Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANDRÉIA ARRUDA DA SILVA O Depoimento Especial. Uma revisão da literatura sobre os protocolos de Escuta Especial de Crianças e Adolescentes utilizados no Brasil. Trabalho apresentado ao curso de Graduação em Psicologia da Universidade Católica de Brasília para a obtenção do Título de Bacharel em Psicologia. Orientador: Dr. Benedito Rodrigues dos Santos. Brasília, 2014. PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PRG CURSO DE PSICOLOGIA TERMO DE APROVAÇÃO O Depoimento Especial. Uma revisão da literatura sobre os protocolos de Escuta Especial de Crianças e Adolescentes utilizados no Brasil. Trabalho de Conclusão do Curso de Psicologia. Autoria de Andréia Arruda da Silva, intitulado “O Depoimento Especial. Uma revisão da literatura sobre os protocolos de Escuta Especial de Crianças e Adolescentes utilizados no Brasil.”, apresentado como requisito final para a obtenção do Título de Bacharel em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília, em 1 de dezembro de 2014, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: ________________________________________ Dr. Benedito Rodrigues dos Santos Orientador Programa de Pós-graduação em Psicologia ____________________________________________ Dra. Sílvia Renata Magalhães Lordello Borba Santos Banca Examinadora Curso de Psicologia Brasília, 2014. AGRADECIMENTO Obrigada! Obrigada! Obrigada! Como é Bom agradecer hoje.... Como é Bom chegar, quando para si parece tudo tão impossível, tão distante, tão improvável! (Risos) Agradeço a todos que de mim fazem parte, que em minha história foram marcantes e me marcaram: Mamãe Nair Arruda: Eu Te Amo! E se eu já disse, ou se ainda não disse, e se eu me esquecer, ou se sempre me lembrar: OBRIGADA! Contigo compreendi, o que é "A dívida Impagável". Pai Manoel (Silva): Eu Amo Você! Valeu por um dia ter olhado para mim e dito: Minha filha... Milha filha tem cara de Psicóloga! Serás psicóloga. Aos meus irmão Walber e Camilla, pela paciência e constante acreditar... A minha LINDA Família... Meu Padrinho, Minhas Madrinhas: Divina e Teresa, que me encantam pela Singeleza e Força! Meus primos... Primas forever! Aos presentes mais importantes da minha vida: Afilhadas e Afilhados! Agradeço ao Meu Grande Orientador, Benedito Rodrigues dos Santos, você é grande Doutor, pude eu contemplar honradez em ti! Agradeço aos meus Supervisores de Estágio UCB: Ana Beatriz; Alexandre Galvão; Roberto Menezes; Sílvia Lordello vocês foram essenciais para ensinar-me Ética, Postura Profissional, Prática, obrigada por dividir comigo o conhecimento que com tantas lutas conquistaram! As Supervisoras do Estágio Psicossocial da VEP: Dra. Vidal; Dra. Simone; Dra. Fabiana; Dra. Soraia Santos; Dra. Marie; Dra. Anamaria Maestri; e Dra. Elizabeth, obrigada pela paciência e perseverança. Aos demais técnicos, a Priscila Baesa e Cristina, valeu pelo constante apoio. As supervisoras Psico Raquel Manzini e Sabrina Alexandre, obrigada pela oportunidade. As Amigas e Amigos, como é maravilhoso ter vocês em minha vida! "Amigos, família que escolhemos..." Obrigada: Andréa Chaves (Mulher forte!); Gabriele Dantas (Mulher Guerreira!); Deana Linhares (Mulher Virtuosa); Jucy; Lygia, Ellen C., Shirley e Sarandy (Meu passado, sempre tão presente. Vocês são grandes presentes!); Gabriela Costa e Jane Calebe (Exemplos de Milagres); Amigos Amados... Eudes; Mário Wilson (Obrigada por me incentivar e em mim acreditar, você me fez crescer...); Pablo, Renato Mariano, Gleison e Wagner (Meu passado,... vale para vocês); Aroldo (Um cavalheiro). Agradeço aos meus Líderes, meus exemplos de Fé, Doação, Intercessão, Submissão, Autoridade Espiritual, Amor e Temor a Deus: Benone Gonzaga; Wesley Assis; Suzana Maia; Cleusa Rodrigues; Marino e Edith; Raquel Pinheiro; Alexandre; Dorothy; Adelma; Genesco e Tia Rosa; Marcondes e Luciene; Fátima Almeida; Adriana; Valmíria; Marcos Abel; Rodolfo e Vanessa. Obrigada aos Meus Amados Pastores Rêmolo Júnior e Polyanna. Meu Senhor Jesus, Aba Pai! Por todos e tudo que aqui descrevi. Louvado Seja Deus!! O Depoimento Especial. Uma revisão da literatura sobre os protocolos de Escuta Especial de Crianças e Adolescentes utilizados no Brasil. RESUMO O presente artigo revisa a literatura sobre participação de crianças e adolescentes em processos de investigação e judicialização de violações de direitos das crianças e do adolescente, particularmente em busca de identificar e analisar brevemente os protocolos de entrevistas utilizados para se coletar evidências da violação ocorrida. Como metodologia o trabalho utilizou a revisão bibliográfica, pela análise do estado da arte. Os resultados apontaram que o protocolo mais utilizado é o de Entrevista Cognitiva. Contudo esse protocolo vem sendo gradualmente substituído pelo Protocolo Brasileiro de Entrevista Forense com Crianças e Adolescentes que é uma adaptação contextualizada do Protocolo de Entrevista Forense do the National Children’s Advocacy Center dos Estados Unidos. Protocolo este, amplamente utilizado nos Estados Unidos e em muitos outros países do mundo. A finalidade última deste artigo é divulgar esses protocolos na expectativa de que sua disseminação e emprego apropriado contribua para reduzir os níveis de vitimização de crianças e adolescentes. Palavras-chave: Depoimento especial; Escuta especial; Protocolo de escuta da criança e do adolescente; Psicólogo na prática do Depoimento especial. The Special