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região 
e chefe de determinado setor do Tribunal, está construindo uma bela casa de campo 
para desfrutar momentos de lazer com sua família. Assim, em um determinado final 
de semana, utilizou equipamento pertencente ao Tribunal na obra de sua casa e, 
além disso, levou dois servidores, a ele subordinados, para auxiliar os demais pedrei-
ros na obra. Em razão do ato ímprobo praticado, o Ministério Público ingressou com 
ação de improbidade administrativa contra José, pleiteando, dentre outras sanções,
a) pagamento de multa civil, de até duas vezes o valor da remuneração de José. 
b) suspensão dos direitos políticos, de 5 a 8 anos.
c) suspensão dos direitos políticos, de 8 a 10 anos.
d) proibição de contratar com o Poder Público por 15 anos. 
e) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais pelo período máximo de 3 anos.
2. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Maristela, Diretora de ór-
gão público federal, frustrou a licitude de concurso público e, em outra oportuni-
dade, frustrou a licitude de procedimento licitatório. Em razão do exposto, foi pro-
cessada por improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal. A propósito 
dos fatos narrados e desde que preenchidos os demais requisitos legais previstos 
na Lei n. 8.429/1992,
a) o dolo é indispensável para a configuração do ato ímprobo apenas na primeira 
conduta.
b) o dolo é indispensável para a configuração do ato administrativo apenas na se-
gunda conduta.
c) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos atentatórios 
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aos princípios da Administração pública.
d) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos que causam 
prejuízo ao erário.
e) o dolo é indispensável para a configuração dos atos ímprobos em ambas as 
condutas.
Comentário
Letra b.
O dolo é dispensável apenas no segundo caso, pois ato de improbidade que causa 
prejuízo ao erário (art. 10, VII) pode ocorrer por dolo ou culpa. Já no segundo caso, 
que representa ato de improbidade que frustra a licitude de concurso público (art. 
11, V) exige a ocorrência de dolo. 
3. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) No curso de ação de im-
probidade administrativa ajuizada pela Fazenda Pública do Estado do Mato Grosso, 
a Autora, ao perceber a ausência do Ministério Público no feito, comunicou o Juiz. O 
respectivo magistrado, no entanto, não intimou o Ministério Público para intervir no 
processo, sob o fundamento de que o interesse público já estava devidamente repre-
sentado pela Autora. Em outra ação de improbidade administrativa, o Juiz determi-
nou que fosse processada pelo rito sumário, por ser ação simples, que não deman-
daria sequer provas, objetivando, assim, um procedimento mais célere. A propósito 
do ocorrido nas duas ações e nos termos da Lei n. 8.429/1992, a postura dos juízes
a) está correta em ambos os casos.
b) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque caso o Ministério Público 
não seja parte Autora, deverá obrigatoriamente intervir no feito; no segundo, por-
que a ação de improbidade terá sempre o rito ordinário.
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c) está correta apenas no segundo caso.
d) está correta apenas no primeiro caso.
e) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque a Fazenda Pública Es-
tadual não é legitimada a propor ação de improbidade; no segundo, porque o rito 
processual decorre da lei, isto é, não pode ser adotado por escolha do magistrado.
Comentário
Letra c.
Alternativa “a”: a prescrição inicia do fim do vínculo de Rodrigo com a Administra-
ção, alternativa errada. 
Alternativa “b”: para configurar ato de improbidade, é indispensável dano ao erário. 
Alternativa “c”: está correta. 
Alternativa “d”: não há necessidade de dano ao erário para se configurar ato de 
improbidade e a instituição responderá com base na Lei n. 8.429/1992. 
Alternativa “e”: a prescrição é de cinco anos do fim do vínculo com a Administração. 
4. (FCC/TRT 24ª/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Onofre, auditor-fiscal da Receita Fe-
deral, recebeu vantagem econômica para tolerar a prática de contrabando, razão 
pela qual foi processado por improbidade administrativa. Nos termos da Lei n. 
