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PRAZER A DOIS Sugestões tântricas para uma relação com mais prazer KUSHI 2 Oriente e Ocidente A cultura ocidental é pautada por "objetivos" e pela racionalidade. Emoções são frequentemente consideradas sinais de fragilidade e instabilidade. Decisões devem ser tomadas sempre de forma lógica e fundamentadas na razão. Essa maneira de pensar permeia o modo pelo qual nos relacionamos com o mundo e com as pessoas ao nosso redor, mas não temos consciência disso. O marco histórico para esse modelo de pensamento é o Iluminismo, um movimento cultural da elite intelectual europeia do século XVIII, que procurou mobilizar o poder da razão a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. A história do oriente percorreu caminhos bem distintos da do ocidente. Embora ambos os povos tenham interagido ao longo do tempo, o oriente não enfrentou a ruptura iluminista. Boa parte do sul da Asia (China, Japão, India entre outros) tampouco viveu 3 transições religiosas tão intensas como o advento do cristianismo e o islamismo. Ali, muito das tradições milenares foi mantido e os modelos mentais para interpretação do mundo são mais holísticos, Razão e emoção, corpo e alma, matéria e energia, tudo é percebido de forma inter- relacionada, integral. O Brasil é um país muito jovem e herdou predominantemente influências ocidentais de seus colonizadores. Mas é um país tropical, miscigenado, com fortes influências dos nativos indígenas e de culturas africanas. O resultado disso é que somos um povo que se esforça para agir de acordo com os princípios iluministas, mas essencialmente sensoriais. Uma interessante, única e engenhosa mistura de ocidente e oriente. Que tal explorar essas características para desenvolver relações mais interessantes ? KUSHI 4 1. Preparando para despir-‐se Das antigas filosofias orientais, a tântrica é a que mais valoriza o prazer. Isso não significa que o prazer seja um objetivo a ser alcançado. O prazer é a consequência da expansão da consciência e da percepção. Como o Tantra é um conjunto de pensamentos muito antigos, antecede a moral definida pelas religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo, islamismo) mais recentes, cujas regras de conduta foram adotadas como padrões de comportamento social, mesmo para os que não as seguem. Para um tântrico a ideia de que o sofrimento é o caminho para a iluminação é tão estranha como a ideia de que o orgasmo seja um caminho para comunhão com o universo para um cristão. 5 A exposição do corpo (nudez), os estímulos sensoriais (carícias) e o encontro de polaridades (sexo) são tratados com naturalidade pelos tântricos. O potencial orgástico feminino é encarado como uma manifestação de sua condição privilegiada. Como geradora da vida, a mulher é mais capacitada que o homem para conectar-se com a energia universal e integrar-se com ela. Ela é considerada uma sacerdotisa ou deusa. É por isso que estimular sensorialmente uma mulher é um ato revestido de sacralidade para um tântrico. Isso não quer dizer que precisamos preparar um altar e seguir um ritual religioso sempre que formos tocar uma mulher. Não é a forma do contato que muda. É a intenção. O homem também é considerado um ser animado pela divindade (ou pela energia do Universo). Ele apenas precisa se esforçar mais para conseguir aquilo que a mulher obtém naturalmente. Uma mulher generosa, disposta a compartilhar sua energia com seu 6 amado, é o melhor presente que um homem pode receber do universo. Vale a pena mencionar que, até onde se sabe, a filosofia tântrica não faz nenhuma restrição à homossexualidade. Embora as energias masculina e feminina (polaridades) sejam percebidas como complementares e sinérgicas (uma potencializa a outra), é positivo que homens e mulheres desenvolvam e equilibrem essas energias dentro de si. Uma vivência sensorial tântrica entre pessoas do mesmo sexo é bastante diferente daquela experimentada por polaridades complementares, mas igualmente valorizada. E como a ideia de relações fechadas e possessivas não cabe na filosofia tântrica, questões como a união homossexual sequer são abordadas. Você não precisa ser tântrico para vivenciar as sensações de um encontro tântrico. Mas procurar se despir, por alguns momentos, dos preconceitos e pudores relacionados à moral ocidental pode ajudar. 7 2. O princípio do prazer Vamos ver o que podemos aprender com os tântricos para explorar nosso potencial sensorial e aumentar nossa habilidade de ter prazer a dois. O primeiro “truque” para ampliar o prazer a dois é aprender a sentir. Sentir é o princípio do prazer. Para os tântricos, os termos masculino e feminino não estão relacionados ao “gênero” (homem e mulher). Masculino tem o sentido de ativo. Feminino tem o sentido de passivo. Para alcançar a plenitude do "sentir" nossa atenção precisa estar totalmente dedicada a isso, e a melhor predisposição é uma atitude "passiva", receptiva. Parece simples, mas não é o que estamos acostumados a fazer. É um desafio, principalmente para os homens. 