Testimony . A review of the literature on the Special Listening protocols of Children and adolescents used in Brazil. ABSTRACT This article reviews the literature on participation of children and adolescents in research processes and legalization of children and adolescent rights violations, particularly in order to identify and briefly analyze the interviews protocols used to collect evidence of the breach occurred. The methodology work used the literature review , the analysis of the state of the art. The results showed that the most widely used protocol is the Cognitive Interview. However this protocol has been gradually replaced by Brazilian Protocol for Forensic Interview with Children and Adolescents is a contextualized adaptation of Forensic Interview Protocol the National Children's Advocacy Center of the United States. This protocol, widely used in the United States and many other countries worldwide. The last purpose of this article is to disseminate these protocols in the hope that its dissemination and appropriate use will help to reduce the revictimization levels of children and adolescents. Keywords: Special testimony; Special listening; Child listening protocol children and adolescents; Psychologist in practice the special testimony. Introdução O presente artigo consiste revisar a literatura sobre os protocolos de escuta de crianças e adolescentes1 que vêm sendo utilizados no Brasil principalmente por psicólogos e/ou assistentes sociais em entrevistas forenses realizadas nos projetos de depoimento especial. A prática do Depoimento Especial foi iniciada no mundo na década 80 e a apenas em 2003 começaram a ser implantadas no Brasil. Neste trabalho o conceito de Depoimento Especial utilizado será o descrito por Santos e Gonçalves (2009), compreendido como: “Procedimentos técnicos a serem aplicados antes, durante a após a tomada de depoimento de crianças e adolescentes, de modo a evitar ou reduzir o sofrimento e o estresse a que são submetidos enquanto vítima ou testemunha de crimes durante sua passagem pelo Sistema de Justiça.” Tal metodologia éutilizada como forma de coletar depoimento de crianças e adolescentes em situações de litígio, guarda, abuso e violência (quando a criança ou o adolescente é vítima) e em diferentes contextos como, Centros de Referência Especializados de Assistência Social, Conselhos Tutelares, órgãos de Segurança Pública, como Delegacias e Institutos de Medicina Legal, e órgãos de justiça, tais como, Tribunais de Justiça, Defensoria Pública e Ministérios Público. A metodologia revisão bibliográfica, com apreciação pelo modelo Estado da Arte, foi escolhida para este estudo por permitir analisar o status da produção acadêmica no campo selecionado a partir de uma definição clara de seu objeto de estudo. O foco apresentado é a identificação e análise das metodologias utilizadas atualmente para o depoimento de crianças e adolescentes. A pesquisa foi realizada em bases de dados eletrônicas, nacionais Pepsic e Scielo, e bibliotecas, através da consulta pelos seguintes descritores: “Escuta especial”, “Depoimento sem dano”, “Depoimento especial” , “Métodos de escuta de crianças e adolescentes”. A busca foi limitada pelo idioma português e período da publicação (2003 a 2013), em razão de o foco ser os protocolos em utilização no Brasil e os dados analisados, com a intenção verificar se as metodologias são similares e/ou 1 Criança: em todo trabalho leia-se criança e adolescente. Na construção do presente artigo foi adotado o conceito de criança e adolescente descritos no Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. complementares. Este artigo encontra-se estruturado em quatro seções destinadas à descrição do marco normativo do depoimento especial, ao suporte da Psicologia, aos protocolos mais utilizados no Brasil, e as considerações finais observadas durante a revisão literária realizada. A finalidade última deste artigo é difundir os protocolos de escuta especial de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas em situações judiciais mais utilizados no território nacional. Tal medida faz-se necessária tendo em vista o número crescente de crianças que sofrem com a Revitimização2, devido a ausência de um atendimento diferenciado e voltado para as limitações, necessidades e características da infância e do adolescer. Espera-se assim, por meio desta revisão alcançar psicólogos e outros profissionais que atuem nos diferentes órgãos e organizações que vivenciam as crianças e adolescentes com direitos ameaçados ou violados. 1. O marco normativo do depoimento especial Tratar de temas que envolvem crianças e adolescentes em seus diferentes aspectos é algo que demanda cautela e desvelo. Estes sujeitos que em outras fases históricas eram afastados dos adultos e posteriormente considerados “mini-adultos” e tratados também desta forma, alcançaram visibilidade inicial nos anos 90, com a criação da primeira lei e que sofreu alteração em 1979, depois a Constituição Federal – CF3 (1988), também trouxe em sua legislação artigo que garantia a proteção integral a crianças e adolescentes: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (C.F. 1988) Posteriormente com a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança4 e 2 Revitimização: Neste artigo compreenda-se "Revitimização de crianças ou adolescentes" como a situação de sofrimento que ecoa sentimentos e sensações gerados em situações aversivas anteriores e que são capazes de ocasionar graves consequências em seu desenvolvimento pessoal e social. 