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1 Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia – ICET ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO ENGENHARIA MECÂNICA Ciência dos Materiais Aula 04 – Estruturas Cristalinas (Parte II). 26 de fevereiro de 2019 Professor: Ms. Winston F. de L. Gonçalves Referências: -Callister, W. “Engenharia e Ciências dos Materiais: Uma introdução” LTC Editora, 9ª Edição, 2016 (Capitulo 3) -Van Vlack. “Principios de Ciências e Engenharia dos Materiais” Elserver , 2010. -Askerland, D. “Ciências e Engenharia dos Materiais” Cengage, 2010 -Hibbeler, R. C. “Resistência dos Materiais” 7º Edição. Prentice Hall Brasil, 2011. - Hibbeler, R. C. “Estática: mecânica para engenharia” 12º Edição. Prentice Hall Brasil, 2011. - Beer,F. P.; J.,E. Russell; Eisenberg,E. R. “Mecânica Vetorial Para Engenheiros” - Estática - 9ª Edição. McGrawHill Brasil, 2011. - Ashby, Michael F. “Materials Selections in Mecanical Design”. Elservier. 3th Edition. Amsterdam, 2005. Cúbica de Face Centrada (CFC) • A Estrutura CFC também é semelhante a estrutura CS, entretanto sua diferença é a presença de um átomo no centro de cada face do cubo, desta forma, cada célula é composta por quatro átomos. Seu número de coordenação é 12. Cúbica de Face Centrada (CFC) • O parâmetro de rede da estrutura CFC calcula-se de forma semelhante à CCC, entretanto, usando o teorema de Pitágoras somente na face, chega-se a quatro vezes o raio atômico pela raiz quadrada de dois ou duas vezes o raio vezes a raiz quadrada de dois. Relações geométricas Relação entre o raio atômico e o comprimento de aresta em três células unitárias diferentes: Hexagonal Compacta (HC) • A Hexagonal Compacta (HC) é formada de uma base hexagonal e três átomos centrais formando um triângulo equilátero. Cada átomo dos vértices participa em um 1/6 da estrutura e os átomos da face hexagonal participa ½. Hexagonal Compacta (HC) • Desta forma, a estrutura HC contém 6 átomos. Além do parâmetro de rede “a” esta estrutura também contém o parâmetro de rede “c”. O parâmetro de rede “a” é duas vezes o raio e a relação do parâmetro de rede “c” com o parâmetro de rede “a” é igual à 1,633. Fator de Empacotamento Atômico (FEA) • O Fator de Empacotamento Atômico expressa o quanto de espaço os átomos estão ocupando dentro da célula cristalina. Calcula-se dividindo o produto do número de átomos existente na estrutura dividindo pelo volume da célula cristalina A diferença de 1 refere-se aos espaços vazios, chamados vacâncias. FEA – Estrutura CCC • Na estrutura CCC o número de átomos é 2 e parâmetro de rede é quatro vezes o raio atômico dividido pela raiz de três: Densidade – Massa Específica • Densidade é a relação da massa pelo volume, mas a alteração da forma cristalina também altera sua densidade, que é calculada através da massa da célula unitária pelo seu volume, corrigido pela constante de Avogrado (6,023x1023 mol-1). • A = massa atômica (g/mol) Exemplo: Densidade • O cobre (Cu) é um metal cuja estrutura é CFC. Sua massa atômica é 63,5 g/mol e seu raio atômico é 1,28Å (0,128 nm). Calcule sua densidade. Exemplo de cálculo Quando a prata cristaliza, forma células cúbica de face centrada. O comprimento de aresta (parametron de rede) é 409 pm. Calcular a densidade da prata. Existem quatro átomos por célula unitária numa célula cúbica de faces centradas. Tipos de cristais Cristais iônicos • Pontos de rede ocupados por catiões e anions • Forças electrostáticas mantêm o cristal coeso • Duros, brilhantes, e com elevado ponto de fusão • Maus condutores de calor e electricidade CsCl ZnS CaF2 Cristais covalentes • Pontos de rede ocupados por átomos • Ligações covalentes mantêm o cristal coeso • Duros e com elevado ponto de fusão • Maus condutores de calor e electricidade Cristais moleculares • Pontos de rede ocupados por moléculas • Forças intermoleculares mantêm o cristal coeso • Macios e com baixo ponto de fusão • Maus condutores de calor e eletricidade Certas substâncias, numa faixa de temperatura imediatamente acima dos seus pontos de fusão, exibem propriedades de líquido (movimento, escoamento, sem padrão de ordenamento) e sólido (elevada ordenação, rigidez), simultaneamente. São denominadas cristais líquidos. • Pontos de rede ocupados por átomos metálicos • Ligações metálicas mantêm o cristal coeso • Macios ou duros e com pontos de fusão altos e baixo • Bons condutores de calor e electricidade Cristais metálicos Núcleo e camadas internas Eletrons livres (móveis) Sólidos amorfos Os sólidos amorfos não possuem um arranjo tridimensional regular, contrariamente aos cristais. Alguns exemplos deste tipo de sólidos são os vidros e os polímeros. Enquanto nos cristais as propriedades físicas apresentam descontinuidades na temperatura de fusão, para os sólidos amorfos não existe uma temperatura de fusão, mas sim uma sucessão de estados de fluidez variável, e