8 Vamos começar com um exercício: Exercício 1: Sentir A regra número um para vivências sensoriais a dois é a higiene. Ambos devem tomar um banho cuidadoso e lembrar que todas as partes de seu corpo poderão ser tocadas. Escovar os dentes também é uma boa recomendação. Evite usar perfume. O aroma suave de sabonetes e shampoos é suficientemente agradável e interferem menos com a percepção dos feromônios (estimulantes naturais). Escolham um lugar confortável, isolado e onde não sejam interrompidos por pelo menos uma hora. O ideal é que pelo menos um de vocês possa ficar deitado. Um pouco de música também pode ajudar a criar uma atmosfera propícia para o exercício. Escolham músicas melódicas, cadenciadas e preferivelmente instrumentais (como Lounge ou Mantra Music). 9 Comecem se despindo com calma. Um deve despir o outro, sempre que possível, mantendo o contato visual e antecipando o prazer que pretende oferecer através do olhar. Quem está sendo despido deve ficar imóvel, respirando lenta e profundamente, interagindo apenas com o olhar. Quem despe deve faze-lo devagar, com movimentos suaves, mantendo o corpo próximo, para que quem está sendo despido possa sentir o calor do corpo e a respiração. Quando terminarem de se despir um dos parceiros deve deitar-se e preparar-se para receber carícias. Preparar-se significa adotar uma atitude passiva, receptora. Mantenha a respiração lenta e profunda e volte sua atenção para seu próprio corpo. Fechar seus olhos pode ajudar a se “desligar” da presença física do parceiro e focalizar sua atenção em você. O outro parceiro deve preparar-se para estimular. 10 Preparar-se significa adotar uma atitude ativa, doadora. Mantenha a respiração lenta e profunda e volte sua atenção para quem está recebendo. Observe cada movimento, cada reação do corpo, cada variação na respiração. Essas reações serão seu guia para conduzir as carícias. Comece com toques sutis, deslizando as pontas dos dedos na superfície da pele. Não tenha pressa. Explore o corpo lentamente e não se detenha nas áreas que já conhece e costuma acariciar. A lateral do corpo, a área interna dos braços e a externa das coxas são sensíveis e raramente tocadas. Aproveite-as. 11 Experimente soprar. O ar expirado tem uma temperatura agradável e estimula as estruturas sensoriais dapele de forma única. Após aproximadamente10 minutos, troquem de posição e de papeis. Na segunda rodada de carícias, troquem o toque sutil com a ponta dos dedos por um toque suave, deslizando toda a mão pelo corpo. Aproxime seu corpo de forma que seu calor possa ser percebido. Encoste-se, de maneira suave. Respire na região do 12 pescoço e próximo aos ouvidos e à boca. Roce os lábios, mas não beije. Cheire. Cheirar é uma atividade estimulante para ambos e pouco praticada. Passados outros 10 minutos troquem de posição. Na terceira e última rodada os toques podem ser mais ousados e o contato corporal mais intenso. Mas não seja afoito. Mantenha a lentidão dos movimentos de forma a que as carícias e o contato possam ser “saboreados”. Use a ponta da língua. Sinta o sabor da pele enquanto estimula o outro com suas carícias. Beije todo o corpo com suavidade. Dê pequenas e leves mordidas no pescoço, na cintura, na região pélvica, na área interna das coxas. Toque a região genital com a ponta dos dedos e deixe que o calor de sua respiração seja sentido ali. Passados outros 10 minutos troquem de posição. O parceiro que estiver terminando essa última rodada na posição ativa deverá, ao 13 final de seus 10 minutos de carícias, encostar seu corpo inteiramente no outro, promovendo o contato direto das regiões genitais. A partir desse ponto podem trocar carícias simultâneas e efetuar a penetração se desejarem, embora terminar a vivência sem a penetração também seja uma experiência muito interessante. Durante todo o exercício os parceiros devem se esforçar para manter suas posições ativas e passivas. Quando um estimula cabe ao outro deixar-se estimular. A atenção de ambos deve ser dirigida a um de cada vez. Da primeira vez em que realizarem esse exercício, vale a pena conversar a respeito e compartilhar as sensações. Com o tempo e a repetição do exercício, ambos irão aprender a “ler” as reações do corpo e a conversa não será necessária. 14 3. A intenção O segundo “truque” para ampliar o prazer a dois é a maestria da intenção. Intenção é um propósito absoluto e integral, que une a mente e o corpo para um objetivo determinado. Não é fácil desenvolver a intenção. Requer muita dedicação e anos de prática. Observe as coisas mais simples. Um "bom dia" de um amigo, um beijo do namorado, o olhar de um desconhecido ou o abraço de uma pessoa querida. Com sua atenção voltada para isso, você irá perceber a diferença entre o bom dia, o beijo, o olhar ou o abraço animados pela intenção e aqueles meramente protocolares. O bom dia educado, o beijo displicente, o olhar desatento ou o abraço "mecânico" são inócuos, insignificantes. Que diferença enorme quando são praticados com intenção. 