3 CF: Em todo o artigo leia-se Constituição Federal. 4 Criança: Nos termos da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança de 20 de novembro de 1989, criança é todo ser humano menor de 18 anos, salvo se, nos termos da lei que lhe for aplicável, atingir a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA5), pela Lei Nº. 8069 de 13 de julho de 1990, alterada em 26 de junho do ano corrente, pela Lei Nº 13.010 que inspirado na Doutrina de “Proteção Integral" tornou possível oferecer cidadania e tornar crianças e adolescentes sujeitos de direitos políticos e civis, afim de reconhecer as particularidades do que é peculiar a estes indivíduos. Por todas estas peculiaridades observadas e legislações constituídas tornou-se necessário que situações jurídicas que envolvam crianças e adolescentes, bem como sua preparação, escuta, análise e posteriores encaminhamentos fossem elaboradas de maneira a respeitar as leis vigentes e atender as necessidades de seu público-alvo, como descrito no artigo 12º da Convenção6: § 1. Os Estados Partes garantem à criança com capacidade de discernimento o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre as questões que lhe respeitem, sendo devidamente tomadas em consideração as opiniões da criança, de acordo com a sua idade e maturidade. § 2. Para este fim, é assegurada à criança a oportunidade de ser ouvida nos processos judiciais e administrativos que lhe respeitem, seja diretamente, seja através de representante ou de organismo adequado, segundo as modalidades previstas pelas regras de processo da legislação nacional. O Brasil assim como a maioria dos países latino americanos, ainda não dispõe de lei específica para a proteção de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas em processos judiciais. No entanto, o Código Penal Brasileiro prevê em sua regulamentação a produção antecipada de provas para qualquer cidadão, estando desta maneira a possibilidade de uma inquirição separada para a criança amparada por lei penal. 2. O suporte da Psicologia A Psicologia Jurídica pode ser uma ancoragem muito útil nesse processo de escuta. A associação do saber jurídico a outros saberes e ciências, compreende a atuação multidisciplinar como a melhor forma de se alcançar resultados desejados, sem desrespeitar leis e normas vigentes e de oferecer a criança possibilidade de se expressar com o suporte adequado para o acolhimento de suas necessidades e na constante busca da diminuição de práticas e situações revitimizantes como, “espera excessiva, lugares maioridade mais cedo. 5 ECA: Em todo o artigo leia-se Estatuto da Criança e do Adolescente. 6 Convenção: Em todo o artigo leia-se Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. inapropriados (corredores, mesmo ambiente que o ofensor), inaptidão ou imperícia dos profissionais responsáveis, além das inúmeros e repetidos exames e inquirições.” (MELO; IN SANTOS; et al 2014). A psicologia conta com diversas ramificações de estudo, dentre elas apresentam-se crescentes estudos na área jurídica. A atuação conjunta entre a psicologia e o direito originou o termo “psicologia forense”, segundo os autores Blackburn (1996); Pollock e Webster (1993); apud Huss (2011) o termo “forense” surgiu do latim forensis que significa fórum, local onde na Roma Antiga os cidadãos resolviam disputas assim como nos atuais tribunais. Para Huss (2011) “a psicologia forense se refere à aplicação da psicologia ao sistema legal” destarte, faz-se necessário lembrar que psicólogos utilizam-se do mesmo princípio utilizado em diversas áreas deatuação, que é o estudo do comportamento humano, a fim de aplicar tais saberes no auxílio ao sistema jurídico. A relação entre a psicologia e o direito geram certas indagações já que ambas as atuações tem como foco a observação do sujeito, mas com observações e atuações diversificadas. Referente à escuta de crianças no sistema judiciário, a atuação do psicólogo vem sendo amplamente requisitada em situações nas quais crianças e adolescentes são vítimas ou testemunhas em processos jurídicos. A intervenção profissional do psicólogo intenta ao acolhimento em face a uma situação hostil, no caso da escuta jurídica que busca a “verdade processual”. Torna-se provável que a criança, sem a assistência necessária, elabore psiquicamente a violência sofrida o que à torna um evento traumático. Segundo Conte (2008) durante o depoimento a possibilidade do psicólogo guiar à fala da criança para a produção de provas judiciais contrasta com a atuação do psicólogo que tem como objetivo a escuta da criança e de sua produção psíquica. Como citado acima, a CF do Brasil, o ECA e a Convenção, apresentam diversas leis que compreendem e protegem crianças nas diferentes instituições em que estas estão inseridas. Na psicologia, a criança recebe também atenção diferenciada, devido a características singulares observadas no que se refere a estrutura psíquicas e ao seu desenvolvimento de forma geral. A psicologia visa o bem-estar e proteção da criança e do adolescente, sem esquecer o papel social e familiar em seu desenvolvimento. Dessa forma o abuso sexual interfere em uma infinidade de questões subjetivas, familiares e sociais e o desdobramento a partir da interferência destas questões, afetam o sujeito e suas relações. Tal explanação é confirmada pela autora Azambuja (2009), que ratifica a violência sexual intrafamiliar como a “responsável por sequelas que podem acompanhar a sua vida, com reflexos no campo físico, social e psíquico”. O fenômeno da violência sexual abrange diversos fatores, quando tal incidência chega ao serviço jurídico faz-se necessário que os profissionais reconheçam limitações e dificuldades que supostas vítimas apresentem para discorrer sobre o tema. Para Lordello e Costa (2013), o estabelecimento do vínculo de confiança apenas será considerado como algo possível para a vítima quando a criança atestar que o profissional consegue manifestar um acolhimento humanizado e abordar a violência sem causar vitimização. Outro conhecimento teórico desenvolvido pela psicologia trata do desenvolvimento cognitivo concernente as diversas faixas etárias dos sujeitos. O presente estudo delineará a fase da infância e adolescência. Para Jones (2004) apud Melo (2014); IN Santos; et al (2014)) “o objetivo primordial deste tipo de depoimento, para além de diminuir os sofrimentos no curso do processo, é o de atender ao direito de ser ouvido com sensibilidade e adequação à singularidade do sujeito”, evidenciando a necessidade fundamental de se observar a linguagem infantil que muitas vezes não se trata de linguagem verbal. A base teórica das construções do autor Jean Piaget cita a linguagem infantil como uma característica que sofre constantes atravessamentos específicos de cada estágio e da transição do processo de desenvolvimento. Assim como o desenvolvimento infantil, a linguagem da criança é desenvolvida de maneira processual, na fase pré-conceitual, ocorre o desenvolvimento de habilidades linguísticas e a criança passa a construir símbolos. Segundo Lordello; In Santos; et al (2014) ”Em situações de violência a criança custa a entender que o ato libidinoso em si é algo errado, podendo associá-lo a cuidado ou a brincadeira”, em outro texto a autora defende que a criança ou adolescente vítima “teme o autor da violência, e nutre medo de vingança, de retaliação e ser considerado responsável por uma desintegração da família, caso o segredo seja revelado" (LORDELLO E COSTA, 2013). Tais fatores dificultam a identificação e o reconhecimento da violência, normalmente perpetrada por familiares, amigos ou pessoas conhecidas, retardando assim ações de proteção a criança, justificando também a necessidade de uma escuta diferenciada da situações e fatos relatados. A saúde mental de jovens e adolescentes e suas fragilidades têm sido amplamente estudadas e conceituadas na atualidade, porém é importante se ater às fragilidades psicossociais que também fazem parte da adolescência (AVANCI, 2007). Alguns desses elementos, em especial, são determinantes para a estruturação psíquica dos jovens como a família e a sociedade na qual este está inserida. Entre os elementos que fragilizam a saúde mental do adolescente, pode-se apontar as mudanças corporais, que segundo Cardoso (2011), nem sempre ocorrem em consonância com as mudanças psíquicas, o que contribui como obstáculos para que o adolescente entre na vida adulta. Sendo assim, sem o suporte de adultos e profissionais que compreendam suas necessidades no processo de adolescer, o adolescente fará sozinho interpretações da violência sofrida, o que pode atravessar seu desenvolvimento e sua saúde mental. 3. Os protocolos mais utilizados no Brasil De acordo com pesquisa mundial "Depoimento sem medo (?) culturas e práticas não-revitimizantes: Uma cartografia das experiências de tomada de depoimento especial de crianças e adolescentes.” (SANTOS, B. R.; GONÇALVES, I. B., 2008), em 39% dos países analisados, o depoimento videogravado, tomado em ambiente separado e por profissional especializado, tende a ocorrer apenas uma vez, na fase inicial da investigação, em presença do juiz/promotor, do imputado e de seu defensor. Nessa modalidade é garantido o direito de defesa técnica por parte do imputado, o que favorece a aceitação deste depoimento como prova principal nos processos, podendo haver exceções. Entretanto, em 53% dos países pesquisados, a criança/adolescente vítima/testemunha depõe na fase de investigação policial para coleta de evidências, este depoimento pode ou não ser válido para o julgamento da acusação, dependendo da análise de cada juiz a criança/adolescente poderá testemunhar em juízo pelo menos mais uma vez na primeira instância, podendo chegar até a segunda, caso a entrevista coletada não seja admitida como prova no processo judicial. Os países Brasil e Estados Unidos da América, não se enquadram nas modalidades descritas acima, já que em ambos os países a criança/adolescente é ouvido inúmeras vezes desde a notificação/denúncia do fato delituoso por diversas instituições como o conselho tutelar, a delegacia especializada e o Instituto Médico Legal. No Brasil pode ser observado o uso de instrumentos não-revitimizantes em ambientes judiciários em algumas comarcas. Nestes estados, após a denúncia realizada pelo Ministério Público, a criança/adolescente só será ouvida novamente em sala especial por meio de um sistema que evita o contato de crianças ou adolescentes com demais pessoas presentes no ato jurídico, trata-se do sistema closed-circuit television (CCTV) [circuito fechado de televisão] e com o uso das técnicas e procedimentos do Depoimento Especial. A prática do depoimento especial envolve o acolhimento de criança e adolescente em ambiente monitorado com câmeras e microfones, fora da sala de audiência. O entrevistador fará as inquirições formuladas