8.429/1992, a conduta de Onofre insere-se expressamente na modalidade de ato 
de improbidade administrativa 
a) causador de prejuízo ao erário, não sendo necessária a efetiva ocorrência de 
prejuízo ao erário para que reste configurado o ato ímprobo.
b) causador de prejuízo ao erário, sendo necessário, dentre outros elementos, a 
conduta dolosa para a configuração do ato ímprobo. 
c) que atenta contra os princípios da Administração pública, sendo necessário, 
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dentre outros elementos, conduta meramente culposa para a configuração do ato 
ímprobo.
d) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário, dentre outros elementos, 
a conduta dolosa para a configuração do ato ímprobo. 
e) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário, dentre outros elementos, 
conduta meramente culposa para a configuração do ato ímprobo.
Comentário
 
Letra d.
Onofre praticou ato de improbidade que importa enriquecimento ilícito. Nessa mo-
dalidade, é admitido apenas o dolo, ou seja, a intenção de se enriquecer. 
5. (FCC/TRT 24ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Wagner é Analista Judiciário de deter-
minado Tribunal Regional do Trabalho, sendo uma de suas atribuições inserir e atua-
lizar informações processuais em base de dados. Ocorre que um dos processos sob 
sua responsabilidade para proceder a respectiva atualização processual pertence a 
um desafeto seu, razão pela qual retardou, indevidamente, a prática do ato de ofício. 
Nos termos da Lei n. 8.429/1992, caso preenchidos os demais requisitos legais para 
a configuração do ato ímprobo, Wagner estará sujeito, dentre outras, à cominação de 
a) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de 5 anos
b) suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos.
c) multa civil de até duzentas vezes o valor da remuneração percebida por Wagner.
d) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de 3 anos.
e) suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.
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Comentário
 
Letra d.
Wagner praticou ato de improbidade que atenta contra os princípios da administra-
ção. É o que consta no inciso II do art. 11 da LIA: II – retardar ou deixar de pra-
ticar, indevidamente, ato de ofício. O servidor ficará proibido de realizar qualquer 
contrato com Poder Público pelo prazo máximo de 3 anos. 
6. (FCC/TRT 24ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Considere a seguinte situação hi-
potética: João é servidor público de determinado Tribunal de Justiça e, por diversas 
vezes, utilizou-se dos serviços do motorista do Tribunal para fins particulares. As-
sim, utilizou-se do veículo oficial do Tribunal e do motorista para realizar viagens 
aos finais de semana, mudanças de residência, levar e buscar seus filhos à escola, 
fazer pagamentos em bancos etc. Em razão dos fatos narrados, João foi processado 
por improbidade administrativa. Na hipótese de condenação, João estará sujeito, 
dentre outras, à cominação de
a) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de três anos.
b) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano.
c) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.
d) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de cinco anos.
e) suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos.
Comentário
 
Letra c.
João praticou ato de improbidade que importa enriquecimento ilícito, logo terá seus 
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direitos políticos suspensos de oito a dez anos.
7. (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Considere a seguinte situação hipoté-
tica: Beatriz, servidora pública do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, está sendo 
processada pela prática de ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito. Cumpre 
salientar que o Ministério Público Federal, na petição inicial da ação de improbidade, 
afastou a ocorrência de prejuízo ao erário. Nos termos da Lei n. 8.429/1992,
a) a medida de indisponibilidade de bens não é cabível, tendo em vista a modali-
dade de ato ímprobo praticado e a inexistência de prejuízo ao erário.
b) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor estará sujeito às comina-
ções da Lei de Improbidade Administrativa, que, excepcionalmente, poderá ultra-
passar o valor da herança. 
c) a medida de indisponibilidade de bens é cabível, no entanto, recairá somente 
sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. 
d) Beatriz é parte ilegítima para figurar no pólo passivo da ação de improbidade, 
por não figurar no rol de agentes públicos sujeitos às sanções da Lei de Improbida-
de Administrativa. 
e) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor não responderá por qual-
quer sanção, tendo em vista a modalidade de ato ímprobo praticado.
Comentário
 
Letra c.
Mesmo não tendo causado prejuízo ao erário, a servidora terá que pagar multa civil 
de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial. Por esse motivo, a medida de 
indisponibilidade de bens é cabível. No entanto, recairá somente sobre o acréscimo 
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. É o que consta no art. 7º da LIA: 
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Art. 7º – “Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo 
inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do in-
diciado. Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo 
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o 
acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito”. 