15 Mas como tudo começa com o primeiro passo, vamos trabalhar a intenção a partir da vontade consciente. Para isso vocês precisam estar presentes no aqui e no agora. Exercício 2: Perceber Escolham um lugar confortável, isolado e onde não sejam interrompidos por pelo menos 30 minutos. Não é necessário estarem despidos. Este exercício deve ser feito em duas fases. Na primeira, um de vocês deverá adotar uma postura passiva, preparando-se para receber. O parceiro ativo irá dedicar-se a fazer pequenas carícias no parceiro passivo. Mas seu objetivo não será estimular o outro. Sua atenção deverá estar voltada para suas sensações. Comece com um suave beijo na lateral da face. Sinta o contato da pele do rosto com seus lábios. Perceba que sensações isso 16 desperta em você. Inspire e sinta o cheiro da pele. Lentamente, repita o beijo em locais diferentes do rosto. Beije os olhos e perceba os cílios roçando em seus lábios. Beije a testa e sinta o cheiro particular dessa região, que é diferente do da lateral da face. Beije o canto da boca. Perceba como seus lábios são capazes de sentir o relevo. Beije os lábios e sinta a maciez do contato. Perceba o ar espirado pelo outro enquanto beija. Coloque a mão do cabelo e deixe que seus dedos penetrem entre os fios bem devagar. Sinta os fios passando pelos seus dedos. Cheire os cabelos. Cheire o pescoço e, com especial atenção, a região atrás da orelha. Passe os dedos levemente pela nuca e perceba os fios de cabelo mais finos daquela região. Troquem de posição de forma a que quem estava passivo repita a mesma sequencia. 17 Terminada a sequência, vamos repetir esse mesmo exercício mas com um outro objetivo. Quem estiver ativo deve estar com sua atenção voltada para o outro. Cada gesto deve ser praticado como uma carícia, como um presente para o outro. Beije o rosto com o mesmo cuidado, mas pensando em depositar o seu beijo ali, como um presente. Acaricie os fios de cabelo e a nuca. Cheire o pescoço para provocar um arrepio. A cada gesto, perceba as reações do outro. Depois que ambos tiverem terminado, beijem-se na boca, lenta e intensamente. Durante o beijo, simultaneamente, exercitem o que vivenciaram nas sequencias anteriores. Sintam o contato dos lábios, a respiração, o cheiro da pele e da saliva. Passem a língua vagarosamente por dentro do lábio superior. Mordisquem suavemente. Em cada gesto desejem estimular o parceiro, mas sem deixar de perceber o contato e os aromas. 18 Quando terminarem o beijo, deem as mãos e se olhem nos olhos por alguns instantes, com um pensamento de gratidão. Terminado o exercício, compartilhem as sensações. Falem sobre como se sentiram fazendo e recebendo as carícias e sobre as diferenças sensoriais das duas fases do exercício. Como foi o beijo final ? Diferente dos outros que já haviam dado ? Mais intenso ? Conseguiram permanecer com sua atenção no momento e no espaço do presente, aqui e agora ? Combinem entre vocês de, nos dias seguintes, fazer todos os pequenos gestos diários de carinho com a mesma atenção. Nada deve ser “automático”. Procurem praticar a intenção em cada gesto e serem intensos em cada toque. O resultado, como poderão observar, será muito interessante. 19 4. A conexão O terceiro “truque” para ampliar as sensações de prazer a dois é a conexão. Conectar-se com o outro vai além de estar juntos, conversando ou tocando. Para entender o sentido de uma conexão tântrica, basta lembrar da conhecida saudação “namaste”. Namaste significa, literalmente, “eu reverencio você”, mas seu sentido maior é a afirmação de que a energia que nos anima é a mesma e que fazemos parte do Universo. Há quem a traduza como “o Deus que está em mim saúda o Deus que está em você”. Essa saudação indica que reconhecemos no outro a mesma energia divina que nos habita e também anima o Universo e que, por conta disso, estamos inexoravelmente conectados. Quando transcendemos a racionalização e interiorizamos esse sentimento, passamos a nos identificar profundamente com o outro. 20 Fazemos parte do outro que também faz parte de nós. Esse é o verdadeiro sentimento de conexão. Como, no mundo ocidental, vivemos do culto ao “ego”, exercitando nossa individualidade cotidianamente e construindo barreiras que nos “protegem” dos outros, a desconstrução dessa estrutura mental egóica não é uma tarefa simples. Quando amamos alguém intensamente, chegamos a experimentar algo parecido com isso, mas quase sempre de forma possessiva. Sentimos que a pessoa faz parte de nós, mas esse sentimento vem junto com o desejo de posse. O outro, o ser amado, nos pertence. Aprender a amar sem possuir é um caminho que vale a pena trilhar. A proposta desteexercício é coloca-los no início dessa trilha. 