pelo magistrado que estará fora do setting junto as demais partes do processo, na tentativa de minimizar situações que causem constrangimento, de maneira que a criança nãose sinta coagida em seu discurso. O ambiente é preparado para que não haja encontro com o réu ou com qualquer pessoa além do entrevistador. Seria essa uma maneira de proteger, valorizar as crianças e seus direitos. A sessão é dividida em três etapas, o psicólogo recepciona a criança ou o adolescente realizando um rapport, um segundo momento no qual os equipamentos são ligados e as partes assim como os magistrados tem acesso a sessão pelo método eletrônico e por fim, já desligado o áudio seriam feitos os encaminhamentos pertinentes para os órgãos competentes na rede de atendimento. No que tange a aplicação dos protocolos, veremos no gráfico e quadro a seguir os principais profissionais responsáveis pela aplicação dos instrumentos pesquisados. Segundo pesquisas realizadas por Santos, et al. (2013), nos quadros descritos pela "Cartografia nacional das experiências alternativas de tomada de depoimento especial de crianças e adolescentes em processos judiciais no Brasil: o estado da arte." e representados a seguir: Gráfico 1. Área de formação do profissional que realiza a entrevista forense. Figura 2. Área de formação do profissional que realiza a entrevista forense. No que tange aos protocolos utilizados na escuta especial os principais são a entrevista cognitiva, o protocolo NICHD e o Protocolo de Entrevista Forense Estendida. Esses instrumentos são utilizados como forma de coletar depoimento de crianças e adolescentes em situações de litígio, guarda, abuso e violência quando a criança ou o adolescente é vítima ou testemunha. 3.1. Entrevista Cognitiva A Entrevista Cognitiva foi desenvolvida em 1984 pelos psicólogos Ronald Fisher e Edward Geiselman, seu principal objetivo é obtenção do maior número possível de detalhes com qualidade e precisão de informações, utilizando-se de pesquisas sobre psicologia social e de teorias conhecidas sobre os processos de memória e seu funcionamento. Segundo Stein, 2010 apud Junior (2013), a motivação inicial da criação deste protocolo foi o atendimento de demandas da segurança pública e jurídica e as técnicas desenvolvidas foram pensadas para ampliar a quantidade e a exatidão das informações de testemunha ou supostas vítimas de crimes. O propósito da Entrevista Cognitiva, é devolver ao sujeito vítima ou testemunha o lugar ativo em suas vivências e experiências, abrindo um canal de diálogo entre o entrevistador e o entrevistado para a verbalização dos conteúdos alvo do processo. Neste protocolo o entrevistador tráz informações que possam auxiliar a criança ou adolescente a recordar os acontecimentos como percebido por esses, respeitando as funções afetivas e cognitivas de acordo com sua fase maturacional, possibilitando que ele traga à memória o contexto original da situação para que essa seja avaliada. De acordo com a “Cartografia nacional das experiências alternativas de tomada de depoimento especial de crianças e adolescentes em processos judiciais no Brasil: o estado da arte.” Santos, B. R.; et al. (2013) atualmente 15 Estados brasileiros utilizam a metodologia de Escuta Especial de crianças e adolescentes, abaixo segue relação dos estados com respectivas quantidades de cidades de cada estado que realizam a escuta de crianças e adolescentes através da metodologia: Acre – 1; Ceará – 1; Distrito Federal – 1; Espírito Santo – 2; Goiás – 1; Maranhão – 1; Mato Grosso – 1; Pará – 1; Paraíba – 1; Paraná – 2; Pernambuco – 1; São Paulo – 6; Sergipe – 1; Rio Grande do Norte – 1; Rio Grande do Sul – 22. 3.2. .Protocolo de Entrevista Forense do National Children’s Advocacy Center (NCAC) O Protocolo de Entrevista Forense do NCAC estrutura-se em dois estágios: No primeiro estágio prevê-se construção do rapport, o estabelecimento de regras, a prática narrativa e o diálogo sobre a família. No segundo estágio prevê-se a fase de transição para a busca da revelação do fato ocorrido: convite à narrativa sobre o que aconteceu, perguntas de detalhamento sobre o ou os episódios ocorridos e encerramento. Em geral a entrevista forense só ocorre uma vez, contudo Protocolo possui uma modalidade entrevista “estendida” na qual, dependendo do caso, pode ocorrer em dois ou mais atendimentos com a criança, apenas nos casos que não foi possível a obtenção de informações relevantes em uma entrevista anterior. (CARNES, NELSON-GARDELL, WILSON, & ORGASSA, 2001; CARNES, WILSON, & NELSON-GARDELL, 1999; CARNES, 2000; FALLER, GRABAREK, NELSON-GARDELL, & WILLIAMS, 2011 apud JUNIOR, 2013). O protocolo de Entrevista Forense do NCAC conta com uma versão condensada, para seu uso são recomendadas uma entrevista prévia com o adulto cuidador não agressor, análises cuidadosas do processo e das informações disponíveis (médicas, do desenvolvimento e psicológicas), e verificação de possíveis serviços de proteção e aspectos legais contidos em cada caso. A versão condensada que pode ser realizada com o atendimento da criança ou adolescente por duas vezes e um atendimento com um responsável pela vítima, não podendo ser o agressor. Para os autores, Carnes, Nelson-Gardell, & Wilson, 2000 (apud Junior, 2013) o Protocolo de Entrevista Forense Estendida, embora seja mais ampla e detalhada que os demais protocolos têm objetivos específicos e deve ser utilizada apenas nos casos em que se atendem os seguintes critérios: (1) casos em que a criança não revelou o abuso sexual em uma primeira entrevista de avaliação, mas o revelou para outra pessoa; (2) casos em que a criança revelou o abuso sexual, porém de forma que não se podem: (a) descartar hipóteses alternativas ou (b) realizar recomendações de natureza protetiva ou para indicação da responsabilização do autor; (3) crianças com quadros diagnósticos que possam interferir na habilidade de se comunicar ou em idade pré-escolar e, portanto, podem requerer mais tempo para se ambientar e se engajar no atendimento. É importante lembrar que a criança e o adolescente tem características e necessidades diferenciadas, destarte, a atuação do profissional da psicologia, torna-se amplamente conveniente na escuta do público alvo, de maneira que possamos respeitar a fala, o tempo e mesmo o silêncio da criança. Para Melo, (2009) o profissional da área de psicologia, com especialização nesse tipo de abordagem, deve ser o mesmo que promova uma interação anterior, na qual será estabelecido o vínculo necessário para que a criança sinta-se acolhida e respeitada, e o procederá como facilitador na oitiva especial em eventuais audiências, através do circuito interno ou em Câmara de Gesell. Segundo, Santos, B. R.; Gonçalves, I. B., (2008) o dispositivo "Câmara de Gesell" foi criada por um psicólogo, inicialmente utilizado para o estudo das etapas do desenvolvimen o infantil, trata-se de um ambiente com duas salas divididas por um espelho unidi ecional. 3.3. Protocolo NICHD Um dos mais renomados protocolos no âmbito internacional, e ainda pouco conhecido no Brasil é o protocolo NICHD recebeu este nome por ter sido desenvolvido no Instituto National Institute of Child Health and Human Development (NICHD), trata-se de uma entrevista investigativa estruturado como citado pelos autores, Lamb, Hershkowitz, Orbach, & Esplin, 2008; Lamb, Orbach, Hershkowitz, Esplin, & Horowitz, 2007 (apud JUNIOR, 2013), tendo sua credibilidade ampliada pela realização de diversas entrevistas de testagens em situações reais. Tem-se noticias de que o Protocolo esta sendo testado no Brasil pela Universidade de São Carlos – UFSCAR. Como fase introdutória, o Protocolo propõe que o entrevistador se apresente,esclareça detalhes para a criança de como deverá descrever os acontecimentos, a importância dos detalhes e de dizer somente a verdade, elucidando que a criança pode e deve responder “Não lembro” ou “Não sei” quando e se for o caso, oferecendo assim liberdade a criança ou adolescente de corrigir o entrevistador quando necessário. A segunda fase é a do rapport, na qual será estabelecido o vínculo entre entrevistado e entrevistador e tem como maior objetivo a criar um ambiente acolhedor e de apoio, também nesta fase o Protocolo descreve uma forma de “treino” para futuras etapas previstas. Como ferramenta de modelagem e de iniciar o rapport a sugestão do NICHD é que o entrevistado descreva algum evento vivenciado recentemente com o maior número de detalhes, e é neste momento que o profissional deve verificar o nível de detalhamento de que o sujeito dispõe, permitindo que com intervenções pontuais o entrevistador auxilie-o a ampliar a descrição dos detalhes do fato. Apenas após as fases anteriores é que o profissional deverá realizar tentativas de identificar o evento investigado pela livre recordação da criança e com perguntas não sugestivas e abertas, para auxiliar no surgimento da fase narrativa livre, onde a criança relata sobre a violência ocorrida. Ao término dessa e caso faltem detalhes de extrema importância ao juiz e/ou processo, o entrevistador poderá usar pergunta de resposta sim/não ou na qual a criança escolhe uma das alternativas oferecidas. Encerrada a etapa de verificação do fato/violência o entrevistador retoma diálogos com temas neutros e questiona a criança sobre possíveis dúvidas, necessidade de relatar mais informações antes de encerrar o atendimento. Segundo Pipe, et al., 2007 (apud Gava et al., 2013), o protocolo NICHD auxilia o entrevistador a estabelecer o vínculo com a criança, facilita a emissão do relato abusivo, mas não oferece alternativas de manejo dos fatores motivacionais que fazem com que as crianças revelem ou não a situação de abuso. 4. Considerações Finais Este artigo buscou analisar o procedimento da escuta especial por meio de seus protocolos mais utilizados no Brasil e a relação da psicologia e de seus profissionais com esse fenômeno. A pesquisa revelou que em realidade o protocolo mais utilizado no Brasil é o Protocolo de Entrevista Cognitiva. Um outro modelo vem sendo utilizado em caráter experimental à versão adaptada do Protocolo NCAC, que recebeu a denominação de Protocolo Brasileiro de Entrevista Forense com Crianças e Adolescentes Vítimas de Violências Sexuais nos tribunais de justiça do Distrito Federal, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Os protocolos são em realidade muito semelhantes. O NICHD é considerado o mais rígido e estruturado e o Protocolo do NCAC é mais flexível. Na opinião da pesquisadora tudo indica que a participação do Psicólogo na entrevista forense amplia a atuação do psicólogo comparando com situações anteriores, particularmente frentes as demandas jurídicas. Anteriormente essas práticas eram apenas de cunho avaliativo, com o exclusivo interesse na realização de perícia e na produção de parecer psicológico. No entanto, após os anos 90, por meio de produções teóricas, estabelecimento da legislação específica