que depende da temperatura e da ‘história térmica’ da substância, isto é, da forma como os aquecimentos e arrefecimentos foram feitos. A temperatura à qual o material se torna rígido designa-se por temperatura de transição vítrea, Tg Vidros Um vidro é um produto transparente resultante da fusão de materiais inorgânicos que arrefeceu até atingir um estado rígido mas sem cristalização. Nome Composição Propriedades e Utilização Quartzo puro SiO2 100% Coeficiente de expansão térmica baixo Transparente a vários λ Pesquisa óptica Vidro Pyrex SiO2 , 60 – 80% B2O3, 10 – 25% Al2O3, vestígios Coeficiente de expansão térmica baixo Transparente no visível, IV mas não no UV. Materiais de laboratório, material de cozinha,… Vidro “normal” SiO2 , 75% Na2O, 15% CaO, 10% Reactivo; Sujeito a choques térmicos. Absorve radiação UV. Janelas, garrafas, etc.. Quartzo quartzo cristalino (SiO2) vidro de quartzo não cristalino Polimorfismo/Alotropia • Polimorfismo: São substâncias em estado sólido que apesar de apresentar a mesma composição química podem apresentar diferentes estruturas cristalinas. • Ferro (Ferrita, Austenita) • Óxido de Titânio (Rutilo, Anatásio, Broquita) • Carbono (grafite e diamente) • SiC (mais de vinte combinações). Polimorfismo/Alotropia • A simples variação da forma cristalina dos materiais pode alterar as propriedades ópticas, elétricas, magnéticas e mecânica dos materiais, apesar de manter as propriedades químicas. ALOTROPIA DO FERRO ⬥ Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura ccc, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68 e um raio atômico de 1,241Å. ⬥ A 910°C, o Ferro passa para estrutura cfc, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74 e um raio atômico de 1,292Å. ⬥ A 1394°C o ferro passa novamente para ccc. ccc cfc ccc Até 910°C De 910-1394°C De 1394°C-PF ALOTROPIA DO TITÂNIO FASE α ⬥ Existe até 883ºC ⬥ Apresenta estrutura hexagonal compacta ⬥ É mole FASE β ⬥ Existe a partir de 883ºC ⬥ Apresenta estrutura ccc ⬥ É dura Exercício ⬥ O ferro passa de ccc para cfc a 910 ºC. Nesta temperatura os raios atômicos são respectivamente , 1,258Å e 1,292Å. Qual a percentagem de variação de volume percentual provocada pela mudança de estrutura? ⬥ Vccc= 2a3 Vcfc= a3 accc= 4R/ (3) 1/2 acfc = 2R (2) 1/2 Vccc= 49,1 Å3 Vcfc= 48,7 Å3 V%= 48,7 - 49,1 /48,7 = - 0,8% de variação Para o cálculo foi tomado como base 2 células unitárias ccc, por isso Vccc= 2a3 uma vez que na passagem do sistema ccc para cfc há uma contração de volume DIREÇÕES NOS CRISTAIS a, b e c definem os eixos de um sistema de coordenadas em 3D. Qualquer linha (ou direção) do sistemade coordenadas pode ser especificada através de dois pontos: · um deles sempre é tomado como sendo a origem do sistema de coordenadas, geralmente (0,0,0) por convenção; O espaço lático é infinito... A escolha de uma origem é completamente arbitrária, uma vez que cada ponto do reticulado cristalino idêntico. A designação de pontos, direções e planos específicos fixados no espaço absoluto serão alterados caso a origem seja mudada, MAS ... todas as designações serão auto-consistentes se partirem da origem como uma referência absoluta. Exemplo: Dada uma origem qualquer, haverá sempre uma direção [110] definida univocamente, e [110] sempre fará exatamente o mesmo ângulo com a direção [100]. Origem do sistema de coordenadas Direções nos cristais • São representadas entre colchetes= [hkl] • Se a subtração der negativa, coloca-se uma barra sobre o número Planos cristalinos • São representados de maneira similar às direções • São representados pelos índices de Miller = (hkl) • Planos paralelos são equivalentes tendos os mesmos índices Planos cristalinos Planos (010) • São paralelos aos eixos x e z (paralelo à face) • Cortam um eixo (neste exemplo: y em 1 e os eixos x e z em ∞) • 1/ ∞, 1/1, 1/ ∞ = (010) Planos cristalinos Planos (110) • São paralelos a um eixo (z) • Cortam dois eixos (x e y) • 1/ 1, 1/1, 1/ ∞ = (110) Planos cristalinos Planos (111) • Cortam os 3 eixos cristalográficos • 1/ 1, 1/1, 1/ 1 = (111) Defeitos Cristalinos Figura: Defeito cristalinos em linha – Discordância em cunha. Figura: Imperfeições de ponto, na qual pode apresentar lacunas (ponto de ausência de átomos) e o auto intersticial (ponto de vacâncias que apresentam átomos que não deveria ter). Determinação da estrutura cristalina por difração de raio x Raíos-x tem comprimento de onda similar a distância interplanar 0,1nm Difração de raios x lei de bragg nλ= 2 dhkl.senθ λ É comprimento de onda N é um número inteiro de ondas d é a distância interplanar θ O ângulo de incidência O difratomêtro de raios x • T= fonte de raio X • S= amostra • C= detector • O= eixo no qual a amostra e o detector giram Detector Fonte Amostra Difratograma Fonte: Prof. Sidnei Paciornik, Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio
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