21 Exercício 3: conectar Escolham um lugar confortável, isolado e onde não sejam interrompidos por pelo menos 30 minutos. Não é necessário estarem despidos. Fiquem de frente um para o outro, de mãos dadas. Olhem-se diretamente nos olhos e procurem transmitir uma mensagem amorosa com o olhar. É importante que cada um tenha em mente que o outro à sua frente é um ser amado, uma pessoa generosa e disposta a compartilhar esse momento de prazer. Retribuam essa generosidade e agradeçam mentalmente, sem falar. Sustentem o olhar e respirem profunda e lentamente. Expirem devagar, levando o dobro do tempo da inspiração. Procurem relaxar o corpo, sem perder o contato visual. Façam isso juntos e transmitam essa sensação de relaxamento. Sintam o relaxamento do outro. 22 Busquem sincronizar a respiração. Inspirem e expirem no mesmo ritmo. Imaginem que estão respirando também para o outro. Aproximem-se um pouco mais. Sintam a expiração um do outro e deixem-se envolver por esse ar que é expirado. Ao inspirarem, imaginem que estão trazendo para dentro de vocês a energia do Universo. Ao expirarem, imaginem que estão compartilhando essa energia com o outro. Irradiem a energia para o outro. Não tenham pressa. Percebam como respirar juntos está deixando vocês mais unidos. Permaneçam algum tempo assim, de mãos dadas, com o olhar amoroso e a respiração sincronizada, compartilhando a sensação de relaxamento e envolvidos pela energia do Universo. Quando julgarem que é o momento, encostem os corpos. Com os braços relaxados ao longo do corpo, espalmem as mãos e encostem as palmas e os dedos. 23 Encostem as coxas, a pélvis, o abdome, o peito. Continuem se olhando e respirando em sincronia. A cada expiração, deixem que os corpos se aproximem mais. Sintam o calor que resulta desse encontro dos corpos. Permaneçam algum tempo assim e, quando julgarem que é o momento, se abracem carinhosamente. Continuem respirando juntos e, a cada expiração, permitam que os corpos se aproximem ainda mais. Imaginem que vocês estão se fundindo, se tornando um só. Sintam o calor, o cheiro, as batidas do coração, o relaxamento, a respiração, a energia que vocês emanam. Permaneçam assim pelo tempo que quiserem. Quando julgarem que é o momento, se afastem lentamente e voltem a se olhar nos olhos, de mãos dadas. 24 Agradeçam com o olhar e presenteiem com um sorriso, em silêncio. Quando terminarem o exercício, sentem-se de frente um para o outro. Mantendo sempre o contato visual, compartilhem as sensações. Calma e relaxadamente, um de cada vez, contem o que sentiram. Digam primeiro como estão se sentindo naquele momento e qual é o seu sentimento em relação ao outro. 25 Depois, se quiserem, comentem as sensações que tiveram durante o exercício. 26 5. Cuidado e carinho A convivência trás a intimidade. Quanto mais tempo você passa em companhia de uma pessoa amada, mais se sente confortável com a sua presença. Conforto, nesse caso, é a possibilidade de ser você. De relaxar e “despreocupar-se” com a presença do outro. Esse é um dos benefícios mais cativantes de uma relação duradoura. Mas casais que moram juntos também se ressentem do “desgaste” da relação, que costumam atribuir à convivência. Se observarmos com atenção perceberemos que a causa desse desgaste, que é real e relativamente comum, não é a convivência em si mesma. O que ocorre, quase sempre, é que a vida em comum exige a participação na solução de problemas. Pagamento de contas, questões domésticas, educação dos filhos (quando presentes), 27 manutenção da casa, assuntos familiares, tudo isso precisa ser compartilhado. Quando o casal tem atividades profissionais que exigem sua ausência durante o dia, todas essas questões, quase sempre aborrecidas, precisam ser discutidas no pouco tempo em que estão juntos. A urgência de vários desses assuntos os transforma em prioridade. No começo de uma relação afetiva, ansiamos pelo momento em que vamos encontrar a pessoa amada. Antecipamos o prazer que sentiremos ao estar juntos, trocando palavras e carícias agradáveis. Quando o pouco tempo que passamos juntos é utilizado para discussão de problemas, associamos os problemas à pessoa amada. É nesse contexto que buscamos um espaço para um contato afetivo ou mesmo sexual. É bastante comum escutar pessoas casadas há algum tempo se referirem ao contato sexual com o parceiro como “cumprir suas obrigações”. Não é que o contato seja 28 particularmente desagradável, mas ele “precisa” acontecer (afinal, o sexo deve fazer parte da “rotina” de um casal) e, com tantas outras responsabilidades, é preciso encontrar um tempo para realizar mais essa “obrigação”. Um pequeno “truque” para ampliar o prazer a dois: vamos inverter as prioridades. Exercício 4: cuidar Escolham um lugar confortável, isolado e onde não sejam interrompidos por pelo menos uma hora. Levem para esse encontro algumas folhas de papel, lápis, borracha, um calendário e suas agendas. Sim, isso é uma reunião de trabalho. Mas, antes de começar a “reunião”, sentem- se de frente um para o outro. Deem-se as mãos, olhem-se nos