8. (FCC/TRE-SP/TÉCNICA JUDICIÁRIO/2017) Em uma situação hipotética, Fausto é ser-
vidor público do TRE-SP e, no exercício de suas atribuições, concorreu para que determi-
nada empresa privada se enriquecesse ilicitamente. Nos termos da Lei n. 8.429/1992, 
para que reste configurado o ato ímprobo, é necessário, dentre outros requisitos,
a) conduta culposa.
b) enriquecimento ilícito do servidor.
c) violação aos princípios da Administração pública.
d) conduta obrigatoriamente omissiva.
e) benefícios indevidos ao Tribunal do qual faz parte.
Comentário
Letra a.
Como Fasto contribuiu para o enriquecimento ilícito da empresa, haverá necessi-
dade da demonstração da conduta culposa ou mesmo a demonstração de dolo do 
agente. 
9. (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Considere a seguinte situação hipo-
tética: Cristiana, Diretora de uma autarquia federal, foi condenada, em primeira ins-
tância, pela prática de ato de improbidade administrativa. Segundo o entendimento 
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do magistrado, Cristiana, ao determinar a contratação direta de cinco servidores 
para integrarem os quadros da entidade, frustrou a licitude de concurso público. In-
conformada com a condenação, Cristiana interpôs recurso ao Tribunal competente. 
Nos termos da Lei n. 8.429/1992, para que seja afastada a caracterização do ato 
ímprobo, é necessária, dentre outros requisitos, a comprovação da ausência de
a) dolo.
b) prejuízo ao erário.
c) enriquecimento ilícito.
d) culpa
e) benefícios indevidos aos servidores contratados.
Comentário
Letra a. 
O ato praticado pela diretora é configurado como ato de improbidade que atenta 
contra os princípios da administração (art. 11, V – frustrar a licitude de concurso). 
Para que seja afastada a caracterização do ato ímprobo, é necessária a comprova-
ção da ausência de dolo. 
10. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Vinícius é empresário, 
proprietário de gráfica e papelaria situada no Município de Boa Vista. O Ministério 
Público do Estado de Roraima ingressou com ação de improbidade administrativa 
contra Vinícius argumentando que, embora não seja agente público, beneficiou-se, 
indiretamente, de ato de improbidade administrativa. As disposições da Lei de Im-
probidade Administrativa
a) são aplicáveis, no que couber, a Vinícius.
b) não se aplicam a Vinícius, tendo em vista sua condição de particular.
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c) são aplicáveis, em sua totalidade, a Vinícius, inclusive as destinadas especifica-
mente aos agentes públicos.
d) não se aplicam a Vinícius, haja vista que o benefício indireto não justifica a in-
cidência da citada lei
e) não se aplicam a Vinícius, pois apenas o particular que induzir ou concorrer para 
a prática do ato ímprobo é que estará sujeito às disposições da citada lei.
Comentário
Letra a. 
Vinícius é o terceiro que se beneficiou com a prática da improbidade, logo serão 
aplicados, no que couber, os dispositivos da Lei n. 8.429/1992. LIA. 
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JURISPRUDÊNCIAS RELEVANTES
1 STJ, 2ª Turma, REsp 118417: Por exercerem atividade delegada do Poder 
Público, mantendo com ele vínculo contratual, os notários e registradores são su-
jeitos ativos em potencial dos atos de improbidade administrativa.
2 STJ, 2ª Turma, REsp 723494: A edição de leis que implementaram o au-
mento indevido nas próprias remunerações, posteriormente camuflado em ajuda 
de custo desvinculada de prestação de contas, enquadra a conduta dos responsá-
veis no art. 10 da LIA, que censura os atos de improbidade por dano ao erário.
3 STJ, 2ª Turma, REsp 1127143: As pessoas jurídicas também poderão figu-
rar como sujeito ativo dos atos de improbidade na condição de terceira beneficiária.
4 STJ, 2ªTurma, REsp 1155992: Não figurando no polo passivo qualquer 
agente público, não há como o particular figurar sozinho como réu em Ação de Im-
probidade Administrativa.
5 STJ, 2ª Turma, REsp 414697: A jurisprudência do STJ rechaça a respon-
sabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992, exigindo a presença de dolo 
nos casos dos arts. 9º e 11 – que coíbem o enriquecimento ilícito e o atentado aos 
princípios administrativos, respectivamente – e ao menos de culpa nos termos do 
art. 10, que censura os atos de improbidade por dano ao Erário.