e da elaboração de cartilhas e propostas para o exercício profissional nas diversas áreas de atuação, as possibilidades de atuação foram ampliadas e reorganizadas. Compreende-se que no sistema judiciário nacional atual, a escuta da criança e do adolescente é, geralmente, realizada por assistentes sociais e/ou psicólogos que compõe as equipes que assessoram juízes de maneira interdisciplinar, confirma-se o fato de que tais profissionais podem rapidamente, com uma capacitação especifica, dar suporte para acolher possíveis demandas emocionais e facilitar o processo de escuta das crianças e adolescentes. Referente aos protocolos descritos observa-se, apesar de terem sido construídos a partir de diferentes propostas, a prevalência do respeito aos direitos da criança, por meio do desenvolvimento de instrumentos que auxiliem a proteção da criança ou adolescente envolvidos em situações jurídicas. Foram observados nos protocolos pesquisados a presença de fatores referentes aos conceitos memória, suporte e apoio. Sobre o conceito de memória observa-se que ambos mantém como pressupostos a produção de questões que estimulam a memória de “livre narrativa”, utilizando como técnica a elaboração de perguntas abertas, evitando o questionamento nas respostas do entrevistado. Evidencia-se também a clara necessidade de o entrevistador oferecer suporte ao entrevistado nas diversas fases do processo de escuta jurídica inclusive nos possíveis encaminhamentos posteriores e a necessidade do apoio a criança, ao adolescente, ao cuidador e a rede familiar do entrevistado. Outra análise realizada foi a observação dos principais propósitos dos protocolos pesquisados. Na Entrevista Cognitiva, o principal é devolver ao sujeito o lugar ativo em suas vivências, tal capacidade será possível através da abertura de diálogo entre o entrevistador e o entrevistado. No protocolo NICHD a proposta é de esclarecer, constituir vínculo com o entrevistado, além de auxiliar a expressão desse através de modelagem, e na Entrevista Forense Estendida (NCAC) a prioridades é construção do rapport, a constatação do nível de desenvolvimento de cada criança ou adolescente que participará da entrevista. Ressaltar que os protocolos utilizados no Brasil buscam respeitar as diferentes necessidades do público a que se destinam é perceber que o campo jurídico está, mesmo que de maneira paulatina, percebendo a necessidade de se olhar para o sujeito e suas necessidades individuais, e mesmo com o fato de regras e leis serem desenvolvidas para a coletividade, de atentar prioritariamente para crianças e adolescentes, sujeitos ainda em desenvolvimento de suas características e subjetividade. Neste contexto torna-se possível observar nos protocolos descritos, características que justificam a constatação anterior. No protocolo NICHD, observa-se que a criança tem a oportunidade de “não saber” ou “esquecer”, já o NCAC favorece a individualização do processo, compreendendo cada criança ou adolescente como sujeito único, com demandas individualizadas, e no protocolo de entrevista cognitiva, é oferecido ao entrevistado a possibilidade de se emanciparem no intuito de saírem do lugar de vítima conferido pela violência sofrida. Tais características são ainda mais louváveis por assumirem tarefa árdua de contrapor características do próprio sistema jurídico e de suas características de atuação coletiva e igualitária. Pontos que merecem uma atenção crítica é o fato de os protocolos não considerarem a possibilidade de a criança simplesmente não falar, ou não querer falar sobre o assunto tema da inquirição, sendo este um direito previsto na CF e no ECA. E a busca da “verdade” processual, que em muito se diferencia da “verdade infantil” e que apresenta variações de acordo com sua maturação e construções psíquicas. Ainda neste aspecto é importante lembrar o papel do entrevistador e a necessidade de este profissional permanecer atento no que tange a formação de perguntas, para que essas não sejam influenciadas por questões de sensu comum ou pessoais e se tornem instrumentos capazes de sugestionar o pensamento infantil para o que se pretende. Neste contexto os autores, Everson & Sandoval, 2011 (apud Júnior, 2013) descrevem que “balancear especificidade e sensibilidade nas entrevistas forenses é uma necessidade para garantir a proteçãoda criança e a responsabilização do autor da violência”. Pelas características descritas acima e em consonância com os autores pesquisados, os profissionais de psicologia e suas atribuições de informar, apoiar, acompanhar e dar orientação pertinente aos envolvidos demonstram que os saberes psicológicos tornam-se basilar para a abertura de diálogos que respeite as diferentes limitações de crianças, adolescentes e famílias atendidas no âmbito do sistema jurídico. Faz-se necessário pensar em possíveis adaptações dos diversos instrumentos e protocolos utilizados em nossas jurisdições para alcançar a realidade brasileira durante a atenção a questões processuais que envolvam crianças e adolescentes e sua inquisição, o que pode levar a criação de novos métodos e a adaptação dos protocolos existentes respeitando a sociedade e cultura nacional, de modo a minimizar questões de marginalização e opressão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AVANCI, J. Q. et al. Fatores associados aos problemas de saúde mental em adolescentes. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 23, n. 3, set. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722007000300007&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 15 ago. 2014. AZAMBUJA, M. R. F. A inquirição da vítima de violência sexual intrafamiliar à luz do melhor interessa da criança. IN: Cartilha “Falando sério sobre a escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência e a rede de proteção”. CFP, 2009. BRASIL (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. CARDOSO, M. R. Recusa ao ato na adolescência: uma "reação subjetiva negativa"?. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, jun. 2011. On-line, disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982011000100002&lng=pt&nrm=iso.> Acesso em 2 set. 2014. CARVICCHIOLI, M. M. de P. A escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência sexual e o método depoimento sem dano: Um estudo bibliográfico. 2011. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Psicologia) Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, 2011. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética do Psicólogo. Brasília: CFP, 2005. On-line, disponível em: <http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo_etica.pdf.> Acessos em 10, 12,13 e 15 de out. e 1, 7 e 8 nov. 2014. ________. Falando sério sobre a escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência e a rede de proteção. – Propostas do Conselho Federal de Psicologia. Brasília: CFP, 2009. Disponível em: <http://www.crprj.org.br/publicacoes/cartilhas/escuta-crianca-adolescente.pdf> Acesso em 10 ago. 2014. ________. A escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência e a rede de proteção. Brasília: CFP, 2010. On-line, disponível em: <http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2010/02/escutFINALIMPRESSO.pdf> Acesso em 10 out. 2014. GAVA, Lara Lages; PELISOLI, Cátula; DELL’AGLIO, Débora Dalbosco. A perícia psicológica em casos de suspeita de abuso sexual infanto-juvenil. Aval. psicol., Itatiba, v. 12, n. 2, ago. 2013. On-line, disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1677-04712013000200005&lng=pt&nrm=iso.> Acesso em 1 nov. 2014. GOODMAN, G. S.; et. al. Crianças vítimas no sistema judiciário: como garantir a precisão do testemunho e evitar a revitimização. IN: SANTOS, B. R.; GONÇALVES, I. B. Depoimento sem medo (?) culturas e práticas não-revitimizantes. Seção I. p. 21-31. São Paulo: childhood Brasil (Instituto WCF – Brasil), 2008. BRITO, L. M. de T., PARENTE, D. C. Inquirição judicial de crianças: pontos e contrapontos. Psicol. Soc. [online]. 2012, vol.24, n.1, pp. 178-186. On-line disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822012000100020&lng=pt&nrm=iso.> Acesso em 7 ago. 2014. JÚNIOR, R. T. A. Um sistema de análise de entrevistas forenses com crianças em casos de suspeita de abuso sexual. 2013. f. 151. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura) Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, 2013, Brasília. On-line, disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/14410/1/2013_ReginaldoTorresAlvesJunior.pdf> Acesso em 11 jul. 2014. LORENZI, G. W. Uma Breve História dos Direitos da Criança e do Adolescente no Brasil. Arquivo Portal Pró-Menino, on-line, 2007. On-line, disponível em: <http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/70d9fa8f-1d6c-4d8d-bb69-37d17 278024b/Default.aspx> Acesso em 7 ago. 2014 LORDELLO, S. R. M.; COSTA, L. F. A metodologia qualitativa no estudo do abuso sexual intrafamiliar. Rev. Psicol. Saúde, Dez 2013, vol.5, no.2, p.127-135. On-line, disponível em: <http://www.gpec.ucdb.br/pssa/index.php/pssa/article/view/281/334> Acesso em 7 ago. 2014. ________. Desenvolvimento infantil: a revelação da criança pela linguagem. IN: SANTOS, B. R.; et al. Escuta de crianças e adolescentes em situação de violência sexual: aspectos teóricos e metodológicos. Seção I. Cap. 2. p. 43-51. Brasília, EdUCB. 2014. MARTINS, P. C. R. Consequências da vitimização de abuso sexual infantil. Arquivo Jornal Bandeirantes News, 2010. On-line, disponível em: <http://bandeirantesnews.blogspot.com.br/2010/09/consequencias-da-vitimizacao-de-abuso.html.> Acesso em 10 jun. 2014. MELO, E. R. Crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual: a emergência de sua subjetividade jurídica no embate entre modelos jurídicos de intervenção e seus direitos. Uma análise crítica sobre o crivo histórico-comparativo à luz do debate em torno do depoimento especial. IN: SANTOS, B. R.; et al. Escuta de crianças e adolescentes em situação de violência sexual: aspectos teóricos e metodológicos. Seção I. Cap. 5 p. 91-112. Brasília, EdUCB. 2014. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (1989). Convenção sobre os direitos da criança. (1989). Assembléia Geral das Nações Unidas, ONU. On-line, disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm> Acesso em 7 ago. 2014. SANTOS, B. R.; GONÇALVES, I. B. Depoimento sem medo (?) culturas e práticas não-revitimizantes: Uma cartografia das experiências de tomada de depoimento especial de crianças e adolescentes. São Paulo: Childhood Brasil (Instituto WCF – Brasil), 2008. SANTOS, B. R.; et al. Cartografia nacional das experiências alternativas de tomada de depoimento especial de crianças e adolescentes em processos judiciais no Brasil: o estado da arte. São Paulo: Childhood Brasil; CNJ, 2013. On-line, disponível em: <http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/childhood/cartografia_depoimento_especial.pdf> Acesso em 7 abr. 2014.
Compartilhar