olhos e respirem profundamente. Sincronizem a respiração. Procurem relaxar o corpo e lembrar de algum momento gostoso que tenham vivido 29 juntos. Agradeçam ao outro, através do olhar, por essa lembrança. Permaneçam assim por algum tempo, até sentirem que estão conectados e presentes, prontos para iniciar uma pequena mas importante tarefa. O objetivo do encontro é bastante simples. Vocês irão definir horários para discussão de problemas e posiciona-los em sua agenda para os próximos 7 dias. Se for possível, escolham momentos diferentes em dias alternados e deixem 3 dos 7 dias da semana livres, ou seja, sem espaço para discussão dos problemas. Preparem uma lista dos temas recorrentes (aqueles que costumam necessitar de atenção com frequência) e elaborem uma “pauta” prévia para cada encontro. Claro que a pauta deverá deixar espaço para “outros assuntos”, que deverão surgir no decorrer da semana e precisarão ser discutidos nessas ocasiões. Procurem, também, verificar as atividades “domésticas” (levar o carro para trocar o 30 óleo, fazer compras de supermercado, ajudar as crianças nas lições) que precisarão ser realizadas durante aquela semana por cada um de vocês e coloquem nessa agenda comum, de forma a que não precisem “cobra-las” um do outro durante a semana. Vejam se é possível dividir essas tarefas de acordo com o tempo livre de cada um, de forma a que nenhum dos dois se sinta particularmente sobrecarregado. Esta não será uma semana para “compararem os sacrifícios”. A ideia é que ambos se apoiem para dar conta das obrigações e responsabilidades de forma eficiente. Caso algum dos dois precise realizar alguma atividade profissional nesse período, isso também deve ser colocado na agenda e, se possível, coordenado com as atividades do outro (se você vai ter que fazer um relatório em casa amanhã à noite então eu aproveito para ir no mercado nesse horário). Findo esse trabalho de organização da agenda, vocês devem fazer um pacto: nenhum “problema” será discutido fora dos 31 horários estabelecidos para discussão de problemas, a não ser que seja um caso de vida ou morte. Se seus encontros para discussão de problemas estão agendados para dias alternados, terão que esperar, no máximo, até o dia seguinte (isso épossível na grande maioria dos casos). Comecem a implementar o plano combinado imediatamente após a “reunião” e mantenham isso por uma semana. Esperem até o final da semana para conversar sobre o resultado do exercício. Nos primeiros dias é possível que o casal enfrente alguns momentos de silêncio constrangedor. Sobre o que irão conversar? Como irão ocupar o seu tempo? Uma boa sugestão para esses momentos é cuidar do outro. Ofereça um chá ou uma massagem nos pés. Compartilhe uma leitura interessante. Sugira que assistam algo juntos comendo pipoca. 32 Preparem juntos o jantar. Passeiem pelo bairro ou num parque próximo, de mãos dadas, em silêncio ou trocando impressões sobre coisas e pessoas à sua volta. Vale qualquer coisa, menos conversar sobre problemas e obrigações. Embora seja desejável que esses momentos sejam vividos a dois, procurem respeitar a individualidade. Se um de vocês deseja ler e o outro quer assistir televisão, façam isso. Numa situação como essa, vocês estarão juntos, na mesma casa, fazendo o que tem vontade de fazer e, ainda que sejam coisas diferentes, estarão compartilhando esse instante de prazer. Mas aproveitem para, mesmo nesses momentos, cometerem pequenas gentilezas como oferecer-se para buscar algo na cozinha caso se levante do sofá por qualquer razão. 33 E a qualquer momento, se ambos não tiverem coisa mais interessante para fazer, sempre podem praticar um dos outros exercícios deste livro. 34 6. Respeito e liberdade Gastamos boa parte do nosso tempo cuidando do que possuímos, do que pensamos que possuímos e do que gostaríamos de possuir. Uma parte de significativa de nosso espaço mental é ocupada pelo medo de perder o que conquistamos. E, se observarmos com cuidado, pautamos nossa vida pela ideia de corresponder às expectativas que, no fundo, raramente são “nossas”, para sermos “merecedores” dos privilégios da aceitação. Vivemos para ter e pertencer, imaginando que é isso que nos fará felizes. Nietzche, importante filósofo alemão que viveu no final do século XVIII, afirmou: "Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo". 35 Quando iniciamos a nossa vida, temos a necessidade de pertencer a alguém para estruturarmos nossa identidade. Somos "da mamãe", "do papai", "da vovó e do vovô" e é isso que nós dá a segurança necessária para caminhar rumo a um "ser" independente. Diversos aspectos, prioritariamente culturais, tornam complicada a transição do "ser de alguém" para o "ser alguém", e podemos observar que a maioria das pessoas chega à fase adulta sem finaliza-la, com uma sensação de "incompletude". Uma expressão comum para caracterizar o par amoroso é "a outra metade da laranja". Também é usual a menção à busca de alguém que nos "complete". Nessa situação, dedicamos boa parte da vida adulta à tentativa de preencher esse vazio existencial, seja através de outra pessoa, seja mediante a acumulação de bens. Dependemos de "pertencer" e de "ter" para "ser". 