6 STJ, 2ª Turma, REsp 892818: O princípio da insignificância não se aplica à 
LIA (Lei de Improbidade Administrativa).
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7 STJ, 2ª Turma, REsp 1014161: É punível a tentativa de improbidade ad-
ministrativa nos casos em que as condutas não se realizam por motivos alheios ao 
agente, haja vista a ocorrência a de ofensa aos princípios da Administração Pública.
8 STF, 2ª Turma, AgRg no RE 598588: O fato de a LIA ter ampliado o rol de 
sanções originariamente previstas na Constituição Federal não apresenta inconstitucio-
nalidade alguma, pois a Constituição indicou apenas uma relação mínima de sanções.
9 STJ, 2ª Turma, REsp 1186123: A sanção de perda da função pública não 
tem incidência sobre os agentes aposentados, haja vista não estar prevista na LIA.
10 STJ, 1ª Turma, AgRg no REsp 1125634: Não há julgamento ultra ou 
extra petita quando o juiz acrescenta à condenação do responsável pelo ato de im-
probidade administrativa sanções não pedidas pelo autor da ação.
11 STJ, 2ª Turma, RMS 30510: É admitida a instauração de procedimento 
administrativo destinado a investigar a prática de ato de improbidade até mesmo 
em caso de denúncia anônima, quando esta for verossímil.
12 STJ, 2ª Turma, REsp 1190846: Em se tratando de pedido de indisponibili-
dade dos bens, é desnecessária a prova do periculum in mora concreto, ou seja, de 
que o réu estaria dilapidando seu patrimônio ou na iminência de fazê-lo, exigindo-
-se apenas a demonstração de fumums boni iuris, consistente em fundados indícios 
da prática de atos de improbidade.
13 STF, AI 556727 AgR/SP: Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado 
em 20/03/2012, DJe 26/04/2012, o Supremo Tribunal Federal reiterou a posição 
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sufragada na ADI 2797/DF ao revelar que “inexiste foro por prerrogativa de função 
nas ações de improbidade administrativa.”
14 STF: “a prerrogativa de função para prefeitos em processo de improbida-
de administrativa foi declarada inconstitucional pela ADI 2.797/DF.” (AI 678927 
AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 02/12/2010, 
DJe 1º/02/2011).
15 STJ, 2ª Turma, REsp 1107833: Na hipótese de reeleição, em que o agen-
te exerce dois mandatos sucessivos, a contagem do prazo prescricional se inicia a 
partir do término do segundo mandato.
16 STJ, 2ª Turma, REsp 1060529: Exercendo cumulativamente cargo efeti-
vo e cargo comissionado, ao tempo do ato reputado ímprobo, há de prevalecer o 
primeiro, para fins de contagem prescricional, pelo simples fato de o vínculo entre 
agente e Administração pública não cessar com a exoneração do cargo em comis-
são, por ser temporário.
17 STJ, 2ª Turma, REsp 1087855: Quando um terceiro, não servidor, pratica 
ato de improbidade administrativa, se lhe aplicam os prazos prescricionais inciden-
tes aos demais demandados ocupantes de cargos públicos.
18 STF: Magistrados que se aposentam perdem a prerrogativa de foro – HC 
106871/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em 27/03/2012, DJe 
11/04/2012.
19 STF: Não se aplica o foro especial por prerrogativa de função a ex-titula-
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res de mandatos eletivos. Ex-deputado não tem direito a foro especial por prer-
rogativa de função, em ação civil pública por improbidade administrativa – Pet 
3421 AgR/MA, Rel. Min. Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/2009, DJe 
04/06/2010;[10]
20 STF: O Supremo Tribunal Federal admitiu sua competência para julgar ação 
de improbidade administrativa proposta contra um dos seus membros – Pet 3211 
QO/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. P/ acórdão Min. Menezes Direito, Tribunal 
Pleno, julgado em 13/03/2008, DJe 27/06/2008). Recentemente, entretanto, o STF 
decidiu que “inexiste foro por prerrogativa de função nas ações de improbidade ad-
ministrativa.” (AI 556727 AgR/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado 
em 20/03/2012, DJe 26/04/2012).

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