36 É triste constatar que esse caminho será infrutífero. Pertencer e possuir não darão conta de completar-nos, ainda que momentaneamente possam oferecer a sensação de que o "vazio" foi preenchido. O "outro" a quem escolhemos pertencer nos frustra permanentemente. Os bens acumulados nunca são suficientes. Quanto antes tenhamos consciência de que a resposta não está "fora" de nós, mais tempo teremos para trilhar os caminhos "internos" que nos levarão a encontrar o que nos falta. Resolver essa questão é o trabalho de uma vida, mas estar consciente disso pode ajudar a melhorar o relacionamento de um casal. Exercício 5: desapegar Nesse exercício o casal irá trabalhar as questões do apego material e pessoal. A primeira parte é relativamente simples e é importante que o casal encare a atividade de forma lúdica. 37 Diariamente, durante 5 dias, o casal deverá escolher 3 itens para se desfazer (jogar fora ou doar). Dois dos itens devem ter caráter individual (como algo de uso pessoal) e um de uso compartilhado. Ou seja, cada um de vocês irá abrir mão de um objeto pessoal e ambos abrirão mão de um objeto que é considerado como pertencente aos dois. Cada um de vocês deve sugerir ao outro, em cada dia, alguns objetos que consideram desnecessários. Será apenas uma sugestão. O outro poderá não acatar a sugestão, mas deverá dar uma explicação para sua recusa. Mesmo que as justificativas não sejam “convincentes”, caberá ao proprietário a decisão final sobre qual objeto será doado, e esse objeto pode não fazer parte da lista inicial de sugestões oferecidas pelo outro. No sexto dia, terminadas as doações começará a segunda parte do exercício. O casal irá reduzir os “custos” de seu relacionamento. 38 Escolham um lugar confortável, isolado e onde não sejam interrompidos por pelo menos uma hora e meia. Levem para esse encontro algumas folhas de papel, lápis, borracha. Antes de começar a “reunião”, sentem-se de frente um para o outro. Deem-se as mãos, olhem-se nos olhos e respirem profundamente. Sincronizem a respiração. Procurem relaxar o corpo e lembrar de algum momento gostoso que tenham vivido juntos. Agradeçam ao outro, através do olhar, por essa lembrança. Permaneçam assim por algum tempo, até sentirem que estão conectados e presentes, prontos para iniciar essa importante conversa. Cada um de vocês deverá dizer ao outro 5 coisas que gostaria de fazer mas que, de alguma forma, sente que o relacionamento é um impedimento para isso. O outro deve apenas ouvir e anotar os cinco itens numa folha de papel. 39 A ideia não é discutir se o sentimento de impedimento é legítimo ou não. É apenas tomar conhecimento dos desejos que o outro está deixando de satisfazer em função do relacionamento. Tenham em mente que qualquer relacionamento funciona como uma espécie de conta corrente, onde os prazeres são um crédito e as frustrações são um débito. Fazemos um balanço, geralmente inconsciente, dessa relação entre o que “recebemos” e o que “pagamos” por isso. Deixar de fazer algo que gostaríamos para preservar a relação é “o preço a pagar” pelas coisas boas que essa relação nos oferece. Se o preço for muito alto, começamos a avaliar se a relação vale a pena. Cada um de vocês deverá observar a lista dos desejos do outro cuidadosamente e escolher 3 dos cinco desejos que considere que o outro poderia realizar sem colocar em risco a relação. Elejam o que os afeta menos e procurem ser generosos. Pensem 40 em qual será seu real prejuízo caso o outro realize o desejo. Escolhidos os 3 desejos a serem concedidos, a tarefa passa ser informa-los ao outro, incentivar e apoiar sua realização. Pode não ser uma decisão fácil. Em alguns casos, talvez seja necessário definir algumas condições de “segurança” para oferecer o incentivo e o apoio. Mas lembre que vocês estarão melhorando o saldo de suas contas correntes, diminuindo os custos da relação para o outro. Existem duas coisas que devem ser consideradas nesse exercício. A primeira, é que não se deve exigir uma reciprocidade direta pelo desejo concedido. Essa reciprocidade já está implícita na medida em que cada um poderá realizar 3 desejos. Se você vai “permitir” que o outro faça uma viagem paradisíaca sem a sua companhia, isso não quer dizer que você poderá fazer o mesmo, a não ser que isso também esteja 41 na sua lista de desejos e tenha sido escolhido pelo outro para “liberação”. A segunda é ter consciência de que nossos desejose necessidades são diferentes. Nossos medos e inseguranças também são diferentes. Muitas vezes deixamos de fazer algumas coisas simplesmente porque não queremos que o outro faça. Talvez isso não seja importante para o outro e ele possa “permitir” que você faça sem ter o mesmo “direito”. Nas 3 semanas seguintes, cada um de vocês deverá realizar um dos desejos “concedidos” e compartilhar a experiência. Quem realizou o desejo deve contar como tudo aconteceu e como se sentiu antes, durante e depois. Quem “permitiu” que o desejo fosse realizado deve contar como está se sentindo à respeito. Se foi prazeroso para quem fez e sem nenhum incômodo para quem permitiu, ótimo. Acabaram de descobrir um “custo” 42 desnecessário que pode ser eliminado da relação. Se quem “permitiu” esta se sentindo mal com o resultado (inseguro ou magoado), o casal deve combinar não repetir essa situação até que o sentimento de mal estar possa ser melhor elaborado e se dissipe. Neste caso, abrir mão desse desejo é um investimento realmente necessário para manutenção da relação. Se for algo muito importante (um custo alto), o casal poderá voltar a discutir o assunto mais tarde. No final das 3 semanas, após cada um haver realizado seus 3 desejos e o casal haver conversado sobre cada um deles, combinem um passeio juntos para um lugar agradável e amplo. Preferivelmente algo bem simples como um piquenique no parque ou uma manhã numa praia próxima. Comecem falando sobre as coisas que foram doadas. Estão sentindo falta delas? Elas faziam alguma diferença significativa na vida de vocês? 43 Depois considerem o que tiveram que abrir mão para que o outro pudesse realizar seus desejos. Sentem que perderam algo importante? Os impedimentos eram apegos a convenções? A satisfação desses desejos trouxe algum prejuízo real para algum de vocês? Qual foi o impacto na relação do casal? Conversem sobre essa experiência sob a ótica da liberdade e do respeito. Reconheçam a importância da liberdade e o custo de abrir mão dela para cada um. Mas também reconheçam a importância de respeitar as limitações do outro, sejam elas racionais, emocionais, culturais, morais ou religiosas. Conversem sobre a possibilidade de exercitarem a liberdade de ser e o respeito pelo outro de forma mais ampla, desapegando-se das convenções e abrindo mão da necessidade da “posse”, da necessidade de controlar o outro. 44 O benefício para ambos será o de uma relação mais leve e prazerosa, com custos menores e benefícios maiores. Essa leveza, se conquistada, permeará o cotidiano de vocês tornando tudo muito mais agradável e contribuindo para a cumplicidade e a afetividade do casal. 45 7. Amor e consciência Curioso como temos o hábito de associar a palavra amor a relações específicas. Amor familiar (pais, filhos, irmãos, parentes próximos), amor romântico (parceiros), amor fraternal (amigos) descrevem as relações que mais usualmente são associadas ao sentimento. Os gregos oferecem quatro palavras com diferentes significados para o amor: Ágape, Eros, Philia e Storge. Ágape é o amor incondicional ou o “verdadeiro” amor. Eros é o amor passional, a paixão. Philia é o amor virtuoso, a amizade Storge é a afeição natural, o gostar de alguém. Muitos autores se limitam a considerar que apenas os três primeiros termos se referem ao amor. Uma certa hierarquia está implícita nessa classificação, um gradiente de intensidade, profundidade e valor, começando pelo Ágape – o amor absoluto (intenso, profundo 46 e eterno), passando por Eros (intenso e profundo, eventualmente fugaz), Philia (menos intenso, as vezes profundo, sujeito à reciprocidade) e terminando com Storge (suave e volúvel). Ágape é considerado a forma mais nobre de amor. Os cristãos se apropriaram da palavra para descrever o amor incondicional de Deus por sua criação. Talvez o único exemplo humano passível de corresponder a essa descrição seja o amor da mãe pelo bebê. Eros, por sua fugacidade e pela associação com a sexualidade, costuma ter uma conotação negativa. Philia, ao contrário, tem uma conotação positiva (dissociada do sexo) e pode ser considerado a melhor forma de amor possível entre os seres humanos “comuns”. Storge não costuma merecer maior atenção. Mas é no storge que encontramos a semente de um amor universal. 47 A afeição natural é espontânea. Costuma nascer do reconhecimento de si mesmo no outro. Isso não é ruim. É um início promissor. Embora seja percebido como uma forma de sentimento egoísta, porque é auto- referenciado, o caminho para um amor universal e incondicional começa no amor próprio. Não é possível amar o próximo sem se amar primeiro. Além disso, reconhecer algo de nós no outro é reconhecer algo do outro em nós mesmos. É aí que começa o amor universal, evoluindo até a consciência de que somos parte do universo e o universo é parte de nós. Pode parecer um conceito estranho. Mas cultivar o Storge, a afeição natural, pelas pessoas e por todas as outras manifestações da natureza, dedicando nossa atenção a descobrir-nos nelas, resulta numa gradual identificação com tudo aquilo que nos cerca. 48 Em algum momento, essa identificação irá resultar na transferência do amor próprio para todas as pessoas e coisas. Não será Ágape, Eros ou Philia. Não há um nome para esse sentimento, porque ele transcende o amor. As vezes é difícil trilhar esse caminho para a expansão da consciência quando vivemos um amor romântico. O amor romântico costuma ser possessivo e exigente. Não queremos permitir que o outro ame qualquer outra pessoa ou coisa. Não desejamos dividir essa amor com nada e ninguém mais. As vezes por ciúmes, por insegurança ou por puro egoísmo, pretendemos ser o centro do mundo do outro. E muitas vezes fazemos do outro o centro do nosso mundo também, sem deixar lugar para outros amores, por medo de deixar escapar esse sentimento. Isso é bastante comum e natural no início de alguns relacionamentos, animados pelo fogo das paixões arrebatadoras. 49 Quando ainda não conhecemos bem aquela pessoa que é o alvo de nossa paixão, preenchemos as lacunas com nossas melhores expectativas. Por isso a pessoa parece tão perfeita e apaixonante. Na medida em que a relação evolui e o outro se dá a conhecer, vem a frustração. O outro parece estar “mudando”, quando, na verdade, está apenas sendo o que sempre foi, mas desconhecíamos. Começam aí a insegurança e os ciúmes, numa busca de recuperar o “controle” da situação. Começa ai a necessidade de tentar corresponder às expectativas do outro para evitar a frustração. Nasce aí o medo de que o outro seja acometido por outras paixões e nos abandone. A partir desse momento, o casal se fecha para o mundo. Constrói muros de proteção para o seu amor com a melhor das intenções e termina por sufoca-lo. 50 Qualquer sentimento mais intenso por outra pessoa é percebido como uma ameaça, pelo risco de uma nova paixão. Nos esforçamos para deixar de amar os outros e esperamos que o amor siga existindo na relação a dois. Esse esforço intelectual, seja mais ou menos consciente, para o controle dessa emoção essencial é desastroso. Nossa capacidade de amar irá diminuindo lentamente. A relação do casal caminhará para a aridez, para algo mecânico e monótono, desprovido do amor que já não somos capazes de sentir. E como amar é um dom e uma necessidade humana, sempre haverá o risco do surgimento de uma nova paixão fora do relacionamento para uma das partes do casal. É por issoque o ciúmes mal elaborado pode ser considerado a maior armadilha de um relacionamento. 51 Exercitar o amor não é um risco para a relação do casal. Impedir que o outro exercite sua afetividade de forma ampla é o verdadeiro risco. Quanto mais praticarmos o amor, mais seremos capazes de amar. O marido que estimula sua mulher a amar seus filhos, sem deixar que os ciúmes do compartilhamento atrapalhem essa relação, será ainda mais amado. A mulher que estimula o marido a amar seus amigos, sem deixar que os ciúmes do compartilhamento atrapalhem essa relação, será ainda mais amada. O casal que está aberto para o amor, em todas as suas relações com o mundo, se amará mais. O amor é um canal de conexão direta com a energia do universo. Quanto mais nos permitimos amar e incentivamos o amor, mais expandimos nossa consciência. Isso não é algo que possa ser explicado. É necessário vivenciar. 52 Os exercícios que indicamos nos capítulos anteriores ajudam, de algum modo, a oferecer uma pequena amostra das possibilidades de expansão desse sentimento através do prazer e da gratidão. Mas é recomendável que o casal participe de vivencias tântricas coletivas, orientadas e monitoradas por pessoas experientes, que saberão conduzir os participantes a um estado de êxtase amoroso e de conexão com o grupo. Quando bem conduzida, essa é uma experiência única e libertadora, nada ameaçadora, e que permite alcançar um estado de expansão da consciência transformador. Quando se sentirem preparados para essa transformação, vale a pena experimentar. Namaste ! 53 “Tantra é uma abordagem filosófica para a vida que tem como essência a liberdade de ser e o propósito de expandir a consciência. Nos últimos séculos, o mundo ocidental vem privilegiando a razão e menosprezando os aspectos emocionais e sensoriais do ser humano. Essa preponderância da razão limita nossa percepção do mundo e nossa capacidade de expandir a consciência. Os adeptos da filosofia tântrica propõem uma abordagem integrativa como caminho para o equilíbrio. É por isso que muitas das práticas tântricas são vivenciais e de natureza sensorial. Oferecem a oportunidade para pensar menos e sentir mais, propiciando o resgate da plenitude de ser. Reunimos aqui um conjunto de sugestões para o casal que deseja explorar a plenitude da relação. 54 Trata-se de um convite para trilharem juntos esse caminho integrativo, por meio de exercícios instigantes e prazerosos. Aceitar esse convite significa escolher uma relação mais rica, profunda e intensa, também mais leve e amorosa. Não requer qualquer experiência anterior ou alguma habilidade excepcional. Mas, ainda assim, será abrir uma porta para um novo Universo do qual vocês irão adorar participar” KUSHI (Mentor do Mundo do Tantra) 55
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